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• Lucas 9:11-17.
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana IV do Saltério.
AINDA SE PODE INSCREVER PARA AS
PEREGRINAÇÕES
Ao Menino Jesus, dia 2 de Junho.
A Fátima, dias 6 e 7 de Julho.
Inscreva-se na portaria do Convento.
Bem eu sei a fonte que mana e corre,
embora seja noite.
Aquela eterna fonte não a vê ninguém
e bem sei onde é e donde vem,
embora seja noite.
Não sei a fonte dela, que não há,
as sei que toda a fonte vem de lá,
embora seja noite.
Não pode haver, eu sei, coisa tão bela
e céus e terra beleza bebem dela,
embora seja noite.
Porque não pode ali o fundo achar,
eu sei que ninguém a pode atravessar,
embora seja noite.
A claridade sua não escurece
e sei que toda a luz dela amanhece,
embora seja noite.
Tão caudalosas são suas correntes
que regam céus, infernos e as gentes,
embora seja noite.
E desta fonte nasce uma corrente
e bem sei eu que é forte e omnipotente,
embora seja noite.
E das duas a corrente que procede
sei que nenhuma delas a precede,
embora seja noite.
E esta eterna fonte está escondida
em este vivo pão a dar-nos vida,
embora seja noite.
Aqui está a chamar as criaturas
que bebem desta água, e às escuras,
porque é de noite.
Esta viva fonte que desejo,
em este pão de vida, aí a vejo,
embora de noite.
FONTE,SÃOJOÃODACRUZ
Bem eu sei a fonte
que mana e corre,
embora seja noite.
Bem eu sei a fonte
que mana e corre, embora seja noite.
São João da Cruz como tantos conhece com toda
a certeza a Fonte de onde brota água da vida,
ainda que não a possa ver, porque é de noite;
quer dizer: vive na obscuridade da fé e é desde
ela que conhece a Fonte que pode saciar a sede
mais profunda, o nosso desejo de felicidade.
A fonte é o próprio Deus Trindade que se
comunica ao ser humano para lhe dar vida, paz,
amor. E ainda que O não possamos compreender
racionalmente, podemos saboreá-lo na noite da
fé. Enfim, conhecemos a Fonte mas não podemos
explicá-la. De facto, não é necessário ver a água
para a levar à boca; e para não morrer de sede
basta beber ainda que às escuras.
Uma coisa é clara: a Fonte não é realidade
fechada em si, antes «mana e corre», é dinâmica
e geradora de vida, sai de si para ir ao encontro.
Essa Fonte misteriosa permanece, porém, sempre
escondida para o homem. Está sempre acima das
suas capacidades de entender, embora, pela fé,
saibamos donde brota.
Deus é mais íntimo a mim que eu mesmo. Por
isso, desde a obscuridade da fé, nós sabemos
que a Fonte não está fora, mas dentro de nós
mesmos. E sabemos também que esta fonte
maravilhosa que é Deus se desborda
comunciando a sua vida às criaturas, pois tudo
nasce da Fonte; é a Fonte que mantém toda a
existência; ninguém se pode afastar da sua
existência benevolente; ela é origem de toda a luz
verdadeira, de tudo o que é bom, da formosura e
da verdade; e por Ela e para Ela tudo vive!
Na verdade, Deus não tem origem, não foi
criado, não tem princípio, é eterno; e por isso é o
único Criador de tudo o que existiu, existe e
existirá. E nada poderá igualar a sua beleza; aliás,
toda a beleza natural é mera participação da
beleza eterna de Deus, que é a origem de tudo e
manutenção de tudo.
A Fonte não necessita de nada para existir, e
ninguém pode passar-lhe por cima ou ignorá-la.
Nada nem ninguém podem viver fora dela: nem
os céus, nem a terra, nem o inferno. É um
mistério, é certo, mas ninguém pode viver sem
Deus porque o Deus Trindade sustém até mesmo
aqueles que decidiram viver de costas para Ele.
Aliás, Ele respeita a nossa liberdade e não nos
destrói quando O recusamos.
O Deus Trindade é Pai, é Filho, é Espírito Santo. O
Pai é a fonte donde brota o Filho, e da comunhão
entre o Pai e o Filho brota o Espírito Santo. Os
três partilham a mesma vida, o mesmo ser, o
mesmo amor e a mesma alegria.
O Filho é corrente que brota da fonte do Pai, e tal
como o Pai é poderoso e ilimitado e da sua
mesma natureza — divino como Ele. O Espírito
Santo é a corrente da vida que procede do Pai e
do Filho.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem a
mesma água, o mesmo ser, a mesma identidade;
possuem-na e partilham-na porque desde toda a
eternidade Deus é circulação e doação de amor.
Deus que tudo criou mantém a existência de tudo
dando-se à humanidade, por isso fez-se
pequenino e se deixou ficar, discretamente, num
pedaço de pão. Fê-lo para estar próximo da
humanidade, para ser seu alimento e caminhar
com ela. No pão vivo da Eucaristia está presente
o Ressuscitado e nele a Santíssima Trindade, e é
por isso que celebramos a Eucaristia: porque
Deus nos quer dar a sua própria vida e
comunicar-nos o seu amor: O Deus escondido e
inabarcável é também o Deus próximo, pequeno,
que voluntariamente se deixou ficar connosco, no
meio de nós, como alimento.
Aninhado em nosso coração todos trazemos o
desejo de felicidade e de eternidade, por isso
todos somos convidados a alimentar-nos deste
Pão e desta Água que saciam a verdadeira fome
e sede. Neste mundo não podemos ver Deus face
a face, mas podemos entrar na sua intimidade e
saboreá-lo por antecipação.
Deus é um abismo de Amor, diz São João da
Cruz. Só um abismo poderia ser resposta a outro
abismo: o desejo humano de ser feliz! Esse
desejo não pode saciar-se com nada deste
mundo, apenas com o próprio Deus. Enfim,
poderemos ignorar o nosso abismo e a Fonte
que o sacia, mas não o poderemos calar de vez
entretendo-nos a mordiscar migalhas. Não! O
desejo humano só se sacia com a plenitude de
sentido bebendo da Fonte que mana e corre.
Santíssima Trindade. Por esta altura do ano de 1578 São João da Cruz estava preso, sem poder
celebrar Missa ou comungar. No contexto duríssimo da prisão compôs algumas poesias, entre elas uma
de sabor trinitário e eucarístico, onde afirma que na escuridão da fé conhece bem aonde se encontra a
fonte da vida, o próprio Deus. Como uma fonte que brota sabemos que Deus sai dele mesmo para nos
criar e nos saciar comunciando a sua vida. E enquanto caminhamos na terra caminhamos iluminados
pela fé (sempre obscura!) e na certeza de que Deus caminha connosco, que para não nos deixar sós
permanece escondido no pão da Eucaristia. Porque, então, tristemente, preferimos migalhas?

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Fonte da Vida

  • 1. c h a m a d o c a r m o . b l o g s p o t . c o m Telefone 258 822 264 viana@carmelitas.pt A v s o s ChAMADO CARMO DE VIANA DO CASTELO 26 Solenidade da Santíssima Trindade. 31 Festa da Visitação de Nossa Senhora. 21:00h Encerramento do Mês de Maio com procissão de Nossa Senhor pelos claustros do Convento. 01 Memória de São Justino, mártir. 10:00h Início do Terceiro Carmicoque, encontro de crianças e famílias. 02 Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. 26 11:30h | Missa de acção de graças pelo GAF-Gabinet S. de Atendimento à Família. DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE MAIO 26 2013 NS 190 A Palavra SOLEN. DO CORPO E SANGUE DE CRISTO (02 DE JUNHO) • Génesis 14:18-24. • Salmo 109:1-4. • I Coríntios 11:23-26. • Lucas 9:11-17. Oração LITURGIA DAS HORAS • Semana IV do Saltério. AINDA SE PODE INSCREVER PARA AS PEREGRINAÇÕES Ao Menino Jesus, dia 2 de Junho. A Fátima, dias 6 e 7 de Julho. Inscreva-se na portaria do Convento. Bem eu sei a fonte que mana e corre, embora seja noite. Aquela eterna fonte não a vê ninguém e bem sei onde é e donde vem, embora seja noite. Não sei a fonte dela, que não há, as sei que toda a fonte vem de lá, embora seja noite. Não pode haver, eu sei, coisa tão bela e céus e terra beleza bebem dela, embora seja noite. Porque não pode ali o fundo achar, eu sei que ninguém a pode atravessar, embora seja noite. A claridade sua não escurece e sei que toda a luz dela amanhece, embora seja noite. Tão caudalosas são suas correntes que regam céus, infernos e as gentes, embora seja noite. E desta fonte nasce uma corrente e bem sei eu que é forte e omnipotente, embora seja noite. E das duas a corrente que procede sei que nenhuma delas a precede, embora seja noite. E esta eterna fonte está escondida em este vivo pão a dar-nos vida, embora seja noite. Aqui está a chamar as criaturas que bebem desta água, e às escuras, porque é de noite. Esta viva fonte que desejo, em este pão de vida, aí a vejo, embora de noite. FONTE,SÃOJOÃODACRUZ Bem eu sei a fonte que mana e corre, embora seja noite.
  • 2. Bem eu sei a fonte que mana e corre, embora seja noite. São João da Cruz como tantos conhece com toda a certeza a Fonte de onde brota água da vida, ainda que não a possa ver, porque é de noite; quer dizer: vive na obscuridade da fé e é desde ela que conhece a Fonte que pode saciar a sede mais profunda, o nosso desejo de felicidade. A fonte é o próprio Deus Trindade que se comunica ao ser humano para lhe dar vida, paz, amor. E ainda que O não possamos compreender racionalmente, podemos saboreá-lo na noite da fé. Enfim, conhecemos a Fonte mas não podemos explicá-la. De facto, não é necessário ver a água para a levar à boca; e para não morrer de sede basta beber ainda que às escuras. Uma coisa é clara: a Fonte não é realidade fechada em si, antes «mana e corre», é dinâmica e geradora de vida, sai de si para ir ao encontro. Essa Fonte misteriosa permanece, porém, sempre escondida para o homem. Está sempre acima das suas capacidades de entender, embora, pela fé, saibamos donde brota. Deus é mais íntimo a mim que eu mesmo. Por isso, desde a obscuridade da fé, nós sabemos que a Fonte não está fora, mas dentro de nós mesmos. E sabemos também que esta fonte maravilhosa que é Deus se desborda comunciando a sua vida às criaturas, pois tudo nasce da Fonte; é a Fonte que mantém toda a existência; ninguém se pode afastar da sua existência benevolente; ela é origem de toda a luz verdadeira, de tudo o que é bom, da formosura e da verdade; e por Ela e para Ela tudo vive! Na verdade, Deus não tem origem, não foi criado, não tem princípio, é eterno; e por isso é o único Criador de tudo o que existiu, existe e existirá. E nada poderá igualar a sua beleza; aliás, toda a beleza natural é mera participação da beleza eterna de Deus, que é a origem de tudo e manutenção de tudo. A Fonte não necessita de nada para existir, e ninguém pode passar-lhe por cima ou ignorá-la. Nada nem ninguém podem viver fora dela: nem os céus, nem a terra, nem o inferno. É um mistério, é certo, mas ninguém pode viver sem Deus porque o Deus Trindade sustém até mesmo aqueles que decidiram viver de costas para Ele. Aliás, Ele respeita a nossa liberdade e não nos destrói quando O recusamos. O Deus Trindade é Pai, é Filho, é Espírito Santo. O Pai é a fonte donde brota o Filho, e da comunhão entre o Pai e o Filho brota o Espírito Santo. Os três partilham a mesma vida, o mesmo ser, o mesmo amor e a mesma alegria. O Filho é corrente que brota da fonte do Pai, e tal como o Pai é poderoso e ilimitado e da sua mesma natureza — divino como Ele. O Espírito Santo é a corrente da vida que procede do Pai e do Filho. O Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem a mesma água, o mesmo ser, a mesma identidade; possuem-na e partilham-na porque desde toda a eternidade Deus é circulação e doação de amor. Deus que tudo criou mantém a existência de tudo dando-se à humanidade, por isso fez-se pequenino e se deixou ficar, discretamente, num pedaço de pão. Fê-lo para estar próximo da humanidade, para ser seu alimento e caminhar com ela. No pão vivo da Eucaristia está presente o Ressuscitado e nele a Santíssima Trindade, e é por isso que celebramos a Eucaristia: porque Deus nos quer dar a sua própria vida e comunicar-nos o seu amor: O Deus escondido e inabarcável é também o Deus próximo, pequeno, que voluntariamente se deixou ficar connosco, no meio de nós, como alimento. Aninhado em nosso coração todos trazemos o desejo de felicidade e de eternidade, por isso todos somos convidados a alimentar-nos deste Pão e desta Água que saciam a verdadeira fome e sede. Neste mundo não podemos ver Deus face a face, mas podemos entrar na sua intimidade e saboreá-lo por antecipação. Deus é um abismo de Amor, diz São João da Cruz. Só um abismo poderia ser resposta a outro abismo: o desejo humano de ser feliz! Esse desejo não pode saciar-se com nada deste mundo, apenas com o próprio Deus. Enfim, poderemos ignorar o nosso abismo e a Fonte que o sacia, mas não o poderemos calar de vez entretendo-nos a mordiscar migalhas. Não! O desejo humano só se sacia com a plenitude de sentido bebendo da Fonte que mana e corre. Santíssima Trindade. Por esta altura do ano de 1578 São João da Cruz estava preso, sem poder celebrar Missa ou comungar. No contexto duríssimo da prisão compôs algumas poesias, entre elas uma de sabor trinitário e eucarístico, onde afirma que na escuridão da fé conhece bem aonde se encontra a fonte da vida, o próprio Deus. Como uma fonte que brota sabemos que Deus sai dele mesmo para nos criar e nos saciar comunciando a sua vida. E enquanto caminhamos na terra caminhamos iluminados pela fé (sempre obscura!) e na certeza de que Deus caminha connosco, que para não nos deixar sós permanece escondido no pão da Eucaristia. Porque, então, tristemente, preferimos migalhas?