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TURMA: 1ª SÉRIE – PRISE/PSS
A INDÚSTRIA NO ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL
01. APRESENTAÇÃO:
O processo de mudança de uma economia agrária e baseada no trabalho manual para uma
dominada pela indústria mecanizada, tem início na Inglaterra por volta de 1760 e alastra-se
para o resto do mundo. Caracteriza-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de
máquinas que aumentam a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo
desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria.
Provoca profundas transformações na sociedade: o declínio da terra como fonte de riqueza, o
direcionamento da produção em larga escala para o mercado internacional, a afirmação do
poder econômico da burguesia, o surgimento do operariado e a consolidação do capitalismo
como sistema dominante na sociedade.
A adoção de padrões comuns nas linhas de montagem de vários países, permitindo que um
mesmo produto seja fabricado em diversas partes do mundo – de preferência onde os custos
são mais baixos. Esse processo põe fim à identidade nacional dos produtos, o famoso "made
in". E é marcante no setor automotivo, tanto na produção de veículos quanto na fabricação de
peças e acessórios. As alterações na estrutura produtiva da indústria são tão grandes que
alguns estudiosos já apontam o surgimento de uma nova categoria industrial: a das fábricas de
inteligência intensiva, que exigem grandes investimentos em tecnologia.
2.0. CONCEITOS:
É comum ocorrer o equivoco entre o conceito de Indústria e o conceito de Industrialização.
A indústria caracteriza-se pela transformação da matéria-prima. Entretanto, a industrialização tem
como principais características a diversificação e multiplicação de fábricas e aumento do número
de trabalhadores.
Ao longo da história econômica do Brasil, por exemplo, observa-se que atividades econômicas
como a da cana-de-açúcar, apresentava sub-produtos industriais como: o melaço, aguardente etc.
A industrialização brasileira, propriamente dita, inicia-se por volta do final século XIX, tendo relação
íntima com atividade cafeeira (vide tabela abaixo)
MUDANÇAS DE ESTRUTURAS NA ECONOMIA
BRASILEIRA
TAXAS ANUAIS DE CRESCIMENTO
ANOS AGRICULTURA (%) INDÚSTRIA (%)
1920-29 4,1 2,8
1930-39 1,7 11,2
1940-45 1,7 5,4
3.0. CLASSIFICAÇÃO INDUSTRIAL
A classificação das industriais obedece a critérios diferentes e pode ser feita de acordo com o bem
produzido (indústrias de bens de produção, de capital, do mercado de trabalho e do consumo) ou
de acordo com a tecnologia empregada (indústrias dinâmicas e tradicionais).
3.1. Segundo o Bem Produzido
A) Bens de Produção ou Base
B) Bens de Capital ou Intermediária
C) Bens de Consumo (duráveis / não-duráveis)
3.2. Segundo a Tecnologia Empregada
A) Indústrias Dinâmicas
B) Indústrias Tradicionais
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS INDUSTRIAIS
4.0.ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
4.1. Artesanato:
O artesanato foi a primeira etapa de transformação das matérias-primas. Essa atividade é
praticada até hoje principalmente nos países periféricos ou como atividades artísticas. Para a
confecção de um objeto o artesão pode realizar sozinho todas as etapas da transformação da
matéria-prima em produto acabado ou contar com algum ajudante, mas sem caracterizar uma
divisão do trabalho.
4.2. Manufatura
É o estágio intermediário entre o artesanato e a maquinofatura. Nessa etapa, além do
trabalho manual, havia a emprego de máquinas simples, a divisão social do trabalho e o
assalariamento. A manufatura predominou nos séculos XV e XVI, período que marcou o
fim da Idade Média e inicio da Idade Moderna.
4.3. Revolução Industrial ou Maquinofatura
4.3.1. Primeira Revolução Industrial
O pioneirismo inglês, no século XVIII, deve-se ao acúmulo de capital – em razão da rápida
expansão do comércio ultramarino e continental –, às reservas
de carvão e ferro, à grande quantidade de mão-de-obra, ao avanço tecnológico e à existência
de mercados consumidores. Em sua origem está a Revolução Gloriosa (1688), que assinala o
final do absolutismo inglês e coloca a burguesia no controle do Estado. A disponibilidade de
capital e o sistema financeiro eficiente facilitam os investimentos dos empresários, que
constroem ferrovias, estradas, portos e sistemas de comunicação, favorecendo o comércio. Os
campos são apropriados pela burguesia, no processo chamado de cercamento, originando
extensas propriedades rurais. Com isso, os camponeses são expulsos das terras, migram para
as cidades e tornam-se mão-de-obra à disposição. Por outro lado aumenta a produção de
alimentos, contribuindo para o crescimento populacional. Avanços técnicos – O
desenvolvimento de máquinas – como a máquina a vapor e o tear mecânico – permite o
Bens de produção
Bens de consumo
Máquinas
Matérias-primas
Energia
Pesquisa científica
Casa
Carros
Eletrodomésticos
Ferramentas e etc.
Alimentos
Roupas
Calçados
Remédios e etc.
Duráveis
Não-duráveis
crescimento da produtividade e a racionalização do trabalho. Com a aplicação da força a vapor
às máquinas fabris, a mecanização difunde-se na indústria têxtil.
Para melhorar a resistência delas, o metal substitui a madeira, estimulando a siderurgia e o
surgimento da indústria pesada de máquinas. A invenção da locomotiva e do navio a vapor
acelera a circulação das mercadorias.
O novo sistema industrial institui duas novas classes opostas: os empresários, donos do
capital, dos modos e bens de produção, e os operários, que vendem sua força de trabalho em
troca de salário. A Revolução Industrial concentra os empregados em fábricas e muda
radicalmente o caráter do trabalho. Para aumentar o desempenho dos operários, a produção é
dividida em várias etapas. O trabalhador executa uma única tarefa, sempre do mesmo modo.
Com a mecanização, o trabalho desqualifica-se, o que reduz os salários. No início, os
empresários impõem duras condições aos operários para ampliar a produção e garantir
margem de lucro crescente. Estes, então, se organizam em associações para reivindicar
melhores condições de trabalho, dando origem aos sindicatos.
4.3.2. Segunda Revolução Industrial
Inicia-se a partir de 1870, com a industrialização da França, da Alemanha, da Itália, dos EUA e
do Japão, entre outros. Novas fontes de energia (eletricidade e petróleo) e produtos químicos,
como o plástico, são desenvolvidos, e o ferro é substituído pelo aço. Surgem máquinas e
ferramentas mais modernas. Em 1909, Henry Ford cria a linha de montagem e a produção em
série. Na segunda metade do século XX, quase todas as indústrias já estão mecanizadas e a
automação alcança todos os setores das fábricas. As inovações técnicas aumentam a
capacidade produtiva das indústrias e o acúmulo de capital. As potências industriais passam a
buscar outros mercados consumidores(Imperialismo).
4.3.3. Terceira Revolução Industrial / Revolução Técnico-Científico-Informacional
No período pós-II Guerra Mundial a partir da década de 1950, surgem complexos industriais e
empresas multinacionais. As indústrias química e eletrônica crescem. Os avanços da
automação, da informática e da engenharia genética são incorporados ao processo produtivo,
que depende cada vez mais de alta tecnologia e de mão-de-obra especializada. A
informatização substitui, em alguns casos, a mão-de-obra humana, contribuindo para a
eliminação de inúmeros postos de trabalho.
5. MÉTODOS DE TRABALHO / MÉTODOS DE PRODUÇÃO
Objetivos Principais: aperfeiçoar formas de trabalho / produção
5.1.Taylorismo ou organização científica do trabalho
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor inovou com o método conhecido como
taylorismo ou organização científica do trabalho, que usou pela primeira vez os conceitos
de seleção e treinamento de empregados e procurou obter deles a maior produtividade
possível nos primeiros anos do século XX. Segundo Taylor, o empregado deveria executar
uma tarefa, com o menor gasto de tempo e energia possível, seguindo o que foi
determinado por seus superiores. Com isso, além de ficar alienado do processo de
produção como um todo, ele trabalharia mais e o lucro das empresas aumentaria.
5.2.Fordismo:
 Modelo de produção criado no final da década de 1930 pelo Industrial
norte-americano Henry Ford.
 As idéias de organização produtivas de Ford, basearam-se na já
existente(taylorismo), implementadas pelo pecuarista proprietário dos
frigoríficos Armous de Chicago, que utilizava o sistema de esteiras
(linha de montagem) com sistematização do trabalho, com produção
em série.
 Ford, ao sistematizar e implantar a idéia da produção em série,
conseguiu otimizar os seguintes aspectos:
1. desestabilizar o trabalhador que tinha o conhecimento do processo
produtivo, pois fragmentou ainda mais seu conhecimento, quanto a
produção final dos objetos.
2. enfraqueceu o sindicalismo que, na época vinha despontando com
grande força reivindicatória.
3. aumentou a produtividade, devido a especialização do funcionário que
só exercia uma ou no máximo duas funções (divisão social do
trabalho).
 no aspecto negativo, acumulou produtos, devido ao
desequillíbrio existente entre a velocidade da produtividade
e a baixa capacidade de consumo do mercado, com isso
proporcionou a formação de estoques.
5.3.Pós-fordismo / Just in Time / “Toyotismo”
No século XXI, o fordismo está ultrapassado. A nova indústria precisa de um trabalhador criativo e
que participe de todo o processo de produção. Não deve haver mais a rígida separação entre a
direção (que pensa) e o operário (que executa). A linha de montagem pode ser operada pelo
computador, e a empresa pode empregar mão-de-obra terceirizada (temporária ou autônoma).
Para evitar desperdícios os estoques (matéria-prima e produtos acabados) são calculados levando
em consideração as solicitações do mercado. Aumenta, cada vez mais, a demanda pelo
trabalhador qualificado e polivalente para operar as máquinas e contribuir para a melhoria da
produção. Esse novo sistema que surgiu na década de 1980 no Japão é denominado just in time
ou toyotismo.
6. TIPOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
6.1.Clássica ou Original
 XVIII / XIX
 Europa oc., EUA, Canadá e Japão (G-7)
 setor industrial completo
 alta tecnologia
 grande influência transnacionais (monopólio, oligopólio, truste, cartel, holding,
dumping....)
 grandes exportadores / importadores
6.2. Tardia ou Dependente
 pós-guerra
 países do sul:
 substituição de importação / “Tripé" (Brasil, Argentina, México, Índia, África do sul)
 “plataforma de exportação” (Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura) >> NICs /
NPIs
7.0. O “MILAGRE JAPONÊS”
A rearticulação da economia japonesa no pós-guerra, além dessa profunda estruturação do espaço
agrário realizou sobretudo uma radical transformação da indústria, do comércio e do setor
financeiro. Buscando sintetizar, de forma muito esquemática, mas com o objetivo de sistematizar,
didaticamente as bases dessa mutação econômica e social após a Segunda Guerra Mundial,
podemos dizer que ela se deve a fatores de ordem (geo) política, econômica e cultural, conforme
relatado a seguir:
a) fatores (geo) políticos
 A posição estratégica do arquipélago japonês diante do avanço do socialismo (China,
Coréia) no pós-guerra, trazendo assim maciços investimentos norte-americanos.
 As conseqüências das guerras da Coréia e do Vietnã, também movidas pelo controle
da "expansão comunista", que fizeram do Japão uma ponte abastecedora,
impulsionando assim sua indústria de equipamentos pesados e os serviços de
atendimento às tropas;
 A estabilidade assegurada pelo domínio do PLD (Partido Liberal Democrata),
conservador, até hoje no poder (embora sofrendo fortes pressões do Partido Socialista,
que ganhou pela primeira vez as eleições para o Senado em 1989;
 A legislação trabalhista e seu controle sobre a força de trabalho, gerando sindicatos
fracos, atrelados às empresas;
 O planejamento e coordenação estatal através do poderoso MITI, com subsídios
governamentais;
 A expansão internacional visando a definição de áreas prioritárias para o suprimento e
matérias-primas, aliado ao fechamento do mercado interno a empresas e/ou produtos
estrangeiros;
 O estímulo oficial à poupança: os japoneses poupam em média 20% de seus salários,
contra 5% dos norte-americanos.

b) fatores econômicos (dificilmente dissociáveis dos anteriores)
 a infra-estrutura e a experiência legadas pelo período anterior á Segunda Guerra;
 o fortalecimento do mercado interno;
 a escala relativamente baixa dos salários;
 a aquisição maciça de tecnologia no exterior, com impressionante capacidade de
readaptação e aperfeiçoamento.
 Pesados investimentos em educação e tecnologia
 Plágio tecnológico
 Contexto da Guerra Fria
 Guerra da Coréia
 Renascimento dos Zaibatsus
 Criação dos Keyretsus
c) fatores de ordem cultural
 A herança confuciana, cujos preceitos básicos são a obrigação, confiança e respeito
mútuos;
 Como decorrência dessa ética temos também a integração/racionalidade social e
funcional, com rigorosa disciplina e hierarquia, sendo a educação extremamente
valorizada como meio de galgar melhores empregos e postos;
 O resgate da "autoconfiança" nos valores nacionais através da valorização de rituais,
hábitos e esportes tradicionais.
8.0. OS “DRAGÕES ASIÁTICOS”
Todos esses indicadores se conjugam à presença do Japão, principal dínamo, hoje, das
economias locais, superando os Estados Unidos como principal Estado exportador para esses
países. Para se ter uma idéia, ainda em 1974, os grandes conglomerados japoneses comandavam
40% do comércio exterior coreano e 56% do comércio de Taiwan. Não é a toa que um dos
primeiros títulos dados a esses NPls (Novos Países Industrializados) foi o de "países - oficina" ou
ainda plataformas de exportação – onde as empresas estrangeiras, especialmente norte-
americanas e japonesas, estabeleciam-se simplesmente para usufruir da mão-de-obra muito
barata e "disciplinada", exportando depois quase a totalidade de sua produção.
Essa característica de países - oficina tem, contudo, uma data bem definida, quando a
indústria local era uma indústria basicamente de mão-de-obra, ligada ao setor de bens de consumo
não-duráveis, e quando são criadas as ZPEs.
O processo de industrialização dessa área não é portanto linear, baseado simplesmente na
produção para exportação. Tal como no Japão, eles passam por fases de maior abertura ao
comércio e ao capital estrangeiro e fases de maior estímulo ao consumo interno (com diferenças
no caso dos micro-Estados de Singapura e Hong Kong). A distinção fundamental é que, enquanto
no Japão predominam as "fases" de estímulo ao mercado interno, nos tigres, de mercado interno,
nos tigres, de mercados mais restritos, dominam as políticas de abertura para o exterior.
Para Lipietz, no caso da Coréia, que tem o maior mercado interno dos tigres, a partir de
1973 "o crescimento industrial volta a ser centrado no mercado doméstico (...). O salário real, que
crescia mais lentamente que a produtividade, começa a crescer muito a partir de 1976, acabando
aliás por comprometer a competitividade coreana (em relação a Taiwan)".
9.0. CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL
Apesar das mudanças locacionais e do desenvolvimento tecnológico, no geral, as indústrias
concentram-se principalmente nos EUA, Japão, Europa oc., Rússia, “Tigres Asiáticos”,
México, Argentina , Brasil, Índia e África do Sul.
10. AS “ONDAS” INDUSTRIAIS
De acordo com Schumpeter, a economia industrial evoluiu por meio da destruição criadora.
Quando um conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias
tradicionais são "destruídas", isto é, deixam de criar produtos, de competir no mercado e acabam
sendo abandonadas.
A introdução de novas tecnologias implica em novas formas de organização do espaço geográfico
(vide figura abaixo)
Textos de apoio
CHINA / ESTADOS UNIDOS
Dragão ou tigre de papel?
O tamanho da economia chinesa vai superar o da economia americana nos próximos 20 anos? Os cenários construídos por
economistas e políticos conservadores norte-americanos dizem que vai. A fobia de um futuro dominado pela China não é
gratuita – alimenta fantasias e orçamentos militares na maior potência do planeta. Um dos principais economistas que pinta
o retrato nessa perspectiva é Angus Maddison, que publicou uma verdadeira Bíblia das grandiosas perspectivas chinesas
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Por outro lado, é grande o número de
economistas no mundo inteiro que continuam apostando contra a economia chinesa. Em especial, ainda existem temores
de que a China faça uma desvalorização cambial, antes de aderir à Organização Mundial do Comércio (OMC). Como a
China conseguiria se transformar na economia-líder do século XXI? A grande chance chinesa repouas sobre dois pilares:
dimensão do mercado interno e cautela na exposição aos capitais externos. Os capitais estrangeiros que lá aportaram
buscam o posicionamento para explorar o fabuloso potencial do mercado interno. E muito desse investimento é resultado
dos interesses da enorme comunidade chinesas que está fora do país. Angus Maddison ressalta fatores de longo prazo. Até
o início do século XIX, a China era a maior economia do planeta.Trata-se de uma sociedade que, ademais, teve existência
como unidade política e econômica anterior a outros países cuja modernidade é normalmente associada ao surgimento de
um Estado nacional. Maddison estima ainda que mesmo na hipótese de o crescimento econômico chinês cair a uma taxa
de 5,5% ao ano, o PIB do país ficaria em pé de igualdade com o dos EUA em 2015 (veja o Box). No momento em que a
economia chinesa atingisse a dimensão da norte-americana, o PIB de cada um dos países representaria 17% do PIB
mundial. Evidentemente, em função da enorme disparidade demográfica, o PIB per capita chinês continuaria muito inferior
ao americano. Ao longo do processo de reformas econômicas, deflagrado em 1978, a indústria de pequeno porte tem sido
uma força importante na redefinição do mercado interno chinês. O tamanho médio da empresa não-estatal na China caiu de
112 para oito funcionários por empresa. O desempenho exportador da China, de outro lado, teve como alavanca uma
desvalorização cambial que reduziu o valor da moeda, em 1997, a um quinto do que era em 1980. Entre 1978 e 1995, o PIB
per capita cresceu 6% ao ano, menos apenas que a taxa registrada pela Coréia do Sul e seis vezes superior à média
mundial. A participação do PIB chinês na economia global passou de 5% para 10%. O grande desafio chinês nos próximos
anos será fazer um desmonte o menos traumático possível do sistema produtivo estatal, com mais de cem mil empresas e
operando com muita capacidade ociosa, absorvendo mais de 70% do crédito doméstico e com um grau de inadimplência
que contamina 20% dos balanços de bancos. Há também desafios cruciais no setor agrícola. A China ali-menta 22% da
população mundial com 7% do total da terra agricultável do planeta. A demanda por comida (em boa medida, importada)
será um dos principais condutos de influência da China sobre o resto do mundo nas próximas décadas. Especialistas da
OCDE estimaram que as importações chinesas de grãos chegarão, no ano 2000, a 40 milhões de toneladas. Mas ainda há
muito a se fazer em termos de técnicas de gerenciamento de produção agrícola, irrigação, políticas oficias de crédito e
subsídios. Há algo que coloca seriamente em risco as perspectivas de crescimento econômico da China – as tensões
sociais internas. A renda da população rural, estimada em quase 70% do total de habitantes do país, caiu 10% nos últimos
dois anos, aumentando a já imensa desigualdade entre a China rural e a China urbana. A renda da população urbana
cresce sem parar e representa, agora, 70% da renda total. Mesmo nessa moldura de desigualdades crescentes, a China foi
o país que apresentou a maior redução nos índices de pobreza entre 1990 e 1998, segundo relatório assinado pelos
presidentes do FMI, do Banco Mundial, da ONU e da OCDE. Nesse período, o número de pobres na China diminuiu de 360
milhões para 210 milhões (uma redução de 42%). No mundo, no mesmo período, a redução foi de 1,3 bilhão para 1,2bilhão
de pessoas (cerca de 8%). Mas um país com má distribuição de renda está exposto a tensões sociais que costumam atuar
como obstáculos políticos às decisões de investimento e financia-mento. Ou seja, não basta um mercado interno grande:
ele precisa ser crescente e sustentável. Disso dependerá o papel da China no próximo século. O segundo PIB do mundo?
Nesse início de século XXI, enquanto o mundo inteiro patina ou entra em recessão, a economia chinesa registrou, no
primeiro trimestre de 2001, um crescimento anual de espantosos 8,1%. A meta oficial é de uma taxa de crescimento do PIB
de 7%. As visões que colocam a China como a grande potência econômica do século XXI gostam de utilizar um método de
cálculo do PIB com base na paridade do poder de compra (PPC). De acordo com esse método, o PIB chinês é o segundo
maior do mundo, à frente do Japão (veja o gráfico). Segundo o método tradicional, que converte os preços internos para
dólares de acordo com a taxa média de câmbio dos três anos anteriores, o PIB chinês é o sétimo, atrás dos Estados
Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália. Usando esse método de cálculo, as moedas são convertidas entre
si a uma taxa que torna iguais os poderes de compra dos diferentes países. O método é uma forma de descontar do cálculo
as taxas de inflação e as flutuações da taxa de câmbio em cada país.O exemplo mais famoso desse tipo de cálculo é o
“índice Big Mac”, publicado pela revista The Economist. Compara-se o preço de um Big Mac nos vários países. Como se
trata de um produto praticamente igual em todas as partes do mundo, chega-se à taxa de câmbio simplesmente através das
razões entre os preços. Se o sanduíche custa X francos na França e Y dólares nos EUA, a PPC no caso é simplesmente
X/Y. A vantagem desse método de cálculo é que o PIB de um país em relação aos outros fica menos dependente de fatores
de curto prazo, principalmente de instabilidades financeiras e monetárias. Quando o PIB de vários países é convertido a
uma moeda comum usando-se a PPC, é como se todos estivessem sendo calculados a partir de um mesmo sistema de
preços. O Brasil serve de exemplo das diferenças de método no cálculo do PIB. Segundo o cálculo tradicional, o PIB
brasileiro sofreu um retrocesso com a violenta desvalorização do real, em janeiro de 1999. Usando-se a PPC, não houve
retrocesso do PIB, pois embora tenham perdido bastante poder de compra de produtos importados, os brasileiros não
perderam poder de compra dos produtos nacionais.
Fonte: Jornal Mundo
A CONSTRUÇÃO DO CAPITALISMO AMERICANO
Em An Empire of Wealth, historiador estudas as razões que deram aos
EUA a supremacia mundial
Contar a história do capitalismo americano é uma tarefa praticamente impossível para um só livro. Mas o
historiador John Steele Gordon se aproxima muito disso com o seu An Empire of Wealth (editora Harper Collins, 17,80
dólares, 460 páginas). Primeiro, pela fantástica riqueza de detalhes. Gordon, especialista em negócios e finanças, é
fanático por pormenores e levantou histórias que vão desde a chegada dos pioneiros ao país até o fatídico 11 de setembro
de 2001. Depois, porque todo seu trabalho de pesquisa e narrativa tem um propósito bem definido. Desde a primeira linha,
Gordon procura entender quais foram as razões que transformaram os Estados Unidos na superpotência que são hoje.
Num texto objetivo, o autor mostra que, diferentemente de outros países e impérios que ocuparam este papel, o grande
mérito dos Estados Unidos não foi o poderio militar ou o político (como o Império Romano ou a Grã-Bretanha). A explicação
fundamental para a atual supremacia americana deu-se na esfera privada. Para Gordon, foi o intenso processo de criação
de riqueza, uma história de empreendedores, invenções e empresas, que dinamizou esse processo.
A tese central da obra é inspirada numa expressão cunhada pelo economista John Maynard Keynes. Para
Keynes, homens e mulheres são dotados de “espíritos animais”, um sentimento que faz com que eles assumam risco e
procurem progredir. No livro, Gordon dá exemplos de como o povo americano sempre esteve em contato com seus
“espíritos animais” e como isso repercutiu na economia. Um exemplo pouco conhecido disso foi Eli Whitney. Filho de um
fazendeiro, Whitney conseguiu simplificar a colheita de algodão nos estados do sul do país com uma invenção. Sua criação,
uma espécie de arado mecânico, aumentou a capacidade de uma pessoa de colher algodão em 25 vezes. Logo, essa
mudança refletiu-se nos números. Em 1793, um pouco depois do ano da inovação, os Estados Unidos produziam 1% da
safra mundial de algodão. Em 1830, graças ao experimento de Whitney, o país já detinha 50%. George Bissel, professor em
Darthmouth, foi mais um discreto personagem que revolucionou o país. Foi ele quem teve a idéia de perfurar a terra para
achar petróleo. Em poucos anos, milhares de empresas surgiram no país atrás do combustível. Outros não só mudaram o
país como entraram no panteão da humanidade com seus inventos. Um dos mais celebrados é Thomas Edison, inventor do
fonógrafo e da luz elétrica. Além disso, fez experimentos com o telefone e com o cinema. Até 1892, ele tinha registrado 102
patentes em seu nome.
Gordon se aprofunda em duas invenções que exerceram papel central para que os Estados Unidos chegassem
aonde chegaram. A primeira foi a ferrovia. Não houve um nome
Apenas por trás desse novo meio de transporte. O sistema era conhecido desde o século 16, quando carrinhos eram
empurrados através de trilhos em minerações. O grande avanço foi casar essa tecnologia com o sistema de motor a
combustão – algo que foi feito simultaneamente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Mas, até por uma questão das
distâncias envolvidas, o efeito na América foi fantástico. Em 1830, avia 23 milhas de ferrovias construídas nos Estados
Unidos. Em 1840, eram quase 3 000 milhas. Dez anos depois, já eram 10 000 e em 1860, o triplo disso. Esse foi um
importante passo para o estabelecimento de um mercado nacional americano. A outra invenção fundamental para isso foi o
telégrafo. Quando Samuel Morse, filho de um pastor da Nova Inglaterra, conseguiu desenvolver seu sistema de
comunicação provocou uma revolução nos negócios. Até aquele momento, nenhum mercado de ações se expandia demais
por absoluta falta de contato com investidores de outras localidades. Em Wall Street, por exemplo, funcionava um sistema
de comunicação em que um homem subia na torre do prédio da bolsa e acenava para o outro lado do rio Hudson indicando
os resultados do pregão para os investidores de Nova Jersey, um sistema que gerava confusão e desconforto
(principalmente nos dias de chuva). O telégrafo mudou tudo isso.
Algumas explicações muito comuns para o desenvolvimento americano são relativizadas no livro. Uma delas é a
análise de que a colonização inglesa foi o grande diferencial para o desenvolvimento do país. Evidentemente, os
americanos herdaram uma séria de características dos ingleses, que foram muito úteis na construção do país –
especialmente o respeito às leis, aos contratos e às instituições. Mas não se pode confundir isso com a atuação da Coroa
Britânica no processo de colonização. As primeira iniciativas britânicas de ocupara os Estados Unidos diferiam pouco das
estratégias portuguesas ou espanholas. No início, houve até a distribuição de largos pedaços de terra para os favoritos da
coroa. O rei Charles II, monarca inglês, retalhou a província da Carolina e entregou a oito amigos. O grupo de senhores de
terra nomeou um governador e impôs a cultura da cana-de-açúcar como atividade econômica local (qualquer semelhança
com um certo país tropical não é mera coincidência). Outro mito é que as administrações americanas foram o fator mais
importante para o sucesso do país. Gordon concorda apenas em parte. Algumas decisões governamentais, na verdade,
foram desastrosas para a economia americana. Uma delas, a de não ter banco central durante 80 anos, atribuída a Thomas
Jefferson, acabou favorecendo todas as graves crises financeiras pelas quais o país passou.
An Empire of Wealth relata ainda a história de alguns dos empreendedores mais importantes da história dos
Estados Unidos. Gordon descreve a trajetória de nomes como JPMorgan, Andrew Carnegie, Cornelius Vanderbilte e John
D. Rockefeller – empresários que ocuparam o posto de homem mais rico do país. O que chama a atenção nessas histórias
é que todos eles tiveram sérios embates com o governo americano. Mas nenhum deles foi ferido de morte nessas disputas.
Morgan, por exemplo, chocou a sociedade americana ao comandar uma empresa que tinha 1,4 bilhão de dólares de
faturamento, a U.S. Steel, enquanto as receitas do governo dos Estados Unidos somadas atingiam 586 milhões de dólares
(números em valores da época). O governo investigou Morgan e a companhia, mas acabou não tomando nenhuma atitude.
Se fosse no Brasil, o empresário talvez tivesse uma sorte diferente. O grande industrial brasileiro do século 19, o barão de
Mauá, foi esmagado pelo governo. Seu maior crime? Empreender. Talvez isso ajude a explicar a diferença entre os
destinos do Brasil e dos Estados Unidos.
FONTE: Maurício Lima – Revista Exame – 30 de março de 2005
BIBLIOGRAFIA / FILMOGRAFIA / MÚSICA
 “Tempos Modernos” – filme
 “Eu, Robô” – filme
 “Fábrica” – música = Legião Urbana
EXERCÍCIOS
01. Quanto às principais fases da industrialização brasileira:
1. A fase atual é marcada pela desconcentração industrial. A região que mais recebe investimentos é a Amazônia.
2. O governo JK é considerado totalmente liberal, pois permitiu a entrada de empresas como GM, Toyota, Fiat, Ford.
3. Como principais fatores para a saída de empresas, seja da capital paulista, do estado de São Paulo ou do Centro-
Sul, temos: cara mão-de-obra, frágil tradição dos sindicatos, leis ambientais rígidas, elevados impostos...
4. A criação da rodovia Belém-Brasília, no governo JK, demonstra uma mudança na matriz do transporte no Brasil.
Isto foi positivo porque permitiu uma menor dependência da economia brasileira ao petróleo.
5. Segundo vários autores, a criação da cidade de Brasília, apresenta dois principais argumentos: para o governo,
iria representar uma ampliação do processo democrático, já que a maior parte da população estava no centro-
oeste; para a esquerda brasileira, a criação justifica-se por uma questão puramente administrativa, pois o centro-
oeste faz fronteira com todas as regiões brasileiras ao mesmo.
Marque:
a) Se II e III forem corretos. d) Se somente V for correto.
b) Se II e IV forem corretos. e) Se I, II, III, IV e V forem incorretos
c) Se II, III e V forem corretos.
02. Quanto à industrialização brasileira:
1. O governo Getúlio Vargas criou uma política de proteção elevada da economia brasileira.
2. Até 1970, aproximadamente, a desconcentração da indústria ocorreu sobretudo do Nordeste para o Centro-Sul; ao
passo que a partir de 1970, começa a ocorrer a concentração industrial, especialmente no Nordeste brasileiro.
3. O “ciclo” do café justifica a concentração industrial no Centro-sul. A crise da bolsa de Nova York foi positiva para o
desenvolvimento industrial brasileiro.
4. A Amazônia apresenta alguns entraves ao processo de atração de investimento econômicos, como: poucos
incentivos fiscais em relação ao nordeste, estradas mal conservadas, grande parcela da população desqualificada.
5. JK fez uma política econômica exclusivamente liberal.
Marque:
a) Se somente I for correto. d) Se I, III e IV forem corretos.
b) Se somente II for correto. e) Se I, III e V forem corretos.
c) Se somente III for correto.
1. (UFF/2003) O sucesso das indústrias de alta tecnologia reside na integração de diferenciados fatores que variam
segundo as regiões geográficas. Todavia, o modo de desenvolvimento dessas indústrias repousa sobre determinadas
condições qualitativas indispensáveis, tais como:
a) existência de uma densa rede de transportes destinados à exportação de bens, descentralização das atividades
comerciais e elevados investimentos em indústrias de base local;
b) criação de infra-estruturas viárias, redução de impostos e presença indispensável de indústrias químicas como
suporte de suas atividades produtivas;
c) inovação técnico-científica permanente, capital humano agregado e integração com uma rede urbana dotada de
equipamentos e serviços de energia, informação e comunicação;
d) expansão permanente da rede de comunicação, criação de territórios independentes da legislação nacional e
isenção de taxas de exportação para outras regiões e países;
e) flexibilização das leis trabalhistas, proximidade de amplos mercados de consumo e, sobretudo, presença de
jazidas energéticas.
2. (Mackenzie/2003) O fator preponderante que justifica as elevadas taxas de desemprego, em torno de 10% da PEA,
entre os países da União Européia na atualidade, é:
a) a reduzida circulação de pessoas acordadas no Tratado de Maastricht, que intensificou a migração intra-regional
por todo o continente europeu.
b) a intensa competitividade no mercado de trabalho, que incentivou o grande e livre fluxo de latinos e africanos em
direção ao continente europeu.
c) a estruturação de indústria de ponta pelo continente, que se desenvolveu a partir da revolução tecnocientífica.
d) a política demográfica das últimas décadas, que reverteu as baixas taxas de natalidade.
e) a intensa transferência de grandes empresas transnacionais para países periféricos, fechando as ofertas de
trabalho no continente europeu.
3. (Mackenzie/2003) A arrancada industrial dos Tigres Asiáticos, pós Segunda Guerra Mundial, coincide com a
implantação da Guerra Fria no mundo bipolarizado da época.
Esse fato só foi possível em virtude:
a) da ajuda financeira recebida na época do tesouro japonês, que sempre defendeu seus interesses econômicos na
região.
b) da poupança interna desses países que, mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, já controlavam suas
importações, estimulando as exportações de bens de consumo duráveis.
c) da ajuda financeira norte-americana, por meio do Plano Colombo, uma forma de instalar o cordão sanitário na
região.
d) da ajuda financeira soviética, que visava ampliar sua área de influência por toda a região.
e) da ajuda financeira mútua entre os países do bloco, que trocavam entre si matérias primas, tecnologias e uma
intensa abertura do mercado consumidor de toda a região.
4. (Ufjf2002) De acordo com Schumpeter, a economia industrial evoluiu por meio da destruição criadora. Quando um
conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias tradicionais são "destruídas", isto é,
deixam de criar produtos, de competir no mercado e acabam sendo abandonadas.
Marque a alternativa CORRETA:
(Fonte: Adaptado de MAGNOLI, Demétrio & ARAÚJO, Regina. "Projeto de ensino de geografia: natureza, tecnologia,
sociedades, geografia geral." São Paulo: Moderna, 2000.)
a) Na fase da estabilização, as pequenas empresas conseguem vencer a concorrência e dominam o mercado.
b) É na fase descendente que ocorre a destruição criadora e não há excesso de oferta.
c) Na fase inicial de cada onda, os mercados estão saturados e as grandes empresas desaparecem.
d) Em todas as ondas do século XX, a energia foi o principal fator de localização das indústrias transnacionais.
e) A introdução de novas tecnologias implica em novas formas de organização do espaço geográfico.
5. (Puc-rio/2000) O desenho representa a imagem do globo "encolhendo":
Analise duas conseqüências, para a organização do espaço mundial, das inovações tecnológicas surgidas com a 3ª
Revolução Industrial.
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
6. (Uel/2000) No México, inúmeras indústrias chamadas de "maquiadoras" foram instaladas ao longo da fronteira com os
Estados Unidos. Estas unidades de produção trabalham sob o comando de empresas norte-americanas e foram ali
instaladas para
a) acelerar o processo de industrialização mexicano e equipará-lo ao de seus parceiros comerciais do NAFTA.
b) recuperar o tipo de administração taylorista em decadência nos Estados Unidos e aproveitar as abundantes
reservas minerais mexicanas.
c) aproveitar a mão-de-obra barata e diminuir o fluxo emigratório legal ou clandestino para os Estados Unidos.
d) incentivar a criação de tecnopólos e aproveitar os volumosos investimentos em pesquisa e desenvolvimento
realizados atualmente pelo governo mexicano.
e) beneficiarem-se da recente política econômica mexicana que abriu seus mercados ao capital externo e transformar o NAFTA
no maior bloco
f) econômico mundial.

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  • 1. TURMA: 1ª SÉRIE – PRISE/PSS A INDÚSTRIA NO ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL 01. APRESENTAÇÃO: O processo de mudança de uma economia agrária e baseada no trabalho manual para uma dominada pela indústria mecanizada, tem início na Inglaterra por volta de 1760 e alastra-se para o resto do mundo. Caracteriza-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que aumentam a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria. Provoca profundas transformações na sociedade: o declínio da terra como fonte de riqueza, o direcionamento da produção em larga escala para o mercado internacional, a afirmação do poder econômico da burguesia, o surgimento do operariado e a consolidação do capitalismo como sistema dominante na sociedade. A adoção de padrões comuns nas linhas de montagem de vários países, permitindo que um mesmo produto seja fabricado em diversas partes do mundo – de preferência onde os custos são mais baixos. Esse processo põe fim à identidade nacional dos produtos, o famoso "made in". E é marcante no setor automotivo, tanto na produção de veículos quanto na fabricação de peças e acessórios. As alterações na estrutura produtiva da indústria são tão grandes que alguns estudiosos já apontam o surgimento de uma nova categoria industrial: a das fábricas de inteligência intensiva, que exigem grandes investimentos em tecnologia. 2.0. CONCEITOS: É comum ocorrer o equivoco entre o conceito de Indústria e o conceito de Industrialização. A indústria caracteriza-se pela transformação da matéria-prima. Entretanto, a industrialização tem como principais características a diversificação e multiplicação de fábricas e aumento do número de trabalhadores. Ao longo da história econômica do Brasil, por exemplo, observa-se que atividades econômicas como a da cana-de-açúcar, apresentava sub-produtos industriais como: o melaço, aguardente etc. A industrialização brasileira, propriamente dita, inicia-se por volta do final século XIX, tendo relação íntima com atividade cafeeira (vide tabela abaixo) MUDANÇAS DE ESTRUTURAS NA ECONOMIA BRASILEIRA TAXAS ANUAIS DE CRESCIMENTO ANOS AGRICULTURA (%) INDÚSTRIA (%) 1920-29 4,1 2,8 1930-39 1,7 11,2 1940-45 1,7 5,4 3.0. CLASSIFICAÇÃO INDUSTRIAL A classificação das industriais obedece a critérios diferentes e pode ser feita de acordo com o bem produzido (indústrias de bens de produção, de capital, do mercado de trabalho e do consumo) ou de acordo com a tecnologia empregada (indústrias dinâmicas e tradicionais). 3.1. Segundo o Bem Produzido A) Bens de Produção ou Base B) Bens de Capital ou Intermediária C) Bens de Consumo (duráveis / não-duráveis) 3.2. Segundo a Tecnologia Empregada
  • 2. A) Indústrias Dinâmicas B) Indústrias Tradicionais CLASSIFICAÇÃO DOS BENS INDUSTRIAIS 4.0.ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL 4.1. Artesanato: O artesanato foi a primeira etapa de transformação das matérias-primas. Essa atividade é praticada até hoje principalmente nos países periféricos ou como atividades artísticas. Para a confecção de um objeto o artesão pode realizar sozinho todas as etapas da transformação da matéria-prima em produto acabado ou contar com algum ajudante, mas sem caracterizar uma divisão do trabalho. 4.2. Manufatura É o estágio intermediário entre o artesanato e a maquinofatura. Nessa etapa, além do trabalho manual, havia a emprego de máquinas simples, a divisão social do trabalho e o assalariamento. A manufatura predominou nos séculos XV e XVI, período que marcou o fim da Idade Média e inicio da Idade Moderna. 4.3. Revolução Industrial ou Maquinofatura 4.3.1. Primeira Revolução Industrial O pioneirismo inglês, no século XVIII, deve-se ao acúmulo de capital – em razão da rápida expansão do comércio ultramarino e continental –, às reservas de carvão e ferro, à grande quantidade de mão-de-obra, ao avanço tecnológico e à existência de mercados consumidores. Em sua origem está a Revolução Gloriosa (1688), que assinala o final do absolutismo inglês e coloca a burguesia no controle do Estado. A disponibilidade de capital e o sistema financeiro eficiente facilitam os investimentos dos empresários, que constroem ferrovias, estradas, portos e sistemas de comunicação, favorecendo o comércio. Os campos são apropriados pela burguesia, no processo chamado de cercamento, originando extensas propriedades rurais. Com isso, os camponeses são expulsos das terras, migram para as cidades e tornam-se mão-de-obra à disposição. Por outro lado aumenta a produção de alimentos, contribuindo para o crescimento populacional. Avanços técnicos – O desenvolvimento de máquinas – como a máquina a vapor e o tear mecânico – permite o Bens de produção Bens de consumo Máquinas Matérias-primas Energia Pesquisa científica Casa Carros Eletrodomésticos Ferramentas e etc. Alimentos Roupas Calçados Remédios e etc. Duráveis Não-duráveis
  • 3. crescimento da produtividade e a racionalização do trabalho. Com a aplicação da força a vapor às máquinas fabris, a mecanização difunde-se na indústria têxtil. Para melhorar a resistência delas, o metal substitui a madeira, estimulando a siderurgia e o surgimento da indústria pesada de máquinas. A invenção da locomotiva e do navio a vapor acelera a circulação das mercadorias. O novo sistema industrial institui duas novas classes opostas: os empresários, donos do capital, dos modos e bens de produção, e os operários, que vendem sua força de trabalho em troca de salário. A Revolução Industrial concentra os empregados em fábricas e muda radicalmente o caráter do trabalho. Para aumentar o desempenho dos operários, a produção é dividida em várias etapas. O trabalhador executa uma única tarefa, sempre do mesmo modo. Com a mecanização, o trabalho desqualifica-se, o que reduz os salários. No início, os empresários impõem duras condições aos operários para ampliar a produção e garantir margem de lucro crescente. Estes, então, se organizam em associações para reivindicar melhores condições de trabalho, dando origem aos sindicatos. 4.3.2. Segunda Revolução Industrial Inicia-se a partir de 1870, com a industrialização da França, da Alemanha, da Itália, dos EUA e do Japão, entre outros. Novas fontes de energia (eletricidade e petróleo) e produtos químicos, como o plástico, são desenvolvidos, e o ferro é substituído pelo aço. Surgem máquinas e ferramentas mais modernas. Em 1909, Henry Ford cria a linha de montagem e a produção em série. Na segunda metade do século XX, quase todas as indústrias já estão mecanizadas e a automação alcança todos os setores das fábricas. As inovações técnicas aumentam a capacidade produtiva das indústrias e o acúmulo de capital. As potências industriais passam a buscar outros mercados consumidores(Imperialismo). 4.3.3. Terceira Revolução Industrial / Revolução Técnico-Científico-Informacional No período pós-II Guerra Mundial a partir da década de 1950, surgem complexos industriais e empresas multinacionais. As indústrias química e eletrônica crescem. Os avanços da automação, da informática e da engenharia genética são incorporados ao processo produtivo, que depende cada vez mais de alta tecnologia e de mão-de-obra especializada. A informatização substitui, em alguns casos, a mão-de-obra humana, contribuindo para a eliminação de inúmeros postos de trabalho. 5. MÉTODOS DE TRABALHO / MÉTODOS DE PRODUÇÃO Objetivos Principais: aperfeiçoar formas de trabalho / produção
  • 4. 5.1.Taylorismo ou organização científica do trabalho O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor inovou com o método conhecido como taylorismo ou organização científica do trabalho, que usou pela primeira vez os conceitos de seleção e treinamento de empregados e procurou obter deles a maior produtividade possível nos primeiros anos do século XX. Segundo Taylor, o empregado deveria executar uma tarefa, com o menor gasto de tempo e energia possível, seguindo o que foi determinado por seus superiores. Com isso, além de ficar alienado do processo de produção como um todo, ele trabalharia mais e o lucro das empresas aumentaria. 5.2.Fordismo:  Modelo de produção criado no final da década de 1930 pelo Industrial norte-americano Henry Ford.  As idéias de organização produtivas de Ford, basearam-se na já existente(taylorismo), implementadas pelo pecuarista proprietário dos frigoríficos Armous de Chicago, que utilizava o sistema de esteiras (linha de montagem) com sistematização do trabalho, com produção em série.  Ford, ao sistematizar e implantar a idéia da produção em série, conseguiu otimizar os seguintes aspectos: 1. desestabilizar o trabalhador que tinha o conhecimento do processo produtivo, pois fragmentou ainda mais seu conhecimento, quanto a produção final dos objetos. 2. enfraqueceu o sindicalismo que, na época vinha despontando com grande força reivindicatória. 3. aumentou a produtividade, devido a especialização do funcionário que só exercia uma ou no máximo duas funções (divisão social do trabalho).  no aspecto negativo, acumulou produtos, devido ao desequillíbrio existente entre a velocidade da produtividade e a baixa capacidade de consumo do mercado, com isso proporcionou a formação de estoques. 5.3.Pós-fordismo / Just in Time / “Toyotismo”
  • 5. No século XXI, o fordismo está ultrapassado. A nova indústria precisa de um trabalhador criativo e que participe de todo o processo de produção. Não deve haver mais a rígida separação entre a direção (que pensa) e o operário (que executa). A linha de montagem pode ser operada pelo computador, e a empresa pode empregar mão-de-obra terceirizada (temporária ou autônoma). Para evitar desperdícios os estoques (matéria-prima e produtos acabados) são calculados levando em consideração as solicitações do mercado. Aumenta, cada vez mais, a demanda pelo trabalhador qualificado e polivalente para operar as máquinas e contribuir para a melhoria da produção. Esse novo sistema que surgiu na década de 1980 no Japão é denominado just in time ou toyotismo. 6. TIPOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO 6.1.Clássica ou Original  XVIII / XIX  Europa oc., EUA, Canadá e Japão (G-7)  setor industrial completo  alta tecnologia  grande influência transnacionais (monopólio, oligopólio, truste, cartel, holding, dumping....)  grandes exportadores / importadores 6.2. Tardia ou Dependente  pós-guerra  países do sul:  substituição de importação / “Tripé" (Brasil, Argentina, México, Índia, África do sul)  “plataforma de exportação” (Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura) >> NICs / NPIs 7.0. O “MILAGRE JAPONÊS” A rearticulação da economia japonesa no pós-guerra, além dessa profunda estruturação do espaço agrário realizou sobretudo uma radical transformação da indústria, do comércio e do setor financeiro. Buscando sintetizar, de forma muito esquemática, mas com o objetivo de sistematizar, didaticamente as bases dessa mutação econômica e social após a Segunda Guerra Mundial, podemos dizer que ela se deve a fatores de ordem (geo) política, econômica e cultural, conforme relatado a seguir: a) fatores (geo) políticos  A posição estratégica do arquipélago japonês diante do avanço do socialismo (China, Coréia) no pós-guerra, trazendo assim maciços investimentos norte-americanos.  As conseqüências das guerras da Coréia e do Vietnã, também movidas pelo controle da "expansão comunista", que fizeram do Japão uma ponte abastecedora, impulsionando assim sua indústria de equipamentos pesados e os serviços de atendimento às tropas;
  • 6.  A estabilidade assegurada pelo domínio do PLD (Partido Liberal Democrata), conservador, até hoje no poder (embora sofrendo fortes pressões do Partido Socialista, que ganhou pela primeira vez as eleições para o Senado em 1989;  A legislação trabalhista e seu controle sobre a força de trabalho, gerando sindicatos fracos, atrelados às empresas;  O planejamento e coordenação estatal através do poderoso MITI, com subsídios governamentais;  A expansão internacional visando a definição de áreas prioritárias para o suprimento e matérias-primas, aliado ao fechamento do mercado interno a empresas e/ou produtos estrangeiros;  O estímulo oficial à poupança: os japoneses poupam em média 20% de seus salários, contra 5% dos norte-americanos.  b) fatores econômicos (dificilmente dissociáveis dos anteriores)  a infra-estrutura e a experiência legadas pelo período anterior á Segunda Guerra;  o fortalecimento do mercado interno;  a escala relativamente baixa dos salários;  a aquisição maciça de tecnologia no exterior, com impressionante capacidade de readaptação e aperfeiçoamento.  Pesados investimentos em educação e tecnologia  Plágio tecnológico  Contexto da Guerra Fria  Guerra da Coréia  Renascimento dos Zaibatsus  Criação dos Keyretsus c) fatores de ordem cultural  A herança confuciana, cujos preceitos básicos são a obrigação, confiança e respeito mútuos;  Como decorrência dessa ética temos também a integração/racionalidade social e funcional, com rigorosa disciplina e hierarquia, sendo a educação extremamente valorizada como meio de galgar melhores empregos e postos;  O resgate da "autoconfiança" nos valores nacionais através da valorização de rituais, hábitos e esportes tradicionais. 8.0. OS “DRAGÕES ASIÁTICOS” Todos esses indicadores se conjugam à presença do Japão, principal dínamo, hoje, das economias locais, superando os Estados Unidos como principal Estado exportador para esses países. Para se ter uma idéia, ainda em 1974, os grandes conglomerados japoneses comandavam 40% do comércio exterior coreano e 56% do comércio de Taiwan. Não é a toa que um dos primeiros títulos dados a esses NPls (Novos Países Industrializados) foi o de "países - oficina" ou ainda plataformas de exportação – onde as empresas estrangeiras, especialmente norte- americanas e japonesas, estabeleciam-se simplesmente para usufruir da mão-de-obra muito barata e "disciplinada", exportando depois quase a totalidade de sua produção. Essa característica de países - oficina tem, contudo, uma data bem definida, quando a indústria local era uma indústria basicamente de mão-de-obra, ligada ao setor de bens de consumo não-duráveis, e quando são criadas as ZPEs. O processo de industrialização dessa área não é portanto linear, baseado simplesmente na produção para exportação. Tal como no Japão, eles passam por fases de maior abertura ao comércio e ao capital estrangeiro e fases de maior estímulo ao consumo interno (com diferenças no caso dos micro-Estados de Singapura e Hong Kong). A distinção fundamental é que, enquanto no Japão predominam as "fases" de estímulo ao mercado interno, nos tigres, de mercado interno, nos tigres, de mercados mais restritos, dominam as políticas de abertura para o exterior. Para Lipietz, no caso da Coréia, que tem o maior mercado interno dos tigres, a partir de 1973 "o crescimento industrial volta a ser centrado no mercado doméstico (...). O salário real, que
  • 7. crescia mais lentamente que a produtividade, começa a crescer muito a partir de 1976, acabando aliás por comprometer a competitividade coreana (em relação a Taiwan)". 9.0. CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL Apesar das mudanças locacionais e do desenvolvimento tecnológico, no geral, as indústrias concentram-se principalmente nos EUA, Japão, Europa oc., Rússia, “Tigres Asiáticos”, México, Argentina , Brasil, Índia e África do Sul. 10. AS “ONDAS” INDUSTRIAIS De acordo com Schumpeter, a economia industrial evoluiu por meio da destruição criadora. Quando um conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias tradicionais são "destruídas", isto é, deixam de criar produtos, de competir no mercado e acabam sendo abandonadas. A introdução de novas tecnologias implica em novas formas de organização do espaço geográfico (vide figura abaixo) Textos de apoio CHINA / ESTADOS UNIDOS Dragão ou tigre de papel? O tamanho da economia chinesa vai superar o da economia americana nos próximos 20 anos? Os cenários construídos por economistas e políticos conservadores norte-americanos dizem que vai. A fobia de um futuro dominado pela China não é gratuita – alimenta fantasias e orçamentos militares na maior potência do planeta. Um dos principais economistas que pinta o retrato nessa perspectiva é Angus Maddison, que publicou uma verdadeira Bíblia das grandiosas perspectivas chinesas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Por outro lado, é grande o número de economistas no mundo inteiro que continuam apostando contra a economia chinesa. Em especial, ainda existem temores de que a China faça uma desvalorização cambial, antes de aderir à Organização Mundial do Comércio (OMC). Como a China conseguiria se transformar na economia-líder do século XXI? A grande chance chinesa repouas sobre dois pilares: dimensão do mercado interno e cautela na exposição aos capitais externos. Os capitais estrangeiros que lá aportaram buscam o posicionamento para explorar o fabuloso potencial do mercado interno. E muito desse investimento é resultado dos interesses da enorme comunidade chinesas que está fora do país. Angus Maddison ressalta fatores de longo prazo. Até
  • 8. o início do século XIX, a China era a maior economia do planeta.Trata-se de uma sociedade que, ademais, teve existência como unidade política e econômica anterior a outros países cuja modernidade é normalmente associada ao surgimento de um Estado nacional. Maddison estima ainda que mesmo na hipótese de o crescimento econômico chinês cair a uma taxa de 5,5% ao ano, o PIB do país ficaria em pé de igualdade com o dos EUA em 2015 (veja o Box). No momento em que a economia chinesa atingisse a dimensão da norte-americana, o PIB de cada um dos países representaria 17% do PIB mundial. Evidentemente, em função da enorme disparidade demográfica, o PIB per capita chinês continuaria muito inferior ao americano. Ao longo do processo de reformas econômicas, deflagrado em 1978, a indústria de pequeno porte tem sido uma força importante na redefinição do mercado interno chinês. O tamanho médio da empresa não-estatal na China caiu de 112 para oito funcionários por empresa. O desempenho exportador da China, de outro lado, teve como alavanca uma desvalorização cambial que reduziu o valor da moeda, em 1997, a um quinto do que era em 1980. Entre 1978 e 1995, o PIB per capita cresceu 6% ao ano, menos apenas que a taxa registrada pela Coréia do Sul e seis vezes superior à média mundial. A participação do PIB chinês na economia global passou de 5% para 10%. O grande desafio chinês nos próximos anos será fazer um desmonte o menos traumático possível do sistema produtivo estatal, com mais de cem mil empresas e operando com muita capacidade ociosa, absorvendo mais de 70% do crédito doméstico e com um grau de inadimplência que contamina 20% dos balanços de bancos. Há também desafios cruciais no setor agrícola. A China ali-menta 22% da população mundial com 7% do total da terra agricultável do planeta. A demanda por comida (em boa medida, importada) será um dos principais condutos de influência da China sobre o resto do mundo nas próximas décadas. Especialistas da OCDE estimaram que as importações chinesas de grãos chegarão, no ano 2000, a 40 milhões de toneladas. Mas ainda há muito a se fazer em termos de técnicas de gerenciamento de produção agrícola, irrigação, políticas oficias de crédito e subsídios. Há algo que coloca seriamente em risco as perspectivas de crescimento econômico da China – as tensões sociais internas. A renda da população rural, estimada em quase 70% do total de habitantes do país, caiu 10% nos últimos dois anos, aumentando a já imensa desigualdade entre a China rural e a China urbana. A renda da população urbana cresce sem parar e representa, agora, 70% da renda total. Mesmo nessa moldura de desigualdades crescentes, a China foi o país que apresentou a maior redução nos índices de pobreza entre 1990 e 1998, segundo relatório assinado pelos presidentes do FMI, do Banco Mundial, da ONU e da OCDE. Nesse período, o número de pobres na China diminuiu de 360 milhões para 210 milhões (uma redução de 42%). No mundo, no mesmo período, a redução foi de 1,3 bilhão para 1,2bilhão de pessoas (cerca de 8%). Mas um país com má distribuição de renda está exposto a tensões sociais que costumam atuar como obstáculos políticos às decisões de investimento e financia-mento. Ou seja, não basta um mercado interno grande: ele precisa ser crescente e sustentável. Disso dependerá o papel da China no próximo século. O segundo PIB do mundo? Nesse início de século XXI, enquanto o mundo inteiro patina ou entra em recessão, a economia chinesa registrou, no primeiro trimestre de 2001, um crescimento anual de espantosos 8,1%. A meta oficial é de uma taxa de crescimento do PIB de 7%. As visões que colocam a China como a grande potência econômica do século XXI gostam de utilizar um método de cálculo do PIB com base na paridade do poder de compra (PPC). De acordo com esse método, o PIB chinês é o segundo maior do mundo, à frente do Japão (veja o gráfico). Segundo o método tradicional, que converte os preços internos para dólares de acordo com a taxa média de câmbio dos três anos anteriores, o PIB chinês é o sétimo, atrás dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália. Usando esse método de cálculo, as moedas são convertidas entre si a uma taxa que torna iguais os poderes de compra dos diferentes países. O método é uma forma de descontar do cálculo as taxas de inflação e as flutuações da taxa de câmbio em cada país.O exemplo mais famoso desse tipo de cálculo é o “índice Big Mac”, publicado pela revista The Economist. Compara-se o preço de um Big Mac nos vários países. Como se trata de um produto praticamente igual em todas as partes do mundo, chega-se à taxa de câmbio simplesmente através das razões entre os preços. Se o sanduíche custa X francos na França e Y dólares nos EUA, a PPC no caso é simplesmente X/Y. A vantagem desse método de cálculo é que o PIB de um país em relação aos outros fica menos dependente de fatores de curto prazo, principalmente de instabilidades financeiras e monetárias. Quando o PIB de vários países é convertido a uma moeda comum usando-se a PPC, é como se todos estivessem sendo calculados a partir de um mesmo sistema de preços. O Brasil serve de exemplo das diferenças de método no cálculo do PIB. Segundo o cálculo tradicional, o PIB brasileiro sofreu um retrocesso com a violenta desvalorização do real, em janeiro de 1999. Usando-se a PPC, não houve retrocesso do PIB, pois embora tenham perdido bastante poder de compra de produtos importados, os brasileiros não perderam poder de compra dos produtos nacionais. Fonte: Jornal Mundo A CONSTRUÇÃO DO CAPITALISMO AMERICANO Em An Empire of Wealth, historiador estudas as razões que deram aos EUA a supremacia mundial Contar a história do capitalismo americano é uma tarefa praticamente impossível para um só livro. Mas o historiador John Steele Gordon se aproxima muito disso com o seu An Empire of Wealth (editora Harper Collins, 17,80 dólares, 460 páginas). Primeiro, pela fantástica riqueza de detalhes. Gordon, especialista em negócios e finanças, é fanático por pormenores e levantou histórias que vão desde a chegada dos pioneiros ao país até o fatídico 11 de setembro de 2001. Depois, porque todo seu trabalho de pesquisa e narrativa tem um propósito bem definido. Desde a primeira linha, Gordon procura entender quais foram as razões que transformaram os Estados Unidos na superpotência que são hoje. Num texto objetivo, o autor mostra que, diferentemente de outros países e impérios que ocuparam este papel, o grande mérito dos Estados Unidos não foi o poderio militar ou o político (como o Império Romano ou a Grã-Bretanha). A explicação fundamental para a atual supremacia americana deu-se na esfera privada. Para Gordon, foi o intenso processo de criação de riqueza, uma história de empreendedores, invenções e empresas, que dinamizou esse processo. A tese central da obra é inspirada numa expressão cunhada pelo economista John Maynard Keynes. Para Keynes, homens e mulheres são dotados de “espíritos animais”, um sentimento que faz com que eles assumam risco e procurem progredir. No livro, Gordon dá exemplos de como o povo americano sempre esteve em contato com seus “espíritos animais” e como isso repercutiu na economia. Um exemplo pouco conhecido disso foi Eli Whitney. Filho de um fazendeiro, Whitney conseguiu simplificar a colheita de algodão nos estados do sul do país com uma invenção. Sua criação,
  • 9. uma espécie de arado mecânico, aumentou a capacidade de uma pessoa de colher algodão em 25 vezes. Logo, essa mudança refletiu-se nos números. Em 1793, um pouco depois do ano da inovação, os Estados Unidos produziam 1% da safra mundial de algodão. Em 1830, graças ao experimento de Whitney, o país já detinha 50%. George Bissel, professor em Darthmouth, foi mais um discreto personagem que revolucionou o país. Foi ele quem teve a idéia de perfurar a terra para achar petróleo. Em poucos anos, milhares de empresas surgiram no país atrás do combustível. Outros não só mudaram o país como entraram no panteão da humanidade com seus inventos. Um dos mais celebrados é Thomas Edison, inventor do fonógrafo e da luz elétrica. Além disso, fez experimentos com o telefone e com o cinema. Até 1892, ele tinha registrado 102 patentes em seu nome. Gordon se aprofunda em duas invenções que exerceram papel central para que os Estados Unidos chegassem aonde chegaram. A primeira foi a ferrovia. Não houve um nome Apenas por trás desse novo meio de transporte. O sistema era conhecido desde o século 16, quando carrinhos eram empurrados através de trilhos em minerações. O grande avanço foi casar essa tecnologia com o sistema de motor a combustão – algo que foi feito simultaneamente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Mas, até por uma questão das distâncias envolvidas, o efeito na América foi fantástico. Em 1830, avia 23 milhas de ferrovias construídas nos Estados Unidos. Em 1840, eram quase 3 000 milhas. Dez anos depois, já eram 10 000 e em 1860, o triplo disso. Esse foi um importante passo para o estabelecimento de um mercado nacional americano. A outra invenção fundamental para isso foi o telégrafo. Quando Samuel Morse, filho de um pastor da Nova Inglaterra, conseguiu desenvolver seu sistema de comunicação provocou uma revolução nos negócios. Até aquele momento, nenhum mercado de ações se expandia demais por absoluta falta de contato com investidores de outras localidades. Em Wall Street, por exemplo, funcionava um sistema de comunicação em que um homem subia na torre do prédio da bolsa e acenava para o outro lado do rio Hudson indicando os resultados do pregão para os investidores de Nova Jersey, um sistema que gerava confusão e desconforto (principalmente nos dias de chuva). O telégrafo mudou tudo isso. Algumas explicações muito comuns para o desenvolvimento americano são relativizadas no livro. Uma delas é a análise de que a colonização inglesa foi o grande diferencial para o desenvolvimento do país. Evidentemente, os americanos herdaram uma séria de características dos ingleses, que foram muito úteis na construção do país – especialmente o respeito às leis, aos contratos e às instituições. Mas não se pode confundir isso com a atuação da Coroa Britânica no processo de colonização. As primeira iniciativas britânicas de ocupara os Estados Unidos diferiam pouco das estratégias portuguesas ou espanholas. No início, houve até a distribuição de largos pedaços de terra para os favoritos da coroa. O rei Charles II, monarca inglês, retalhou a província da Carolina e entregou a oito amigos. O grupo de senhores de terra nomeou um governador e impôs a cultura da cana-de-açúcar como atividade econômica local (qualquer semelhança com um certo país tropical não é mera coincidência). Outro mito é que as administrações americanas foram o fator mais importante para o sucesso do país. Gordon concorda apenas em parte. Algumas decisões governamentais, na verdade, foram desastrosas para a economia americana. Uma delas, a de não ter banco central durante 80 anos, atribuída a Thomas Jefferson, acabou favorecendo todas as graves crises financeiras pelas quais o país passou. An Empire of Wealth relata ainda a história de alguns dos empreendedores mais importantes da história dos Estados Unidos. Gordon descreve a trajetória de nomes como JPMorgan, Andrew Carnegie, Cornelius Vanderbilte e John D. Rockefeller – empresários que ocuparam o posto de homem mais rico do país. O que chama a atenção nessas histórias é que todos eles tiveram sérios embates com o governo americano. Mas nenhum deles foi ferido de morte nessas disputas. Morgan, por exemplo, chocou a sociedade americana ao comandar uma empresa que tinha 1,4 bilhão de dólares de faturamento, a U.S. Steel, enquanto as receitas do governo dos Estados Unidos somadas atingiam 586 milhões de dólares (números em valores da época). O governo investigou Morgan e a companhia, mas acabou não tomando nenhuma atitude. Se fosse no Brasil, o empresário talvez tivesse uma sorte diferente. O grande industrial brasileiro do século 19, o barão de Mauá, foi esmagado pelo governo. Seu maior crime? Empreender. Talvez isso ajude a explicar a diferença entre os destinos do Brasil e dos Estados Unidos. FONTE: Maurício Lima – Revista Exame – 30 de março de 2005
  • 10. BIBLIOGRAFIA / FILMOGRAFIA / MÚSICA  “Tempos Modernos” – filme  “Eu, Robô” – filme  “Fábrica” – música = Legião Urbana EXERCÍCIOS 01. Quanto às principais fases da industrialização brasileira: 1. A fase atual é marcada pela desconcentração industrial. A região que mais recebe investimentos é a Amazônia. 2. O governo JK é considerado totalmente liberal, pois permitiu a entrada de empresas como GM, Toyota, Fiat, Ford. 3. Como principais fatores para a saída de empresas, seja da capital paulista, do estado de São Paulo ou do Centro- Sul, temos: cara mão-de-obra, frágil tradição dos sindicatos, leis ambientais rígidas, elevados impostos... 4. A criação da rodovia Belém-Brasília, no governo JK, demonstra uma mudança na matriz do transporte no Brasil. Isto foi positivo porque permitiu uma menor dependência da economia brasileira ao petróleo. 5. Segundo vários autores, a criação da cidade de Brasília, apresenta dois principais argumentos: para o governo, iria representar uma ampliação do processo democrático, já que a maior parte da população estava no centro- oeste; para a esquerda brasileira, a criação justifica-se por uma questão puramente administrativa, pois o centro- oeste faz fronteira com todas as regiões brasileiras ao mesmo. Marque: a) Se II e III forem corretos. d) Se somente V for correto. b) Se II e IV forem corretos. e) Se I, II, III, IV e V forem incorretos c) Se II, III e V forem corretos. 02. Quanto à industrialização brasileira: 1. O governo Getúlio Vargas criou uma política de proteção elevada da economia brasileira. 2. Até 1970, aproximadamente, a desconcentração da indústria ocorreu sobretudo do Nordeste para o Centro-Sul; ao passo que a partir de 1970, começa a ocorrer a concentração industrial, especialmente no Nordeste brasileiro. 3. O “ciclo” do café justifica a concentração industrial no Centro-sul. A crise da bolsa de Nova York foi positiva para o desenvolvimento industrial brasileiro. 4. A Amazônia apresenta alguns entraves ao processo de atração de investimento econômicos, como: poucos incentivos fiscais em relação ao nordeste, estradas mal conservadas, grande parcela da população desqualificada. 5. JK fez uma política econômica exclusivamente liberal. Marque: a) Se somente I for correto. d) Se I, III e IV forem corretos. b) Se somente II for correto. e) Se I, III e V forem corretos. c) Se somente III for correto. 1. (UFF/2003) O sucesso das indústrias de alta tecnologia reside na integração de diferenciados fatores que variam segundo as regiões geográficas. Todavia, o modo de desenvolvimento dessas indústrias repousa sobre determinadas condições qualitativas indispensáveis, tais como: a) existência de uma densa rede de transportes destinados à exportação de bens, descentralização das atividades comerciais e elevados investimentos em indústrias de base local; b) criação de infra-estruturas viárias, redução de impostos e presença indispensável de indústrias químicas como suporte de suas atividades produtivas; c) inovação técnico-científica permanente, capital humano agregado e integração com uma rede urbana dotada de equipamentos e serviços de energia, informação e comunicação; d) expansão permanente da rede de comunicação, criação de territórios independentes da legislação nacional e isenção de taxas de exportação para outras regiões e países; e) flexibilização das leis trabalhistas, proximidade de amplos mercados de consumo e, sobretudo, presença de jazidas energéticas. 2. (Mackenzie/2003) O fator preponderante que justifica as elevadas taxas de desemprego, em torno de 10% da PEA, entre os países da União Européia na atualidade, é: a) a reduzida circulação de pessoas acordadas no Tratado de Maastricht, que intensificou a migração intra-regional por todo o continente europeu. b) a intensa competitividade no mercado de trabalho, que incentivou o grande e livre fluxo de latinos e africanos em direção ao continente europeu. c) a estruturação de indústria de ponta pelo continente, que se desenvolveu a partir da revolução tecnocientífica. d) a política demográfica das últimas décadas, que reverteu as baixas taxas de natalidade.
  • 11. e) a intensa transferência de grandes empresas transnacionais para países periféricos, fechando as ofertas de trabalho no continente europeu. 3. (Mackenzie/2003) A arrancada industrial dos Tigres Asiáticos, pós Segunda Guerra Mundial, coincide com a implantação da Guerra Fria no mundo bipolarizado da época. Esse fato só foi possível em virtude: a) da ajuda financeira recebida na época do tesouro japonês, que sempre defendeu seus interesses econômicos na região. b) da poupança interna desses países que, mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, já controlavam suas importações, estimulando as exportações de bens de consumo duráveis. c) da ajuda financeira norte-americana, por meio do Plano Colombo, uma forma de instalar o cordão sanitário na região. d) da ajuda financeira soviética, que visava ampliar sua área de influência por toda a região. e) da ajuda financeira mútua entre os países do bloco, que trocavam entre si matérias primas, tecnologias e uma intensa abertura do mercado consumidor de toda a região. 4. (Ufjf2002) De acordo com Schumpeter, a economia industrial evoluiu por meio da destruição criadora. Quando um conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias tradicionais são "destruídas", isto é, deixam de criar produtos, de competir no mercado e acabam sendo abandonadas. Marque a alternativa CORRETA: (Fonte: Adaptado de MAGNOLI, Demétrio & ARAÚJO, Regina. "Projeto de ensino de geografia: natureza, tecnologia, sociedades, geografia geral." São Paulo: Moderna, 2000.) a) Na fase da estabilização, as pequenas empresas conseguem vencer a concorrência e dominam o mercado. b) É na fase descendente que ocorre a destruição criadora e não há excesso de oferta. c) Na fase inicial de cada onda, os mercados estão saturados e as grandes empresas desaparecem. d) Em todas as ondas do século XX, a energia foi o principal fator de localização das indústrias transnacionais. e) A introdução de novas tecnologias implica em novas formas de organização do espaço geográfico. 5. (Puc-rio/2000) O desenho representa a imagem do globo "encolhendo": Analise duas conseqüências, para a organização do espaço mundial, das inovações tecnológicas surgidas com a 3ª Revolução Industrial. ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 6. (Uel/2000) No México, inúmeras indústrias chamadas de "maquiadoras" foram instaladas ao longo da fronteira com os Estados Unidos. Estas unidades de produção trabalham sob o comando de empresas norte-americanas e foram ali instaladas para a) acelerar o processo de industrialização mexicano e equipará-lo ao de seus parceiros comerciais do NAFTA. b) recuperar o tipo de administração taylorista em decadência nos Estados Unidos e aproveitar as abundantes reservas minerais mexicanas. c) aproveitar a mão-de-obra barata e diminuir o fluxo emigratório legal ou clandestino para os Estados Unidos. d) incentivar a criação de tecnopólos e aproveitar os volumosos investimentos em pesquisa e desenvolvimento realizados atualmente pelo governo mexicano. e) beneficiarem-se da recente política econômica mexicana que abriu seus mercados ao capital externo e transformar o NAFTA no maior bloco f) econômico mundial.