1. A ameaça do engano religioso
Colossenses 02:16-23
2. As heresias são como ervas daninhas: florescem em todos os
lugares, se espalham por todos os tipos de terreno. Como ervas
venenosas, as heresias também matam. Matam Igrejas inteiras! Elas
são capazes de resistir ao tempo, cruzam séculos e ameaçam as
Igrejas também me nossos dias. A primeira advertência de Jesus em
Seu sermão profético sobre os últimos dias o Senhor advertiu: “Vede
que ninguém vos engane, porque virão muitos em Meu Nome
dizendo eu sou o Cristo, e enganarão a muitos” - Mateus 24:04-05.
Hoje vamos examinar três heresias que ameaçavam a Igreja em
Colossos no primeiro século. Ao examiná-las não faremos apenas
uma viagem rumo ao passado, pois elas continuam vivas e rondando
as Igrejas em nossos dias.
3. A ameaça do legalismo (16,17) → É uma heresia que ameaçou a
Igreja no passado e ainda perturba a Igreja no presente. O apóstolo
Pedro classificou o legalismo como um “jugo, uma carga no
pescoço”, Atos 15:10. O apóstolo Paulo de igual modo se manifestou
sobre este assunto: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.
Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de nojo ao jugo da
escravidão” - Gálatas 05:21. O verso 16 faz uma descrição do
legalismo – os defensores de legalismo andavam pelas igrejas como
“assaltantes” da liberdade cristã. Eles queriam impor aos cristãos
um conjunto de regras como “algemas” para limitar a ação do
Evangelho na vida dos novos convertidos . Um enorme conjunto de
regras legalistas estão à dispor da Igreja contemporânea – Igreja que
não comem isso ou aquilo, que não se corta cabelo ou a barba, que
guarda o sábado como um ato de idolatria, que não tem bateria ou
guitarra, ETC. Os falsos mestres faziam uma leitura errada das
Escrituras como acontece nos dias de hoje!
4. O verso 17 fala do engano do legalismo → O apóstolo derruba o
fundamento legalista dizendo: “Estas coisas (comida, bebida ou
festas religiosas) são sombras do que haveria de vir...”. O termo
“sombras” pode ser entendido da seguinte forma: inexatidão; falta
de substancialidade; simbolismo ou coisas que são dispensáveis.
Essas coisas (sombras) chamavam mais a atenção dos legalistas do
que Cristo e justamente nestas coisas eles se apegavam mais. Não
precisamos mais da sombra, temos a luz! Cristo é uma realidade!
Isto significa que os rituais do A.T foram substituídos por Cristo.
Ainda o verso trata da derrota do legalismo, pois, não devemos ser
regidos por regras que tentam ser mais importantes que o próprio
Cristo. Nossa liberdade está na pessoa de Cristo. Já morremos e
ressuscitamos com Ele.
5. A ameaça do sincretismo - Vs. 18 e 19
A natureza do sincretismo (18) – Os falsos mestres pregavam uma
mistura de filosofia grega, judaísmo legalista e cristianismo. Isto
levou a Igreja ao perigo da heresia. Um exemplo dado pelo apóstolo
é a veneração ou adoração a anjos. Os falsos mestres eram
profundamente místicos. Eles adoravam anjos, espíritos e não
diretamente a Deus por meio de Cristo. Davam mais valor as
experiências subjetivas do que a verdade objetiva. Davam mais
valor ao sentimentos do que à razão. E os falsos mestres não apenas
adoravam a anjos, mas diziam que o faziam por humildade. Paulo já
havia exortado a Igreja sobre a Supremacia de Cristo (Cap. 01). Os
anjos são criaturas de Deus e ministros a serviço de Deus, por
isso, não podem ser adorados como Deus ou no lugar de Deus. Os
anjos não aceitam adoração humana – Apoc. 19:10 e 22:08-09.
6. O sincretismo nunca foi bíblico. É uma fé mística, uma heresia
diante de Deus. Aquele que cai neste laço do engano acredita mais
nas experiências extra sensoriais do que em Deus. A agir assim, a
pessoa mística coloca a experiência acima da Palavra de Deus e
julga-se possuidora de uma “revelação” especial de Deus e de um
conhecimento superior além do revelado nas Escrituras. Floresce de
maneira vigorosa em nossos dias o sincretismo. As pessoas se
achegam a Cristo, mas continuam prisioneiras de crendices
estranhas à Palavra de Deus. Sabemos que o sincretismo não é
espiritual, mas totalmente carnal. Prova disso é que os sincretistas
baseiam suas esperanças para a salvação em rituais e objetos
“consagrados” e não apenas em Jesus. Também o sincretismo
afirma ser de Cristo, mas está desligado Dele (19A).
7. Um dos maiores erros da Igreja moderna é o pragmatismo. O
argumento é o seguinte: se a Igreja está crescendo é obra de
Deus, porque se não fosse de Deus jamais prosperaria. Esse
raciocínio é mentiroso e leva muitos ao erro. Nem tudo o que cresce
é sadio e verdadeiro. Nem todo “sucesso” procede de Deus. Nessa
Sociedade embriagada pelo sucesso, as pessoas procuram “Igrejas
de sucesso”. Estes afirma: “Onde existe multidão lá está a verdade”.
Nem tudo o que funciona bem de fato provém de Deus. Satanás
também edifica Igrejas e comissiona pastores – I Tim. 04:01. O
pragmatismo não se interessa pela verdade e sim pelos resultados.
“Se está dando certo e enchendo a Igreja que continue assim!”. Os
pragmáticos se preocupam apenas sucesso. Portanto a Igreja vive
em nossos dias uma verdadeira crise pragmática. É mentirosa toda
a pregação que não leve em conta as verdades contidas na Palavra
de Deus.
8. Outro perigo: o ascetismo - 20-23
Paulo também condena o ascetismo. E o que significa isso?
Ascetismo é a crença de que podemos crescer espiritualmente
simplesmente abstendo-nos de coisas, flagelando nosso corpo com
o intuito de crescimento espiritual. Um exemplo muito
interessante: o celibato praticado pelos católicos. Outro exemplo:
cristão que não come carne de porco porque viu na Bíblia no A.T
que o povo de Deus não comia este tipo de carne. E com esta
atitude acredita estar sendo abençoado mais do que aquele que
come (21). O ascetismo venceu a barreira do tempo e chegou até
nós. Ele é fruto de um entendimento errado das Escrituras.
Ascetismo é a crença que podemos agradar a Deus obedecendo a
uma lista de “nãos”. Não ao futebol, ao cinema, ao cortar o
cabelo, etc.
9. O verso 23 é grandioso pois trata claramente do ascetismo como
“pretensa religiosidade”; “falsa humildade” sem valor algum para
refrear os impulsos da carne! O ascetismo é enganador em suas
propostas. É um sacrifício inútil! É um culto a si mesmo, uma
religião feita para si mesmo. Tem piedade FALSA e FINGIDA. Não
tem valor espiritual pois, é um engano. Não torna ninguém mais
santo. Paulo afirma que tal prática não ajuda as pessoas contra os
impulsos da carne, ou seja, contra o pecado. O ascetismo não é
suficiente para frear o pecado que há em nós, por isso precisamos
desesperadamente de Cristo e da ação do Espírito Santo em nós.
Pecado só é eliminado de nossas vidas pelo poder do Espírito e não
por nossos próprios esforços. Somos totalmente carentes da Graça
de Deus!