O documento discute os requisitos técnicos para aterros industriais, incluindo a escolha adequada do local, sistemas de impermeabilização, coleta e tratamento de líquidos percolados, e planos de gerenciamento e monitoramento.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
Aterros industriais: requisitos e normas
1. ATERROS INDUSTRIAIS
ATERRO
É uma forma de disposição de resíduos no
solo que, fundamentada em critérios de
engenharia e normas operacionais especí-
ficas, garante um confinamento seguro em
termos de poluição ambiental e de proteção
à saúde pública.
4. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS EM
ATERRO
Somente devem ser dispostos em aterros:
• Resíduos passíveis de atenuação no solo;
• Resíduos biodegradáveis; e
• Resíduos contendo metais.
5. RESÍDUOS CUJA DISPOSIÇÃO NÃO É
ACEITA EM ATERROS
Não podem ser dispostos em aterro,
resíduos:
• Inflamáveis;
• Reativos;
• Oleosos;
• Orgânicos persistentes; e
• Que contenham líquidos livres.
6. ATERRO INDUSTRIAL
REQUER:
• Localização adequada
• Elaboração de projeto criterioso:
- com implantação de infra-estrutura de apoio; e
- com implantação de obras de conrole.
• Adoção de regras operacionais específicas
Propiciam
Confinamento seguro dos resíduos, em termos de
controle de poluição ambiental e proteção à saúde
pública
7. ATERROS - NORMAS TÉCNICAS
Gerais:
NBR 10.004 - Resíduos Sólidos - Classificação
NBR 10.005 - Lixiviação de Resíduos
NBR 10.006 - Solubilização de Resíduos
NBR 10.007 - Amostragem de Resíduos
NBR 12.988 - Líquidos Livres - Verificação em
Amostra de Resíduo
NBR 13.895 - Construção de Poços de Monitora-
mento e Amostragem
8. ATERROS - NORMAS TÉCNICAS
NBR 8418 - Apresentação de Projetos de Aterros de
Resíduos Industriais Perigosos
NBR 8419 - Apresentação de Projetos de Aterros
Sanitários de Resíduos Sólidos Urbanos
NBR 10.157 - Aterros de Resíduos Perigosos - Critérios
para Projeto, Construção e Operação
CETESB - L1.030 - Membranas Impermeabilizantes e
Resíduos Determinação da Compatibilidade - Método de
ensaio
NBR 13.896 - Aterros de Resíduos Não Perigosos -
Critérios para Projeto, Implantação e Operação
9. ATERRO - NORMAS TÉCNICAS
Armazenamento/Transporte
NBR 12235 - Armazenamento de Resíduos Sólidos
Perigosos (antiga NB-1183)
NBR 11174 - Armazenamento de Resíduos Classe II -
Não Inertes e III - Inertes (antiga NB-1264)
NBR 13221 - Transporte de Resíduos
10. ATERRO - ESCOLHA DE ÁREA
A escolha de um local para a implantação
de um aterro deve atender:
- ao planejamento do desenvolvimento
econômico, social e urbano da região;
- às diretrizes fixadas para uso e ocupação
do solo;
- à proteção da saúde pública; e
- à proteção do meio ambiente.
11. ESCOLHA DE ÁREA - REQUISITOS
• Distância mínima de 500m a núcleos habita-
cionais;
• Proximidade das fontes geradoras e vias de
transporte;
• Declividade superior a 1% e inferior: a 20%
para classe I e 30% para classe II;
• Área não sujeita a inundações, em períodos
de recorrência de 100 anos;
12. ESCOLHA DE ÁREA - REQUISITOS
• Baixo potencial de contaminação do aqüífero
- subsolo com alto teor de argila;
- camada insaturada ≥ 1,5m entre o fundo do
aterro e o nível mais alto do lençol freático;
- subsolo constituído predominantemente por
material com coeficiente de permeabilidade
inferior a 5x10-5cm/s;
- baixo índice de precipitação; e
- alto índice de evapotranspiração.
13. CONDIÇÕES HIDROGEOLÓGICAS EM
ATERROS
Aterro de Resíduos
Condições Hidrogeológicas Unidade Perigosos Não Perigosos
Espessura da
Camada Insaturada (L)
Coeficiente de
Permeabilidade (K)
Espessura da
Camada Insaturada (L)
Coeficiente de
Permeabilidade (K)
Notas:
(1)
NBR 10157/87 - "Aterros de Resíduos Perigosos - Critérios para
Projeto, Construção e Operação"
(2)
NBR 13896/97 - "Aterros de Resíduos Não Perigosos - Critérios
para Projeto, Implantação e Operação"
1,5 (1)
1,5 (2)
5x10-5 (2)
5x10-5 (1)
3,0 3,0 (2)
10-7
10-6 (2)
Desejável
Mínima
m
cm/s
m
cm/s
14. ESCOLHA DE ÁREA - REQUISITOS
• Vida útil mínima de 10 anos;
• Área em conformidade com a legislação local
de uso do solo; e
• Distância mínima de 200m de qualquer
coleção hídrica ou curso de água.
15. CARACTERIZAÇÃO
HIDROGEOLÓGICA
• Definição das camadas constituintes do subsolo;
• Determinação da profundidade do aqüífero freá-
tico;
• Conhecimento da dinâmica, qualidade e impor-
tância econômica das águas subterrâneas;
• Elaboração de mapas potenciométricos;
• Importância do terreno em termos de recarga de
aqüíferos; e
• Avaliação de riscos de ruptura ou erosão acen-
tuada do terreno de fundação.
16. ATERRO - INFRA-ESTRUTURA
• portaria, escritório, banheiros, laboratório;
• balança;
• cerca;
• acessos internos;
• iluminação;
• sistemas de comunicação internos e externos;
• placas de sinalização;
• faixa de proteção sanitária;
• pátio para estocagem de resíduos e materiais de
construção;
• oficina para manutenção de equipamentos.
• laboratório
17. ELEMENTOS DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL
• Sistema de drenagem de águas pluviais;
• Sistema de impermeabilização inferior;
• Sistema de detecção de vazamentos através da
impermeabilização;
• Sistema de coleta e tratamento de líquidos
percolados;
• Sistema de impermeabilização superior -
Cobertura Final; e
• Sistema de monitoramento das águas
subterrâneas.
18. SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO
Características esperadas de um sistema de
impermeabilização em aterros:
- Estanqueidade
- Durabilidade
- Resistência e esforços mecânicos
- Resistência as intempéries
- Resistência aos microorganismos do solo
- Compatibilidade com os resíduos a serem
aterrados
19. SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO
Os materiais comumente empregados em
impermeabilização de aterros são:
- Argilas compactadas; e
- Geomembranas sintéticas.
20. IMPERMEABILIZAÇÃO COM
ARGILAS COMPACTADAS
• A camada de argila deverá ser executada em camadas
compactadas de no mínimo 20 cm de espessura, com
controle tecnológico da compactação;
• Durante a compactação a umidade deverá ser controlada
em torno da umidade ótima obtida em ensaio de
compactação com proctor normal;
• A densidade obtida no maciço compactado deverá ser
de no mínimo 95% da densidade obtida em ensaios de
compactação com proctor normal; e
• O coeficiente de permeabilidade obtido no maciço
compactado deverá ser inferior a 10-7cm/s.
21. GEOMEMBRANA EM ATERROS
INDUSTRIAIS
As características necessárias a uma geo-
membrana para aplicação em aterros indus-
triais são:
• Compatibilidade com os resíduos a serem
aterrados;
• Resistência a esforços mecânicos;
• Resistência a intempéries; e
• Resistência a microorganismos do solo.
22. ÁGUAS SUB-SUPERFICIAIS
(PERCOLADO)
Nos aterros, todos os esforços devem ser
investidos no sentido de evitar a formação
de líquidos percolados.
• Escolha da área (áreas secas)
• Concepção do projeto (sistemas de drena-
gens eficazes):
- de águas pluviais (impedir)
- de líquidos percolados (captar)
23. COLETA E TRATAMENTO
DE LÍQUIDOS PERCOLADOS
Os sistemas de coleta e tratamento de
líquidos percolados são compostos por:
- Dreno de brita com tubo guia;
- Caixas de acumulação;
- Estação de bombeamento; e
- Estação de tratamento de líquidos per-
colados.
26. COLETA E TRATAMENTO
DE LÍQUIDOS PERCOLADOS
Formas de tratamento de líquidos percola-
dos:
- Processos físico-químicos convencionais;
- Processos biológicos; e
- Processos de tratamento avançados.
27. SISTEMAS DE DETECÇÃO DE
VAZAMENTOS
Os sistemas de detecção de vazamentos,
através das camadas de impermeabilização,
são compostos por:
- Drenos-testemunha; e
- Poços de inspeção.
Os drenos-testemunha são compostos por:
- Estruturas drenantes de superfície (colchão
de areia); e
- Estruturas drenantes lineares (tubo guia).
29. PROJETOS DE ATERROS
PARA RESÍDUOS CLASSE I
Alguns critérios para projetos são:
• Vida útil de 10 anos;
• Implantação de um sistema de drenagem de águas
pluviais capaz de suportar uma chuva de pico com
25 anos de período de ocorrência;
• Implantação de um duplo sistema de
impermeabilização inferior com drenos-testemunha;
• Implantação de sistema de cobertura final; e
• Implantação de um sistema de coleta e tratamento
de líquidos percolados.
30. ATERRO DE RESÍDUOS CLASSE II
Condições Climáticas e Hidrogeológicas
Favoráveis: EV - P ≥ 500mm
31. ATERRO DE RESÍDUOS CLASSE II
Condições Climáticas Favoráveis e Hidro-
geológicas Insatisfatórias: EV - P ≥ 500mm
32. ATERRO DE RESÍDUOS CLASSE II
Condições Climáticas Insatisfatórias e Hi-
drogeológicas Favoráveis : EV - P < 500mm
33. ATERRO DE RESÍDUOS CLASSE II
Condições Climáticas e Hidrogeológicas
Insatisfatórias : EV - P < 500mm
35. GERENCIAMENTO E OPERAÇÃO DO
ATERRO
Planos a serem apresentados nos projetos
de aterros industriais:
• Plano de registro e controle de resíduos;
• Plano de segregação de resíduos;
• Plano de inspeção e manutenção;
• Plano de emergência;
• Plano de monitoramento do aqüífero; e
• Plano de encerramento.
36. REGISTRO E CONTROLE
DOS RESÍDUOS DISPOSTOS
• Descrição e quantidade de cada resíduo
recebido;
• Data e local de disposição no aterro;
• Registro das análises efetuadas no resíduo;
• Registro de ocorrências; e
• Dados referentes ao monitoramento da qua-
lidade das águas superficiais e subterrâ-
neas.
37. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
O controle de recebimento dos resíduos vi-
sa permitir controlar as características dos
resíduos industriais que vêm sendo destina-
dos no aterro, em complementação à verifi-
cação da documentação de autorização
emitida pela CETESB-Cadri.
38. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
• Análises completas para emissão de
CADRIs;
• Testes expeditos; e
• Análises completas para verificação da ma-
nutenção das características do resíduo em
comparação à permissão original, freqüên-
cia de realização dos ensaios e indicação
de laboratório para a realização dos
mesmos.
39. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
No local de controle de recebimento de car-
gas, deve estar disponível uma ficha com a
caracterização do resíduo (“finger print” -
cor, odor, aspecto físico, reatividade, etc.)
aprovado pelo CADRI de modo a poder ser
feita uma comparação visual entre o resí-
duo que está sendo recebido e o resíduo
aprovado.
40. CONTROLE DE RECEBIMENTO DE
RESÍDUOS
Em todas as cargas devem ser realizados os
testes expeditos (pH, líquidos livres, reatividade
em água, meio ácido e meio alcalino, “flash
point”, etc.).
Análises completas, periódicas, para verificação
da manutenção das características do resíduo.
- as desconformidades deverão ser comunicadas
à Agência Ambiental, que tomará as medidas
cabíveis.
41. PLANO DE INSPEÇÃO
• A instalação deve ser inspecionada para ve-
rificar a integridade de seus componentes
(drenos, diques, bombas, sistemas de moni-
toramento, etc.).
• Identificar e corrigir eventuais problemas
que possam provocar a ocorrência de aci-
dentes.
42. PLANO DE MONITORAMENTO
O Plano de Monitoramento do Aqüífero
deve incluir:
• Número de poços;
• Localização;
• Parâmetros a serem monitorados;
• Freqüência de amostragem; e
• Procedimentos para coleta e preservação
das amostras.