O documento descreve a experiência de Santa Teresa de Jesus com visões de Cristo ao seu lado. Ela relata sentir claramente a presença de Cristo, embora não o visse com os olhos do corpo ou da alma. Foi falar com seu confessor, que perguntou como sabia que era Cristo, ao que ela respondeu que não sabia explicar, mas sentia nitidamente sua presença.
1.
Avi s o s
PARÁGRAFO
TERESIANO
§
§
Depois de dois anos, aconteceu-me isto:
estando um dia do glorioso São Pedro em
oração, vi ao pé de mim ou senti, para
melhor dizer, pois nem com os olhos do
corpo nem com os da alma nada vi; mas
parecia-me que Cristo estava ali mesmo
junto de mim e via ser Ele que me falava,
segundo me parece.
Como estava ignorantíssima que pudesse
haver semelhante visão, deu-me um grande
temor a princípio e não fazia senão chorar,
embora, dizendo-me uma só palavra de
segurança, ficasse sossegada com regalo e
sem nenhum temor, como costumava.
Parecia-me andar sempre a meu lado Jesus
Cristo; e, como não era visão imaginária,
não via sob que forma, mas sentia muito
claramente estar Ele sempre a meu lado
direito e que era testemunha de tudo
quanto eu fazia; e de nenhuma vez em que
me recolhesse um pouco, ou não estivesse
muito distraída, podia ignorar que estava ao
pé de mim.
Fui logo a meu confessor, muito aflita, a
dizer-lho. Perguntou-me sob que forma O
via. Eu disse-lhe que O não via. Disse-me
como é que eu sabia que era Cristo? Eu
disse-lhe que não sabia como, mas não
podia deixar de entender que Ele estava ao
pé de mim e O via e sentia nitidamente, e
que o recolhimento da alma era muito
maior que em oração de quietude e muito
contínuo, e os efeitos muito diversos dos
que costumava ter; e que era coisa muito
clara.
SANTA TERESA DE JESUS (1515 - 1582)
LIVRO DA VIDA 27:2
24 Hoje, 15:00h, no Pavilhão Multiusus, a nossa
Diocese celebra Missa de Encerramento do
Ano da Fé. Preside o Senhor D. Anacleto.
28 Fundação da Ordem dos Carmelitas Descalços, em Duruelo, Ávila, em 1568.
ChAMA
DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM
DO CARMO
NS 204
NOVEMBRO 24 2013
DE VIANA DO CASTELO
29 Bem-aventurados Dionísio da Natividade
(1600-1638) e Redento da Cruz (1598-1638).
01 Domingo I do Advento.
02 Dia de oração pelos defuntos da Ordem.
02 21.00h | Encontro com a Bíblia.
03 São Francisco Xavier (1506-1552).
04 Tarde de adoração eucarística.
Dia de oração pelas vocações.
05 São Martinho de Dume (518-579), São Frutuoso (595?-665) e São Geraldo ( ? -1108).
07 Santo Ambrósio (340-397).
chamadocarmo.blogspot.com
Telefone 258 822 264
viana@carmelitas.pt
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana I do Saltério.
A Palavra
DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM
• Isaías 2:1-5.
• Salmo 121:1-2.4-9.
• Romanos 13:11-14.
• Mateus 24:37-46.
( 01 DE DEZEMBRO )
Sobre o fim do Ano da Fé
(E um trabalho para casa)
2. Fim do ano da Fé. Cinquenta anos depois da abertura do Concílio Vaticano II coube a Bento XVI convocar o Ano da Fé.
Paulo VI ao tempo do seu pontificado convocara já um outro. Um e outro não têm outro fim se não o de reavivar a fé dos
católicos e de nos animar a ir ao encontro de todos os homens e mulheres e levar-lhes a luz e o calor da fé. Somos todos
missionários, bem entendido. E ninguém melhor que os pares para incendiar corações dizendo com simplicidade uma descoberta,
uma alegria, um testemunho. A Igreja não é só procissões e exposições; a Igreja é caminho, é movimento. É o movimento do
Espírito do Ressuscitado que não pára, não se cristaliza, não se petrifica. É vento dinâmico, é esperança ágil, é anúncio
surpreendente. Neste domingo, Domingo de Cristo Rei, último do ano cristão, encerra o Ano da Fé. E agora?
Sobre o fim do Ano da Fé
— E UM TRABALHO PARA CASA
Um ano é apenas um naco de tempo
convencionado. Por isso ninguém leva a mal que
o Ano da Fé tenha mais 45 dias que um ano
propriamente dito. Começou a 11 de Outubro de
2012, a efeméride dos cinquenta anos da abertura
do Concílio Vaticano II, e conclui-se ao sabor da
liturgia com o encerramento do ano cristão, hoje,
24 de Novembro de 2013.
Encerramo-lo proclamando que só Jesus Cristo é
senhor, só Ele é autor de todas as maravilhas,
também da fé que nos é dada gratuitamente.
Assustados pelo excessivo sopesar dos prós e dos
contras, do deve e do haver, também nós,
católicos, caímos na esparrela de contar cabeças
ou corações como se preparássemos exércitos
para a guerra. Creio, porém, que a vivência do
Ano da Fé fura e muito as urgências de
contabilidades tão espúrias: quantos éramos?
Juntámos mais ou menos que os partidos?
É certo que a Igreja não pode dispensar de se
mostrar, de se reunir em celebração e percorrer à
luz do dia as mesmas ruas que nos outros dias
abrem para os interesses da pólis: comerciais,
administrativos ou outros. Mas quer-me parecer
que a fé não é só testemunho — que o é, claro! A fé
é também o Espírito soprando, volteando e
ateando quando quer, como quer e a quem quer.
Aprendi eu desde cedo que a Igreja é depositária
da fé, mas longe de mim a ideia de armazém,
porque o dinamismo do Espírito abre-nos e
impele-nos para fora, pelo que eu sou tanto mais
eu quanto mais sou nós! Talvez seja ainda mais
difícil de compreender, mas eu sou mais humano
quando mais divino me torno. É por isso que
julgo difícil meter o Rossio na Betesga, quero
dizer: meter o Ano da Fé numa folha do Excel e
extrair estatísticas e contabilidades puras!
O Ano da Fé é energia e dinamismo, é conversão!
Portanto, não pára! É um ano que não encrava
nem se encerra, digo, a sua dinâmica!
Claro que foram feitas coisas, por que não
vivemos sem coisas por fazer. (Inclino-me diante
dos operários das coisas a fazer. Reverencio-os!)
De facto, a fé saiu reforçada porque saiu
revalorizada, repensada, celebrada, rezada,
testemunhada. Mas nada está concluído, porque
a procissão ainda só vai no adro e há já que
pensar como havemos de iluminar com a vela da
fé as escuridões do futuro de tantos e de tantas
que não se incorporam debaixo das nossas
bandeiras e opas, nem aceitam os nossos ritos.
Sim, termina o Ano da Fé, mas não se encerra
nenhum exercício seguro que nos ajude a firmá-la
e a retransmiti-la com definitividade, que ela ou
se apega ou se apaga!
Ainda que dure um ano maior que um ano, a
Hora da Fé não se conclui! E só tem sentido vivê-la se acreditarmos em primaveras: não é lá que
se dão os enamoramentos sob o pipilrear dos
passarinhos? Por isso, permita-me a pergunta:
enrobusteceu-se porventura a sua fé? Está hoje
mais capaz de testemunhar a Cristo que ontem?
São os seus dias mais claros, mesmo que viva em
noite? Conhece mais da sua fé? Confia mais em
Deus (e em si)? Sente-se mais capaz de portar a
vela da fé a outros que a não conhecem ou já a
não têm acesa?
Páro aqui. Apetece-me dizer: ala, que se faz tarde!
Porque a caminhada ainda não terminou! Nada
acaba só porque acaba uma etapa; a casa não está
feita só porque se fizeram os caboucos!
Começámo-la no Baptismo, avivámo-la no
Crisma e nos sacramentos. Por isso, dia a dia,
domingo a domingo, somos chamados a dizer o
que cremos, a viver o que confiamos, a celebrar o
que nos anima: Jesus Cristo. Vivo!
Eis o programa para o futuro: continuar pela fé a
aceder à intimidade com Deus. O Baptismo foi a
porta, o quilómetro zero. Impõe-se agora que
aprofundemos e aprofundemos sempre mais essa
imensa mina de imensas riquezas divinas que
brotam da amizade com Deus.
Visto que começou, vá por aí! Vá por aí, que leva
bom caminho; mas não sem muito esforço, claro!
E agora o pequeno tpc*: No domingo passado o
Papa Francisco sugeriu a todos os que estamos na
caminhada da fé, isto é, a todos os baptizados,
que investigássemos o dia em que começámos tão
feliz carreira. Sim, não somos muitos os que
sabemos o dia do nosso baptismo! – Saberá Você?
Siga o conselho do Papa: pergunte ao seu Pároco,
ainda que lhe dê muito trabalho. E celebre esse
dia, ou com a participação na Eucaristia, ou, por
que não, sorrindo mais: afinal, Você é filho de
Deus!
*TPC nos meus tempos de Liceu significava:
Trabalhos Para Casa, coisa que sempre muito me
custou, mas cujo sentido agora tanto alcanço!