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INTERPRETAÇÃO E ELABORAÇÃO DE ANÁLISE
ESTATÍSTICA
JULIANO RICARDO RESENDE
ZOOTECNISTA
MONITOR DE PASTAGEM DE 2001 A 2004
juliano@consupec.com.br
O que é e para que serve a análise
estatística
A estatística é um ramo da matemática que permite obter
conclusões a partir de dados observados e nos métodos
científicos para coleta, organização, resumo, apresentação,
análise e interpretação dos dados amostrais.
Em um trabalho de pesquisa, avaliou-se o efeito de
diferentes vermífugos em bovinos, cujos resultados foram:
TRATAMENTOS MÉDIAS
PRODUTO 1 183,14
PRODUTO 2 186,90
TESTEMUNHO 187,33
PRODUTO 3 188,38
PRODUTO 4 188,57
PRODUTO 5 190,85
PRODUTO 6 193,80
PRODUTO 7 193,80
O QUE VOCÊ CONCLUI COM ESSES RESULTADOS?
Em um trabalho de pesquisa, avaliou-se o efeito de
diferentes vermífugos em bovinos, cujos resultados foram:
NÃO HOUVE DIFERENÇA SIGNIFICATIVA ENTRE
OS TRATAMENTOS AVALIADOS
TRATAMENTOS MÉDIAS RESULTADO DO TESTE
PRODUTO 1 183,14 a
PRODUTO 2 186,90 a
TESTEMUNHO 187,33 a
PRODUTO 3 188,38 a
PRODUTO 4 188,57 a
PRODUTO 5 190,85 a
PRODUTO 6 193,80 a
PRODUTO 7 193,80 a
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
Como analisar uma pesquisa e saber se os
dados são ou não consistentes:
RESUMO – Relata parte de cada tópico do trabalho
INTRODUÇÃO – Apresentar um rápido histórico do tema,
evidenciando o problema que foi pesquisado. Terminar a seção
apresentando os objetivos do trabalho
MATERIAL E MÉTODOS – Apresentar a metodologia empregada
na pesquisa
RESULTADOS E DISCUSSÃO – Destacar os principais resultados,
comparando com outros trabalhos semelhantes
CONCLUSÕES – Apresentar as principais conclusões (em frases
curtas)
Como analisar um trabalho e saber se os dados
são ou não consistentes:
MATERIAL E MÉTODOS – Apresentar a
metodologia empregada na pesquisa.
Nesta seção você consegue perceber se o trabalho teve ou não algum furo na metodologia, e com isso determinar a confiabilidade
dos resultados apresentados.
Trabalho avaliando o efeito de diferentes
vermífugos:
MATERIAL E MÉTODOS
Furos:
* Este trabalho foi desenvolvido na área experimental x, no período de janeiro de 2003 a março de 2003 (3 meses).
* Durante a avaliação, houve um ataque de lagarta na área dos tratamentos 1, 2 e 4, porém após três dias foi feito o controle.
* Cada tratamento recebeu 3 animais zebuinos (repetições) com idade de 8 a 12 meses.
CONCLUSÃO
Não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados
Trabalho avaliando o efeito de diferentes
vermífugos:
MATERIAL E MÉTODOS
Consistência na metodologia:
* Este trabalho foi desenvolvido na área experimental x, no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2004 (1 ano), com um período anterior de 30 dias para adaptação dos animais.
* Cada tratamento recebeu 10 animais zebuinos com idade de 8 a 9 meses, peso variando de 210 a 220 kg, distribuidos por sorteio em cada tratamento.
CONCLUSÃO
Não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
Para que serve a repetição
Um tratamento deve aparecer mais de uma vez no experimento (em
mais de uma parcela).
Repetição 1
Repetição 2
Tratamento 1 Repetição 3
Repetição 4
Repetição 5
Funções:
1 – Fornecer estimativa do erro experimental
2 – Diminuir o erro experimental
3 – Reduz o erro padrão da média do tratamento
Para que serve a repetição
Existe um consenso geral que na experimentação, cada tratamento
deve ter no mínimo três repetições.
O experimento deve ter no mínimo 20 parcelas com 10 GL do
resíduo.
R1 R2 R3
R1 R2 R3
R1 R2 R3
Experimento com 3 tratamentos, 3 repetições e 9 parcelas
experimentais
Quadro de análise de variância
Experimento:
Avaliar o efeito da época dentro de dois anos na capacidade de
suporte de uma pastagem:
Anos: 2004 e 2005
Épocas: Primavera, Verão, Outono, Inverno
Repetições: três meses para cada estação
Observações: 2 x 4 x 3 = 24 (> 20)
GLTotal = Número de observações – 1 (24-1 = 23)
GL resíduo = GL total – GL ano (23 – 1 = 22) (> 10)
Como apresentar uma tabela contendo os
resultados de sua pesquisa:
TRATAMENTOS MÉDIAS RESULTADO DO TESTE
PRODUTO 1 183,14 a
PRODUTO 2 186,90 a
TESTEMUNHO 187,33 a
PRODUTO 3 188,38 a
PRODUTO 4 188,57 a
PRODUTO 5 190,85 a
PRODUTO 6 193,80 a
PRODUTO 7 193,80 a
CV (%) 45,0
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
Tabela 1 – Efeito do uso de diferentes vermífugos no desempenho
animal, medido em ganho de peso (kg)
Para que serve o Coeficiente de Variação (CV)
Indica a precisão do experimento ou o desvio médio em
relação a média. Quanto menor for o CV, mais preciso será
os resultados do experimento.
A variação ocorre por duas razões:
1 – Em função da variação dos próprios animais (genética)
2 – Em função da falta de uniformidade na condução do
experimento (diferença de luz, temperatura, erro na
distribuição, pastagem, etc.)
Uma alternativa para validar o resultado de um experimento
cujo CV foi alto (12%) é através da comparação com outro
experimento.
Para que serve o coeficiente de variação (CV)
NOTE QUE O CV ESTÁ BAIXO, O QUE DEMONSTRA CONSISTENCIA NOS RESULTADOS
30,5 c
OBS: A letra “A” deve ser atribuída ao maior resultado 31,6 b
33,7 a
PRIMÍPARAS PLURÍPARAS
TRATAMENTOS PESO AO PESO À PESO AO PESO À
NASCER DESMAMA NASCER DESMAMA
MINERAL 1 33,41 A 159,35 B 32,82 B 168,21 A
MINERAL 2 32,59 B 168,74 A 33,96 A 163,95 A
CV (%) 8,45 14,29 8,11 12,77
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
CV = Coeficiente de variação
Para que serve o coeficiente de variação (CV)
NOTE QUE O CV ESTÁ ALTO, O QUE DEMONSTRA INCONSISTENCIA NOS RESULTADOS.
SUGERE-SE QUE ESTE TRABALHO SEJA COMPARADO A OUTRO
Tratamentos Médias Resultados do teste
---------------------------------------------------------------------------------------
MOMBAÇA 5.31 b
TANZANIA 6.91 a
---------------------------------------------------------------------------------------
CV (%) – 25,1
Para que serve a repetição
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ANO 1 15.36 15.36 6.165 0.0211
erro 22 54.81 2.491
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 23 70.17
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 25.81
Média geral: 6.116 Número de observações: 24
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Para validar um experimento, vimos:
1 – As médias precisam ser comparadas por algum teste
estatístico.
2 – Não pode apresentar furos de metodologia
3 – Não pode apresentar alto CV
4 – Deve apresentar mais de três repetições por tratamento
5 – Deve ter no mínimo 20 parcelas experimentais
6 – O GL resíduo deve ser maior que 10
7 – O resultado deve ser comparado com outros trabalhos
Programas para análise estatística
Existem vários programas que fazem análise estatística, porém
vamos trabalhar com o SISVAR. Este programa é de autoria de
Prof. Dr. Daniel Furtado Ferreira, Departamento de Ciências
Exatas, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG.
Caixa Postal 37, CEP: 37200-000. E-mail: danielff@ufla.br.
Exemplo 1:
Vamos avaliar o efeito do uso de seis vermífugos em bovinos na
região semi-árida
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 1 Peso Inicial Peso Final Diferença
103 Repetição 1 324 522 198
58 Repetição 2 296 516 220
49 Repetição 3 318 514 196
158 Repetição 4 298 514 216
96 Repetição 5 274 508 234
141 Repetição 6 332 506 174
56 Repetição 7 294 502 208
99 Repetição 8 308 498 190
59 Repetição 9 270 496 226
89 Repetição 10 306 496 190
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 2 Peso Inicial Peso Final Diferença
93 Repetição 1 310 540 230
67 Repetição 2 332 516 184
137 Repetição 3 296 502 206
154 Repetição 4 294 498 204
105 Repetição 5 302 492 190
143 Repetição 6 306 490 184
66 Repetição 7 326 488 162
20 Repetição 8 304 482 178
122 Repetição 9 282 478 196
77 Repetição 10 286 474 188
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 3 Peso Inicial Peso Final Diferença
70 Repetição 1 298 522 224
50 Repetição 2 302 510 208
153 Repetição 3 300 510 210
21 Repetição 4 294 504 210
26 Repetição 5 284 502 218
157 Repetição 6 308 502 194
40 Repetição 7 310 498 188
23 Repetição 8 292 496 204
92 Repetição 9 322 496 174
5 Repetição 10 266 494 228
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 4 Peso Inicial Peso Final Diferença
144 Repetição 1 310 532 222
147 Repetição 2 328 512 184
24 Repetição 3 300 508 208
160 Repetição 4 320 500 180
107 Repetição 5 298 488 190
118 Repetição 6 304 486 182
134 Repetição 7 294 478 184
108 Repetição 8 282 468 186
152 Repetição 9 278 466 188
44 Repetição 10 294 464 170
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 5 Peso Inicial Peso Final Diferença
29 Repetição 1 314 548 234
53 Repetição 2 328 526 198
88 Repetição 3 290 516 226
86 Repetição 4 302 504 202
121 Repetição 5 320 500 180
73 Repetição 6 300 494 194
145 Repetição 7 308 480 172
94 Repetição 8 322 476 154
111 Repetição 9 298 476 178
19 Repetição 10 272 474 202
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 6 Peso Inicial Peso Final Diferença
119 Repetição 1 320 542 222
139 Repetição 2 330 512 182
71 Repetição 3 302 508 206
126 Repetição 4 286 492 206
142 Repetição 5 276 492 216
63 Repetição 6 318 490 172
97 Repetição 7 294 490 196
10 Repetição 8 282 488 206
18 Repetição 9 282 488 206
43 Repetição 10 296 488 192
Exemplo 2:
Vamos avaliar o efeito da estação do ano sobre a taxa de acúmulo
de forragem durante dois anos de avaliação
ANO ESTAÇÃO REPETIÇÃO GP
2004 PRIMAVERA 1 97,0
2004 PRIMAVERA 2 107,4
2004 PRIMAVERA 3 113,6
2004 VERÃO 1 96,8
2004 VERÃO 2 104,0
2004 VERÃO 3 96,6
2004 OUTONO 1 105,5
2004 OUTONO 2 89,4
2004 OUTONO 3 65,5
2004 INVERNO 1 57,7
2004 INVERNO 2 66,7
2004 INVERNO 3 71,4
Resultado de campo
Exemplo 1:
Vamos avaliar o efeito da estação do ano sobre a taxa de acúmulo
de forragem durante dois anos de avaliação
ANO ESTAÇÃO REPETIÇÃO GP
2005 PRIMAVERA 1 100,1
2005 PRIMAVERA 2 95,3
2005 PRIMAVERA 3 105,5
2005 VERÃO 1 89,5
2005 VERÃO 2 71,5
2005 VERÃO 3 67,7
2005 OUTONO 1 90,3
2005 OUTONO 2 86,2
2005 OUTONO 3 43,8
2005 INVERNO 1 42,8
2005 INVERNO 2 38,9
2005 INVERNO 3 61,1
Resultado de campo
OBRIGADO
ALGUMAS BIBLIOGRAFIAS:
Estatística aplicada à experimentação animal – Sampaio, 1998
Curso de estatística experimental – Pimentel Gomes, 2000
Caderno da matéria estatística experimental ministrada na FAZU

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Avaliação estatística

  • 1. INTERPRETAÇÃO E ELABORAÇÃO DE ANÁLISE ESTATÍSTICA JULIANO RICARDO RESENDE ZOOTECNISTA MONITOR DE PASTAGEM DE 2001 A 2004 juliano@consupec.com.br
  • 2. O que é e para que serve a análise estatística A estatística é um ramo da matemática que permite obter conclusões a partir de dados observados e nos métodos científicos para coleta, organização, resumo, apresentação, análise e interpretação dos dados amostrais.
  • 3. Em um trabalho de pesquisa, avaliou-se o efeito de diferentes vermífugos em bovinos, cujos resultados foram: TRATAMENTOS MÉDIAS PRODUTO 1 183,14 PRODUTO 2 186,90 TESTEMUNHO 187,33 PRODUTO 3 188,38 PRODUTO 4 188,57 PRODUTO 5 190,85 PRODUTO 6 193,80 PRODUTO 7 193,80 O QUE VOCÊ CONCLUI COM ESSES RESULTADOS?
  • 4. Em um trabalho de pesquisa, avaliou-se o efeito de diferentes vermífugos em bovinos, cujos resultados foram: NÃO HOUVE DIFERENÇA SIGNIFICATIVA ENTRE OS TRATAMENTOS AVALIADOS TRATAMENTOS MÉDIAS RESULTADO DO TESTE PRODUTO 1 183,14 a PRODUTO 2 186,90 a TESTEMUNHO 187,33 a PRODUTO 3 188,38 a PRODUTO 4 188,57 a PRODUTO 5 190,85 a PRODUTO 6 193,80 a PRODUTO 7 193,80 a Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
  • 5. Como analisar uma pesquisa e saber se os dados são ou não consistentes: RESUMO – Relata parte de cada tópico do trabalho INTRODUÇÃO – Apresentar um rápido histórico do tema, evidenciando o problema que foi pesquisado. Terminar a seção apresentando os objetivos do trabalho MATERIAL E MÉTODOS – Apresentar a metodologia empregada na pesquisa RESULTADOS E DISCUSSÃO – Destacar os principais resultados, comparando com outros trabalhos semelhantes CONCLUSÕES – Apresentar as principais conclusões (em frases curtas)
  • 6. Como analisar um trabalho e saber se os dados são ou não consistentes: MATERIAL E MÉTODOS – Apresentar a metodologia empregada na pesquisa. Nesta seção você consegue perceber se o trabalho teve ou não algum furo na metodologia, e com isso determinar a confiabilidade dos resultados apresentados.
  • 7. Trabalho avaliando o efeito de diferentes vermífugos: MATERIAL E MÉTODOS Furos: * Este trabalho foi desenvolvido na área experimental x, no período de janeiro de 2003 a março de 2003 (3 meses). * Durante a avaliação, houve um ataque de lagarta na área dos tratamentos 1, 2 e 4, porém após três dias foi feito o controle. * Cada tratamento recebeu 3 animais zebuinos (repetições) com idade de 8 a 12 meses. CONCLUSÃO Não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados
  • 8. Trabalho avaliando o efeito de diferentes vermífugos: MATERIAL E MÉTODOS Consistência na metodologia: * Este trabalho foi desenvolvido na área experimental x, no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2004 (1 ano), com um período anterior de 30 dias para adaptação dos animais. * Cada tratamento recebeu 10 animais zebuinos com idade de 8 a 9 meses, peso variando de 210 a 220 kg, distribuidos por sorteio em cada tratamento. CONCLUSÃO Não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
  • 9. Para que serve a repetição Um tratamento deve aparecer mais de uma vez no experimento (em mais de uma parcela). Repetição 1 Repetição 2 Tratamento 1 Repetição 3 Repetição 4 Repetição 5 Funções: 1 – Fornecer estimativa do erro experimental 2 – Diminuir o erro experimental 3 – Reduz o erro padrão da média do tratamento
  • 10. Para que serve a repetição Existe um consenso geral que na experimentação, cada tratamento deve ter no mínimo três repetições. O experimento deve ter no mínimo 20 parcelas com 10 GL do resíduo. R1 R2 R3 R1 R2 R3 R1 R2 R3 Experimento com 3 tratamentos, 3 repetições e 9 parcelas experimentais
  • 11. Quadro de análise de variância Experimento: Avaliar o efeito da época dentro de dois anos na capacidade de suporte de uma pastagem: Anos: 2004 e 2005 Épocas: Primavera, Verão, Outono, Inverno Repetições: três meses para cada estação Observações: 2 x 4 x 3 = 24 (> 20) GLTotal = Número de observações – 1 (24-1 = 23) GL resíduo = GL total – GL ano (23 – 1 = 22) (> 10)
  • 12. Como apresentar uma tabela contendo os resultados de sua pesquisa: TRATAMENTOS MÉDIAS RESULTADO DO TESTE PRODUTO 1 183,14 a PRODUTO 2 186,90 a TESTEMUNHO 187,33 a PRODUTO 3 188,38 a PRODUTO 4 188,57 a PRODUTO 5 190,85 a PRODUTO 6 193,80 a PRODUTO 7 193,80 a CV (%) 45,0 Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade Tabela 1 – Efeito do uso de diferentes vermífugos no desempenho animal, medido em ganho de peso (kg)
  • 13. Para que serve o Coeficiente de Variação (CV) Indica a precisão do experimento ou o desvio médio em relação a média. Quanto menor for o CV, mais preciso será os resultados do experimento. A variação ocorre por duas razões: 1 – Em função da variação dos próprios animais (genética) 2 – Em função da falta de uniformidade na condução do experimento (diferença de luz, temperatura, erro na distribuição, pastagem, etc.) Uma alternativa para validar o resultado de um experimento cujo CV foi alto (12%) é através da comparação com outro experimento.
  • 14. Para que serve o coeficiente de variação (CV) NOTE QUE O CV ESTÁ BAIXO, O QUE DEMONSTRA CONSISTENCIA NOS RESULTADOS 30,5 c OBS: A letra “A” deve ser atribuída ao maior resultado 31,6 b 33,7 a PRIMÍPARAS PLURÍPARAS TRATAMENTOS PESO AO PESO À PESO AO PESO À NASCER DESMAMA NASCER DESMAMA MINERAL 1 33,41 A 159,35 B 32,82 B 168,21 A MINERAL 2 32,59 B 168,74 A 33,96 A 163,95 A CV (%) 8,45 14,29 8,11 12,77 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV = Coeficiente de variação
  • 15. Para que serve o coeficiente de variação (CV) NOTE QUE O CV ESTÁ ALTO, O QUE DEMONSTRA INCONSISTENCIA NOS RESULTADOS. SUGERE-SE QUE ESTE TRABALHO SEJA COMPARADO A OUTRO Tratamentos Médias Resultados do teste --------------------------------------------------------------------------------------- MOMBAÇA 5.31 b TANZANIA 6.91 a --------------------------------------------------------------------------------------- CV (%) – 25,1
  • 16. Para que serve a repetição ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FV GL SQ QM Fc Pr>Fc ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ANO 1 15.36 15.36 6.165 0.0211 erro 22 54.81 2.491 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Total corrigido 23 70.17 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CV (%) = 25.81 Média geral: 6.116 Número de observações: 24 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------
  • 17. Para validar um experimento, vimos: 1 – As médias precisam ser comparadas por algum teste estatístico. 2 – Não pode apresentar furos de metodologia 3 – Não pode apresentar alto CV 4 – Deve apresentar mais de três repetições por tratamento 5 – Deve ter no mínimo 20 parcelas experimentais 6 – O GL resíduo deve ser maior que 10 7 – O resultado deve ser comparado com outros trabalhos
  • 18. Programas para análise estatística Existem vários programas que fazem análise estatística, porém vamos trabalhar com o SISVAR. Este programa é de autoria de Prof. Dr. Daniel Furtado Ferreira, Departamento de Ciências Exatas, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG. Caixa Postal 37, CEP: 37200-000. E-mail: danielff@ufla.br. Exemplo 1: Vamos avaliar o efeito do uso de seis vermífugos em bovinos na região semi-árida
  • 19. Resultado de campo N. Brinco TRATAMENTO 1 Peso Inicial Peso Final Diferença 103 Repetição 1 324 522 198 58 Repetição 2 296 516 220 49 Repetição 3 318 514 196 158 Repetição 4 298 514 216 96 Repetição 5 274 508 234 141 Repetição 6 332 506 174 56 Repetição 7 294 502 208 99 Repetição 8 308 498 190 59 Repetição 9 270 496 226 89 Repetição 10 306 496 190
  • 20. Resultado de campo N. Brinco TRATAMENTO 2 Peso Inicial Peso Final Diferença 93 Repetição 1 310 540 230 67 Repetição 2 332 516 184 137 Repetição 3 296 502 206 154 Repetição 4 294 498 204 105 Repetição 5 302 492 190 143 Repetição 6 306 490 184 66 Repetição 7 326 488 162 20 Repetição 8 304 482 178 122 Repetição 9 282 478 196 77 Repetição 10 286 474 188
  • 21. Resultado de campo N. Brinco TRATAMENTO 3 Peso Inicial Peso Final Diferença 70 Repetição 1 298 522 224 50 Repetição 2 302 510 208 153 Repetição 3 300 510 210 21 Repetição 4 294 504 210 26 Repetição 5 284 502 218 157 Repetição 6 308 502 194 40 Repetição 7 310 498 188 23 Repetição 8 292 496 204 92 Repetição 9 322 496 174 5 Repetição 10 266 494 228
  • 22. Resultado de campo N. Brinco TRATAMENTO 4 Peso Inicial Peso Final Diferença 144 Repetição 1 310 532 222 147 Repetição 2 328 512 184 24 Repetição 3 300 508 208 160 Repetição 4 320 500 180 107 Repetição 5 298 488 190 118 Repetição 6 304 486 182 134 Repetição 7 294 478 184 108 Repetição 8 282 468 186 152 Repetição 9 278 466 188 44 Repetição 10 294 464 170
  • 23. Resultado de campo N. Brinco TRATAMENTO 5 Peso Inicial Peso Final Diferença 29 Repetição 1 314 548 234 53 Repetição 2 328 526 198 88 Repetição 3 290 516 226 86 Repetição 4 302 504 202 121 Repetição 5 320 500 180 73 Repetição 6 300 494 194 145 Repetição 7 308 480 172 94 Repetição 8 322 476 154 111 Repetição 9 298 476 178 19 Repetição 10 272 474 202
  • 24. Resultado de campo N. Brinco TRATAMENTO 6 Peso Inicial Peso Final Diferença 119 Repetição 1 320 542 222 139 Repetição 2 330 512 182 71 Repetição 3 302 508 206 126 Repetição 4 286 492 206 142 Repetição 5 276 492 216 63 Repetição 6 318 490 172 97 Repetição 7 294 490 196 10 Repetição 8 282 488 206 18 Repetição 9 282 488 206 43 Repetição 10 296 488 192
  • 25. Exemplo 2: Vamos avaliar o efeito da estação do ano sobre a taxa de acúmulo de forragem durante dois anos de avaliação ANO ESTAÇÃO REPETIÇÃO GP 2004 PRIMAVERA 1 97,0 2004 PRIMAVERA 2 107,4 2004 PRIMAVERA 3 113,6 2004 VERÃO 1 96,8 2004 VERÃO 2 104,0 2004 VERÃO 3 96,6 2004 OUTONO 1 105,5 2004 OUTONO 2 89,4 2004 OUTONO 3 65,5 2004 INVERNO 1 57,7 2004 INVERNO 2 66,7 2004 INVERNO 3 71,4 Resultado de campo
  • 26. Exemplo 1: Vamos avaliar o efeito da estação do ano sobre a taxa de acúmulo de forragem durante dois anos de avaliação ANO ESTAÇÃO REPETIÇÃO GP 2005 PRIMAVERA 1 100,1 2005 PRIMAVERA 2 95,3 2005 PRIMAVERA 3 105,5 2005 VERÃO 1 89,5 2005 VERÃO 2 71,5 2005 VERÃO 3 67,7 2005 OUTONO 1 90,3 2005 OUTONO 2 86,2 2005 OUTONO 3 43,8 2005 INVERNO 1 42,8 2005 INVERNO 2 38,9 2005 INVERNO 3 61,1 Resultado de campo
  • 27. OBRIGADO ALGUMAS BIBLIOGRAFIAS: Estatística aplicada à experimentação animal – Sampaio, 1998 Curso de estatística experimental – Pimentel Gomes, 2000 Caderno da matéria estatística experimental ministrada na FAZU