Este documento analisa as transformações culturais, territoriais e de identidade no Bumba-meu-Boi tradicional do Maranhão devido à modernização. Discute como essa festa camponesa se tornou urbana e como representa a ligação entre identidade e território, afirmando a cultura maranhense.
Este documento analisa a manifestação cultural do Bumba-meu-Boi no Maranhão, discutindo suas transformações através da modernização. Apresenta o Bumba-meu-Boi como uma festa tradicional que se adaptou ao meio urbano, sofrendo mudanças culturais, territoriais e de identidade. Explica como esta festa reflete a cultura maranhense e serve para afirmar a identidade cultural local.
Este documento discute a identidade socioterritorial missioneira na cidade histórica de São Borja-RS. Analisa como as representações sociais e marcadores territoriais missioneiros reproduzem narrativas identitárias enraizadas entre as antigas reduções jesuítico-guarani. Argumenta que a identidade missioneira regional mantém práticas tradicionais enraizadas nas vivências nativas, articuladas com remanescentes urbanos e artísticos do período reducional.
O documento descreve a história e as características culturais e sociais da cidade de São Borja no Rio Grande do Sul. A cidade teve importância como uma redução jesuítica-guarani nos séculos XVII-XVIII e é reconhecida por sua herança missioneira. O documento também discute as paisagens culturais e o patrimônio histórico da cidade, incluindo edifícios, museus e identidades culturais híbridas. Um projeto de extensão visa promover a educação patrimonial
ARTIGO_Comunidades Tradicionais, Marcadores Territoriais e Identidades Sociai...Muriel Pinto
Este texto faz uso das vivencias cotidianas e das identidades sociais da região de fronteira
missioneira São Borja (Brasil) e Santo Tomé (Argentina). A análise tem por premissa situar os
espaços vividos e a potencialidade daqueles no que tange um aproveitamento para com o
planejamento e Desenvolvimento Territorial regional e seus fins estratégicos. Em regra, sustenta a
importância dos marcadores identitários tradicionais enraizados nas municipalidades em destaque
desde o período reducional missioneiro, dos quais necessitam ser pensados em conjunto como
espaços públicos geradores de representações sociais. Em conta disto, a retórica empregada
aproveita dos recursos territoriais que o meio apresenta, tendo em conta a institucionalização do
Núcleo de Planejamento da Mesopotâmia do Prata e sua relação para com o desenvolvimento
territorial e outros projetos de Valorização das Paisagens Culturais e Criação do Parque histórico
Nacional das Missões.
Educação Patrimonial e o ensino do Patrimônio Cultural Missioneiro na cidade ...Muriel Pinto
O documento descreve a história e importância cultural da cidade de São Borja-RS no Rio Grande do Sul, Brasil. A cidade foi parte da região das Missões Jesuítico-Guarani nos séculos XVII-XVIII e dois presidentes brasileiros nasceram lá. O documento também descreve um projeto de educação patrimonial para professores da cidade, incluindo a criação de um livro didático e oficinas sobre o patrimônio cultural local.
História, Memória e as Paisagens Culturais da Cidade Histórica de São Borja-RSMuriel Pinto
O município de São Borja-RS é considerado uma cidade histórica pelo Estado do RS, esta titulação deve-se pela sua importância política, histórica, e cultural para nosso país. Cabe destacar que São Borja foi uma Redução Jesuítico-Guarani (século XVI), onde fazia parte dos chamados Sete Povos das Missões. Este período missioneiro contribuiu para a construção de práticas vinculadas a lida campeira, que deu origem a figura típica do gaúcho. Por sua localização estratégica na fronteira com a Argentina, tal território serviu como espaço de entrada dos paraguaios durante a Guerra do Paraguai. Foi no século XX, que São Borja obteve um maior destaque no cenário nacional, pois tanto Getúlio Vargas, como João Goulart foram presidentes nascidos no local. Nacionalmente o município é conhecido como “berço do trabalhismo” , “Terra dos Presidentes”. Esta relevante trajetória histórica construiu símbolos, narrativas, e elementos culturais que estão representados através do patrimônio cultural. O projeto proposto, objetiva contribuir com o processo de valorização e aprendizagem sobre a história, cultura, patrimônio, identidades, e espaços sociais da cidade. Entre suas principais ações destaca-se a realização de mini-cursos e oficinas sobre patrimônio, historiografia, museologias, memória e identidades locais, assim como serão elaborados um livro didático sobre a história e cultural da cidade e uma cartilha com propostas de novas metodologias. Para a realização do projeto haverá a necessidade de haver um reflexão interdisciplinar que envolverá docentes e discentes dos cursos de Ciências Humanas, Relações Públicas: Ênfase em produção cultural.
Cartilha: História missioneira de São Borja: métodos para o ensino do patrimô...Muriel Pinto
1) A região das Missões Jesuítico-Guarani possui uma importante história cultural reconhecida pela UNESCO.
2) O documento descreve os métodos de ensino do patrimônio cultural da cidade de São Borja no Rio Grande do Sul, incluindo sua história missioneira.
3) São descritos aspectos da vida cultural e religiosa nas antigas reduções missioneiras dos jesuítas.
Religiosidade Popular e turismo étnico-cultural: Identificação e registro da ...Adriana Rocha
Este documento discute um projeto de pesquisa que visa compreender a relação entre os Grupos de Folias de Reis em Nova Friburgo e a Umbanda. O projeto irá mapear as Folias ainda não registradas, documentar suas relações com a Umbanda através de entrevistas e registro audiovisual, e promover oficinas sobre o potencial do turismo étnico-cultural para preservar as Folias. A Folia de Reis chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses e desenvolveu sincretismo com elementos africanos e da U
Este documento analisa a manifestação cultural do Bumba-meu-Boi no Maranhão, discutindo suas transformações através da modernização. Apresenta o Bumba-meu-Boi como uma festa tradicional que se adaptou ao meio urbano, sofrendo mudanças culturais, territoriais e de identidade. Explica como esta festa reflete a cultura maranhense e serve para afirmar a identidade cultural local.
Este documento discute a identidade socioterritorial missioneira na cidade histórica de São Borja-RS. Analisa como as representações sociais e marcadores territoriais missioneiros reproduzem narrativas identitárias enraizadas entre as antigas reduções jesuítico-guarani. Argumenta que a identidade missioneira regional mantém práticas tradicionais enraizadas nas vivências nativas, articuladas com remanescentes urbanos e artísticos do período reducional.
O documento descreve a história e as características culturais e sociais da cidade de São Borja no Rio Grande do Sul. A cidade teve importância como uma redução jesuítica-guarani nos séculos XVII-XVIII e é reconhecida por sua herança missioneira. O documento também discute as paisagens culturais e o patrimônio histórico da cidade, incluindo edifícios, museus e identidades culturais híbridas. Um projeto de extensão visa promover a educação patrimonial
ARTIGO_Comunidades Tradicionais, Marcadores Territoriais e Identidades Sociai...Muriel Pinto
Este texto faz uso das vivencias cotidianas e das identidades sociais da região de fronteira
missioneira São Borja (Brasil) e Santo Tomé (Argentina). A análise tem por premissa situar os
espaços vividos e a potencialidade daqueles no que tange um aproveitamento para com o
planejamento e Desenvolvimento Territorial regional e seus fins estratégicos. Em regra, sustenta a
importância dos marcadores identitários tradicionais enraizados nas municipalidades em destaque
desde o período reducional missioneiro, dos quais necessitam ser pensados em conjunto como
espaços públicos geradores de representações sociais. Em conta disto, a retórica empregada
aproveita dos recursos territoriais que o meio apresenta, tendo em conta a institucionalização do
Núcleo de Planejamento da Mesopotâmia do Prata e sua relação para com o desenvolvimento
territorial e outros projetos de Valorização das Paisagens Culturais e Criação do Parque histórico
Nacional das Missões.
Educação Patrimonial e o ensino do Patrimônio Cultural Missioneiro na cidade ...Muriel Pinto
O documento descreve a história e importância cultural da cidade de São Borja-RS no Rio Grande do Sul, Brasil. A cidade foi parte da região das Missões Jesuítico-Guarani nos séculos XVII-XVIII e dois presidentes brasileiros nasceram lá. O documento também descreve um projeto de educação patrimonial para professores da cidade, incluindo a criação de um livro didático e oficinas sobre o patrimônio cultural local.
História, Memória e as Paisagens Culturais da Cidade Histórica de São Borja-RSMuriel Pinto
O município de São Borja-RS é considerado uma cidade histórica pelo Estado do RS, esta titulação deve-se pela sua importância política, histórica, e cultural para nosso país. Cabe destacar que São Borja foi uma Redução Jesuítico-Guarani (século XVI), onde fazia parte dos chamados Sete Povos das Missões. Este período missioneiro contribuiu para a construção de práticas vinculadas a lida campeira, que deu origem a figura típica do gaúcho. Por sua localização estratégica na fronteira com a Argentina, tal território serviu como espaço de entrada dos paraguaios durante a Guerra do Paraguai. Foi no século XX, que São Borja obteve um maior destaque no cenário nacional, pois tanto Getúlio Vargas, como João Goulart foram presidentes nascidos no local. Nacionalmente o município é conhecido como “berço do trabalhismo” , “Terra dos Presidentes”. Esta relevante trajetória histórica construiu símbolos, narrativas, e elementos culturais que estão representados através do patrimônio cultural. O projeto proposto, objetiva contribuir com o processo de valorização e aprendizagem sobre a história, cultura, patrimônio, identidades, e espaços sociais da cidade. Entre suas principais ações destaca-se a realização de mini-cursos e oficinas sobre patrimônio, historiografia, museologias, memória e identidades locais, assim como serão elaborados um livro didático sobre a história e cultural da cidade e uma cartilha com propostas de novas metodologias. Para a realização do projeto haverá a necessidade de haver um reflexão interdisciplinar que envolverá docentes e discentes dos cursos de Ciências Humanas, Relações Públicas: Ênfase em produção cultural.
Cartilha: História missioneira de São Borja: métodos para o ensino do patrimô...Muriel Pinto
1) A região das Missões Jesuítico-Guarani possui uma importante história cultural reconhecida pela UNESCO.
2) O documento descreve os métodos de ensino do patrimônio cultural da cidade de São Borja no Rio Grande do Sul, incluindo sua história missioneira.
3) São descritos aspectos da vida cultural e religiosa nas antigas reduções missioneiras dos jesuítas.
Religiosidade Popular e turismo étnico-cultural: Identificação e registro da ...Adriana Rocha
Este documento discute um projeto de pesquisa que visa compreender a relação entre os Grupos de Folias de Reis em Nova Friburgo e a Umbanda. O projeto irá mapear as Folias ainda não registradas, documentar suas relações com a Umbanda através de entrevistas e registro audiovisual, e promover oficinas sobre o potencial do turismo étnico-cultural para preservar as Folias. A Folia de Reis chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses e desenvolveu sincretismo com elementos africanos e da U
Este documento discute as relações entre cultura e educação e as políticas culturais. A cultura deve ser vista como um movimento em mão dupla entre a cidade e o interior, preservando as manifestações culturais locais e promovendo o acesso à cultura erudita. As políticas culturais devem equilibrar a conservação do patrimônio e a promoção da criação artística. A cultura não deve ser vista apenas como expressão elitista, mas como modo de vida e produção das comunidades.
O documento descreve as atividades do Quarto Festival Sul-Americano de Cultura Árabe (Saca) que está ocorrendo na Escola Estadual Comendador Miguel Maluhy até o final de abril, incluindo exposições, poesias, filmes e debates sobre a cultura e literatura árabe e suas conexões com a América do Sul.
Este artigo discute a cultura híbrida e rica do estado de Mato Grosso do Sul no Brasil, examinando especificamente a manifestação popular conhecida como El Toro Candil. El Toro Candil é uma brincadeira envolvendo um boi de madeira com tochas nos chifres, realizada principalmente na fronteira com o Paraguai e que mistura elementos culturais dos dois países. O artigo argumenta que El Toro Candil representa a natureza híbrida da cultura na fronteira, onde novas formas culturais emer
- O documento descreve uma pesquisa sobre como a mídia de massa e o capitalismo influenciaram a manifestação cultural do Bumba-Meu-Boi no Maranhão, espetacularizando-a para fins comerciais.
- Originalmente, o Bumba-Meu-Boi era uma expressão folclórica local com roupas e temas simples relacionados à comunidade, mas hoje busca popularidade com belas índias, temas de moda e patrocínios de empresas.
- Isso faz com que perca sua essência e significado religios
O documento discute as repúblicas estudantis em Ouro Preto (MG) como uma tradição cultural que pode ser explorada para fins turísticos. Ele analisa especificamente a Festa do Doze, uma festa anual realizada pelas repúblicas para celebrar seus ex-moradores, como uma motivação para o turismo cultural na cidade. O documento fornece detalhes sobre a história e tradições das repúblicas estudantis em Ouro Preto.
O documento descreve a festa de São Pedro em Retirolândia, Bahia entre 1966 e 2010. Apesar de ter nome religioso, a festa é celebrada em espaço laico sem vínculo à Igreja Católica, tornando-se a maior manifestação cultural local. O texto também discute as mudanças e permanências na festa ao longo dos anos e as múltiplas relações que ocorrem durante sua realização.
Este documento analisa o Solo Sagrado de Guarapiranga no âmbito da História Regional para identificar sua vinculação à classe, religião, cultura e espaço e caracterizar a formação da identidade do grupo. A pesquisa utilizará a História Oral Temática, entrevistando membros do grupo, para analisar como o Solo Sagrado constrói identidades e atua na dinâmica social da região.
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...Adriana Rocha
[1] O documento discute as fronteiras porosas entre o catolicismo e a umbanda nas Folias de Reis em Nova Friburgo e como isso pode contribuir para o turismo cultural na cidade. [2] É observado sincretismo religioso em algumas Folias de Reis que abrigam terreiros de umbanda em suas sedes. [3] A memória coletiva das Folias de Reis é apontada como um possível atrativo turístico que pode ajudar a preservar o patrimônio cultural imaterial da cidade.
O documento discute a construção da identidade do tradicionalista gaúcho no século XX através da apropriação da identidade do gaúcho histórico do século XIX. Analisa como a imagem e representação do gaúcho foram construídas ao longo do tempo por meio de narrativas, escritos, imagens e discursos, e como isso influenciou a criação de uma identidade mítica do tradicionalista baseada no passado gaúcho.
O documento analisa a história da Vila de Cabeças, Bahia de 1920 a 1962, quando se tornou a cidade de Governador Mangabeira. Discute o apogeu econômico da Vila com o beneficiamento de tabaco e a importância política do Coronel João Altino da Fonseca. Também explora a origem do nome "Cabeças" e o contexto histórico do Recôncavo Baiano como região produtora de tabaco.
1) O documento analisa registros históricos sobre mulheres surdas, dividindo-se em três partes: produções publicadas sobre a história dos surdos, registros de histórias de mulheres surdas no Brasil e biografias de mulheres surdas reconhecidas.
2) A pesquisa teve como objetivo inspirar o reconhecimento da presença e importância das mulheres surdas, destacando suas histórias e lutas por direitos iguais.
3) A autora busca registrar a presença feminina na história dos sur
Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do
negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma “cultura”. A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua
figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos
processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de
subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último.
Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê – considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé – a perspectiva colonial “demonizada” desta divindade acabou por influenciar os cultos afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos “originais”.
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede p...Viegas Fernandes da Costa
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede pública municipal de ensino.
Autor: Viegas Fernandes da Costa (Professor de História do Instituto Federal de Santa Catarina).
Apresentação realizada no II Simpósio Internacional História do Tempo Presente, 2014.
- O documento é um livro intitulado "Griots - culturas africanas: linguagem, memória, imaginário" que contém artigos de vários autores sobre culturas e literaturas africanas.
- O livro inclui uma apresentação que discute o papel dos griots na preservação da cultura oral africana através da música e da poesia e como isso influenciou a música nas Américas.
- Também contém um prefácio que enfatiza a importância de se conhecer e divulgar as raízes cultura
A construção da identidade cultural do gaúcho rio-grandense ocorreu de forma histórica, através da representação do passado por diferentes grupos ao longo do tempo. No século XIX, viajantes europeus representaram o gaúcho como nômade e selvagem, enquanto literatos brasileiros criaram outra imagem. No século XX, jovens urbanos fundaram o Movimento Tradicionalista e ressignificaram o gaúcho através de símbolos e rituais, construindo uma nova tradição.
Artigo completo IV EICS - Turismo Cultural na Amazônia: ressonância de proces...Amarildo Ferreira
Este documento discute o 11o MiritiFestival realizado em Abaetetuba, Pará em 2014. O festival promove o artesanato de miriti local e analisa como os processos afetivos, sensíveis e morais ressoam nas relações entre os artesãos durante o evento. O festival começou em 2004 para promover as vendas dos brinquedos de miriti fora do período do Círio de Nazaré e evoluiu para incluir shows e competições ao longo da década.
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...UNEB
Este documento analisa a representação das rezadeiras na sociedade de Riachão do Jacuípe entre os séculos XX e XXI. Através de entrevistas com três rezadeiras e questionários com seis pessoas, o estudo identifica as principais características da arte de rezar e como as rezadeiras são vistas pela população local. A pesquisa mostra que apesar de sua importância cultural, as rezadeiras enfrentaram exclusão e invisibilidade. A história oral foi fundamental para dar voz a esse grupo e compreender sua construção cultural no município
Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de AngolaREVISTANJINGAESEPE
Pedro, L. T. ., & Mussili, P. L. . (2021). Omau kwa tya nghalondjokonona yovakwanghala vomo Angola – ova !kung (!xung) novakedi vo mokunene: Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de Angola. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 164–188. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/857
Apresentação IV EICS - Turismo Cultural na Amazônia: ressonância de processos...Amarildo Ferreira
O município de Abaetetuba, no estado do Pará, é caracterizado artístico-culturalmente pela presença de artesãos que criam, a partir da palmeira conhecida popularmente como miriti, diversos tipos de artesanato, com destaque para os denominados Brinquedos de Miriti, atividade única e própria do município. Este trabalho discute a ressonância de processos afetivos, sensíveis e morais nas relações sociais e culturais que os artesãos que criam esse tipo de brinquedo, denominados de artesãos de miriti, desenvolveram entre si ou com agentes responsáveis por controles mercadológicos ou por políticas públicas durante a realização do 11º MiritiFestival, evento de importância social, cultural e econômica que ocorreu em um espaço público de Abaetetuba no mês de maio de 2014. Para alcance desse objetivo, foram realizadas observações e entrevistas durante a organização e realização do festival, com realização prévia de revisão bibliográfica para articulação dos quadros teóricos aplicados na investigação, os quais partem dos conceitos apresentados por Bourdieu de campo de relações e de habitus, e aprofundam-se com a contribuição dos estudos dos ajuntamentos e das interações que Goffman empreendeu e que permitem a compreensão dos significados e sentidos que ressonam durante o encontro de dois ou mais indivíduos que estão na presença imediata uns dos outros num dado momento. Esse procedimento permitiu constatar que as relações que ocorrem no interior de atividades artístico-culturais específicas e que contribuem para defini-las permitem entender que práticas consideradas culturais também exercem funções econômicas e sociais – o que é facilmente percebido no MiritiFestival enquanto evento de celebração dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba, atrativo turístico desse município denominado como “Capital Mundial dos Brinquedos de Miriti”, e momento de realização de trocas simbólicas e econômicas entre expositores e visitantes, agentes mercadológicos ou responsáveis por políticas públicas. Também permitiu entender por que os artesãos de miriti, talvez como resposta às pressões exercidas por turistas e outros tipos de consumidores, por lojas de artesanato, por produtores culturais, por instituições de fomento ao empreendedorismo e por órgãos culturais e de gestão e planejamento turístico, por exemplo, ampliam as formas de artesanato que criam e modificam suas maneiras de criar, comercializar e se associar sem mudarem, contudo, o princípio gerador de suas práticas e, por isso, conseguem manter-se e reproduzir-se no campo de relações do qual fazem parte. Ademais, também se pode afirmar que o evento constituiu-se em diversos lugares para onde confluíram significados e sentidos e nos quais as ações eram orientadas e se modificavam de acordo com cada situação vivenciada pelos atores durante aquela ocasião social, ora suscitando relações de cooperação, ora trazendo à tona
O documento resume um livro sobre os conflitos socioambientais na Reserva Extrativista de Tauá-Mirim em São Luís, Maranhão. O livro descreve a disputa entre moradores que reivindicam o território e o projeto de um polo siderúrgico na área em 2001. Analisa como diferentes grupos atribuem significados diferentes ao território e como o conflito ambientalizou um conflito social. Discutem-se também o modo de vida tradicional na região e os movimentos sociais em defesa da reserva.
Este documento discute as relações entre cultura e educação e as políticas culturais. A cultura deve ser vista como um movimento em mão dupla entre a cidade e o interior, preservando as manifestações culturais locais e promovendo o acesso à cultura erudita. As políticas culturais devem equilibrar a conservação do patrimônio e a promoção da criação artística. A cultura não deve ser vista apenas como expressão elitista, mas como modo de vida e produção das comunidades.
O documento descreve as atividades do Quarto Festival Sul-Americano de Cultura Árabe (Saca) que está ocorrendo na Escola Estadual Comendador Miguel Maluhy até o final de abril, incluindo exposições, poesias, filmes e debates sobre a cultura e literatura árabe e suas conexões com a América do Sul.
Este artigo discute a cultura híbrida e rica do estado de Mato Grosso do Sul no Brasil, examinando especificamente a manifestação popular conhecida como El Toro Candil. El Toro Candil é uma brincadeira envolvendo um boi de madeira com tochas nos chifres, realizada principalmente na fronteira com o Paraguai e que mistura elementos culturais dos dois países. O artigo argumenta que El Toro Candil representa a natureza híbrida da cultura na fronteira, onde novas formas culturais emer
- O documento descreve uma pesquisa sobre como a mídia de massa e o capitalismo influenciaram a manifestação cultural do Bumba-Meu-Boi no Maranhão, espetacularizando-a para fins comerciais.
- Originalmente, o Bumba-Meu-Boi era uma expressão folclórica local com roupas e temas simples relacionados à comunidade, mas hoje busca popularidade com belas índias, temas de moda e patrocínios de empresas.
- Isso faz com que perca sua essência e significado religios
O documento discute as repúblicas estudantis em Ouro Preto (MG) como uma tradição cultural que pode ser explorada para fins turísticos. Ele analisa especificamente a Festa do Doze, uma festa anual realizada pelas repúblicas para celebrar seus ex-moradores, como uma motivação para o turismo cultural na cidade. O documento fornece detalhes sobre a história e tradições das repúblicas estudantis em Ouro Preto.
O documento descreve a festa de São Pedro em Retirolândia, Bahia entre 1966 e 2010. Apesar de ter nome religioso, a festa é celebrada em espaço laico sem vínculo à Igreja Católica, tornando-se a maior manifestação cultural local. O texto também discute as mudanças e permanências na festa ao longo dos anos e as múltiplas relações que ocorrem durante sua realização.
Este documento analisa o Solo Sagrado de Guarapiranga no âmbito da História Regional para identificar sua vinculação à classe, religião, cultura e espaço e caracterizar a formação da identidade do grupo. A pesquisa utilizará a História Oral Temática, entrevistando membros do grupo, para analisar como o Solo Sagrado constrói identidades e atua na dinâmica social da região.
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...Adriana Rocha
[1] O documento discute as fronteiras porosas entre o catolicismo e a umbanda nas Folias de Reis em Nova Friburgo e como isso pode contribuir para o turismo cultural na cidade. [2] É observado sincretismo religioso em algumas Folias de Reis que abrigam terreiros de umbanda em suas sedes. [3] A memória coletiva das Folias de Reis é apontada como um possível atrativo turístico que pode ajudar a preservar o patrimônio cultural imaterial da cidade.
O documento discute a construção da identidade do tradicionalista gaúcho no século XX através da apropriação da identidade do gaúcho histórico do século XIX. Analisa como a imagem e representação do gaúcho foram construídas ao longo do tempo por meio de narrativas, escritos, imagens e discursos, e como isso influenciou a criação de uma identidade mítica do tradicionalista baseada no passado gaúcho.
O documento analisa a história da Vila de Cabeças, Bahia de 1920 a 1962, quando se tornou a cidade de Governador Mangabeira. Discute o apogeu econômico da Vila com o beneficiamento de tabaco e a importância política do Coronel João Altino da Fonseca. Também explora a origem do nome "Cabeças" e o contexto histórico do Recôncavo Baiano como região produtora de tabaco.
1) O documento analisa registros históricos sobre mulheres surdas, dividindo-se em três partes: produções publicadas sobre a história dos surdos, registros de histórias de mulheres surdas no Brasil e biografias de mulheres surdas reconhecidas.
2) A pesquisa teve como objetivo inspirar o reconhecimento da presença e importância das mulheres surdas, destacando suas histórias e lutas por direitos iguais.
3) A autora busca registrar a presença feminina na história dos sur
Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do
negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma “cultura”. A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua
figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos
processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de
subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último.
Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê – considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé – a perspectiva colonial “demonizada” desta divindade acabou por influenciar os cultos afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos “originais”.
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede p...Viegas Fernandes da Costa
O Patrimônio Cultural de Garopaba (SC) na percepção dos professores da rede pública municipal de ensino.
Autor: Viegas Fernandes da Costa (Professor de História do Instituto Federal de Santa Catarina).
Apresentação realizada no II Simpósio Internacional História do Tempo Presente, 2014.
- O documento é um livro intitulado "Griots - culturas africanas: linguagem, memória, imaginário" que contém artigos de vários autores sobre culturas e literaturas africanas.
- O livro inclui uma apresentação que discute o papel dos griots na preservação da cultura oral africana através da música e da poesia e como isso influenciou a música nas Américas.
- Também contém um prefácio que enfatiza a importância de se conhecer e divulgar as raízes cultura
A construção da identidade cultural do gaúcho rio-grandense ocorreu de forma histórica, através da representação do passado por diferentes grupos ao longo do tempo. No século XIX, viajantes europeus representaram o gaúcho como nômade e selvagem, enquanto literatos brasileiros criaram outra imagem. No século XX, jovens urbanos fundaram o Movimento Tradicionalista e ressignificaram o gaúcho através de símbolos e rituais, construindo uma nova tradição.
Artigo completo IV EICS - Turismo Cultural na Amazônia: ressonância de proces...Amarildo Ferreira
Este documento discute o 11o MiritiFestival realizado em Abaetetuba, Pará em 2014. O festival promove o artesanato de miriti local e analisa como os processos afetivos, sensíveis e morais ressoam nas relações entre os artesãos durante o evento. O festival começou em 2004 para promover as vendas dos brinquedos de miriti fora do período do Círio de Nazaré e evoluiu para incluir shows e competições ao longo da década.
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...UNEB
Este documento analisa a representação das rezadeiras na sociedade de Riachão do Jacuípe entre os séculos XX e XXI. Através de entrevistas com três rezadeiras e questionários com seis pessoas, o estudo identifica as principais características da arte de rezar e como as rezadeiras são vistas pela população local. A pesquisa mostra que apesar de sua importância cultural, as rezadeiras enfrentaram exclusão e invisibilidade. A história oral foi fundamental para dar voz a esse grupo e compreender sua construção cultural no município
Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de AngolaREVISTANJINGAESEPE
Pedro, L. T. ., & Mussili, P. L. . (2021). Omau kwa tya nghalondjokonona yovakwanghala vomo Angola – ova !kung (!xung) novakedi vo mokunene: Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de Angola. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 164–188. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/857
Apresentação IV EICS - Turismo Cultural na Amazônia: ressonância de processos...Amarildo Ferreira
O município de Abaetetuba, no estado do Pará, é caracterizado artístico-culturalmente pela presença de artesãos que criam, a partir da palmeira conhecida popularmente como miriti, diversos tipos de artesanato, com destaque para os denominados Brinquedos de Miriti, atividade única e própria do município. Este trabalho discute a ressonância de processos afetivos, sensíveis e morais nas relações sociais e culturais que os artesãos que criam esse tipo de brinquedo, denominados de artesãos de miriti, desenvolveram entre si ou com agentes responsáveis por controles mercadológicos ou por políticas públicas durante a realização do 11º MiritiFestival, evento de importância social, cultural e econômica que ocorreu em um espaço público de Abaetetuba no mês de maio de 2014. Para alcance desse objetivo, foram realizadas observações e entrevistas durante a organização e realização do festival, com realização prévia de revisão bibliográfica para articulação dos quadros teóricos aplicados na investigação, os quais partem dos conceitos apresentados por Bourdieu de campo de relações e de habitus, e aprofundam-se com a contribuição dos estudos dos ajuntamentos e das interações que Goffman empreendeu e que permitem a compreensão dos significados e sentidos que ressonam durante o encontro de dois ou mais indivíduos que estão na presença imediata uns dos outros num dado momento. Esse procedimento permitiu constatar que as relações que ocorrem no interior de atividades artístico-culturais específicas e que contribuem para defini-las permitem entender que práticas consideradas culturais também exercem funções econômicas e sociais – o que é facilmente percebido no MiritiFestival enquanto evento de celebração dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba, atrativo turístico desse município denominado como “Capital Mundial dos Brinquedos de Miriti”, e momento de realização de trocas simbólicas e econômicas entre expositores e visitantes, agentes mercadológicos ou responsáveis por políticas públicas. Também permitiu entender por que os artesãos de miriti, talvez como resposta às pressões exercidas por turistas e outros tipos de consumidores, por lojas de artesanato, por produtores culturais, por instituições de fomento ao empreendedorismo e por órgãos culturais e de gestão e planejamento turístico, por exemplo, ampliam as formas de artesanato que criam e modificam suas maneiras de criar, comercializar e se associar sem mudarem, contudo, o princípio gerador de suas práticas e, por isso, conseguem manter-se e reproduzir-se no campo de relações do qual fazem parte. Ademais, também se pode afirmar que o evento constituiu-se em diversos lugares para onde confluíram significados e sentidos e nos quais as ações eram orientadas e se modificavam de acordo com cada situação vivenciada pelos atores durante aquela ocasião social, ora suscitando relações de cooperação, ora trazendo à tona
O documento resume um livro sobre os conflitos socioambientais na Reserva Extrativista de Tauá-Mirim em São Luís, Maranhão. O livro descreve a disputa entre moradores que reivindicam o território e o projeto de um polo siderúrgico na área em 2001. Analisa como diferentes grupos atribuem significados diferentes ao território e como o conflito ambientalizou um conflito social. Discutem-se também o modo de vida tradicional na região e os movimentos sociais em defesa da reserva.
Neil smith e o desenvolvimento desigual do capitalismoajr_tyler
1) O documento discute as ideias do geógrafo Neil Smith sobre o desenvolvimento desigual do capitalismo a partir de uma perspectiva marxista.
2) Neil Smith argumenta que o desenvolvimento desigual é espacial, levando à diferenciação e igualização geográficas à medida que o capitalismo incorpora diferenças regionais.
3) O trabalho humano permite o desenvolvimento das forças produtivas e a apropriação da terra e da natureza de forma desigual em diferentes regiões, resultando na produção espacial desigual do capitalismo.
O estado brasileiro, a economia da vale na amazônia maranhense e a rede justi...ajr_tyler
O objetivo deste texto é discutir a relação existente entre o Estado Brasileiro e a Economia da
Vale tendo como universo empírico a Amazônia Maranhense, principal área de atuação da Rede Justiça nos
Trilhos. No primeiro momento, é investigado como a Vale foi desenvolvendo suas atividades baseando-se
na política desenvolvimentista do Estado Brasileiro capitaneada pelo BNDES. Em seguida é apresentada
e debatida a formação da referida Rede no espaço geográfico da Amazônia Maranhense. A escolha deste
enfoque metodológico serve para a promoção de uma análise que permita a compreensão das lutas sociais
e políticas que são travadas pela Rede Justiça nos Trilhos em diversas escalas geográficas
Resenha o enigma do capital, de David Harveyajr_tyler
Este documento resume um livro de David Harvey chamado "O enigma do capital" em três parágrafos. A obra analisa as crises do capitalismo e como o capital flui através do espaço e do tempo em busca de acumulação contínua, enfrentando barreiras. O autor também discute como a natureza é afetada pelo capitalismo e como as crises podem ter impactos geograficamente desiguais em diferentes países.
David harvey e a teoria do desenvolvimento geográfico desigual do capitalismoajr_tyler
Este documento resume a teoria do desenvolvimento geográfico desigual do geógrafo marxista David Harvey. Harvey argumenta que o desenvolvimento capitalista é desigual no espaço e no tempo devido à produção de escalas espaciais e diferenças geográficas pelo capital. A teoria é aplicada aqui ao caso da empresa Suzano Papel e Celulose e sua influência no estado do Maranhão no Brasil.
O documento discute o problema do desemprego no Brasil. A taxa de desemprego subiu para 9% em março de 2009, com 2,08 milhões de desempregados nas principais regiões metropolitanas. O desemprego no Brasil é afetado por fatores estruturais como a concentração na agricultura e falta de qualificação, e conjunturais como a crise econômica. Há também desemprego tecnológico devido à automação e friccional por mudanças de emprego.
O desenvolvimento geográfico desigual da suzano papel e celulose no maranhãoajr_tyler
Busca-se investigar o desenvolvimento geográfico desigual da Suzano no Maranhão, atentando para a relação com o Estado, os conflitos sociais e os impactos ambientais. Concebe-se, aqui, a Suzano como um agente social e econômico dotado de características particulares cujas ações influenciam e reverberam nas dimensões socioambientais do espaço
geográfico maranhense e além fronteiras. Para isto realizou-se três etapas principais: trabalhos
de campo, a revisão bibliográfica e a produção da dissertação. Além da apresentação, introdução e metodologia, a dissertação está dividida em cinco capítulos. No primeiro capítulo procurou-se entender o debate realizado por alguns geógrafos acerca da discussão desenvolvimento/subdesenvolvimento. São destacados os seguintes autores: 1) Yves Lacoste,
2) Milton Santos 3) Horieste Gomes, 4) Germán Wettstein, 5) Carlos Walter Porto-Gonçalves e 6) Jorge Montenegro Gómez. No segundo capítulo, advogo que a leitura do capitalismo contemporâneo, para além da dicotomia desenvolvido-subdesenvolvido, deve tomar como
base a teoria do desenvolvimento geográfico desigual do capitalismo, sustentada pelos geógrafos Neil Smith e David Harvey. No capítulo terceiro, trouxe para a discussão reflexões acerca do papel do Estado na evolução histórica do Grupo Suzano, bem como seu
consequente desenvolvimento. Sustento que o apoio do Estado é de fundamental importância para o desenvolvimento da empresa. Apoio esse que se materializa em isenções fiscais, planos de desenvolvimento e apoios financeiros, como no caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No quarto capítulo, que trata sobre os projetos de desenvolvimento, o intuito é ofertar um panorama geral acerca da territorialização da empresa no referido Estado. Procuro, sempre que possível, refletir teoricamente acerca da interconexão dos projetos florestais, plantas industriais, acessos rodoferroviários e terminal portuário. Por fim, apresento uma reflexão na qual pretendo compreender a produção da natureza como estratégia de acumulação analisando a aquisição da empresa de biotecnologia FuturaGene pela Suzano.
1) O documento discute os tipos de desemprego, incluindo desemprego estrutural, conjuntural e friccional.
2) A taxa de desemprego em Portugal atingiu 15% no segundo trimestre de 2012, o nível mais alto, com Lisboa tendo a maior taxa.
3) Várias medidas ineficazes e contraproducentes para reduzir o desemprego são discutidas e rejeitadas.
1) O documento discute a cultura popular brasileira e sua desvalorização pela elite, apesar de ser formada por contribuições de diversos povos.
2) Analisa a Roda do Palmeira Mirim como manifestação cultural de Senhor do Bonfim que recebe pouca valorização dos moradores locais.
3) Tem como objetivo identificar os significados que as integrantes da Roda do Palmeira Mirim dão à cultura popular bonfinense.
1. O Arraial do Pavulagem surgiu em 1987 na Praça da República em Belém como uma brincadeira de cantoria aos domingos entre amigos artistas locais, liderados por Ruy Baldez.
2. Ao longo dos anos, o grupo foi se estruturando e ampliando sua proposta para divulgar a cultura popular paraense em todas as suas vertentes, como música, dança e expressões culturais.
3. Mesmo após a perda de Ruy Baldez em 1999, o Arraial continuou seu trabalho de preservação e difus
O documento discute as influências culturais africanas na cultura brasileira, incluindo a culinária, música, dança, religião e língua. Ele destaca como elementos culturais africanos, como o samba, o candomblé e palavras da língua, se tornaram parte integrante da identidade brasileira.
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...UNEB
Este trabalho analisa a política nacional representada nos folhetos populares baianos produzidos entre 1950-1980. A literatura de cordel é vista como fonte histórica que registra fatos e ideias de sua época de forma acessível ao povo. Os folhetos denunciavam problemas sociais e políticos, combatiam o perigo comunista durante a Guerra Fria e utilizavam imagens religiosas para falar de política. O estudo busca entender os significados atribuídos pelos poetas e ouvintes sobre os acontecimentos nacionais
Este documento discute políticas culturais na Bahia sob três perspectivas:
1) A cultura deve ser vista como um movimento de mão dupla entre o interior e a capital, com trocas e enriquecimento mútuos.
2) Há um equilíbrio a ser encontrado entre conservação do patrimônio e incentivo à criação cultural.
3) As políticas culturais devem valorizar tanto as manifestações eruditas quanto as expressões culturais populares e comunitárias.
PATRIMONIO CINEMATOGRÁFICO EM CAMPO GRANDE: PERSPECTIVAS DE SUSTENTABILIDADE ...1sested
Este documento discute o patrimônio cinematográfico na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele analisa a importância histórica e cultural dos cinemas na vida da população local e como esses espaços culturais foram em grande parte substituídos por outros que não preservam o patrimônio cultural. Também aborda conceitos como cultura, território, memória e desenvolvimento local para entender como o patrimônio cinematográfico pode ser preservado e aproveitado para promover o lazer da popula
Este documento resume uma análise das políticas culturais, gestão e produção cultural no estado da Bahia, Brasil, com base em depoimentos de profissionais da área. Apresenta uma compreensão mais ampla de cultura que tem guiado as políticas estaduais, bem como avanços nessas políticas nos últimos anos, apesar de algumas críticas. Destaca também mecanismos de financiamento como editais e as leis de incentivo.
Este artigo resume o caju como patrimônio cultural brasileiro, explorando como ele está enraizado na cultura e identidade do país. As autoras descrevem como o caju teve um papel central em suas próprias infâncias em estados diferentes e analisam pesquisas que mostram a importância do caju para comunidades rurais. Elas argumentam que o caju deve ser reconhecido como patrimônio cultural devido à sua longa história no Brasil, uso em diversas áreas e significado cultural profundo para o povo brasileiro.
Este documento discute os conceitos de povo, cultura e literatura popular regional no Brasil. No primeiro capítulo, define-se povo como as classes populares e menos abastadas da sociedade. Explica-se que cultura está ligada às manifestações do modo de vida de determinada sociedade, como expressões, tradições e costumes. Por fim, estabelece-se a relação entre povo, folclore e cultura popular como forma de expressão do povo brasileiro.
Este documento discute a origem e popularidade da lambada como um produto cultural brasileiro. Apresenta o carimbó como ancestral direto da lambada, dança originária do povo Yorubá. Também descreve como a influência das músicas caribenhas através do rádio contribuiu para o desenvolvimento da lambada no norte do Brasil, resultando em um ritmo híbrido que mistura elementos do carimbó, guitarrada, forró, zouk e merengue. Finalmente, destaca o sucesso internacional da lambada após dois empresários fr
1) O documento discute as diferenças e semelhanças entre terreiros de Umbanda no Rio de Janeiro e Dourados.
2) Ele observa a presença de "baianos" nos terreiros de Dourados, quase ausentes no Rio, e busca entender seu papel no panteão umbandista.
3) O autor identifica os baianos como figuras de cangaceiros nordestinos ligados à malandragem, semelhantes aos Zé Pelintra.
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...UNEB
1) O documento discute as festividades em homenagem aos Santos Reis realizadas em Conceição do Coité entre 1990-2009, analisando as imbricações entre os aspectos sagrados e profanos e como a cultura africana contribuiu para o festejo.
2) A festa passou a ser objeto de estudo da historiografia a partir da década de 1970, permitindo compreender a religiosidade popular e suas relações com diferentes segmentos sociais.
3) O conceito de cultura popular é complexo e dinâmico, não fixo
1) O documento discute a cultura no Brasil, enfatizando sua diversidade e pluralidade. Cada região possui suas próprias manifestações culturais.
2) As festas populares são importantes expressões culturais que reafirmam a identidade dos grupos através de elementos como música, dança e artefatos.
3) O estudo irá se concentrar especialmente no Reisado, manifestação cultural do distrito de Igara com influência portuguesa, e analisar como os idosos se identificam com ela e o papel da mem
Povoado cruz contribuições aos estudos dos quilombosAlunos da UNEB
Este documento discute a pesquisa realizada sobre a Comunidade Quilombola do Povoado Cruz em Delmiro Gouveia, Alagoas. Os autores realizaram entrevistas e pesquisa bibliográfica para resgatar a história oral e aspectos culturais desta comunidade. Eles argumentam que o reconhecimento da diversidade cultural é essencial para promover a inclusão e a pluralidade no Brasil. A pesquisa visa valorizar a cultura de origem africana desta comunidade e contribuir para o debate sobre educação afro-brasileira.
O documento discute a importância da cultura afro-brasileira e indígena no Brasil. Ele descreve como essas culturas influenciam a vida cotidiana por meio de tradições como falar, comer e celebrar. Também destaca a importância de reconhecer e valorizar essas identidades culturais para promover a autoestima entre crianças e adolescentes. Finalmente, discute como a educação pode ajudar a superar preconceitos e garantir os direitos dessas populações.
Pronto de leandro gomes de barros a rodolfo coelhoatodeler
Este documento discute a literatura de cordel no Brasil, especificamente o poeta Rodolfo Coelho Cavalcante. Primeiramente, aborda a cultura popular e como ela é frequentemente menosprezada em relação à cultura erudita. Em seguida, fornece um breve histórico do cordel no Brasil desde Leandro Gomes de Barros. Por fim, introduz o poeta Rodolfo Coelho Cavalcante como o foco do estudo.
Este documento discute três obras de arte que representam aspectos da cultura afro-brasileira, como a religião Candomblé e a capoeira. As obras podem ser usadas para ensinar estudantes sobre a diversidade cultural do Brasil e a importância das contribuições africanas para a identidade nacional.
O documento discute a cultura hip-hop no Brasil e como ela representa novas formas de identidade e pertencimento cultural. O hip-hop surgiu nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo, sendo adotado por jovens de periferias urbanas como uma expressão das experiências compartilhadas de discriminação e segregação. O hip-hop também desafia a dicotomia entre arte e política, representando vozes marginalizadas.
Semelhante a Cultura, metamorfose, território e identidade uma análise d2 (20)
Idealismo e materialismo, geografia crítica e a concepção da abstração espacialajr_tyler
1) O documento discute a dicotomia entre idealismo e materialismo na filosofia, com ênfase no materialismo de Feuerbach e no materialismo marxista.
2) Analisa a obra de Engels "Ludwig Feuerbach e o fim da Filosofia Clássica Alemã" para entender as diferenças entre o materialismo de Feuerbach e o materialismo evoluído de Marx e Engels.
3) Tem como objetivo mostrar que a abstração espacial representa um retorno ao idealismo, especialmente de Kant e Hegel, enquant
Este documento resume um trabalho acadêmico sobre a obra "Fronteira" do sociólogo brasileiro José de Souza Martins. O trabalho analisa como Martins conceitua a fronteira como um lugar de conflito e desumanização, onde diferentes concepções de humanidade colidem. Ele argumenta que a fronteira representa o renascimento do capitalismo através da superexploração do trabalho e formas análogas à escravidão. O trabalho também discute a metodologia de Martins, que adota a perspectiva das vítimas e realiza
Acumulação primitiva, capital fictício e acumulação por espoliaçãoajr_tyler
Este trabalho busca introduzir uma leitura geográfica da economia política contemporânea enfatizando a relação entre a acumulação primitiva, capital fictício e acumulação por espoliação. Primeiro retorna-se ao conceito marxiano de acumulação primitiva. Em seguida,
baseando-se em F. Chesnais, estabelece-se a relação da acumulação primitiva com o capital fictício. Por fim, pontua-se a dialética entre os dois fenômenos e o conceito de acumulação por espoliação de D. Harvey.
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contribuir para o estudo da temática dos conflitos socioambientais considerando a necessidade de se
compreender a atuação de determinados agentes particulares que interferem no campo sócioeconômico
e políticoambiental. Como objeto de estudo, selecionouse a Companhia V ale do Rio Doce (CVRD),
atualmente V ale S.A, por sua ação em mais de 30 países que tem gerado vários impactos
socioambientais. Assim, analisamos o documento intitulado “Política de Desenvolvimento Sustentável”,
decompondo os elementos que a constituem e buscando, quando possível, redarguir as afirmações
presentes no documento com casos concretos
A geografia política dos conflitos ambientais no maranhão território, desenvo...ajr_tyler
Este trabalho, a partir de um ponto de vista crítico, identificado com a ecologia política,visa contribuir para o estudo da temática dos conflitos socioambientais, considerando a necessidade de se compreender a atuação de determinados agentes particulares atuantes que interferem no campo sócio-econômico e político-ambiental, possibilitando, destarte, entender conjuntamente como processa-se as diversas espacializações, as relações de forças antagônicas/co-existentes e os conflitos resultantes. Como objeto de estudo, selecionou-se a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), atualmente Vale S.A, devido a sua intensa influência, materializado na sua territorialização, no Estado do Maranhão, que tem ocasionado vários
impactos sociais e injustiças ambientais em virtude do seu planejamento político-econômico que promove inadequadamente transformações de cunho social e ambiental (geográfico), como o deslocamento de populações e a apropriação do território, respectivamente. Dentro desta perspectiva, foi realizado o estudo da distribuição dos conflitos ambientais no Maranhão, através do discurso contido no documento intitulado Relatório de Sustentabilidade 2009 da Vale,
buscando, quando possível, redarguir as afirmações presentes no documento com casos concretos.
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Este trabalho busca promover uma leitura geográfica da economia política da Vale uma vez que considera necessária a compreensão determinados agentes particulares que interferem no campo econômico e político. De acordo com a dialética marxista, propõe-se
uma análise multiescalar porque os processos econômicos (produção, distribuição, circulação
e consumo) atravessam várias escalas. Dessa forma, ancorando -se na teoria do desenvolvimento geográfico desigual, sustentada pelo geógrafo marxista David Harvey, selecionou-se como objeto de estudo o Orçamento de Investimentos para 2012 da Vale S.A
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1) O documento discute a compreensão metodológica do autor, comparando os métodos dialético de Hegel e Marx.
2) Marx e Engels se opuseram ao entendimento idealista da história de Hegel, propondo em vez disso uma dialética materialista focada nas relações sociais de produção e na luta de classes.
3) O autor defende o uso do materialismo dialético de Marx e Engels para analisar as realidades sociais, considerando as relações sociais concretas e a unidade na diversidade como um processo de síntese.
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Este documento discute como a economia se tornou fascista ao longo do desenvolvimento do capitalismo. A economia foi paulatinamente deturpada de seu significado original de estudar a reprodução material da sociedade para se tornar uma ciência da produção de pobreza e miséria. O autor argumenta que a economia contemporânea é antidemocrática, antiliberal e anti-social, privando as pessoas de liberdade e participação política em benefício do poder e lucro de poucos capitalistas.
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Este documento analisa o discurso de desenvolvimento e sustentabilidade contido no relatório de desempenho da Vale no primeiro trimestre de 2011. O documento questiona como a Vale articula desenvolvimento e sustentabilidade em suas atividades de mineração, que são agressivas ao meio ambiente. Além disso, analisa os indicadores financeiros apresentados pela empresa e como eles refletem seu foco no retorno aos acionistas acima de preocupações ambientais e sociais.
O documento analisa o desempenho da mineradora Vale no primeiro trimestre de 2011, destacando seu lucro recorde de R$11 bilhões impulsionado pelas vendas de minério de ferro para a China. No entanto, também discute os impactos socioambientais negativos de suas operações, como conflitos fundiários e desrespeito aos direitos de indígenas e quilombolas.
Este documento discute as bases filosóficas do idealismo e do materialismo, comparando as visões de pensadores como Platão, Aristóteles, Descartes, Marx e Engels. Também aborda a possibilidade de um marxismo ecológico, analisando textos como os Manuscritos Econômico-Filosóficos e A Ideologia Alemã. Por fim, reflete sobre a renovação do marxismo e o ecossocialismo.
Diversidade no pensamento de friedrich engels materialismo e naturezaajr_tyler
Este documento discute o pensamento materialista de Friedrich Engels e suas implicações para uma abordagem ecológica das relações socionaturais. Engels critica o idealismo de Hegel por ver a natureza como uma exteriorização do espírito. Ele elogia Feuerbach por restaurar o materialismo, rejeitando a dependência da natureza em relação à filosofia. Engels defende um materialismo ecológico que reconhece a evolução das ciências naturais e as relações dinâmicas entre seres humanos e meio ambiente.
O documento descreve o desenvolvimento desigual no Maranhão promovido por projetos de infraestrutura da Vale S.A. que causaram impactos socioambientais negativos, especialmente nas comunidades quilombolas de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo. Apresenta também as contestações dessas comunidades aos processos de regularização fundiária iniciados em 2004 e 2005.
Cultura, metamorfose, território e identidade uma análise d2
1. 1
CULTURA, METAMORFOSE, TERRITÓRIO E IDENTIDADE: UMA
ANÁLISE DO BUMBA-MEU-BOI NO MARANHÃO1
CULTURE, METAMORPHOSIS, TERRITORY AND IDENTITY: AN
ANALYSIS OF BUMBA-MEU-BOI IN MARANHÃO
Danniel Madson Vieira Oliveira.
(Graduando em Geografia pela UFMA2/Diretor de RH da GEOTEC3).
<dannielmadson@hotmail.com>
José Arnaldo dos Santos Ribeiro Junior.
(Graduando em Geografia pela UFMA/ Monitor da Disciplina Metodologia da
Pesquisa em Geografia e membro do GEDMMA 4).
<aj_ramone@hotmail.com>
RESUMO: Este artigo retrata as metamorfoses culturais, territoriais e identitárias no
Bumba-meu-Boi tradicional decorrentes da modernização e transição dessa festa
camponesa para uma festa urbana. Dessa forma elencam-se as temáticas: cultura,
território e identidade, fazendo uma revisão bibliográfica de autores especializados
em cada categoria de análise, com o objetivo de entender o imbricamento entre o
tradicional e o moderno na principal manifestação junina maranhense: o Bumba-
meu-Boi, assim como explanar sobre a festividade e seus desdobramentos sócio-
culturais; mostrar como esta representação funciona como elo entre identidade e
território; e diagnosticar como essa festa serve de forma vital para a afirmação da
identidade sócio-territorial e cultural maranhense.
Palavras-chave: Cultura Maranhense. Bumba-meu-Boi. Transformações Culturais.
ABSTRACT: This article depicts the cultural, territorial and identity metamorphosis in
the traditional Bumba-meu-Boi due to modernization and transition of the peasant
party to a party city. Thus lists are themes: culture, territory and identity, making a
review of authors specializing in each category of analysis, aiming to understand the
interlinked between the traditional and the modern in the main manifestation Junina of
Maranhão, the Bumba-meu-Boi, and explain about the festival and its socio-cultural
developments, show how this representation acts as link between identity and
territory, and diagnose how this festival is so vital to the affirmation of socio- territorial
and cultural identity of Maranhão.
Keywords: Maranhão Culture. Bumba-meu-Boi. Cultural Change.
1
Os autores agradecem ao NAE (Núcleo de Assuntos Estudantis - UFMA) pelo financiamento
recebido.
2
Universidade Federal do Maranhão.
3
Empresa Júnior de Geografia – UFMA.
4
Grupo de Estudos Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente.
2. 2
1 INTRODUÇÃO
Sempre houve na história da humanidade uma necessidade de se conhecer.
Conhecer uma religião, um território, uma manifestação cultural. E, dentro da
Geografia, esta necessidade não se excetuou. Para desenvolver suas relações
sociais e suas relações territoriais, o homem teve a necessidade de conhecer as
estruturas culturais, as formas de manifestação e o folclore de cada unidade de área
ao longo de um período dinâmico e espaço-temporal.
Dentro deste horizonte vislumbram-se as manifestações folclóricas como
perspectivas alusivas às representações sociais inerentes às singularidades e
coletividades de cada território. O estudo científico das manifestações festivas tem
por finalidade identificar os diversos tipos de cultura, caracterizá-los, classificá-los e
interpretá-los, objetivando estruturar toda a conjuntura sócio-territorial do folclore
como forma de afirmação da identidade. Ateste-se ainda a este conceito, a
importância intrínseca que cada festejo contribui para a preservação dos laços e
traços culturais.
Com efeito, as representações culturais não são homogêneas em todo o
mundo. Por isso, é significante pensar-se as festividades de uma forma individual e
ao mesmo tempo conjunta, mostrando que cada tipo de manifestação festiva apesar
de ter suas características típicas, apresenta paralelismos.
A partir deste momento, o Bumba-meu-Boi torna-se fundamental para o
estudo científico da relação cultura, identidade e território. É no bojo desta discussão
que o presente trabalho geoantropológico foi desenvolvido. Nesta análise, buscou-se
mais do que uma simples conceituação dessa manifestação folclórica. Teve-se como
desígnio mostrar as metamorfoses impostas pela absorção da modernidade pelo
Bumba-meu-Boi, assim como a sua singularidade com a interrelação entre as
temáticas território e identidade.
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar o imbricamento
entre o tradicional e o moderno na principal manifestação junina maranhense: o
Bumba-meu-Boi, assim como explanar sobre a festividade e seus desdobramentos
sócio-culturais; mostrar como esta representação funciona como elo entre identidade
e território; e diagnosticar como essa festa serve de forma vital para a afirmação da
identidade sócio-territorial e cultural maranhense.
3. 3
Para o alcance do entendimento por parte dos leitores deste trabalho,
realizaram-se algumas atividades em etapas tais como: levantamento e análise do
material bibliográfico; leitura de artigos, livros, monografias, dissertações e teses de
doutorado; além da observação de alguns vídeos que serviram como ferramenta de
auxílio para a compreensão do tema proposto, assim como pesquisa de campo.
Para a fundamentação teórica sobre o tema abordado e no intuito de pautar e
corroborar as informações aqui estudadas, foram analisadas diversas publicações,
destacando-se: Canclini (1986), Carvalho (1995), Martins (2007), Prado (1977),
Santos (1971) e Silva (2001).
A observação dos vídeos e no campo, que retratam algumas das muitas
realidades existentes no seio do Bumba-meu-Boi foi, indubitavelmente, de valor
inestimável para todo o processo de aquisição de conhecimento, bem como
reavaliação de paradigmas folclóricos.
Fez-se necessário a utilização do método dialético, haja vista foi possível
encontrar diferenças de pensamento, teorias e práticas, assim como uma
necessidade de mudança no sistema de percepção acerca das representações
culturais; a formação de opiniões presentes neste trabalho é resultante da
concepção de realidade existente em nossa sociedade: caracterizada sumariamente
pelos paralelismos, contradições e preconceitos.
Outro método aplicado foi o dedutivo, que possibilitou a formulação de um
argumento lógico, orientado por levantamentos bibliográficos, buscando através
deste meio evidenciar as mais diferentes e semelhantes abordagens para as
manifestações festivas, coligando-os com o dinamismo espaço-temporal,
constituindo desta forma questões de suma importância no que tange a
compreensão e o entendimento do referido trabalho.
Por fim, usufrui-se do método fenomenológico. Método este que se mostrou o
mais eficaz, uma vez que se trata de uma escala de análise que requeria uma
perspectiva in situ a partir da observação direta. Trabalhando com o sentindo restrito
e com o lato sensu de forma concomitante, acabamos por deflagrar diferentes
perspectivas.
4. 4
2 O BUMBA-MEU-BOI5
Em quase todo o decorrer da história da humanidade, o Boi tem tido seu lugar
de veneração como símbolo de virilidade, predominando sua presença nos cultos
agrários. O Bumba-meu-Boi é uma dança do folclore popular brasileiro, com
personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno da morte e
ressurreição de um Boi. Hoje em dia é muito popular e conhecida.
O Bumba-meu-Boi é sem dúvida um dos folguedos populares mais
característicos do Maranhão, com um elevado poder expressivo de
comunicação. Auto dramatizado, com uma constante temática conhecida
mas que se enriquece cada ano de novos elementos, o Bumba-meu-Boi tem
um elevado poder de comunicação porque funciona, no plano sócio-
psicológico, como uma espécie de revista do ano. As toadas que os
vaqueiros cantam, invariavelmente celebram acontecimentos verificados no
ano, marcando fatos e pessoas, numa identificação comum de anseios, num
nivelamento social que lembra os processos de transfert que as pitoigias
gregas representavam. E a expressão dramatizada do auto, em sua forma
típica de teatro, concorre igualmente para operar uma comunicação massal.
Brincando em pátios e terreiros, em ambiente aberto portanto, os figurantes
se identificam com o público que também participa ativamente do folguedo.
Com essas características, o Bumba-meu-Boi é uma forma de comunicação
popular ativa que desafia o tempo, numa vitalidade impressionante (VIEIRA
FILHO apud SANTOS, 1971).
A origem do Bumba-meu-Boi remete ao século XVIII, resultante das
divergências e do relacionamento entre os escravos e os senhores nas casas
grandes e senzalas. Refletia as condições sociais de negros e índios. A essência da
lenda enlaça a sátira, a comédia, a tragédia e o drama, e demonstra sempre o
contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um Boi. A dança folclórica
do Bumba-meu-Boi é um dos traços culturais marcantes na cultura brasileira,
principalmente na região Nordeste, mas disseminou-se por quase todos os estados
do país.
Do ponto de vista teatral, o folguedo deriva da tradição espanhola e da
portuguesa, tanto no que diz respeito ao desfile como à representação propriamente
dita; tradição de se encenarem peças religiosas de inspiração erudita, mas
destinadas ao povo para comemorar festas católicas nascidas na luta da Igreja
contra o paganismo. Esse costume foi retomado no Brasil pelos jesuítas em sua
obra de evangelização dos indígenas, negros e dos próprios portugueses
5
Segundo os escritos de Carvalho (1995), Dantas (2008), Lima (1982), Prado (1977) e Santos
(1971).
5. 5
aventureiros e conquistadores no catolicismo, por meio da encenação de pequenas
peças.
Como dança dramática, o Bumba-meu-Boi adquire através dos tempos
algumas características dos autos medievais, o que lhe dá o seu caráter de veículo
de comunicação. Simples, emocional, direto, linguagem oral, narrativa clara e uma
ampla identificação por parte do público, tomando semelhanças com a comédia
satírica ou tragicomédia pela estrutura dramática dos seus personagens alegóricos,
os incidentes cômicos e contextuais, a gravidade dos conflitos e o desenlace quase
sempre alegre, que funciona como um processo catártico.
O Bumba-meu-Boi é um ato popular difundido em vários estados, mas é no
norte e nordeste que ele adquire sua melhor expressão: Pará, Maranhão,
Piauí, Alagoas, etc. “Mas porém” no Maranhão, é que o Boi é diferente: é
ostentação, é opulência, é arte, é esbanjamento de arte e beleza (...) (LIMA,
1982, p. 05).
Ao espalhar-se pelo país, o Bumba-meu-Boi adquire nomes, ritmos, formas
de apresentação, indumentárias, personagens, instrumentos, adereços e temas
diferentes. Dessa forma, enquanto no Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas é
chamado Bumba-meu-Boi, no Pará e Amazonas é Boi-bumbá ou pavulagem; em
Pernambuco é Boi-calemba ou bumbá; no Ceará é Boi-de-reis, Boi-surubim e Boi-
zumbi; na Bahia é Boi-janeiro, Boi-estrela-do-mar, dromedário e mulinha-de-ouro; no
Paraná, em Santa Catarina, é Boi-de-mourão ou Boi-de-mamão; em Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Cabo Frio é Bumba ou folguedo-do-Boi; no Espírito Santo é Boi-de-
reis; no Rio Grande do Sul é Bumba, Boizinho, ou Boi-mamão; em São Paulo é Boi-
de-jacá e dança-do-Boi.
3 OS RITOS DO BUMBA-MEU-BOI TRADICIONAL NO MARANHÃO 6
O Bumba-meu-Boi delimita um universo rico e pujante, que mistura lazer,
trabalho, compromissos, festas, artes, ritos, mitos, performances, crenças e
devoção. Envolve milhares de maranhenses ao longo de seu ciclo festivo, que se
estende durante quase todo o ano, embora seu período de maior ebulição esteja
concentrado no mês de junho. Em linhas gerais, consiste na brincadeira que faz
dançar, cantar e tocar, em volta de uma carcaça de Boi bailante, um agregado de
6
Segundo os escritos de Carvalho (1995), Lima (1982) e Prado (1977).
6. 6
pessoas que se tratam por brincantes. Esses brincantes organizam-se em grupos
conhecidos localmente como Bumba-meu-Boi, Bumba-Boi ou simplesmente Boi. O
universo do Bumba-meu-Boi comporta diversos sotaques ou estilos de brincar:
sotaque da ilha, sotaque de orquestra, sotaque da baixada e sotaque costa-de-mão.
Cada sotaque engloba uma série de grupos com determinadas características que
os aproximam entre si e os separam de outros grupos pertencentes a outro sotaque;
todos os sotaques, contudo, são vistos como partes, ou aspectos, de um mesmo
fenômeno cultural.
A história que envolve a dança é a seguinte: um rico fazendeiro possui um Boi
muito bonito, que inclusive sabe dançar. Pai Chico, um trabalhador da fazenda,
rouba o Boi para satisfazer sua mulher Catarina ou Catirina, que está grávida e
sente uma forte vontade de comer a língua do Boi. O fazendeiro manda seus
empregados procurarem o Boi e quando o encontra, ele está doente. Os pajés
curam a doença do Boi e descobrem a real intenção de Pai Chico, o fazendeiro o
perdoa e celebra a saúde do Boi com uma grande festividade. A seguir uma
descrição de apresentação de Bumba-meu-Boi tradicional do Maranhão:
Vaqueiros e rapazes se parecem. São empregados do Amo e usam calças
estreitas, pouco abaixo dos joelhos, deixando ver as pernas das ceroulas
brancas, blusas frouxas de mangas compridas, de seda laquê, quase
sempre em cores fortes, os mesmos chapéus do amo, variando a
suntuosidade conforme a hierarquia, as roupas dos vaqueiros as mais ricas,
as dos rapazes as mais modestas. Seu número vai de 2 a 6, tanto para
rapazes como para os vaqueiros. Conduzem grandes varas coloridas,
extraordinária esterilização do instrumento vil e proletário usado para tanger
o gado, a vara-de-ferrão, transfiguradas por mãos hábeis em obra de arte,
motivo ornamental de grande efeito. Há dois tipos de varas ou “mourões”:
um, um galho seco, farto de ramos, e que é todo enrolado de tiras de papel
e enfeitado de fitas e de flores; outro, dúzias e dúzias de tufos de papel-de-
seda, ou celofane colorido e picotado, montados numa haste central, bem
semelhantes às usadas nas festas populares de Barcelos, no norte de
Portugal.
Pai Francisco veste roupas velhas geralmente pretas, calça e paletó, leva
espingarda de pau e patrona a tiracolo, máscara de meia ou de couro
cabeludo. A seu cargo fica a parte humorística da representação, é o
palhaço e o vilão da estória, e, nessa qualidade, faz centenas de pessoas
morrerem de rir, como a da prisão e interrogatório. Normalmente há um só
em cada conjunto, mas o número, às vezes, cresce até cinco, espichando a
exibição com sucessivas inquirições e surras, buscando cada qual eximir-se
de culpa atribuindo-a ao que o segue.
Mãe-Catarina é a esposa do Chico, pivô da questão-tema. É sempre um
homem vestido de mulher, apesar de que participem do Bumba, mulheres,
embora em reduzido número. Afora encarnam vaqueiros, rapazes e
caboclos, as mulheres tem papel importante no “brinquedo”,
acompanhando, resignada mas obstinadamente, amantes e maridos, noite
adentro, com eles amanhecendo nas calçadas; carregavam-lhes os
petrechos, recompõem-lhes os trajes, atuaram-lhes os pileques; heroínas
anônimas dessas lutas exangues, cujo trabalho começa tão logo se desfaz
7. 7
a brincadeira, desarticulando, desmanchando chapéus, catando contas,
enrolando fitas, tudo preservando e guardando para o próximo ano. Que
ninguém brinca Boi com roupas velhas, ô xente!
Para curar o Boi há 1, 2 ou 3 “doutores” que, compenetrados de sua
importância, proferem diagnósticos esdrúxulos e incríveis receitas, para
hilaridade de todos os presentes. Já as roupas estrambóticas predispõem a
platéia para o riso: chapéus esquisitos, gravatas berrantes, corcundas e mil
e um detalhes compõem a figura desses arlequins cambembes. Mas a
empáfia, o convencimento do doutor, as bestialógicas tiradas é que são o
“élan” de sua interpretação, “o fino” de sua arte. (LIMA, 1982, p. 09).
A apresentação de um Boi, completa, dura mais ou menos 2 horas,
compreendendo:
- a chamada para “guarnecer”, cantada nas proximidades do local em que vai
se apresentar;
- chegada e saudação aos donos de casa;
- elogio do Boi e louvação ao Santo (São João, São Pedro, etc.);
- a “comédia”;
- a despedida.
4 BUMBA-MEU-BOI X CULTURA, TERRITÓRIO E IDENTIDADE
Uma questão se coloca como um dos muitos pontos chaves dessa discussão:
o imbricamento entre cultura, território e identidade. Os antropólogos e sociólogos
conceituam de várias dimensões o que seria cultura; os geógrafos, apoiados no
conceito raffestiniano de território7, entendem-no como um desdobramento político
da ambiência espacial; e tanto os geógrafos, quanto antropólogos e sociólogos
admitem certa noção do que seria identidade. O território brasileiro, por apresentar
uma vasta extensão, é palco de uma série de manifestações culturais que, de certa
forma, contribuem para a afirmação da nossa identidade, uma vez que somos o
resultado da miscigenação de três grandes etnias da humanidade: o indígena (ou
ameríndio), o negro (ou africano) e o branco (ou europeu).
Como não poderia deixar de ser, o Maranhão reflete, em parte, estas três
grandes etnias em seu arcabouço folclórico. A fundição destas variedades de
manifestações culturais no território brasileiro e, por conseguinte, no Maranhão,
propiciaram e abalizaram a grande riqueza cultural que o nosso País e Estado
7
Raffestin (1993, p. 153-154).
8. 8
possuem, já que foram produzidas pela sociedade. De fato, existem festas pagãs,
festas religiosas, festas de origem européia, de origem africana e de origem
indígena; manifestações mais reconhecidas, manifestações estereotipadas. Porém,
o mais significante é estar atento ao fato de que em qualquer manifestação
folclórica, percebe-se a importância e a influência da miscigenação das etnias como
resultado de um amplo processo de afirmação e reconhecimento da sua própria
identidade. Afinal, o Bumba-meu-Boi é ou não é representante legítimo da
maranhensidade?
Mais do que simples comemoração ou festividade, esta representação cultural
serve de forma vital para a manutenção e corroboração do espaço brasileiro e
maranhense. Não é de se estranhar então que, cada tipo de manifestação folclórica
é dotada de singularidades de cada naturalidade. A origem, os motivos, a
religiosidade, os períodos, as vestes, os adereços, a coreografia, a música, o canto,
a melodia, os instrumentos, enfim, todos estes eixos canalizam para a estruturação
de algum tipo de festividade.
Por isso tudo, as festas funcionam como motivadoras da perpetuidade
cultural, assegurando o seu espaço de influência e a ação; “delimitam fronteiras”,
fronteiras essas que são muitas vezes suplantadas pela relação intra e
interespecífica que cada manifestação cultural tem; são meios de integração à
ambiência social. No entanto, a maior contribuição das festividades está alicerçada
no tripé: conservação, preservação e proteção. A conservação da cultura, a
preservação dos valores étnicos e a proteção do território a partir da afirmação da
identidade social.
5 BUMBA-MEU-BOI X GLOBALIZAÇÃO DE CULTURAS NA MODERNIDADE: a
convivência entre o Novo e o Antigo, a transição entre uma Festa Camponesa
Tradicional para uma Festa Urbana
O constante e abrupto renovar técnico-científico-informacional observado no
século XX e atual século XXI são fatores demasiadamente essenciais para o
desenvolver de um período que denominamos de Globalização. Processo que,
apesar de excludente, consegue paulatinamente estreitar os laços geográficos e
culturais entre diversos povos, porém não promove a unidade cultural como afirmam
9. 9
alguns autores em análises superficiais. O que ocorre é a hibridização e
ressignificação de manifestações culturais análogas e até mesmo distantes, mas que
encontram sempre um elo, um ponto de afinidade como afirma Featherstone apud
Silva (2001, p. 189): “(...) a globalização nos torna conscientes do próprio volume da
diversidade e das muitas faces da cultura. Os sincretismos e os hibridismos
constituem mais a regra do que a exceção (...)”.
A passividade perante as metamorfoses culturais e consequente assimilação
do novo, a hibridização de culturas, com flutuação de identidade, descrito por Hall
(2006), pode caracterizar a rápida transfiguração da população tradicional no sujeito
pós-moderno, pelo menos no que tange o aspecto conceitual deste indivíduo:
Esse processo produz o sujeito pós-moderno, conceptualizado como não
tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. A identidade torna-se
uma “celebração móvel”: formada e transformada continuamente em relação
às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas
culturais que nos rodeiam (Hall, 1987). É definida historicamente, e não
biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes
momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um “eu”
coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em
diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo
continuamente deslocadas. Se sentirmos que temos uma identidade
unificada desde o nascimento até a morte é apenas porque construímos
uma cômoda estória sobre nós mesmos ou uma confortadora “narrativa do
eu” [...]. A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é
uma fantasia. Ao invés disso, à medida em que os sistemas de significação
e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma
multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com
cada uma das quais poderíamos nos identificar – ao menos
temporariamente.
[...]
[...] Eles devem aprender a habituar, no mínimo, duas identidades, a falar
duas linguagens culturais, a traduzir e a negociar entre elas. As culturas
híbridas constituem um dos diversos tipos de identidade distintivamente
novos produzidos na era da modernidade tardia. [...] (HALL, 2006, p. 12-13,
89).
Partindo desse pressuposto podemos compreender que no âmbito cultural a
globalização atinge a sua faceta menos excludente. A interrelação entre tradicional e
moderno e vice-versa é algo irremediável, já que a mídia tornou-se algo tão
poderoso na contemporaneidade que é praticamente impossível não absorver as
informações veiculadas pelos meios de comunicação de massa e reconstruir a partir
daí, novas formas de relacionamento e interação com a vida social.
No Maranhão, como atesta Silva (2001, p. 182-183) a convivência entre o
moderno e tradicional, o novo e o antigo, é perceptível com a relação da população
local entre as diversidades rítmicas do Nordeste estendendo-se até o Caribe,
10. 10
produtos da diáspora africana. É o caso do forró, merengue, samba de roda e
principalmente do reggae jamaicano, o que comprova a existência de uma certa
familiaridade entre os ritmos afro-caribenhos e afro-brasileiros – carimbó, merengue,
etc. – que são bastante veiculados nas rádios locais e transfigurados pela população
nas festas populares em povoados rurais e casas de cultos afro-brasileiros.
Em relação ao Bumba-meu-Boi nota-se a assimilação de características a
partir da utilização de elementos da modernidade. Houve a substituição de materiais
e objetos para confecção da indumentária: utilizam-se os sintéticos disponíveis no
mercado como forma de adotar o discurso do “ecologicamente correto”. O
cosmopolitismo das toadas de Bumba-meu-Boi também é algo marcante na sua
recente história, com temas sempre contemporâneos e abrangentes. Porém, o ideal
de liberdade no fazer cultural, ultrapassa os limites da imposição oficial que tenta
aprisionar as brincadeiras em um calendário turístico, já que seguir esse
cronograma, entre outras coisas, reflete a astúcia dos brincantes dos diversos
folguedos espalhados pelo país, pois é uma forma de obter recursos para a
continuidade da atividade. (SILVA, 2001)
O que fica, entretanto, nesse jogo de relações é que as manifestações
tradicionais, tanto no carnaval, como nos festejos juninos, ou religiosos de
qualquer ordem, assimilam os elementos da modernidade e fazem disso um
enriquecedor da sua cultura, pois esta vai sendo pluralizada por meio do
contato com o novo, que chega como revitalizador, ofertando novas
possibilidades e alternativas para que a tradição se renove e sirva de
estímulo às lutas políticas e sociais dos grupos populares, subalternizados
pelas elites (SILVA, 2001, p. 184).
Considerando, portanto, as novas articulações estabelecidas pelo confronto
entre os elementos culturais diversificados da modernidade e as manifestações já
reconhecidas como representativas da tradição local, o que pretende-se enfatizar é
que nessa relação não existem perdas culturais, como se a tradição se extinguisse
para permitir o nascimento do novo. O que ocorre é uma espécie de transição entre
uma festa camponesa tradicional para uma festa urbana, porém funde elementos do
tradicional e do moderno sem desfazer os laços primordiais de identidade, como
ressalta Santos (1971, p. 20): “Bumba-meu-Boi, para ser Bumba-meu-Boi, precisa
ter coragem e cachaça; precisa ter São João e luar e, enquanto não morrerem estes
valores, o Boi vai-se arrastando noite adentro”.
Outro fator importante a ser considerado é que a cidade [São Luís] não é
mais a mesma de 30 anos atrás, a produção rural foi reduzida
drasticamente e a zona urbana estendeu suas fronteiras ferozmente sobre o
11. 11
campo provocando mudanças bruscas na forma de vida do homem rural,
incluindo a forma de manifestar sua cultura e suas manifestações
folclóricas.
(...)
O fenômeno da urbanização acelerada trouxe ao Bumba-Boi também a
necessidade de realizar adaptações também aceleradas, como o fato de
não poder mais transportar brincantes em caminhões abertos por causa do
risco de acidentes; a introdução do Pandeiro de Nylon, industrializado, em
substituição ao de couro, artesanal, já que são cada vez mais escassos os
locais onde podem acender uma fogueira para aquecê-los; a limitação de
horário para brincar em obediência à Lei do Silêncio; a determinação dos
dias, horários e locais para apresentação definidos pelos órgãos de cultura
que contratam os grupos, etc. Observa-se que o Bumba-meu-Boi é obrigado
a se transformar rapidamente, de um lado, pelas transformações do espaço
rural e urbano e por outro, pelo interesse da elite em moldá-lo, torná-lo
mercadoria desejada, revesti-lo de um visual estilizado, pronto para ser
consumido em qualquer mercado, seja internamente ou exportado para
terras longínquas (MARTINS, 2007, p. 83 e 87).
Gilberto Giménez esquematizou os traços das festas rurais e urbanas no
seguinte modelo:
Festa camponesa tradicional:
a) Ruptura do tempo normal;
b) Caráter coletivo do fenômeno da festa, sem exclusão de nenhuma
classe, como expressão de uma comunidade local;
c) Caráter compreensivo e global, uma vez que a festa abrange os
elementos mais heterogêneos e diversos sem disgregação nem
“especialização” (jogos, danças, ritos, música etc. ocorrem no interior de
uma mesma celebração global);
d) Com a conseqüente necessidade de ser realizada em grandes espaços
abertos e ao ar livre (a praça, o pátio da Igreja...);
e) Caráter fortemente institucionalizado, ritualizado e sagrado (a festa
tradicional é indissociável da religião);
f) Impregnação da festa pela lógica do valor de uso (como conseqüência:
festa-participação e não festa espetáculo);
g) Forte dependência do calendário agrícola no quadro de uma agricultura
sazonal.
Festa Urbana:
a) Integração da festa à vida cotidiana como um seu apêndice,
complementação ou compensação;
b) Caráter fortemente privado, exclusivo e seletivo da festa;
c) Sua extrema diferenciação, fragmentação e “especialização” (são
dissociados os elementos que na festa popular coexistiam no interior da
unidade de uma mesma celebração global);
d) Com a conseqüente necessidade de ela ser desenvolvida em espaços
íntimos e fechados;
e) Laicização e secularização da festa, maior espontaneidade e menor
dependência de um calendário estereotipado;
f) Penetração da lógica do valor de troca: festa-espetáculo, concebida em
função do consumo e não da participação. (GIMÉNEZ apud CANCLINI,
1986, p. 113).
A expansão da fronteira cultural do Bumba-meu-Boi se dá a partir da
preservação e valorização dessa manifestação folclórica pela população pobre da
zona rural que se identifica com essa dança e gradativamente vai sendo “conurbada”
12. 12
pelo crescimento da zona urbana, assim como a resistência dos grupos tradicionais
perante a discriminação das classes mais favorecidas, como atesta Martins (2007):
Assim ocorreu e ainda ocorre com o Bumba-Boi de matraca que teve na
conquista do João Paulo e adjacências, através do encontro realizado no
dia 30 de junho de cada ano, o instrumento de resistência à perseguição da
polícia e à discriminação e controle da elite, para continuar a existir e
expandir seus domínios do campo para a cidade, ganhando, com o passar
dos anos, o direito de apresentar-se em qualquer local da Ilha do Maranhão
e até mesmo em outros estados, quer seja espaço rural, quer seja urbano
(MARTINS, 2007, p. 86).
Paulatinamente, o Bumba-boi foi sendo aceito e assimilado pelo inconsciente
coletivo como um elemento importante da maranhensidade, que tornava o
maranhense diferente do restante do Brasil e unia-o por um laço cultural comum. O
turismo e a mídia, ao prestigiarem o Bumba-meu-Boi, também foram fundamentais
para difusão do sentimento de identidade e consequente melhor e maior aceitação
desse folguedo no Maranhão a partir da década de 90. O maior número de
espectadores do Bumba-Boi fez surgirem novas manifestações, como explica
Martins (2007):
(...) surgem novas manifestações, o Boi da Ilha que tinha origem
eminentemente rural, aparece agora nos bairros periféricos provocando um
novo fenômeno, o chamado Boi de Bairro, concorrendo com os antigos Bois
de Sítio. Na Festa de São Marçal estão todos eles presentes, disputando
espaço, prestígio e poder (...)
De certo que todos eles, defendendo suas territorialidades específicas,
porém no mesmo espaço, a Avenida São Marçal, constroem juntos,
involuntariamente, uma grande trincheira de resistência às contradições de
classes. Nesse sentido contraria as concepções dominantes em relação a
eventos dessa magnitude, mantendo firme a participação popular, onde o
povo atua unido aos grupos, corpo a corpo, sem cordões de isolamento,
arquibancadas ou camarotes (MARTINS, 2007, p. 87-88).
Para as populações indígenas e camponesas, as festas são acontecimentos
coletivos enraizados na sua vida produtiva, celebrações fixadas de acordo com o
ritmo do ciclo agrícola ou o calendário religioso, onde a unidade doméstica de vida e
de trabalho se reproduz através da participação coletiva da família. Nas cidades, a
existência da divisão entre as classes sociais, de outras relações familiares, o maior
desenvolvimento técnico e mercantil voltado para o lazer, a organização da
comunicação social que apresenta um caráter massivo criam uma festividade que é
distinta. À maioria das festas as pessoas vão individualmente, são feitas em datas
arbitrárias, e, quando se adere ao calendário eclesiástico, a estrutura segue uma
lógica mercantil que transforma o motivo religioso num pretexto; ao invés da
13. 13
participação comunitária, é proposto um espetáculo para ser admirado (CANCLINI,
1986, p.112).
Esse caso é bastante observado nas apresentações de Bumba-meu-Boi em
São Luís, onde o esquadrinhamento urbano e a dialética do capital determinam a
segregação sócio-econômica no que tange o público espectador e as datas nas
quais os grupos de Bumba-Boi se apresentam. Como exemplo podemos citar os
espaços de espetáculos públicos próximos ao Centro da cidade, o Arraial do São
Luís Shopping Center e do “São João fora de época” (que ocorre de quinta-feira a
domingo durante todo o mês de julho – período de férias e com grande fluxo de
turistas para capital maranhense – no Convento das Mercês, prédio histórico do
Bairro Praia Grande, tombado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade)
(FIGURA 01), que viraram verdadeiros espetáculos para o turista admirar, em locais
bem estruturados, com maior segurança e presença dos grupos folclóricos de São
João mais valorizados do Estado.
Figura 01. Apresentação de Bumba-meu-Boi sotaque de Zabumba no São João fora de época –
destaque para os caboclos-de-fita. Fonte: http://www.digiforum.com.br, 2009.
Já os Vivas8 periféricos e a Festa de São Marçal, voltados para as populações
mais pobres da cidade, seguem suas apresentações durante o calendário religioso
do mês de junho, além de possuírem estruturas menos sofisticadas, menor
8
Praças de Bairros de São Luís com espaços para apresentações culturais.
14. 14
segurança e preços acessíveis para o consumo de mercadorias no local. Dessa
forma, percebe-se a convivência entre o novo e o antigo, o popular e a “elitização”
do popular através da segregação sócio-espacial e econômica, a transição de uma
festa camponesa tradicional para uma festa urbana na cultura do Bumba-meu-Boi.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o que foi abordado, entende-se que as manifestações festivas,
eminentemente o Bumba-meu-Boi, são de fundamental importância não só como
representação cultural de uma determinada região, mas também para a afirmação
da identidade sócio-territorial que cada habitante mantém com seu devido ambiente.
Enxergar essa festividade, bem como seus desdobramentos na sociedade, como
atributos de caráter social, humano, político, territorial e econômico é uma das
formas de quebrar a visão preconceituosa que aflige o Bumba-Boi. Ao constituir e
impetrar ações que visem mostrar como a cultura tem relações inseparáveis com a
afirmação da identidade e com o pertencimento a um território estar-se-á diante de
um quadro que apresenta perspectivas positivas em vários aspectos.
É importante pensar que as manifestações culturais são mais do que tudo,
uma das muitas formas de representação cujos atributos foram herdados da religião,
da cultura e do ambiente, em determinados territórios ao longo de um determinado
período, que serviu para a afirmação e legitimação de uma identidade.
O Bumba-meu-Boi e seus desdobramentos são importantes para a
compreensão dos fatores que asseguram o sentimento de pertencer a um
determinado lugar, no caso ao Maranhão. Dialeticamente, entendemos também que
mesmo que existam “fronteiras culturais”, estas vêm com o passar dos anos, sendo
suplantada pelo próprio desejo do homem de conhecer o novo e também pelo fato
de que a cultura brasileira, em geral, e a maranhense, em especial, possuem
diversas afinidades que se interrelacionam de forma contínua e gradual.
15. 15
REFERÊNCIAS
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Brasiliense, 1986.
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<http://64.233.169.104/search?q=cache:Fxvgr1XbJecJ:www.brasilescola.com/folclor
e/BumbameuBoi.htm+Bumba-meu-Boi&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=5&gl=br>. Acessado
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Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. – 11ª. ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
LIMA, Carlos de. Bumba-meu-Boi. São Luís: Augusta, 1982.
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PRADO, Regina de Paula Santos. 1977. Todo ano tem: as festas na estrutura
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TERRITÓRIO E IDENTIDADE: UMA ANÁLISE DO BUMBA-MEU-BOI NO
MARANHÃO. Anais do I Simpósio Nacional de Geografia Política, Território e Poder
– I GeoSimpósio, Centro Universitário Curitiba, 01 e 04 de junho de 2009.[CD]