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BIOGRAFIAS DE ARTISTAS ENTREVISTADOS E MENCIONADAS
NO ESCOPO DA PESQUISA
1. Abelardo Germano da Hora (São Lourenço da Mata 1924- 2014)
Escultor, desenhista, gravador, ceramista, professor. Estudou na Faculdade de Direto de Olinda,
posteriormente, frequentou o curso livre de escultura da Escola de Belas Artes de Recife, onde foi aluno de
Casimiro Correia. A partir da década de 40, realizou vários trabalhos em cerâmica para Ricardo Brennand,
com temas relacionados a frutas e motivos regionais. Em 47, participa da criação da SAMR, que dirige
durante dez anos e onde criou, em 1952, o Ateliê Coletivo. Obteve medalha de bronze em esculturano
SNBA de 1950 e o primeiro prêmio nessa especialidade no SPMEP de 1952 e 1956, sendo sua gravura
Enterro de Camponês premiada pelo Clube de Gravuras do Recife em 1953. Figurou ainda nos VI e XV
SNAM (1957 e 1966) e nas mostras Gravuras Brasileiras (organizada pelo Clube de Gravuras de Porto
Alegre e exibida em países da Europa e da Ásia em 1954), Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular
da Bahia, 1963) e Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo,
1967).
Participou diretamente das atividades do Movimento de Cultura Popular, do Recife, até quando elas foram
encerradas em 1964, teve um álbum de desenhos lançado em 1962, por essa entidade, com o título de
Meninos do Recife, Sua temática social é demarcada também nas esculturas.
A respeito do qual disse Mário Barata: “Sensível aos valores plásticos e visuais do modernismo, Abelardo
exerce sua emocionalidade no âmbito dos temas humanos da desgraça profunda de nossa gente. No
artista ele supera o cotidiano e eterniza-se no traço e no claro-escuro de um desenho novo, não retórico
na sua essencialidade figurativa”. Anteriormente a 1964, além de exercer o magistério (vários artistas
pernambucanos com ele se formaram).
É integrante também da fundação do Ateliê Coletivo, dirigindo-o entre 1952 e 1957. Será neste período
que Abelardo passará a produzir esculturas para praças do Recife, com representação de tipos populares
Durante a década de 60, exerce várias atividades, entre as quais: diretor da Divisão de Parques e jardins,
secretário de Educação e diretor da Divisão de Artes Plásticas e Artesanato em Recife. É integrante da
fundação do Movimento de Cultura Popular – MCP, movimento que abrange não só as artes plásticas, mas,
música, dança e teatro. Em 1986 é criado o Espaço de Esculturas Abelardo da Hora, gerido pela Prefeitura
do Recife.
2. Anchises Azevedo (Salvador BA 1933)
Pintor e gravador. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Raimundo Cela, entre 47 e
51. Em 55, já aqui em Recife, estuda com Giordano Severi e ingressa na SAMR e ganha o primeiro Salão de
Pintura do Museu do Estado em 1956. Em 60, cursa desenho no Liceu de Artes e Ofícios de Recife, em 75,
executa um mural em concreto no Edifício Saara em Boa Viagem.
3. Celso Marconi
Celso Marconi de Medeiro Lins (Recife, Pernambuco, 23 de agosto de 1930). Cineasta, jornalista, crítico de
cinema. Teve formação em Filosofia e Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Atuou como crítico de cinema em jornais como, Jornal do Commercio e Diário da Noite, Recife,
Pernambuco. Foi editor do Suplemento Cultural e do Caderno C do Jornal do Commercio.
FILMOGRAFIA (reunida no DVD O cinema de Celso Marconi):
Manguecidade
Terra Ying
Como nossos pais?
Achados e perdidos
Passeio em Itaparica
Recife 0km
Flagrantes
Corbiniano Lins: Sua arte
Ana das Carrancas
Bajado: Um artista de Olinda
Brigada Portinari
Sérgio Lemos: Sua arte
Maurício Silva: Uma exposição
“Seu” Amaro: Um artista de rua
Que viva Glauber
Quatro X Arte
40 mil anos de arte no Nordeste
Morro da Conceição: Dia 8, a festa
Dia de babá orixalá: Dona Betinha
Feira de Caruaru
Bacamarteiros de Caruaru
Cinema: 100 anos de discurso
Entrevista publicada no Jornal Folha de Pernambuco em 2011
Nelson Pereira dos Santos escreveu a respeito de Celso Marconi que ele “fazia cinema ao escrever”, na
apresentação do compêndio Cinema Brasileiro, que reúne críticas do pernambucano sobre filmes
nacionais. Assim, o cineasta de clássicos como Rio, 40 Graus, Vidas Secas e Como Era Gostoso o Meu
Francês resumiu o papel fundamental do trabalho de Marconi e sua dedicação ao cinema. Dos tempos das
resenhas na Folha da Manhã e no periódico comunista Folha do Povo, na década de 50, até os atuais posts
em blog e outros projetos culturais, são mais de 50 anos voltados a lançar um olhar questionador sobre a
sétima arte.
Formado em filosofia, começou a escrever sobre cinema como lazer. Sob o pseudônimo de João do Povo,
assinou críticas na Folha do Povo. Chegou a ser preso por três meses nos tempos da Ditadura Militar e
tornou-se persona non grata para o mercado. “Os jornais estavam proibidos de admitir ex-funcionários da
Folha do Povo, passei mais de um ano sem poder trabalhar”, só não teve mais problemas por nunca ter
abonado o posto de funcionário público no INSS.
Depois, tornou-se crítico do Jornal do Commercio na década de 60, e acompanhou de perto o desenvolver
do cinema brasileiro. Testemunhou com seus registros tanto o nascimento das vanguardas
cinematográfica, do Cinema Novo de Gláuber Rocha ao cinema marginal Boca do Lixo de Sganzerla e
Bressane, até a retomada na década de 90. É uma das vozes capazes de tecer não só sobre os filmes, mas
também retratar sobre uma época, sobre a dinâmica dos bastidores do cinema de lá para cá e o contexto
histórico atravessado pela cultura brasileira.
“A indústria cultural dominou tudo, mas o cinema independente sempre há de conseguir sobreviver, do
neorealismo italiano ou da nouvelle vague de Godard até o cinema novo ou a retomada pernambucana,
quem busca um cinema para transmitir uma idéia e para pensar o mundo dá um jeito de preservar sua
arte”, comenta Celso Marconi.
“A tecnologia abriu portas sem dúvidas, e mais gente teve chance de fazer parte. Vivemos isso com o super
oito e nomes como Kleber Mendonça Filho ou Camilo Cavalcanti despontam com obras belas graças à
revolução digital. E o melhor de tudo é a pirataria. A internet permitiu que a gente possa ver filmes que
antigamente seria de difícil ou impossível acesso. Se quero conhecer o trabalho de um cineasta, eu busco e
baixo seu filme. O cinéfilo não é mais refém dos interesses comerciais da programação das salas, espaço
que tem seus dias contados. Podemos constatar com o fim dos cinemas de bairro “, polemiza com sorrisos.
Fez parte de uma geração que falava o que pensava e tinha autoridade para o livre comentário, nos
tempos em que opinião estruturava-se como uma das bases da análise crítica cultural. Obviamente, pelo
caráter mais personalístico e menos consensual, não agradou a gregos e troianos. No começo da década de
1990, foi se despedindo da vitrine jornalística. Mas ela, tão somente, nunca resumiu seu entrelace com o
cinema.
E reza o jargão popular que quem não sabe fazer, escreve sobre. Mas a relação de Celso Marconi, 80 anos,
com o cinema ultrapassa a análise externa e distanciada e flerta com a mão na massa e a vontade de fazer
parte significante do trabalho de levar a público aquilo que “merece ser visto”, seja documentando em
super oito ou vídeo o que desperta interesse de seuespírito irrequieto, ou seja, trabalhando como
formador de platéia abraçando o papel de programador de sala.
Muito antes de existir o Cinema da Fundação, hoje o principal recanto de exibição de filmes de arte no
Recife, tertúlias de cinefilia eram possíveis graças a um grupo de apaixonados que encabeçou, na década
de 80, umas alternativas sessões de arte que ao longo dos anos passaram por salas como São Luiz, AIP
(Associação da Imprensa de Pernambuco), Trianon, Arte Palácio, Coliseu. A projeto era persistido ao lado
deFernando Spencer, Ivan Soares, José de Souza Alencar e do colunista Alex.
Daí surgiu a idéia de transformar o Teatro do Parque numa sala de cinema. Voltado para a formação de
platéia, o intuito era dispor bons filmes, com uma curadoria artística, a preços módicos. O Cinema do
Parque passou a figurar na década de 80 e continua até hoje com outras administrações municipais. Nos
anos 90,
Celso Marconi também esteve à frente, mediante o papel de diretor do Museu da Imagem e do Som de
Pernambuco (Misp), do cinema da programação de cinema do Ribeira, depois deslocada para o Arraial.
Numa tranqüila e ventilada casa em Olinda, reside na companhia de familiares e de seus “melhores
amigos”, cerca de seis mil livros, dos quais quase metade sobre cinema. No momento, debruça-se sobre a
leitura de uma biografia de Godard assinada por Antoine de Baecque.
Hoje, aos 80 anos, não pensa em parar. Desde 2008, com aprovação do projeto no Funcultura, luta para
lançar o duplo DVD que compila seus trabalhos como diretor. São 22 obras reunidas em mais de 6 horas de
exibição. O Cinema de Celso Marconi será lançado no dia 5 de maio.
Celso Marconi: oito décadas e muitos planos
Jornalista e cineasta, completa, 80 anos com planos de lançar DVD LUIZ JOAQUIMCINEASTA vai por, em
breve, seus 22 filmes à disposição para uma nova geração.
Hoje é dia de festa para o cinema e o jornalismo cultural pernambucano, uma vez que um de seus ícones
completa 80 anos. Ele é Celso Marconi, cujo trabalho como crítico de cinema pode ser revisto pelos seus
livros “Obra Jornalística de Celso Marconi” (2000) e “Super8 e Outros: Cinema Brasileiro” (2002). Como
cineasta, sua produção poderá ser revista - e descoberta por toda uma nova geração - quando o realizador
lançar em breve o DVD duplo “O Cinema de Celso Marconi”.
Nos dois discos, em seis horas e 40 minutos, divididas em 22 filmes - boa parte feito em Super-8 nos anos
1970, e alguns em vídeo -, Celso resgata aquele que é o seu principal discurso como cineasta. E é ele
próprio quem explica, num depoimento gravado no Morro da Conceição para o disco 1. Nele, Celso conta
que o seu cinema tem uma ligação direta com a realidade popular e como ele quer transformá-la para uma
realidade melhor.
“Não é um cinema pelo cinema, é um cinema que serve. Mesmo sem técnica aprimorada, ele quer
documentar. É como um antropólogo que chega numa aldeia e documenta o que se apresenta para seu
estudo, mas não com distanciamento, mas sim com participação”, reflete para a câmera enquanto
caminha pelas escadarias do Morro.
Ainda na apresentação do 1º DVD, seu amigo há mais de cinco décadas, o mestre alucinante alucinado
Jomard Muniz de Britto, conta da influência de Celso em sua vida, e dos caminhos profissionais do
jornalista desde a época em que escrevia para o jornal comunista “Folha da Manhã”, nos anos 1960,
quando assinava como João do Povo, até o período em que lecionou na Universidade Católica, nos anos
1990.
Um outro depoimento bastante lúcido nesta apresentação é o do jovem jornalista e produtor cultural
Sérgio Souza Dantas. Sérgio faz uma correta reflexão sobre três características que marcam a obra do
diretor: a naturalista, a antropológica e a experimental. Pelo aspecto naturalista, o produtor destaca a
forma como Celso posiciona a câmera e a movimenta semelhante ao olhar de uma pessoa curiosa diante
de seu objeto, pessoa ou tema.
Do ponto de vista antropológico, está bastante marcado o interesse do documentarista em tratar as
pessoas e eventos sociais que falam de aspectos e rituais religiosos, além dos artistas populares. Como
exemplo, Sérgio cita os filmes “Morro da Conceição”, “Dona Betinha” e “Ana das Carrancas”. Pelo
experimentalismo, o que sobressai são os textos poéticos e engajados politicamente, marcados por
performances com pessoas diante da câmera.
“O filme Terra Ying é um exemplo, quando ele usa a música de Caetano Veloso fazendo uma analogia entre
uma mulher grávida e a terra arada e tratada”, explica Sérgio, que também cita “Recife 0 Km”, sobre a
degradação dos prédios no bairro do Recife Antigo já no final dos anos 1970, tendo como performers
artistas do Movimento Super-8.
O projeto “O Cinema de Celso Marconi” foi aprovado pelo Sistema Municipal de Incentivo a Cultura da
Prefeitura do Recife em 2008 e está pronto. As cópias do disco foram feitas em Paris e aguarda apenas
apoio financeiro para o material chegar ao Recife e ser lançado. Esperamos que o aporte chegue logo,
assim como os DVDs cheguem ao Recife, para a cidade comemorar os 80 anos do cineasta assistindo sua
obra cinematográfica.
4. Corbianiano Lins (Olinda, 1924)
José Corbiniano Lins é um escultor pernambucano nascido em Olinda em 1924.
Corbiniano iniciou como pintor em 1949. Fez parte do movimento de Arte Moderna do Recife na década
de 1950 junto com nomes como Abelardo da Hora, Reynaldo Fonseca, Samico e Celina Lima Verde. Em
1952, ingressa no Atelier Coletivo de Olinda. Participou de diversas exposições coletivas e individuais em
galerias, museus, espaços culturais e Salões em Recife, Olinda, São Paulo, Rio de Janeiro, na Europa e na
América Latina. Trabalha ativamente em seu atelier onde recebe encomendas de esculturas.
Um artista múltiplo, que explorou suportes como desenhos, gravura, serigrafias, tapeçaria, entalhes,
pinturas e especialmente escultura. Em boa parte dos seus 90 anos de vida, completados no último dia 2
de março de 2014, Corbiniano Lins trouxe à sua arte os tipos populares e a admiração pela figura feminina.
A primeira experimentação de Corbiniano na arte foi com a pintura, ainda como aluno da antiga Escola de
Aprendizes Artífices de Pernambuco. A partir de 1949, o artista realizou suas primeiras pinturas. Foi
integrante do Ateliê Coletivo de Olinda, ao lado de nomes como Abelardo da Hora e Gilvan Samico. A partir
dos anos 50, passou a esculpir, tornando-se um dos artistas mais conhecidos nesse suporte em
Pernambuco.
5. Gilvan José Meira Lins Samico (Recife: 1928-2013)
Iniciou autodidaticamente como pintor. Gravador, pintor, desenhista, professor. Em 1952 funda
juntamente com outros artistas o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife- SAMR,
idealizado por Abelardo da Hora (1924).
Estuda xilogravura com Lívio Abramo (1903-1992), em 1957, na Escola de Artesanato do Museu de
Arte Moderna de São Paulo- MAM-SP. Em 1958 transfere-se para o Rio de Janeiro, onde cursará gravura
com Oswaldo Goeldi (1895-1961) na Escola Nacional de Belas Artes. Dedica-se à elaboração de texturas
elaboradas em seu trabalho. Em 1957, 1958 e 1960 obteve os primeiros prêmios no setor de gravura do
SPMEP. Fez parte ainda do VII ao XVII SNAM(de 1958 a 1968/ prêmio de aquisição em 1960, certificado de
isenção de júri em 1961 e prêmios de viagens ao país em 1962 e de viagem ao estrangeiro em 1968), V
Bienal de Tóquio (1959); Bienal de Arte Litúrgica (Trieste, 1959); I e II Bienais de Paris (1959 e 1961); I e II
Panorâmicas de Artes Plásticas de Pernambuco (Recife: 1959 e 1962); VI, VII e IX BSP(Binais de São Paulo,
entre 1961 e 1967), XXXI Bienal de Veneza (1962/ Prêmio de arte litúrgica) I Bienal Americana de Gravura
(Santiago do Chile, 1963) e II SAMDF(1965), participando também das mostras Civilização do Nordeste
(Museu de Arte Popular da Bahia,1963) e Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da
Universidade de São Paulo, 1967).
Realizou exposições individuais nas galerias Lemac (Recife, 1960) e do Teatro Popular do Nordeste
(Recife, 1966), Na Petite Galerie (1965) e na Universidade Federal da Paraíba.
Em 1965 passa a se fixar em Olinda e leciona xilogravura no setor de artes plásticas na Universidade
Federal da Paraíba.
Ao receber o prêmio do 17º Salão Nacional de Arte Moderna viaja ao exterior e permanece assim por dois
anos na Europa. Em 1971 é convidado por Ariano Suassuna a integrar o Movimento Armorial. Sua
produção é marcada pela recuperação do romanceiro popular nordestino, por meio da literatura de cordel
e pela utilização da xilogravura. Suas gravuras são povoadas por personagens bíblicos e outros
provenientes de lendas e narrativas locais, assim como animais fantásticos e míticos.
Comentário Crítico:
Gilvan Samico inicia-se em pintura como autodidata. Em 1948, integra a Sociedade de Arte Moderna do
Recife - SAMR, criada por Abelardo da Hora (1924), que tem importante papel na renovação da arte
pernambucana. O objetivo dessa associação é criar no Recife um amplo movimento cultural que envolvesse
áreas como artes plásticas, teatro e música, incentivando pesquisas sobre a cultura popular e suas
manifestações. Em 1952, Samico é um dos fundadores do Ateliê Coletivo da SAMR, centro de estudos de
desenho e gravura, voltado para uma arte de caráter social.
Vem para São Paulo em 1957, onde tem aulas com Lívio Abramo (1903 - 1992) na Escola de Artesanato do
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Da convivência com Abramo Samico guarda a preocupação
em explorar as possibilidades formais da madeira e o interesse pelas texturas muito elaboradas. O artista
passa a criar ritmos lineares, que se harmonizam perfeitamente na estrutura geral de suas obras.
Viaja no ano seguinte ao Rio de Janeiro, onde freqüenta o curso livre de gravura deOswaldo Goeldi (1895 -
1961), na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. O contato com o gravador é percebido no emprego de
atmosferas noturnas em seus trabalhos, utilizando número reduzido de traços, e no uso muito preciso da cor.
Sua obra é marcada definitivamente pela descoberta do romanceiro popular, através da literatura de cordel
e pela criativa utilização da xilogravura. O espaço de suas gravuras é então povoado por personagens
bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas populares, e também por muitos animais e seres
fantásticos: leões, serpentes, dragões.
Paralelamente à inovação temática, Samico passa a utilizar o branco com muita força expressiva. A
profundidade é pouco evocada em suas obras, que enfatizam a bidimensionalidade, sendo as figuras
representadas como signos, o que ocorre, por exemplo, em O Boi Feiticeiro e o Cavalo Misterioso, 1963. A
xilogravura Suzana no Banho, 1966 apresenta características formais que se tornam constantes na obra de
Samico: além das tramas gráficas diferenciadas, que conferem ritmo à composição, emprega a simetria e a
compartimentação geométrica do espaço.
Nas décadas de 1980 e 1990, Gilvan Samico dedica-se mais longamente à realização de cada gravura,
chegando a produzir uma matriz por ano. Exercita com a goiva toda uma variedade de cortes, até encontrar
a textura ideal para cada assunto tratado. Nos trabalhos recentes simplifica a estrutura e a própria trama
linear, acrescentando motivos originários da arquitetura: arcos, rosáceas e molduras. A obra A Espada e o
Dragão, 2000, por exemplo, apresenta uma técnica apurada e um uso muito criterioso da cor.
Ao se referir ao seu trabalho, disse Ferreira Gullar: “(...) acordam em nós uma emoção atual e arcaica.
Aflora, nelas e em nós, um significado antigo, que vem não apenas dos temas religiosos, como da matriz
popular em que bebe sua linguagem formal, sua iconografia”.
E Flávio de Aquino comentou: “As relações entre a arte de Samico e a realidade brasileira são fáceis de
perceber. É o Nordeste que o inspira, o Nordeste, visto através das gravuras que ilustram os cancioneiros
populares, acrescido de expressão erudita e do fantástico, de uma imaginação poderosa e mórbida que
mescla caboclos, santos, monstros, diabos e estranhas aves de rapina”.
José Roberto Teixeira Leite analisou sua obra em A Gravura Brasileira Contemporânea (1965). Foi também
incluído em um dos álbuns de gravadores brasileiros organizados por Orlando da Silva.
6. Hélio Feijó (Recife 1913- 1991)
Desenhista, Pintor, Arquiteto. Hélio Feijó nasceu em 26 de janeiro de 1913 na cidade de Recife,
Pernambuco. Hélio Feijó foi um dos mais completos e inovadores artistas na história da arte
pernambucana e brasileira. Discípulo de Cândido Portinari e Carlos Chamberland, durante sua trajetória
cultural produziu importante conjunto de obras em diversos campos das artes plásticas. Como pintor,
deixou grande legado em murais, pinturas, cenários, caricaturas, gravuras, desenhos e artes gráficas.
Inovou criando, em 1941, uma técnica de impressão onde se misturam fotografia e desenho.Como
arquiteto, teve atuação de destaque integrando a equipe precursora do movimento moderno da
arquitetura brasileira no Recife. Em 1949, recebeu o prêmio Le Corbusier, no VI Salão de Arte Moderna, em
São Paulo, com o projeto arquitetônico “Sistema de Autoventilação”.
Como poeta, publicou seus trabalhos em diversos jornais e revistas do nordeste. Exerceu grande influência
na disseminação do movimento modernista no nordeste, sendo o fundador do Grupo dos Independentes,
em 1933, e da Sociedade de Arte Moderna, em 1947. Sua última grande exposição foi na Galeria Nega Fulô
na década de 70. Passou seus últimos anos na ilha de Itamaracá, Pernambuco. Faleceu no dia 9 de
setembro de 1991 n acidade onde nasceu.
Participação de Eventos
1931 - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil - Salão Revolucionário (1931 : Rio de Janeiro, RJ) - Escola
Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro RJ)
1975 - Recife - Pernambuco - Brasil - Coletiva de Abertura (1975: Recife, PE) - Ranulpho Galeria de Arte
(Recife, PE)
1976 - São Paulo - São Paulo - Brasil - O Desenho em Pernambuco (1976: São Paulo, SP) - Galeria Nara
Roesler (São Paulo, SP)
1983 - Olinda - Pernambuco - Brasil - Hélio Feijó e Aprígio (1983: Olinda, PE) - sem local de realização
definido.
1984 - São Paulo - São Paulo - Brasil - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras (1984 : São
Paulo, SP) - Fundação Bienal (São Paulo, SP)
7. Ionaldo Andrade Cavalcanti (Recife 1933- São Paulo 2002)
Desenhista, artista gráfico. Em 1949, segundo a enciclopédia Itaú Cultural, ele inicia
autodidaticamente em pintura. Em 52 participa da fundação do Ateliê Coletivo. Entretanto em 59 passa a
fixar-se em São Paulo onde em 62 atua também como professor de desenho e pintura na Galeria Dearte.
Em 65 executa o álbum de desenhos PEGI, em 77 lança o livro O Mundo dos Quadrinhos, pela Editora
Símbolo e em 88 lança o livro Esses Incríveis Heróis do Papel, pela Editora Mater.
8. João Câmara Filho (João Pessoa PB 1944)
Pintor, gravador, desenhista, artista gráfico, professor e crítico. Estuda pintura no curso livre da Escola de
Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, entre 1960 e 1963. Nesse ano é eleito presidente da
Sociedade de Arte Moderna do Recife e cursa xilogravura, sob a orientação de Henrique Oswald (1918-
1965) e Emanuel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes de Salvador.
Conquistou os primeiros prêmios de pintura e gravura nos SPMEP de 1962 e 1964. Figurou ainda no XI
Festival Universitário de Arte (Belo Horizonte, 1962/ primeiro prêmio de pintura e segundo de desenho). I
BNAP (1966/ prêmio de aquisição em pintura, III Bienal Americana de Arte (Córdoba, Argentina, 1966/
prêmio de Bolsa de Comércio de Córdoba/ foi incluído também numa seleção de artistas dessa Bienal
exibida no Museu de Arte Moderna de Buenos Aires) e IV SAMDF ( 1967/ grande prêmio do salão), bem
como nas mostras Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia, 1963), inaugural da Galeria de
Arte da Ribeira (Olinda,1964), Seis Artistas de Pernambuco (Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1965) e
Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo,1967).
Muito Além de apresentar seus trabalhos, juntamente com Maria Carmem e Anchises de Azevedo, na
galeria Arte da Ribeira (1965), realizou exposições individuais nas galerias de Arte Contemporânea da
Universidade Federal da Paraíba (1963), Rosenblit (1964) e Ônix (1966), as duas últimas em Recife, Gastão
de Holanda referiu-se ao antilirismo e ao sentido de realismo crítico de sua arte, na qual se observam
acentos irônicos e dramáticos e a seu respeito comentou Walter Zanini, em 1967: “ suas imagens
encadeadas quase como um puzzle parecem amalgamar deuses astecas e ícones do baralho, assumindo ar
de aquilina terribilitá sombriamente derrisório”. Participando pela primeira vez do SNAM em 1969, com
três pinturas de grandes dimensões, nele recebeu o certificado de isenção de júri. Tem publicado,
regularmente, artigos sobre artes plásticas na imprensa pernambucana, inclusive no Diário de
Pernambuco.
Em 1964, funda, com Adão Pinheiro (1938), José Tavares e Guita Charifker (1936), o Ateliê Coletivo da
Ribeira e, em 1965, o Ateliê +Dez, ambos em Olinda. Entre 67 e 70, leciona pintura na Escola de Belas Artes
da Universidade Federal da Paraíba. Em 74, monta um ateliê de Litografia, transformando depois na
Oficina Guaianases de Gravura, que, a partir de 95, é incorporada ao Laboratório de Artes Visuais da UFPE.
A partir da década de 60, a produção de João Câmara caracteriza-se por apresentar, ao lado de figuras
humanas com seus corpos estruturados, representações de corpos fragmentados, o que confere um
caráter de estranheza aos trabalhos. Na década de 1970, inicia a realização das séries Cenas da Vida
Brasileira 1930/1954 (1974- 1976) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmera (1977-1983). Em 1986,
realiza a série O Olho de meu Pai sobre a Cidade, em que faz uma homenagem ao seu pai e à Recife. Em
2001, conclui a série Duas Cidades, que tem como cenário Olinda e Recife.
Quando Aracy Amaral em seu livro Arte para que? Faz uma abordagem sobre a ineficiência da arte ela cita
como exemplo uma série de quadros feitos por João Câmara como se houvesse por parte do artista o
desejo de manter a ambiguidade na postura em relação aos quadros, onde em sua série de pinturas sobre
a época de Getúlio Vargas, que mesmo que estivesse longe de se parecer uma pintura histórica, tem,
segundo Aracy, uma estrutura imagética intrincada, que se torna difícil desvincular a denúncia da
exaltação. E, no entanto, esta série foi alvo de aquisição pelo Estado, assim como o artista vendeu uma
série de cem litografias que acompanhava a série.
Comentário Crítico
Em 1959, João Câmara começa a pintar paisagens, sob a orientação do pintor José Tavares. Em 1960,
ingressa no curso científico do Colégio Nóbrega, no Recife, e no curso livre de pintura da Universidade
Federal de Pernambuco - UFPE, que freqüenta até 1963. Estuda com Mário Nunes (1889 - 1982) e Laerte
Baldini, entre outros, e, esporadicamente, com Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Interessa-se pelo
cubismo e pós-cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e pelo trabalho de Abelardo da Hora (1924), Francisco
Brennand (1927), Lula Cardoso Ayres (1910 - 1987), Reynaldo Fonseca (1925) e Wellington Virgolino (1929 -
1988). Já revela nesse período sua preferência por pintar grandes superfícies, que se desdobram em dípticos,
trípticos ou polípticos.
Na década de 1960, sua produção aproxima-se do expressionismo e do fauvismo. Em algumas obras enfoca
a violência, e o caráter trágico da composição acentua-se pelo uso de tons escuros que se contrapõem aos
vermelhos e azuis fortes, como pode ser observado em Vietonose Perfil III (1966) e Exposição e Motivos da
Violência (1967). Em Testemunhal, Reconstituição e Uma Confissão (todas de 1971), aborda a tortura e a
opressão humana. O artista, ao voltar-se para o corpo do homem, submete-o a torções e deformações, sem
prejuízo de certo erotismo.
Em 1963, faz curso de xilografia, orientado por Henrique Oswald (1918 - 1965) e Emanoel Araújo (1940), na
Escola de Belas Artes, em Salvador. No início dos anos 1970, começa a realizar litografias e, com Delano,
improvisa um ateliê dessa técnica no Recife, posteriormente transferido para o Mercado da Ribeira, em
Olinda. Trabalha a litografia com liberdade, e a utiliza ainda como uma espécie de ensaio para as grandes
pinturas. João Câmara realiza muitas séries de pinturas e gravuras, como Cenas da Vida Brasileira
1930/1954 (1974-1980) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1980), que inclui montagens e
objetos. Em Cenas da Vida Brasileira, não busca reproduzir a veracidade dos acontecimentos políticos do
período, mas vincula personagens históricos, como Getúlio Vargas (1882 - 1954), a objetos insólitos e
personagens fictícios, criando uma narrativa própria, um passado imaginário, ao qual se mesclam as suas
recordações da infância. Já em Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, a mulher surge como
personagem principal. Nessa série, o artista acrescenta diversos elementos à superfície da tela, como ilhoses,
parafusos, couro, tecido e chumbo.
Além dos temas políticos e dos retratos, a temática regionalista torna-se mais constante em sua produção a
partir da década de 1980. Na série O Olho de Meu Pai sobre a Cidade (1986), faz uma homenagem ao pai e à
cidade do Recife, e começa a realizar, nos anos 1990, a série Duas Cidades, com obras que têm como cenário
Recife e Olinda.
Para a estudiosa Almerinda da Silva Lopes, o projeto poético de João Câmara, desde o início de sua atuação
profissional, consiste em traduzir, plasticamente, uma visão crítica da sociedade. Sua obra dialoga com a
história política brasileira, com a arte e a mitologia. O artista cria dessa forma, em seus trabalhos, metáforas
com as quais ironiza o poder e as relações sociais.
9. José Cláudio (Ipojuca 1932)
Pintor, desenhista, crítico de arte e escritor. Em 52 faz parte da fundação do Ateliê Coletivo da SAMR.
Posteriormente, em Salvador, é orientado por Mario Cravo Júnior (1923), Carybé (1911-1997) e Jenner
Augusto (1924-2003),Viaja à São Paulo em 55 onde, inicialmente, trabalha com Di Cavalcanti (1924-
1976)estudando também gravura com Lívio Abramo na Escola de Artesanato do Museu de Arte de São
Paulo. Recebe bolsa de estudos da fundação Rotelini em 57, permanecendo por um ano em Romana
Academia de Belas Artes. De volta ao Brasil, passa a residir em Olinda e escreve artigos sobre artes
plásticas para o Diário da Noite, em Recife.
Suas pinturas são marcadas por um caráter figurativo que retratavam cenas regionais e paisagens do
Nordeste, evitando, porém, o caráter pitoresco. Escreve ao longo de sua carreira, vários textos de
apresentação para exposições de pintores nordestinos, como a mostra Oficina Pernambucana (1967).
Nascido em Ipojuca, na zona da Mata Sul de Pernambuco, em 27 de agosto de 1932, José Cláudio da Silva
foi o único filho homem do comerciante Amaro Silva e de Maria Ramos da Silva e, segundo conta em
entrevista, o primeiro de toda a família que teve o privilégio de pôr os pés num colégio. O próprio artista
descreve sua trajetória:
“Eu vim para o Recife, para um internato no Colégio Marista, para fazer ginásio, que em Ipojuca não tinha.
Fiz exame de admissão, depois fiz ginásio, colegial, passei para o Colégio Oswaldo Cruz, para fazer o
clássico, estudar Direito. Entrei para a Faculdade, e foi quando eu vi que não era a minha praia. E conheci
Abelardo da Hora e outros amigos; aliás, eu conheci primeiro um ex-aluno do Marista, Ivan Carneiro, que
perguntou se eu ainda gostava de desenho, e eu disse que sim. Então, ele disse “vamos abrir um ateliê”; aí,
eu fiz parte desse ateliê, e eu fui um dos fundadores, fui da primeira leva desse Ateliê Coletivo da
Sociedade de Arte Moderna do Recife, que, muitos anos depois, [Giuseppe] Baccaro quis reviver e fundou
outro ateliê coletivo, com alguns que eram do primeiro ateliê coletivo, esse de 1952, como [Givan] Samico
e Guita Charifker, que entrou um pouco depois. [...] Abelardo da Hora era como um “mister”, e ele pregava
uma arte para o povo, dirigida ao povo, em que o povo fosse protagonista. Daí, a gente pintava
trabalhador, visita às feiras, Xangô, e sonhava coisas populares, e as sonhava como aprendidas pela massa,
pela população. [...] Depois, eu fui para São Paulo, me desviando desse rumo. Depois de um tempo,
começou a prevalecer [a relação com a cultura popular], e hoje eu levei mais a serio, mas por outras
circunstâncias. Morei na Bahia. E trabalhava para Carybé, que tinha muitos murais e precisava de muita
gente para preparar a parede. [Eu] Era um trabalho braçal. Carybé sabia que meu interesse era pintura, e
trabalhamos com vários pintores, naquela época. Com Cravo, com Carybé, com Augusto e pintores que
não eram conhecidos e ajudavam os que eram conhecidos. Geraldo Trindade Leal, que nunca mais ouvi
falar dele, era do Rio Grande do Sul, Inis Covadine, que mora em Jundiaí até hoje, Rubem Valentim, que
estava começando, na época; eu era ajudante desses pintores. Bem, na casa de Carybé, eu conheci Arnaldo
Pedroso D’Orta, e ele disse que, quando eu quisesse, eu poderia ir a São Paulo; eu fui, e nos tornamos
muito amigos. Foi a época das grandes Bienais, a Bienal do IV Centenário. E foi aí que eu conheci a pintura
do mundo todo. Aqui [no Recife], a gente não tinha nem reprodução para ver, e lá eu vi os originais desse
pessoal todo; teve uma grande retrospectiva do Cubismo, e tudo que eu aprendi foi praticamente nessa
época. aí, eu ganhei uma bolsa, passei um ano na Itália [...]” (Silva, J., 2009).
José Cláudio voltou ao Recife em 1954, participou da I Exposição do Atelier Coletivo e obteve Menção
Honrosa no Salão do Museu do Estado de Pernambuco. No ano seguinte, retornou à Bahia, onde passou a
dedicar-se mais ao desenho e, posteriormente, viajou para São Paulo, onde trabalhou com artistas do
Modernismo brasileiro como Di Cavalcanti (1897-1976) e estudou gravura com Lívio Abramo (1903-1992),
na escola de artesanato do MAM. Nessa cidade realizou, em 1956, sua primeira exposição individual,
Desenhos, no Clube dos Artistas e Amigos da Arte. Obteve o segundo lugar para desenhos do Prêmio
Leirner de Arte Contemporânea, participou da IV Bienal de São Paulo (1957), onde lhe foi conferido o
prêmio de aquisição, e recebeu a bolsa de estudos da Fundação Rotelini, o que lhe possibilitou permanecer
um ano em Roma, na Academia de Belas Artes, estudando História da Arte e Modelo Vivo. De volta ao
Brasil em 1959, passou a residir em Olinda, no ateliê de Montez Magno, Adão Pinheiro e Anchises Azevedo,
e realizou sua segunda individual, agora no Recife. Na década de 1960, realizou muitas exposições
individuais, participou das Bienais de São Paulo em 1961 e 1963 e obteve do Prêmio Leirner de Arte
Contemporânea para desenho (1962). Escreveu artigos sobre artes plásticas e literatura para o Diário da
Noite (1961) e para o Jornal do Commercio (1965), lançou os livros Viagem de um jovem à Bahia (1965),
Ipojuca de Santo Cristo e Bem dentro (ambos em 1968), além dos álbuns Os bichos da roda (1966) e
Catende-xilos (1971).
Na década de 1970, fez 100 óleos documentando aspectos da Amazônia (1975), tema inspirado por sua
participação numa expedição à Amazônia – em que estiveram também cientistas e o zoólogo e compositor
músico Paulo Vanzolini, que costumava levar um artista nas excursões, como se fazia no século XIX.
Adquiridos pelo governo de São Paulo, os quadros estão hoje no Palácio dos Bandeirantes, e um dos
desenhos da série foi levado pelo zoólogo estadunidense Ronald Hayer para o Museum of Natural History,
da Smithsonian Institution, Washington.
Fortemente inspirada na cultura popular e no cotidiano de Olinda, Recife e outras cidades brasileiras, sua
obra já percorreu museus e galerias de todo o país e explora especialmente brincadeiras infantis, tipos
populares, festas do interior nordestino e mulheres sedutoras de todos os mundos. Hoje, José Cláudio vive
em Olinda, onde tem seu ateliê, pinta por encomenda e escreve periodicamente para a revista Continente,
dedicada à arte e à cultura.
Comentário Crítico
José Cláudio é um dos fundadores do Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, ao
lado de Abelardo da Hora (1924), Gilvan Samico (1928) e Wellington Virgolino (1929 - 1988), entre outros. O
Ateliê Coletivo é um centro de estudo de desenho e gravura voltado para uma arte de caráter social e
funciona no Recife entre 1952 e 1957. Posteriormente, em Salvador, José Cláudio é orientado por Mario
Cravo Júnior (1923),Carybé (1911 - 1997) e Jenner Augusto (1924 - 2003).
O artista viaja para São Paulo em 1955, onde estuda gravura com Lívio Abramo (1903 - 1992) na Escola de
Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Em 1957, recebe bolsa de estudo da
Fundação Rotelini e permanece por um ano em Roma, na Academia de Belas Artes. De volta ao Brasil, passa
a residir em Olinda e escreve artigos sobre artes plásticas para o Diário da Noite, do Recife.
José Cláudio realiza pinturas de caráter figurativo, retratando cenas regionais e paisagens do Nordeste,
evitando, porém, o caráter pitoresco, como em Pátio do Mercado (1972) ou Rua Leão Coroado (1973). Em
Casa Vermelha de Olinda (1973), destaca-se o diálogo com a abstração, a simplificação formal, o uso livre da
pincelada e o colorido intenso. Em suas obras podemos perceber a admiração por artistas da Escola de Paris
e também pelos expressionistas, como na série de nus femininos, do fim da década de 1970. O carnaval é o
tema dos quadros Homem da Meia Noite ou Cheguei Agora (ambos de 1974), com cores vivas e
contrastantes. Em 1975, o artista participa de expedição à Amazônia, promovida pelo Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo, registrando em vários desenhos a óleo diversos aspectos regionais.
Em 1980, José Cláudio cria uma série de telas nas quais reinterpreta o quadro O Repouso do Modelo, do
pintor ituano Almeida Júnior (1850 - 1899). Nessas obras revela a tendência a abolir a profundidade do plano
pictórico, simplificando os elementos formais, que tendem a uma geometrização. Em 1985, pinta paisagens
ao ar livre, como Ipojuca e Serrambi, empregando pinceladas largas e enérgicas.
O artista escreve, ao longo de sua carreira, vários textos de apresentação para exposições de pintores
nordestinos, como a mostra Oficina Pernambucana (1967). Publica, entre outros, o livro Memória do Ateliê
Coletivo (1978), no qual reúne depoimentos dos vários artistas que integram o grupo.
10. Ladjane Maria Ladjane Bandeira de Lira
Nasceu em Nazaré da Mata, interior de Pernambuco, em 5 de junho de 1927 e faleceu em Recife, no dia
24 de março de 1999. Em 1942 fez colaboração poética para a “Gazeta de Nazaré”, no ginasial. Dirigido
pelo Padre Daniel Lima, cujo jornal tinha uma grande circulação no meio intelectual de Recife. Aos 20 anos,
em 1947, mudou-se para o Recife e cursou Especialização Pedagógica (Pós-graduação). Em 1948 tornou-se
integrante fundadora da Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR), juntamente com os artistas
plásticos Abelardo da Hora e Hélio Feijó. Nesse mesmo ano realizou sua primeira individual de pintura e
desenho no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife, com trabalhos figurativos. Esta exposição
suscitou comentários, reportagens, entrevistas e críticas nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do
Commércio, Folha da Manhã, Jornal Pequeno, assinados por alguns intelectuais, por exemplo, Waldimir
Maia Leite, Guerra de Holanda, Aderbal Jurema, Mário Melo e Luís Teixeira. Em 1949 iniciou suas primeiras
colaborações literárias e artísticas para o Suplemento Literário do Jornal do Commércio (PE), Diário de
Pernambuco (PE), Correio da Manhã (RJ) e Revista Branca (RJ). Ilustrou neste ano, o livro “FÁBULA
SERENA” de Darcy Damasceno (Editora Orfeu, RJ) e fez ilustrações para Revista NORDESTE de Esmaragdo
Marroquim e Aderbal Jurema.
Nos anos 1950 publicou história em quadrinhos no Diário da Noite (Recife/PE), ilustrando a vida do
sociólogo-antropólogo Gilberto Freyre por ocasião das comemorações do cinquentenário de seu
nascimento. Realizou individual no Gabinete Português de Leitura do Recife, tendo fundado, dirigido e
colaborado com a página individual do Gabinete. Em 1952 fundou e dirigiu até 1962 a página ARTE do
Diário da Noite, em Recife. Em 1955, aos 28 anos, conquistou o PRÊMIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, em Pintura, realizado anualmente no Museu do Estado. Realizou individual no Gabinete
Português de Leitura (1956), participou do V SALÃO DE ARTE MODERNA do Rio de Janeiro em 1957 e neste
mesmo ano iniciou curso de Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de
Pernambuco. Proferiu diversas palestras sobre “Arte” patrocinadas pela Sociedade de Arte Moderna do
Recife (SAMR). Um marco importante em 1958, aos 31 anos, foi a execução de um painel concretista, em
grandes dimensões, para a Escola Politécnica do Recife, abstração geométrica em vidrotil, e a realização da
exposição individual “Dez anos de Pintura e Desenho” inaugurando a Galeria Lemac de Arte no Recife.
Participou da I Feira de Arte do Recife, criação do Nordeste e Artístico, patrocinada pela Sociedade de Arte
Moderna do Recife (SAMR) e da I Panorâmica de Artes Plásticas do Recife. Neste ano assumiu a direção
artística da Revista Nordeste e da Editora do Nordeste.
A artista e crítica, ao longo de sua trajetória, realizou inúmeras conferências sobre História da Arte,
variadas exposições, pertenceu a Associação Internacional de Artistas Plásticos, Sociedade de Arte
Moderna do Recife, Associação de Artistas Plásticos Profissionais de Pernambuco, Associação Brasileira de
Críticos de Arte, Associação Internacional de Arte, Academia de Ciências de Pernambuco, Academia de
Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, Gabinete Português de Leitura, Fundação Joaquim Nabuco, Pen Club
do Brasil. Fez belas ilustrações e recebeu diversas medalhas, homenagens e prêmios em reconhecimento a
suas produções artísticas e literárias. Em 1981 foi eleita com “Medalha de Ouro” para a Academia Itália de
Artes e Ofícios, em Parma na Itália. Foi homenageada com uma Sala Especial no XXXIV Salão de Artes
Plásticas de Pernambuco. Para a sua série A Biopaisagem foi organizada uma exposição em sala especial no
Museu do Estado de PE. Gravou para o Museu da Imagem e do Som. Foi membro da União Brasileira de
Escritores, seção Pernambuco, tem dois livros publicados e dezenas de outros inéditos. Essa breve
trajetória da artista aponta para sua inserção no campo da cultura e das artes plásticas em Pernambuco e
no Brasil, o que permite apostar na importância dessa pesquisa para o Estado de Pernambuco, para a
ampliação das versões sobre a história das artes no Brasil, inserindo Pernambuco como um dos centros de
produção não apenas das artes visuais, mas sobremaneira, na produção da critica de arte e seus impactos
no meio artístico. (1960) ocorre exposição coletiva de inauguração da Galeria de Arte do Recife, promovida
pelo Movimento de Cultura Popular, ao lado de artistas mais jovens, como Anchises Azevedo, Gilvan
Sâmico, Montez Magno, José Cláudio. Foi incluído (Vicente do Rego) também, por Ariano Suassuna, na
exposição Pintores Pernambucanos Contemporâneos que integrou o Congresso Brasileiro de Crítica e
História Literária na então Universidade do Recife em 1960.
No livreto que traz a lista de obras, Suassuna explica os critérios de seleção dos artistas e de organização
da exposição. Vicente foi incluído na geração “modernistas, com sua variante regionalista” (ao lado de
Cícero Dias e Lula Cardoso Ayres), que era precedida pelos pintores “chamados acadêmicos ou
conservadores” (Murillo La Greca, Fédora do Rego Monteiro Fernandes, Baltazar da Câmara, Mário Nunes),
e que abriria caminho para a “geração que sucede”, composta por Francisco Brennand, Reynaldo Fonseca,
Aloísio Magalhães. Duas exceções: Joaquim do Rego Monteiro e Adão Pinheiro. O primeiro, por ser um
pintor vanguardista que morrera muito novo, o segundo, por ser, nas palavras de Suassuna, uma
“homenagem da Universidade aos mais novos, dos quais ele é realmente um dos melhores”. Nessa
geração dos mais novos, ou dos que mereceriam figurar na exposição, Suassuna menciona Ladjane
Bandeira, Elezier Xavier, Montez Magno e Wellington Virgolino (SUASSUNA, 1960). Exibindo telas datadas
dos anos 1920, essa exposição organizada por Ariano Suassuna talvez seja, uma das primeiras nas quais
Vicente figura não como um artista atuante, mas como um artista incorporado ao patrimônio de um
modernismo pernambucano já consolidado.
Comentário Crítico
Abelardo da Hora, desde a década de 1940, realiza gravuras com temática social, em que é visível a
influência da obra de Candido Portinari (1903 - 1962). Na xilogravuraMeninos do Recife denuncia a miséria
por meio da representação de crianças esquálidas, apresentando afinidade com o realismo e o
expressionismo. A mesma temática social é revelada em suas esculturas, realizadas em bronze, mármore e
principalmente em cimento, material escolhido por seu caráter duro e áspero, que acrescenta um grau de
sofrimento às figuras. A partir da década de 1950, o artista produz várias esculturas para praças do Recife,
nas quais revela o interesse pelos tipos populares, inspirados na cerâmica artesanal, de formas
arredondadas, reiterando a admiração pela obra de Portinari. A temática social permanece em trabalhos
bem posteriores, como emDesamparados e Água para o Morro (ambos de 1974).
Abelardo da Hora possui importante papel na renovação do panorama artístico pernambucano, integrando,
em 1946, a Sociedade de Arte Moderna de Recife - SAMR, com o propósito de criar um amplo movimento
cultural, abrangendo as áreas de educação, artes plásticas, teatro e música. A partir dessa associação, é
criado em 1952 oAteliê Coletivo, uma oficina que ministra cursos de desenho, da qual participam nomes
representativos em Pernambuco, como Gilvan Samico (1928), José Cláudio (1932) e Aloísio Magalhães (1927
- 1982), entre outros.
11. Montez Magno de Oliveira (Timbaúba-PE 1934)
Pintor, escultor, artista intermídia, escritor e ilustrador. Estuda desenho e pintura entre 1953 e 1966.
Conquistou o prêmio de Pintura no XVIII SPMEP (1958); participou ainda dos VIII, IX, XIV, XVI, XVII e XVIII
SNAM (entre 1959 e 1969/ certificado de isenção de júri em 1967); V, VIII e IX Bienais de São Paulo (entre
1959 e 1967/ prêmio de aquisição em 1967); IX SPAM (1962/medalha de bronze); I EJDN (1963); I e II SEAJ
(1965 E 1968); I Salão de Abril (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1966); I BNAP (1966); IV SAMDF
(1967) e da mostra do Concurso de Caixas (PetiteGalerie, GB,1967).
Realizou exposições individuais nas galerias do Instituto dos Arquitetos do Brasil (seção do Recife,1957),
Lemac (Recife, 1958); Seta (São Paulo, 1963); Goeld (GB,1965), Atrium (São Paulo,1965); Ônix (Recife,1966)
e Cantu (GB, 1967).
A partir de 1960 publica artigos e pesquisas sobre arte em jornais brasileiros. Torna-se bolsista do Instituto
de Cultura Hispânica entre 63 e 64, possibilitando assim viajar por vários países da Europa. Vindo do
Abstracionismo para a Figuração, foi dito a respeito de seus desenhos no catálogo da exposição na Galeria
Ônix (1966): “Pertencem ao mundo complexo e intimista das sondagens efetuadas por Francisco Goya,
James Ensor, Edward Munch e Emil Nolde no mais recôndito da alma humana. Apensar deste confronto, é
nos trabalhos de Alenchinsky, Pignon e KarelAppel que vamos encontrar maior identificação e paralelismo
com os desenhos de Montez Magno”. Em entrevista concedida a Frederico Morais (Diário de Notícias, 9 de
maio de 1968) disse o próprio artista: Particularmente me situo entre os que se propõem a renovar
constantemente no setor da pintura e da escultura (ou do objeto). Para mim estas duas manifestações
artísticas se fundem numa só, pois meus trabalhos mais recentes são estruturas tridimensionais, ligadas,
portanto à escultura, complementadas por elementos de cor, sendo também pintura”. Nos seus trabalhos
retoma o abstracionismo de definição geométrica. Publicou o texto “O material na obra de Arte: Mito e
Preconceitos” (Jornal do Brasil, GB, 5 de Julho de 1969). Com o prêmio recebido no I Salão Global do
Nordeste, viaja para Europa e Argélia a estudos em 75. De volta ao Brasil, leciona escultura na
Universidade Federal da Paraíba. Ilustra o livro O diabo na Noite de Natal, de Osman Lins, e vários livros de
sua própria autoria.
12. Raul Córdula Filho (Campina Grande PB 1943)
Raul Córdula é artista plástico, curador e crítico de arte. Com mais de 50 anos de arte, seu repertório e
poética é atravessado pela arte primitiva, o concretismo, neoconcretismo, arte experimental, arte
engajada, arte postal e pop arte.
Conhecido principalmente pela sua pintura geométrica, o artista nasceu em Campina Grande, Paraíba, em
17 de abril de 1943. Filho do professor Raul Córdula,mudou-se com a família para o Rio de Janeiro -RJ em
1946. Ao regressar a Paraíba, primeiramente em Campina Grande em 1957, começa a pintar acompanhado
de um grupo de adolescentes do qual participaram Flávio Bezerra de Carvalho, artista que morreu ainda
criança, e Ney Suassuna.
Um ano depois, a família fixa residência em João Pessoa-PB. Nesta época estudava desenho na Escola de
Arte de Campina Grande com o professor Miranda e a professora Lourdes Almeida, em 1958. O ano de
1959 foi marcante para o jovem que deseja ser artista. Conhece os grupos de poetas e intelectuais
proximos à vertente artística concretistae construtivista, conhece Jomard Muniz de Brito, tem contato com
o texto emblemático publicado no Rio de Janeiro de Ferreira Gular, Teoria do Não Objeto, imediatamente
ao seu lançamento.
No Rio de Janeiro, estudou técnica de pintura com o professor Domenico Lazzarini no Museu de Arte
Moderna e história da arte com professor Carlos Cavalcanti no Instituto de Belas Artes (atualmente Escola
de Artes Visuais do Parque Lage), entre os anos de 1962 e 63. Assim como, teve orientações técnicas e
teóricas nos ateliers de Adão Pinheiro (Olinda), Márcio Mattar (Rio de Janeiro), Iberê Camargo, Lygia Clarck
e Hélio Oiticica (Rio de Janeiro).
Anos 1960
A dinâmica das artes plásticas no eixo Rio-São Paulo se caracteriza pela consolidação de museus de arte e
pelas polêmicas trazidase discursos narrativos trazidos pela Bienal de São Paulo. Uma ampliação do
conceito de arte brasileira para arte internacional brasileira parece se esboçar com as defesas e recuos em
relação a arte abstrata e o figurativismo, anos depois essas polêmicas serão sistemátizadas e teorizado por
críticos e historiadores de arte. O Museu de Arte Moderna (MAM-RJ) se revelou como um espaço
importante às manifestações de vanguarda, realizando mostras comoExposição Opinião 65, Exposição
Nova Objetividade Brasileira, em 1967, Salão da Bússola em 1969 e Domingos de Criação em 1971.
No Nordeste, surgem movimentos como o Movimento da Cultura Popular em Recife-PE, o Teatro Popular
do Nordeste de Hermilio Borba Filho e Ariano Suassuna em João Pessoa-PB. Ainda na Paraíba, o Clube do
Silêncio, a Geração 59 e o Grupo Snhauá foram movimentos responsáveis pelas mobilizações de vanguarda
na época no meio cultural no início da décade de 60. Inicialmente formada por poetas, no decorrer de suas
atividades outras categorias artísticas foram acrescidas, como: teatro, música, artes visuais e ciência.
Raul Córdula, seu pai, diretor da Divisão de Documentação e Cultura (DDC), realizou uma série de eventos
culturais viabilizando a atuação de artistas de várias linguagens. Raul Córdula Filho teve seu contato com o
movimento por meio do Salão de Poesia, organizado pela DDC, em que ilustrava os poemas juntamente
com Walmick Brito. Assim, foi na Geração 59 que o artista ressalta que “adquiriu a sua poética”.
Marcado por esse panorama de efervescência cultural, Raul Córdula integrou o grupo que criou a Escola de
Artes Plásticas Tomaz Santa Rosa, no Theatro Santa Roza, que posteriormente em 1963 foi absorvida pela
Universidade Federal da Paraíba para formar o Serviço de Artes Plásticas do Departamento Cultural da
Universidade Federal da Paraíba, núcleo da atual Pró Reitoria de Extensão Cultural. Como fruto das
experiências no ateliê desta universidade, em 1960 acontece a primeira exposição individual do artista na
Biblioteca Pública da Paraíba, João Pessoa-PB, apresentando 22 trabalhos. A partir desta data, logo
participou dos seus primeiros salões de arte ainda na Paraíba.
Posteriormente, o artista passa a morar no Rio de Janeiro, foi cenógrafo da TV Tupi (canal 6), realizou
exposições em importantes galerias do sudeste brasileiro e recebeu premiações nos principais salões de
arte do país na época, como o Salão Mineiro. Córdula volta a Paraíba com o principal intuito de criar o
Museu de Arte Assis Chateaubriand, em Campina Grande, e formar o acervo da instituição por meio de
campanhas com grandes empresários. Nesse retorno, inserindo este museu no circuito nacional de artes
visuais, por meio de uma coleção de arte contemporânea de vanguarda, retoma a movimentação da
produção artística local e funda a Associação Paraibana de Artistas Plásticos – APAP.
Também no mesmo ano, a Reitoria da UFPB programou para sua galeria de arte, instalada no hall, uma
série de exposições de artistas plásticos ligados ao seu Departamento Cultural. Nesta época, uma série de
decretos foram emitidos no regime militar brasileiro nos anos posteriores ao Golpe Militar de 1964, havia
um clima de tensão envolvido por censuras e repressões militares, e nesse contexto a exposição de Raul foi
censurada por ordem do Conselho Universitário no dia seguinte à abertura.
Depois da censura oficial, o governador da Paraíba, publicou nota no Jornal O Norte repudiando tal ato e
oferece ao jovem qualquer dos espaços culturais da cidade que estavam sob tutala do estado. A mostra foi
exposta no Theatro Santa Roza (João Pessoa). A convite de JOmard Muniz de Brito a exposição seguiu para
a Oficina 154 (Olinda), e no Clube Carnavalesco Os Amantes das Flores (Recife). No vernissage da exposição
da Oficina 154, o artista assina o II Manifesto Tropicalista – Inventário do Feudalismo Cultural Nordestino
escrito por Jomard Muniz de Brito e lido por Gilberto Gil e Caetano Veloso, e assinado pelos artistas
presente no Lançamento do livro de poesias de Marcos Vinicius de Andrade, Idolatina.
Devido a censura o artista foi demitido da UFPB e transferiu-se para São Paulo, que trabalha como
cenógrafo na TV Bandeirante (canal 13), e depois para o Rio de Janeiro.
Anos 1970
Em tempos de exílio do nordeste Raul Córdula trabalha comocenógrafo da TV Globo (canal 4) até 1972,
assim como, fez programação visual para várias empresas no Rio de Janeiro, entre elas a Rádio Ministério
da Educação e Cultura.
Em 1972, ao voltar para Paraíba, abre um Bar com um grupo de amigos, Asa Branca, ambientado por
artistas. O Asa Branca se torna um espaço de exibição de produções culturais e artísticas, sendo marcante
os espetáculos musicais independentes de Zé Ramalho, Vital Farias, Marconi Notaro e Carlos Aranha.
Manteve um escritório de Programação Visual em João Pessoa, até 1975.
Com a exposição censurada, o medo e a decepção encontrada na censura levou ao artista trilhar uma nova
fase, fase que mais o consagrou. A pintura abstrata, a geometria dos triângulos, círculos, retângulos, bem
como os rabiscos infantis, passam a potencializar aparatos simbólicos com os mais diversos significados.
Nos anos 1970, ganha prêmios no 1º e 2º Salão de Arte Global de Pernambuco, realizado pela Rede Globo
de Televisão. No ano seguinte, participa como curador, realizando o 3º Salão – O Artesanto e o Homem.
Ainda em 1973, é inaugurado o novo edifício da Assembleia Legislativa em João Pessoa, o artista participa
e integra o albúm da exposição em homenagem a inauguração, além de conceber um mural frontispício do
edifício, construído em aço inox sobre mármore trave tino.
Ao acompanhar seus passos é possívelentender a mudança entre a fase da pintura figurativa à produção
do abstracionismo informal, depois a um abstracionismo geométrico, integrando-se a uma vertente
polêmica da arte brasileira.
Há uma ênface nesse período à pesquisa com a arte popular, destaca-se a viagem ao México para o 9º
Conferência Mundial de Artesanato, como observador da Rede Globo de Televisão, World CraftCouncil
(Conselho Mundial de Artesanato), ONG filiada a UNESCO na categoria A. Nessa viagem visita o ex-lider das
Ligas Camposesas de Pernambuco, Francisco Julião que estava no exílio em Cuernavaca, México.
Esta década também fica em evidência sua produção como agente cultural entre os estados de
Pernambuco e Paraíba, onde montou em 1977 o Núcleo de Arte Popular e Artesanato (NAP) da Casa de
Cultura de Pernambuco da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), cujo
acervo é um dos núcleos do Museu do Barro, em Caruaru-PE. No ano seguinte, em 1978, integra o grupo
de artistas que funda e coordena o Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) da Universidade Federal da
Paraíba, retomando a esta universidade como professor das disciplinas História da Arte e Fundamentos da
Linguagem Visual II nos cursos de Educação Artística e Arquitetura e Urbanismo do Departamento de Artes
do CCHLA da UFPB.
Anos 1980
Entre a década de 1970 e 1980 a trajetória de Raul Córdula apresenta um intenso fluxo de exposições em
instituições culturais, bienais e festivais de arte. Sobretudo, vale salientar suas exposições em diversas
galerias de arte - um circuito característico da geração dos anos 1980, o circuito do mercado de arte. Nesta
década, o artista encontra-se em uma maturidade plástica, sendo considerado um dos mais importantes
representantes do abstracionismo geométrico brasileiro, que sob o rótulo criado pela crítica de geometria
tropical distanciando-se (argumento crítico) dos artistas construtivos-geométricos europeus.
Nos anos 1980 uma nova configuração do mundo das artes começa a ser desenhada. Assim, neste novo
desenho do circuito artístico, há a figura do curador um novo protagonista responsável por projetar ideias
e construir discursos a partir da realidade da obra. Raul Córdula, que já tinha um trabalho na escrita crítica
em artes visuais na imprensa paraibana e em diversas exposições, também participa como impulsionador
do desenvolvimento da arte emergente por meio da curadoria. Pode-se destacar a sua entrada na
Associação Brasileira de Críticos da Arte – ABCA e Associação Internacional de Críticos de Arte – AICA, e
como diretor artístico e diretor técnico da Oficina Guaianases de Gravura, em Olinda, estas últimas funções
assumidas até 1984.
Não é apenas com o trabalho de crítica, pesquisa e gestão que sua atuação se torna mais abrangente, em
1982 produz uma série bem importante no seu percurso artístico, intitulada País da Saudade. Evidenciando
mais uma vez sua linha política e experimental. A série País da Saudade de arte postal, convida o público a
fazer leituras sobre o contexto sociopolítico da época. O artista enviava a amigos e artistas um papel em
branco com um pedido carimbado “por favor, interfira e me devolva”.
Nos anos 1980, o artista filia-se ao Partido dos Trabalhadores (filiado até hoje), e participa de uma
exposição e leilão de suas obras com o intuito de contribuir com a campanha do então candidato a
presidência Lula. A exposição e o leilão “Lula lá” teve apoio de diversos artistas do estado de Pernambuco.
Anos 1990
Com uma exposição comemorativa de 30 anos de atividades artísticas na Fundação Joaquim Nabuco
(FUNDAJ), o artista inicia esta década dos anos 90 marcada por um fluxo de exposições nacionais e
internacionais.
Sobre estes deslocamentos, o artista conta sobre a véspera de sua viagem para sua exposição no Espaço
Cultural da Embaixada do Brasil em Paris, em que viajaria com sua esposa ( a artista plástica Amélia Couto)
e ainda não tinham conseguido dinheiro algum. Antes de sua ida, realiza anteriormente uma exposição
comercial no Espaço Cultural Pallon (depois chamada de Galeria Pallon). Poderia ter sido apenas mais uma
exposição comercial, mas o governador de Cabo Verde em visita ao Recife passou pela Galeria que tinha
quadros na sua vitrine da Conselheiro Aguiar, e se encantou com um de seus quadros. O motorista
estacionou e ele entrou na Galeria e comprou o quadro se desculpando porque só tinha dólar (U$ 2.000
cash). Tal acontecimento financiou parte da viagem a Paris. Situações como esta tão singular pode dizer
pouco para um debate sobre sua inserção no mercado e valor de um obra de arte, mas evidencia uma
imprevisibilidade da produção independente em artes visuais.
Em 1992 foi responsável pela implantação, no Brasil, da Associação Cultural de Le HorsLá, de origem
Marserlhesa, nas cidades de Recife, João Pessoa, Salvador e Curitiba. Esta associação já foi responsável por
intercâmbios entre artistas brasileiros e franceses entre os anos de 1991 a 1997, promovendo mais de 30
eventos como exposições, instalações, trabalhos artísticos coletivos e debates sobre a mestiçagem comum
às nossas cultura.
Raul passa a ser referência não apenas pela sua produção artística, mas também por meio da sua produção
de conhecimento em artes visuais. Há uma participação evidente na rede simbólica da produção
contemporânea por meio de festivais, exposições e bienais, tais como: a comissão de Seleção e premiação
da5ª Bienal Internacional de Esculturas delChaco na Argentina, membro da comissão de Seleção e
Premiação do 4º Salão MAM Bahia de Artes Plásticas. Além de assumir a diretor de Desenvolvimento
Artístico e Cultural da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC).
Lança seu primeiro livro “Fragmentos: comentário sobre artes plásticas”, uma seleção de textos escritos
pelo artista desde os anos 60 sobre a produção de diversos artistas, sobretudo na região do Nordeste.
Publicação importante sobre as memórias e a história das artes visuais por meio de um registro singular
das exposições: os textos.
Sua obra pictórica passa a ser objeto de Tese (na época utilizava tal nomeclatura para o trabalho final do
mestrado) de Mestrado na Escola de Belas Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro pela arquiteta
e mestre em artes plásticas Eleine Bourdette, intitulado “Raul Córdula: 30 anos de pintura – de olho no
mundo à sublime reconstrução do olhar”.
Anos 2000 e atualidade
A curadoria ganha um participação expressiva na produção desta década, potencializando assim discussões
contemporâneas, demonstrando uma vontade de experimento e posicionamento crítico por meio deste
“espaço de negociação”.
Em 2000 é curador geral do 44º Salão Pernambucano de Artes Plásticas em Recife. Após dez anos de hiato
sem ocorrencia do SPAP/PE, fundado em 1942, Raul Córdula propoe um Salão voltado para o público e não
para o artista. Destaca-se uma atenção maior às práticas educativas do evento, preocupações estas
sempre recorrentes nas atividades desenvolvidas pelo artista .
Foi curador adjunto da exposição “Museu de Arte Assis Chateubriand – MAAC. Coleções do Brasil”. Em
Brasília no Centro Cultural Banco do Brasil. Curador da exposição“A Pintta de Paisagem em Pernambuco”,
no Centro de Convenções de Pernambuco, realizado pelas Tintas Iquine, em Recife. Curadoria na exposição
“Arte&Linguagem: 40 anos de Arte Visual, no Museu do Estado de Pernambuco, também na cidade do
Recife.
Pela Galeria Arte Plural, participou como curador na exposição “A reinvenção de Samico”, na exposição
“Derlon Almeida e Galo de Souza”, (com curadoria adjunta de Bárbara Collier), na exposição “Geometrias,
gestos e grafias”, na exposição “A persistência da Paisagem Antônio Mendes”, na exposição “Maurício
Arraes”, na exposição “Cabeça-retrato – Manuel Dantas Suassuna”, na exposição “Paraísos José Barbosa”,
e na exposição “Florença/ Recife: pintura pura”.
Curador na exposição “LE HORS-LÀ = 20 ANOS DE INTERCÂMBIO Brasil-França” junto com Dyógenes
Chaves, na Usiina Cultural Energisa, no qual também organizou uma publicação sobre a Associação Le
Hors-Lá.
Nos últimos anos, o artista continua produzindo como artista plástico, curador e crítico de arte. O trabalho
artístico recente foi exposto na galeria Janete Costa em 2012 em comemoração do seus 50 anos de
produção na mostra “50 anos de arte: uma antologia”, que teve a curadoria em parceria com a jornalista
Olívia Mindelo. A antologia propõe uma seleção de fases da obra do artista, apresentando um percurso
visual em 9 séries e expos também seu livro de artista, nunca apresentado ao público anteriormente.
Como crítico e escritor, em 2013 lança o livro “Utopia do Olhar” em Olinda e devido a esta publicação
ganha o Prêmio Sergio Milliet, pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, em São Paulo.
Sua obra pictória é objeto de estudo no Mestrado de Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba
pelo pesquisador Sidney Leonardo Albuquerque de Azevedo, intitulado “A imagem da palavra na obra de
Raul Córdula”. Como também, sua obra é objeto de pesquisa em andamento para a tese de doutorado da
pesquisadora e escrita Jussara Salazar por meio do Programa de Pós-graduação em Comunicação e
Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Comentário Crítico
No início da carreira, Raul Córdula realiza obras figurativas, e mantém diálogo com a arte pop e a nova
figuração. O artista parte de desenhos infantis e sinais do meio urbano, como os de trânsito. Seu trabalho
apresenta concisão de formas e cores, utilizando cada vez mais os signos e símbolos na construção de
obras ligadas ao abstracionismo geométrico. A partir da década de 1980, explora as tensões e distensões
da superfície articulada em planos triangulares, fase denominada pela crítica como “nova geometria”.
Como nota o crítico Paulo Sérgio Duarte, em suas telas Córdula revela também uma ligação com a
paisagem nordestina, que transparece no uso da paleta de tons luminosos que distingue sua produção.
13. Reynaldo de Aquino Fonseca (Recife 1925)
Pintor, muralista, desenhista, gravador, ilustrador e professor. Frequentava como ouvinte a Escola de Belas
Artes de Pernambuco em 1936, onde se torna aluno de Lula Cardoso Ayres (1910-1987), e fez curso de
magistério em desenho. Em 1944 passa a residir no Rio de Janeiro e estuda com Candido Portinari por seis
meses.Entre 1948 e 1949 esteve na Europa. É também um dos fundadores da SAMR, realiza viagem de
estudos à Europa, em 48.Estuda gravura em metal com Henrique Oswald (1918-65) no Liceu de Artes e
Ofícios do Rio de Janeiro, entre 49 e 51.
Em 1966: O mundo de Reinaldo Fonseca é fechado, mas por isso mesmo, povoado de sonhos e de mitos
(...) é um mundo oblíquo e dissimulado o desse pintor, que é bastante sábio e refinado para esmaltar sua
cor em transparências que parece ter herdado dos nomes mais ilustres da tradição renascentista ou pré-
renascentista e, ao mesmo tempo, bastante primitivo para se deslumbrar com isso, como qualquer homem
do povo que se extasia com o “bem pintado”. E Valmir Ayala acrescentaria, no catálogo de sua mais
recente exposição individual na galeria Bonino (GB, 1969): “Personagens, perspectivas, objetos, gestos, se
sucedem para criar uma nítida visão do mundo – que se aliena da circunstância, na medida em que
compreende a grandeza da fuga maior: a do milagre, da levitação, da faina familiar, do supra real, o
descanso dos gatos, uma dança maliciosa de demonologia enraiada nas coisas que passam e se
transformam”.
Além da gravura, utiliza a aquarela e, predominantemente, a técnica de óleo sobre tela, apresentando
produções figurativas. Em meados de 52, torna-se professor catedrático de desenho artístico na Escola de
Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Frequenta o ateliê Coletivo e realiza cursos de
desenho. Em Recife, realiza mural para o Banco do Brasil, em 64. Volta a morar no Rio de Janeiro em 69, e
retorna ao Recife na década de 1980. Ilustra, entre outros, o livro Pintura e Poesia Brasileiras, com poemas
de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1980. Entre 1993 e 94 hove no Centro Cultural do Banco do
Brasil (CCBB)uma mostra retrospectiva de sua produção no Rio de Janeiro e em São Paulo
Comentário crítico:
Reynaldo Fonseca é um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, associação que
propõe a ruptura com o sistema acadêmico de ensino e a criação de um amplo movimento cultural,
abrangendo as áreas de educação, cultura, artes plásticas, teatro e música. Participa ainda do Ateliê
Coletivo, em Recife, realizando cursos de desenho. Posteriormente afasta-se da “escola pernambucana de
pintura” e da temática regional.
O pintor mantém-se deliberadamente à margem das correntes artísticas que buscam renovar a arte no país.
Com uma produção figurativa, realiza trabalhos em aquarela, gravura e principalmente em óleo sobre tela
ou duratex. Revela grande domínio do desenho e o uso cuidadoso da gama cromática. Utiliza
freqüentemente recortes de fotografias impressas em jornais e revistas, como inspiração para seus quadros.
Mantém ao longo de sua carreira temas recorrentes, como as cenas familiares com crianças e animais, nas
quais predomina um clima de sonho, inquietação e estranheza, que evoca o surrealismo e a pintura
metafísica. O artista inspira-se em pinturas do primeiro Renascimento italiano e flamengo, também nos
pintores primitivos norte-americanos dos séculos XVIII e XIX e nos surrealistas em geral. Como aponta
Roberto Pontual, Reynaldo Fonseca concentra-se na armação de enigmas, a meio caminho entre o
metafísico e o fantástico. A retomada da história da arte é realizada de forma paciente, e por vezes com
uma parcela de ironia.
14. Wellington Virgolino (Recife 1929-1988)
Pintor, gravador e escultor. Em 1950 passa a integrar a Sociedade de Arte Moderna do Recife e já no ano
seguinte começou a participar do SPMEP, no qual recebeu menção honrosa em escultura (1955) e o
primeiro e segundo prêmios de pintura (1960 e 1961). Em 1952 participa da fundação do Ateliê Coletivo.
Expôs nas mostras Gravuras Brasileiras (organizada pelo Clube de Gravuras de Porto Alegre, em 1954);
Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia,1963); Artistas do Recife (Ateliê de Arte Sacra da
Igreja do Rosário, 1965); Seis Artistas de Pernambuco (Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1965) e Oficina
Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, em 1967). Tomou parte
ainda nas VI e VII Bienais de São Paulo (1961 e 1963), I BNAP (1966) e IV SAMDF (1967).
Individualmente expôs nas galerias Astréia (São Paulo,1964), Rosenblit (1964) e Ônix (1965), as duas
últimas no Recife. A seu respeito disse Walter Zanini, em 1967: “A raiz popularesca (...) amolda-se
perfeitamente ao caráter simbólico e arcaizante de suas representações dominadas por um certo tema
exposto com clareza e concisão, não obstante a avassalante presença dos motivos de preenchimento que
movimentam e enriquecem todos os aspectos da composição. Na cor densa e ‘úmida’ transparece ainda a
sensibilidade equatorial deste pintor que soube definir uma própria e instintiva fantasia poética”.
15. Wilton de Andrade Souza (Recife: 1933)
Pintor, desenhista, gravador, escultor, tapeceiro, cenógrafo e cronista de arte. Autodidata. Além de ser
premiado várias vezes SPMEP; Nos anos 50 estuda desenho e pintura com Reynaldo Fonseca (1925) e
Abelardo da Hora. Faz parte da fundação do Ateliê Coletivo com Abelardo, Samico, Ionaldo, Ivan Carneiro,
José Claudio, MariusLauritzen Bern, Wellington Virgolino e o Clube de Gravura do Recife 1952. Atua como
presidente da Sociedade de Arte Moderna em 1964. Figurou nas mostras Gravuras Brasileiras (organizada
pelo Clube de Gravuras de Porto Alegre e apresentada em países da Europa e da Ásia durante o ano de
1954); Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia, 1963) e Artistas do Recife (Ateliê de Arte
Sacra da Igreja do Rosário, Recife,1965), be, como na I BNAP (1966).
Realizou exposições individuais na Galeria de Arte do Recife (1963) e no Museu de Arte Moderna da Bahia
(1964). Apresentando, em 1965, na Galeria Bela Aurora do Recife, quinze monotipias, figurando telhados
da capital pernambucana. Foi premiado como melhor cenógrafo de Pernambuco em 1963, pelos cenários
criados para o espetáculo Da Lapinha ao Pastoril, Além dessas atividades lança álbuns de desenhos sobre
frevo e Maracatu e cria a Galeria Itinerário em 1979. Dirige a Galeria Metropolitana de Arte Aloísio
Magalhães de 1981 a 1987 e atua como diretor do Museu Murilo Lagreca e vice-presidente da Escolinha de
Arte do Recife em 1987. É membro da Academia de Artes e Letras no Recife e da Academia de Letras e
Artes do Nordeste Brasileiro.
16. Ypiranga Filho
Ypiranga de Souza Dantas Filho
Com formação em escultura na Escola de Belas Artes da Universidade o Recife (atual UFPE). Atuou ao
mesmo tempo no Movimento de Artes das Ribeira em Olinda- PE.
Parte de sua formação se deu em Brasília, Berlim, Paris o que possibilitou uma maior ampliação e atuação
coletiva junto com os movimentos de grupos de arte dos quais fez parte.
Formação
Graduação:
Curso Superior de Escultura1964 - 1969
Escola de Belas Artes. Universidade do Recife, atual UFPE.
Outros Cursos e Estágios
Estágio com Vicente do Rego Monteiro, Gráfica Piloto UnB, 1966
Artes Gráficas (Gastão de Holanda) UFPE, 1969
Fotografia em Publicidade. Sindicato dos Artistas, Berlim 1974
Técnicas avançadas de imagem. Univ. Livre de Berlim. 1973-1974
História da Gravura – Ecoledu Louvre, Paris, 1975
Desenho Artesanal. OEA, Brasília, 1987.
Grupos, Movimentos
Movimento da Ribeira. Olinda, 1964-1965
Oficina 154. Olnda, 1966-1968
Atelier Garage, Escola de Artes, UFPE, 1968-1969
Arte Correio. 1975 -1977
Nedi – Núcleo Experimental de Desenho Industrial, DEC/UFPE, 1981
GAM-Grupo Aloísio Magalhães de Artes e Oficios. 1982-1998
Brigada Portinari. Recife, Caruaru, Catende-PE. 1986
EGO – Espaço da Gravura em Olinda. 2005-2007
Olinda Arte em Toda Parte. 2001 a 2007 e 2010
Ribeira, Arte e Ofícios. 2005-2008
Atuação Docente
Curso Produção de papel artesanal e Técnicas de linoleogravura. Recife e Abreu e Lima/PE 1996-1997
Cursos e participação na fundação da Escola de Arte MurilloLa Greca, 1989-1990
Cursos Itinerantes: Gravura, Trabalhos em Metal, Objetos em Couro, Desenho Artesanal, Estamparia
Artesanal e Serigrafia, em 13 cidades do Agreste e Sertão de Pernambuco, com a sua Oficina Móvel de
Artes e Ofícios1986-1987
Cursos: Estamparia Artesanal em Tecido, Desenho, Técnicas de Pintura, Conservação e Restauração de
Pintura: Re-entelamento. UFPE/DEC 1981-1983
Cursos: Arte Contemporânea, Escultura, Expressão Visual e Oficina de Artes Plásticas - Festival de Inverno
UNICAP, 1978 a 1982.
Educação Artística e Práticas Industriais - Rede pública estadual de Ensino, 1977-1979
Exposições individuais/semi-individuais
1969 Gravuras Oficina 154 Olinda
1969 Esculturas Galeria Ferro Velho Recife
1973 Kakfianas Gravuras Livraria Universitária UFPE Recife
1975Paulo Bruscky e Ypiranga - Exposição Hospitalar HAM Recife
1986 Instalação Arte em Transito Gal. Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães Recife
1987 Microsistemas Biológicos Copacabana Palace Rio de Janeiro
1995 Objetos Abjetos Jardins do DEC - Jardins da FACEPE
1996 EsculturasPatio de esculturas do Teatro do Parque Recife
1999 Ypiranga Gravuras Galeria Pequeno Formato DEC/UFPE Recife
2000 Orixás em FerroInstituto Histórico de Olinda
2001 Múltiplos Traços e Espaços MAC-PEOlinda
2002 OrixásMuseu da Abolição Recife
2003 José Barbosa e Ypiranga Filho, Galeria da Ribeira, Olinda
2014Impressões Paulo Dias-Suzana Azevedo-Ypiranga Filho. MEPE Recife
Exposições Coletivas
1963I Coletiva de Artes Plásticas da Varanda Galeria Varanda Olinda
1964Primeira Exposição do Atelier da Ribeira Olinda
1964 a 196823o-27o Salões de Pintura/Seção Escultura Museu do Estado PE
1965I Salão Esso de Artistas Jovens Rio de Janeiro
1965I Semana de Arte da Cidade do Recife
1965 Arte Educacional Coop. Artes e Ofícios da RibeiraGaleria Ponte d´Uchoa Recife
1965 Coletiva de Inauguração Cooperativa de Artes e Ofícios da Ribeira Olinda
1965 Arte Popular do Rio Grande do Norte/Pintores do Nordeste Natal RN
1966 II Exposição de Arte Diretório Acadêmico de Veterinária UFRPE Recife
1967 Panorama da Arte Pernambucana I Jornada Odontológica da FOP Recife
1967 Exposição de Artes Galeria Sobrado 7 Olinda
1967 Feira de Arte da ACF Seminário de Olinda
1967 Arte Pernambucana UNICAP Recife
1967 Oito Artistas Pernambucanos Galeria da EMPETUR Recife
1967 Artistas do Recife Atelier de Arte Sacra Recife
1968 I Salão Nacional de Arte Universitária Belo Horizonte MG
1969 Concluintes da Escola de Artes da UFPE Teatro do Parque Recife
1970 Coletiva de Artes Instituto Yazigi Recife
1973 Gravuras. Galeria de Arte da EMPETURRecife
1969 II Bienal Nacional de Artes Plásticas Salvador BA
1973 I Exposição d´Arte no Chanteclair Recife
1973 Movimento de Arte e Pesquisa do MAP Museu do Estado PE Recife
1975 Coletiva de Abertura Livraria Síntese Recife
1975 Exposição Internacional de Arte Postal Org.: Paulo Bruscky e Ypiranga Filho
1975 29o Salão de ArteMuseu do Estado PE – Escultura Recife
1978 I Exposição Internacional de Sonhos. I Festival de Inverno da UNICAPRecife
1978 I Mostra da MinigaleriaL´Oeuvre Recife
1979 Coletiva II Festival de Inverno da UNICAP Recife
1979 I Sessão de Pintura Falada do Recife Depósito Varejão Recife
1979 I Exposição Internacional de Arte Correio. II Festival de Inverno UNICAP Recife
1980 Mostra de Esculturas MAC PE Olinda
1981 Coletiva de Maio Galeria de Arte Vila Rica Recife
1981 Coletiva no Gláuco- Uma Exposição sem Regime Recife
1981 I Salão Aberto de Artes Plásticas AAPP Recife
1981 Grande Leilão 81 Galeria 3 Galeras Olinda
1981 34o Salão de Artes Plásticas de PE Museu do Estado Recife
1981 Mostra de Arte - Greve Docentes UFPE Livro7 Recife
1981 I Exposição Internacional de Art-Door Ruas do Recife PE
1982 Panorama de Arte Atual em Pernambuco Prefeitura da Cidade do Recife
1983 Escultores Pernambucanos MAC / PE Olinda
1983 I Exposição de Arte Belém do São Francisco Oasis Club de Belém PE
1983 Exposição de Livros de Artistas Brasileiros Biblioteca Central UFPE Recife
1984 Arte Xerox Brasil Pinacoteca do Estado de São Paulo SP
1984 Exposição de Artes e Ofícios, Grupo Aloísio Magalhães DAC/UFPE Recife
1984 I Leilão de Artes Plásticas da CAS Palácio do Campo das Princesas Recife
1984 Exposição Coletiva de Artistas da Iputinga Recife
1984 VI Mostra de Gravura Panamericana Curitiba Paraná
1985 Objeto de Interferência 1 MAC-Pernambuco Olinda
1985 Objeto de Interferência 2 Grande Galeria do Palácio das Artes Belo Horizonte
1985 I Mostra de Arte Abstrata DAC/UFPE Galeria MurilloLa Greca Recife
1985 Arte Correio/Encontro com a Arte e a Cultura Pernambucana. Mainz Alemanha
1985 Arte em Tapume Mural Itau AAPP e Banco Itau Recife
1985 Escultura, Mostra de Arte do Recife Teatro Sta Izabel Recife
1985 Baldini, 21 Anos de Universidade DAC/UFPE Recife
1986 Capas Pernambucanas. Galeria Lula Cardoso AyresRecife
1986 Arte em Faixa: Homenagem da AAPP - 449 anos do Recife Centro Histórico do Recife
1986 I Panorâmica Pernambucana de Esculturas e do Objeto Galeria Lula Cardoso Ayres Recife
1986 Mostra Internacional de Arte Correio/Arte e Cia. FCCR-AAPP Gravatá PE
1986 Escultura na PraçaPraça de Casa Forte Fundação de Cultura da Cidade do Recife
1986 Escultura na PraçaPraça do Derby. Fundação de Cultura da Cidade do Recife.
1986 Escultura na PraçaPraça da República. Fundação de Cultura da Cidade do Recife
1986 Papel Brasil Oficina Guaianases de Gravura Olinda
1987 Coleção de Miniquadros de Elias Dimenstein Galeria Officina Recife
1987 Desenho. 3a Mostra de Artes Plásticas sobre o Imaginário. Gal.MassanganaRecife
1987 Exposição de Arte Popular, Cartões UNICEF. Palácio do Campo das PrincesasRecife
19873 Mostra de Artes Plásticas sobre o Imaginário. Galeria Massangana, FundajRecife
1988 Esculturas de Carnaval Espaço de Esculturas Abelardo da Hora Recife
1989 Ultima Exposição de Bichos Empalhados Alpha Colégio Recife
19892 Mostra de Arte Abstrata / Pintura. Galeria MurilloLaGreca / DEC / UFPE Recife
1989 Leilão de Arte “Lula lá” Grande Hotel Recife
1990 III Mostra de Arte Abstrata. DEC/UFPE Gal. Metropolitana Aloísio Magalhães Recife
1990 I Exposição Nacional de Dinheiro do Artista. Espaço Passárgada Recife
1990 Coletiva do 1o Festival de Inverno de Garanhuns, PE
1995 Quarta Arte no Metrô Estações de Metrô Recife
1995 Exposição Coletiva ARIA - Espaço de Dança e Arte Jaboatão dos Guararapes
1996 Escultura. Inauguração do Parque das Esculturas Teatro do Parque Recife
1997 Esculturas. Parque de Esculturas do Shopping Center Recife
1997 Exposição Fundadores da Ribeira. Reabertura da Galeria de Arte Ribeira Olinda
1997 Cerâmica Negra. Ypiranga Filho e Alunas Sala Baltazar da Câmara DEC- UFPE Recife
2000 Situações Arte Brasileira Anos 70 Itaú Cultural Casa França-Brasil Rio de Janeiro
2000 Os Multimeios: do Futurismo à Contemporaneidade ABA ArtGalery Recife
2001 Arte em Toda Parte Espaço Eufrásio Barbosa Olinda
2001 Meio Século de História. Instituto Histórico de Olinda
2001 Arte em Toda Parte Pátio Externo do MAC Olinda
2001 Marginália 70. O Experimentalismo no Super-8 Brasileiro. Itaú Cultural Mostra Itinerante
2001 Evoé 2002 Homenagem a Nelson Ferreira Espaço Cultural Apolo Recife
2002 A Torre do Tempo /Atelier Ribeira 45o Salão Pernambucano de Artes Plásticas
2002 Coletiva de Varão Atelier Coletivo Olinda
2002 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda
2002 Coletivo Oficina Móvel Olinda
2003 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda
2004 Gravuras. Coletiva de Inauguração da Galeria Ribeira Arte e OfícioOlinda
2004 Movimento da Ribeira 40 Anos. Galeria da Ribeira Olinda
2004 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda
2005 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda
2005 Coletiva Consulte – Galeria Mali Villas-Boas - São Paulo/SP
2006 Visões de Olinda Consulado do Uruguai Olinda
2006 Volumes e Relevos Galeria Ribeira Arte e Ofício Olinda
2007 Ariano Suassuna e seus Personagens Museu do Homem do Nordeste Recife
2007 Anos 70 Arte como Questão Instituo Tomie Othake São Paulo
2010 Os Fundadores e Seus Herdeiros. Galeria Prefeitura Municipal de Olinda
2011 Pernambuco em Miniquadros. Centro Cultural Correios, Recife-PE
2011 8ª BIENNALE Internazionale D’Arte Contemporanea. Firenze, Itália.
2012 Mapas de Influências. Oficina Cultural Oswald de Andrade – São Paulo/SP
2012 Mapas de Influencia. Museu do Estado, Recife-PE
2013 Leilão de Artes Braz Marinho. MAMAM, Recife
2014 Pernambuco Experimental, MAR-Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro
Sobre o Artista
Vídeos
Objeto Abjeto (Marco Hanois 2004, 12 min.) Prêmios: 45º Salão de Artes de Pernambuco, 2003 (Roteiro);
VI Festival de Vídeo de Pernambuco, 2004 (1º premio); II Panorama Recife/ Documentário, 2005.
Ribeira das Artes (Mariana Lira, Milena Evangelista e Sildelane Marques, 2005, 10 min.) UNICAP. Recife,
2005
Textos
José Cláudio. Gravadores e Papeleiros. Revista Continente. No. 161. Maio 2014. Matéria Corrida pp 86-87
Raul Córdula. Traduzindo Ypiranga (Movimento da Ribeira. Adão Pinheiro, Ypiranga, José Barbosa) . In:
Utopia do Olhar 2013 pp 43-55
Juliana Barreto. De Montmartre nordestina a mercado persa de luxo: o Sitio Histórico de Olinda e a
participação dos moradores na salvaguarda do patrimônio cultural. Dissertação, Programa de Pós-
Graduação em Desenvolvimento Urbano, UFPE, Recife 2008. 212 pp.
Ana Lúcia de França S. Reis &Rosilda Silva Ferreira. A Religião na Arte de Ypiranga Filho. Monografia,
Universidade Federal Rural de Pernambuco Recife 200458pp
Joaquim Falcão. A Comunidade como Patrimônio. Catálogo, Olinda Arte em Toda Parte, 2ª Edição
Olinda/PE 2002.
Virgínia Collier Mendonça. Bate papo com o artista. / Múltiplos Traços e Espaços. MAC Olinda. 5 de
setembro de 2001.
Raquel Rangel Bastos. O Mercado da Ribeira. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Universidade
Federal de Pernambuco. Recife 1992.
Adão Pinheiro, Às Margens Plácidas. 1987
Jaci Bezerra, coordenador. Álbum do Recife. Prefeitura da Cidade do Recife 1987 (Reprodução de gravura
e CV resumido).
Rocha Pita, Danielle Perin. Arte e Simbolismo em Pernambuco. Fundação Joaquim Nabuco. Centro de
Pesquisas sobre o Imaginário. Recife 1987.
José Cláudio da Silva. Tratos da Arte de Pernambuco. Recife, Governo do Estado. 1984. 64 p.
Olimpio Bonald Neto. Cultura, Turismo e Tempo. Fruição do intangível. Recife 1983
Imprensa Escrita
Bruna Cabral. Um trio gravado no MEPE. Caderno C Jornal do Commercio, 15.05.2014
Renato Contente. A arte da Reutilização em mostra coletiva. Folha de Pernambuco 14.05.2014
Luiza Maia. Orixás a caminho de Florença. Diário de Pernambuco, 27.11.2011
Bruna Cabral. O Artista do dedo verde. Persona/Ypiranga Filho. Caderno Arrecifes. Jornal do Commercio.
08.01.2012.
Revista Armazém15. Pernambucano Ypiranga Filho expõe na VIII Bienal de Arte Contemporânea de
Florença. Revista Armazém15. 03.12.2011
Eduardo Amorim. Do lixo ao luxo de Florença. Jornal do Commércio. Recife 27 de novembro de 2011
Eduardo Amorim. O Ateliê que deu nova vida a Olinda. Jornal do Commércio. Recife, 23 de novembro de
2011
Julio Cavani. Atelier olindense inaugura coletiva. Diário de Pernambuco, Caderno Viver C4 21/09/2006
Cristiano Vasconcellos. Programação paralela com exibição de vídeo. Folha de Pernambuco 28/09/2006.
Diário de Pernambuco. Artistas pedem alteração em lei municipal. Diário de Pernambuco/ Vida Urbana.
Recife/PE 5 de fevereiro 2006.
Isabelle Barros. Duas exposições agitam Olinda. Folha de Pernambuco. 21.09.2006.
Alan Luna. A pintura que une Olinda. Jornal do Commercio 25.08.2006
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Olívia Mindêlo. Procissão chama atenção para Arte. Jornal do Commercio 08.11.2005
Júlio Cavani. Um Eterno Inventor de Imagens. Diário de Pernambuco, Recife, 04 de agosto de 2004.
Jornal de Olinda. Ypiranga Filho. Jornal de Olinda Ano II No.7 Março 2004.
Olívia Mindêlo. Cada um tem seu jeito de fazer arte. Jornal do Cemmércio, Caderno C. 25 de novembro
2004.
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- CEPE. Recife/PE Novembro 2004.
Júlio Cavani. Olinda resgata tradição da gravura. Diário de Pernambuco,Recife 23 de dezembro de 2003.
Diário de Pernambuco. Orixás de Ypiranga chegam ao Museu. DP/ Caderno Viver Recife/PE 12 de setembro
2002.
Jornal do Comércio. Ypiranga e Mendes expõem no MAC. JC, Caderno C, 5 de setembro de 2001.
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29.11.2000.
Jornal do Commercio. Ypianga Filho mostra seus Orixás. JC 30.11.2000
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Valdi Coutinho. Um novo espaço para as artes. Diário de Pernambuco 09.10.1997
Flávia de Gusmão Belas Artes: a escola que fez a cabeça de gerações. Jornal do Commércio 22.03.1992
Flávia de Gusmão. Artistas abrem as torneiras da Imaginação. Jornal do Commercio 22.04.1990
Andréa Moreira. Oficina Móvel – Artes e Ofícios na bagagem. Edição de Arte. Recife maio 1989.
Patrícia Raposo. A Oficina das 1.001 criações Folha de Pernambuco 22.03.1989
Jornal Cidade,Garanhuns. Artistas despertam vocações para as artes. 17.01.1987
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  • 1. BIOGRAFIAS DE ARTISTAS ENTREVISTADOS E MENCIONADAS NO ESCOPO DA PESQUISA 1. Abelardo Germano da Hora (São Lourenço da Mata 1924- 2014) Escultor, desenhista, gravador, ceramista, professor. Estudou na Faculdade de Direto de Olinda, posteriormente, frequentou o curso livre de escultura da Escola de Belas Artes de Recife, onde foi aluno de Casimiro Correia. A partir da década de 40, realizou vários trabalhos em cerâmica para Ricardo Brennand, com temas relacionados a frutas e motivos regionais. Em 47, participa da criação da SAMR, que dirige durante dez anos e onde criou, em 1952, o Ateliê Coletivo. Obteve medalha de bronze em esculturano SNBA de 1950 e o primeiro prêmio nessa especialidade no SPMEP de 1952 e 1956, sendo sua gravura Enterro de Camponês premiada pelo Clube de Gravuras do Recife em 1953. Figurou ainda nos VI e XV SNAM (1957 e 1966) e nas mostras Gravuras Brasileiras (organizada pelo Clube de Gravuras de Porto Alegre e exibida em países da Europa e da Ásia em 1954), Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia, 1963) e Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 1967). Participou diretamente das atividades do Movimento de Cultura Popular, do Recife, até quando elas foram encerradas em 1964, teve um álbum de desenhos lançado em 1962, por essa entidade, com o título de Meninos do Recife, Sua temática social é demarcada também nas esculturas. A respeito do qual disse Mário Barata: “Sensível aos valores plásticos e visuais do modernismo, Abelardo exerce sua emocionalidade no âmbito dos temas humanos da desgraça profunda de nossa gente. No artista ele supera o cotidiano e eterniza-se no traço e no claro-escuro de um desenho novo, não retórico na sua essencialidade figurativa”. Anteriormente a 1964, além de exercer o magistério (vários artistas pernambucanos com ele se formaram). É integrante também da fundação do Ateliê Coletivo, dirigindo-o entre 1952 e 1957. Será neste período que Abelardo passará a produzir esculturas para praças do Recife, com representação de tipos populares Durante a década de 60, exerce várias atividades, entre as quais: diretor da Divisão de Parques e jardins, secretário de Educação e diretor da Divisão de Artes Plásticas e Artesanato em Recife. É integrante da fundação do Movimento de Cultura Popular – MCP, movimento que abrange não só as artes plásticas, mas, música, dança e teatro. Em 1986 é criado o Espaço de Esculturas Abelardo da Hora, gerido pela Prefeitura do Recife. 2. Anchises Azevedo (Salvador BA 1933) Pintor e gravador. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Raimundo Cela, entre 47 e 51. Em 55, já aqui em Recife, estuda com Giordano Severi e ingressa na SAMR e ganha o primeiro Salão de Pintura do Museu do Estado em 1956. Em 60, cursa desenho no Liceu de Artes e Ofícios de Recife, em 75, executa um mural em concreto no Edifício Saara em Boa Viagem. 3. Celso Marconi Celso Marconi de Medeiro Lins (Recife, Pernambuco, 23 de agosto de 1930). Cineasta, jornalista, crítico de cinema. Teve formação em Filosofia e Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atuou como crítico de cinema em jornais como, Jornal do Commercio e Diário da Noite, Recife, Pernambuco. Foi editor do Suplemento Cultural e do Caderno C do Jornal do Commercio.
  • 2. FILMOGRAFIA (reunida no DVD O cinema de Celso Marconi): Manguecidade Terra Ying Como nossos pais? Achados e perdidos Passeio em Itaparica Recife 0km Flagrantes Corbiniano Lins: Sua arte Ana das Carrancas Bajado: Um artista de Olinda Brigada Portinari Sérgio Lemos: Sua arte Maurício Silva: Uma exposição “Seu” Amaro: Um artista de rua Que viva Glauber Quatro X Arte 40 mil anos de arte no Nordeste Morro da Conceição: Dia 8, a festa Dia de babá orixalá: Dona Betinha Feira de Caruaru Bacamarteiros de Caruaru Cinema: 100 anos de discurso Entrevista publicada no Jornal Folha de Pernambuco em 2011 Nelson Pereira dos Santos escreveu a respeito de Celso Marconi que ele “fazia cinema ao escrever”, na apresentação do compêndio Cinema Brasileiro, que reúne críticas do pernambucano sobre filmes nacionais. Assim, o cineasta de clássicos como Rio, 40 Graus, Vidas Secas e Como Era Gostoso o Meu Francês resumiu o papel fundamental do trabalho de Marconi e sua dedicação ao cinema. Dos tempos das resenhas na Folha da Manhã e no periódico comunista Folha do Povo, na década de 50, até os atuais posts em blog e outros projetos culturais, são mais de 50 anos voltados a lançar um olhar questionador sobre a sétima arte. Formado em filosofia, começou a escrever sobre cinema como lazer. Sob o pseudônimo de João do Povo, assinou críticas na Folha do Povo. Chegou a ser preso por três meses nos tempos da Ditadura Militar e tornou-se persona non grata para o mercado. “Os jornais estavam proibidos de admitir ex-funcionários da Folha do Povo, passei mais de um ano sem poder trabalhar”, só não teve mais problemas por nunca ter abonado o posto de funcionário público no INSS. Depois, tornou-se crítico do Jornal do Commercio na década de 60, e acompanhou de perto o desenvolver do cinema brasileiro. Testemunhou com seus registros tanto o nascimento das vanguardas cinematográfica, do Cinema Novo de Gláuber Rocha ao cinema marginal Boca do Lixo de Sganzerla e Bressane, até a retomada na década de 90. É uma das vozes capazes de tecer não só sobre os filmes, mas
  • 3. também retratar sobre uma época, sobre a dinâmica dos bastidores do cinema de lá para cá e o contexto histórico atravessado pela cultura brasileira. “A indústria cultural dominou tudo, mas o cinema independente sempre há de conseguir sobreviver, do neorealismo italiano ou da nouvelle vague de Godard até o cinema novo ou a retomada pernambucana, quem busca um cinema para transmitir uma idéia e para pensar o mundo dá um jeito de preservar sua arte”, comenta Celso Marconi. “A tecnologia abriu portas sem dúvidas, e mais gente teve chance de fazer parte. Vivemos isso com o super oito e nomes como Kleber Mendonça Filho ou Camilo Cavalcanti despontam com obras belas graças à revolução digital. E o melhor de tudo é a pirataria. A internet permitiu que a gente possa ver filmes que antigamente seria de difícil ou impossível acesso. Se quero conhecer o trabalho de um cineasta, eu busco e baixo seu filme. O cinéfilo não é mais refém dos interesses comerciais da programação das salas, espaço que tem seus dias contados. Podemos constatar com o fim dos cinemas de bairro “, polemiza com sorrisos. Fez parte de uma geração que falava o que pensava e tinha autoridade para o livre comentário, nos tempos em que opinião estruturava-se como uma das bases da análise crítica cultural. Obviamente, pelo caráter mais personalístico e menos consensual, não agradou a gregos e troianos. No começo da década de 1990, foi se despedindo da vitrine jornalística. Mas ela, tão somente, nunca resumiu seu entrelace com o cinema. E reza o jargão popular que quem não sabe fazer, escreve sobre. Mas a relação de Celso Marconi, 80 anos, com o cinema ultrapassa a análise externa e distanciada e flerta com a mão na massa e a vontade de fazer parte significante do trabalho de levar a público aquilo que “merece ser visto”, seja documentando em super oito ou vídeo o que desperta interesse de seuespírito irrequieto, ou seja, trabalhando como formador de platéia abraçando o papel de programador de sala. Muito antes de existir o Cinema da Fundação, hoje o principal recanto de exibição de filmes de arte no Recife, tertúlias de cinefilia eram possíveis graças a um grupo de apaixonados que encabeçou, na década de 80, umas alternativas sessões de arte que ao longo dos anos passaram por salas como São Luiz, AIP (Associação da Imprensa de Pernambuco), Trianon, Arte Palácio, Coliseu. A projeto era persistido ao lado deFernando Spencer, Ivan Soares, José de Souza Alencar e do colunista Alex. Daí surgiu a idéia de transformar o Teatro do Parque numa sala de cinema. Voltado para a formação de platéia, o intuito era dispor bons filmes, com uma curadoria artística, a preços módicos. O Cinema do Parque passou a figurar na década de 80 e continua até hoje com outras administrações municipais. Nos anos 90, Celso Marconi também esteve à frente, mediante o papel de diretor do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (Misp), do cinema da programação de cinema do Ribeira, depois deslocada para o Arraial. Numa tranqüila e ventilada casa em Olinda, reside na companhia de familiares e de seus “melhores amigos”, cerca de seis mil livros, dos quais quase metade sobre cinema. No momento, debruça-se sobre a leitura de uma biografia de Godard assinada por Antoine de Baecque. Hoje, aos 80 anos, não pensa em parar. Desde 2008, com aprovação do projeto no Funcultura, luta para lançar o duplo DVD que compila seus trabalhos como diretor. São 22 obras reunidas em mais de 6 horas de exibição. O Cinema de Celso Marconi será lançado no dia 5 de maio. Celso Marconi: oito décadas e muitos planos Jornalista e cineasta, completa, 80 anos com planos de lançar DVD LUIZ JOAQUIMCINEASTA vai por, em breve, seus 22 filmes à disposição para uma nova geração.
  • 4. Hoje é dia de festa para o cinema e o jornalismo cultural pernambucano, uma vez que um de seus ícones completa 80 anos. Ele é Celso Marconi, cujo trabalho como crítico de cinema pode ser revisto pelos seus livros “Obra Jornalística de Celso Marconi” (2000) e “Super8 e Outros: Cinema Brasileiro” (2002). Como cineasta, sua produção poderá ser revista - e descoberta por toda uma nova geração - quando o realizador lançar em breve o DVD duplo “O Cinema de Celso Marconi”. Nos dois discos, em seis horas e 40 minutos, divididas em 22 filmes - boa parte feito em Super-8 nos anos 1970, e alguns em vídeo -, Celso resgata aquele que é o seu principal discurso como cineasta. E é ele próprio quem explica, num depoimento gravado no Morro da Conceição para o disco 1. Nele, Celso conta que o seu cinema tem uma ligação direta com a realidade popular e como ele quer transformá-la para uma realidade melhor. “Não é um cinema pelo cinema, é um cinema que serve. Mesmo sem técnica aprimorada, ele quer documentar. É como um antropólogo que chega numa aldeia e documenta o que se apresenta para seu estudo, mas não com distanciamento, mas sim com participação”, reflete para a câmera enquanto caminha pelas escadarias do Morro. Ainda na apresentação do 1º DVD, seu amigo há mais de cinco décadas, o mestre alucinante alucinado Jomard Muniz de Britto, conta da influência de Celso em sua vida, e dos caminhos profissionais do jornalista desde a época em que escrevia para o jornal comunista “Folha da Manhã”, nos anos 1960, quando assinava como João do Povo, até o período em que lecionou na Universidade Católica, nos anos 1990. Um outro depoimento bastante lúcido nesta apresentação é o do jovem jornalista e produtor cultural Sérgio Souza Dantas. Sérgio faz uma correta reflexão sobre três características que marcam a obra do diretor: a naturalista, a antropológica e a experimental. Pelo aspecto naturalista, o produtor destaca a forma como Celso posiciona a câmera e a movimenta semelhante ao olhar de uma pessoa curiosa diante de seu objeto, pessoa ou tema. Do ponto de vista antropológico, está bastante marcado o interesse do documentarista em tratar as pessoas e eventos sociais que falam de aspectos e rituais religiosos, além dos artistas populares. Como exemplo, Sérgio cita os filmes “Morro da Conceição”, “Dona Betinha” e “Ana das Carrancas”. Pelo experimentalismo, o que sobressai são os textos poéticos e engajados politicamente, marcados por performances com pessoas diante da câmera. “O filme Terra Ying é um exemplo, quando ele usa a música de Caetano Veloso fazendo uma analogia entre uma mulher grávida e a terra arada e tratada”, explica Sérgio, que também cita “Recife 0 Km”, sobre a degradação dos prédios no bairro do Recife Antigo já no final dos anos 1970, tendo como performers artistas do Movimento Super-8. O projeto “O Cinema de Celso Marconi” foi aprovado pelo Sistema Municipal de Incentivo a Cultura da Prefeitura do Recife em 2008 e está pronto. As cópias do disco foram feitas em Paris e aguarda apenas apoio financeiro para o material chegar ao Recife e ser lançado. Esperamos que o aporte chegue logo, assim como os DVDs cheguem ao Recife, para a cidade comemorar os 80 anos do cineasta assistindo sua obra cinematográfica. 4. Corbianiano Lins (Olinda, 1924) José Corbiniano Lins é um escultor pernambucano nascido em Olinda em 1924.
  • 5. Corbiniano iniciou como pintor em 1949. Fez parte do movimento de Arte Moderna do Recife na década de 1950 junto com nomes como Abelardo da Hora, Reynaldo Fonseca, Samico e Celina Lima Verde. Em 1952, ingressa no Atelier Coletivo de Olinda. Participou de diversas exposições coletivas e individuais em galerias, museus, espaços culturais e Salões em Recife, Olinda, São Paulo, Rio de Janeiro, na Europa e na América Latina. Trabalha ativamente em seu atelier onde recebe encomendas de esculturas. Um artista múltiplo, que explorou suportes como desenhos, gravura, serigrafias, tapeçaria, entalhes, pinturas e especialmente escultura. Em boa parte dos seus 90 anos de vida, completados no último dia 2 de março de 2014, Corbiniano Lins trouxe à sua arte os tipos populares e a admiração pela figura feminina. A primeira experimentação de Corbiniano na arte foi com a pintura, ainda como aluno da antiga Escola de Aprendizes Artífices de Pernambuco. A partir de 1949, o artista realizou suas primeiras pinturas. Foi integrante do Ateliê Coletivo de Olinda, ao lado de nomes como Abelardo da Hora e Gilvan Samico. A partir dos anos 50, passou a esculpir, tornando-se um dos artistas mais conhecidos nesse suporte em Pernambuco. 5. Gilvan José Meira Lins Samico (Recife: 1928-2013) Iniciou autodidaticamente como pintor. Gravador, pintor, desenhista, professor. Em 1952 funda juntamente com outros artistas o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife- SAMR, idealizado por Abelardo da Hora (1924). Estuda xilogravura com Lívio Abramo (1903-1992), em 1957, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo- MAM-SP. Em 1958 transfere-se para o Rio de Janeiro, onde cursará gravura com Oswaldo Goeldi (1895-1961) na Escola Nacional de Belas Artes. Dedica-se à elaboração de texturas elaboradas em seu trabalho. Em 1957, 1958 e 1960 obteve os primeiros prêmios no setor de gravura do SPMEP. Fez parte ainda do VII ao XVII SNAM(de 1958 a 1968/ prêmio de aquisição em 1960, certificado de isenção de júri em 1961 e prêmios de viagens ao país em 1962 e de viagem ao estrangeiro em 1968), V Bienal de Tóquio (1959); Bienal de Arte Litúrgica (Trieste, 1959); I e II Bienais de Paris (1959 e 1961); I e II Panorâmicas de Artes Plásticas de Pernambuco (Recife: 1959 e 1962); VI, VII e IX BSP(Binais de São Paulo, entre 1961 e 1967), XXXI Bienal de Veneza (1962/ Prêmio de arte litúrgica) I Bienal Americana de Gravura (Santiago do Chile, 1963) e II SAMDF(1965), participando também das mostras Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia,1963) e Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 1967). Realizou exposições individuais nas galerias Lemac (Recife, 1960) e do Teatro Popular do Nordeste (Recife, 1966), Na Petite Galerie (1965) e na Universidade Federal da Paraíba. Em 1965 passa a se fixar em Olinda e leciona xilogravura no setor de artes plásticas na Universidade Federal da Paraíba. Ao receber o prêmio do 17º Salão Nacional de Arte Moderna viaja ao exterior e permanece assim por dois anos na Europa. Em 1971 é convidado por Ariano Suassuna a integrar o Movimento Armorial. Sua produção é marcada pela recuperação do romanceiro popular nordestino, por meio da literatura de cordel e pela utilização da xilogravura. Suas gravuras são povoadas por personagens bíblicos e outros provenientes de lendas e narrativas locais, assim como animais fantásticos e míticos.
  • 6. Comentário Crítico: Gilvan Samico inicia-se em pintura como autodidata. Em 1948, integra a Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, criada por Abelardo da Hora (1924), que tem importante papel na renovação da arte pernambucana. O objetivo dessa associação é criar no Recife um amplo movimento cultural que envolvesse áreas como artes plásticas, teatro e música, incentivando pesquisas sobre a cultura popular e suas manifestações. Em 1952, Samico é um dos fundadores do Ateliê Coletivo da SAMR, centro de estudos de desenho e gravura, voltado para uma arte de caráter social. Vem para São Paulo em 1957, onde tem aulas com Lívio Abramo (1903 - 1992) na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Da convivência com Abramo Samico guarda a preocupação em explorar as possibilidades formais da madeira e o interesse pelas texturas muito elaboradas. O artista passa a criar ritmos lineares, que se harmonizam perfeitamente na estrutura geral de suas obras. Viaja no ano seguinte ao Rio de Janeiro, onde freqüenta o curso livre de gravura deOswaldo Goeldi (1895 - 1961), na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. O contato com o gravador é percebido no emprego de atmosferas noturnas em seus trabalhos, utilizando número reduzido de traços, e no uso muito preciso da cor. Sua obra é marcada definitivamente pela descoberta do romanceiro popular, através da literatura de cordel e pela criativa utilização da xilogravura. O espaço de suas gravuras é então povoado por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas populares, e também por muitos animais e seres fantásticos: leões, serpentes, dragões. Paralelamente à inovação temática, Samico passa a utilizar o branco com muita força expressiva. A profundidade é pouco evocada em suas obras, que enfatizam a bidimensionalidade, sendo as figuras representadas como signos, o que ocorre, por exemplo, em O Boi Feiticeiro e o Cavalo Misterioso, 1963. A xilogravura Suzana no Banho, 1966 apresenta características formais que se tornam constantes na obra de Samico: além das tramas gráficas diferenciadas, que conferem ritmo à composição, emprega a simetria e a compartimentação geométrica do espaço. Nas décadas de 1980 e 1990, Gilvan Samico dedica-se mais longamente à realização de cada gravura, chegando a produzir uma matriz por ano. Exercita com a goiva toda uma variedade de cortes, até encontrar a textura ideal para cada assunto tratado. Nos trabalhos recentes simplifica a estrutura e a própria trama linear, acrescentando motivos originários da arquitetura: arcos, rosáceas e molduras. A obra A Espada e o Dragão, 2000, por exemplo, apresenta uma técnica apurada e um uso muito criterioso da cor. Ao se referir ao seu trabalho, disse Ferreira Gullar: “(...) acordam em nós uma emoção atual e arcaica. Aflora, nelas e em nós, um significado antigo, que vem não apenas dos temas religiosos, como da matriz popular em que bebe sua linguagem formal, sua iconografia”. E Flávio de Aquino comentou: “As relações entre a arte de Samico e a realidade brasileira são fáceis de perceber. É o Nordeste que o inspira, o Nordeste, visto através das gravuras que ilustram os cancioneiros populares, acrescido de expressão erudita e do fantástico, de uma imaginação poderosa e mórbida que mescla caboclos, santos, monstros, diabos e estranhas aves de rapina”. José Roberto Teixeira Leite analisou sua obra em A Gravura Brasileira Contemporânea (1965). Foi também incluído em um dos álbuns de gravadores brasileiros organizados por Orlando da Silva. 6. Hélio Feijó (Recife 1913- 1991) Desenhista, Pintor, Arquiteto. Hélio Feijó nasceu em 26 de janeiro de 1913 na cidade de Recife, Pernambuco. Hélio Feijó foi um dos mais completos e inovadores artistas na história da arte pernambucana e brasileira. Discípulo de Cândido Portinari e Carlos Chamberland, durante sua trajetória cultural produziu importante conjunto de obras em diversos campos das artes plásticas. Como pintor, deixou grande legado em murais, pinturas, cenários, caricaturas, gravuras, desenhos e artes gráficas.
  • 7. Inovou criando, em 1941, uma técnica de impressão onde se misturam fotografia e desenho.Como arquiteto, teve atuação de destaque integrando a equipe precursora do movimento moderno da arquitetura brasileira no Recife. Em 1949, recebeu o prêmio Le Corbusier, no VI Salão de Arte Moderna, em São Paulo, com o projeto arquitetônico “Sistema de Autoventilação”. Como poeta, publicou seus trabalhos em diversos jornais e revistas do nordeste. Exerceu grande influência na disseminação do movimento modernista no nordeste, sendo o fundador do Grupo dos Independentes, em 1933, e da Sociedade de Arte Moderna, em 1947. Sua última grande exposição foi na Galeria Nega Fulô na década de 70. Passou seus últimos anos na ilha de Itamaracá, Pernambuco. Faleceu no dia 9 de setembro de 1991 n acidade onde nasceu. Participação de Eventos 1931 - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil - Salão Revolucionário (1931 : Rio de Janeiro, RJ) - Escola Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro RJ) 1975 - Recife - Pernambuco - Brasil - Coletiva de Abertura (1975: Recife, PE) - Ranulpho Galeria de Arte (Recife, PE) 1976 - São Paulo - São Paulo - Brasil - O Desenho em Pernambuco (1976: São Paulo, SP) - Galeria Nara Roesler (São Paulo, SP) 1983 - Olinda - Pernambuco - Brasil - Hélio Feijó e Aprígio (1983: Olinda, PE) - sem local de realização definido. 1984 - São Paulo - São Paulo - Brasil - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras (1984 : São Paulo, SP) - Fundação Bienal (São Paulo, SP) 7. Ionaldo Andrade Cavalcanti (Recife 1933- São Paulo 2002) Desenhista, artista gráfico. Em 1949, segundo a enciclopédia Itaú Cultural, ele inicia autodidaticamente em pintura. Em 52 participa da fundação do Ateliê Coletivo. Entretanto em 59 passa a fixar-se em São Paulo onde em 62 atua também como professor de desenho e pintura na Galeria Dearte. Em 65 executa o álbum de desenhos PEGI, em 77 lança o livro O Mundo dos Quadrinhos, pela Editora Símbolo e em 88 lança o livro Esses Incríveis Heróis do Papel, pela Editora Mater. 8. João Câmara Filho (João Pessoa PB 1944) Pintor, gravador, desenhista, artista gráfico, professor e crítico. Estuda pintura no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, entre 1960 e 1963. Nesse ano é eleito presidente da Sociedade de Arte Moderna do Recife e cursa xilogravura, sob a orientação de Henrique Oswald (1918- 1965) e Emanuel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes de Salvador. Conquistou os primeiros prêmios de pintura e gravura nos SPMEP de 1962 e 1964. Figurou ainda no XI Festival Universitário de Arte (Belo Horizonte, 1962/ primeiro prêmio de pintura e segundo de desenho). I BNAP (1966/ prêmio de aquisição em pintura, III Bienal Americana de Arte (Córdoba, Argentina, 1966/
  • 8. prêmio de Bolsa de Comércio de Córdoba/ foi incluído também numa seleção de artistas dessa Bienal exibida no Museu de Arte Moderna de Buenos Aires) e IV SAMDF ( 1967/ grande prêmio do salão), bem como nas mostras Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia, 1963), inaugural da Galeria de Arte da Ribeira (Olinda,1964), Seis Artistas de Pernambuco (Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1965) e Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo,1967). Muito Além de apresentar seus trabalhos, juntamente com Maria Carmem e Anchises de Azevedo, na galeria Arte da Ribeira (1965), realizou exposições individuais nas galerias de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba (1963), Rosenblit (1964) e Ônix (1966), as duas últimas em Recife, Gastão de Holanda referiu-se ao antilirismo e ao sentido de realismo crítico de sua arte, na qual se observam acentos irônicos e dramáticos e a seu respeito comentou Walter Zanini, em 1967: “ suas imagens encadeadas quase como um puzzle parecem amalgamar deuses astecas e ícones do baralho, assumindo ar de aquilina terribilitá sombriamente derrisório”. Participando pela primeira vez do SNAM em 1969, com três pinturas de grandes dimensões, nele recebeu o certificado de isenção de júri. Tem publicado, regularmente, artigos sobre artes plásticas na imprensa pernambucana, inclusive no Diário de Pernambuco. Em 1964, funda, com Adão Pinheiro (1938), José Tavares e Guita Charifker (1936), o Ateliê Coletivo da Ribeira e, em 1965, o Ateliê +Dez, ambos em Olinda. Entre 67 e 70, leciona pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Paraíba. Em 74, monta um ateliê de Litografia, transformando depois na Oficina Guaianases de Gravura, que, a partir de 95, é incorporada ao Laboratório de Artes Visuais da UFPE. A partir da década de 60, a produção de João Câmara caracteriza-se por apresentar, ao lado de figuras humanas com seus corpos estruturados, representações de corpos fragmentados, o que confere um caráter de estranheza aos trabalhos. Na década de 1970, inicia a realização das séries Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974- 1976) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmera (1977-1983). Em 1986, realiza a série O Olho de meu Pai sobre a Cidade, em que faz uma homenagem ao seu pai e à Recife. Em 2001, conclui a série Duas Cidades, que tem como cenário Olinda e Recife. Quando Aracy Amaral em seu livro Arte para que? Faz uma abordagem sobre a ineficiência da arte ela cita como exemplo uma série de quadros feitos por João Câmara como se houvesse por parte do artista o desejo de manter a ambiguidade na postura em relação aos quadros, onde em sua série de pinturas sobre a época de Getúlio Vargas, que mesmo que estivesse longe de se parecer uma pintura histórica, tem, segundo Aracy, uma estrutura imagética intrincada, que se torna difícil desvincular a denúncia da exaltação. E, no entanto, esta série foi alvo de aquisição pelo Estado, assim como o artista vendeu uma série de cem litografias que acompanhava a série. Comentário Crítico Em 1959, João Câmara começa a pintar paisagens, sob a orientação do pintor José Tavares. Em 1960, ingressa no curso científico do Colégio Nóbrega, no Recife, e no curso livre de pintura da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, que freqüenta até 1963. Estuda com Mário Nunes (1889 - 1982) e Laerte Baldini, entre outros, e, esporadicamente, com Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Interessa-se pelo cubismo e pós-cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e pelo trabalho de Abelardo da Hora (1924), Francisco Brennand (1927), Lula Cardoso Ayres (1910 - 1987), Reynaldo Fonseca (1925) e Wellington Virgolino (1929 - 1988). Já revela nesse período sua preferência por pintar grandes superfícies, que se desdobram em dípticos, trípticos ou polípticos. Na década de 1960, sua produção aproxima-se do expressionismo e do fauvismo. Em algumas obras enfoca a violência, e o caráter trágico da composição acentua-se pelo uso de tons escuros que se contrapõem aos
  • 9. vermelhos e azuis fortes, como pode ser observado em Vietonose Perfil III (1966) e Exposição e Motivos da Violência (1967). Em Testemunhal, Reconstituição e Uma Confissão (todas de 1971), aborda a tortura e a opressão humana. O artista, ao voltar-se para o corpo do homem, submete-o a torções e deformações, sem prejuízo de certo erotismo. Em 1963, faz curso de xilografia, orientado por Henrique Oswald (1918 - 1965) e Emanoel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes, em Salvador. No início dos anos 1970, começa a realizar litografias e, com Delano, improvisa um ateliê dessa técnica no Recife, posteriormente transferido para o Mercado da Ribeira, em Olinda. Trabalha a litografia com liberdade, e a utiliza ainda como uma espécie de ensaio para as grandes pinturas. João Câmara realiza muitas séries de pinturas e gravuras, como Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974-1980) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1980), que inclui montagens e objetos. Em Cenas da Vida Brasileira, não busca reproduzir a veracidade dos acontecimentos políticos do período, mas vincula personagens históricos, como Getúlio Vargas (1882 - 1954), a objetos insólitos e personagens fictícios, criando uma narrativa própria, um passado imaginário, ao qual se mesclam as suas recordações da infância. Já em Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, a mulher surge como personagem principal. Nessa série, o artista acrescenta diversos elementos à superfície da tela, como ilhoses, parafusos, couro, tecido e chumbo. Além dos temas políticos e dos retratos, a temática regionalista torna-se mais constante em sua produção a partir da década de 1980. Na série O Olho de Meu Pai sobre a Cidade (1986), faz uma homenagem ao pai e à cidade do Recife, e começa a realizar, nos anos 1990, a série Duas Cidades, com obras que têm como cenário Recife e Olinda. Para a estudiosa Almerinda da Silva Lopes, o projeto poético de João Câmara, desde o início de sua atuação profissional, consiste em traduzir, plasticamente, uma visão crítica da sociedade. Sua obra dialoga com a história política brasileira, com a arte e a mitologia. O artista cria dessa forma, em seus trabalhos, metáforas com as quais ironiza o poder e as relações sociais. 9. José Cláudio (Ipojuca 1932) Pintor, desenhista, crítico de arte e escritor. Em 52 faz parte da fundação do Ateliê Coletivo da SAMR. Posteriormente, em Salvador, é orientado por Mario Cravo Júnior (1923), Carybé (1911-1997) e Jenner Augusto (1924-2003),Viaja à São Paulo em 55 onde, inicialmente, trabalha com Di Cavalcanti (1924- 1976)estudando também gravura com Lívio Abramo na Escola de Artesanato do Museu de Arte de São Paulo. Recebe bolsa de estudos da fundação Rotelini em 57, permanecendo por um ano em Romana Academia de Belas Artes. De volta ao Brasil, passa a residir em Olinda e escreve artigos sobre artes plásticas para o Diário da Noite, em Recife. Suas pinturas são marcadas por um caráter figurativo que retratavam cenas regionais e paisagens do Nordeste, evitando, porém, o caráter pitoresco. Escreve ao longo de sua carreira, vários textos de apresentação para exposições de pintores nordestinos, como a mostra Oficina Pernambucana (1967). Nascido em Ipojuca, na zona da Mata Sul de Pernambuco, em 27 de agosto de 1932, José Cláudio da Silva foi o único filho homem do comerciante Amaro Silva e de Maria Ramos da Silva e, segundo conta em entrevista, o primeiro de toda a família que teve o privilégio de pôr os pés num colégio. O próprio artista descreve sua trajetória: “Eu vim para o Recife, para um internato no Colégio Marista, para fazer ginásio, que em Ipojuca não tinha. Fiz exame de admissão, depois fiz ginásio, colegial, passei para o Colégio Oswaldo Cruz, para fazer o clássico, estudar Direito. Entrei para a Faculdade, e foi quando eu vi que não era a minha praia. E conheci Abelardo da Hora e outros amigos; aliás, eu conheci primeiro um ex-aluno do Marista, Ivan Carneiro, que perguntou se eu ainda gostava de desenho, e eu disse que sim. Então, ele disse “vamos abrir um ateliê”; aí, eu fiz parte desse ateliê, e eu fui um dos fundadores, fui da primeira leva desse Ateliê Coletivo da
  • 10. Sociedade de Arte Moderna do Recife, que, muitos anos depois, [Giuseppe] Baccaro quis reviver e fundou outro ateliê coletivo, com alguns que eram do primeiro ateliê coletivo, esse de 1952, como [Givan] Samico e Guita Charifker, que entrou um pouco depois. [...] Abelardo da Hora era como um “mister”, e ele pregava uma arte para o povo, dirigida ao povo, em que o povo fosse protagonista. Daí, a gente pintava trabalhador, visita às feiras, Xangô, e sonhava coisas populares, e as sonhava como aprendidas pela massa, pela população. [...] Depois, eu fui para São Paulo, me desviando desse rumo. Depois de um tempo, começou a prevalecer [a relação com a cultura popular], e hoje eu levei mais a serio, mas por outras circunstâncias. Morei na Bahia. E trabalhava para Carybé, que tinha muitos murais e precisava de muita gente para preparar a parede. [Eu] Era um trabalho braçal. Carybé sabia que meu interesse era pintura, e trabalhamos com vários pintores, naquela época. Com Cravo, com Carybé, com Augusto e pintores que não eram conhecidos e ajudavam os que eram conhecidos. Geraldo Trindade Leal, que nunca mais ouvi falar dele, era do Rio Grande do Sul, Inis Covadine, que mora em Jundiaí até hoje, Rubem Valentim, que estava começando, na época; eu era ajudante desses pintores. Bem, na casa de Carybé, eu conheci Arnaldo Pedroso D’Orta, e ele disse que, quando eu quisesse, eu poderia ir a São Paulo; eu fui, e nos tornamos muito amigos. Foi a época das grandes Bienais, a Bienal do IV Centenário. E foi aí que eu conheci a pintura do mundo todo. Aqui [no Recife], a gente não tinha nem reprodução para ver, e lá eu vi os originais desse pessoal todo; teve uma grande retrospectiva do Cubismo, e tudo que eu aprendi foi praticamente nessa época. aí, eu ganhei uma bolsa, passei um ano na Itália [...]” (Silva, J., 2009). José Cláudio voltou ao Recife em 1954, participou da I Exposição do Atelier Coletivo e obteve Menção Honrosa no Salão do Museu do Estado de Pernambuco. No ano seguinte, retornou à Bahia, onde passou a dedicar-se mais ao desenho e, posteriormente, viajou para São Paulo, onde trabalhou com artistas do Modernismo brasileiro como Di Cavalcanti (1897-1976) e estudou gravura com Lívio Abramo (1903-1992), na escola de artesanato do MAM. Nessa cidade realizou, em 1956, sua primeira exposição individual, Desenhos, no Clube dos Artistas e Amigos da Arte. Obteve o segundo lugar para desenhos do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, participou da IV Bienal de São Paulo (1957), onde lhe foi conferido o prêmio de aquisição, e recebeu a bolsa de estudos da Fundação Rotelini, o que lhe possibilitou permanecer um ano em Roma, na Academia de Belas Artes, estudando História da Arte e Modelo Vivo. De volta ao Brasil em 1959, passou a residir em Olinda, no ateliê de Montez Magno, Adão Pinheiro e Anchises Azevedo, e realizou sua segunda individual, agora no Recife. Na década de 1960, realizou muitas exposições individuais, participou das Bienais de São Paulo em 1961 e 1963 e obteve do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea para desenho (1962). Escreveu artigos sobre artes plásticas e literatura para o Diário da Noite (1961) e para o Jornal do Commercio (1965), lançou os livros Viagem de um jovem à Bahia (1965), Ipojuca de Santo Cristo e Bem dentro (ambos em 1968), além dos álbuns Os bichos da roda (1966) e Catende-xilos (1971). Na década de 1970, fez 100 óleos documentando aspectos da Amazônia (1975), tema inspirado por sua participação numa expedição à Amazônia – em que estiveram também cientistas e o zoólogo e compositor músico Paulo Vanzolini, que costumava levar um artista nas excursões, como se fazia no século XIX. Adquiridos pelo governo de São Paulo, os quadros estão hoje no Palácio dos Bandeirantes, e um dos desenhos da série foi levado pelo zoólogo estadunidense Ronald Hayer para o Museum of Natural History, da Smithsonian Institution, Washington. Fortemente inspirada na cultura popular e no cotidiano de Olinda, Recife e outras cidades brasileiras, sua obra já percorreu museus e galerias de todo o país e explora especialmente brincadeiras infantis, tipos populares, festas do interior nordestino e mulheres sedutoras de todos os mundos. Hoje, José Cláudio vive
  • 11. em Olinda, onde tem seu ateliê, pinta por encomenda e escreve periodicamente para a revista Continente, dedicada à arte e à cultura. Comentário Crítico José Cláudio é um dos fundadores do Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, ao lado de Abelardo da Hora (1924), Gilvan Samico (1928) e Wellington Virgolino (1929 - 1988), entre outros. O Ateliê Coletivo é um centro de estudo de desenho e gravura voltado para uma arte de caráter social e funciona no Recife entre 1952 e 1957. Posteriormente, em Salvador, José Cláudio é orientado por Mario Cravo Júnior (1923),Carybé (1911 - 1997) e Jenner Augusto (1924 - 2003). O artista viaja para São Paulo em 1955, onde estuda gravura com Lívio Abramo (1903 - 1992) na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Em 1957, recebe bolsa de estudo da Fundação Rotelini e permanece por um ano em Roma, na Academia de Belas Artes. De volta ao Brasil, passa a residir em Olinda e escreve artigos sobre artes plásticas para o Diário da Noite, do Recife. José Cláudio realiza pinturas de caráter figurativo, retratando cenas regionais e paisagens do Nordeste, evitando, porém, o caráter pitoresco, como em Pátio do Mercado (1972) ou Rua Leão Coroado (1973). Em Casa Vermelha de Olinda (1973), destaca-se o diálogo com a abstração, a simplificação formal, o uso livre da pincelada e o colorido intenso. Em suas obras podemos perceber a admiração por artistas da Escola de Paris e também pelos expressionistas, como na série de nus femininos, do fim da década de 1970. O carnaval é o tema dos quadros Homem da Meia Noite ou Cheguei Agora (ambos de 1974), com cores vivas e contrastantes. Em 1975, o artista participa de expedição à Amazônia, promovida pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, registrando em vários desenhos a óleo diversos aspectos regionais. Em 1980, José Cláudio cria uma série de telas nas quais reinterpreta o quadro O Repouso do Modelo, do pintor ituano Almeida Júnior (1850 - 1899). Nessas obras revela a tendência a abolir a profundidade do plano pictórico, simplificando os elementos formais, que tendem a uma geometrização. Em 1985, pinta paisagens ao ar livre, como Ipojuca e Serrambi, empregando pinceladas largas e enérgicas. O artista escreve, ao longo de sua carreira, vários textos de apresentação para exposições de pintores nordestinos, como a mostra Oficina Pernambucana (1967). Publica, entre outros, o livro Memória do Ateliê Coletivo (1978), no qual reúne depoimentos dos vários artistas que integram o grupo. 10. Ladjane Maria Ladjane Bandeira de Lira Nasceu em Nazaré da Mata, interior de Pernambuco, em 5 de junho de 1927 e faleceu em Recife, no dia 24 de março de 1999. Em 1942 fez colaboração poética para a “Gazeta de Nazaré”, no ginasial. Dirigido pelo Padre Daniel Lima, cujo jornal tinha uma grande circulação no meio intelectual de Recife. Aos 20 anos, em 1947, mudou-se para o Recife e cursou Especialização Pedagógica (Pós-graduação). Em 1948 tornou-se integrante fundadora da Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR), juntamente com os artistas plásticos Abelardo da Hora e Hélio Feijó. Nesse mesmo ano realizou sua primeira individual de pintura e desenho no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife, com trabalhos figurativos. Esta exposição suscitou comentários, reportagens, entrevistas e críticas nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commércio, Folha da Manhã, Jornal Pequeno, assinados por alguns intelectuais, por exemplo, Waldimir Maia Leite, Guerra de Holanda, Aderbal Jurema, Mário Melo e Luís Teixeira. Em 1949 iniciou suas primeiras colaborações literárias e artísticas para o Suplemento Literário do Jornal do Commércio (PE), Diário de Pernambuco (PE), Correio da Manhã (RJ) e Revista Branca (RJ). Ilustrou neste ano, o livro “FÁBULA SERENA” de Darcy Damasceno (Editora Orfeu, RJ) e fez ilustrações para Revista NORDESTE de Esmaragdo Marroquim e Aderbal Jurema. Nos anos 1950 publicou história em quadrinhos no Diário da Noite (Recife/PE), ilustrando a vida do sociólogo-antropólogo Gilberto Freyre por ocasião das comemorações do cinquentenário de seu
  • 12. nascimento. Realizou individual no Gabinete Português de Leitura do Recife, tendo fundado, dirigido e colaborado com a página individual do Gabinete. Em 1952 fundou e dirigiu até 1962 a página ARTE do Diário da Noite, em Recife. Em 1955, aos 28 anos, conquistou o PRÊMIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, em Pintura, realizado anualmente no Museu do Estado. Realizou individual no Gabinete Português de Leitura (1956), participou do V SALÃO DE ARTE MODERNA do Rio de Janeiro em 1957 e neste mesmo ano iniciou curso de Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco. Proferiu diversas palestras sobre “Arte” patrocinadas pela Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR). Um marco importante em 1958, aos 31 anos, foi a execução de um painel concretista, em grandes dimensões, para a Escola Politécnica do Recife, abstração geométrica em vidrotil, e a realização da exposição individual “Dez anos de Pintura e Desenho” inaugurando a Galeria Lemac de Arte no Recife. Participou da I Feira de Arte do Recife, criação do Nordeste e Artístico, patrocinada pela Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR) e da I Panorâmica de Artes Plásticas do Recife. Neste ano assumiu a direção artística da Revista Nordeste e da Editora do Nordeste. A artista e crítica, ao longo de sua trajetória, realizou inúmeras conferências sobre História da Arte, variadas exposições, pertenceu a Associação Internacional de Artistas Plásticos, Sociedade de Arte Moderna do Recife, Associação de Artistas Plásticos Profissionais de Pernambuco, Associação Brasileira de Críticos de Arte, Associação Internacional de Arte, Academia de Ciências de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, Gabinete Português de Leitura, Fundação Joaquim Nabuco, Pen Club do Brasil. Fez belas ilustrações e recebeu diversas medalhas, homenagens e prêmios em reconhecimento a suas produções artísticas e literárias. Em 1981 foi eleita com “Medalha de Ouro” para a Academia Itália de Artes e Ofícios, em Parma na Itália. Foi homenageada com uma Sala Especial no XXXIV Salão de Artes Plásticas de Pernambuco. Para a sua série A Biopaisagem foi organizada uma exposição em sala especial no Museu do Estado de PE. Gravou para o Museu da Imagem e do Som. Foi membro da União Brasileira de Escritores, seção Pernambuco, tem dois livros publicados e dezenas de outros inéditos. Essa breve trajetória da artista aponta para sua inserção no campo da cultura e das artes plásticas em Pernambuco e no Brasil, o que permite apostar na importância dessa pesquisa para o Estado de Pernambuco, para a ampliação das versões sobre a história das artes no Brasil, inserindo Pernambuco como um dos centros de produção não apenas das artes visuais, mas sobremaneira, na produção da critica de arte e seus impactos no meio artístico. (1960) ocorre exposição coletiva de inauguração da Galeria de Arte do Recife, promovida pelo Movimento de Cultura Popular, ao lado de artistas mais jovens, como Anchises Azevedo, Gilvan Sâmico, Montez Magno, José Cláudio. Foi incluído (Vicente do Rego) também, por Ariano Suassuna, na exposição Pintores Pernambucanos Contemporâneos que integrou o Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária na então Universidade do Recife em 1960. No livreto que traz a lista de obras, Suassuna explica os critérios de seleção dos artistas e de organização da exposição. Vicente foi incluído na geração “modernistas, com sua variante regionalista” (ao lado de Cícero Dias e Lula Cardoso Ayres), que era precedida pelos pintores “chamados acadêmicos ou conservadores” (Murillo La Greca, Fédora do Rego Monteiro Fernandes, Baltazar da Câmara, Mário Nunes), e que abriria caminho para a “geração que sucede”, composta por Francisco Brennand, Reynaldo Fonseca, Aloísio Magalhães. Duas exceções: Joaquim do Rego Monteiro e Adão Pinheiro. O primeiro, por ser um pintor vanguardista que morrera muito novo, o segundo, por ser, nas palavras de Suassuna, uma “homenagem da Universidade aos mais novos, dos quais ele é realmente um dos melhores”. Nessa geração dos mais novos, ou dos que mereceriam figurar na exposição, Suassuna menciona Ladjane Bandeira, Elezier Xavier, Montez Magno e Wellington Virgolino (SUASSUNA, 1960). Exibindo telas datadas
  • 13. dos anos 1920, essa exposição organizada por Ariano Suassuna talvez seja, uma das primeiras nas quais Vicente figura não como um artista atuante, mas como um artista incorporado ao patrimônio de um modernismo pernambucano já consolidado. Comentário Crítico Abelardo da Hora, desde a década de 1940, realiza gravuras com temática social, em que é visível a influência da obra de Candido Portinari (1903 - 1962). Na xilogravuraMeninos do Recife denuncia a miséria por meio da representação de crianças esquálidas, apresentando afinidade com o realismo e o expressionismo. A mesma temática social é revelada em suas esculturas, realizadas em bronze, mármore e principalmente em cimento, material escolhido por seu caráter duro e áspero, que acrescenta um grau de sofrimento às figuras. A partir da década de 1950, o artista produz várias esculturas para praças do Recife, nas quais revela o interesse pelos tipos populares, inspirados na cerâmica artesanal, de formas arredondadas, reiterando a admiração pela obra de Portinari. A temática social permanece em trabalhos bem posteriores, como emDesamparados e Água para o Morro (ambos de 1974). Abelardo da Hora possui importante papel na renovação do panorama artístico pernambucano, integrando, em 1946, a Sociedade de Arte Moderna de Recife - SAMR, com o propósito de criar um amplo movimento cultural, abrangendo as áreas de educação, artes plásticas, teatro e música. A partir dessa associação, é criado em 1952 oAteliê Coletivo, uma oficina que ministra cursos de desenho, da qual participam nomes representativos em Pernambuco, como Gilvan Samico (1928), José Cláudio (1932) e Aloísio Magalhães (1927 - 1982), entre outros. 11. Montez Magno de Oliveira (Timbaúba-PE 1934) Pintor, escultor, artista intermídia, escritor e ilustrador. Estuda desenho e pintura entre 1953 e 1966. Conquistou o prêmio de Pintura no XVIII SPMEP (1958); participou ainda dos VIII, IX, XIV, XVI, XVII e XVIII SNAM (entre 1959 e 1969/ certificado de isenção de júri em 1967); V, VIII e IX Bienais de São Paulo (entre 1959 e 1967/ prêmio de aquisição em 1967); IX SPAM (1962/medalha de bronze); I EJDN (1963); I e II SEAJ (1965 E 1968); I Salão de Abril (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1966); I BNAP (1966); IV SAMDF (1967) e da mostra do Concurso de Caixas (PetiteGalerie, GB,1967). Realizou exposições individuais nas galerias do Instituto dos Arquitetos do Brasil (seção do Recife,1957), Lemac (Recife, 1958); Seta (São Paulo, 1963); Goeld (GB,1965), Atrium (São Paulo,1965); Ônix (Recife,1966) e Cantu (GB, 1967). A partir de 1960 publica artigos e pesquisas sobre arte em jornais brasileiros. Torna-se bolsista do Instituto de Cultura Hispânica entre 63 e 64, possibilitando assim viajar por vários países da Europa. Vindo do Abstracionismo para a Figuração, foi dito a respeito de seus desenhos no catálogo da exposição na Galeria Ônix (1966): “Pertencem ao mundo complexo e intimista das sondagens efetuadas por Francisco Goya, James Ensor, Edward Munch e Emil Nolde no mais recôndito da alma humana. Apensar deste confronto, é nos trabalhos de Alenchinsky, Pignon e KarelAppel que vamos encontrar maior identificação e paralelismo com os desenhos de Montez Magno”. Em entrevista concedida a Frederico Morais (Diário de Notícias, 9 de maio de 1968) disse o próprio artista: Particularmente me situo entre os que se propõem a renovar constantemente no setor da pintura e da escultura (ou do objeto). Para mim estas duas manifestações artísticas se fundem numa só, pois meus trabalhos mais recentes são estruturas tridimensionais, ligadas, portanto à escultura, complementadas por elementos de cor, sendo também pintura”. Nos seus trabalhos retoma o abstracionismo de definição geométrica. Publicou o texto “O material na obra de Arte: Mito e Preconceitos” (Jornal do Brasil, GB, 5 de Julho de 1969). Com o prêmio recebido no I Salão Global do
  • 14. Nordeste, viaja para Europa e Argélia a estudos em 75. De volta ao Brasil, leciona escultura na Universidade Federal da Paraíba. Ilustra o livro O diabo na Noite de Natal, de Osman Lins, e vários livros de sua própria autoria. 12. Raul Córdula Filho (Campina Grande PB 1943) Raul Córdula é artista plástico, curador e crítico de arte. Com mais de 50 anos de arte, seu repertório e poética é atravessado pela arte primitiva, o concretismo, neoconcretismo, arte experimental, arte engajada, arte postal e pop arte. Conhecido principalmente pela sua pintura geométrica, o artista nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 17 de abril de 1943. Filho do professor Raul Córdula,mudou-se com a família para o Rio de Janeiro -RJ em 1946. Ao regressar a Paraíba, primeiramente em Campina Grande em 1957, começa a pintar acompanhado de um grupo de adolescentes do qual participaram Flávio Bezerra de Carvalho, artista que morreu ainda criança, e Ney Suassuna. Um ano depois, a família fixa residência em João Pessoa-PB. Nesta época estudava desenho na Escola de Arte de Campina Grande com o professor Miranda e a professora Lourdes Almeida, em 1958. O ano de 1959 foi marcante para o jovem que deseja ser artista. Conhece os grupos de poetas e intelectuais proximos à vertente artística concretistae construtivista, conhece Jomard Muniz de Brito, tem contato com o texto emblemático publicado no Rio de Janeiro de Ferreira Gular, Teoria do Não Objeto, imediatamente ao seu lançamento. No Rio de Janeiro, estudou técnica de pintura com o professor Domenico Lazzarini no Museu de Arte Moderna e história da arte com professor Carlos Cavalcanti no Instituto de Belas Artes (atualmente Escola de Artes Visuais do Parque Lage), entre os anos de 1962 e 63. Assim como, teve orientações técnicas e teóricas nos ateliers de Adão Pinheiro (Olinda), Márcio Mattar (Rio de Janeiro), Iberê Camargo, Lygia Clarck e Hélio Oiticica (Rio de Janeiro). Anos 1960 A dinâmica das artes plásticas no eixo Rio-São Paulo se caracteriza pela consolidação de museus de arte e pelas polêmicas trazidase discursos narrativos trazidos pela Bienal de São Paulo. Uma ampliação do conceito de arte brasileira para arte internacional brasileira parece se esboçar com as defesas e recuos em relação a arte abstrata e o figurativismo, anos depois essas polêmicas serão sistemátizadas e teorizado por críticos e historiadores de arte. O Museu de Arte Moderna (MAM-RJ) se revelou como um espaço importante às manifestações de vanguarda, realizando mostras comoExposição Opinião 65, Exposição Nova Objetividade Brasileira, em 1967, Salão da Bússola em 1969 e Domingos de Criação em 1971. No Nordeste, surgem movimentos como o Movimento da Cultura Popular em Recife-PE, o Teatro Popular do Nordeste de Hermilio Borba Filho e Ariano Suassuna em João Pessoa-PB. Ainda na Paraíba, o Clube do Silêncio, a Geração 59 e o Grupo Snhauá foram movimentos responsáveis pelas mobilizações de vanguarda na época no meio cultural no início da décade de 60. Inicialmente formada por poetas, no decorrer de suas atividades outras categorias artísticas foram acrescidas, como: teatro, música, artes visuais e ciência. Raul Córdula, seu pai, diretor da Divisão de Documentação e Cultura (DDC), realizou uma série de eventos culturais viabilizando a atuação de artistas de várias linguagens. Raul Córdula Filho teve seu contato com o movimento por meio do Salão de Poesia, organizado pela DDC, em que ilustrava os poemas juntamente com Walmick Brito. Assim, foi na Geração 59 que o artista ressalta que “adquiriu a sua poética”.
  • 15. Marcado por esse panorama de efervescência cultural, Raul Córdula integrou o grupo que criou a Escola de Artes Plásticas Tomaz Santa Rosa, no Theatro Santa Roza, que posteriormente em 1963 foi absorvida pela Universidade Federal da Paraíba para formar o Serviço de Artes Plásticas do Departamento Cultural da Universidade Federal da Paraíba, núcleo da atual Pró Reitoria de Extensão Cultural. Como fruto das experiências no ateliê desta universidade, em 1960 acontece a primeira exposição individual do artista na Biblioteca Pública da Paraíba, João Pessoa-PB, apresentando 22 trabalhos. A partir desta data, logo participou dos seus primeiros salões de arte ainda na Paraíba. Posteriormente, o artista passa a morar no Rio de Janeiro, foi cenógrafo da TV Tupi (canal 6), realizou exposições em importantes galerias do sudeste brasileiro e recebeu premiações nos principais salões de arte do país na época, como o Salão Mineiro. Córdula volta a Paraíba com o principal intuito de criar o Museu de Arte Assis Chateaubriand, em Campina Grande, e formar o acervo da instituição por meio de campanhas com grandes empresários. Nesse retorno, inserindo este museu no circuito nacional de artes visuais, por meio de uma coleção de arte contemporânea de vanguarda, retoma a movimentação da produção artística local e funda a Associação Paraibana de Artistas Plásticos – APAP. Também no mesmo ano, a Reitoria da UFPB programou para sua galeria de arte, instalada no hall, uma série de exposições de artistas plásticos ligados ao seu Departamento Cultural. Nesta época, uma série de decretos foram emitidos no regime militar brasileiro nos anos posteriores ao Golpe Militar de 1964, havia um clima de tensão envolvido por censuras e repressões militares, e nesse contexto a exposição de Raul foi censurada por ordem do Conselho Universitário no dia seguinte à abertura. Depois da censura oficial, o governador da Paraíba, publicou nota no Jornal O Norte repudiando tal ato e oferece ao jovem qualquer dos espaços culturais da cidade que estavam sob tutala do estado. A mostra foi exposta no Theatro Santa Roza (João Pessoa). A convite de JOmard Muniz de Brito a exposição seguiu para a Oficina 154 (Olinda), e no Clube Carnavalesco Os Amantes das Flores (Recife). No vernissage da exposição da Oficina 154, o artista assina o II Manifesto Tropicalista – Inventário do Feudalismo Cultural Nordestino escrito por Jomard Muniz de Brito e lido por Gilberto Gil e Caetano Veloso, e assinado pelos artistas presente no Lançamento do livro de poesias de Marcos Vinicius de Andrade, Idolatina. Devido a censura o artista foi demitido da UFPB e transferiu-se para São Paulo, que trabalha como cenógrafo na TV Bandeirante (canal 13), e depois para o Rio de Janeiro. Anos 1970 Em tempos de exílio do nordeste Raul Córdula trabalha comocenógrafo da TV Globo (canal 4) até 1972, assim como, fez programação visual para várias empresas no Rio de Janeiro, entre elas a Rádio Ministério da Educação e Cultura. Em 1972, ao voltar para Paraíba, abre um Bar com um grupo de amigos, Asa Branca, ambientado por artistas. O Asa Branca se torna um espaço de exibição de produções culturais e artísticas, sendo marcante os espetáculos musicais independentes de Zé Ramalho, Vital Farias, Marconi Notaro e Carlos Aranha. Manteve um escritório de Programação Visual em João Pessoa, até 1975. Com a exposição censurada, o medo e a decepção encontrada na censura levou ao artista trilhar uma nova fase, fase que mais o consagrou. A pintura abstrata, a geometria dos triângulos, círculos, retângulos, bem como os rabiscos infantis, passam a potencializar aparatos simbólicos com os mais diversos significados. Nos anos 1970, ganha prêmios no 1º e 2º Salão de Arte Global de Pernambuco, realizado pela Rede Globo de Televisão. No ano seguinte, participa como curador, realizando o 3º Salão – O Artesanto e o Homem. Ainda em 1973, é inaugurado o novo edifício da Assembleia Legislativa em João Pessoa, o artista participa
  • 16. e integra o albúm da exposição em homenagem a inauguração, além de conceber um mural frontispício do edifício, construído em aço inox sobre mármore trave tino. Ao acompanhar seus passos é possívelentender a mudança entre a fase da pintura figurativa à produção do abstracionismo informal, depois a um abstracionismo geométrico, integrando-se a uma vertente polêmica da arte brasileira. Há uma ênface nesse período à pesquisa com a arte popular, destaca-se a viagem ao México para o 9º Conferência Mundial de Artesanato, como observador da Rede Globo de Televisão, World CraftCouncil (Conselho Mundial de Artesanato), ONG filiada a UNESCO na categoria A. Nessa viagem visita o ex-lider das Ligas Camposesas de Pernambuco, Francisco Julião que estava no exílio em Cuernavaca, México. Esta década também fica em evidência sua produção como agente cultural entre os estados de Pernambuco e Paraíba, onde montou em 1977 o Núcleo de Arte Popular e Artesanato (NAP) da Casa de Cultura de Pernambuco da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), cujo acervo é um dos núcleos do Museu do Barro, em Caruaru-PE. No ano seguinte, em 1978, integra o grupo de artistas que funda e coordena o Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) da Universidade Federal da Paraíba, retomando a esta universidade como professor das disciplinas História da Arte e Fundamentos da Linguagem Visual II nos cursos de Educação Artística e Arquitetura e Urbanismo do Departamento de Artes do CCHLA da UFPB. Anos 1980 Entre a década de 1970 e 1980 a trajetória de Raul Córdula apresenta um intenso fluxo de exposições em instituições culturais, bienais e festivais de arte. Sobretudo, vale salientar suas exposições em diversas galerias de arte - um circuito característico da geração dos anos 1980, o circuito do mercado de arte. Nesta década, o artista encontra-se em uma maturidade plástica, sendo considerado um dos mais importantes representantes do abstracionismo geométrico brasileiro, que sob o rótulo criado pela crítica de geometria tropical distanciando-se (argumento crítico) dos artistas construtivos-geométricos europeus. Nos anos 1980 uma nova configuração do mundo das artes começa a ser desenhada. Assim, neste novo desenho do circuito artístico, há a figura do curador um novo protagonista responsável por projetar ideias e construir discursos a partir da realidade da obra. Raul Córdula, que já tinha um trabalho na escrita crítica em artes visuais na imprensa paraibana e em diversas exposições, também participa como impulsionador do desenvolvimento da arte emergente por meio da curadoria. Pode-se destacar a sua entrada na Associação Brasileira de Críticos da Arte – ABCA e Associação Internacional de Críticos de Arte – AICA, e como diretor artístico e diretor técnico da Oficina Guaianases de Gravura, em Olinda, estas últimas funções assumidas até 1984. Não é apenas com o trabalho de crítica, pesquisa e gestão que sua atuação se torna mais abrangente, em 1982 produz uma série bem importante no seu percurso artístico, intitulada País da Saudade. Evidenciando mais uma vez sua linha política e experimental. A série País da Saudade de arte postal, convida o público a fazer leituras sobre o contexto sociopolítico da época. O artista enviava a amigos e artistas um papel em branco com um pedido carimbado “por favor, interfira e me devolva”. Nos anos 1980, o artista filia-se ao Partido dos Trabalhadores (filiado até hoje), e participa de uma exposição e leilão de suas obras com o intuito de contribuir com a campanha do então candidato a presidência Lula. A exposição e o leilão “Lula lá” teve apoio de diversos artistas do estado de Pernambuco. Anos 1990
  • 17. Com uma exposição comemorativa de 30 anos de atividades artísticas na Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), o artista inicia esta década dos anos 90 marcada por um fluxo de exposições nacionais e internacionais. Sobre estes deslocamentos, o artista conta sobre a véspera de sua viagem para sua exposição no Espaço Cultural da Embaixada do Brasil em Paris, em que viajaria com sua esposa ( a artista plástica Amélia Couto) e ainda não tinham conseguido dinheiro algum. Antes de sua ida, realiza anteriormente uma exposição comercial no Espaço Cultural Pallon (depois chamada de Galeria Pallon). Poderia ter sido apenas mais uma exposição comercial, mas o governador de Cabo Verde em visita ao Recife passou pela Galeria que tinha quadros na sua vitrine da Conselheiro Aguiar, e se encantou com um de seus quadros. O motorista estacionou e ele entrou na Galeria e comprou o quadro se desculpando porque só tinha dólar (U$ 2.000 cash). Tal acontecimento financiou parte da viagem a Paris. Situações como esta tão singular pode dizer pouco para um debate sobre sua inserção no mercado e valor de um obra de arte, mas evidencia uma imprevisibilidade da produção independente em artes visuais. Em 1992 foi responsável pela implantação, no Brasil, da Associação Cultural de Le HorsLá, de origem Marserlhesa, nas cidades de Recife, João Pessoa, Salvador e Curitiba. Esta associação já foi responsável por intercâmbios entre artistas brasileiros e franceses entre os anos de 1991 a 1997, promovendo mais de 30 eventos como exposições, instalações, trabalhos artísticos coletivos e debates sobre a mestiçagem comum às nossas cultura. Raul passa a ser referência não apenas pela sua produção artística, mas também por meio da sua produção de conhecimento em artes visuais. Há uma participação evidente na rede simbólica da produção contemporânea por meio de festivais, exposições e bienais, tais como: a comissão de Seleção e premiação da5ª Bienal Internacional de Esculturas delChaco na Argentina, membro da comissão de Seleção e Premiação do 4º Salão MAM Bahia de Artes Plásticas. Além de assumir a diretor de Desenvolvimento Artístico e Cultural da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC). Lança seu primeiro livro “Fragmentos: comentário sobre artes plásticas”, uma seleção de textos escritos pelo artista desde os anos 60 sobre a produção de diversos artistas, sobretudo na região do Nordeste. Publicação importante sobre as memórias e a história das artes visuais por meio de um registro singular das exposições: os textos. Sua obra pictórica passa a ser objeto de Tese (na época utilizava tal nomeclatura para o trabalho final do mestrado) de Mestrado na Escola de Belas Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro pela arquiteta e mestre em artes plásticas Eleine Bourdette, intitulado “Raul Córdula: 30 anos de pintura – de olho no mundo à sublime reconstrução do olhar”. Anos 2000 e atualidade A curadoria ganha um participação expressiva na produção desta década, potencializando assim discussões contemporâneas, demonstrando uma vontade de experimento e posicionamento crítico por meio deste “espaço de negociação”. Em 2000 é curador geral do 44º Salão Pernambucano de Artes Plásticas em Recife. Após dez anos de hiato sem ocorrencia do SPAP/PE, fundado em 1942, Raul Córdula propoe um Salão voltado para o público e não para o artista. Destaca-se uma atenção maior às práticas educativas do evento, preocupações estas sempre recorrentes nas atividades desenvolvidas pelo artista . Foi curador adjunto da exposição “Museu de Arte Assis Chateubriand – MAAC. Coleções do Brasil”. Em Brasília no Centro Cultural Banco do Brasil. Curador da exposição“A Pintta de Paisagem em Pernambuco”,
  • 18. no Centro de Convenções de Pernambuco, realizado pelas Tintas Iquine, em Recife. Curadoria na exposição “Arte&Linguagem: 40 anos de Arte Visual, no Museu do Estado de Pernambuco, também na cidade do Recife. Pela Galeria Arte Plural, participou como curador na exposição “A reinvenção de Samico”, na exposição “Derlon Almeida e Galo de Souza”, (com curadoria adjunta de Bárbara Collier), na exposição “Geometrias, gestos e grafias”, na exposição “A persistência da Paisagem Antônio Mendes”, na exposição “Maurício Arraes”, na exposição “Cabeça-retrato – Manuel Dantas Suassuna”, na exposição “Paraísos José Barbosa”, e na exposição “Florença/ Recife: pintura pura”. Curador na exposição “LE HORS-LÀ = 20 ANOS DE INTERCÂMBIO Brasil-França” junto com Dyógenes Chaves, na Usiina Cultural Energisa, no qual também organizou uma publicação sobre a Associação Le Hors-Lá. Nos últimos anos, o artista continua produzindo como artista plástico, curador e crítico de arte. O trabalho artístico recente foi exposto na galeria Janete Costa em 2012 em comemoração do seus 50 anos de produção na mostra “50 anos de arte: uma antologia”, que teve a curadoria em parceria com a jornalista Olívia Mindelo. A antologia propõe uma seleção de fases da obra do artista, apresentando um percurso visual em 9 séries e expos também seu livro de artista, nunca apresentado ao público anteriormente. Como crítico e escritor, em 2013 lança o livro “Utopia do Olhar” em Olinda e devido a esta publicação ganha o Prêmio Sergio Milliet, pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, em São Paulo. Sua obra pictória é objeto de estudo no Mestrado de Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba pelo pesquisador Sidney Leonardo Albuquerque de Azevedo, intitulado “A imagem da palavra na obra de Raul Córdula”. Como também, sua obra é objeto de pesquisa em andamento para a tese de doutorado da pesquisadora e escrita Jussara Salazar por meio do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Comentário Crítico No início da carreira, Raul Córdula realiza obras figurativas, e mantém diálogo com a arte pop e a nova figuração. O artista parte de desenhos infantis e sinais do meio urbano, como os de trânsito. Seu trabalho apresenta concisão de formas e cores, utilizando cada vez mais os signos e símbolos na construção de obras ligadas ao abstracionismo geométrico. A partir da década de 1980, explora as tensões e distensões da superfície articulada em planos triangulares, fase denominada pela crítica como “nova geometria”. Como nota o crítico Paulo Sérgio Duarte, em suas telas Córdula revela também uma ligação com a paisagem nordestina, que transparece no uso da paleta de tons luminosos que distingue sua produção. 13. Reynaldo de Aquino Fonseca (Recife 1925) Pintor, muralista, desenhista, gravador, ilustrador e professor. Frequentava como ouvinte a Escola de Belas Artes de Pernambuco em 1936, onde se torna aluno de Lula Cardoso Ayres (1910-1987), e fez curso de magistério em desenho. Em 1944 passa a residir no Rio de Janeiro e estuda com Candido Portinari por seis meses.Entre 1948 e 1949 esteve na Europa. É também um dos fundadores da SAMR, realiza viagem de estudos à Europa, em 48.Estuda gravura em metal com Henrique Oswald (1918-65) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, entre 49 e 51. Em 1966: O mundo de Reinaldo Fonseca é fechado, mas por isso mesmo, povoado de sonhos e de mitos (...) é um mundo oblíquo e dissimulado o desse pintor, que é bastante sábio e refinado para esmaltar sua
  • 19. cor em transparências que parece ter herdado dos nomes mais ilustres da tradição renascentista ou pré- renascentista e, ao mesmo tempo, bastante primitivo para se deslumbrar com isso, como qualquer homem do povo que se extasia com o “bem pintado”. E Valmir Ayala acrescentaria, no catálogo de sua mais recente exposição individual na galeria Bonino (GB, 1969): “Personagens, perspectivas, objetos, gestos, se sucedem para criar uma nítida visão do mundo – que se aliena da circunstância, na medida em que compreende a grandeza da fuga maior: a do milagre, da levitação, da faina familiar, do supra real, o descanso dos gatos, uma dança maliciosa de demonologia enraiada nas coisas que passam e se transformam”. Além da gravura, utiliza a aquarela e, predominantemente, a técnica de óleo sobre tela, apresentando produções figurativas. Em meados de 52, torna-se professor catedrático de desenho artístico na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Frequenta o ateliê Coletivo e realiza cursos de desenho. Em Recife, realiza mural para o Banco do Brasil, em 64. Volta a morar no Rio de Janeiro em 69, e retorna ao Recife na década de 1980. Ilustra, entre outros, o livro Pintura e Poesia Brasileiras, com poemas de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1980. Entre 1993 e 94 hove no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB)uma mostra retrospectiva de sua produção no Rio de Janeiro e em São Paulo Comentário crítico: Reynaldo Fonseca é um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, associação que propõe a ruptura com o sistema acadêmico de ensino e a criação de um amplo movimento cultural, abrangendo as áreas de educação, cultura, artes plásticas, teatro e música. Participa ainda do Ateliê Coletivo, em Recife, realizando cursos de desenho. Posteriormente afasta-se da “escola pernambucana de pintura” e da temática regional. O pintor mantém-se deliberadamente à margem das correntes artísticas que buscam renovar a arte no país. Com uma produção figurativa, realiza trabalhos em aquarela, gravura e principalmente em óleo sobre tela ou duratex. Revela grande domínio do desenho e o uso cuidadoso da gama cromática. Utiliza freqüentemente recortes de fotografias impressas em jornais e revistas, como inspiração para seus quadros. Mantém ao longo de sua carreira temas recorrentes, como as cenas familiares com crianças e animais, nas quais predomina um clima de sonho, inquietação e estranheza, que evoca o surrealismo e a pintura metafísica. O artista inspira-se em pinturas do primeiro Renascimento italiano e flamengo, também nos pintores primitivos norte-americanos dos séculos XVIII e XIX e nos surrealistas em geral. Como aponta Roberto Pontual, Reynaldo Fonseca concentra-se na armação de enigmas, a meio caminho entre o metafísico e o fantástico. A retomada da história da arte é realizada de forma paciente, e por vezes com uma parcela de ironia. 14. Wellington Virgolino (Recife 1929-1988) Pintor, gravador e escultor. Em 1950 passa a integrar a Sociedade de Arte Moderna do Recife e já no ano seguinte começou a participar do SPMEP, no qual recebeu menção honrosa em escultura (1955) e o primeiro e segundo prêmios de pintura (1960 e 1961). Em 1952 participa da fundação do Ateliê Coletivo. Expôs nas mostras Gravuras Brasileiras (organizada pelo Clube de Gravuras de Porto Alegre, em 1954); Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia,1963); Artistas do Recife (Ateliê de Arte Sacra da Igreja do Rosário, 1965); Seis Artistas de Pernambuco (Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1965) e Oficina Pernambucana (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, em 1967). Tomou parte ainda nas VI e VII Bienais de São Paulo (1961 e 1963), I BNAP (1966) e IV SAMDF (1967).
  • 20. Individualmente expôs nas galerias Astréia (São Paulo,1964), Rosenblit (1964) e Ônix (1965), as duas últimas no Recife. A seu respeito disse Walter Zanini, em 1967: “A raiz popularesca (...) amolda-se perfeitamente ao caráter simbólico e arcaizante de suas representações dominadas por um certo tema exposto com clareza e concisão, não obstante a avassalante presença dos motivos de preenchimento que movimentam e enriquecem todos os aspectos da composição. Na cor densa e ‘úmida’ transparece ainda a sensibilidade equatorial deste pintor que soube definir uma própria e instintiva fantasia poética”. 15. Wilton de Andrade Souza (Recife: 1933) Pintor, desenhista, gravador, escultor, tapeceiro, cenógrafo e cronista de arte. Autodidata. Além de ser premiado várias vezes SPMEP; Nos anos 50 estuda desenho e pintura com Reynaldo Fonseca (1925) e Abelardo da Hora. Faz parte da fundação do Ateliê Coletivo com Abelardo, Samico, Ionaldo, Ivan Carneiro, José Claudio, MariusLauritzen Bern, Wellington Virgolino e o Clube de Gravura do Recife 1952. Atua como presidente da Sociedade de Arte Moderna em 1964. Figurou nas mostras Gravuras Brasileiras (organizada pelo Clube de Gravuras de Porto Alegre e apresentada em países da Europa e da Ásia durante o ano de 1954); Civilização do Nordeste (Museu de Arte Popular da Bahia, 1963) e Artistas do Recife (Ateliê de Arte Sacra da Igreja do Rosário, Recife,1965), be, como na I BNAP (1966). Realizou exposições individuais na Galeria de Arte do Recife (1963) e no Museu de Arte Moderna da Bahia (1964). Apresentando, em 1965, na Galeria Bela Aurora do Recife, quinze monotipias, figurando telhados da capital pernambucana. Foi premiado como melhor cenógrafo de Pernambuco em 1963, pelos cenários criados para o espetáculo Da Lapinha ao Pastoril, Além dessas atividades lança álbuns de desenhos sobre frevo e Maracatu e cria a Galeria Itinerário em 1979. Dirige a Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães de 1981 a 1987 e atua como diretor do Museu Murilo Lagreca e vice-presidente da Escolinha de Arte do Recife em 1987. É membro da Academia de Artes e Letras no Recife e da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro. 16. Ypiranga Filho Ypiranga de Souza Dantas Filho Com formação em escultura na Escola de Belas Artes da Universidade o Recife (atual UFPE). Atuou ao mesmo tempo no Movimento de Artes das Ribeira em Olinda- PE. Parte de sua formação se deu em Brasília, Berlim, Paris o que possibilitou uma maior ampliação e atuação coletiva junto com os movimentos de grupos de arte dos quais fez parte. Formação Graduação: Curso Superior de Escultura1964 - 1969 Escola de Belas Artes. Universidade do Recife, atual UFPE. Outros Cursos e Estágios Estágio com Vicente do Rego Monteiro, Gráfica Piloto UnB, 1966 Artes Gráficas (Gastão de Holanda) UFPE, 1969
  • 21. Fotografia em Publicidade. Sindicato dos Artistas, Berlim 1974 Técnicas avançadas de imagem. Univ. Livre de Berlim. 1973-1974 História da Gravura – Ecoledu Louvre, Paris, 1975 Desenho Artesanal. OEA, Brasília, 1987. Grupos, Movimentos Movimento da Ribeira. Olinda, 1964-1965 Oficina 154. Olnda, 1966-1968 Atelier Garage, Escola de Artes, UFPE, 1968-1969 Arte Correio. 1975 -1977 Nedi – Núcleo Experimental de Desenho Industrial, DEC/UFPE, 1981 GAM-Grupo Aloísio Magalhães de Artes e Oficios. 1982-1998 Brigada Portinari. Recife, Caruaru, Catende-PE. 1986 EGO – Espaço da Gravura em Olinda. 2005-2007 Olinda Arte em Toda Parte. 2001 a 2007 e 2010 Ribeira, Arte e Ofícios. 2005-2008 Atuação Docente Curso Produção de papel artesanal e Técnicas de linoleogravura. Recife e Abreu e Lima/PE 1996-1997 Cursos e participação na fundação da Escola de Arte MurilloLa Greca, 1989-1990 Cursos Itinerantes: Gravura, Trabalhos em Metal, Objetos em Couro, Desenho Artesanal, Estamparia Artesanal e Serigrafia, em 13 cidades do Agreste e Sertão de Pernambuco, com a sua Oficina Móvel de Artes e Ofícios1986-1987 Cursos: Estamparia Artesanal em Tecido, Desenho, Técnicas de Pintura, Conservação e Restauração de Pintura: Re-entelamento. UFPE/DEC 1981-1983 Cursos: Arte Contemporânea, Escultura, Expressão Visual e Oficina de Artes Plásticas - Festival de Inverno UNICAP, 1978 a 1982. Educação Artística e Práticas Industriais - Rede pública estadual de Ensino, 1977-1979 Exposições individuais/semi-individuais 1969 Gravuras Oficina 154 Olinda 1969 Esculturas Galeria Ferro Velho Recife 1973 Kakfianas Gravuras Livraria Universitária UFPE Recife 1975Paulo Bruscky e Ypiranga - Exposição Hospitalar HAM Recife 1986 Instalação Arte em Transito Gal. Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães Recife 1987 Microsistemas Biológicos Copacabana Palace Rio de Janeiro 1995 Objetos Abjetos Jardins do DEC - Jardins da FACEPE 1996 EsculturasPatio de esculturas do Teatro do Parque Recife 1999 Ypiranga Gravuras Galeria Pequeno Formato DEC/UFPE Recife 2000 Orixás em FerroInstituto Histórico de Olinda
  • 22. 2001 Múltiplos Traços e Espaços MAC-PEOlinda 2002 OrixásMuseu da Abolição Recife 2003 José Barbosa e Ypiranga Filho, Galeria da Ribeira, Olinda 2014Impressões Paulo Dias-Suzana Azevedo-Ypiranga Filho. MEPE Recife Exposições Coletivas 1963I Coletiva de Artes Plásticas da Varanda Galeria Varanda Olinda 1964Primeira Exposição do Atelier da Ribeira Olinda 1964 a 196823o-27o Salões de Pintura/Seção Escultura Museu do Estado PE 1965I Salão Esso de Artistas Jovens Rio de Janeiro 1965I Semana de Arte da Cidade do Recife 1965 Arte Educacional Coop. Artes e Ofícios da RibeiraGaleria Ponte d´Uchoa Recife 1965 Coletiva de Inauguração Cooperativa de Artes e Ofícios da Ribeira Olinda 1965 Arte Popular do Rio Grande do Norte/Pintores do Nordeste Natal RN 1966 II Exposição de Arte Diretório Acadêmico de Veterinária UFRPE Recife 1967 Panorama da Arte Pernambucana I Jornada Odontológica da FOP Recife 1967 Exposição de Artes Galeria Sobrado 7 Olinda 1967 Feira de Arte da ACF Seminário de Olinda 1967 Arte Pernambucana UNICAP Recife 1967 Oito Artistas Pernambucanos Galeria da EMPETUR Recife 1967 Artistas do Recife Atelier de Arte Sacra Recife 1968 I Salão Nacional de Arte Universitária Belo Horizonte MG 1969 Concluintes da Escola de Artes da UFPE Teatro do Parque Recife 1970 Coletiva de Artes Instituto Yazigi Recife 1973 Gravuras. Galeria de Arte da EMPETURRecife 1969 II Bienal Nacional de Artes Plásticas Salvador BA 1973 I Exposição d´Arte no Chanteclair Recife 1973 Movimento de Arte e Pesquisa do MAP Museu do Estado PE Recife 1975 Coletiva de Abertura Livraria Síntese Recife 1975 Exposição Internacional de Arte Postal Org.: Paulo Bruscky e Ypiranga Filho 1975 29o Salão de ArteMuseu do Estado PE – Escultura Recife 1978 I Exposição Internacional de Sonhos. I Festival de Inverno da UNICAPRecife 1978 I Mostra da MinigaleriaL´Oeuvre Recife 1979 Coletiva II Festival de Inverno da UNICAP Recife 1979 I Sessão de Pintura Falada do Recife Depósito Varejão Recife 1979 I Exposição Internacional de Arte Correio. II Festival de Inverno UNICAP Recife 1980 Mostra de Esculturas MAC PE Olinda 1981 Coletiva de Maio Galeria de Arte Vila Rica Recife 1981 Coletiva no Gláuco- Uma Exposição sem Regime Recife 1981 I Salão Aberto de Artes Plásticas AAPP Recife 1981 Grande Leilão 81 Galeria 3 Galeras Olinda 1981 34o Salão de Artes Plásticas de PE Museu do Estado Recife
  • 23. 1981 Mostra de Arte - Greve Docentes UFPE Livro7 Recife 1981 I Exposição Internacional de Art-Door Ruas do Recife PE 1982 Panorama de Arte Atual em Pernambuco Prefeitura da Cidade do Recife 1983 Escultores Pernambucanos MAC / PE Olinda 1983 I Exposição de Arte Belém do São Francisco Oasis Club de Belém PE 1983 Exposição de Livros de Artistas Brasileiros Biblioteca Central UFPE Recife 1984 Arte Xerox Brasil Pinacoteca do Estado de São Paulo SP 1984 Exposição de Artes e Ofícios, Grupo Aloísio Magalhães DAC/UFPE Recife 1984 I Leilão de Artes Plásticas da CAS Palácio do Campo das Princesas Recife 1984 Exposição Coletiva de Artistas da Iputinga Recife 1984 VI Mostra de Gravura Panamericana Curitiba Paraná 1985 Objeto de Interferência 1 MAC-Pernambuco Olinda 1985 Objeto de Interferência 2 Grande Galeria do Palácio das Artes Belo Horizonte 1985 I Mostra de Arte Abstrata DAC/UFPE Galeria MurilloLa Greca Recife 1985 Arte Correio/Encontro com a Arte e a Cultura Pernambucana. Mainz Alemanha 1985 Arte em Tapume Mural Itau AAPP e Banco Itau Recife 1985 Escultura, Mostra de Arte do Recife Teatro Sta Izabel Recife 1985 Baldini, 21 Anos de Universidade DAC/UFPE Recife 1986 Capas Pernambucanas. Galeria Lula Cardoso AyresRecife 1986 Arte em Faixa: Homenagem da AAPP - 449 anos do Recife Centro Histórico do Recife 1986 I Panorâmica Pernambucana de Esculturas e do Objeto Galeria Lula Cardoso Ayres Recife 1986 Mostra Internacional de Arte Correio/Arte e Cia. FCCR-AAPP Gravatá PE 1986 Escultura na PraçaPraça de Casa Forte Fundação de Cultura da Cidade do Recife 1986 Escultura na PraçaPraça do Derby. Fundação de Cultura da Cidade do Recife. 1986 Escultura na PraçaPraça da República. Fundação de Cultura da Cidade do Recife 1986 Papel Brasil Oficina Guaianases de Gravura Olinda 1987 Coleção de Miniquadros de Elias Dimenstein Galeria Officina Recife 1987 Desenho. 3a Mostra de Artes Plásticas sobre o Imaginário. Gal.MassanganaRecife 1987 Exposição de Arte Popular, Cartões UNICEF. Palácio do Campo das PrincesasRecife 19873 Mostra de Artes Plásticas sobre o Imaginário. Galeria Massangana, FundajRecife 1988 Esculturas de Carnaval Espaço de Esculturas Abelardo da Hora Recife 1989 Ultima Exposição de Bichos Empalhados Alpha Colégio Recife 19892 Mostra de Arte Abstrata / Pintura. Galeria MurilloLaGreca / DEC / UFPE Recife 1989 Leilão de Arte “Lula lá” Grande Hotel Recife 1990 III Mostra de Arte Abstrata. DEC/UFPE Gal. Metropolitana Aloísio Magalhães Recife 1990 I Exposição Nacional de Dinheiro do Artista. Espaço Passárgada Recife 1990 Coletiva do 1o Festival de Inverno de Garanhuns, PE 1995 Quarta Arte no Metrô Estações de Metrô Recife 1995 Exposição Coletiva ARIA - Espaço de Dança e Arte Jaboatão dos Guararapes 1996 Escultura. Inauguração do Parque das Esculturas Teatro do Parque Recife 1997 Esculturas. Parque de Esculturas do Shopping Center Recife 1997 Exposição Fundadores da Ribeira. Reabertura da Galeria de Arte Ribeira Olinda 1997 Cerâmica Negra. Ypiranga Filho e Alunas Sala Baltazar da Câmara DEC- UFPE Recife
  • 24. 2000 Situações Arte Brasileira Anos 70 Itaú Cultural Casa França-Brasil Rio de Janeiro 2000 Os Multimeios: do Futurismo à Contemporaneidade ABA ArtGalery Recife 2001 Arte em Toda Parte Espaço Eufrásio Barbosa Olinda 2001 Meio Século de História. Instituto Histórico de Olinda 2001 Arte em Toda Parte Pátio Externo do MAC Olinda 2001 Marginália 70. O Experimentalismo no Super-8 Brasileiro. Itaú Cultural Mostra Itinerante 2001 Evoé 2002 Homenagem a Nelson Ferreira Espaço Cultural Apolo Recife 2002 A Torre do Tempo /Atelier Ribeira 45o Salão Pernambucano de Artes Plásticas 2002 Coletiva de Varão Atelier Coletivo Olinda 2002 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda 2002 Coletivo Oficina Móvel Olinda 2003 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda 2004 Gravuras. Coletiva de Inauguração da Galeria Ribeira Arte e OfícioOlinda 2004 Movimento da Ribeira 40 Anos. Galeria da Ribeira Olinda 2004 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda 2005 Arte em Toda Parte Espaço Eufrasio Barbosa Olinda 2005 Coletiva Consulte – Galeria Mali Villas-Boas - São Paulo/SP 2006 Visões de Olinda Consulado do Uruguai Olinda 2006 Volumes e Relevos Galeria Ribeira Arte e Ofício Olinda 2007 Ariano Suassuna e seus Personagens Museu do Homem do Nordeste Recife 2007 Anos 70 Arte como Questão Instituo Tomie Othake São Paulo 2010 Os Fundadores e Seus Herdeiros. Galeria Prefeitura Municipal de Olinda 2011 Pernambuco em Miniquadros. Centro Cultural Correios, Recife-PE 2011 8ª BIENNALE Internazionale D’Arte Contemporanea. Firenze, Itália. 2012 Mapas de Influências. Oficina Cultural Oswald de Andrade – São Paulo/SP 2012 Mapas de Influencia. Museu do Estado, Recife-PE 2013 Leilão de Artes Braz Marinho. MAMAM, Recife 2014 Pernambuco Experimental, MAR-Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro Sobre o Artista Vídeos Objeto Abjeto (Marco Hanois 2004, 12 min.) Prêmios: 45º Salão de Artes de Pernambuco, 2003 (Roteiro); VI Festival de Vídeo de Pernambuco, 2004 (1º premio); II Panorama Recife/ Documentário, 2005. Ribeira das Artes (Mariana Lira, Milena Evangelista e Sildelane Marques, 2005, 10 min.) UNICAP. Recife, 2005 Textos José Cláudio. Gravadores e Papeleiros. Revista Continente. No. 161. Maio 2014. Matéria Corrida pp 86-87
  • 25. Raul Córdula. Traduzindo Ypiranga (Movimento da Ribeira. Adão Pinheiro, Ypiranga, José Barbosa) . In: Utopia do Olhar 2013 pp 43-55 Juliana Barreto. De Montmartre nordestina a mercado persa de luxo: o Sitio Histórico de Olinda e a participação dos moradores na salvaguarda do patrimônio cultural. Dissertação, Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Urbano, UFPE, Recife 2008. 212 pp. Ana Lúcia de França S. Reis &Rosilda Silva Ferreira. A Religião na Arte de Ypiranga Filho. Monografia, Universidade Federal Rural de Pernambuco Recife 200458pp Joaquim Falcão. A Comunidade como Patrimônio. Catálogo, Olinda Arte em Toda Parte, 2ª Edição Olinda/PE 2002. Virgínia Collier Mendonça. Bate papo com o artista. / Múltiplos Traços e Espaços. MAC Olinda. 5 de setembro de 2001. Raquel Rangel Bastos. O Mercado da Ribeira. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Universidade Federal de Pernambuco. Recife 1992. Adão Pinheiro, Às Margens Plácidas. 1987 Jaci Bezerra, coordenador. Álbum do Recife. Prefeitura da Cidade do Recife 1987 (Reprodução de gravura e CV resumido). Rocha Pita, Danielle Perin. Arte e Simbolismo em Pernambuco. Fundação Joaquim Nabuco. Centro de Pesquisas sobre o Imaginário. Recife 1987. José Cláudio da Silva. Tratos da Arte de Pernambuco. Recife, Governo do Estado. 1984. 64 p. Olimpio Bonald Neto. Cultura, Turismo e Tempo. Fruição do intangível. Recife 1983 Imprensa Escrita Bruna Cabral. Um trio gravado no MEPE. Caderno C Jornal do Commercio, 15.05.2014 Renato Contente. A arte da Reutilização em mostra coletiva. Folha de Pernambuco 14.05.2014 Luiza Maia. Orixás a caminho de Florença. Diário de Pernambuco, 27.11.2011 Bruna Cabral. O Artista do dedo verde. Persona/Ypiranga Filho. Caderno Arrecifes. Jornal do Commercio. 08.01.2012.
  • 26. Revista Armazém15. Pernambucano Ypiranga Filho expõe na VIII Bienal de Arte Contemporânea de Florença. Revista Armazém15. 03.12.2011 Eduardo Amorim. Do lixo ao luxo de Florença. Jornal do Commércio. Recife 27 de novembro de 2011 Eduardo Amorim. O Ateliê que deu nova vida a Olinda. Jornal do Commércio. Recife, 23 de novembro de 2011 Julio Cavani. Atelier olindense inaugura coletiva. Diário de Pernambuco, Caderno Viver C4 21/09/2006 Cristiano Vasconcellos. Programação paralela com exibição de vídeo. Folha de Pernambuco 28/09/2006. Diário de Pernambuco. Artistas pedem alteração em lei municipal. Diário de Pernambuco/ Vida Urbana. Recife/PE 5 de fevereiro 2006. Isabelle Barros. Duas exposições agitam Olinda. Folha de Pernambuco. 21.09.2006. Alan Luna. A pintura que une Olinda. Jornal do Commercio 25.08.2006 Cristiano Vasconcellos. Programação paralela com exibição de vídeo. Folha de Pernambuco 28/09/2006. Olívia Mindêlo. Procissão chama atenção para Arte. Jornal do Commercio 08.11.2005 Júlio Cavani. Um Eterno Inventor de Imagens. Diário de Pernambuco, Recife, 04 de agosto de 2004. Jornal de Olinda. Ypiranga Filho. Jornal de Olinda Ano II No.7 Março 2004. Olívia Mindêlo. Cada um tem seu jeito de fazer arte. Jornal do Cemmércio, Caderno C. 25 de novembro 2004. Carol Almeida. Vídeo sobre Ypiranga Filho resgata Movimento da Ribeira. Jornal do Commércio. Recife 04 de agosto de 2004. Diana Moura Barbosa e Rafael Guerra. Continente –Documento No. 27 Companhia Editora de Pernambuco - CEPE. Recife/PE Novembro 2004. Júlio Cavani. Olinda resgata tradição da gravura. Diário de Pernambuco,Recife 23 de dezembro de 2003. Diário de Pernambuco. Orixás de Ypiranga chegam ao Museu. DP/ Caderno Viver Recife/PE 12 de setembro 2002.
  • 27. Jornal do Comércio. Ypiranga e Mendes expõem no MAC. JC, Caderno C, 5 de setembro de 2001. Diário de Pernambuco. Duas vertentes da Arte no MAC.. DP, Caderno Viver. Recife. 5 de setembro de 2001. Fábio Araújo. Universo do Candomblé pelas mãos de Ypiranga. Diário de Pernambuco/Caderno Viver. 29.11.2000. Jornal do Commercio. Ypianga Filho mostra seus Orixás. JC 30.11.2000 Jornal do Commércio. Mestre Ypiranga entre discípulos. JC, Caderno C.Recife 10 de outubro 1999. Valdi Coutinho. Um novo espaço para as artes. Diário de Pernambuco 09.10.1997 Flávia de Gusmão Belas Artes: a escola que fez a cabeça de gerações. Jornal do Commércio 22.03.1992 Flávia de Gusmão. Artistas abrem as torneiras da Imaginação. Jornal do Commercio 22.04.1990 Andréa Moreira. Oficina Móvel – Artes e Ofícios na bagagem. Edição de Arte. Recife maio 1989. Patrícia Raposo. A Oficina das 1.001 criações Folha de Pernambuco 22.03.1989 Jornal Cidade,Garanhuns. Artistas despertam vocações para as artes. 17.01.1987 Diário da Manhã. Professores são reparados para núcleo. Diário da Manhã 04.12.1987 Diário de Pernambuco Curso de Arte tem sucesso no Interior. Diário de Pernambuco 02.08.1986 Fernanda d’Oliveira A tarefa de refazer a arte ganha adeptos em Pernambuco. Diário de Pernambuco, Dezembro 1985. Jornal do Commércio Exposição de Xilogravura. Artistas pernambucanos têm um lugar reservado. Jornal do Commércio 01.08.1985 Diário de Pernambuco Oficina de Arte será gerida por artistas Diário de Pernambuco 12.10.1981 Celso Marconi. As multi-presenças de Ypiranga Filho. Jornal do Comércio, Caderno C. Recife 15 de fevereiro 1976. Ana Maria Guimarães Ypiranga Filho, um artista aparentemente tranquilo, Diário de Pernambuco 30.05.1976 Jornal do Commércio Empetur faz Exposição de Gravuras. Jornal do Commércio 27.05.1973
  • 28. Diário de Pernambuco Empetur reabre galeria. Diário de Pernambuco 08.04.1973 Celso Marconi. Gravuras Kafkianas de Ypiranga na Oficina 154. Jornal do Commércio, Caderno C. Recife 1969. Diário de Pernambuco. Ypiranga Filho inaugurou, com suas esculturas, a mais nova galeria do Recife: Ferro Velho. Diário de Pernambuco 02.11.1969 Ney Lopes de Souza. Em Olinda e Recife nasce Arte de Pernambuco. Jornal do Commercio, Recife/PE 08.02.1966 José Cláudio. 1965: Ano da Pintura. Jornal do Commércio, Recife/PE 09.01.1966 Lea Vinocur. Liberdade de Artistas em Mercado de Escravos. Jornal do Commércio, Ano XLVI No. 60. 14.03.1965 Ladjane Bandeira. Arte – Ladjane. Jornal do Comércio, Recife/PE 11.06.1965 Ariano Suassuna. Diário de Pernambuco, Recife/PE 1965 (?) Olimpio Bonald Neto. Réquiem para Olinda. Jornal do Commércio, Recife/PE. 07.08.1965 Ladjane Bandeira. Movimento Artístico em Natal. Jornal do Commércio, Recife/PE. 06.02.1965. Diário de Pernambuco. Será fundada em Olinda Cooperativa dos Artistas do Mercado da Ribeira. Diário de Pernambuco Recife/PE 25.12.1964. Jornal do Commércio – Cangaceiro Moderno. JC, Recife /PE 13.12.1964 Jornal do Commércio – Festas do Natal foram muito concorridas em Olinda e em Garanhuns/ Luzes de Olinda. Jornal do Commeércio. Recife/PE 27.12.1964 Jornal do Commércio. Amanhã, em Olinda. JC. Recife/PE 14.11.1964 Jornal do Commércio. XXIII Salão de Pintura do Museu do Estado. Jornal do Commercio, Recife/PE 09.09.1964.