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MODELOS DE PRODUÇÃO
INDUSTRIAL E RACIONALIZAÇÃO
DO TRABALHO: FORDISMO,
TAYLORISMO E TOYOTISMO
PROF. ME. RICARDO BRAGA
FILME “TEMPOS MODERNOS” (IMAGEM) RETRATA DE FORMA BEM
HUMORADA AS CONDIÇÕES DO TRABALHADOR INDUSTRIAL NO
INÍCIO DO SÉCULO XX
COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL...
Começou-se a refletir e estudar várias novas formas de produzir
mercadorias, que visavam aumentar a produção, reduzir custos e,
por conseguinte, aumentar os lucros.
Estes mecanismos (teorias científicas que visavam organizar o
espaço produtivo) criados para este objetivo ficaram conhecidos
como modelos produtivos, dos quais se destacam o fordismo, o
taylorismo e, mais recentemente, o toyotismo.
TAYLORISMO
No final do século XIX,
Frederick Taylor, engenheiro
mecânico, elaborou uma
teoria visando a eficiência
operacional na
administração industrial: o
taylorismo.
CARACTERÍSTICAS DO MODELO
TAYLORISTA
Rigoroso controle do tempo e dos
movimentos
Especialização das atividades
Remuneração por desempenho
Separação entre planejamento e
execução das atividades (forte grau de
hierarquização – trabalhadores eram
pagos para trabalhar, não para pensar)
Padronização das atividades
produtivas – e, por consequência, das
mercadorias fabricadas.
A BUSCA DESENFREADA PELA
PRODUÇÃO...
O objetivo do sistema é o
aumento da produtividade
através de mecanismos que
permitem às administrações
controlarem e intensificarem o
ritmo de produção e aumentar,
assim, o lucro dos donos dos
meios de produção.
PARTIA-SE DO PRINCÍPIO QUE O LUCRO
ESTAVA ASSOCIADO AO AUMENTO DA
PRODUTIVIDADE
FORDISMO
 O empresário Henry Ford,
proprietário da Ford Motor Company,
aplica a filosofia taylorista na sua
fábrica e inova o cenário industrial no
início do século XX.
Passa a produzir modelos
padronizados e em grandes
quantidades (com destaque para o
modelo T), o que barateava o custo
de produção e estimulou o consumo
em massa.
Ideia original de Ford: linha de
montagem como estratégia de
ASCENSÃO E QUEDA DO MODELO
TAYLORISTA-FORDISTA
Esse sistema se expandiu para o mundo
em meados do século XX, sobretudo no
pós 2ª Guerra Mundial, calcado no
grande crescimento econômico
permitido pelo consumo de massa.
Entretanto, as crises cíclicas do
capitalismo (sobretudo a crise do
petróleo em 1973, que barrou o
crescimento econômico do mundo e,
consequentemente, o consumo) levaram
este modelo produtivo ao desgaste,
forçando os estudiosos e o mercado a
desenvolverem novas estratégias de
TOYOTISMO
Criado depois da Segunda Guerra Mundial pelo japonês Taiichi Ohno,
este sistema de produção foi implementado pela primeira vez na fábrica
da Toyota, mas expandido mundialmente na década de 1970.
CARACTERÍSTICAS DO MODELO
TOYOTISTA
Flexibilidade na produção, com capacidade de rápida alteração dos modelos
a serem produzidos
Organização da produção e da entrega mais rápidas, no momento e na
quantidade exatos
Importância da qualidade (não mais da quantidade) dos produtos – começou-
se a se criticar bastante as mercadorias padronizadas por “falta de capricho”.
Empresa enxuta – aumento da terceirização e redução de trabalhadores que
provocaram o fenômeno do desemprego estrutural
Estoques baixos
Just in Time
JUST IN TIME
A FLEXIBILIZAÇÃO PRODUTIVA
ACABOU COM O TRABALHO
ALIENADO?
Diferente do modelo taylorista-fordista, o toyotismo desenvolve a figura do trabalhador
multifuncional ou polivalente. Partindo do princípio marxista que entende ser a alienação
resultado da divisão social do trabalho, poderíamos afirmar que o toyotismo extingue a
alienação do trabalho?
A resposta é NÃO!
Pois apesar de maior estímulo da criatividade nas atividades laborais, 3 fatores devem
ser considerados:
1. O trabalhador ainda permanece sem dominar todo o processo produtivo (e
mantém-se como classe que não possui os meios de produção)
2. A forma de produção se flexibilizou, mas o controle sobre a produção não. O
trabalhador ainda permanece com pouco grau de autonomia sobre a produção.
3. A horizontalização produtiva (diferente da hierarquização taylorista-fordista) piorou
as condições de trabalho por três motivos: aumento da competitividade entre os
trabalhadores, maior fiscalização entre os trabalhadores e degradação do
sindicalismo.

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  • 1. MODELOS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL E RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO: FORDISMO, TAYLORISMO E TOYOTISMO PROF. ME. RICARDO BRAGA
  • 2. FILME “TEMPOS MODERNOS” (IMAGEM) RETRATA DE FORMA BEM HUMORADA AS CONDIÇÕES DO TRABALHADOR INDUSTRIAL NO INÍCIO DO SÉCULO XX
  • 3. COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL... Começou-se a refletir e estudar várias novas formas de produzir mercadorias, que visavam aumentar a produção, reduzir custos e, por conseguinte, aumentar os lucros. Estes mecanismos (teorias científicas que visavam organizar o espaço produtivo) criados para este objetivo ficaram conhecidos como modelos produtivos, dos quais se destacam o fordismo, o taylorismo e, mais recentemente, o toyotismo.
  • 4. TAYLORISMO No final do século XIX, Frederick Taylor, engenheiro mecânico, elaborou uma teoria visando a eficiência operacional na administração industrial: o taylorismo.
  • 5. CARACTERÍSTICAS DO MODELO TAYLORISTA Rigoroso controle do tempo e dos movimentos Especialização das atividades Remuneração por desempenho Separação entre planejamento e execução das atividades (forte grau de hierarquização – trabalhadores eram pagos para trabalhar, não para pensar) Padronização das atividades produtivas – e, por consequência, das mercadorias fabricadas.
  • 6. A BUSCA DESENFREADA PELA PRODUÇÃO... O objetivo do sistema é o aumento da produtividade através de mecanismos que permitem às administrações controlarem e intensificarem o ritmo de produção e aumentar, assim, o lucro dos donos dos meios de produção. PARTIA-SE DO PRINCÍPIO QUE O LUCRO ESTAVA ASSOCIADO AO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE
  • 7. FORDISMO  O empresário Henry Ford, proprietário da Ford Motor Company, aplica a filosofia taylorista na sua fábrica e inova o cenário industrial no início do século XX. Passa a produzir modelos padronizados e em grandes quantidades (com destaque para o modelo T), o que barateava o custo de produção e estimulou o consumo em massa. Ideia original de Ford: linha de montagem como estratégia de
  • 8. ASCENSÃO E QUEDA DO MODELO TAYLORISTA-FORDISTA Esse sistema se expandiu para o mundo em meados do século XX, sobretudo no pós 2ª Guerra Mundial, calcado no grande crescimento econômico permitido pelo consumo de massa. Entretanto, as crises cíclicas do capitalismo (sobretudo a crise do petróleo em 1973, que barrou o crescimento econômico do mundo e, consequentemente, o consumo) levaram este modelo produtivo ao desgaste, forçando os estudiosos e o mercado a desenvolverem novas estratégias de
  • 9. TOYOTISMO Criado depois da Segunda Guerra Mundial pelo japonês Taiichi Ohno, este sistema de produção foi implementado pela primeira vez na fábrica da Toyota, mas expandido mundialmente na década de 1970.
  • 10. CARACTERÍSTICAS DO MODELO TOYOTISTA Flexibilidade na produção, com capacidade de rápida alteração dos modelos a serem produzidos Organização da produção e da entrega mais rápidas, no momento e na quantidade exatos Importância da qualidade (não mais da quantidade) dos produtos – começou- se a se criticar bastante as mercadorias padronizadas por “falta de capricho”. Empresa enxuta – aumento da terceirização e redução de trabalhadores que provocaram o fenômeno do desemprego estrutural Estoques baixos Just in Time
  • 12. A FLEXIBILIZAÇÃO PRODUTIVA ACABOU COM O TRABALHO ALIENADO? Diferente do modelo taylorista-fordista, o toyotismo desenvolve a figura do trabalhador multifuncional ou polivalente. Partindo do princípio marxista que entende ser a alienação resultado da divisão social do trabalho, poderíamos afirmar que o toyotismo extingue a alienação do trabalho? A resposta é NÃO! Pois apesar de maior estímulo da criatividade nas atividades laborais, 3 fatores devem ser considerados: 1. O trabalhador ainda permanece sem dominar todo o processo produtivo (e mantém-se como classe que não possui os meios de produção) 2. A forma de produção se flexibilizou, mas o controle sobre a produção não. O trabalhador ainda permanece com pouco grau de autonomia sobre a produção. 3. A horizontalização produtiva (diferente da hierarquização taylorista-fordista) piorou as condições de trabalho por três motivos: aumento da competitividade entre os trabalhadores, maior fiscalização entre os trabalhadores e degradação do sindicalismo.