Este documento descreve a história e características da charge no Brasil em três frases:
1) A charge surgiu no Brasil no século XIX através de publicações como a "Lanterna Mágica" e teve dois momentos de amadurecimento na Monarquia e na década de 1930 sob o governo de Getúlio Vargas.
2) A charge utiliza a caricatura, o humor, a crítica e a sátira para refletir e criticar aspectos políticos e sociais de forma concisa.
3) Embora explore temas
A presente produção de slides exibiu um breve histórico, aspectos conceituais, características, formato e exemplos de tirinhas. Isso se deu junto a utilização de outros recursos com o propósito de gerar possibilidades mais ricas para a construção de tirinhas, pelos alunos, sobre o American way of life. A atividade se processou na turma do 9º Ano “B” do Ensino Fundamental II, no turno da manhã, em 11 de maio de 2017, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena.
Os slides enfocaram o surgimento, características, tipos e formato de paródias. Os mesmos serviram como ferramenta, junto a um texto introdutório e a outra produção de slides para o desenvolvimento da oficina de paródias musicais sobre “O cangaço”. Os slides foram aplicados na turma do 9° Ano “C” do Ensino Fundamental II, no turno da manhã, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena, em 02 de outubro de 2017.
A presente produção de slides exibiu um breve histórico, aspectos conceituais, características, formato e exemplos de tirinhas. Isso se deu junto a utilização de outros recursos com o propósito de gerar possibilidades mais ricas para a construção de tirinhas, pelos alunos, sobre o American way of life. A atividade se processou na turma do 9º Ano “B” do Ensino Fundamental II, no turno da manhã, em 11 de maio de 2017, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena.
Os slides enfocaram o surgimento, características, tipos e formato de paródias. Os mesmos serviram como ferramenta, junto a um texto introdutório e a outra produção de slides para o desenvolvimento da oficina de paródias musicais sobre “O cangaço”. Os slides foram aplicados na turma do 9° Ano “C” do Ensino Fundamental II, no turno da manhã, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena, em 02 de outubro de 2017.
Utilizado nas aulas do curso de férias de jornalismo literário ministrado pelo prof. doutor Paulo Fernando de Carvalho Lopes e pela jornalista Francilene Oliveira em Teresina, PI, na Universidade Federal do Piauí
2. Histórico
O Origem: França, vem da palavra charger.
O No Brasil: século XIX com Manuel de Araújo
Porto Alegre, que cria a revista Lanterna
Mágica.
O 1º momento de amadurecimento da charge na
segunda metade do século XIX: política como
objeto e eficácia do discurso situado em um
contexto social.
3. Manuel de Araújo (1837)
A Campainha
Quem quer; quem
quer redigir
O Correio Oficial!
Paga-se bem. Todos
fogem?
Nunca se viu coisa
igual
O Cujo
Com três contos e
seiscentos
Eu aqui´stou, meu
senhor
Honra tenho e
probidade
Que mais quer d´um
redator?
4. O 2º momento de desenvolvimento da charge nos
últimos anos da Monarquia: forte oposição à
política imperial.
O Ângelo Agostini (Revista Ilustrada): abolição da
escravatura e proclamação da República.
5. O 1896: Publicação de charges em jornais, através de
Julião Machado, chargista português.
O No início do século XX, começa-se a criar
personagens: Zé Povo e Jeca Tatu.
O Neste momento, a charge passa por um processo
de despolitização, conservando-se desta maneira
até a década de 30.
6. O Último momento de amadurecimento da
charge na década de 30, através de Guevara:
instrumento de crítica política.
O Contexto econômico: Brasil passa por
crise, com a economia frágil e dependente da
exportação de café.
O Guevara reduz o texto verbal, aproximando-se
da oralidade.
O A charge intensifica seu traço e expõe sua
verdade para que o leitor construa sentido nas
representações das ações do sujeito real
através de um personagem diferente
dele, mas que com ele se identifica.
7. Características
O A “charge se constitui realidade inquestionável no
universo da comunicação, dentro do qual não
pretende apenas distrair, mas, ao contrário, alertar,
denunciar, coibir e levar à reflexão” (AGOSTINHO,
1993).
O “Satirizar um fato específico, tal como uma ideia, um
acontecimento, uma situação ou pessoa, em geral
de caráter político, que seja de conhecimento
público”. (FONSECA, 1999).
O A agressividade, presente na charge, incita o leitor a
se conscientizar e assumir uma atitude crítica diante
do texto.
O A charge é uma crítica temporal, desta forma, seu
texto envelhece rápido. Há, no entanto, alguns casos
em que a charge é republicada.
8. O Estabelece uma relação discursiva entre o chargista
e o leitor.
O Antes de fazer rir, a charge tem a função de fazer
refletir, “a charge é um desenho de humor que
estrutura sua linguagem como reflexão e crítica
social” (TEIXEIRA, 2005).
O Constrói-se por meio da intertextualidade e recria a
realidade utilizando-se do humor, da crítica, da
sátira e da ironia.
O Tenta ser fiel aos seguintes propósitos: reproduzir a
realidade independente da razão, produzir uma
verdade independente da realidade e incorporar o
humor como linguagem.
O Representa em uma única imagem: a narração de
um fato, a descrição de um problema e uma opinião
satírica sobre a temática.
9. O “A crítica e o desejo de denunciar, de revolver e analisar
as ordens instituídas são marcadas por um humorismo de
caráter subversivo” (MIANI, 2002).
O “Os efeitos de sentido da charge são ocasionados pela
simultaneidade dos movimentos opostos, mas
justapostos, que possibilitam um riso de zombaria sobre
nossa atualidade social, política e econômica” (NERY,
2002).
O A linguagem da charge está em comunicação constante
com os acontecimentos políticos e sociais, mas mantêm
relação com o passado, é ideologicamente influenciada.
O “a charge acaba sendo uma espécie de „editorial gráfico‟
(...) e por vezes ela atingiu o status de grande meio de
expressão” (MARINGOGI, 1996)
O “a charge como toda configuração visual, expressa e
transmite ideias, sentimentos e informação a respeito de
si própria, de seu tempo ou a respeito de outros lugares e
outros tempos” (SOUZA, 1986).
10. O chargista
O “[...] falemos, primeiramente, do chargista, esse
desconhecido. Ele tem que ser uma pessoa capaz de
se indignar com a situação política do seu país, do
mundo. Tem que ser contra tudo isso que está
aí, politicamente, socialmente, comportalmente. O
chargista tem que ser contra, por exemplo, o político
brasileiro e a sociedade brasileira, que se comportam
muito mal. Eles têm muita coisa para criticar: a
hipocrisia, o exibicionismo, a mentira, a inversão de
valores, a falta de dignidade etc. Tem que, a seu
modo, denunciar o que vê de errado, torto. Charge é
guerra! Sempre foi assim, desde a invenção da
imprensa. No tempo da ditadura, o inimigo nesta
guerra era mais visível. Hoje, ele fica meio enrustido.
Tem gente boa que, muitas vezes, está do lado do
inimigo e nem percebe” (Ziraldo, 2007).
11. Diferença entre charge,
cartum, quadrinho e tira
O A charge é um desenho humorístico,
acompanhado ou não de texto verbal;
com ou sem legenda ou balão, espécie de
releitura de um acontecimento;
geralmente veiculado pelos meios de
comunicação, especialmente a imprensa.
O Normalmente, critica um fato ou
acontecimento especifico, explorando
temas sociais, econômicos e, sobretudo
políticos.
12. O Segundo o dicionário Aurélio:
“representação pictórica, de caráter
burlesco e caricatural, em que se satiriza
um fato especifico, em geral de caráter
politico e que é do conhecimento publico.”
O A charge é um todo orgânico, não
apresenta caráter narrativo sequencial.
Exige uma contextualização, o leitor deve
estar sempre atualizado com os últimos
acontecimentos.
O Tematização de um fato cotidiano, um
acontecimento atual, comportando, critica,
humor, mordacidade, sarcasmo, ironia,
focalizado por meio de caricatura.
13. Historias em quadrinhos
O As historias em quadrinhos tem origem nos
Estados Unidos e foram denominadas de
comics (cômicos; humorísticos).
O São narrativas contadas em quadrinhos ou
vinhetas, que empregam palavras e imagens
ou apenas imagens. Inicialmente eram em
tabloide, mas reduziram-se para o formato de
tiras, ou seja, para narrativas com dois ou três
quadrinhos, assumindo sintetismo e
instantaneidade inexplorados na
comunicação.
15. Tiras diárias
O Surgiam então as tiras diárias. É uma
narrativa curta, de caráter cômico
humorístico, composta de 3 ou quatro
quadrinhos ou vinhetas.
O Geralmente é descontextualizada, sem uma
datação, portanto esta sempre
atualizada, fato que lhe confere dimensão
universal.
O As tiras e charges tem caráter gráfico-
anedótico. Palavras e imagens com o desejo
de despertar o riso assemelham-se a uma
anedota construída apenas com palavras de
fundo cômico humorísticas.
17. Cartum
O O cartum é uma espécie de anedota
gráfica sobre os mais diferentes
comportamentos humanos.
O De modo geral, explora situações
atemporais e universais, que podem
ocorrer em qualquer lugar e qualquer
época.
19. O humor da charge política no
jornal
O “A charge é parte desses „penduricalhos‟
que o jornal apresenta como material de
opinião. Não é a toa que ela sempre esta
nas paginas de editoriais, a pagina nobre.
A charge acaba sendo uma espécie de
„editorial gráfico.” (Maringoni, 1996)
O A charge possui uma
unidimensionalidade, que não lhe permite
ficar no “mas-contudo-todavia”. Ou é
contra ou a favor.
20. O Para se fazer humor é preciso haver
cumplicidade com o publico. Ninguém ri
da piada que você conta se não existe um
código prévio entre você e os seus
ouvintes. Muitas vezes, este código está
baseado no mais repugnante dos
preconceitos, mas o vinculo deve existir.
O A existência de um código permite que se
associem acontecimentos que a primeira
vista não possuem ligação nenhum. Esse
código cultural e emocional tem
características universais e também
particularidades locais.
21. O A charge envolve mais um componente
nesse código com o publico: o tempo. Por
ser datada a charge é perene. Ela pode
ficar como um registro de uma época,
mas a graça dificilmente permanece.
O Cartum x Charge
O Alguns cartunistas conseguem em seu
trabalho captar mais o espirito de uma
época do que se limitar ao registro do fato
do dia. Neste caso, não temos mais a
charge politica, mas a critica de costumes
e ela adquire uma característica mais
duradoura.
22. O uso dos signos imagético e
verbal na charge
O A linguagem é formada por signos, que
são entidade psíquica com duas faces:
uma imagem acústica e um conceito.
(Saussure, 2004)
O Signo = significante + significado
23. O signo imagético na imagem
O Manifestação de caráter visual da
capacidade textual do homem, que pode
ser expressa por meio de linhas, de
superfícies escuras e hachura e que
variam em diferentes formas.
O Contexto intraicônico;
O Contexto intericônico;
O Contexto extraicônico.
24. A caricatura
O Recurso presente na maioria das charges
de jornais impressos;
O São fundamentais para produzir efeitos
de sentido gerados por todo conjunto da
charge: o texto imagético e verbal;
O Apresenta exagero nas características de
um individuo, valorizando ou
ridicularizando traços mais marcantes.
25. O signo verbal na charge
O Estratégia que completa algo ou se
contrapõe a algo;
O Dá-se pela forma de texto (fala do
personagem) ou pela forma de para texto
(fala do enunciador);
O Onomatopeias, legendas, falas e palavras
destacadas podem transmitir ironia, critica
e sentimentos diversos.
O Intertextualidade e ironia.
26. A multimodalidade na charge
O Configuração dos significados de
diferentes formas;
O Os textos multimodais utilizam mais de
um modo de elaboração da mensagem.
Portanto, a charge é multimodal porque o
conteúdo presente nela é veiculado por
meio de texto, de imagem e de desenho.
27. O Na charge, só o desenho pode ser
multimodal, pois nele esta presente
diferentes cores, tamanhos, símbolos e
expressões dos personagens.
O A multimodalidade torna a charge mais
ativa e nada enfadonha;
O Ironia e bom humor
O A interação de imagens e de palavras dá
abertura ao leitor para a construção de
ideias, de opiniões e de conclusões.
28. A charge e a ação social no
espaço sociocultural
O Tem o propósito de provocar a reflexão
sobre assuntos de destaque na
sociedade;
O Contém um complexo ideológico de seu
autor e da sociedade
O O leitor precisa observar, através de seus
traços, uma denuncia, o humor e uma
critica.
29. Republicação de charges
O A charge sempre mostra um fato do
cotidiano;
O Textos temporais
O Para uma charge ser republicada é
preciso retratar uma ação que se reflete.
30. Charges virtuais
O As charges vem se adaptando a evolução
tecnológica dos meios de comunicação;
O É a confirmação de que os gêneros se
adequam as condições sociohistóricas e
as possibilidades tecnológicas;
O É o mesmo gênero, mas utiliza diferentes
suportes, como animação e som.
31. Dialogismo e polifonia na
charge
O O dialogismo representa a interação entre o “eu” e
o “tu” no texto e traz, em si, a perspectiva de outra
voz;
O Todo enunciado possui, ao menos, duas vozes.
Qualquer enunciação mantém um diálogo com
outras enunciações, ou seja, não há enunciação
pura;
O Há duas maneiras de inserir o discurso do outro
no enunciado:
O 1) De forma clara(discurso objetivo) – aspas,
negação, DD ou DI.
O 2) Internamente dialogizado. Não há separação
nítida entre 1ª e 3ª pessoa e é apresentado por
paródia ou polêmica clara.
32. Polifonia
O Define-se pela convivência , em um
mesmo espaço, de uma multiplicidade de
vozes e consciências independentes.
33. Ironia
O É a afirmação de algo diferente do que se
deseja comunicar. Não dá ao texto o sentido
completo para significar o oposto do que se
diz.
O O chargista não quer opinião dele seja aceita
como verdade, mas quer levar o leitor à
crítica, à reflexão e ao humor.
O A ironia é um dos principais elementos da
charge. É um instrumento de
denúncia, geralmente de situações políticas e
econômicas.
O Às vezes, a ironia é mal interpretada ou nem
sequer percebida.