1) A Segunda Guerra Mundial enfraqueceu o Kuomintang na China e fortaleceu os Comunistas, que controlavam uma população de 95 milhões e tinham 900 mil soldados em 1945.
2) Após a guerra, os Comunistas se aliaram às forças soviéticas na Manchúria e gradualmente expandiram seu controle territorial até tomar Pequim e Xangai entre 1946-1949.
3) A vitória comunista se deveu à reforma agrária, ideologia, organização e perícia militar, enquanto o K
Este documento descreve a "nova ordem mundial" entre 1945 e 1989, caracterizada pela hegemonia dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências após a Segunda Guerra Mundial, levando ao surgimento de uma bipolaridade mundial e da Guerra Fria entre os dois blocos.
Mao Tsé-Tung foi o primeiro líder da China comunista, governando de 1943 até sua morte em 1976. Ele fundou o Partido Comunista da Chinês em 1921 e liderou a tomada do poder pelo partido em 1949, estabelecendo a República Popular da China. Antes disso, o Kuomintang, liderado por Chiang Kai-shek, governou a China de 1928 a 1949.
1) A corrida armamentista entre EUA e URSS durante a Guerra Fria manteve um equilíbrio de poder que garantiu a paz por medo de ataque.
2) EUA e URSS competiram no espaço para mostrar qual sistema era mais avançado.
3) EUA perseguiu ideias socialistas internamente e em aliados através do Macarthismo.
O documento descreve os regimes totalitários que surgiram na Europa entre as guerras, como o fascismo italiano de Mussolini e o nazismo alemão de Hitler. Esses regimes se caracterizavam por valorizar o líder autoritário, o nacionalismo exacerbado e o controle total do Estado sobre a sociedade. O documento também menciona a crise econômica de 1929 e o papel dos Estados Unidos na reconstrução da economia mundial no período entre-guerras.
O documento descreve a Guerra Fria, período de tensão entre Estados Unidos e União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. As duas potências disputavam influência global e lideravam blocos militares opostos, a OTAN e o Pacto de Varsóvia. Apesar da ameaça nuclear, travavam disputas por meio de aliados em conflitos como na Coreia e Vietnã.
A Revolução Russa de 1917 ocorreu em duas fases: a Revolução de Fevereiro derrubou a monarquia czarista e instaurou um governo provisório burguês, enquanto a Revolução de Outubro levou os bolcheviques de Lênin ao poder com o objetivo de construir uma sociedade socialista. Após a vitória na guerra civil contra os contrarrevolucionários, Lênin implantou a NEP para reconstruir a economia antes de sua morte em 1924, dando início a uma disputa pelo poder vencida
As principais causas da Segunda Guerra Mundial incluíram o Tratado de Versalhes, o surgimento de governos totalitários na Alemanha, Itália e Japão, e a forte militarização desses países na década de 1930, culminando na invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.
Este documento descreve a "nova ordem mundial" entre 1945 e 1989, caracterizada pela hegemonia dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências após a Segunda Guerra Mundial, levando ao surgimento de uma bipolaridade mundial e da Guerra Fria entre os dois blocos.
Mao Tsé-Tung foi o primeiro líder da China comunista, governando de 1943 até sua morte em 1976. Ele fundou o Partido Comunista da Chinês em 1921 e liderou a tomada do poder pelo partido em 1949, estabelecendo a República Popular da China. Antes disso, o Kuomintang, liderado por Chiang Kai-shek, governou a China de 1928 a 1949.
1) A corrida armamentista entre EUA e URSS durante a Guerra Fria manteve um equilíbrio de poder que garantiu a paz por medo de ataque.
2) EUA e URSS competiram no espaço para mostrar qual sistema era mais avançado.
3) EUA perseguiu ideias socialistas internamente e em aliados através do Macarthismo.
O documento descreve os regimes totalitários que surgiram na Europa entre as guerras, como o fascismo italiano de Mussolini e o nazismo alemão de Hitler. Esses regimes se caracterizavam por valorizar o líder autoritário, o nacionalismo exacerbado e o controle total do Estado sobre a sociedade. O documento também menciona a crise econômica de 1929 e o papel dos Estados Unidos na reconstrução da economia mundial no período entre-guerras.
O documento descreve a Guerra Fria, período de tensão entre Estados Unidos e União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. As duas potências disputavam influência global e lideravam blocos militares opostos, a OTAN e o Pacto de Varsóvia. Apesar da ameaça nuclear, travavam disputas por meio de aliados em conflitos como na Coreia e Vietnã.
A Revolução Russa de 1917 ocorreu em duas fases: a Revolução de Fevereiro derrubou a monarquia czarista e instaurou um governo provisório burguês, enquanto a Revolução de Outubro levou os bolcheviques de Lênin ao poder com o objetivo de construir uma sociedade socialista. Após a vitória na guerra civil contra os contrarrevolucionários, Lênin implantou a NEP para reconstruir a economia antes de sua morte em 1924, dando início a uma disputa pelo poder vencida
As principais causas da Segunda Guerra Mundial incluíram o Tratado de Versalhes, o surgimento de governos totalitários na Alemanha, Itália e Japão, e a forte militarização desses países na década de 1930, culminando na invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.
O documento descreve a Guerra Fria, conflito ideológico entre Estados Unidos e União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. As duas potências disputavam a hegemonia global e tentavam expandir seus sistemas políticos e econômicos. Apesar da corrida armamentista e de conflitos em outros países, uma guerra direta era evitada por medo de destruição mútua com armas nucleares. O fim da Guerra Fria veio com o colapso do bloco socialista na década de 1980.
A Guerra do Vietnã envolveu um longo conflito entre o Vietnã do Norte comunista e o Vietnã do Sul capitalista, apoiado pelos Estados Unidos, que durou de 1955 a 1975. Os EUA enviaram tropas para impedir a expansão comunista, mas sofreram muitas baixas e não conseguiram uma vitória militar. Após a retirada dos EUA em 1973, o Vietnã do Norte unificou o país sob um governo comunista no ano seguinte.
O documento resume os principais eventos da Guerra Fria na Ásia, incluindo a Revolução Chinesa, a Guerra da Coreia, a Guerra da Indochina e a intervenção soviética no Afeganistão. Discutiu a divisão do Vietnã e da Coreia após os respectivos conflitos e a resistência ao domínio estrangeiro nessas regiões.
O documento apresenta um resumo sobre a Segunda Guerra Mundial, incluindo:
1) As principais alianças envolvidas - Aliados (EUA, Reino Unido, URSS) e Eixo (Alemanha, Itália, Japão);
2) Os principais ditadores fascistas - Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Franco na Espanha e Salazar em Portugal;
3) Uma breve biografia de Hitler, desde sua origem até se tornar ditador da Alemanha e liderar a invasão de diversos países.
O documento descreve a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética após a Segunda Guerra Mundial, incluindo a divisão da Alemanha e da Coreia, disputas ideológicas na China e no Vietnã, e o eventual colapso da União Soviética.
O documento descreve os principais eventos da Guerra Fria entre 1945 e 1991, desde o fim da Segunda Guerra Mundial até a queda da União Soviética. Abrange a divisão da Europa e da Alemanha entre as esferas de influência capitalista e comunista, disputas por áreas de influência no Terceiro Mundo e corridas armamentistas e espaciais entre EUA e URSS.
A Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética pela hegemonia mundial. Dois blocos foram formados, um capitalista liderado pelos EUA e um comunista liderado pela URSS, colocando o mundo à beira da destruição total pela corrida armamentista. Conflitos como na Coréia e Vietnã foram envolvimentos indiretos, até o fim da Guerra Fria com o colapso do bloco soviético na década de 1980.
A Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética disputando a hegemonia mundial. Cada um defendia sistemas políticos e econômicos diferentes, mas evitaram um confronto militar direto por temor de uma guerra nuclear, envolvendo-se em corrida armamentista e apoiando conflitos em outros países. O equilíbrio de poder manteve a "paz armada" até o fim da Guerra Fria na década de 1990 com o colapso da União Soviética.
1) O documento fornece informações sobre a República Popular da China, incluindo sua capital, população, governo e líderes históricos como Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping.
2) A China sofreu grande influência ocidental no século XIX através de guerras e tratados desiguais, mas se tornou uma potência comunista sob Mao após 1949.
3) Deng Xiaoping liderou reformas econômicas na década de 1970 que abriram a China para investimentos estrangeiros e trouxeram
Após a 2a Guerra Mundial, os EUA e a URSS emergiram como superpotências rivais, dividindo o mundo em blocos capitalista e comunista e dando início à Guerra Fria. Os EUA criaram o Plano Marshall para conter o avanço comunista na Europa Ocidental, ao passo que a URSS criou o Comecon. Eventos como o Bloqueio de Berlim, a Guerra da Coreia e a Crise dos Mísseis de Cuba aumentaram as tensões entre os blocos até 1991.
O documento resume os principais eventos da Segunda Guerra Mundial, da Guerra Fria e dos regimes totalitários, incluindo a ascensão do nazismo e fascismo na Europa, o início da guerra em 1939, a entrada dos EUA após Pearl Harbor, a rendição da Alemanha e Japão em 1945, o início da disputa ideológica entre EUA e URSS após a guerra, e o fim da Guerra Fria com a queda do Muro de Berlim em 1989.
O documento discute as ditaduras na década de 1930 na Europa. A democracia foi desacreditada por não ter evitado a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão. A Rússia tornou-se uma ditadura de extrema-esquerda sob Lenine após a Revolução Bolchevique de 1917, quando o proletariado assumiu o poder. Lenine implementou o comunismo na Rússia, mas seu "Comunismo de Guerra" fracassou, levando-o a adotar a NEP para permitir alguma propriedade
A Guerra da Coréia (1950-1953) opôs as forças da Coréia do Sul e seus aliados (EUA, Reino Unido) à Coréia do Norte, apoiada pela China e antiga União Soviética. Após a invasão norte-coreana da parte sul em 1950, as Nações Unidas autorizaram uma força internacional liderada pelos EUA para expulsar os invasores, porém a entrada da China no conflito forçou um impasse ao longo do paralelo 38. O acordo de cessar-fogo de 1953 pôs fim aos
Mao Tse-Tung foi um estadista chinês que liderou a revolução comunista na China. Ele nasceu em uma família rural pobre e teve pouca educação formal, mas se interessou pelo pensamento ocidental e marxismo. Mao se juntou ao Partido Comunista da China e liderou guerrilhas rurais contra os nacionalistas. Após a vitória comunista em 1949, Mao governou a China e promoveu reformas agrárias e a Revolução Cultural para consolidar o poder do Partido Comunista.
O documento descreve a ascensão do Partido Nazista na República de Weimar entre 1919-1933, quando assumiu o poder. Detalha a crise econômica e política que abalou a Alemanha após a Primeira Guerra, o crescimento eleitoral dos nazistas explorando o nacionalismo e a instabilidade. Em 1933, Hitler foi nomeado chanceler e estabeleceu um regime totalitário, banindo outros partidos e iniciando a perseguição de judeus e opositores.
03 socialismos cap 5 revolução russa rafael noronhaRafael Noronha
O documento discute o socialismo na Alemanha e Rússia. Na Alemanha, o Partido Social-Democrata chegou ao poder após a queda da monarquia em 1918, mas teve dificuldades durante a crise de 1929 que facilitou a ascensão de Hitler. Na Rússia, os bolcheviques liderados por Lenin derrubaram o czar em 1917 e estabeleceram o primeiro Estado socialista, iniciando o caminho para a União Soviética.
A Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética disputando influência política e econômica no mundo em uma guerra ideológica entre capitalismo e socialismo. Isso levou a uma corrida armamentista e a formação de alianças militares como a OTAN e o Pacto de Varsóvia. A disputa espacial entre as potências também refletiu essa rivalidade até o colapso do socialismo na década de 1980 por crises econômicas e políticas.
O Mundo Comunista: Desenvolvimento, Bloqueios e RupturasRuben Fonseca
O documento descreve a evolução do mundo comunista, listando os principais países comunistas como a União Soviética, China, Cuba e Coreia do Norte. Também aborda as experiências socialistas na China, Iugoslávia e Cuba, além da evolução política e econômica da União Soviética sob Lenin, Stalin, Khrushchev e Brezhnev.
A Revolução Russa de 1917 compreendeu duas fases: a Revolução de Fevereiro derrubou o czar Nicolau II e estabeleceu um governo provisório liberal, enquanto a Revolução de Outubro colocou Lênin e os bolcheviques no poder, estabelecendo o primeiro Estado socialista.
O documento apresenta informações sobre a Revolução Chinesa no século XX. Aborda o fim do Império Chinês em 1911 e a proclamação da República, o governo de Mao Tsé-Tung e as tensões entre a China e a União Soviética. Apresenta objetivos de aprendizagem e questões introdutórias sobre o tema. Detalha os principais acontecimentos da Revolução Chinesa, como a queda da dinastia Qing, a instabilidade política após 1911, o estabelecimento do Partido Comunista Chinês
O documento descreve a Guerra Fria, conflito ideológico entre Estados Unidos e União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. As duas potências disputavam a hegemonia global e tentavam expandir seus sistemas políticos e econômicos. Apesar da corrida armamentista e de conflitos em outros países, uma guerra direta era evitada por medo de destruição mútua com armas nucleares. O fim da Guerra Fria veio com o colapso do bloco socialista na década de 1980.
A Guerra do Vietnã envolveu um longo conflito entre o Vietnã do Norte comunista e o Vietnã do Sul capitalista, apoiado pelos Estados Unidos, que durou de 1955 a 1975. Os EUA enviaram tropas para impedir a expansão comunista, mas sofreram muitas baixas e não conseguiram uma vitória militar. Após a retirada dos EUA em 1973, o Vietnã do Norte unificou o país sob um governo comunista no ano seguinte.
O documento resume os principais eventos da Guerra Fria na Ásia, incluindo a Revolução Chinesa, a Guerra da Coreia, a Guerra da Indochina e a intervenção soviética no Afeganistão. Discutiu a divisão do Vietnã e da Coreia após os respectivos conflitos e a resistência ao domínio estrangeiro nessas regiões.
O documento apresenta um resumo sobre a Segunda Guerra Mundial, incluindo:
1) As principais alianças envolvidas - Aliados (EUA, Reino Unido, URSS) e Eixo (Alemanha, Itália, Japão);
2) Os principais ditadores fascistas - Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Franco na Espanha e Salazar em Portugal;
3) Uma breve biografia de Hitler, desde sua origem até se tornar ditador da Alemanha e liderar a invasão de diversos países.
O documento descreve a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética após a Segunda Guerra Mundial, incluindo a divisão da Alemanha e da Coreia, disputas ideológicas na China e no Vietnã, e o eventual colapso da União Soviética.
O documento descreve os principais eventos da Guerra Fria entre 1945 e 1991, desde o fim da Segunda Guerra Mundial até a queda da União Soviética. Abrange a divisão da Europa e da Alemanha entre as esferas de influência capitalista e comunista, disputas por áreas de influência no Terceiro Mundo e corridas armamentistas e espaciais entre EUA e URSS.
A Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética pela hegemonia mundial. Dois blocos foram formados, um capitalista liderado pelos EUA e um comunista liderado pela URSS, colocando o mundo à beira da destruição total pela corrida armamentista. Conflitos como na Coréia e Vietnã foram envolvimentos indiretos, até o fim da Guerra Fria com o colapso do bloco soviético na década de 1980.
A Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética disputando a hegemonia mundial. Cada um defendia sistemas políticos e econômicos diferentes, mas evitaram um confronto militar direto por temor de uma guerra nuclear, envolvendo-se em corrida armamentista e apoiando conflitos em outros países. O equilíbrio de poder manteve a "paz armada" até o fim da Guerra Fria na década de 1990 com o colapso da União Soviética.
1) O documento fornece informações sobre a República Popular da China, incluindo sua capital, população, governo e líderes históricos como Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping.
2) A China sofreu grande influência ocidental no século XIX através de guerras e tratados desiguais, mas se tornou uma potência comunista sob Mao após 1949.
3) Deng Xiaoping liderou reformas econômicas na década de 1970 que abriram a China para investimentos estrangeiros e trouxeram
Após a 2a Guerra Mundial, os EUA e a URSS emergiram como superpotências rivais, dividindo o mundo em blocos capitalista e comunista e dando início à Guerra Fria. Os EUA criaram o Plano Marshall para conter o avanço comunista na Europa Ocidental, ao passo que a URSS criou o Comecon. Eventos como o Bloqueio de Berlim, a Guerra da Coreia e a Crise dos Mísseis de Cuba aumentaram as tensões entre os blocos até 1991.
O documento resume os principais eventos da Segunda Guerra Mundial, da Guerra Fria e dos regimes totalitários, incluindo a ascensão do nazismo e fascismo na Europa, o início da guerra em 1939, a entrada dos EUA após Pearl Harbor, a rendição da Alemanha e Japão em 1945, o início da disputa ideológica entre EUA e URSS após a guerra, e o fim da Guerra Fria com a queda do Muro de Berlim em 1989.
O documento discute as ditaduras na década de 1930 na Europa. A democracia foi desacreditada por não ter evitado a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão. A Rússia tornou-se uma ditadura de extrema-esquerda sob Lenine após a Revolução Bolchevique de 1917, quando o proletariado assumiu o poder. Lenine implementou o comunismo na Rússia, mas seu "Comunismo de Guerra" fracassou, levando-o a adotar a NEP para permitir alguma propriedade
A Guerra da Coréia (1950-1953) opôs as forças da Coréia do Sul e seus aliados (EUA, Reino Unido) à Coréia do Norte, apoiada pela China e antiga União Soviética. Após a invasão norte-coreana da parte sul em 1950, as Nações Unidas autorizaram uma força internacional liderada pelos EUA para expulsar os invasores, porém a entrada da China no conflito forçou um impasse ao longo do paralelo 38. O acordo de cessar-fogo de 1953 pôs fim aos
Mao Tse-Tung foi um estadista chinês que liderou a revolução comunista na China. Ele nasceu em uma família rural pobre e teve pouca educação formal, mas se interessou pelo pensamento ocidental e marxismo. Mao se juntou ao Partido Comunista da China e liderou guerrilhas rurais contra os nacionalistas. Após a vitória comunista em 1949, Mao governou a China e promoveu reformas agrárias e a Revolução Cultural para consolidar o poder do Partido Comunista.
O documento descreve a ascensão do Partido Nazista na República de Weimar entre 1919-1933, quando assumiu o poder. Detalha a crise econômica e política que abalou a Alemanha após a Primeira Guerra, o crescimento eleitoral dos nazistas explorando o nacionalismo e a instabilidade. Em 1933, Hitler foi nomeado chanceler e estabeleceu um regime totalitário, banindo outros partidos e iniciando a perseguição de judeus e opositores.
03 socialismos cap 5 revolução russa rafael noronhaRafael Noronha
O documento discute o socialismo na Alemanha e Rússia. Na Alemanha, o Partido Social-Democrata chegou ao poder após a queda da monarquia em 1918, mas teve dificuldades durante a crise de 1929 que facilitou a ascensão de Hitler. Na Rússia, os bolcheviques liderados por Lenin derrubaram o czar em 1917 e estabeleceram o primeiro Estado socialista, iniciando o caminho para a União Soviética.
A Guerra Fria começou após a Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética disputando influência política e econômica no mundo em uma guerra ideológica entre capitalismo e socialismo. Isso levou a uma corrida armamentista e a formação de alianças militares como a OTAN e o Pacto de Varsóvia. A disputa espacial entre as potências também refletiu essa rivalidade até o colapso do socialismo na década de 1980 por crises econômicas e políticas.
O Mundo Comunista: Desenvolvimento, Bloqueios e RupturasRuben Fonseca
O documento descreve a evolução do mundo comunista, listando os principais países comunistas como a União Soviética, China, Cuba e Coreia do Norte. Também aborda as experiências socialistas na China, Iugoslávia e Cuba, além da evolução política e econômica da União Soviética sob Lenin, Stalin, Khrushchev e Brezhnev.
A Revolução Russa de 1917 compreendeu duas fases: a Revolução de Fevereiro derrubou o czar Nicolau II e estabeleceu um governo provisório liberal, enquanto a Revolução de Outubro colocou Lênin e os bolcheviques no poder, estabelecendo o primeiro Estado socialista.
O documento apresenta informações sobre a Revolução Chinesa no século XX. Aborda o fim do Império Chinês em 1911 e a proclamação da República, o governo de Mao Tsé-Tung e as tensões entre a China e a União Soviética. Apresenta objetivos de aprendizagem e questões introdutórias sobre o tema. Detalha os principais acontecimentos da Revolução Chinesa, como a queda da dinastia Qing, a instabilidade política após 1911, o estabelecimento do Partido Comunista Chinês
A Revolução Chinesa ocorreu entre 1949-1962 e resultou na vitória do Partido Comunista da China liderado por Mao Tsé-Tung sobre o Kuomintang nacionalista. A revolução foi precedida por décadas de guerra civil e luta pela independência nacional, e estabeleceu a República Popular da China, embora o regime permaneça autoritário.
A Revolução Chinesa de 1949 pôs fim à dominação estrangeira na China e estabeleceu um governo comunista liderado por Mao Tsé-tung. Após anos de guerra civil entre nacionalistas e comunistas, Mao proclamou a República Popular da China em 1949 e implementou reformas radicais como o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural.
No século XIX, a China era dominada por potências europeias. Entre 1898-1900, os boxers fizeram uma rebelião nacionalista contra os estrangeiros, mas foram derrotados. Em 1949, após anos de guerra civil entre nacionalistas e comunistas, Mao Tse-tung proclamou a República Popular da China e estabeleceu um governo comunista.
O documento discute a ascensão do comunismo na China e como ele se diferenciava do comunismo soviético. O comunismo chinês tinha um forte elemento nacionalista devido à longa história e sentimento de superioridade cultural da China. Embora o Partido Comunista e o Kuomintang compartilhassem objetivos iniciais semelhantes, o PC acabou se tornando mais popular por liderar a resistência contra os japoneses e apelar às massas rurais, enquanto o Kuomintang perdeu apoio. Isso permitiu que os
A Revolução Chinesa ocorreu de 1949 a 1962 e resultou na vitória do Partido Comunista da China liderado por Mao Tsé-Tung sobre o Kuomintang nacionalista. Após décadas de guerra civil e ocupação japonesa, Mao proclamou a República Popular da China em 1949, enquanto os nacionalistas fugiram para Taiwan.
Aulas 3 e 4- Revoluções Socialistas China e Cuba.pptxJacksonFrigotto
O documento resume as revoluções socialistas na China e em Cuba. Na China, após anos de dominação estrangeira, o Partido Comunista Chinês liderado por Mao Tsé-Tung derrubou o governo nacionalista e estabeleceu a República Popular da China em 1949. Em Cuba, o líder Fidel Castro derrubou a ditadura de Fulgencio Batista em 1959 e estabeleceu um governo socialista aliado à União Soviética, o que levou a tensões com os Estados Unidos.
A Guerra da Coreia (1950-1953) opôs as forças da Coreia do Norte, apoiada pela União Soviética e China, contra as forças da Coreia do Sul, apoiada pelos Estados Unidos e Nações Unidas. Após a invasão norte-coreana em 1950, as tropas dos EUA e China intervieram diretamente no conflito, que terminou em 1953 com a manutenção da divisão entre as Coreias ao longo do Paralelo 38.
O documento descreve a história da Revolução Chinesa desde o século XIX, quando a China foi dominada por potências europeias, até a ascensão de Mao Tsé-Tung e a proclamação da República Popular da China em 1949. Detalha os principais eventos como a Guerra do Ópio, o nacionalismo de Sun Yat-sen, a Longa Marcha liderada por Mao e as reformas comunistas após 1949, incluindo o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural.
O documento descreve a história da China desde o século XIX, quando foi dominada por potências europeias, até se tornar uma potência econômica mundial no século XXI. Apresenta os principais líderes e movimentos que lutaram contra o imperialismo, como Sun Yat-sen e Mao Tsé-Tung, e as reformas econômicas de Deng Xiaoping que levaram o crescimento da China.
O podcast está disponível no 4shared para download ou ouvir on-line gratuito no seguinte endereço: http://www.4shared.com/music/dU6yPst4/Podcast_ed_02_Revoluo_Chinesa.html Só é necessário fazer login no 4shared. e se não tiveres cadastro é só criar um.
O documento descreve a história da China desde o fim da dinastia Qin até o governo de Mao Tsé-Tung, cobrindo eventos como a dominação estrangeira, a Revolta dos Boxers, a queda do Império Chinês, a luta entre Nacionalistas e Comunistas, a invasão japonesa, e a proclamação da República Popular da China sob liderança maoísta.
O documento descreve a história da Revolução Chinesa desde o século XIX, quando a China era dominada por potências europeias, até os dias atuais. Inclui a Revolução Nacionalista de 1911 liderada por Sun Yat-sen, que derrubou a dinastia Qing, a Revolução Comunista e a Longa Marcha sob Mao Tsé-Tung na década de 1930, e as reformas econômicas a partir de 1978 sob Deng Xiaoping.
1) O documento descreve a história da China comunista, incluindo a ascensão de Mao Tsé-Tung e o estabelecimento da República Popular da China em 1949.
2) Detalha os principais eventos e figuras que moldaram a China, como a Revolução Cultural lançada por Mao em 1966.
3) Discutem as reformas econômicas implementadas após a morte de Mao sob a liderança de Deng Xiaoping, que abriram a China para o mercado global.
O documento resume a história da China desde o fim da dinastia Qing em 1911 até o governo de Deng Xiaoping após a morte de Mao Tsé-tung em 1976, período marcado pela queda da monarquia, guerra civil entre nacionalistas e comunistas, vitória dos comunistas e adoção do socialismo, além das reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping.
A Revolução Chinesa de 1949 pôs fim ao governo nacionalista e estabeleceu a República Popular da China sob o comando de Mao Tsé-tung e do Partido Comunista Chinês. Posteriormente, Mao lançou a Revolução Cultural para eliminar opositores, resultando em violência e milhões de mortes até ser substituído por Deng Xiaoping em 1978.
O documento descreve eventos importantes da Guerra Fria, como a Revolução Chinesa de 1949 que levou Mao Tsé-Tung ao poder na China, a Guerra do Vietnã entre 1963-1975 entre os EUA e o Vietnã do Norte, e a Guerra da Coreia de 1950-1953 entre Coreia do Norte apoiada pela China e Coreia do Sul apoiada pelos EUA.
A revolução comunista na China ocorreu entre 1927 e 1949 em quatro fases distintas, liderada por Mao Tsé-Tung. Após a vitória comunista em 1949, a China passou por períodos de reformas econômicas, como o Grande Salto Adiante, e de repressão política, como a Revolução Cultural, até adotar reformas de mercado na década de 1980 que levaram ao crescimento econômico atual.
A Revolução Russa de 1917 ocorreu devido ao atraso econômico e político sob o czarismo absoluto, levando ao domingo sangrento de 1905 e insatisfação popular com a participação na guerra. Os bolcheviques, liderados por Lenin e Trotsky, tomaram o poder em outubro de 1917, estabelecendo o primeiro Estado socialista no mundo e iniciando reformas radicais.
O documento descreve a ascensão e queda do comunismo na Rússia no início do século XX. Detalha as divisões entre bolcheviques e mencheviques no Partido Operário Social-Democrata da Rússia e como Lenin e os bolcheviques tomaram o poder após a Revolução de Outubro de 1917, levando à Guerra Civil Russa.
Este documento descreve eventos importantes na China comunista entre 1953 e 1976, incluindo a campanha das "Cem Flores" que levou à repressão de intelectuais, o desastre do "Grande Salto para Frente" e a ruptura sino-soviética. Também aborda a "Revolução Cultural" de Mao que causou grande sofrimento.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against developing mental illness and improve symptoms for those who already suffer from conditions like anxiety and depression.
O documento discute a integração jurídica, que ocorre quando o intérprete precisa preencher lacunas nas normas jurídicas ao julgar casos não previstos. Isso é feito por meio da analogia, costumes jurídicos e princípios gerais de direito. O documento também lista perguntas sobre o papel e função dos princípios jurídicos no processo de interpretação constitucional.
O documento discute os principais métodos de interpretação jurídica - gramatical, lógico-sistemático, teleológico e histórico-evolutivo - e os tipos de interpretação quanto aos efeitos - declarativa, restritiva e extensiva. Ele fornece exemplos de como esses métodos e tipos de interpretação podem ser aplicados para determinar se a imunidade de impostos para livros, jornais e papel se estende a CDs.
O documento discute a interpretação jurídica, definindo-a como fixar e extrair o sentido e alcance da norma jurídica considerando todo o sistema jurídico. Também aborda quem são os intérpretes, as técnicas que utilizam, e a diferença entre interpretação e hermenêutica.
O documento discute as fontes do direito no Brasil, incluindo legislação, jurisprudência, costume jurídico e doutrina. A legislação é composta por normas jurídicas escritas e publicadas pelo Estado, com hierarquia estabelecida pela Constituição Federal. A jurisprudência se refere às decisões dos tribunais que estabelecem precedentes. O costume jurídico surge da prática social reiterada. A doutrina resulta do estudo do direito por juristas e filósofos.
O documento discute o sistema jurídico e a divisão do direito positivo em três partes principais: 1) Sistema jurídico é o conjunto de normas que regem a estrutura do direito positivo. 2) Direito positivo é o conjunto de leis em vigor. 3) O direito positivo se divide em direito público, privado e difuso.
O documento discute os dois principais sistemas jurídicos mundiais: o civil law, encontrado em nações latinas e germânicas e baseado primariamente na lei; e o common law, originado nos usos e costumes da tradição anglo-americana e baseado significativamente em precedentes judiciais.
O documento apresenta uma síntese da evolução do pensamento econômico ao longo dos séculos, desde as primeiras escolas como os mercantilistas e os fisiocratas até chegar aos neoclássicos e keynesianos. A transição do feudalismo para o capitalismo é descrita, assim como os diferentes tipos de mercantilismo que surgiram de acordo com os países. Por fim, há uma breve menção aos fisiocratas como reformadores sociais.
Metodologia - a linguagem científica (aula 4).Felipe Hiago
O documento discute as características essenciais da redação científica, incluindo a importância da impessoalidade, objetividade e uso de linguagem técnica. Também enfatiza a necessidade de clareza, coerência e cortesia ao redigir trabalhos acadêmicos.
A empresa anunciou um novo produto para competir no mercado de smartphones. O novo aparelho terá câmera de alta resolução, processador rápido e bateria de longa duração para atrair consumidores. O lançamento está programado para o último trimestre do ano com preço competitivo.
Formação do estado moderno - historia das RIFelipe Hiago
O documento resume a formação do Estado moderno na Europa entre os séculos XVI e XVII. Apresenta os principais eventos que contribuíram para o fortalecimento dos Estados nacionais, como a Reforma Protestante, a Guerra dos Trinta Anos e o Tratado de Westfália, que reconheceu a soberania dos Estados e o equilíbrio religioso na Europa.
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Este documento discute a política externa do governo Lula da Silva no Brasil. Analisa se houve mudanças em relação ao governo anterior de Fernando Henrique Cardoso e descreve algumas das novas iniciativas, como a busca por coordenação política com países em desenvolvimento como Índia, África do Sul, China e Rússia. Também discute as diferentes interpretações ideológicas entre os governos Lula e FHC sobre a ordem internacional.
Normas da abnt – associação brasileiras de normasFelipe Hiago
O documento discute as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para citações e referências bibliográficas em trabalhos acadêmicos. Apresenta os tipos de citação - direta e indireta - e onde devem ser usadas nas normas da ABNT para evitar plágio e corretamente creditar ideias de outros autores.
Este documento fornece diretrizes para a apresentação de dissertações e teses da Universidade de São Paulo (USP), cobrindo elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, bem como instruções gerais de formatação, citações e referências bibliográficas de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Este documento apresenta o livro "Paz e Guerra entre as Nações" de Raymond Aron. O prefácio descreve a trajetória acadêmica e política de Aron, destacando seu papel na defesa da democracia contra o totalitarismo soviético na França pós-guerra. O livro analisa os conceitos, sistemas e determinantes das relações internacionais, abordando temas como estratégia, poder, recursos e nações no contexto da Guerra Fria.
Este documento discute a evolução da ciência política como disciplina, desde suas origens na Grécia Antiga até os dias atuais. Primeiro, aborda como Maquiavel e Hobbes ajudaram a definir seu objeto de estudo como a ação humana intencional na história. Em seguida, contrasta as visões racionalistas de Hobbes versus a visão baseada em costumes de Hume. Por fim, discute como a ciência política passou a se envolver com engenharia institucional ao estudar formas de governo representativo.
O documento busca conceituar política a partir de uma revisão da literatura sobre o tema. Primeiramente, apresenta as perspectivas polarizadas de Hannah Arendt e Max Weber sobre política, sendo a primeira centrada no consenso e a segunda no conflito. Em seguida, discute a visão de Jürgen Habermas, que contempla aspectos de ambas as abordagens. Finalmente, aborda a perspectiva de Carl Schmitt, focada na distinção amigo/inimigo.
1. 11
As tomadas de poder comunistas na China
'A Segunda Guerra Mundial, tão importante para os partidos Comunistas
chegarem ao poder na Europa, foi crucial também na China. Enfraqueceu
'1 imensamente Chiang Kai-shek, pois seu Kuomintang suportara o maior
peso da luta contra os japoneses. Os Comunistas haviam tido um papel
,relativamente modesto na resistência aos ocupantes estrangeiros em seu país.
,'Uma prioridade maior para eles, e para Mao Zedong em particular, havia
"sido se preparar para a luta contra os nacionalistas pelo controle de todo O
, Estado chinês. Os Comunistas haviam fortalecido sua base de poder a tal
ponto, que se em 1937, quando a guerra contra 'o Japão começou, contro-
lavam áreas cujas populações totalizam apenas quatro milhões de pessoas
e tinham cem mil soldados sob seu comando, em 1945, quando a guerra
terminou, já comandavam territórios que compreendiam mais de 95 milhões
de habitantes e tinham 900 mil soldados no Exército Vermelho chinês.'
Na reunião de Yalta, na Crimeia soviética, em fevereiro de 1945, Roose-
,velt e Churchill haviam concordado prontamente com Stalin de que a URSS
deveria entrar na guerra contra o japão.? De olho em ganhos territoriais,
Stalin estava ansioso para fazer isso. De fato, a União Soviética tomou
, posse das ilhas Curilas, conhecidas no Japão como Territórios do Norte, e
: no século XXI estas continuam sendo um sério pomo de discórdia entre a
Rússia e o Japão. Quando a guerra no Pacífico entrou em sua última fase,
tropas soviéticas avançaram pela Manchúria.! Os Comunistas chineses se
associaram às forças soviéticas e conseguiram se manter na Manchúria,
apesar dos esforços de Chiang Kai-shek para expulsá-los. Entre 1946 e 1949,
os Comunistas ampliaram gradualmente seu controle territorial a outras
partes da China e acabaram tomando as importantes cidades de Beijing
e Xangai. Embora reivindicasse o manto do nacionalismo, o Kuornintang
não produziu qualquer solução para os problemas do país, enquanto os
Comunistas pareciam estar reiterando a dignidade nacional e oferecendo
uma visão do futuro da China." Muitos revolucionários jovens da geração
2. !.
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220 ASCENSÃO E QUEDA DO COMUNISMO
1
de Mao viam o marximo-leninismo como uma doutrina que apontava um
caminho para pôr fim ao atraso econômico e político da China e à humilha-
ção que seu país sofrera nas mãos de estrangeiros ao longo do século XIX e
da primeira metade do século XX.I O papel do Exército Vermelho da China
no combate aos japoneses, embora bastante limitado em comparação ao
das forças. lideradas por Chiang Kai-shek, foi significativo no norte do país,
e conseguiu acrescentar um tom patriótico e nacional à luta:de classes dos
Comunis~as. Em pa,rt~, isso foi r,e~ultado de uma propaganda eficiente, que
se aproveitou ao máximo das vanas batalhas das quais eles participaram.
As operações sob o controle do Partido Comunista Chinês (PCC) foram
~a maioria, ações de guerrilha para tomar terras não guarnecidas pelos
Japoneses ou por seus auxiliares chineses.
A ordem social que o PCC começou a destruir, e a substituir por novas
relações sociais e políticas, estava muito mais firmemente estabelecida
do que aquelas contra as quais qualquer partido Comunista europeu tivera
que lutar. Embora tivessem ocorrido mudanças na posse sobre as terras
ao ~ongo do tempo, aquela era uma estrutura de classes que existia, em
muitos aspectos, há cerca de três mil anos.s Mas, independentemente de o
quanto era brusco o rompimento com a tradição nacional que os Comunis-
tas r.e,p~esentavam,havia um apelo à solidariedade nacional e à aspiração
patrrotica nas palavras de Mao Zedong, usado em mais de uma ocasião
especialmente na época da fundação da' República Popular da China. à
povo chinês, disse ele, "erguera-se'?
. As visões marxistas convencionais sobre classes sociais eram problemá-
ticas no contexto chinês. Mesmo antes de 1917, havia algum interesse por
elas por parte de uma pequena minoria de intelectuais chineses. Foi, porém,
a revolução bolchevique, naquele ano, que despertou o interesse pelo leninis-
mo. Depois da incorporação do Partido Comunista Chinês ao Comintern
em 1922, o Comintern e assessores soviéticos ofereceram farta assistência
e ajuda material ao partido chinês, mas a ênfase teórica marxista-Ieninista
or~odoxa que eles davam à classe operária era inapropriada para a situação
chi~esa. Também na Rússia - embora não na mesma proporção que a
China - os camponeses eram de longe o maior estrato social na época da
revolução. Na Rússia, porém, os campos de batalha urbanos foram mais
importantes, principalmente São Petersburgo, e os operários tiveram um
papel significativo na luta revolucionária. Em sua doutrina, bem como em
sua prática política, o Partido Comunista da União Soviética manteve os
camponeses firmemente em uma posição subordinada. Mesmo quando
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA 221
pararam de falar na "ditadura do proletariado", os líderes e ideólogos so-
viéticos substituíram o termo pelo "papel de liderança da classe operária".
Na China, em contraste, os comunistas não foram a lugar algum antes de
substituírem o proletariado pelos camponeses, mantendo à frente, portanto,
a teoria marxista-leninista ortodoxa. sEmbora a população urbana da China
tivesse tido um crescimento gradual na primeira metade do século XX, na
época em que o PCC chegou ao poder, em 1949, esta representava apenas
cerca de 57 milhões de pessoas em uma população de aproximadamente
550 milhões de habitantes.
A guerra de resistência aos japoneses teve um preço tremendo para a
China. As tropas de Chiang Kai-shek lutaram durante oito anos contra
uma feroz força de combate japonesa. O exército Comunista, com táticas
de guerrilha, sofreu baixas menos sérias do que os nacionalistas. Por ter
empreendido menos campanhas grandes nos últimos anos da guerra, seus
soldados estavam muito mais bem dispostos que os de Chiang.ê Depois da
rendição japonesa, em 15 de agosto de 1945, os dois lados da resistência
chinesa começaram a estabelecer suas autoridades em diferentes partes do
país, dispostos a reiniciar suas guerras civis, que haviam sido interrompidas
pela invasão japonesa. As tropas de Chiang conseguiram atuar na maior
parte da região ao sul do rio Amarelo, enquanto o reduto Comunista ficava
no norte. Ali, os Comunistas controlavam grande parte do interior, embo-
ra O Kuomintang tenha conseguido ocupar as cidades." Uma tentativa de
unir nacionalistas e Comunistas foi intermediada pelos Estados Unidos e
apoiada (pelo menos para manter as aparências) por Stalin. Depois de as
hostilidades entre nacionalistas e Comunistas serem reiniciadas com força
total, Mao foi convencido a participar de negociações com Chiang Kai-shek.
A luta entre o Kuomintang e os Comunistas prosseguia quando, em agosto
de 1945, Mao seguiu em um avião americano para Chongquing, para o
que acabaria sendo 45 dias de negociações com Chiang. Foi acompanha-
do, por sua própria insistência, de um embaixador americano, porque sua
desconfiança em relação aos nacionalistas era tanta, que ele não descartava
uma tentativa de forjar um acidente. Diante da dependência de Chiang dos
Estados Unidos para o fornecimento de armamentos, a companhia de uma
autoridade americana era uma política, de segurança útil para Mao. Havia
uma profunda desconfiança entre Chiang e Mao, e ambos tinham toda a
intenção de obter uma vitória final na contínua guerra civil. Entretanto,
Chiang, em particular, teve que se mostrar interessado em buscar um acordo
com seus rivais Comunistas. Em parte, isso resultou de sua confiança no
3. 222 ASCENSAo E QUEDA DO COMUNISMO
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA 223
apoio arnericano.!' Refletiu também o fato de que a opinião pública na China
estava fortemente contrária à guerra civil e favorável a uma reconstrução
nacional. O encontro terminou em um tom aparentemente positivo, com
um acordo para realizar uma conferência de consulta política e reconhecer
todos os partidos políticos. Entretanto, quase imediatamente, os dois lados
retomaram a luta por controle territorial e o conflito se intensificou em 1946_
A guerra civil durou até 1949. Em 1947, as forças militaresCom~nistas
foram rebatizadas de Exército de Libertação Popular (ELP),-e em 1948 ha-
viam ido além da guerra de guerrilha, pondo grandes unidades de exército
em campo e usando artilharia - na maior parte de origem japonesa ~
que lhe fora dada pelos aliados soviéticos. Mao Zedong chefiava o Comitê
Militar Revolucionário, embora o comandante em chefe do ELP fosse
um militar mais profissional, Zhu De.12
Uma combinação de redistribuição
de terras para obter o apoio dos camponeses, convicção ideológica, forte
disciplina do partido, impressionante capacidade de organização e perícia
militar levou os Comunistas ao poder. Os nacionalistas dependiam tanto
de pessoas influentes e grandes proprietários de terras, que foi impossível
competir Com os Comunistas no campo da reforma agrária. Estavam tam-
bém muito mais divididos internamente e sofrendo com a perda de seus
principais profissionais militares. Mais de cem mil oficiais estavam entre
os militares do Kuomintang perdidos na guerra sino-japonesa.13 Chiang
Kai-shek também cometeu alguns erros sérios. Depois da derrota dos
japoneses, a desmobilização do exército chinês acontecera rapidamente,
sem qualquer providência para que os soldados desmobilizados ganhassem
um novo meio de vida. Além disso, as forças chinesas que haviam lutado
como auxiliares dos japoneses também foram desmanteladas, e o PCC não
hesitou em recrutar grandes números desses ex-soldados que haviam sido
treinados pelos japoneses e adquirido um nível de habilidade militar mais
elevado que o de seus próprios soldados.
Nem a União Soviética para os Comunistas nem os Estados Unidos
para o Kuomintang foram aliados completamente sinceros. Sem dúvida, os
soldados de Mao se beneficiaram da captura soviética da Manchúria depois
de entrarem na guerra. Isso permitiu ao Exército Vermelho chinês se unir a
seu,s colegas soviéticos, e depois disso o exército soviético partiu para o seu
lado d~ fronteira. As forças Comunistas se beneficiaram também do amplo
forneCImento de armas japonesas apreendidas que a União Soviética Ihes
deu. Entretanto, Stalin era mais cauteloso que Mao e parecia contente com
o fato de os Comunistas chineses controlarem somente o norte da China e
não terem pressa alguma de tentar tirar de Chiang Kai-shek o controle do
sul. Stalin e Chiang haviam chegado a um entendi~ento segundo o qual a
China reconheceria a Mongólia (Exterior) como um Estado "independente",
embora fosse essencialmentge um satélite soviético, em vez de fazer qualquer
reivindicação de uma Mongólia unificada. Em novembro de 1948, quando
os Comunistas estavam ganhando terreno sobre os nacionalistas na guerra
civil, Stalin exortou Mao Zedong a consolidar os ganhos no norte, deixan-
do o sul sob a administração de Chiang Kai-shek.!" Mao desconsiderou o
conselho. Em conversa com um grupo de líderes dos partidos búlgaro e
iugoslavo (que incluía Dimitrov da Bulgária, mas não Tito- da Iugoslávia)
em Moscou, em fevereiro de 1948 - pouco antes da ruptura entre sovié-
ticos e iugoslavos - Stalin admitiu que a liderança soviética havia se
equivocado e que os Comunistas chineses estavam certos ao acreditar que
podiam tomar o poder de todo o país. Ele disse: "É verdade. Nós também
podemos cometer um erro. Aqui, quando a guerra com o Japão terminou,
convidamos os camaradas chineses para concordar com um meio de alcan-
çar um modus vivendi com Chiang Kai-shek. Eles concordaram conosco
nas palavras, mas na prática agiram à sua maneira quando chegaram em
casa: reuniram suas forças e atacaram. Foi demonstrado que eles estavam
certos e nós não."!'
Do outro lado da divisão política, os Estados Unidos também exortaram
uma contenção. Embora de maneira geral apoiasse o Kuomintang, o governo
Truman convenceu os nacionalistas a buscar um armistício em junho de
1946, justamente quando eles estavam a ponto de capturar a cidade chinesa
mais próxima da fronteira russa, Harbin. As forças Comunistas na área,
sob o comando de Lin Biao, receberam uma trégua bastante necessária.
Em um esforço para pôr fim à luta, os Estados Unidos chegaram a introduzir
um embargo ao fornecimento de armas à China, o que prejudicou mais os
nacionalistas do que os Comunistas. No fim das contas, porém, o resultado
da guerra civil foi determinado pela diferença na habilidade das lideranças
dos dois exércitos chineses para inspirar suas forças e mobilizar apoio dentro
da sociedade. Em 1949, quando os Comunistas finalmente estabeleceram
sua supremacia, nem os Estados Unidos nem a União Soviética tiveram um
papel oectsivo no resultado. ,
Embora todos esses fatores - além da liderança hábil e implacável de
Mao - tenham tido uma influência importante na bem-sucedida conquis-
ta do poder de toda a China pelos Comunistas em 1949, houve também
condições com raizes mais profundas que contribuíram para esse sucesso.
4. 224 ASCENSAo E QUEDA DO COMUNISMO
~o.longo da primeira metade do século XX, a China era um país que
VIVIauma pobreza terrível. Os nacionalistas não haviam conseguido criar
um programa para reduzi-Ia. Além disso, a corrupção entre eles - tanto
em nível local quanto dentro do círculo familiar de Chiang Kai-shek _
provocava um amplo ressentimento. Imediatamente após a guerra, houve
hiperinflação. Enquanto em 1937 o dólar americano equivalia a 3,42 iuanes
(moeda chinesa), em 1945 equivalia a 1.705 iuanes, e em agosto. de J948 a
impressionantes 8,6 milhões de iuanes. O governo nacionalista introduziu
um novo iuane naquele mês, tentando estabilizá-lo no valor de um quarto
de dólar. Em meados de maio de 1949, um dólar comprava 22,3 milhões
de iuanes novos." O Kuomintang não conseguiu encontrar uma saída para
esse enorme problema, levado a termo pelos Comunistas em seus primeiros
anos no poder.
Embora o apoio soviético ao Exército Vermelho chinês fosse significa-
tivo, a China foi um caso bastante diferente dos países do Leste Europeu
discutidos no capítulo anterior. Apesar da ajuda de Stalin, a chegada dos
Comunistas chineses ao poder foi essencialmente um movimento nativo,
comparável ao da Iugoslávia, e não a tomadas de poder Comunistas como
dig~~os, a.da Hungria ou da Polônia. Na Iugoslávia e na China, as tropa;
sovreticas tiveram um papel de apoio na recaptura do território (no primeiro
caso, ocupado pelo alemães e no segundo, pelos japoneses), mas nos dois
países a capacidade dos Comunistas de gerar apoio interno foi mais deci-
siva. E embora a ajuda militar soviética tenha sido muito importante para
o PCC depois de a Segunda Guerra Mundial acabar no Pacífico, também
havia sido dada uma ajuda em quantidade substancial a Chiang Kai-shek
quando seu exército combatia os japoneses.
Mao Zedong e a liderança comunista chinesa
A :sc~n~ão do Partido Comunista Chinês e a ascensão de Mao Zedong
estao Intimamente interligadas, por mais absurdamente exageradas que as
conquistas de Mao fossem se tornar durante o culto à sua personalidade,
que ele promoveu quando estava no poder. Ele emergiu da Longa Marcha
como a principal figura do partido de fato, embora isso só fosse se tornar
oficial durante a Segunda Guerra Mundial. Bem antes da guerra, foi re-
conhecido na União Soviética como líder dos Comunistas chineses. Alta-
mente simpático a Mao,o livro Red Star Over China, de Edgar Snow, foi
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA 225
publicado na URSS, em tradução russa, em 1938. Em 1939, uma inflamada
biografia de Mao foi publicada em Moscou e, no mesmo ano, um livreto
soviético foi dedicado aos dois uozhdi do povo chinês, sendo o segundo
uozbd' Zhu De, chefe militar do Exército Vermelho chinês.'?" A liderança
de Mao foi institucionalizada quando ele se tornou presidente do Polirburo
e do Secretariado do Partido Comunista Chinês, em 1943, e quando sua
posição suprema foi ratificada no VII Congresso do Partido, em 1945.1S
Mao tinha uma relação de altos e baixos com Stalin muito antes de
encontrá-Io pela primeira vez em 1949. Reconhecia, porém, o líder soviético
como a maior autoridade dentro do Movimento Comunista Internacional.
Tinha consciência de que o controle de Stalin sobre o Comintern e seu
prestígio entre Comunistas em todo o mundo, inclusive na China, era tan-
to, que ele tinha o poder de dar a outra pessoa a honra de ser o líder dos
Comunistas chineses. Neste caso, a pessoa recebia esse status não apenas
de um número suficiente de membros do partido chinês mas também do
Comintern e, assim, de rodo o Movimento Comunista Internacional. À
luz dessa consciência, Mao desconfiava especialmente do representante da
China no Cornintern, Wang Ming, que, devido a seu cargo, passou a maior
parte do tempo em Moscou até o Comintern ser extinto, em 1943. Wang
realmente aspirava ao principal cargo na China e, portanto, era visto por
Mao como um rival fatal. Além disso, tinha também em Moscou um aliado
cauteloso na chefia da administração do Comintern: Georgi Dimitrov, que
adotara como sua a jovem filha de Wang.19
Stalin, porém, era o árbitro
que decidia a liderança de partidos Comunistas não governantes e tinha
uma opinião menos favorável sobre Wang Ming do que Dimitrov. Em de-
terminada fase, Wang manchou seriamente seu nome com Stalin. Quando
um dos líderes militares chineses com ligações com os Comunistas capturou
Chiang Kai-shek;em 1936, Stalin ficou furioso por Wang Ming reagir a
isso propondo um telegrama indicando que Chiang fosse morto - ou, pelo
menos, foi o que informaram a Stalin.?" Stalin considerava Chiang essencial
para seu plano de formar uma frente unida contra os japoneses.
À meia-noite de 14 de dezembro de 1936, Dimitrov recebeu um telefo-
nema de Stalin em que o líder soviético perguntou: "Quem é esse Wang
Ming de vocês? Um provocador? Ele queria apresentar um telegrama para
matar Chiang Kai-shek.'?' Para um dirigente do Comintern, ser chamado
"Yozbd' (o singular de vuzhdi) indica um líder bastante comum. Embora usado de manei:.a mais
ampla do que Führer (como indica sua aplicação a dois Comunistas chineses conremporâneos),
é o equivalente russo mais próximo da palavra alemã.
5. / 226 ASCENSÃO E QUEDA DO COMUNISMO
de "provocador" por Stalin era normalmente um prelúdio de uma sentença
de morte. Mas, com apoio de Dimitrov, Wang Ming sobreviveu." Em dis-
cussões no Comintern, Wang frequentemente desdenhava das qualidades de
Mao Zedong como líder. Mas Stalin, apesar de todas as suas reservas em
relação a Mao, combinava um relutante respeito a ele com uma contínua
suspeita sobre Wang Ming. Um recente artigo acadêmico em urna.revista
russa (baseado em um estudo de documentos do Comintern) tem.até O" título
de "Como Stalin ajudou Mao a se tornar líder (vozhd')".23 Aparentemente,
Stalin foi firmemente a favor de Mao em 1938. Transmitindo as preferências
de Stalin, Dimitrov disse a uma delegação do Partido Comunista Chinês
env iada ao Comintern: "Vocês devem comunicar a todos que eles precisam
apoiar Mao Zedong como uozhd' do Partido Comunista da China. Ele é
fortalecido pela prática da luta. Não há necessidade alguma de pessoas
como Wang Ming lutarem pela liderança.'?" As vontades de Sta!in e suas
sérias dúvidas em relação a Wang Ming claramente prevaleceram sobre a
amizade pessoal de Dimitrov com Wang.
De maneira mais geral, a política de Stalin, até o momento em que os
Comunistas conseguiram ganhar o poder em toda a China, era exortar
cautela ao partido chinês, porque ele aprovara a participação do exército
de Chiang Kai-shek na guerra contra o Japão e o via como um contrapeso
ao imperialismo britânico. Aos olhos de Stalin, Chiang tinha também
como vantagem as relações desconfortávéis com seus aliados americanos.
Durante a guerra, Stalin quis que os Comunistas chineses mantivessem
sua aliança com o Kuomintang e se concentrassem mais no combate aos
japoneses. Na época e na guerra civil que se seguiu, Mao e os Comunistas
chineses continuaram em frente, independentemente de sua agenda política
interna de suplantar completamente os nacionalistas. A vitória veio mais
rapidamente do que até mesmo eles esperavam. Em abril de 1948, Stalin,
antecipando uma vitória final dos Comunistas chineses, exortou Mao a ser
cauteloso também no período inicial do regime Comunista. Tendo em mente
o exemplo do Leste Europeu - de uma coalizão genuína abrindo caminho
para uma pseudocoalizão e, no devido tempo, para o monopólio do poder
Comunista - Stalin enfatizou a necessidade de um governo com uma base
ampla depois da vitória finaLna guerra civil. Ele escreveu a Mao: "Deve-se
manter em mente que depois da vitória do exército de libertação popular
da China - pelo menos em um período pós-vitória, cuja duração é difícil
definir agora - o governo chinês, em termos de política, será um governo
democrático revolucionário nacional, e não um governo Comunista."> Isso,
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA 227
prosseguiu ele, significaria um necessário adiamento da nacionali~açdo e
confisco de propriedades de grandes, médios e pequenos proprtetarros de
terra. Enquanto isso, os Comunistas chineses prosseguiram com o conflito
militar e, em fevereiro de 1949, tomaram Beijing. Em outubro daquele ano,
eles ganharam o controle da última grande cidade do sul, Guangzhou.
Chiang Kai-shek apelou aos Estados Unidos para obter mais ajuda, mas
não conseguiu. Teve poucas opções além de partir com o que restava de
seu governo e seu exército para a ilha de Taiwarr."
o modelo soviético e a China comunista
Embora disposto a reconhecer a preeminência da União Soviética como o
primeiro "Estado socialista" do mundo, o que combinava com seu p~udente
respeito à autoridade de Stalin, Mao se considerava, não sem motivo, um
melhor avaliador das condições no território chinês. Sua desconsideração
pelos conselhos de Stalin de tempos em tempos não causou, nessa fase, qual-
quer crise nas relações entre os Comunismos soviético e chinês, porque os
resultados das políticas de Mao foram suficientemente positivos do ponto
de vista soviético. A guerra no Pacífico terminara com a derrota do Japão
_ embora graças mais aos americanos e ao exército de Chiang Kai-shek
do que às forças de Mao - e em 1949 o Partido Comunista chegou ~o
poder em toda a China. Mao se moveu um pouco mais rápido do que Stalin
recomendara em 1948, mas a proporção com que o sistema construído pelo
PCC era uma cópia do que existia na URSS não podia agradar ao líder
soviético. Embora alguns estudiosos chineses argumentem que mesmo nas
primeiras fases do-regime Comunista havia diferenças significativas, bem
como semelhanças, com o sistema soviético, um historiador russo sustenta
convincentemente que o que se construiu na China foi "o modelo soviético
de desenvolvimento político, social e econômico". E ele prossegue descre-
vendo o que eram, de fato, características fundamentais que eles tinham em
comum: "o poder indiviso do Partido Comunista estritamente centralizado
, e hierárquico, o culto ilimitado ao líder do partido, o controle total sob~e a
vida política e intelectual dos cidadãos pelos órgãos de segurança púbh,ca,
a tomada das propriedades privadas pelo Estado, o planejamento estrrta-
mente centralizado, a prioridade ao desenvolvimento da indústria pesada
e os enormes recursos destinados à defesa nacional't."
6. 228 ASCENSAO E QUEDA DO COMUNISMO
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Mao irritara Sralin de tempos em tempos com sua doutrina ortodoxa
bem como com diversas de suas iniciativas quando Stalin pedia cautela. Ma:
embora indubitavelmente tivesse reservas em relação a Stalin, Mao tivera
o cuidado, até mesmo nos anos 1930, de se apresentar aos emissários da
União Soviética como um seguidor dedicado do uozhd' do Kremlin. Assim
quando um diretor de documentários, Roman Karmen, foi à China, na
primavera de 1939, para fazer um filme sobre Mao, esteposDu.com'uma
obra de Stalin em suas mãos, estudando-a atentamente ~ assegurando'
que o quadro de Stalin fosse claramente mostrado pela câmera. Karmen
pôde relatar a Moscou o entusiasmo com que Mao falou sobre Stalin.28
Entretanto, Mao se encontrou com Stalin pela primeira vez somente em
dezembro de 1949. A visita foi marcada para coincidir com a celebração
do 70° aniversário de Stalin, o que teve o efeito de ofuscar a chegada de
Mao. Os Comunistas chineses haviam chegado ao poder apenas dois meses
e meio antes, e esse acontecimento foi recebido em Moscou como urna prova
da marcha progressiva do Comunismo - além do mais, em um país de
grande significado internacional. Mas se qualquer pessoa fosse avaliar pela
cobertura na imprensa soviética, seria obrigada a concluir que entre os dois
acontecimentos, a chegada do Partido Comunista ao poder no Estado mais
populoso do mundo foi uma ocasião menos importante para comemorar
do que os 70 anos de Stalin.
Ao longo dos anos, Mao tivera o cuidado de desacreditar potenciais rivais
dentro do partido ou torná-Ios dependentes dele. Quando os Comunistas
chegaram ao poder na China, havia, porém, indivíduos talentos os de alto
prestítigo na liderança do país, além de Mao. Uma dessas pessoas era Liu
Shaoqi. Embora Mao fosse o líder principal e inquestionável, com sua base
de poder no partido, Liu, que na guerra civil Contra os nacionalistas atuara
com habilidade nas "áreas brancas" por trás das linhas inimigas, ocupava
o segundo lugar. O terceiro na hierarquia era o chefe da administração
do governo, Zhou Enlai, que combinava esse cargo com o de ministro do
Exterior. 29 Veterano do partido com grande habilidade, e que se opuse-ra
a Mao algumas vezes no início dos anos 1930, Zhou tinha o instinto de
amenizar algumas das políticas mais extremas de Mao. Assim como Anas-
tas Mikoyan - de maneira semelhante, um inteligente, flexível e antigo
membro do Politburo soviético sob o comando de Stalin e Kruschev _
Zhou se contentava em nunca buscar o cargo mais alto. (Nesse aspecto,
ele se diferenciava de Wang Ming.) Assim, conseguiu ficar na liderança do
partido durante quatro décadas, ao preço de dividir a responsabilidade
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA
r
229
por erros caros e pela sangrenta repressão. Permanecendo comprometido
com a causa Comunista que abraçara na juventude, Zhou Enlai aceitava as
viradas e distorções da liderança de Mao assim como Mikoyan aceitava sua
'subordinação a Stalin. (Na União Soviética, mais ainda do que na China,
fazer ou não fazer isso era uma questão de vida ou morte.) Ao comentar as
"contradições evidentes" de Mao Zedong, um importante especialista em
política chinesa, LowelI Dittmer, escreveu que embora Mao estivesse "ab-
solutamente determinado a ter seu próprio caminho e esmagar a oposição,
;ele desprezava aqueles que (como Zhou Enlai) o agradavam e bajulavam't '?
Mas, apesar dessas relações desiguais e desconfortáveis, durante os
.'anos que os Comunistas chineses consolidaram seu poder de Estado - de
;'ol.ltubro de 1949 a meados dos anos 1950 - a elite dominante permane-
ceu estável. A grande maioria dos membros do Comitê Central eleitos no
;VII Congresso do partido, em 1945, que ainda estavam vivos em 1956 foi
"reeleita no VIII Congresso, naquele ano." A unidade da elite na época con-
trastava com o tumulto que ocorreria mais tarde, mas o princípio leninista
de centralismo democrático dentro do partido funcionava em seu benefício
enquanto este consolidava seu poder. Na prática política, isso significava
projetar para a sociedade uma imagem monolítica, baseada na disciplina
rígida e na organização extremamente hierárquica que prevalecia dentro
. do Partido Comunista. Havia também na época um genuíno entendimento
no PCC de que a experiência soviética provia o modelo de construção do
socialismo, embora esse "modelo" tivesse variado ao longo do tempo - da
Nova Política Econômica de Lenin à coletivização compulsória da agricul-
tura por Stalin e a introdução dos planos de cinco anos de desenvolvimento
. econômico. Nos primeiros anos do regime, os Comunistas chineses tendiam
a olhar para a experiência soviética do fim dos anos 1920 ao considerar o
desenvolvimento econômico, mas para as instituições políticas do sistema
político soviético consolidado.ê!
Um dos slogans disseminados pelo Partido Comunista Chinês no início
dos anos 1950 era: "A União Soviética de hoje é o nosso amanhã.v" No-
tadamente, ainda no fim de janeiro de 1956, Mao declarou que os Comu-
nistas chineses haviam meramente aprimorado as realizações soviéticas.P
"As "eleições" para o Comitê Central ou para seu órgão interno, o Politburo - na China, assim
como em outros Estados comunistas- não eram por meio de uma escolha livre de delegados para
o Congresso do Partido. Endossavam uma lista de nomes de pessoas escolhidas pela liderança
interna do partido, sendo que Mao, no caso chinês, tinha uma influência desproporcionalmente
grande no resultado.
7. I
230
ASCENSAO E QUEDA DO COMUNISMO AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA 231
Durante esse período de construção do sistema Comunista, como observa
Frederick Teiwes, as influências soviéticas afetaram a política do Partido
Comunista Chinês e a sociedade chinesa de maneiras diversas e complexas.
Teiwes prossegue: "Em alguns sentidos, o processo estava além do controle
dos líderes do Partido, porém mais fundamentalmente refletia a eScolha
consciente deles. E quando esses líderes - ou um grupo dominante deles '--
viram a necessidade de romper Com o caminho soviético,-dépoi_s de 1957,
fazer isso era algo que estava dentro de sua capacidade, embora muita,s
influências soviéticas tenham inevitavelmente permanecido."34
A população imensa e bastante espalhada do Estado chinês e o tamanho
do Partido Comunista do país o puseram em uma categoria bastante dife-
rente dos regimes impostos pelos soviéticos no centro e no leste da Europa
quando, alguns anos depois da morte de Stalin, começaram a surgir sérias
diferenças com a liderança soviética. Nos primeiros anos do PCC no poder,
porém, havia em grande medida um acordo entre os dois maiores partidos
Comunistas do mundo.
Os partidos 'Comunistas do Leste Europeu cujo caminho para o poder
tinha pelo menos alguma coisa em comum com o PCC eram os da Iugoslávia
e da Albânia, porque nos dois casos foram os exércitos Comunistas que
tiveram uma vitória essencialmente militar, na qual a libertação nacional
em relação à ocupação estrangeira e a revolução social e política ocorreram
paralelamente. Outra característica comum - e especialmente significativa
- é que, apesar da importância que os exércitos tiveram em todas as três
vitórias, a supremacia do Partido Comunista foi preservada. Mao explicou
isso claramente já em 1938: "Nosso princípio é de que o Partido comanda
a arma, e nunca se pode permitir que a arma comande o Partido." Quando
O PCC chegou ao poder, esse princípio foi seguido estritamente. O primeiro
secretário do partido em cada região era, assim como em outros países do
mundo Comunista, a figura de maior autoridade dentro daquele território,
e em cada região chinesa, exceto uma - o Centro-Sul, onde o cargo foi
dado a Lin Biao, um dos mais bem-sucedidos comandantes do Exercito
Vermelho chinês - esse cargo era exercido por uma figura política civil. 15
Assim como os partidos Comunistas do Leste Europeu, o PCC teve um
rápido aumento de seu número de membros durante o período em que es-
tava chegando ao poder, passando de cerca de 2,8 milhões de membros, em
1948, para cerca de 5,8 milhões em 1950. A velocidade com que o partido
mais do que dobrou seu tamanho significava que faltava a muitos dos novos
recrutas não apenas conhecimento sobre a ideologia marxista-leninista, mas
té mesmo uma alfabetização básica. Além disso, eles estavam i.ntegrando
a lado vencedor, o que significava que aqueles que haviam participado da
~nga luta contra os nacionalistas não estavam certos sobre o quan~~ erl~
autêntico o comprometimento dos novos recrutas com a causa Comunista.
A guerra da Coreia e o rompimento interno
. ,. I" d K mintang foram deixadosInicialmente, muitos funcioná nos ocais ~ uo .
e os Comunistas não tinham pessoas suficientes paraem seus cargos, porqu , I
reencher todos os cargos. O novo governo Comunista consegul,u~ontro " a
inflação desenfreada, em parte se apoderan,d~ do sistema banca no e, assim,
btendo o controle sobre a emissão de credito, e em parte controland~ o
~u rimento de produtos e pagando às pessoas ~rinc,ipalmente em n:erca 0-
, p -'1 o O índice de inflação fOIrapidamente reduzido paranas, como graos e o e . "
15 or cento ao ano." Nos primeiros dias, o regime Comunista evocou
ent~siasmo em grande parte da sociedade chinesa. Nas palavras de John
King Fairbank:
Ali estava um governo dedicado que realmente arrumou as coisas - não
apenas osesgotose as ruas, mas também os mendig?~,prostltutaAselPeque-
lhid econdicionarnento. I estavanosdelinquentes todos elesreco I os para r c I
Chl'na'da qual as pessoas podiam se orgulhar, que contra ou a
uma nova , _ f de é e a
inflação,aboliu os privilégiosde estrangeiros, eliminouo ~mo e opio ,
corrupção emgerale levouoscidadãos a uma profusãodeatividadesSOCiaIS
t obras públicas disseminar o alfabetisrno,controlar doenças,para conser ar, _ p to de
aliar-se à classesubalterna e estudar a Nova Democraciaeo ensamen d
Mao Zedong.Todasessasatividades abriram novasportas para a juventu e
idealista e arnbiciosa.ê"
Se grande parte disso - mas de modo algum tudo - ,foi positi~o, ~olado
mais obscuro do regime Comunista não demorou rrunto p~r,a VI[ a tona.
Mantendo um estrito controle sobre o comportamento pohtlc,~ e ~o,breo
acesso à informação, enquanto introduzia uma mudança revolucionária n~s
" 'I' ' o levou logicamente a uma repressaorelações SOCIaiSe po ttrcas, o govern _ I A "
física e à ditadura do partido. Éprovável que o período de rel~t1vato e~ancla
d ão Comunista da sociedade tenha sido ainda mais breve o que
o estrato na d C o Aquela
Poderia ter sido devido à entrada da China na Guerra a oreia. _
0_- 'I" b - um conflito que custou afoi uma luta fortemente ideo ogrca, em corno o
8. I
i
~
"
232 ASCENSÃO E QU EDA DO COMUNISMO
vida de,mUi,tossoldados. Três milhões de soldados chineses participaram,
e as estimanvas de mortos variam entre 400 mil e um milhão sendo pou '
a cre~ibilidade, dada ao número oficial de 152 mil mortos, fornecido p~:
autoridades chinesas na época." Entre os mortos na Coreia estava - em
um bombardeio americano - o filho mais velho de Mao Zedong q
b Ih . , ue
tra a a,va como tradutor de russo para o comandànte chinês da Guerra
da Coreia, Peng Dehuai." A União Soviética não participou abertamente
da guerra, mas deu enorme assistência às forças chinesas e norte-éoreanas -
mal equipadas, enviando clandestinamente equipes aéreas, assessores ~
fornecendo tecnologia militar em grande escala." -
Hoje sabemos, por meio da leitura cuidadosa de documentos dos ar-
quivos soviéticos, que o líder coreano Kim Il-sung convenceu Stalin de
que ~oderia vencer rapidamente uma guerra para incorporar o sul a uma
C~rela Comunista unida e o convenceu também a lhe dar o aval para pla-
nejar um ataque. Quando o sucesso inicial dos norre-coreanos foi revertido
pela resi~tência americana, Stalin manifestou a Kim Il-sung esperança e
expectat~va de que "voluntários" chineses salvassem os norte-coreanos.?
~ao hesitou, porém, em comprometer as forças chinesas com o conflito,
citando, e~ uma mensagem a Stalin em 2 de outubro de 1950, o desejo de
paz na China depois de tantos anos de guerra. Mao também enfrentava
sé~ias dúvidas no Politburo chinês sobre perturbar a reconstrução do país,
a~em de preocupações, de que a guerra pudesse expor a China a um ataque
direto dos Estados Unidos (as bombas atômicas lançadas no Japão em 1945
estavam frescas na memória)." Ao mencionar algumas dessas dificuldades a
S~al~n,,Mao ta,lvezestivesse também fortalecendo sua posição de negociador
vls-a-v~s a,Unlão Soviética com uma opinião também para consolidar sua
ascendência s?bre seus colegas do Politburo. Ele tinha que assegurar que
houvesse sufiCle~t~apoio militar secreto da União Soviética para compensar
o ~traso tecnológico das forças armadas chinesas. A liderança Comunista
chinesa com Zh E I ' L' B' , d-:- ou n ai e m iao envia os a Moscou para se encontrar
com Stalin - enfatizou a importância do apoio aéreo soviético se os chine-
ses participassem da guerra. Em uma carta que escreveu em 4 de outubro
de, 1950, e qu~ foi entregue a Mao no dia seguinte, Stalin pressionou os
chineses a enviar tropas à Coreia - no mínimo cinco ou seis "divisões de
voluntários". Argumentou que a China não receberia o reconhecimento in-
ternacio~al pelo qu~l ansiava com "temporização passiva e paciência", e que
estava ate mesmo disposro a se arriscar a uma guerra mundial envolvendo
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA
os Estados Unidos (embora não acreditasse que este fosse ser o resultado)
para impedir a derrota dos Comunistas na Coreia. Stalin escreveu:
Pode-se supor que os EUA, embora não estejam preparados para uma
grande guerra, poderiam ainda ser atraídos para uma grande guerra, o
que por sua vez arrastaria a China para a guerra e, juntamente com ela, a
URSS, que está ligada à China pelo Pacto de Assistência Mútua. Devemos
temer isso? Na minha opinião, não, porque juntos seremos mais fortes que
os EUA e a Inglaterra, enquanto os outros Estados capitalistas europeus-
sem a Alemanha, incapaz de dar qualquer assistência aos Estados Unidos
agora - não apresentam uma força militar séria. [Os trechos em itálico são
emendas feitas à mão por Stalin à carta darilografada.]"
Na mesma carta, Stalin disse ter ouvido de Mao que a presença de partidos
burgueses na coalizão chinesa significava que estes conseguiriam explorar
o descontentamento no país com o Partido Comunista e sua liderança em
caso de guerra. Disse que entendia a situação difícil de Mao, mas lembrou
que antes este declarara sua disposição para enviar tropas à Coreia. Stalin
deixou implícito que achava que Mao estava mostrando sinais de recuo e
demonstrando uma solidariedade revolucionária insuficiente. De fato, mais
tarde, Mao diria que Stalin suspeitava de que ele fosse um segundo Tiro e
só confiou nele depois de ele intervir na Coreia." Três dias após receber a
carta de Stalin - e depois do que ele disse terem sido três dias e noites sem
dormir - Mao deu uma ordem secreta para que "voluntários" chineses
cruzassem a fronteira coreana. Assim teve início a participação chinesa na
Guerra da Coreia - com o objetivo, nas palavras de Mao, de resistir aos
"ataques do imperialismo dos EUA e de seus lacaios"."
Pode ser que a hesitação de Mao se devesse em parte à sua suspeita de
que, além do perigo de um conflito mais amplo, a participação chinesa na
Guerra da Coreia - com o desvio de fundos e a perda de vidas que neces-
sariamente ocorreriam - aumentaria a oposição interna ao novo regime
e produziria distúrbios no país. Entretanto, ele viu que havia também
oportunidades a serem exploradas. A ameaça externa poderia consolidar
o controle interno e, ao levar a luta aos americanos, Mao fortaleceria seu
,prestígio entre os Comunistas internamente. Certamente ele estava pronto
para usar a tensão elevada como desculpa para tomar medidas duras contra
uma oposição até mesmo potencial. O número de execuções de cidadãos
chineses pelos Comunistas do país aumentou bastante depois de a Guerra da
Coreia começar. As estimativas do número de pessoas executadas na China
9. 234 ASCENSÃO E QUEDA DO COMUNISMO
entre !949 e 1953 variam muito - de 800 mil a cinco milhões. A grande
rnaiorra das execuções Ocorreu depois de as tropas chinesas entrarem n
C ' a
orera, em outubro de 1950. O número de pessoas presas ou intimidadas
pelas autoridades foi muitas vezes maior." As pressões ideológicas sobre
raciocínios incorretos _. "reforma do pensamento" - também começaram
a aumentar e~ 1950. De maneira convincente, tem sido argumentado que
fOI ,uma combinação de terror disseminado deliberadamente compars-,
nalismo que permitiu ao Partido Comunista Chinês ter sucesso onde os'
nacional~stas_haviam fracassado nos anos 1930 e 1940 com suas estratégias
de mobilização e doutrinação.w O Estada. dava apoio material àqueles que
cooperavam com os novos governantes, enquanto lidava cruelmente com os
opositores. Foram organizadas apresentações públicas dedicadas às ativida-
des contrarrevolucionárias, nas quais os acusados desses crimes explicavam
a n~t~reza da ameaça contrarrevolucionária, manifestavam arrependimento
e diziam o quanto estavam gratos pelo fato de as autoridades apontarem
os erros em seus caminhos."
Simples~ente abster-se de atividades contrarrevolucionárias estava longe
de se,r suficiente. O que desencadeou os ataques a intelectuais que estavam
em CIma do muro e não abraçavam completamente os objetivos do Partido
Comunista foi um filme, A vida de Wu Xun, lançado em dezembro de
1950. O filme retratava um filantropo do século XIX que deixava de ser
um pobre mendigo para se tornar um rico proprietário de terras e usava
sua fortuna não apenas para criar escolas para os pobres, mas também
para convencer o governo imperial a participar de seu empenho. O filme
era popular e recebera boas críticas. Entretanto, na primavera de 1951,
começou a ser ferozmente atacado por iniciativa do Comitê de Gestão de
Filmes do Ministério da Cultura. Uma possível instigadora das críticas foi
Jian Qing, que recentemente fora nomeada membro do comitê e se tornara
a quarta esposa de Mao. Logo, jornais estavam dedicando um bocado de
suas páginas para denunciar A vida de Wu Xun. Um erro político funda-
mental do filme era sugerir que o progresso podia ser alcançado por meio de
um reformismo idealista, e não através da luta de classes revolucionária.v'
Um modo de pensar dicotômico tem sido característico da doutrina
Comunista ortodoxa." Isso significa que, em essência, só há dois lados
na_ luta - as forças do progresso revolucionário e as forças de reação.
Nao pode haver um "terceiro caminho". Isso foi dito aos produtores de
~lmes em .termos claros, e a mensagem foi rapidamente espalhada para os
mtelectualscomo um todo. Artistas, escritores, professores universitários
AS TOMADAS DE PODER COMUNISTAS NA CHINA 235
, e professores primários estavam entre os que foram obrigados a participar
.de grandes reuniões em que tinham de discutir as obras de Marx, Lenin e
. Mao, denunciar seus pensamentos anteriores, fazer autocríticas e enfren-
tar as críticas de outros. Enquanto proprietários de terras e opositores da
revolução evidentes eram presos ou executados, o objetivo da campanha
de controle do pensamento era conservar as habilidades de pessoas instruí-
das mas remodelar completamente o pensamento delas em conformidade
com a nova ideologia dominante. Ao mesmo tempo, o sistema educacional
chinês foi reestruturado de acordo com a linha soviética, o que significou
dar grande prioridade a assuntos práticos - engenharia e ciências naturais
- e desmantelar programas educacionais liberais que haviam produzido
generalistas altamente instruídos (embora estes fossem uma pequena maioria
da população totall."
Uma série de campanhas caracterizou o período entre 1951 e 1953.
Em 1952, a campanha "Três-Anti" foi rapidamente seguida do projeto
"Cinco-Anti". Os focos da "três" eram a corrupção, o desperdício e a
burocracia. Já o "cinco" se referia a suborno, evasão de impostos, roubo
de propriedades do Estado, trapaças em contratos do governo e roubo de
dados econômicos do governo." Os alvos sociais das campanhas eram os
funcionários urbanos, principalmente aqueles envolvidos em administração
financeira, e os capitalistas. Uma campanha anterior, em 1951, levara à
prisão de "contrarrevolucionários" e "espiões"." Juntamente com essas
campanhas, a liderança começara a construir um sistema Comunista de
maneira relativamente ortodoxa, dando prioridade à nacionalização da
indústria pesada, que no fim de 1952 estava entre 70 e 80 por cento estati-
zada (assim como 40 por cento da indústria leve na época). Enquanto isso,
o Partido Comunista retirara as carteiras do partido de aproximadamente
10 por cento dos membros que haviam ingressado nos anos anteriores, mas
acrescentara novos recrutas, de modo que, no fim de 1953, o número de
membros continuava a ser de 6,5 milhões.v O que tudo isso significou foi
que enquanto Stalin estava vivo - ele morreu em março de 1953 - o siste-
ma Comunista chinês, apesar de seguir um caminho distinto para o poder,
estava desenvolvendo caminhos reconhecidos e aceitos pelos árbitros da
retidão ideológica e organizacional no Krernlin. Mao, no que dizia respeito
ao Movimento Comunista Internacional, ainda não se tornara "maoista".