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A DESCOBERTA
DA FÉ
Busque e encontrará
Encontros com
borboletas
Nas asas da esperança
Maravilhas da Páscoa
O terceiro dia
M U D E S U A V I D A . M U D E O M U N D O .
Volume 17, Número 3
CONTATO PESSOAL
esperança do cristão
Wishful thinking é uma expressão da língua inglesa
de difícil tradução para o português. Significa algo
como “pensamento desejoso”, como quando se tem
uma esperança um tanto remota de que algo acon-
teça, bem diferente daquela que a Bíblia nos ensina
a ter. Nas Escrituras, a palavra esperança é usada no
sentido de “expectativa cheia de alegria e confiança”.
Talvez você espere que coisas boas aconteçam, ou, como eu, tenda a torcer que
as ruins não ocorram. Quando me vejo diante de situações aquém do que seria
o ideal, recorro a pensamentos reconfortantes como este: “Você tem de acreditar
que Deus está no controle de sua vida. O momento pode ser difícil, mas você
deve crer que Ele tem uma razão para o que que está acontecendo e que vai fazer
com que as coisas concorram para o seu bem.”1
Filosofias assim funcionam para as dificuldades do dia a dia, mas não bastam
para o enfrentamento de problemas mais graves, como o diagnóstico de uma
doença fatal, a perda de uma casa ou de uma fonte de sustento. Em situações
sérias, precisamos de uma esperança à altura e é isso que Jesus pode nos propor-
cionar. Sua ressurreição, comemorada pelos cristãos este mês, inclui a promessa
de nossa vida eterna com Ele. Como disse o Rei Davi: “Por isso se alegrou o meu
coração e a minha língua exultou; ainda a minha carne há de viver em esperança.”2
Até lá, temos indicações deixadas pelo próprio Jesus de como quer que
conduzamos nossas vidas:
Como Seu Pai O enviou, Ele nos envia.3
Chama-nos para sermos Suas mãos,
Seus pés, Seus olhos, Seus lábios; para curar os corações partidos; consolar os que
choram; alimentar os famintos; animar aqueles cujos corações sucumbiram ao
desespero e à solidão; devolver a visão aos que querem Sua luz; compartilhar o
Evangelho com os que precisam, desfazer os fardos pesados e libertar os espiritual-
mente oprimidos.4
“De graça recebestes, de graça dai.”5
Coloquemos Jesus no centro de nossas celebrações de Páscoa e compartilhemos
com todos as maravilhosas notícias de Seu nascimento, morte e ressurreição, que
nos trazem a expectativa confiante de uma nova vida para todos que O buscam.
Mário Sant’Ana
Editor
1.	 Joel Osteen, n. 1963
2.	 Atos 2:26
3.	 Ver João 20:21.
4.	 Ver Isaías 61:1–3.
5.	 Mateus 10:8
© 2015 Activated.Todos os direitos reservados. Impresso no
Brasil.Tradução: Mário Sant'Ana eTiago Sant'Ana.
A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências
às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia
Sagrada”— Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição
Contemporânea, Copyright © 1990, por EditoraVida.
Editor		 Mário Sant'Ana
Design		 Gentian Suçi
Diagramação		 Angela Hernandez
Produção		
Samuel Keating
Contamos com uma grande
variedade de livros, além de
CDs, DVDs e outros recursos
para alimentar sua alma, enlevar
seu espírito, fortalecer seus laços
familiares e proporcionar divertidos
momentos de aprendizagem para os
seus filhos.
Para obter informações sobre a
Contato e outros produtos criados
para a sua inspiração, visite nossa
página na internet ou contate um
dos distribuidores abaixo.
www.activated.org/br
www.contato.org
E-mail: revista@contato.org
2
1.	 http://butterflywebsite.com/discover/stories.cfm
2.	 Ver Mateus 7:7.
3.	 http://elixirmime.com
Encontros com
borboletas
Enquanto pesquisava para escrever uma
curta história sobre um antiquário que colecionava
borboletas raras, deparei-me com um site na internet1
rico
em histórias envolvendo essas fascinantes criaturas.
Impressiona o volume de relatos reunidos graças às várias
pessoas que contribuem para o website — centenas de
experiências — e fiquei admirado do grande impacto que
a minúscula borboleta já causou à vida de tantos ao longo
das eras! Há mais de dois mil anos, os gregos já usavam a
metamorfose que ocorre a esses insetos como metáfora do
processo de ressurreição da alma e de sua imortalidade.
É comum nesses relatos de experiências pessoais com
borboletas o destaque dado a como seus autores foram
confortados em momentos difíceis de suas vidas por essas
criaturas maravilhosas. Depois de ler tantas histórias,
perguntei-me se essas belezas aladas me emprestariam de
sua mágica também. Eu estava passando por um momento
difícil, sentindo a falta de minha filha mais velha que
morrera havia sete anos.
Em um fim de tarde, então, pedi a Deus que me enviasse
uma borboleta como sinal de que ela ainda estava conosco
em espírito, mas não fiquei pensando nisso e a ideia me
escapou da memória. No dia seguinte, contudo, enquanto
carregávamos o equipamento que usáramos para uma apre-
sentação em uma área rural, uma linda e colorida borboleta
ficou revoando insistentemente à minha volta. Mais tarde,
no carro, parado no semáforo, justo quando contava esse
ocorrido à minha amiga, outra dessas criaturinhas encan-
tadoras passou diante do para-brisa como se dissesse: ainda
estou com você.
Esses dois encontros me impressionaram, mas nem
de perto tanto quanto o que se deu no Natal. Estávamos
reunidos ao redor da árvore, abrindo presentes e desfru-
tando do convívio uns dos outros, quando uma borboleta
sobrevoou nossa sala e pousou perto do lustre, onde ficou
durante todo o dia e toda a noite. Na manhã seguinte,
não a vimos mais. Cumprira sua missão. Animados e gra-
tos, sentimos que a visita fora um sinal para nos lembrar
de nossa querida filha naquele momento especial.
É verdade que não devemos depender de manifestações
assim como fonte de consolo, mas certamente não faz mal
apreciá-las quando ocorrem. A Palavra de Deus nos traz pro-
messas de que receberemos se pedirmos.2
Quando precisar
de orientação ou de ser reconfortado, Deus pode lhe enviar
mensageiros de diversas formas — com ou sem asas.
Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico3
na Alemanha. ■
Curtis Peter van Gorder
3
com mais coragem e tendo aprendido
mais compaixão. É de tirar o chapéu
como dão vida e sentido à palavra fé.
Ensinam-me que Deus me ajudará a
vencer as intempéries, se me apegar a
Ele e à fé que recebo pela Sua Palavra,
para afastar as dúvidas e o desânimo.
A Bíblia promete: “Todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que
amam a Deus.”1
Demorei-me um
tempo para entender que o versículo
não diz que todas são do bem, mas
que “concorrem para o bem”. Isso
significa que até o que de mau nos
acontecer será transformado por
Deus, nas histórias de nossas vidas,
para nos gerar benefícios, aqui ou na
eternidade. Por esse prisma, percebo
entretanto, é descobrir que os donos
dessas personalidades exemplares
não construíram esse reservatório de
confiança no Todo-poderoso e ati-
tudes positivas navegando em mares
de rosas. Impregnaram-se desses
atributos ao atravessar dificuldades,
provações e, às vezes, na permanência
sob circunstâncias devastadoras e
dolorosas, escolheram esperar para
ver como Deus os resgataria —
mesmo quando isso demorou.
Em alguns casos, enfrentaram
problemas com a própria saúde ou
com a de seus filhos; em outros,
perderam um ente querido. Qualquer
que tenha sido o infortúnio, essa
gente cheia de fé saiu dele mais forte,
Para alguns, a fé em Deus é
algo natural. Conseguem ver
o lado bom das pessoas difíceis ou
nas situações de provação. É gente
que só consegue ver copos meio
cheios e costumam dizer coisas como
“Deus proverá” e “Não se preocupe,
pois tudo vai dar certo.” À primeira
vista, pode parecer que a vida dessas
pessoas seja mamão com açúcar, que
mal saibam o que é um problema e
que tudo sempre aconteça do jeito
delas.
O que surpreende muitos,
Tenha fé na fé
Tina Kapp
1.	 Romanos 8:28
2.	 Salmo 86:10–13 NVI
3.	 www.just1thing.com
4
que não posso agradecer a Deus por
tudo de bom que acontece em minha
vida e culpá-lO pelas coisas ruins.
Devo confiar nEle nas adversidades,
absolutamente confiante de que Ele as
transformará em ganhos para mim.
A Bíblia está repleta de exemplos
desse princípio, o que me leva a crer
que Deus quis deixar isso bem claro.
O Rei Davi é um dos meus
favoritos. Imagine por um segundo
que seu grande projeto de carreira
fosse ser pastor de ovelhas. Com
base no meu vasto conhecimento de
atividades pastoris e na minha vívida
imaginação, deduzo que o trabalho se
resuma a assistir às ovelhas comer por
horas, afastar animais que ameacem
suas vidas e dedilhar uma harpa para
ajudar o tempo a passar. Então, do
nada, você é escolhido rei, mata um
gigante diante de dois exércitos, de
seus irmãos mais velhos, do monarca
e, na sequência, torna-se amigo do
peito do herdeiro do trono. Não é
difícil imaginar que Davi estivesse
feliz com Deus.
Entretanto, a realidade mandou
a fatura e o famoso ex-pastor quase
perdeu o reino (algumas vezes), foi
traído pelo próprio filho e fez escolhas
pelas quais teve de receber os castigos
de Deus. Depois disso, Davi passou a
louvar Deus da posição de quem sabe
exatamente o significado de confiar em
Deus nas horas boas e nas ruins.
Certa vez, Davi disse a Deus: “Tu
és grande e realizas feitos maravilhosos;
só Tu és Deus! De todo o meu coração
Te louvarei, Senhor, meu Deus; glori-
ficarei o Teu Nome para sempre. Pois
grande é o Teu amor para comigo; Tu
me livraste das profundezas do mundo
dos mortos.”2
Nesse salmo, o monarca
judeu estava desesperadamente orando
para que Deus o livrasse dos seus
inimigos, mas também sabia e confiava
em Sua proteção e desvelo. Em vez de
se abalar pelos infortúnios, sua crença
se fortaleceu ainda mais.
Na Bíblia, a fé é comparada ao ouro
pois, como o precioso metal, é muito
valiosa. Se enfraquecesse quando
testada, seria como uma moeda com
pouco ou nenhum valor, ou seja, de
serventia limitada ou nula. Mas a fé
que se assemelha ao ouro é preciosa,
rara, cara e dura para a vida toda.
Quando olho para o passado, vejo
situações e eventos que não foram
experiências fáceis e que espero não
reviver, mas sei que se não fossem
por essas provações, eu não teria os
maravilhosos ganhos que com elas
adquiri. Essas vivências e o que me
ensinaram fortaleceram minha fé e me
deram a certeza de que por maiores
que sejam as tempestades emocionais
que eu enfrentar, terei Jesus comigo,
logo após as nuvens escuras, esperando
para brilhar e me dar exatamente o
que preciso para avançar com graça e
força, pronta para encarar seja o que
for que a vida me atirar.
Tina Kapp é dançarina,
apresentadora e escritora
freelance na África do Sul. É
diretora de uma empresa de
entretenimento que ajuda a
captar recursos para obras
assistenciais e projetos
missionários. Este artigo é
uma adaptação de um podcast
publicado em Just1Thing,3
um
site cristão voltado à forma-
ção de caráter de jovens. ■
5
ESPERANÇA
E A ÁRVORE
DE VIDA
Ele é alto, magro, bronzeado e
tem uns sessenta e poucos anos, de
forma que é mais velho que os demais
vendedores do mercado de hortifruti-
granjeiros. Aos clientes, sempre saúda
com um sorriso generoso.
Fiquei surpresa, certa manhã,
quando o vi usando um colar cervical.
Mesmo com aquela coisa que vinha
da ponta do queiro aos ombros, o
homem não se queixou do desconforto
que seus olhos revelavam. Explicou-me
que sofrera um acidente de trânsito e
se recuperava da operação cirúrgica.
Estávamos no auge do verão
taiwanês, quando a temperatura e a
umidade do ar atingem níveis muito
desagradáveis. Senti mal-estar só de
imaginar como seria trabalhar sob
o calor impiedoso daquele mercado
ao ar livre, usando aquela peça
feita principalmente de plástico.
Percebendo minha preocupação,
sorriu e me disse: “Vou melhorar.
Todas as feridas saram e me queixar
não ajuda.” Paguei pelas minhas
compras e prometi orar por ele.
Quando voltei a vê-lo, duas
semanas depois, o colar e o sorriso
ainda estavam presentes.
“Você sente muita dor?” — pergun-
tei. “Esse colar deve incomodar muito!”
“A dor é muita — concordou
— mas o que me mantém seguindo
em frente é pensar no maravilhoso
dia quando tudo isso terá passado e
poderei voltar a me mover livremente.
Essa é uma esperança que me ajuda!”
Mas o tal “dia maravilhoso” parecia
não chegar, pois a recuperação demo-
rou mais do que ele previra, pelo que
teve de usar o equipamento de imobi-
lização por mais de um mês. Contudo,
meu amigo ficou firme na esperança
e se recusava a ceder ao desespero,
apesar das dificuldades para manter seu
negócio durante o tratamento.
Até que chegou o dia em que a
imobilização deixou de ser necessária.
Havia uma marca grande e vermelha
deixada pelo colar, mas não era algo
que ele tentava disfarçar nem escondia
a alegria de estar livre daquele incô-
modo. Sua satisfação me fez lembrar
do versículo que diz: “A esperança
adiada faz o coração ficar doente, mas
o desejo realizado enche o coração de
vida.”1
Meu amigo é um testemunho do
que Paulo chama de “perseverança
proveniente da esperança.”2
Sua
esperança não era um desejo vago ou
alguma ilusão fugaz. Escolhera acreditar
que nenhuma dor dura para sempre
e que todas as feridas saram. Por mais
longo e difícil que fosse o processo,
o importante era manter o espírito
animado e se apegar à promessa de um
futuro melhor. Seu exemplo me inspira
a enfrentar as provações da vida e a ficar
firme diante das dificuldades. Firme
estou, pois minha esperança é “como
âncora da alma, segura e firme.”3
Elsa Sichrovsky é escritora
freelance. Vive com sua família
em Taiwan. ■
1.	 Provérbios 13:12 NTLH
2.	 1Tessalonicenses 1:3 NVI
3.	 Hebreus 6:19
Elsa Sichrovsky
6
1.	 Ver Jó 22:27.
2.	 Ver Hebreus 4:12.
3.	 Ver Salmo 147:3
4.	 Ver Hebreus 11:6.
Prezado Bill
Iris Richard
Somos velhos amigos. Quando nos encontramos para um café recentemente, contou-me
sobre suas dificuldades. Sua esposa desenvolveu uma condição crônica que a mantém de cama e
está sendo difícil para ele cuidar de sua amada. Além disso, Bill anda sobrecarregado no trabalho e
teme perder o emprego. Tudo isso o levou a uma crise de fé.
Posso me solidarizar com ele. Passei por emoções similares não faz muito tempo. Oramos
juntos e, mais tarde, sentindo que eu tinha mais a lhe dizer, escrevi-lhe esta carta:
Prezado Bill,
Foi muito bom reencontrá-lo, apesar de me entristecer ouvir sobre seus reveses e dificuldades.
Como recentemente vivenciei um período de turbulência, ocorreu-me que o que me ajudou a
superá-lo possa lhe ser útil também.
Afastada de Deus, vi que precisava me aquietar — logo cedo de manhã, quando os pássaros já
se levantaram e cantam para saudar o novo dia, ou à noite, quando a agitação exterior esmaece e
dá lugar ao silêncio —, para acalmar minha mente e novamente voltar a ouvir Deus com clareza.
Conversar com uma amiga próxima sobre minhas dores me ajudaram a processar as situações
que vivenciava. Foi assim que aprendi a não temer as lágrimas.
Aleituradeumavariedadedetextosespiritualmentealimentadoresfezmaravilhasefoiassimque
encontreipassagensdaBíbliaquefizeramtodosentidoparamim.Busqueiesperançaeelasemanifestou.
Encontrar até pequenas razões para a gratidão mantinha as vozes da negatividade e infelicidade
distantes e me ajudou a manter a porta aberta para a fé reentrar em minha vida.
Desde então, assumi alguns compromissos:
Sempre que me encontro cansada demais para orar, oro do mesmo jeito, confiante de que
minhas súplicas serão ouvidas.1
Se me faltar ânimo para ler a Bíblia, leio-a assim mesmo, pois a Palavra de Deus é viva e poderosa.2
Quando me impaciento na busca da tranquilidade, insisto nesse esforço, lembrando-me que
Deus sara os quebrantados de coração.3
Quando meus pensamentos são de tristeza e desânimo, insisto em elevar os olhos, confiante de
que a neblina vai passar e que Deus recompensa os que O buscam.4
Para concluir, querido Bill, desejo-lhe o que há de melhor e prometo que manterei você e sua
situação em minhas orações diárias.
Sua amiga,
Iris
Iris Richard é conselheira no Quênia, onde participa
ativamente da comunidade e realiza trabalhos voluntários
desde 1995. ■
7
A MAIOR
PINTURA DO
MUNDO
Marie Boisjoly
Faz pouco tempo, assisti a um documen-
tário fascinante sobre o famoso afresco A Ressurreição,
de Piero della Francesca, pintado por volta de 1460 na
Toscana (Itália). Jesus está no centro da composição,
retratado no momento de Sua ressurreição, acima de
quatro soldados adormecidos à entrada de Seu túmulo,
ilustrando a diferença entre as esferas humana e divina.
O simbolismo também está na paisagem ao fundo. De
um lado, vemos uma vegetação ressequida, sem folhas e
sem vida; na parte oposta, árvores jovens e florescentes
ilustram o ressurgimento do Cristo, uma afirmação da
vida eterna para todos que nEle depositam a esperança
— “Porque Eu vivo, vós também vivereis.”1
Aldous
Huxley descreveu a obra-prima como “a maior pintura do
mundo”, mas foi a história de sua preservação durante a
2ª Guerra Mundial que capturou minha atenção.
O conflito já se encaminhava para o fim e os Aliados
lutavam para livrar a Toscana da ocupação germânica.
Forças britânicas se posicionaram nos montes de onde se
podia avistar Sansepolcro, cidade em que se encontra o
prédio que abriga a preciosa obra de arte. As ordens para a
artilharia eram que o bombardeio contra o lugar começasse
imediatamente.
Foi então que o oficial britânico, Tony Clarke, lem-
brou-se do que escrevera Huxley em 1925, em referência
à obra do grande pintor. Clarke se viu diante do dilema,
mas, movido pelo amor à arte, desobedeceu às ordens de
seus superiores e, sob pena de ir à corte marcial, ordenou
a suspensão do ataque.
Descobriu-se posteriormente que os alemães já haviam
se retirado da região, que foi liberada pelos britânicos
no dia seguinte. A cidade, seus habitantes e a pintura de
Piero della Francesca sobreviveram por pouco, graças à
determinação de Tony Clarke e uma frase escrita em um
livro, 20 anos antes. Em homenagem ao homem que
evitou a destruição da cidade, os residentes de Sansepolcro
batizaram uma rua com o nome do capitão britânico.
Não sei se esse militar ou Huxley eram crentes.
Contudo, suas palavras e ações ajudaram a preservar
a representação artística da ressurreição de Jesus, que
continuou um testemunho para as gerações desde então.
Para mim, o incidente é um lembrete vívido da interven-
ção divina nas circunstâncias mais improváveis. Apenas
algumas palavras que vieram à memória na hora certa
foram usadas por Deus para atender às orações de Seus
filhos que pediam proteção.
Marie Boisjoly é terapeuta do riso e diretora
de “Coloreando el Mundo” (Colorindo o
Mundo), um show interativo de palhaços e
marionetes no México.■
1.	 João 14:19
8
Contaram que a tumba
estava vazia e que a encontram
aberta. Disseram mais, mas aquilo
fora o bastante para que os dois se
lançassem porta a fora para atravessar
a cidade que ainda dormia.
Lá se foram, desembestados, pelas
ruas escuras tão rápido quanto seus
pés conseguiam levá-los, enquanto os
primeiros raios da alva começavam a
iluminar o céu.
Fazia três dias que O haviam
sepultado. O que mais querem fazer
ao Seu corpo? Não O espancaram o
bastante quando ainda vivia?
Era fresca na memória de Pedro
a cena dos soldados castigando-Lhe
as costas com o látego, vez após vez,
muito além do que alcança a resistên-
cia humana. Ele assim lhes permitiu.
Jesus poderia ter impedido Seus
torturadores. Por que deixou que con-
tinuassem? Disse que poderia invocar
legiões de anjos para O proteger. Por
que não o fez?
O apóstolo então se lembrou
também da predição feita pelo profeta
Isaías: “Ele foi ferido pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz
a paz estava sobre Ele, e pelas Suas
pisaduras fomos sarados.”1
Passou por tudo aquilo por nós.
A entrada da tumba estava à vista.
João havia chegado primeiro e, sem dizer
palavra, fitava o interior do túmulo.
Pedro se aproximou devagar. O Sol
já crescia atrás deles. O dia começara.
O apóstolo entrou seguido pelo
outro discípulo. De fato, nada havia
no sepulcro, exceto os tecidos de
linho no chão, usados para cobrir Seu
corpo e o pano que Lhe envolvera a
cabeça cuidadosamente dobrado em
algum lugar ali por perto.
Não havia corpo. Fora levado.
“Quem, o quê...?” Apesar de lhe
fugirem as palavras, João conseguiu
formular uma frase. “Para onde O
levaram?”
Em resposta, apenas o silêncio.
A atmosfera estava carregada de
energia. Havia algo ali que não perce-
biam. Algo importante.
Depois de alguns minutos ali
parados, acendeu-lhes uma luz tão
brilhante quanto o alvorecer que
avançava. Jesus havia falado sobre isso.
Não entenderam da primeira vez,
mas ali, naquele túmulo sem corpo, a
predição fazia todo o sentido.
“O Filho do Homem será
entregue a homens maus e ao terceiro
dia ressurgirá.”2
Os quatro Evangelhos contam
a história da ressurreição
de Jesus. Este artigo é uma
adaptação desses relatos. ■
O TERCEIRO DIA
Eu sou a ressurreição e a vida. Quem
crê em Mim, ainda que esteja morto,
viverá; e todo aquele que vive e crê em
Mim, nunca morrerá.
— Jesus, João 11:25–26
Ele não está aqui; já ressurgiu.
— Mateus 28:6
1.	 Isaías 53:5
2.	 Ver Lucas 18:32–33
Dan Johnston
9
MARAVILHAS
DA PÁSCOA
por Peter Amsterdam (adaptação)
É nesta época do ano que
celebramos a própria essência de
nossa fé: a ressureição de Jesus. É o
tema central do Evangelho e principal
prova da validade de tudo que Jesus
ensinou. A ressurreição nos conta que
Jesus é o Filho de Deus e que, por ser-
mos crentes, temos salvação, perdão,
somos os filhos de Deus e estaremos
com Ele pela eternidade no Céu.
O apóstolo Paulo afirmou que
se Jesus não tivesse ressurgido dos
mortos, a mensagem da cristandade
não teria fundamento e vã seria a fé
dos que creem.1
Mas Ele ressuscitou
conforme disse que faria, tal qual
disse o anjo às mulheres à porta ao
Seu túmulo. Esse fato valida nosso
sistema de crenças e nossa fé. Jesus
está vivo! Ele vive! E por isso, nós
também.
Um senso renovado de sentido
de reverência e admiração
O fato de Jesus ter deixado o
túmulo significa que Ele venceu
a morte, libertando-nos assim da
condição de confinamento a esta vida
na Terra. Apesar de hoje vivermos em
um mundo com muitos problemas,
existe outro, perfeito, à nossa espera.
Apesar de hoje sofrermos angústias e
decepções, nossas lágrimas e nossos
temores serão para sempre afastados
de nós na próxima vida.2
Deus fará
novas todas as coisas. Apesar de hoje
lutarmos contra confusão, tristeza,
temor e incertezas, quando nos
juntarmos a Ele e estivermos à Sua
presença, sentiremos uma alegria
indescritível.
Isso é possível porque Deus, que
tanto nos ama e deseja que nos relacio-
nemos com Ele, arquitetou um plano
pelo qual podemos nos tornar Seus
filhos e filhas. Para executá-lo, veio a
este mundo por meio de um nasci-
mento milagroso e, depois de viver
conosco, sacrificou a própria vida em
uma cruz e, na sequência, ressuscitou.
É por isso que podemos ter com Ele
o relacionamento para o qual fomos
criados — agora e eternamente.
É maravilhoso que Deus tenha
tornado possível para nós contar
com Ele em nossas vidas agora e
viver eternamente à Sua presença. A
resposta apropriada de nossa parte é
de eterna gratidão, louvor, reverência
e adoração, pois nos foi concedida a
mais preciosa de todas as dádivas.
Mais fé para viver
Se pararmos para pensar, meditar
1.	 Ver 1 Coríntios 15:12–20.
2.	 Ver Apocalipse 21:4.
3.	 Ver Marcos 16:15
4.	 João 3:16
10
e reconhecermos o significado da
ressurreição de Jesus, o que realizou
e como mudou nossas vidas para
sempre, nossa fé crescerá em todos
os sentidos. Além de ressurgir dos
mortos, Jesus se dedica a resgatar as
pessoas de becos sem saída, fardos
excessivos e vidas sem propósito.
Às vezes, resignamo-nos a certas
situações e circunstâncias porque
não vemos esperança de mudança,
mas entendemos que a vida é
do jeito que é e o que nos resta
é tolerar. Entretanto, Deus quer
mudar as coisas, insuflar novo alento
em nossos corações, em nossos
relacionamentos ou em situações
que podem estar ou parecer sem
vida. É possível que você esteja
em uma situação aparentemente
insolúvel e sem esperança, mas nada
está além do controle de Jesus e
Seu poder é infinito. Quando Jesus
estava na Terra, fazer o impossível
era um hábito para Ele: multiplicou
pães e peixes, caminhou sobre a
água, curou paralíticos, fez com que
cegos passassem a ver e que mortos
voltassem a viver.
Compromisso renovado com a
divulgação das Boas Novas
A vinda de Jesus à Terra, Sua
morte na cruz por nós e Sua
subsequente ressurreição mudou para
sempre o curso da história. Essas
ações permitiram a cada um de nós
a oportunidade de aceitar Jesus e nos
tornarmos parte da família de Deus.
Ao dizer aos Seus discípulos para
pregar o Evangelho para todos,3
comunicou que quer que cada
homem, mulher e criança tenha a
oportunidade de se tornar parte da
Sua família, que vivencie Seu perdão
e reconciliação. Todo aquele que
já recebeu dEle essa maravilhosa
dádiva, que sabe o que é ser parte
da família de Deus, perdoado pelos
pecados e habitado pelo Espírito de
Deus, terá o desejo de compartilhar
isso com os outros.
Cabe a nós, que cremos na
ressurreição, que fomos salvos por
causa dela e que, por isso, também
ressuscitaremos, nos lembrarmos
de que além de celebrar o ressurgi-
mento do Filho de Deus, devemos
proclamar o Cristo ressurreto aos
que ainda não sabem que “Deus
amou o mundo de tal maneira que
deu o Seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nEle crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.”4
Peter Amsterdam e sua esposa,
Maria Fontaine, são diretores
da Família Internacional, uma
comunidade cristã. ■
Um maravilhoso e poderoso paradoxo ocorreu, pois a morte
que Lhe impuseram para desonrá-lo e desgraçá-lo se tornou
no maravilhoso monumento da derrota que a morte sofreu.
— Atanásio de Alexandria (296–373)
11
Não se entreguem ao deses-
pero. Somos o povo da Páscoa e
aleluia é nossa canção. — Papa João
Paulo II (1920–2005)
2
Um homem totalmente inocente se
ofereceu em sacrifício pelos outros,
inclusive pelos inimigos. Ele foi
entregue pelos inimigos e assim
resgatou o mundo. Foi o ato perfeito.
— Mahatma Gandhi (1869–1948)
2
A esperança cristã é fé à espera do
cumprimento das promessas de Deus.
[…] A esperança cristã é uma certeza
garantida pelo próprio Deus. A espe-
rança cristã revela o conhecimento de
que cada dia na vida do cristão e todo
momento após esta vida, o crente pode
afirmar, com base no compromisso
feito pelo próprio Deus, que o melhor
ainda está por vir. — Adaptação de
texto de Jim Packer (n. 1926)
Não há conjecturas a respeito do
futuro do cristão após a morte.
Existe a certeza baseada na verdade.
Um acontecimento tremendo na
história tirou a questão de vida após
a morte do domínio da hipótese e
a tornou um fato evidente. Paulo
afirma clara e abertamente a razão
dessa certeza. “Sabemos que aquele
que ressuscitou ao Senhor Jesus
dentre os mortos, também nos res-
suscitará com Jesus e nos apresentará
com vocês.”1
A ressurreição de Jesus
Cristo é um precedente para a res-
surreição de todos os que estão em
Cristo. Em outras palavras, a base
da nossa ressurreição futura é a his-
toricidade da ressurreição de Cristo.
A ressurreição de Jesus Cristo não é
um acontecimento secundário, mas
principal e vital para a fé cristã. ... O
fato de Jesus estar vivo e habitar em
nós não só muda a nossa perspectiva
da próxima vida, mas desta vida
também, porque até encararmos a
morte, jamais saberemos o que é ser
verdadeiramente livre. A fé cristã
não está relacionada ao escapismo,
mas à vida hoje, a ser vivida em
amor, força e sabedoria, na presença
de Cristo que em nós habita. Para
isso temos a certeza dAquele que
ressuscitou dos mortos para que
pudéssemos estar com Ele eterna-
mente. — Charles Price
2
Nenhum tabloide jamais publicará
a surpreendente notícia de que o
corpo embalsamado de Jesus de
Nazaré foi descoberto na Jerusalém
Antiga. Os cristãos não possuem
corpo algum cuidadosamente
preservado em uma redoma de vidro
para adoração. Graças a Deus, o
túmulo está vazio. Esse fato glorioso
proclama que, para nós, a vida não
acaba com a morte, que, em vez de
parede, se torna uma porta.
— Peter Marshall (1902–1949 ■
1.	 2 Coríntios 4:14 NVI
o
POVO DA
PÁSCOA
12
M U I T O A L É M
D O M E R O
D E S E J O
Sukanya Kumar-Sinha
Eu tinha oito anos quando perdi meu avô,
aos 65 anos. Minha família é muito unida e isso foi
um golpe duro para todos nós.
Lembro de beijar seu rosto frio e lhe dizer adeus. Mas
algo dentro de mim insistia que aquela despedida não
era definitiva. Sempre tive uma forte esperança de me
reunir a ele algum dia. Toda vez que visitava seu túmulo,
chorava por não poder vê-lo, tocá-lo, falar com ele; mas,
lá no fundo, sabia e sempre tive a confiança que voltaria
a vê-lo. À expectativa desse reencontro adicionava pen-
samentos como: “Vou ver o Vovô de novo e lhe perguntar
sobre a vez em que ele foi perseguido por um bando armado
que o queria roubar”, ou “Quando vir o Vovô de novo, vou
lhe dar uma bronca por não ter feito a operação nos rins em
tempo”. Aos poucos, ajustei-me à sua ausência.
Quando ficou viúva, Nanna, minha avó, se tornou o
coração de nossa grande família. E quando ela morreu
acariciei a colcha de sua cama e simplesmente não
conseguia parar de chorar. Na igreja, eu ficava olhando
para o lugar onde ela gostava de se sentar e perguntei a
Jesus: Por quê?
Com o tempo, a dor se tornou menos intensa, menos
constante, mas nunca desapareceu. Até o dia em que me
flagrei pensando: “Quando eu vir a Nanna de novo, vou lhe
dizer quanta falta ela nos faz. Vou lhe dar o grande abraço
que não consegui dar no hospital…”
Foi então que entendi que a promessa da vida eterna
não é apenas um mero desejo infantil que tive aos oito
anos de idade, mas algo capaz de trazer conforto em
qualquer momento da vida. Nós, cristãos, temos uma
esperança imortal e a fé inquebrantável de que a morte
não é o fim. Deus enviou Seu Filho, Jesus, à terra para
que tenhamos vida eterna nEle. Tudo que precisamos é fé
infantil para crer na promessa de Deus.
Não sei exatamente como os relacionamentos que
tanto desfrutamos na Terra continuarão no Céu, mas
estou certa de que a vida eterna com Deus nos espera. A
morte é o portal pelo qual passamos para alcançá-la.
Sukanya Kumar-Sinha é leitora da Contato
na Índia. Vive atualmente em Gurgaon, onde
trabalha como diretora assistente em uma
missão diplomática em Nova Délhi. ■
13
Descobrindo
A FÉ
Nasci em uma família cristã,
mas, aos 13 anos, tornei-me ateia.
Aos 18, deixei minha cidade natal,
Rio de Janeiro, e com uma mochila
nas costas parti para descobrir o
mundo. Em um dado momento,
depois de visitar as Ilhas Britânicas,
voltei para o continente e viajei de
ônibus para a Índia, atravessando
a Turquia, o Irã, o Afeganistão e o
Paquistão. Foi quando aprendi que
os povos de fala árabe usam a mesma
expressão para cumprimentar alguém
que chega ou para se despedirem:
As-salamu alaykum — a paz de
Deus esteja com você. Certa vez, no
Afeganistão, ouvi um garoto can-
tando uma linda canção na alfaiataria
de seu pai. Quando lhe perguntei o
que cantava, respondeu: “O Alcorão,
é claro.” Em Goa, fiquei com um
grupo de jovens franceses que passava
horas em sua choupana, em silêncio,
contemplando uma vela acesa sobre
a mesa.
Lembro-me de pensar: Deus deve
mesmo existir, pois onde quer que
eu vá, as pessoas O estão buscando.
Pouco depois, reencontrei-me com
minhas raízes cristãs, tornei-me
missionária e passei a aprender o
verdadeiro significado da fé.
Em minha experiência, conforme
supero as provações da vida, vejo a fé
me chamando para seguir em frente. É
o que me mantém avançando quando
revezes e desânimo berram que eu
deveria desistir. É uma voz sutil e calma
que me diz, mesmo em meio a toda
confusão, que tudo estará bem. A fé
cresce com os desafios que aceitamos e
vencemos um dia após o outro.
Se acha que sua fé é pequena,
lembre-se que Jesus disse que mesmo
que ela seja tão minúscula quanto
uma semente de mostarda, poderá
mover uma montanha.1
Rosane Pereira é professora
de inglês e escritora. Mora no
Rio de Janeiro e é membro da
Família Internacional. ■
A ressurreição é o último ato
para completar a inauguração
do reino de Deus. …Esse
evento marcante demonstra
que o reino de Deus realmente
foi lançado na terra assim
como no Céu. ...A mensagem
da Páscoa é que Jesus Cristo
revelou o novo mundo de Deus
do qual você está convidado a
participar.
—N. T. Wright (n. 1948)
Jesus, acredito que Você
é o Filho de Deus, que
morreu na cruz em meu
lugar e ressuscitou. Por
favor, conceda-me a dádiva
do Seu perdão, para que
eu possa viver em paz para
sempre com Você.
1.	 Ver Mateus 17:20.
Rosane Pereira
14
ESTAR COM
DEUS
A Páscoa sempre me faz
pensar na salvação, a maravilhosa
dádiva que Deus nos dá de paz com
Ele nesta vida e na próxima. Não é
algo que dependa do nosso esforço,
mas que foi feito por nós. Jesus
morreu na cruz por nossos pecados
e ressurgiu no terceiro dia. Foi Ele
quem fez isso, não nós.
“Hoje estarás comigo no paraíso”
— disse ao ladrão moribundo, Seu
vizinho de cruz.1
Não havia nada que
aquele homem pudesse fazer com
respeito à sua situação, ao seu passado
e, definitivamente, com respeito ao
seu futuro, exceto o que fez ao pensar
e dizer “Senhor, lembra-Te de mim
quando entrares no Teu reino.”2
Tudo
que foi preciso foi essa expressão de fé.
É uma lição para todos nós. É
muito fácil nos ocuparmos com causas
nobres e para ajudarmos os outros.
Preenchemos nossos dias com boas
ações, palavras bondosas e atos de gene-
rosidade. Contudo, isso não basta para
nos reconciliarmos com Deus, porque
como temos nossos bons momentos,
não nos faltam os maus, quando nossas
ações não são tão sábias nem bem
ponderadas, quando nossas palavras são
menos que bondosas, quando egoista-
mente pensamos no que queremos mais
do que os outros precisam. Também
volta e meia ficamos zangados, não
perdoamos e reclamamos da vida.
Nenhum de nós chega a esse nível de
evolução. Se a reconciliação com Deus
dependesse do que fazemos, nunca serí-
amos salvos. É por isso que nenhuma de
nossas boas obras ou melhores esforços
nos garantirá um lugar ao Seu lado.3
É maravilhoso saber, contudo,
que não precisamos atingir nenhum
nível de sublimação. O Filho de Deus
adotou a forma humana, viveu como
humano, escutando, observando,
tocando, curando outros humanos.
Seu amor por nós era tão grandioso
que, mesmo sabendo que iria sofrer,
permitiu-se ser levado, açoitado, tor-
turado e finalmente pregado em uma
cruz. E mesmo então, Seu amor foi
maior. Perdoou os que O crucificaram,
tratou de garantir amparo para Sua
mãe que chorava aos Seus pés e deu
coragem ao ladrão com Sua promessa:
“Hoje estarás Comigo no paraíso.” Ele
fez tudo isso; não nós.
Independentemente de nossos
temores, preocupações, remorsos,
culpas, ou sentimentos de impo-
tência, quando oramos “Senhor,
lembre-se de mim”, somos atendidos.
Deixemos de lado tudo que nos
incomoda e estejamos com Ele hoje.
Abi May é escritora freelance,
educadora e promotora
da saúde na Grã-Bretanha.
Visite seu website em www.abi.
mayihelp.co.uk. ■
Momentos de quietude
Abi May
1.	 Lucas 23:43
2.	 Lucas 23:42
3.	 Ver Tito 3:5.
15
A PROVAÇÃO
DO
CORAÇÃO
Entendo as provações pelas quais as pessoas passam em
seus íntimos, os desesperos e as angústias que sentem.
Compreendo a renúncia, pois primeiro tive de renunciar
Meu Pai para ir para a Terra. E depois tive de deixar na
Terra os que tanto amava, para regressar para Ele.
Conheço a profundeza do sofrimento físico e da aflição,
pois gritei de dor quando os pregos perfuraram as Minhas
mãos e os Meus pés. Sei como é ser abandonado pois Me
senti assim quando bradei: “Meu Deus! Meu Deus! Por
que Me desamparaste?”1
Entendo o medo profundo, o receio do que está pela
frente, por causa da dor e da angústia que trará. Sei o que
é se sentir só, pois assim Me deixaram quando fui levado
em custódia. Compreendo como é quando os outros são
desleais com você, pois fui traído com um beijo.
Embora o Meu Pai não tenha afastado aquele cálice de
Mim, Eu tenha visto os que Me eram queridos fugir e Me
abandonar na hora da angústia, Eu tenha levado muitas
chicotadas e sentido que Meu Pai Me desamparara, tudo
isso gerou uma vitória enorme, uma renovação tremenda,
uma salvação total!
Quando Eu recebia chicotadas, quando fui coroado com
espinhos e pregado na cruz, tudo parecia uma derrota, mas
mudou o curso da história e toda a eternidade!
Quando a vida parecer escura e você nada poder ver,
Meus braços estarão à sua volta. Peço-lhe que confie em
Mim, quando passar pelos vales profundos, na hora da
dor e da necessidade, pois você também terá uma gloriosa
ressurreição, por causa do Meu sacrifício por você.
Com amor, Jesus
1.	 Mateus 27:46

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Contato: A descoberta da fé

  • 1. A DESCOBERTA DA FÉ Busque e encontrará Encontros com borboletas Nas asas da esperança Maravilhas da Páscoa O terceiro dia M U D E S U A V I D A . M U D E O M U N D O .
  • 2. Volume 17, Número 3 CONTATO PESSOAL esperança do cristão Wishful thinking é uma expressão da língua inglesa de difícil tradução para o português. Significa algo como “pensamento desejoso”, como quando se tem uma esperança um tanto remota de que algo acon- teça, bem diferente daquela que a Bíblia nos ensina a ter. Nas Escrituras, a palavra esperança é usada no sentido de “expectativa cheia de alegria e confiança”. Talvez você espere que coisas boas aconteçam, ou, como eu, tenda a torcer que as ruins não ocorram. Quando me vejo diante de situações aquém do que seria o ideal, recorro a pensamentos reconfortantes como este: “Você tem de acreditar que Deus está no controle de sua vida. O momento pode ser difícil, mas você deve crer que Ele tem uma razão para o que que está acontecendo e que vai fazer com que as coisas concorram para o seu bem.”1 Filosofias assim funcionam para as dificuldades do dia a dia, mas não bastam para o enfrentamento de problemas mais graves, como o diagnóstico de uma doença fatal, a perda de uma casa ou de uma fonte de sustento. Em situações sérias, precisamos de uma esperança à altura e é isso que Jesus pode nos propor- cionar. Sua ressurreição, comemorada pelos cristãos este mês, inclui a promessa de nossa vida eterna com Ele. Como disse o Rei Davi: “Por isso se alegrou o meu coração e a minha língua exultou; ainda a minha carne há de viver em esperança.”2 Até lá, temos indicações deixadas pelo próprio Jesus de como quer que conduzamos nossas vidas: Como Seu Pai O enviou, Ele nos envia.3 Chama-nos para sermos Suas mãos, Seus pés, Seus olhos, Seus lábios; para curar os corações partidos; consolar os que choram; alimentar os famintos; animar aqueles cujos corações sucumbiram ao desespero e à solidão; devolver a visão aos que querem Sua luz; compartilhar o Evangelho com os que precisam, desfazer os fardos pesados e libertar os espiritual- mente oprimidos.4 “De graça recebestes, de graça dai.”5 Coloquemos Jesus no centro de nossas celebrações de Páscoa e compartilhemos com todos as maravilhosas notícias de Seu nascimento, morte e ressurreição, que nos trazem a expectativa confiante de uma nova vida para todos que O buscam. Mário Sant’Ana Editor 1. Joel Osteen, n. 1963 2. Atos 2:26 3. Ver João 20:21. 4. Ver Isaías 61:1–3. 5. Mateus 10:8 © 2015 Activated.Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.Tradução: Mário Sant'Ana eTiago Sant'Ana. A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia Sagrada”— Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por EditoraVida. Editor Mário Sant'Ana Design Gentian Suçi Diagramação Angela Hernandez Produção Samuel Keating Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos. Para obter informações sobre a Contato e outros produtos criados para a sua inspiração, visite nossa página na internet ou contate um dos distribuidores abaixo. www.activated.org/br www.contato.org E-mail: revista@contato.org 2
  • 3. 1. http://butterflywebsite.com/discover/stories.cfm 2. Ver Mateus 7:7. 3. http://elixirmime.com Encontros com borboletas Enquanto pesquisava para escrever uma curta história sobre um antiquário que colecionava borboletas raras, deparei-me com um site na internet1 rico em histórias envolvendo essas fascinantes criaturas. Impressiona o volume de relatos reunidos graças às várias pessoas que contribuem para o website — centenas de experiências — e fiquei admirado do grande impacto que a minúscula borboleta já causou à vida de tantos ao longo das eras! Há mais de dois mil anos, os gregos já usavam a metamorfose que ocorre a esses insetos como metáfora do processo de ressurreição da alma e de sua imortalidade. É comum nesses relatos de experiências pessoais com borboletas o destaque dado a como seus autores foram confortados em momentos difíceis de suas vidas por essas criaturas maravilhosas. Depois de ler tantas histórias, perguntei-me se essas belezas aladas me emprestariam de sua mágica também. Eu estava passando por um momento difícil, sentindo a falta de minha filha mais velha que morrera havia sete anos. Em um fim de tarde, então, pedi a Deus que me enviasse uma borboleta como sinal de que ela ainda estava conosco em espírito, mas não fiquei pensando nisso e a ideia me escapou da memória. No dia seguinte, contudo, enquanto carregávamos o equipamento que usáramos para uma apre- sentação em uma área rural, uma linda e colorida borboleta ficou revoando insistentemente à minha volta. Mais tarde, no carro, parado no semáforo, justo quando contava esse ocorrido à minha amiga, outra dessas criaturinhas encan- tadoras passou diante do para-brisa como se dissesse: ainda estou com você. Esses dois encontros me impressionaram, mas nem de perto tanto quanto o que se deu no Natal. Estávamos reunidos ao redor da árvore, abrindo presentes e desfru- tando do convívio uns dos outros, quando uma borboleta sobrevoou nossa sala e pousou perto do lustre, onde ficou durante todo o dia e toda a noite. Na manhã seguinte, não a vimos mais. Cumprira sua missão. Animados e gra- tos, sentimos que a visita fora um sinal para nos lembrar de nossa querida filha naquele momento especial. É verdade que não devemos depender de manifestações assim como fonte de consolo, mas certamente não faz mal apreciá-las quando ocorrem. A Palavra de Deus nos traz pro- messas de que receberemos se pedirmos.2 Quando precisar de orientação ou de ser reconfortado, Deus pode lhe enviar mensageiros de diversas formas — com ou sem asas. Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico3 na Alemanha. ■ Curtis Peter van Gorder 3
  • 4. com mais coragem e tendo aprendido mais compaixão. É de tirar o chapéu como dão vida e sentido à palavra fé. Ensinam-me que Deus me ajudará a vencer as intempéries, se me apegar a Ele e à fé que recebo pela Sua Palavra, para afastar as dúvidas e o desânimo. A Bíblia promete: “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus.”1 Demorei-me um tempo para entender que o versículo não diz que todas são do bem, mas que “concorrem para o bem”. Isso significa que até o que de mau nos acontecer será transformado por Deus, nas histórias de nossas vidas, para nos gerar benefícios, aqui ou na eternidade. Por esse prisma, percebo entretanto, é descobrir que os donos dessas personalidades exemplares não construíram esse reservatório de confiança no Todo-poderoso e ati- tudes positivas navegando em mares de rosas. Impregnaram-se desses atributos ao atravessar dificuldades, provações e, às vezes, na permanência sob circunstâncias devastadoras e dolorosas, escolheram esperar para ver como Deus os resgataria — mesmo quando isso demorou. Em alguns casos, enfrentaram problemas com a própria saúde ou com a de seus filhos; em outros, perderam um ente querido. Qualquer que tenha sido o infortúnio, essa gente cheia de fé saiu dele mais forte, Para alguns, a fé em Deus é algo natural. Conseguem ver o lado bom das pessoas difíceis ou nas situações de provação. É gente que só consegue ver copos meio cheios e costumam dizer coisas como “Deus proverá” e “Não se preocupe, pois tudo vai dar certo.” À primeira vista, pode parecer que a vida dessas pessoas seja mamão com açúcar, que mal saibam o que é um problema e que tudo sempre aconteça do jeito delas. O que surpreende muitos, Tenha fé na fé Tina Kapp 1. Romanos 8:28 2. Salmo 86:10–13 NVI 3. www.just1thing.com 4
  • 5. que não posso agradecer a Deus por tudo de bom que acontece em minha vida e culpá-lO pelas coisas ruins. Devo confiar nEle nas adversidades, absolutamente confiante de que Ele as transformará em ganhos para mim. A Bíblia está repleta de exemplos desse princípio, o que me leva a crer que Deus quis deixar isso bem claro. O Rei Davi é um dos meus favoritos. Imagine por um segundo que seu grande projeto de carreira fosse ser pastor de ovelhas. Com base no meu vasto conhecimento de atividades pastoris e na minha vívida imaginação, deduzo que o trabalho se resuma a assistir às ovelhas comer por horas, afastar animais que ameacem suas vidas e dedilhar uma harpa para ajudar o tempo a passar. Então, do nada, você é escolhido rei, mata um gigante diante de dois exércitos, de seus irmãos mais velhos, do monarca e, na sequência, torna-se amigo do peito do herdeiro do trono. Não é difícil imaginar que Davi estivesse feliz com Deus. Entretanto, a realidade mandou a fatura e o famoso ex-pastor quase perdeu o reino (algumas vezes), foi traído pelo próprio filho e fez escolhas pelas quais teve de receber os castigos de Deus. Depois disso, Davi passou a louvar Deus da posição de quem sabe exatamente o significado de confiar em Deus nas horas boas e nas ruins. Certa vez, Davi disse a Deus: “Tu és grande e realizas feitos maravilhosos; só Tu és Deus! De todo o meu coração Te louvarei, Senhor, meu Deus; glori- ficarei o Teu Nome para sempre. Pois grande é o Teu amor para comigo; Tu me livraste das profundezas do mundo dos mortos.”2 Nesse salmo, o monarca judeu estava desesperadamente orando para que Deus o livrasse dos seus inimigos, mas também sabia e confiava em Sua proteção e desvelo. Em vez de se abalar pelos infortúnios, sua crença se fortaleceu ainda mais. Na Bíblia, a fé é comparada ao ouro pois, como o precioso metal, é muito valiosa. Se enfraquecesse quando testada, seria como uma moeda com pouco ou nenhum valor, ou seja, de serventia limitada ou nula. Mas a fé que se assemelha ao ouro é preciosa, rara, cara e dura para a vida toda. Quando olho para o passado, vejo situações e eventos que não foram experiências fáceis e que espero não reviver, mas sei que se não fossem por essas provações, eu não teria os maravilhosos ganhos que com elas adquiri. Essas vivências e o que me ensinaram fortaleceram minha fé e me deram a certeza de que por maiores que sejam as tempestades emocionais que eu enfrentar, terei Jesus comigo, logo após as nuvens escuras, esperando para brilhar e me dar exatamente o que preciso para avançar com graça e força, pronta para encarar seja o que for que a vida me atirar. Tina Kapp é dançarina, apresentadora e escritora freelance na África do Sul. É diretora de uma empresa de entretenimento que ajuda a captar recursos para obras assistenciais e projetos missionários. Este artigo é uma adaptação de um podcast publicado em Just1Thing,3 um site cristão voltado à forma- ção de caráter de jovens. ■ 5
  • 6. ESPERANÇA E A ÁRVORE DE VIDA Ele é alto, magro, bronzeado e tem uns sessenta e poucos anos, de forma que é mais velho que os demais vendedores do mercado de hortifruti- granjeiros. Aos clientes, sempre saúda com um sorriso generoso. Fiquei surpresa, certa manhã, quando o vi usando um colar cervical. Mesmo com aquela coisa que vinha da ponta do queiro aos ombros, o homem não se queixou do desconforto que seus olhos revelavam. Explicou-me que sofrera um acidente de trânsito e se recuperava da operação cirúrgica. Estávamos no auge do verão taiwanês, quando a temperatura e a umidade do ar atingem níveis muito desagradáveis. Senti mal-estar só de imaginar como seria trabalhar sob o calor impiedoso daquele mercado ao ar livre, usando aquela peça feita principalmente de plástico. Percebendo minha preocupação, sorriu e me disse: “Vou melhorar. Todas as feridas saram e me queixar não ajuda.” Paguei pelas minhas compras e prometi orar por ele. Quando voltei a vê-lo, duas semanas depois, o colar e o sorriso ainda estavam presentes. “Você sente muita dor?” — pergun- tei. “Esse colar deve incomodar muito!” “A dor é muita — concordou — mas o que me mantém seguindo em frente é pensar no maravilhoso dia quando tudo isso terá passado e poderei voltar a me mover livremente. Essa é uma esperança que me ajuda!” Mas o tal “dia maravilhoso” parecia não chegar, pois a recuperação demo- rou mais do que ele previra, pelo que teve de usar o equipamento de imobi- lização por mais de um mês. Contudo, meu amigo ficou firme na esperança e se recusava a ceder ao desespero, apesar das dificuldades para manter seu negócio durante o tratamento. Até que chegou o dia em que a imobilização deixou de ser necessária. Havia uma marca grande e vermelha deixada pelo colar, mas não era algo que ele tentava disfarçar nem escondia a alegria de estar livre daquele incô- modo. Sua satisfação me fez lembrar do versículo que diz: “A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o desejo realizado enche o coração de vida.”1 Meu amigo é um testemunho do que Paulo chama de “perseverança proveniente da esperança.”2 Sua esperança não era um desejo vago ou alguma ilusão fugaz. Escolhera acreditar que nenhuma dor dura para sempre e que todas as feridas saram. Por mais longo e difícil que fosse o processo, o importante era manter o espírito animado e se apegar à promessa de um futuro melhor. Seu exemplo me inspira a enfrentar as provações da vida e a ficar firme diante das dificuldades. Firme estou, pois minha esperança é “como âncora da alma, segura e firme.”3 Elsa Sichrovsky é escritora freelance. Vive com sua família em Taiwan. ■ 1. Provérbios 13:12 NTLH 2. 1Tessalonicenses 1:3 NVI 3. Hebreus 6:19 Elsa Sichrovsky 6
  • 7. 1. Ver Jó 22:27. 2. Ver Hebreus 4:12. 3. Ver Salmo 147:3 4. Ver Hebreus 11:6. Prezado Bill Iris Richard Somos velhos amigos. Quando nos encontramos para um café recentemente, contou-me sobre suas dificuldades. Sua esposa desenvolveu uma condição crônica que a mantém de cama e está sendo difícil para ele cuidar de sua amada. Além disso, Bill anda sobrecarregado no trabalho e teme perder o emprego. Tudo isso o levou a uma crise de fé. Posso me solidarizar com ele. Passei por emoções similares não faz muito tempo. Oramos juntos e, mais tarde, sentindo que eu tinha mais a lhe dizer, escrevi-lhe esta carta: Prezado Bill, Foi muito bom reencontrá-lo, apesar de me entristecer ouvir sobre seus reveses e dificuldades. Como recentemente vivenciei um período de turbulência, ocorreu-me que o que me ajudou a superá-lo possa lhe ser útil também. Afastada de Deus, vi que precisava me aquietar — logo cedo de manhã, quando os pássaros já se levantaram e cantam para saudar o novo dia, ou à noite, quando a agitação exterior esmaece e dá lugar ao silêncio —, para acalmar minha mente e novamente voltar a ouvir Deus com clareza. Conversar com uma amiga próxima sobre minhas dores me ajudaram a processar as situações que vivenciava. Foi assim que aprendi a não temer as lágrimas. Aleituradeumavariedadedetextosespiritualmentealimentadoresfezmaravilhasefoiassimque encontreipassagensdaBíbliaquefizeramtodosentidoparamim.Busqueiesperançaeelasemanifestou. Encontrar até pequenas razões para a gratidão mantinha as vozes da negatividade e infelicidade distantes e me ajudou a manter a porta aberta para a fé reentrar em minha vida. Desde então, assumi alguns compromissos: Sempre que me encontro cansada demais para orar, oro do mesmo jeito, confiante de que minhas súplicas serão ouvidas.1 Se me faltar ânimo para ler a Bíblia, leio-a assim mesmo, pois a Palavra de Deus é viva e poderosa.2 Quando me impaciento na busca da tranquilidade, insisto nesse esforço, lembrando-me que Deus sara os quebrantados de coração.3 Quando meus pensamentos são de tristeza e desânimo, insisto em elevar os olhos, confiante de que a neblina vai passar e que Deus recompensa os que O buscam.4 Para concluir, querido Bill, desejo-lhe o que há de melhor e prometo que manterei você e sua situação em minhas orações diárias. Sua amiga, Iris Iris Richard é conselheira no Quênia, onde participa ativamente da comunidade e realiza trabalhos voluntários desde 1995. ■ 7
  • 8. A MAIOR PINTURA DO MUNDO Marie Boisjoly Faz pouco tempo, assisti a um documen- tário fascinante sobre o famoso afresco A Ressurreição, de Piero della Francesca, pintado por volta de 1460 na Toscana (Itália). Jesus está no centro da composição, retratado no momento de Sua ressurreição, acima de quatro soldados adormecidos à entrada de Seu túmulo, ilustrando a diferença entre as esferas humana e divina. O simbolismo também está na paisagem ao fundo. De um lado, vemos uma vegetação ressequida, sem folhas e sem vida; na parte oposta, árvores jovens e florescentes ilustram o ressurgimento do Cristo, uma afirmação da vida eterna para todos que nEle depositam a esperança — “Porque Eu vivo, vós também vivereis.”1 Aldous Huxley descreveu a obra-prima como “a maior pintura do mundo”, mas foi a história de sua preservação durante a 2ª Guerra Mundial que capturou minha atenção. O conflito já se encaminhava para o fim e os Aliados lutavam para livrar a Toscana da ocupação germânica. Forças britânicas se posicionaram nos montes de onde se podia avistar Sansepolcro, cidade em que se encontra o prédio que abriga a preciosa obra de arte. As ordens para a artilharia eram que o bombardeio contra o lugar começasse imediatamente. Foi então que o oficial britânico, Tony Clarke, lem- brou-se do que escrevera Huxley em 1925, em referência à obra do grande pintor. Clarke se viu diante do dilema, mas, movido pelo amor à arte, desobedeceu às ordens de seus superiores e, sob pena de ir à corte marcial, ordenou a suspensão do ataque. Descobriu-se posteriormente que os alemães já haviam se retirado da região, que foi liberada pelos britânicos no dia seguinte. A cidade, seus habitantes e a pintura de Piero della Francesca sobreviveram por pouco, graças à determinação de Tony Clarke e uma frase escrita em um livro, 20 anos antes. Em homenagem ao homem que evitou a destruição da cidade, os residentes de Sansepolcro batizaram uma rua com o nome do capitão britânico. Não sei se esse militar ou Huxley eram crentes. Contudo, suas palavras e ações ajudaram a preservar a representação artística da ressurreição de Jesus, que continuou um testemunho para as gerações desde então. Para mim, o incidente é um lembrete vívido da interven- ção divina nas circunstâncias mais improváveis. Apenas algumas palavras que vieram à memória na hora certa foram usadas por Deus para atender às orações de Seus filhos que pediam proteção. Marie Boisjoly é terapeuta do riso e diretora de “Coloreando el Mundo” (Colorindo o Mundo), um show interativo de palhaços e marionetes no México.■ 1. João 14:19 8
  • 9. Contaram que a tumba estava vazia e que a encontram aberta. Disseram mais, mas aquilo fora o bastante para que os dois se lançassem porta a fora para atravessar a cidade que ainda dormia. Lá se foram, desembestados, pelas ruas escuras tão rápido quanto seus pés conseguiam levá-los, enquanto os primeiros raios da alva começavam a iluminar o céu. Fazia três dias que O haviam sepultado. O que mais querem fazer ao Seu corpo? Não O espancaram o bastante quando ainda vivia? Era fresca na memória de Pedro a cena dos soldados castigando-Lhe as costas com o látego, vez após vez, muito além do que alcança a resistên- cia humana. Ele assim lhes permitiu. Jesus poderia ter impedido Seus torturadores. Por que deixou que con- tinuassem? Disse que poderia invocar legiões de anjos para O proteger. Por que não o fez? O apóstolo então se lembrou também da predição feita pelo profeta Isaías: “Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados.”1 Passou por tudo aquilo por nós. A entrada da tumba estava à vista. João havia chegado primeiro e, sem dizer palavra, fitava o interior do túmulo. Pedro se aproximou devagar. O Sol já crescia atrás deles. O dia começara. O apóstolo entrou seguido pelo outro discípulo. De fato, nada havia no sepulcro, exceto os tecidos de linho no chão, usados para cobrir Seu corpo e o pano que Lhe envolvera a cabeça cuidadosamente dobrado em algum lugar ali por perto. Não havia corpo. Fora levado. “Quem, o quê...?” Apesar de lhe fugirem as palavras, João conseguiu formular uma frase. “Para onde O levaram?” Em resposta, apenas o silêncio. A atmosfera estava carregada de energia. Havia algo ali que não perce- biam. Algo importante. Depois de alguns minutos ali parados, acendeu-lhes uma luz tão brilhante quanto o alvorecer que avançava. Jesus havia falado sobre isso. Não entenderam da primeira vez, mas ali, naquele túmulo sem corpo, a predição fazia todo o sentido. “O Filho do Homem será entregue a homens maus e ao terceiro dia ressurgirá.”2 Os quatro Evangelhos contam a história da ressurreição de Jesus. Este artigo é uma adaptação desses relatos. ■ O TERCEIRO DIA Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim, nunca morrerá. — Jesus, João 11:25–26 Ele não está aqui; já ressurgiu. — Mateus 28:6 1. Isaías 53:5 2. Ver Lucas 18:32–33 Dan Johnston 9
  • 10. MARAVILHAS DA PÁSCOA por Peter Amsterdam (adaptação) É nesta época do ano que celebramos a própria essência de nossa fé: a ressureição de Jesus. É o tema central do Evangelho e principal prova da validade de tudo que Jesus ensinou. A ressurreição nos conta que Jesus é o Filho de Deus e que, por ser- mos crentes, temos salvação, perdão, somos os filhos de Deus e estaremos com Ele pela eternidade no Céu. O apóstolo Paulo afirmou que se Jesus não tivesse ressurgido dos mortos, a mensagem da cristandade não teria fundamento e vã seria a fé dos que creem.1 Mas Ele ressuscitou conforme disse que faria, tal qual disse o anjo às mulheres à porta ao Seu túmulo. Esse fato valida nosso sistema de crenças e nossa fé. Jesus está vivo! Ele vive! E por isso, nós também. Um senso renovado de sentido de reverência e admiração O fato de Jesus ter deixado o túmulo significa que Ele venceu a morte, libertando-nos assim da condição de confinamento a esta vida na Terra. Apesar de hoje vivermos em um mundo com muitos problemas, existe outro, perfeito, à nossa espera. Apesar de hoje sofrermos angústias e decepções, nossas lágrimas e nossos temores serão para sempre afastados de nós na próxima vida.2 Deus fará novas todas as coisas. Apesar de hoje lutarmos contra confusão, tristeza, temor e incertezas, quando nos juntarmos a Ele e estivermos à Sua presença, sentiremos uma alegria indescritível. Isso é possível porque Deus, que tanto nos ama e deseja que nos relacio- nemos com Ele, arquitetou um plano pelo qual podemos nos tornar Seus filhos e filhas. Para executá-lo, veio a este mundo por meio de um nasci- mento milagroso e, depois de viver conosco, sacrificou a própria vida em uma cruz e, na sequência, ressuscitou. É por isso que podemos ter com Ele o relacionamento para o qual fomos criados — agora e eternamente. É maravilhoso que Deus tenha tornado possível para nós contar com Ele em nossas vidas agora e viver eternamente à Sua presença. A resposta apropriada de nossa parte é de eterna gratidão, louvor, reverência e adoração, pois nos foi concedida a mais preciosa de todas as dádivas. Mais fé para viver Se pararmos para pensar, meditar 1. Ver 1 Coríntios 15:12–20. 2. Ver Apocalipse 21:4. 3. Ver Marcos 16:15 4. João 3:16 10
  • 11. e reconhecermos o significado da ressurreição de Jesus, o que realizou e como mudou nossas vidas para sempre, nossa fé crescerá em todos os sentidos. Além de ressurgir dos mortos, Jesus se dedica a resgatar as pessoas de becos sem saída, fardos excessivos e vidas sem propósito. Às vezes, resignamo-nos a certas situações e circunstâncias porque não vemos esperança de mudança, mas entendemos que a vida é do jeito que é e o que nos resta é tolerar. Entretanto, Deus quer mudar as coisas, insuflar novo alento em nossos corações, em nossos relacionamentos ou em situações que podem estar ou parecer sem vida. É possível que você esteja em uma situação aparentemente insolúvel e sem esperança, mas nada está além do controle de Jesus e Seu poder é infinito. Quando Jesus estava na Terra, fazer o impossível era um hábito para Ele: multiplicou pães e peixes, caminhou sobre a água, curou paralíticos, fez com que cegos passassem a ver e que mortos voltassem a viver. Compromisso renovado com a divulgação das Boas Novas A vinda de Jesus à Terra, Sua morte na cruz por nós e Sua subsequente ressurreição mudou para sempre o curso da história. Essas ações permitiram a cada um de nós a oportunidade de aceitar Jesus e nos tornarmos parte da família de Deus. Ao dizer aos Seus discípulos para pregar o Evangelho para todos,3 comunicou que quer que cada homem, mulher e criança tenha a oportunidade de se tornar parte da Sua família, que vivencie Seu perdão e reconciliação. Todo aquele que já recebeu dEle essa maravilhosa dádiva, que sabe o que é ser parte da família de Deus, perdoado pelos pecados e habitado pelo Espírito de Deus, terá o desejo de compartilhar isso com os outros. Cabe a nós, que cremos na ressurreição, que fomos salvos por causa dela e que, por isso, também ressuscitaremos, nos lembrarmos de que além de celebrar o ressurgi- mento do Filho de Deus, devemos proclamar o Cristo ressurreto aos que ainda não sabem que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”4 Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■ Um maravilhoso e poderoso paradoxo ocorreu, pois a morte que Lhe impuseram para desonrá-lo e desgraçá-lo se tornou no maravilhoso monumento da derrota que a morte sofreu. — Atanásio de Alexandria (296–373) 11
  • 12. Não se entreguem ao deses- pero. Somos o povo da Páscoa e aleluia é nossa canção. — Papa João Paulo II (1920–2005) 2 Um homem totalmente inocente se ofereceu em sacrifício pelos outros, inclusive pelos inimigos. Ele foi entregue pelos inimigos e assim resgatou o mundo. Foi o ato perfeito. — Mahatma Gandhi (1869–1948) 2 A esperança cristã é fé à espera do cumprimento das promessas de Deus. […] A esperança cristã é uma certeza garantida pelo próprio Deus. A espe- rança cristã revela o conhecimento de que cada dia na vida do cristão e todo momento após esta vida, o crente pode afirmar, com base no compromisso feito pelo próprio Deus, que o melhor ainda está por vir. — Adaptação de texto de Jim Packer (n. 1926) Não há conjecturas a respeito do futuro do cristão após a morte. Existe a certeza baseada na verdade. Um acontecimento tremendo na história tirou a questão de vida após a morte do domínio da hipótese e a tornou um fato evidente. Paulo afirma clara e abertamente a razão dessa certeza. “Sabemos que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também nos res- suscitará com Jesus e nos apresentará com vocês.”1 A ressurreição de Jesus Cristo é um precedente para a res- surreição de todos os que estão em Cristo. Em outras palavras, a base da nossa ressurreição futura é a his- toricidade da ressurreição de Cristo. A ressurreição de Jesus Cristo não é um acontecimento secundário, mas principal e vital para a fé cristã. ... O fato de Jesus estar vivo e habitar em nós não só muda a nossa perspectiva da próxima vida, mas desta vida também, porque até encararmos a morte, jamais saberemos o que é ser verdadeiramente livre. A fé cristã não está relacionada ao escapismo, mas à vida hoje, a ser vivida em amor, força e sabedoria, na presença de Cristo que em nós habita. Para isso temos a certeza dAquele que ressuscitou dos mortos para que pudéssemos estar com Ele eterna- mente. — Charles Price 2 Nenhum tabloide jamais publicará a surpreendente notícia de que o corpo embalsamado de Jesus de Nazaré foi descoberto na Jerusalém Antiga. Os cristãos não possuem corpo algum cuidadosamente preservado em uma redoma de vidro para adoração. Graças a Deus, o túmulo está vazio. Esse fato glorioso proclama que, para nós, a vida não acaba com a morte, que, em vez de parede, se torna uma porta. — Peter Marshall (1902–1949 ■ 1. 2 Coríntios 4:14 NVI o POVO DA PÁSCOA 12
  • 13. M U I T O A L É M D O M E R O D E S E J O Sukanya Kumar-Sinha Eu tinha oito anos quando perdi meu avô, aos 65 anos. Minha família é muito unida e isso foi um golpe duro para todos nós. Lembro de beijar seu rosto frio e lhe dizer adeus. Mas algo dentro de mim insistia que aquela despedida não era definitiva. Sempre tive uma forte esperança de me reunir a ele algum dia. Toda vez que visitava seu túmulo, chorava por não poder vê-lo, tocá-lo, falar com ele; mas, lá no fundo, sabia e sempre tive a confiança que voltaria a vê-lo. À expectativa desse reencontro adicionava pen- samentos como: “Vou ver o Vovô de novo e lhe perguntar sobre a vez em que ele foi perseguido por um bando armado que o queria roubar”, ou “Quando vir o Vovô de novo, vou lhe dar uma bronca por não ter feito a operação nos rins em tempo”. Aos poucos, ajustei-me à sua ausência. Quando ficou viúva, Nanna, minha avó, se tornou o coração de nossa grande família. E quando ela morreu acariciei a colcha de sua cama e simplesmente não conseguia parar de chorar. Na igreja, eu ficava olhando para o lugar onde ela gostava de se sentar e perguntei a Jesus: Por quê? Com o tempo, a dor se tornou menos intensa, menos constante, mas nunca desapareceu. Até o dia em que me flagrei pensando: “Quando eu vir a Nanna de novo, vou lhe dizer quanta falta ela nos faz. Vou lhe dar o grande abraço que não consegui dar no hospital…” Foi então que entendi que a promessa da vida eterna não é apenas um mero desejo infantil que tive aos oito anos de idade, mas algo capaz de trazer conforto em qualquer momento da vida. Nós, cristãos, temos uma esperança imortal e a fé inquebrantável de que a morte não é o fim. Deus enviou Seu Filho, Jesus, à terra para que tenhamos vida eterna nEle. Tudo que precisamos é fé infantil para crer na promessa de Deus. Não sei exatamente como os relacionamentos que tanto desfrutamos na Terra continuarão no Céu, mas estou certa de que a vida eterna com Deus nos espera. A morte é o portal pelo qual passamos para alcançá-la. Sukanya Kumar-Sinha é leitora da Contato na Índia. Vive atualmente em Gurgaon, onde trabalha como diretora assistente em uma missão diplomática em Nova Délhi. ■ 13
  • 14. Descobrindo A FÉ Nasci em uma família cristã, mas, aos 13 anos, tornei-me ateia. Aos 18, deixei minha cidade natal, Rio de Janeiro, e com uma mochila nas costas parti para descobrir o mundo. Em um dado momento, depois de visitar as Ilhas Britânicas, voltei para o continente e viajei de ônibus para a Índia, atravessando a Turquia, o Irã, o Afeganistão e o Paquistão. Foi quando aprendi que os povos de fala árabe usam a mesma expressão para cumprimentar alguém que chega ou para se despedirem: As-salamu alaykum — a paz de Deus esteja com você. Certa vez, no Afeganistão, ouvi um garoto can- tando uma linda canção na alfaiataria de seu pai. Quando lhe perguntei o que cantava, respondeu: “O Alcorão, é claro.” Em Goa, fiquei com um grupo de jovens franceses que passava horas em sua choupana, em silêncio, contemplando uma vela acesa sobre a mesa. Lembro-me de pensar: Deus deve mesmo existir, pois onde quer que eu vá, as pessoas O estão buscando. Pouco depois, reencontrei-me com minhas raízes cristãs, tornei-me missionária e passei a aprender o verdadeiro significado da fé. Em minha experiência, conforme supero as provações da vida, vejo a fé me chamando para seguir em frente. É o que me mantém avançando quando revezes e desânimo berram que eu deveria desistir. É uma voz sutil e calma que me diz, mesmo em meio a toda confusão, que tudo estará bem. A fé cresce com os desafios que aceitamos e vencemos um dia após o outro. Se acha que sua fé é pequena, lembre-se que Jesus disse que mesmo que ela seja tão minúscula quanto uma semente de mostarda, poderá mover uma montanha.1 Rosane Pereira é professora de inglês e escritora. Mora no Rio de Janeiro e é membro da Família Internacional. ■ A ressurreição é o último ato para completar a inauguração do reino de Deus. …Esse evento marcante demonstra que o reino de Deus realmente foi lançado na terra assim como no Céu. ...A mensagem da Páscoa é que Jesus Cristo revelou o novo mundo de Deus do qual você está convidado a participar. —N. T. Wright (n. 1948) Jesus, acredito que Você é o Filho de Deus, que morreu na cruz em meu lugar e ressuscitou. Por favor, conceda-me a dádiva do Seu perdão, para que eu possa viver em paz para sempre com Você. 1. Ver Mateus 17:20. Rosane Pereira 14
  • 15. ESTAR COM DEUS A Páscoa sempre me faz pensar na salvação, a maravilhosa dádiva que Deus nos dá de paz com Ele nesta vida e na próxima. Não é algo que dependa do nosso esforço, mas que foi feito por nós. Jesus morreu na cruz por nossos pecados e ressurgiu no terceiro dia. Foi Ele quem fez isso, não nós. “Hoje estarás comigo no paraíso” — disse ao ladrão moribundo, Seu vizinho de cruz.1 Não havia nada que aquele homem pudesse fazer com respeito à sua situação, ao seu passado e, definitivamente, com respeito ao seu futuro, exceto o que fez ao pensar e dizer “Senhor, lembra-Te de mim quando entrares no Teu reino.”2 Tudo que foi preciso foi essa expressão de fé. É uma lição para todos nós. É muito fácil nos ocuparmos com causas nobres e para ajudarmos os outros. Preenchemos nossos dias com boas ações, palavras bondosas e atos de gene- rosidade. Contudo, isso não basta para nos reconciliarmos com Deus, porque como temos nossos bons momentos, não nos faltam os maus, quando nossas ações não são tão sábias nem bem ponderadas, quando nossas palavras são menos que bondosas, quando egoista- mente pensamos no que queremos mais do que os outros precisam. Também volta e meia ficamos zangados, não perdoamos e reclamamos da vida. Nenhum de nós chega a esse nível de evolução. Se a reconciliação com Deus dependesse do que fazemos, nunca serí- amos salvos. É por isso que nenhuma de nossas boas obras ou melhores esforços nos garantirá um lugar ao Seu lado.3 É maravilhoso saber, contudo, que não precisamos atingir nenhum nível de sublimação. O Filho de Deus adotou a forma humana, viveu como humano, escutando, observando, tocando, curando outros humanos. Seu amor por nós era tão grandioso que, mesmo sabendo que iria sofrer, permitiu-se ser levado, açoitado, tor- turado e finalmente pregado em uma cruz. E mesmo então, Seu amor foi maior. Perdoou os que O crucificaram, tratou de garantir amparo para Sua mãe que chorava aos Seus pés e deu coragem ao ladrão com Sua promessa: “Hoje estarás Comigo no paraíso.” Ele fez tudo isso; não nós. Independentemente de nossos temores, preocupações, remorsos, culpas, ou sentimentos de impo- tência, quando oramos “Senhor, lembre-se de mim”, somos atendidos. Deixemos de lado tudo que nos incomoda e estejamos com Ele hoje. Abi May é escritora freelance, educadora e promotora da saúde na Grã-Bretanha. Visite seu website em www.abi. mayihelp.co.uk. ■ Momentos de quietude Abi May 1. Lucas 23:43 2. Lucas 23:42 3. Ver Tito 3:5. 15
  • 16. A PROVAÇÃO DO CORAÇÃO Entendo as provações pelas quais as pessoas passam em seus íntimos, os desesperos e as angústias que sentem. Compreendo a renúncia, pois primeiro tive de renunciar Meu Pai para ir para a Terra. E depois tive de deixar na Terra os que tanto amava, para regressar para Ele. Conheço a profundeza do sofrimento físico e da aflição, pois gritei de dor quando os pregos perfuraram as Minhas mãos e os Meus pés. Sei como é ser abandonado pois Me senti assim quando bradei: “Meu Deus! Meu Deus! Por que Me desamparaste?”1 Entendo o medo profundo, o receio do que está pela frente, por causa da dor e da angústia que trará. Sei o que é se sentir só, pois assim Me deixaram quando fui levado em custódia. Compreendo como é quando os outros são desleais com você, pois fui traído com um beijo. Embora o Meu Pai não tenha afastado aquele cálice de Mim, Eu tenha visto os que Me eram queridos fugir e Me abandonar na hora da angústia, Eu tenha levado muitas chicotadas e sentido que Meu Pai Me desamparara, tudo isso gerou uma vitória enorme, uma renovação tremenda, uma salvação total! Quando Eu recebia chicotadas, quando fui coroado com espinhos e pregado na cruz, tudo parecia uma derrota, mas mudou o curso da história e toda a eternidade! Quando a vida parecer escura e você nada poder ver, Meus braços estarão à sua volta. Peço-lhe que confie em Mim, quando passar pelos vales profundos, na hora da dor e da necessidade, pois você também terá uma gloriosa ressurreição, por causa do Meu sacrifício por você. Com amor, Jesus 1. Mateus 27:46