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Revolução Chinesa
No começo do século XX, a China era governada por uma monarquia e sofria com interferências
estrangeiras. Portanto, começaram a surgir movimentos nacionalistas.
Foi então que, com a Revolução de 1911 ou Revolução Xinhai, o período monárquico acabou e a China
foi transformada em uma República. Sendo assim, através da criação de um governo provisório, o
Partido Nacionalista — ou Kuomintang — passou a governar o país.
O sucesso comunista na Rússia, com a Revolução de 1917, fortaleceu o comunismo na China. Com isso,
em 1921, foi criado o Partido Comunista Chinês (PCC), com 57 membros e fundadores. Entre eles, estava
Mao Tsé-tung, o grande líder do comunismo na China.
Inicialmente, a relação entre o PCC e o Kuomintang foi amigável. Isso porque a União Soviética foi uma
parceira econômica do Kuomintang e, portanto, mediou a inclusão dos comunistas no partido, ainda
que submetidos ao líder nacionalista Sun Yat-sen.
Em 1925, porém, o líder Sun Yat-sen faleceu, e Chiang Kai-shek assumiu o seu lugar. Devido a força cada
vez maior do comunismo na China, o novo líder do Partido Nacionalista começou uma intensa repressão
aos comunistas.
Houve, entretanto, uma trégua no conflito político quando o Japão declarou guerra contra os chineses
em 1937. Logo, com a derrota japonesa, em 1945, a guerra civil pela disputa do poder na China
recomeçou.
Após o fim da guerra e derrota do Japão, em 1945, os líderes Chiang Kai-shek e Mao Tsé-tung se
reuniram em busca de um acordo entre os partidos. Entretanto, o líder nacionalista exigiu o
desarmamento total por parte dos comunistas, exigência que Mao Tsé-tung recusou. Sendo assim,
iniciou-se o período de guerra civil que antecedeu a Revolução Comunista Chinesa.
Apesar do apoio dos Estados Unidos ao Kuomintang, a vitória comunista aconteceu devido ao suporte
massivo dos camponeses. Sendo assim, no dia 1 de outubro de 1949, Mao Tsé-tung proclamou a
República Popular da China.
Chiang Kai-shek, que governou a China desde 1927, refugiou-se com seu Estado Maior e cerca de 2
milhões de chineses na ilha de Taiwan ou Formosa, situada a 130 km do litoral da parte continental da
China e separada desta pelo estreito do mesmo nome. Formou-se na ilha um governo autônomo com o
apoio dos Estados Unidos. A partir desse período, a China seguiu dividida em duas: República Popular da
China (a parte continental) e a China Nacionalista ou Taiwan (parte insular). Elas representavam os dois
lados da Guerra Fria. A China Popular aliou-se à URSS até 1960 e depois seguiu seu próprio caminho.
A Revolução Chinesa de 1949 não foi a única revolução liderada por Mao Tsé-tung. Ele também
encabeçou a Revolução Cultural Chinesa, uma campanha político-ideológica que ocorreu a partir de
1966.
A Revolução Cultural foi iniciada oficialmente quando Mao tornou a disputa no interior do PCCh pública
e publicou a Circular 16 de Maio. Nesse documento ele convocava a população da China para auxiliá-lo na
luta contra os reacionários e burgueses em crescimento no país. Isso fez com que as massas, sobretudo
estudantes, aderissem à convocação de Mao e iniciassem um período de violência na China.
Quando Mao convocou a população, foi criada a Guarda Vermelha, milícia popular que seguia as ideias
de Mao conforme elas foram registradas no Livro Vermelho. Os membros da Guarda Vermelha estavam
espalhados por toda a China, difundindo o maoismo e denunciando aqueles que o criticavam e não se
encaixavam nos seus ideais.
Os membros da Guarda Vermelha foram orientados a perseguir os “quatro velhos”, conjunto de coisas
que deveriam ser superadas no país. Essas coisas eram as velhas ideias, as velhas culturas, os velhos
costumes e os velhos hábitos. Com isso, um dos primeiros alvos da revolução foi a milenar cultura chinesa.
O plano econômico denominado Grande Salto Adiante (1958 — 1960) fracassou e provocou a morte de
milhões de pessoa por causa da fome. Esse fenômeno ficou conhecido como a Grande Fome Chinesa.
Por isso, a oposição começou a crescer dentro de setores menos radicais do Partido Comunista,
resultando, então, na Revolução Cultural Chinesa para neutralizar os opositores de Mao Tsé-tung.
Com o objetivo de perseguir seus opositores no interior do partido e membros da sociedade que não se
alinhavam com a ideologia de Mao. A Revolução Cultural estendeu-se por 10 anos, disseminou violência
no país e resultou na morte de milhões de cidadãos chineses.
O resultado disso foi desastroso e a produção agrícola da China despencou, com isso, o país foi obrigado
a comprar alimentos de nações ocidentais, para amenizar esses efeitos. Em consequência do Grande
Salto, no começo da década de 1960, a China enfrentou a Grande Fome, e os historiadores afirmam que
de 20 milhões a 40 milhões de pessoas morreram pela falta de comida no país.
A Revolução Cultural era verdadeiramente uma tentativa de reformar radicalmente a cultura chinesa,
apagando em definitivo traços da cultura pré-revolução. A perseguição contra os professores no país
praticamente parou o sistema de educação chinês, sobretudo o superior. Os membros da Guarda
Vermelha foram orientados a denunciar não somente seus professores mas também seus pais.
Os casos de violência cometida contra os intelectuais e artistas dispararam. Os perseguidos pela Guarda
Vermelha eram reenviados para “campos de reeducação”, e nesses locais eram colocados em regime de
trabalho forçado, além de enfrentarem reeducação política baseada nos princípios do maoismo.
O plano econômico proposto por Mao, além de ter sido uma tragédia para a população chinesa, foi ruim
para a popularidade do líder no interior do Partido Comunista Chinês, o PCCh. Mao passou a ser criticado,
e uma disputa de poder e influência começou a delinear-se nos quadros daquele partido.
A facção de Mao, enfraquecida pelo fracasso do Grande Salto, começou a visualizar o crescimento da
facção de Liu Shao-Chi e Deng Xiaoping, que tinha uma visão mais moderada acerca das transformações
e das políticas que Mao defendia para a China.
As críticas a Mao no interior do partido também eram uma influência da desestalinização que havia
acontecido na União Soviética. Esse processo colocou fim ao culto ao líder naquele país, sobretudo a
Stalin, e isso se refletiu na China, sobretudo na forma como Mao era tratado. A desestalinização também
contribuiu para piorar das relações entre URSS e China, pois Mao não concordava com as medidas do
governo soviético.
Além disso, a Revolução Cultural é considerada como um período obscuro na China e é chamada de “a
década perdida” pelos chineses. O país desorganizou-se nesse período, e qualquer ação voltada para o
desenvolvimento da China foi colocada em segundo plano. A prioridade no país era a perseguição contra
os que pensavam diferente do seu ditador.
Depois que Mao faleceu, a Revolução Cultural teve fim e um novo governo assumiu o comando da China.
Em 1978, Deng Xiaoping, opositor de Mao que tinha sido perseguido e enviado para um campo de
reeducação durante a Revolução Cultural, assumiu a presidência da China.

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  • 1. Revolução Chinesa No começo do século XX, a China era governada por uma monarquia e sofria com interferências estrangeiras. Portanto, começaram a surgir movimentos nacionalistas. Foi então que, com a Revolução de 1911 ou Revolução Xinhai, o período monárquico acabou e a China foi transformada em uma República. Sendo assim, através da criação de um governo provisório, o Partido Nacionalista — ou Kuomintang — passou a governar o país. O sucesso comunista na Rússia, com a Revolução de 1917, fortaleceu o comunismo na China. Com isso, em 1921, foi criado o Partido Comunista Chinês (PCC), com 57 membros e fundadores. Entre eles, estava Mao Tsé-tung, o grande líder do comunismo na China. Inicialmente, a relação entre o PCC e o Kuomintang foi amigável. Isso porque a União Soviética foi uma parceira econômica do Kuomintang e, portanto, mediou a inclusão dos comunistas no partido, ainda que submetidos ao líder nacionalista Sun Yat-sen. Em 1925, porém, o líder Sun Yat-sen faleceu, e Chiang Kai-shek assumiu o seu lugar. Devido a força cada vez maior do comunismo na China, o novo líder do Partido Nacionalista começou uma intensa repressão aos comunistas. Houve, entretanto, uma trégua no conflito político quando o Japão declarou guerra contra os chineses em 1937. Logo, com a derrota japonesa, em 1945, a guerra civil pela disputa do poder na China recomeçou. Após o fim da guerra e derrota do Japão, em 1945, os líderes Chiang Kai-shek e Mao Tsé-tung se reuniram em busca de um acordo entre os partidos. Entretanto, o líder nacionalista exigiu o desarmamento total por parte dos comunistas, exigência que Mao Tsé-tung recusou. Sendo assim, iniciou-se o período de guerra civil que antecedeu a Revolução Comunista Chinesa. Apesar do apoio dos Estados Unidos ao Kuomintang, a vitória comunista aconteceu devido ao suporte massivo dos camponeses. Sendo assim, no dia 1 de outubro de 1949, Mao Tsé-tung proclamou a República Popular da China. Chiang Kai-shek, que governou a China desde 1927, refugiou-se com seu Estado Maior e cerca de 2 milhões de chineses na ilha de Taiwan ou Formosa, situada a 130 km do litoral da parte continental da China e separada desta pelo estreito do mesmo nome. Formou-se na ilha um governo autônomo com o apoio dos Estados Unidos. A partir desse período, a China seguiu dividida em duas: República Popular da China (a parte continental) e a China Nacionalista ou Taiwan (parte insular). Elas representavam os dois lados da Guerra Fria. A China Popular aliou-se à URSS até 1960 e depois seguiu seu próprio caminho.
  • 2. A Revolução Chinesa de 1949 não foi a única revolução liderada por Mao Tsé-tung. Ele também encabeçou a Revolução Cultural Chinesa, uma campanha político-ideológica que ocorreu a partir de 1966. A Revolução Cultural foi iniciada oficialmente quando Mao tornou a disputa no interior do PCCh pública e publicou a Circular 16 de Maio. Nesse documento ele convocava a população da China para auxiliá-lo na luta contra os reacionários e burgueses em crescimento no país. Isso fez com que as massas, sobretudo estudantes, aderissem à convocação de Mao e iniciassem um período de violência na China. Quando Mao convocou a população, foi criada a Guarda Vermelha, milícia popular que seguia as ideias de Mao conforme elas foram registradas no Livro Vermelho. Os membros da Guarda Vermelha estavam espalhados por toda a China, difundindo o maoismo e denunciando aqueles que o criticavam e não se encaixavam nos seus ideais. Os membros da Guarda Vermelha foram orientados a perseguir os “quatro velhos”, conjunto de coisas que deveriam ser superadas no país. Essas coisas eram as velhas ideias, as velhas culturas, os velhos costumes e os velhos hábitos. Com isso, um dos primeiros alvos da revolução foi a milenar cultura chinesa. O plano econômico denominado Grande Salto Adiante (1958 — 1960) fracassou e provocou a morte de milhões de pessoa por causa da fome. Esse fenômeno ficou conhecido como a Grande Fome Chinesa. Por isso, a oposição começou a crescer dentro de setores menos radicais do Partido Comunista, resultando, então, na Revolução Cultural Chinesa para neutralizar os opositores de Mao Tsé-tung. Com o objetivo de perseguir seus opositores no interior do partido e membros da sociedade que não se alinhavam com a ideologia de Mao. A Revolução Cultural estendeu-se por 10 anos, disseminou violência no país e resultou na morte de milhões de cidadãos chineses. O resultado disso foi desastroso e a produção agrícola da China despencou, com isso, o país foi obrigado a comprar alimentos de nações ocidentais, para amenizar esses efeitos. Em consequência do Grande Salto, no começo da década de 1960, a China enfrentou a Grande Fome, e os historiadores afirmam que de 20 milhões a 40 milhões de pessoas morreram pela falta de comida no país. A Revolução Cultural era verdadeiramente uma tentativa de reformar radicalmente a cultura chinesa, apagando em definitivo traços da cultura pré-revolução. A perseguição contra os professores no país praticamente parou o sistema de educação chinês, sobretudo o superior. Os membros da Guarda Vermelha foram orientados a denunciar não somente seus professores mas também seus pais.
  • 3. Os casos de violência cometida contra os intelectuais e artistas dispararam. Os perseguidos pela Guarda Vermelha eram reenviados para “campos de reeducação”, e nesses locais eram colocados em regime de trabalho forçado, além de enfrentarem reeducação política baseada nos princípios do maoismo. O plano econômico proposto por Mao, além de ter sido uma tragédia para a população chinesa, foi ruim para a popularidade do líder no interior do Partido Comunista Chinês, o PCCh. Mao passou a ser criticado, e uma disputa de poder e influência começou a delinear-se nos quadros daquele partido. A facção de Mao, enfraquecida pelo fracasso do Grande Salto, começou a visualizar o crescimento da facção de Liu Shao-Chi e Deng Xiaoping, que tinha uma visão mais moderada acerca das transformações e das políticas que Mao defendia para a China. As críticas a Mao no interior do partido também eram uma influência da desestalinização que havia acontecido na União Soviética. Esse processo colocou fim ao culto ao líder naquele país, sobretudo a Stalin, e isso se refletiu na China, sobretudo na forma como Mao era tratado. A desestalinização também contribuiu para piorar das relações entre URSS e China, pois Mao não concordava com as medidas do governo soviético. Além disso, a Revolução Cultural é considerada como um período obscuro na China e é chamada de “a década perdida” pelos chineses. O país desorganizou-se nesse período, e qualquer ação voltada para o desenvolvimento da China foi colocada em segundo plano. A prioridade no país era a perseguição contra os que pensavam diferente do seu ditador. Depois que Mao faleceu, a Revolução Cultural teve fim e um novo governo assumiu o comando da China. Em 1978, Deng Xiaoping, opositor de Mao que tinha sido perseguido e enviado para um campo de reeducação durante a Revolução Cultural, assumiu a presidência da China.