1. Projeto Geração de Renda para as Comunidades do Pantanal
Boletim Informativo |cptsocialms.blogspot.com.br |Dezembro de 2014 | nº 2, Ano 1 |
Etapa de muitas realizações
Objetivo Geral do Projeto:
Promover a geração de renda e melhorar as
condições de bem viver das 06 comunidades
tradicionais da região do Pantanal do
Paiaguás (Corixão, Cedro, Cedrinho,
Limãozinho, São Domingos e Bracinho) no
município de Corumbá, Estado de Mato
Grosso do Sul, Centro-Oeste brasileiro, por
meio do acompanhamento na produção,
transformação e comercialização dos
produtos nativos e cultivados localmente.
Na Comunidade Cedro, Beatriz e Vicente já têm água
Cultivando em parceria
com a natureza Página 2
Os núcleos e as carroças
Página 2
Oficinas de adubação,
defensivo natural e irrigação
Página 3
Com quantas telhas se faz
um telhado novo? Página 3
Parceria entre CPT e
Marinha realiza curso de
piloteiro Página 3
Prestação de contas: até onde
chegamos Página 4
Áreas Temáticas Trabalhadas
Habitação e água
Agricultura
Transporte
Geração de renda
Organização comunitária
Continuam as ações do Projeto
para facilitar o acesso das famílias
pantaneiras à água. Em um ano de
trabalho 63 poços manuais já foram
construídos, pouco mais de 40% da
meta, o que significa cerca de 300
pessoas beneficiadas com acesso à
água para consumo humano, uso
doméstico e irrigação de quintais
produtivos. Até setembro de 2015,
o Projeto deseja contemplar 156
famílias com poços de manilhas.
Apesar das dificuldades de
transporte das manilhas para
confecção dos poços, muitas
famílias fizeram o sacrifício e
conseguiram transportar em carro
de boi, barco de alumínio ou em
trator cedido por fazendas da
r e g i ã o. A Fa z e n d a N a z a r é
colaborou com o transporte para as
Comunidades Cedro e Limãozinho
e o proprietário da Fazenda Saipan
se sensibilizou com as condições da
Colônia São Domingos e de uma
família da Comunidade Bracinho.
O senhor Ivo Soares Castelo e
s u a e s p o s a , D o n a M a t i l d e,
moradores da Comunidade Cedro,
declararam o quanto suas vidas
mudaram com o poço de manilhas.
“Pegava água na baía para uso da
casa e animais no cavalo a 2 km de
distância. Água cheia de sapo.
Tomava banho à tarde, lavava
roupa uma vez na semana. Tinha de
levar na cabeça a pé, esperar a roupa
secar para voltar, ficava o dia todo
na baía. Com o poço mudou, agora
temos água na porta de casa
facilitou nossa vida, tenho até
horta”, comemora senhor Ivo.
Para acelerar o andamento do
projeto e a construção dos poços, a
Comissão Pastoral da Terra e as
c o mu n i d a d e s s o l i c i t a r a m à
Prefeitura de Corumbá (MS) a
abertura de estradas e o transporte
de manilhas do porto até os sítios,
mas não foram atendidas, o que os
obrigou a buscar seus direitos e
s o l i c i t a r a i n t e r v e n ç ã o d o
Ministério Público Federal - MPF.
O MPF convocou as duas partes
para dialogar, mas não houve
a c o r d o . N ã o h a v e n d o
entendimento entre as partes
envolvidas, o MPF propôs o Termo
de Ajustamento de Conduta
(TAC), por meio do qual, até 30 de
setembro de 2014, a Prefeitura
deveria melhorar as condições das
estradas das Comunidades Cedro,
Colônia São Domingos e Bracinho,
além de transportar 800 manilhas
do porto até os sítios, contudo, até
o momento, o TAC não foi
cumprido. Cabe agora ao MPF
e x e c u t a r o T e r m o e à s
Comunidades esperar que as
providências cabíveis sejam de fato
adotadas.
2. Página 2 Dezembro de 2014 nº 2, Ano 1
Cultivando em parceria com a natureza
Unidade agroflorestal na Comunidade Limãozinho
Cultivar em parceria com a natureza. Este é
o objetivo do trabalho desenvolvido com os
seis viveiros, já prontos, um em cada
comunidade, de onde saem mudas
selecionadas para serem cultivadas ou nos
quintais produtivos ou nas agroflorestas das
famílias atendidas pelo Projeto.
Este método foi adotado porque oferece
uma diversidade de vantagens, como
diminuição do custo de produção,
multiplicação de plantas, facilidade na
irrigação, controle de pragas e doenças,
além de possibilitar uma relação sustentável
entre meio ambiente e produção agrícola.
O cultivo de mudas de caju, café, laranja,
goiaba, mamão, graviola, coco em viveiros
possibilita uma seleção rigorosa das plantas
que serão levadas a campo, para as
Grupo de utilização das carroças - Colônia São domingos
‘‘O grande desafio
neste experimento
foi conciliar
espécies
companheiras
nativas, cultivadas e
frutíferas em uma
mesma área,
promovendo a
diversificação do
ambiente’’
a g r o fl o r e s t a s o u p a r a o s q u i n t a i s
produtivos.
Nesta etapa do Projeto são trabalhadas
alternativas de produção agrícola para cada
unidade agroflorestal com enfoque
dinâmico de convivência sustentável com o
Pantanal, melhorando a quantidade e a
qualidade dos alimentos.
O grande desafio neste experimento foi
conciliar espécies companheiras nativas,
cultivadas e frutíferas em uma mesma área,
promovendo assim a diversificação do
ambiente. Esta produção agroflorestal visa
uma agricultura baseada na construção e
compreensão de que os componentes do
sistema interagem de forma dinâmica e
sustentável.
Entrega de mudas produzidas no viveiro na Comunidade Limãozinho
Entrega de mudas produzidas no viveiro na Comunidade São Domingos
Os núcleos e as carroças
Na etapa de aquisição das carroças, as comunidades foram
organizadas em núcleos de 4 a 6 moradores, escolhidos por eles
próprios por critérios de afinidade, parentesco, ou vizinhança.
Em seguida, foram discutidos e elaborados os termos de
utilização das carroças e gerado um documento de compromisso
que foi assinado pelos membros das famílias contempladas em
cada grupo.
O objetivo deste benefício é facilitar o transporte das pessoas e da
produção no interior das comunidades até os portos. A carroça
servirá como meio de transporte da matéria-prima (mamão,
abóbora, coco, etc.) cultivada pela família até a unidade de
fabricação dos doces.
Foram disponibilizadas, até o momento, 20 carroças, distribuídas
nas seis Comunidades nas seguintes quantidades: 2 no Corixão, 2
no Cedrinho, 7 para São Domingos, 2 no Limãozinho, 4 para o
Cedro, 3 para a Comunidade do Bracinho. As carroças foram
levadas até os portos das Comunidades, por meio de lancha
fretada e de lá conduzidas pelas famílias até a casa da família
escolhida pelo grupo como responsável pela guarda da carroça.
Projeto Geração de Renda para as Comunidades do Pantanal
Equipe:
Amélia Zanella
Bruna Mabel
Linda Inês
Maria de Fátima
Maria de Lourdes
Thiago Castro
Vanderlei da Conceição
Pe. Pascoal Forin
As imagens são do Arquivo da Comissão Pastoral da Terra
Jornalista responsável: Ana Carolina Monteiro DRT/MS 031
A Comissão Pastoral da Terra da Diocese de
Corumbá foi criada em 1987, durante o
período de ditadura militar, para defender os
direitos dos trabalhadores rurais assentados
nas terras do município de Corumbá-MS.
Após anos de ocupação e luta, ampliou o seu
trabalho em resposta às demandas levantadas
pelos grupos de mulheres da periferia urbana
e pelas comunidades tradicionais do Pantanal
do Paiaguás, colocando-se ao lado desses
povos no processo de luta pela terra e pela
melhoria das condições de vida, por meio de
novos projetos de formação e geração de
renda. A CPT também tem desenvolvido
atividades evangelizadoras em todas as
comunidades.
EXPEDIENTE
Padre Pascoal Forin em missa nas Comunidades
‘‘O objetivo deste benefício é
facilitar o transporte das pessoas e
da produção no interior das
comunidades até os portos. A
carroça servirá como meio de
transporte da matéria-prima
(mamão, abóbora, coco, etc.)
cultivada pela família até a unidade
de fabricação dos doces’’
3. Dezembro de 2014 nº 2, Ano 1 Página 3
Com quantas telhas se faz um telhado novo?
A etapa da construção dos telhados
também já foi cumprida. Inicialmente, o
Projeto previa a contemplação de 100
telhados para as seis comunidades,
porém, com recursos de investimentos
foram beneficiadas 127 famílias das
comunidades Corixão, Cedrinho, Cedro,
Limãozinho, Colônia São Domingos e
Colônia Bracinho.
Em meios às visitas da Equipe do Projeto,
foi perguntado a alguns moradores se
houve alguma mudança positiva em suas
vidas com os telhados (que antes eram de
folhas de acuri e agora são de Eternit). A
resposta foi imediata e uma só: Sim!
“Agora, tá melhor. Não tem mais
morcego nem outros bicho que gosta de
fazer moradia nas palhas. E não molha
mais dentro de casa quando chove”,
declarou D. Jacinta, moradora da Colônia
são Domingos, uma das contempladas
com o telhado novo.
Moradia do senhor Antonio de Amorim e familia antes da chegada do Projeto
Moradia nova do senhor Antonio de Amorim e família com recursos do
Projeto na Colônia São Domingos
Oficinas de adubação, defensivo natural e irrigação
A equipe do Projeto foi às
comunidades Bracinho, São Domingos,
Limãozinho, Cedro, Cedrinho e
Corixão desenvolver oficinas com
diferentes temas, tais como: adubação
orgânica, defensivo natural para
controle de pragas e doenças e irrigação
com uso racionalizado de água.
A oficina de adubação tratou das
vantagens e desvantagens da atividade,
adubação alternativa e convencional, e
defensivo natural para controle de
pragas e doenças. Foi abordado o
aproveitamento de produtos de origem
animal e vegetal, com enfoque para o
aproveitamento de matéria orgânica
(palha, folha, estrume) que promove a
melhoria do solo. O objetivo maior é
motivar os agricultores, com técnicas
que não impactem o ambiente,
favoreçam a produção de alimentos sem
uso de produtos químicos, contribuam
para a diminuição do custo de produção,
além de facilitar a irrigação e o controle
de pragas e doenças.
A oficina de irrigação foi proposta
após a análise da deficiência hídrica das
comunidades. A ideia é promover o uso
racional de água com garrafa pet em
sistema de gotejamento. Essa prática
alternativa pode ser desenvolvida nas
c o mu n i d a d e s, p o i s p r o m ove a
sustentabilidade do local. Essa técnica é
muito indicada para plantas frutíferas,
pois apresenta baixo custo e baixo
consumo de água.
Como opção ao sal mineral comprado
na cidade, foi ensinada na Oficina de
defensivo natural a produção do
vermífugo e bernicida alternativo, para
dar condições mais acessíveis ao
homem pantaneiro de nutrir e manter
seu rebanho saudável.
Oficinas ministradas pela equipe da CPT
Parceria entre CPT e Marinha realiza curso de piloteiro
Fruto de uma iniciativa da
Comissão Pastoral da Terra em
parceria com a Capitania Fluvial do
Pantanal - Marinha do Brasil, o
curso de piloteiros no Porto
Sagrado, às margens do rio Taquari,
finalmente aconteceu, entre os dias
20 e 24 de outubro de 2014. O
c u r s o f o i m i n i s t r a d o p e l o
Suboficial Alexandre, Suboficial
Costa e Sargento Washington.
O objetivo do curso foi habilitar
pessoas das Comunidades da
região do Paiaguás na categoria
t r i p u l a n t e p a r a p e q u e n a s
embarcações propulsadas por
motores de combustão interna,
empregadas à navegação interior,
n o i n t u i t o d e a t e n d e r a s
necessidades das Comunidades,
uma vez que o transporte é feito por
meio dos rios Taquari, Negrinho,
Paraguai Mirim, e Paraguai.
Participaram do curso 15 pessoas,
dentre eles 01 morador da Fazenda São
S e b a s t i ã o e 1 4 m o r a d o r e s d a s
c o m u n i d a d e s , S ã o D o m i n g o s ,
Limãozinho, Cedro e Cedrinho, todos
cadastrados no Projeto Geração de
Renda para as Comunidades do Pantanal
do Paiaguás, patrocinado pela Petrobras.
Aula prática, curso de piloteiro - Rio Taquari
Participantes reunidos atentos às orientações
do Suboficial Alexandre
‘‘O objetivo maior é motivar
os agricultores a trabalhar
com técnicas que não
impactem o ambiente, e
favorecem a produção de
alimentos sem uso de
produtos químicos, além de
contribuir para a diminuição
do custo de produção, obter
facilidade na irrigação, e no
controle de pragas e
doenças’’
‘‘O objetivo do curso foi habilitar pessoas das Comunidades
da região do Paiaguás na categoria tripulante para pequenas
embarcações propulsadas por motores de combustão interna,
uma vez que o transporte é feito por meio dos rios Taquari,
Negrinho, Paraguai Mirim, e Paraguai’’
‘‘A etapa da construção dos
telhados também já foi
cumprida. Inicialmente, o
Projeto previa a
contemplação de 100 telhados
para as seis comunidades,
"porém, com recursos de
investimentos foram beneficiadas
127 famílias das comunidades
Corixão, Cedrinho, Cedro,
Limãozinho, Colônia São
Nós sabemos! Domingos e Colônia Bracinho’’
4. Boletim Informativo
Diocese de Corumbá
Comissão Pastoral da Terra
Rua Tiradentes, 478
Centro - 79302-052
Corumbá - MS
Tel: (67) 3231- 8537
E-mail: diocesecorumbacpt@gmail.com
Estamos na WEB!!
cptsocialms.webnode.com
www.cptsocialms.blogspot.com.br
PRESTAÇÃO DE CONTAS:
ATÉ ONDE JÁ CHEGAMOS
Benfeitorias
por
Comunidades
Poços
prontos
Telhados
entregues
Carroças
entregues
Rolos de
Arame para
Quintal
Produtivo
Corixão 03 15 2 20
Cedrinho 05 10 2 22
Cedro 13 22 4 41
Limãozinho 01 09 2 11
Colônia São
28 48 7 64
Domingos
Colônia
Bracinho
13 23 3 26
TOTAL 63 127 20 184
Contabilizamos ainda que foram compradas 1.218 manilhas e 1.777 telhas que se
transformaram nas benfeitorias acima.
REALIZAÇÃO APOIO PATROCÍNIO
COMUNITA . IMPEGNO . SERVIZIO . VOLONTARIATO
Thiago, Fátima, Vanderlei, Bruna, Ana Carolina, Amélia, P. Pascoal, Linda Inês, Lourdes.