SlideShare uma empresa Scribd logo
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
EXTRAÇÃO DE NANOCELULOSE A PARTIR DO
PSEUDOCAULE DA BANANEIRA PARA PRODUÇÃO
DE BIOPLÁSTICO
RICHARD CASSIO OLIVEIRA AMORIM
FATEC PRAIA GRANDE
richard.amorim@fatec.sp.gov.br
ANDRÉA MOURA LEITE DOS SANTOS
FATEC PRAIA GRANDE
amoura680@gmail.com
JANARA DE CAMARGO MATOS
FATEC PRAIA GRANDE
janara.matos@fatecpg.com.br
MAYARA ELITA CARNEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
mayaraecarneiro@gmail.com
RESUMO
Atualmente o consumismo desenfreado da sociedade tem levado a uma maior degradação ambiental, onde
existe uma estreita e forte relação entre o consumismo e o meio ambiente. Com a globalização, o crescimento
populacional,a industrialização e o consumo desenfreado de recursos naturais, vivemos em constante procura
de novos materiais que tendem a minimizar a quantidade de resíduos gerados pela população, tornando assim
necessária à procura por materiais que diminuam o impacto ambiental e agreguem valor à sustentabilidade. Na
bananicultura brasileira, há uma grande geração de resíduos devido ao próprio ciclo de vida da planta, quando
ocorre a degradação do caule e das folhas após a retirada dos frutos. Esses resíduos, quando não são
aproveitados na compostagem ou artesanato, são depositados de maneira inadequada, atraindo vetores de
doenças ou poluindo o ambiente. Este trabalho visa extrair a nanocelulose,utilizando como matéria-prima fibras
do pseudocaule da bananeira. Em seguida, através de caracterizações químicas e mecânicas, confirmar se há
possibilidade de transformá-la em bioplástico. Como resultados previstos, tanto nos processos químicos, quanto
nos mecânicos,está a obtenção dos filmes de nanocelulose.Tornando assim viável seu uso como uma possível
alternativa socialmente sustentável, tendo como produto final estes filmes, também chamados de bioplástico.
Concluindo a relevância deste estudo como uma alternativa a substituição de matéria -prima na produção de
plásticos. E uma rota para uma substituição de um resíduo orgânico que após seu período de vida útil se torna
lixo, transformando e agregando valores uma biodiversidade.
PALAVRAS-CHAVE: Bananeira; Nanocelulose; Bioplástico.
A B S T R A C T
Currently, the unbridled consumerism of society has led to greater environmental degradation, where there is a
close and strong relationship between consumerism and the environment. With globalization, population growth,
industrialization and the rampantconsumption ofnatural resources,we are constantly searching for new materials
that tend to minimize the amount of waste generated by the population, thus making it necessary to search for
materials that reduce environmental impact and Value to sustainability. In Brazilian banana farming, there is a
large generation of waste due to the plant's own life cycle, when stem and leaves degradation occurs after fruit
removal. These residues, when not used in composting or handicrafts, are inadequately deposited, attracting
vectors of disease or polluting the environment. This work aims to extract the nanocellulose,using as raw material
fibers of the banana pseudocaule. Then, through chemical and mechanical characterization, confirm if there is
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
possibility of transforming it into bioplastic. As expected results, both in the chemical processes and in the
mechanics, is the obtaining of the nanocellulose films. This makes its use possible as a possible socially
sustainable alternative, having as final product these films, also called bioplastics. Concluding the relevance of
this study as an alternative to substitute raw material in the production of plastics.And a route to a replacement of
an organic residue thatafter its useful life becomes garbage,transforming and aggregating values a biodiversity.
Keywords: Banana; Nanocellulose; Bioplastic.
1. INTRODUÇÃO
Hoje vivemos num mundo globalizado caracterizado pelo processo de produção e de
consumo em massa, fatores como: crescimento populacional, industrialização, modernização
agrícola faz surgir uma notória preocupação com as questões ambientas. Pesquisas apontam
que o consumo desenfreado da sociedade tem levado a uma maior degradação ambiental,
onde existe uma estreita e forte relação entre o consumismo e o meio ambiente. Isso porque
para atender a demanda da produção e de consumo é necessário retirar matérias primas da
natureza, fabricar e transportar materiais, fazer grande uso de energia elétrica, de água, entre
outros. Tudo isso, gera emissão de gases poluentes, degradação e devastação ambiental,
poluição geral e, consequentemente, a destruição de ecossistemas.
E nesse contexto é necessária a procura por materiais que diminuam o impacto
ambiental e agregue valor à sustentabilidade.
Neste contexto, o Brasil apresenta várias fontes, principalmente após a colheita em
grandes lavouras. No caso da bananicultura, há uma grande geração de resíduos devido ao
próprio ciclo de vida da planta, quando ocorre a degradação do caule e das folhas após a
retirada dos frutos. Esses resíduos, quando não são aproveitados na compostagem ou
artesanato, são depositados de maneira inadequada, podendo atrair vetores de doenças ou
poluir o ambiente.
O objetivo deste artigo é apresentar os resultados, obtidos por meio de pesquisa
experimental, laboratorial e bibliográfica, sobre a possibilidade de se produzir bioplástico
através do pseudocaule da bananeira, tendo como objetivo principal a extração da
nanocelulose como uma alternativa para minimizar o acúmulo desse resíduo orgânico,
buscando rotas alternativas para que os recursos naturais sejam utilizados de forma inteligente
e assim sendo preservados para as gerações futuras.
2. EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 A bananeira
A bananeira é uma planta herbácea, de nome científico Musa spp, da família das
Musacea, caracterizada pela exuberância de suas formas e dimensões das fo-lhas. Possui caule
curto e subterrâneo (rizoma) de onde saem às raízes. O falso caule (pseudocaule) é formado
pela união das bainhas (bases) das folhas e termi-na com uma copa de folhas longas e largas.
Do centro da copa surge a inflorescên-cia, de onde surgirão os frutos. (EMBRAPA, 2010).
Devido ao seu ciclo de vida diferenciado é um dos motivos para que seus resíduos
sejam utilizados. A bananeira tem como característica ao final do seu tempo de vida útil dar
lugar ao um tipo de ”filho” que nasce ao lado do seu pseudocaule, assim dando origem à
próxima planta frutífera, sendo assim a anterior descartada, gerando resíduo. (EMBRAPA,
2010).
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
A planta é dividida em: Rizoma, planta mãe, pseudocaule, coração, raquis, vela, en-
gaço e cacho.
2.2 Importância econômica da cultura
A cultura da banana tem grande importância econômica para o Brasil, des-tacando-se
como a segunda fruta mais importante em área colhida, quantidade pro-duzida, valor da
produção e consumo. O mercado interno é o principal consumidor de banana, representando
as exportações apenas 3,4% da produção. Em 2003, o agronegócio da banana exportou mais
de 30 milhões de dólares, principalmente provenientes dos Estados de Santa Catarina e do Rio
Grande do Norte. (BORGES et al., 2004).
A bananicultura ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas no Brasil e a
terceira posição em área colhida, se fazendo presente na mesa dos brasi-leiros tanto como
sobremesa quanto alimento, com um consumo per capita em torno de 25 kg/ano (EMBRAPA,
2010).
Num ranking mundial das frutas a banana se destaca na primeira posição com uma
produção de 106,5 milhões de toneladas. O Brasil produz sete milhões de toneladas, com
participação de 6,9% nesse total (IBGE, 2014).
2.3 Estudo do pseudocaule
Após a colheita da banana, três tipos de resíduos vegetais são gerados: pseudocaule,
folhas e engaço (figura 1). Com a industrialização da fruta, dois novos resíduos são
produzidos: rejeitos de frutas de má qualidade e descarte de cascas devido ao beneficiamento
da polpa, Normalmente, com exceção às bananas rejeitadas e uma parte das cascas que são
destinadas à alimentação de suínos, esses resíduos permanecem no campo para decomposição
natural. (FILHO, 2011).
Figura 1 – Fluxograma da geração de resíduos na bananicultura
Fonte: Autor (2016)
O descarte do pseudocaule da bananeira após a retirada do fruto é uma prática
constante que tem como objetivo evitar a propagação da Cosmospoli-tes Sordidus
(popularmente conhecido como broca), que é um inseto que se prolife-ra em regiões com
abundância deste tipo de cultivo. O Brasil, terceiro maior produtor mundial de bananas, é
responsável pelo descarte de milhões de toneladas por ano de pseudocaules. (CHERTMAN,
2007).
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
2.4 Fibras vegetais
Segundo Albinante et al (2013) a agricultura é uma das atividades que geram mais
resíduos e são constituídos principalmente de fibras vegetais, cujo componente químico
principal é a celulose. Esses resíduos naturais podem ser facilmente misturados a materiais
termoplásticos para a produção de compósitos. As fibras vegetais oferecerem vantagens como
baixo custo, baixa densidade, excelente resistência a solventes e à temperatura. Além disso,
são atóxicas e não abrasivas, sendo facilmente modificadas por agentes químicos.
O benefício no uso de fibras vegetais cresceu significativamente nos últimos anos,
devido a suas aplicações no uso como agentes de reforços em compósitos poliméricos, e seu
grande potencial na substituição de fibras inorgânicas, como a fibra de vidro.
(ZIMMERMANN et al., 2014).
Os principais componentes das fibras vegetais são celulose (polímero de glicose),
hemicelulose (cadeia ramificadas de açucares, na maioria aldopentoses, principalmente
xilose) e lignina (álcoois fenólicos polimerizados), conforme figura 2 que representa um
esquema da estrutura das células de uma fibra lignocelulósica.
Figura 2- Materiais lignocelulósicos
Fonte: SANTOS et al., 2010
A celulose é um polímero natural, um polissacarídeo (substâncias macromoleculares)
proveniente da junção de milhares de moléculas de glicose de configuração Beta existente na
maioria dos vegetais, sendo o principal componente da parede celular dos vegetais e
possuindo características fibrosas que conferem rigidez a plantas. É o material orgânico mais
abundante na terra, a unidade repetitiva da celulose é composta por duas moléculas de glicose
eterificadas por ligações β-1,4-glicosídicas, conhecida como celobiose, contém seis grupos
hidroxila que estabelecem interações do tipo ligações de hidrogênio intra e intermolecular.
(CASTRO 2009).
A forte tendência à formação de cristais de celulose ocorre devido às ligações de
hidrogênio, tornando-a completamente insolúvel em água e na maioria dos solventes
orgânicos.
As hemiceluloses (polioses) são polissacarídeos que representam um dos componentes
da parede vegetal e ocorrem normalmente associados à celulose, definindo as propriedades
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
estruturais na parede além de desempenhar funções na regulação do crescimento e
desenvolvimento das plantas. A hemicelulose consiste de vários monossacarídeos
polimerizados, incluindo carboidratos de cinco carbonos (como xilose e arabinose),
carboidratos de seis carbonos (como galactose, glicose e manose), ácido 4-O-metil
glucurônico e resíduos de ácido galactorônico. Em contraste com a celulose, são polímeros
facilmente hidrolisáveis. Eles não formam agregados, mesmo quando são cristalizados com
cadeias de celulose. (PEREIRA, 2010).
A lignina que é uma resina amorfa, está integrada com a celulose e a hemicelulose na
composição de materiais lignocelulósicos, sua estrutura é tridimensional. É um material
hidrofóbico, altamente ramificado, podendo ser classificada como um polifenol, o qual é
constituído por um arranjo irregular de várias unidades de fenilpropano que pode conter
grupos hidroxila e metoxila como substituintes no grupo fenil. As ligações éteres dominam a
união entre as unidades da lignina, que apresenta um grande número de interligações.
3.5 Características das fibras da bananeira
Alguns resultados foram relatados por autores em relação à fibra do pseudocaule,
segundo Pereira (2013) e Abdul Khalil et al. (2006), foram determinados valores variando:
• De 31, 3 a 63,9 de α-celulose.
• Além do mais, uma variação muito maior foi observada na porcentagem de
hemicelulose, onde o menor valor relatado foi de:
• 0,8% (GUIMARÃES et al., 2009) e o mais elevado foi de 33,6% (Li et al.,
2010).
• Conteúdos de lignina de 11,2% (ROMERO-ANAYA et al., 2011) para 18,6%
(Abdul khalil et al., 2006) e de cinzas de 1,2% (SATYANARAYANA et al., 2007) para
10,7% (JAYAPRABHA et al., 2011)
• A camada do pseudocaule é constituída por três partes: camada externa, seda
(interna) e renda (intermediária). A camada externa é a mais grossa, sendo utilizada para
trabalhos que requerem maior resistência do material. A parte interna é a mais fina, indicada
para acabamentos. A camada interme-diária é a ideal para ornamentar (BASTOS, 2010).
2.5 O Bioplástico
Bioplásticos não são um único tipo de plástico, mas sim uma família de materiais que
variam consideravelmente um do outro. Bioplásticos em geral são parcialmente ou
completamente baseados em recursos naturais. A biomassa usada para plásticos baseado em
bio (de origem grega que significa “vida”), hoje vem principalmente de grãos (milho), Cana-
de-açúcar, batata ou óleo de mamona ou outros recursos naturais, como a celulose. E os
resíduos da cultura (palha de milho, palha) crescerão mais importantes no futuro, no que tange
sua nova utilidade no mercado. (HARALD K.; ERWIN V., 2015).
3. DESENVOLVIMENTODATEMÁTICA
Este trabalho elaborou dois tipos de metodologia, um químico e outro mecânico.
Ambos foram experimentais, elaborados a partir de uma parceria com a Universidade Federal
do Paraná (UFPR) com o auxílio das professoras Dra. Mayara Carneiro e Dra. Graciela
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
Muniz, nestas metodologias foram utilizados dois processos distintos para fins comparativos:
1) Método Químico: Utiliza agentes químicos específicos para cozinhar sob pressão, o
material. Os processos podem ser basicamente ácidos (sulfito) ou alcalinos (sulfato e soda).
Plenamente empregado na indústria de celulose e papel, tendo como desvantagem, a formação
de resíduos altamente poluidores. 2) Método Mecânico: Utilizam apenas energia mecânica,
não envolvendo emprego de reagentes químicos, porém o custo é elevado.
O pseudocaule foi moído em moedor de cana e as fibras obtidas foram pesadas e
possuíam um tamanho irregular entre 5 a 40 cm.
A amostra foi seca por uma incubadora de recirculação de ar a 50°C por 7 dias e foi
enviada a Universidade Federal do Paraná, onde foi triturada em um Moinho de martelo e
uma posterior classificação em um agitador de peneiras eletromagnético, com malhas de 250,
180, 75, 59, 0,125 ppm. Após esta etapa a amostra foi dividida em duas: 1) uma sofreu o
processo de mercerização; 2) outra sofreu o processo mecânico.
As amostras moídas sofreram a mercerização, com o intuito de desintegrar as cadeias
das fibras da bananeira. Assim, utilizou-se solução NaOH 5% (m/v), à temperatura ambiente
sob agitação vigorosa durante 2 horas. Após este tratamento, a amostra foi lavada com água
destilada até o pH se ajustar próximo a 7,0. Depois a amostra foi seca durante 24h em estufa
de recirculação de ar a 40°C.
Estas amostras foram submetidas a dois procedimentos para minimização de suas
cadeias, para obter a nanocelulose. Desta maneira, avaliou-se o tratamento químico, a
hidrólise e o tratamento mecânico, desfibrilação em moinho, para possível obtenção da
celulose.
Para o branqueamento, utilizou de H2O2 24% (v/v) e NaOH 4% (m/m). No processo a
amostra foi tratada a 50°C, sob agitação vigorosa durante 2h, em uma placa de agitação temos
a amostra.
A hidrólise ácida na proporção de 1:20 (m/v) de ácido sulfúrico 60 % (m/m) ocorreu
sob agitação vigorosa, a 45°C durante 130 min, segundo metodologia adaptada descrita por
Orts et al. (2005).
Após a hidrólise, a reação foi parada com água deionizada gelada numa proporção de
1:5 (v/v). A amostra foi homogeneizada em agitador por 2 min, e centrifugada a 12.000 rpm
por 10 min. O líquido foi retirado e o produto de fundo foi lavado com água deionizada e
depois agitado nas mesmas condições. O procedimento pós-hidrólise foi realizado três vezes.
Já o processo mecânico, onde o pseudocaule também foi moído em moedor de cana e
as fibras obtidas possuíram um tamanho irregular de 5 a 40 cm. A amostra foi seca por uma
incubadora de recirculação de ar a 50°C por 7 dias e o material após mercerização foi
transformado em uma suspensão com água destilada na concentração 3% (IWAMOTO et al.,
2008). Segue para o processo mecânico de desfibrilação em moinho onde a celulose pode ser
reduzida a diâmetros muito pequenos, atingindo de 25 a 100 nm, sendo chamada de celulose
microfibrilada, e diâmetros de 5 a 30 nm para a celulose nanofibrilada. (SEHAQUI et al.
2011). Foram avaliadas 8 passagens pelo moinho, seguindo recomendações de Viana (2013).
Para produção dos filmes nanocelulósicos (bioplásticos) foi estabelecida uma
gramatura desejada de 60 g/m². Com base neste valor e com a umidade de cada suspensão
nanocelulósica determinada, foram calculadas as massas necessárias para atingir esta mesma
gramatura para todos os tratamentos, considerando a área de cada filme nanoestruturado igual
a 113 cm². Os filmes nanocelulósicos foram produzidos por meio da deposição da suspensão
nanocelulósica sobre o conjunto papel-filtro sob uma tela de nylon para serem filtrados a
vácuo.
Foram então secos na máquina formadora de papel, sob temperatura em torno de 70°C
e pressão constante de 80 KPa durante um tempo variando de 15-20 minutos. Os filmes
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
nanoestruturados foram previamente acondicionados em sala climatizada com temperatura de
23 ± 2 °C e umidade relativa do ar de 50 ± 2% (Norma TAPPI T402–om-94) para posterior
confecção dos corpos-de-prova e dos testes laboratoriais.
Para a caracterização macroscópica foram capturadas imagens em Lupa Zeiss, modelo
Discovery V.12, com magnitude de 12 vezes, dos filmes produzidos.
A figura 3 apresenta os processos químicos utilizados desde a extração da amostra até
a obtenção do bioplástico.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Desintegração das fibras do pseudocaule da bananeira
A metodologia proposta para a mercerização do pseudocaule de bananeira, por meio
da solução de NaOH e posterior branqueamento com o peróxido e hidróxi-do mostrou-se
eficiente, atingindo assim os resultados. Na figura 3, observa-se a fibra obtida após este
processo.
Com esta solução álcali (NaOH) foi possível realizar uma primeira desintegração do
material e com o branqueamento, romperam-se as cadeias de lignina, resultando na celulose.
Figura 3- fibra obtida após branqueamento
Fonte: Autor (2016)
4.2 Nanocelulose
Os dois métodos propostos mostraram-se eficientes e produziram nanoceluloses.
Visualmente não se percebe diferença entre as duas metodologias, a hidrólise e o moinho
desfibrilador, conforme figura 4.
Observou-se que a suspensão produzida se apresenta semelhante ao descrito por outros
autores, indicando que esta suspensão tem nano estruturas de celulose (VIANA, 2013).
Porém, é necessário realizar uma caracterização por Microscopia Eletrônica de
Transmissão (MET), desta maneira pode-se mensurar a dimensão das nanopartículas, ou seja,
nanofibras e verificar em escala nanométrica se houve diferenças significativas entre as
metodologias propostas neste trabalho.
Em termos de geração de resíduos a metodologia via processamento mecânico,
moinho, apresenta-se mais vantajosa. Pois, não há geração de resíduos químicos como
acontece na hidrólise. No cenário nacional, já existe implantado em uma empresa papeleira,
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
um moinho de desfibrilação em escala industrial. Assim, podendo tornar esta pesquisa de
caráter laboratorial em uma alternativa para a indústria.
Figura 4- Solução obtida após hidrólise ácida e moinho
Fonte: Autor (2016)
4.3 Bioplástico (filmes)
A Figura 5 demonstra o aspecto visual dos filmes produzidos. Estão separadas em 3
partes: a) Filme de aspecto grosseiro (mediante gramatura); b) Filme formado, porém
fragmentado; c) Filmes sendo preparados para os ensaios de absorção de água, sendo o de
cima da hidrólise e de baixo do processo mecânico
Figura 5- Filmes produzidos
a) b) c)
Fonte: Autor (2016)
Os filmes nanocelulósicos produzidos apresentam-se similares aos descritos na
literatura Viana (2013), Wang et al., (2013), porém estas referências são de filmes produzidos
com fibras de madeira. Visualmente não houve diferença entre os produtos das duas
metodologias propostas.
Tendo como resultado nos ensaios de tração: sendo o de cima da hidrólise: 15,5 ± 3,1
(Mpa), e na absorção: 46,26 ± 5,3 (g/m²); e de baixo do processo mecânico: 18,6 ± 2,7 (Mpa),
e na absorção: 51,02 ± 6,9 (g/m²), sendo assim na média como mostra os resultados das
literaturas estudadas.
Assim como de acordo com Pereira (2010), foi possível extrair nanocelulose por
hidrólise ácida, tendo como matéria-prima fibras do pseudocaule de bananeira. A confirmação
só será possível por meio da microscopia eletrônica de varredura. Depois de comprovada, a
extração de nanocelulose do pseudocaule da bananeira mostrou ser uma alternativa para o
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
aproveitamento de resíduos agroindustriais, evitando assim o desperdício e a contaminação, e
ao mesmo tempo, obtendo um produto de alto valor agregado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após os experimentos executados e a análise dos resultados obtidos conclui-se que é
possível obter a nanocelulose através de hidrólise ácida e mecânica, tendo como matéria
prima fibras do pseudocaule de bananeira, mas a confirmação só é possível por meio da
microscopia eletrônica de varredura e para a cristalinidade dos nanofilmes é necessário um
difratômetro de Raio-X que serão feitos em trabalhos futuros.
A metodologia proposta para mercerização mostrou-se eficiente. As fibras extraídas do
pseudocaule da bananeira exibem um alto conteúdo de extrativos e cinzas, que são em grande
parte removidos pela mercerização e pelo branqueamento, purificando a fibra.
No processo mecânico o número de passes da polpa pelo moinho desfibrilador resulta
na diminuição no grau de cristalinidade da celulose nanofibrilada sendo assim as fibras de
bananeira representam uma fonte adicional de biomassa renovável com propriedades
atrativas, além de ter um baixo custo.
Os dois procedimentos para a produção de nanocelulose foram adequados, porém pelo
tratamento mecânico produziu mais rapidamente e sem gerar resíduos químicos. Os
bioplásticos de nanocelulose de bananeira mostraram-se semelhantes aos produzidos com
fibras de madeira e apresentam uma elevada resistência. Ao término desta pesquisa observa-se
o grande potencial desta matéria-prima. Além de aproveitar o resíduo da bananeira tem-se a
possibilidade de produzir um material sustentável.
REFERÊNCIAS
ABDUL KHALIL, H. P. S. et al Chemical composition, anatomy, lignin distribution, and cell
wall structure of Malaysian plant waste fibers. Bioresources, v.1, p. 220-232, 2006.
ALBINANTE, S.R. et al Revisão dos tratamentos químicos da fibra natural para mistura com
poliolefinas. Quim. Nova, Vol. 36, No. 1, 114-122, 2013.
BASTOS, D. C. Estudo da redução da hidrofilicidade de filmes biodegradáveis de amido
de milho termoplástico com e sem reforço de fibra de bananeira através do tratamento
por plasma de sf6. 2010. 109 p. Tese (Doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais)
- Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
BORGES, A. L. et al. O cultivo da bananeira. 1ªed. Bahia: Cruz das Almas. 2004. p.08.
CASTRO, H.F. Processos Químicos Industriais II Apostila 4 PAPEL E CELULOSE.
Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de Lorena – EEL, 2009.
CHERTMAN, M. Secagem de papel produzido a partir do pseudocaule da bananeira.
São Paulo. 2007. p.15. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. A cultura da bananeira na
região Norte do Brasil, 2010. Disponível em: <
http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00083880.pdf>. Acessado em: 02 abr. 2016.
8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
8ª FATECLOG
LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO
26 E 27 DE MAIO DE 2017
ISSN 2357-9684
FILHO, L. C. G. Utilização do pseudocaule de bananeira como substrato da fermentação
alcoólica: avaliação de diferentes processos de despolimerização. Joinville. 2011. p.10.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos) - Universidade da Região de Joinville,
Santa Catarina, 2011.
GUIMARÃES, J.L., et al. Characterization of banana, sugarcane bagasse and sponge gourd
fibers of Brazil. Industrial Crop and Products, v. 30, p. 407-415, 2009
HARALD K.; ERWIN V. Bioplásticos / Biopolímeros Gestão dos resíduos de embalagens
biodegradáveis - European Bioplastics Assocation, 2015.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Produção Agrícola, 2014.
Disponível em: http://
ww.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/defaulttab.shtm.
IWAMOTO, S. et al The Effect of Hemicelluloses on Wood Pulp Nanofibrillation and
Nanofiber Network Characteristics. Biomacromolecules, Uji, v.9, p.1022–1026, 2008.
JAYAPRABHA, J. S.et al. Banana Pseudo stem Characterization and its fiber property
evaluation on physical and bio extraction, Journal of Natural Fiber, v. 8, p. 149-160, 2011.
ORTS, W.J. et. al. Application of Cellulose Microfibrils in Polymer Nanocomposites.
Journal of Polymers and the Environment, v. 13, n. 4, Oct. 2005.
PEREIRA, A.L.S. Extração de Nanocelulose de fibras vegetais, 2010. Dissertação
(Graduação em Engenharia Química) Universidade Federal do Ceará
PEREIRA, A.L.S. Nanocompósitos baseados em PVOH e Nanocristais de celulose obtidos
de pseudocaule de bananeira, 2013. Tese de Mestrado Universidade Federal do Ceará
Centro de Tecnologia.
ROMERO-ANAYA, A.J. et al Phosphoric acid activation of recalcitrant biomass originated
in ethanol production from banana plants. Biomass and Bioenergy, 35, 1196-1204, 2011.
SATYANARAYANA, K. G., et al, 2007. Studies on lignocellulosic fibers of Brazil. Part I:
Source, production, morphology, properties and applications. Composites Part A, v. 38, p.
1694–1709, 2007
SEHAQUI, H. et al, 2011. Wood cellulose biocomposites with fibrous structures at micro-
and nanoscale. Composites Science and Technology, n. 71, n. 3, p. 382-387, 2011.
VIANA, L. C. Desenvolvivento de filmes celulósicos nanoestruturados a partir de fibras
de Pinus sp. 2013. 124 p. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, 2013
ZIMMERMANN, M.V.G. et al Influência do tratamento químico da fibra de bananeira em
compósitos de poli(etileno-co-acetato de vinila) com e sem agente de expansão. Polímeros
vol.24 nº. 1 São Carlos, 2014.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ciclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok Light
Ciclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok LightCiclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok Light
Ciclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok Light
T-Brasil
 
Impactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticas
Impactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticasImpactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticas
Impactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticas
mktpao
 
Coleta seletiva do lixo entre
Coleta seletiva do lixo entreColeta seletiva do lixo entre
Coleta seletiva do lixo entre
Monsenhor Amâncio Ramalho
 
Destino do lixo no brasil
Destino do lixo no brasilDestino do lixo no brasil
Destino do lixo no brasil
Maria Do Carmo
 
Plasticos E Meio Ambiente
Plasticos E Meio AmbientePlasticos E Meio Ambiente
Plasticos E Meio Ambiente
ProfªThaiza Montine
 
Aula ativ 2 eliene
Aula   ativ  2 elieneAula   ativ  2 eliene
Aula ativ 2 eliene
ELIENETAVARES
 
Composta no Bairro - Correio Popular
Composta no Bairro - Correio PopularComposta no Bairro - Correio Popular
Composta no Bairro - Correio Popular
Novaterra Ambiental
 
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o ProdutorAgricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Idesam
 
Aula sobre o Destino do Lixo
Aula sobre o Destino do Lixo Aula sobre o Destino do Lixo
Aula sobre o Destino do Lixo
Cláudia Marques
 
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Cepagro
 
Cartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuáriosCartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuários
Sofia Lemos
 
Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)
Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)
Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)
Suzi Marcuzzo
 
Hortas urbanas
Hortas urbanasHortas urbanas
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo CheidaRQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
Ricardo Baldini
 
Pegada Hídrica
Pegada HídricaPegada Hídrica
Pegada Hídrica
Muni2015
 
Plantio Direto e Indicadores
Plantio Direto e IndicadoresPlantio Direto e Indicadores
Plantio Direto e Indicadores
Marcelo Venturi
 
Ce cartilhaagrofloresta (1)
Ce cartilhaagrofloresta (1)Ce cartilhaagrofloresta (1)
Ce cartilhaagrofloresta (1)
João Siqueira da Mata
 
Cartilha de Agricultura Ecológica - Ecovida
Cartilha de Agricultura Ecológica - EcovidaCartilha de Agricultura Ecológica - Ecovida
Cartilha de Agricultura Ecológica - Ecovida
Maria Rê
 
Revolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosRevolução dos Baldinhos
Revolução dos Baldinhos
Cepagro
 

Mais procurados (19)

Ciclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok Light
Ciclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok LightCiclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok Light
Ciclo Ambiental - Camisetas de garrafa PETãO PortuguêS Ok Light
 
Impactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticas
Impactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticasImpactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticas
Impactos ambientais causados_pelas_sacolas_plasticas
 
Coleta seletiva do lixo entre
Coleta seletiva do lixo entreColeta seletiva do lixo entre
Coleta seletiva do lixo entre
 
Destino do lixo no brasil
Destino do lixo no brasilDestino do lixo no brasil
Destino do lixo no brasil
 
Plasticos E Meio Ambiente
Plasticos E Meio AmbientePlasticos E Meio Ambiente
Plasticos E Meio Ambiente
 
Aula ativ 2 eliene
Aula   ativ  2 elieneAula   ativ  2 eliene
Aula ativ 2 eliene
 
Composta no Bairro - Correio Popular
Composta no Bairro - Correio PopularComposta no Bairro - Correio Popular
Composta no Bairro - Correio Popular
 
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o ProdutorAgricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
 
Aula sobre o Destino do Lixo
Aula sobre o Destino do Lixo Aula sobre o Destino do Lixo
Aula sobre o Destino do Lixo
 
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
 
Cartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuáriosCartilha para capacitar usuários
Cartilha para capacitar usuários
 
Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)
Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)
Manual para-restauracao-florestal-florestas-de-transicao (1)
 
Hortas urbanas
Hortas urbanasHortas urbanas
Hortas urbanas
 
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo CheidaRQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
 
Pegada Hídrica
Pegada HídricaPegada Hídrica
Pegada Hídrica
 
Plantio Direto e Indicadores
Plantio Direto e IndicadoresPlantio Direto e Indicadores
Plantio Direto e Indicadores
 
Ce cartilhaagrofloresta (1)
Ce cartilhaagrofloresta (1)Ce cartilhaagrofloresta (1)
Ce cartilhaagrofloresta (1)
 
Cartilha de Agricultura Ecológica - Ecovida
Cartilha de Agricultura Ecológica - EcovidaCartilha de Agricultura Ecológica - Ecovida
Cartilha de Agricultura Ecológica - Ecovida
 
Revolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosRevolução dos Baldinhos
Revolução dos Baldinhos
 

Semelhante a ARTIGO EXTRAÇÃO DE NANOCELULOSE A PARTIR DO PSEUDOCAULE DA BANANEIRA PARA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO

ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...
ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...
ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...
Antonio Inácio Ferraz
 
Ecofisiologia da cana
Ecofisiologia da canaEcofisiologia da cana
Ecofisiologia da cana
Jose Carlos Caldeira Junior
 
Mont babacu006
Mont babacu006Mont babacu006
Mont babacu006
Alexandre Marques
 
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino MédioCompostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Samuel Anderson
 
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativoA bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
Rural Pecuária
 
Novos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos UrbanosNovos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos Urbanos
João Soares
 
Banner 06
Banner 06Banner 06
Banner 06
Fabiano Araujo
 
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Rural Pecuária
 
Manual RMC-SP
Manual RMC-SPManual RMC-SP
Manual RMC-SP
Gabriela Sotelo Castan
 
Sustentabilidade med md8p3q4w
Sustentabilidade med md8p3q4wSustentabilidade med md8p3q4w
Sustentabilidade med md8p3q4w
Ketheley Freire
 
ARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXO
ARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXOARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXO
ARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXO
aldrichgodeiro
 
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo CheidaRQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
Adri Baldini
 
Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável
2016arqmiriam
 
CARTILHA BAMBU A PIQUE - português (1).pdf
CARTILHA BAMBU A PIQUE  - português (1).pdfCARTILHA BAMBU A PIQUE  - português (1).pdf
CARTILHA BAMBU A PIQUE - português (1).pdf
studiobambuzini
 
Edição+es..
Edição+es..Edição+es..
Edição+es..
BOLETIM
 
Jornal de maio
Jornal de maioJornal de maio
Jornal de maio
BOLETIM
 
Plasticos e Meio Ambiente
Plasticos e  Meio AmbientePlasticos e  Meio Ambiente
Plasticos e Meio Ambiente
Claudia Costa
 
Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010
Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010
Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010
Wilson Martucci
 
Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...
Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...
Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...
Luis Natividade
 
004 edição do jornal ação e reação 2012
004 edição do jornal ação e reação 2012004 edição do jornal ação e reação 2012
004 edição do jornal ação e reação 2012
Prefeitura Municipal de Camboriú
 

Semelhante a ARTIGO EXTRAÇÃO DE NANOCELULOSE A PARTIR DO PSEUDOCAULE DA BANANEIRA PARA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO (20)

ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...
ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...
ECOFISIOLOGIA EM CANA-DE-AÇÚCAR-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA,...
 
Ecofisiologia da cana
Ecofisiologia da canaEcofisiologia da cana
Ecofisiologia da cana
 
Mont babacu006
Mont babacu006Mont babacu006
Mont babacu006
 
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino MédioCompostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
 
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativoA bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
 
Novos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos UrbanosNovos Rurais E Novos Urbanos
Novos Rurais E Novos Urbanos
 
Banner 06
Banner 06Banner 06
Banner 06
 
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
 
Manual RMC-SP
Manual RMC-SPManual RMC-SP
Manual RMC-SP
 
Sustentabilidade med md8p3q4w
Sustentabilidade med md8p3q4wSustentabilidade med md8p3q4w
Sustentabilidade med md8p3q4w
 
ARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXO
ARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXOARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXO
ARTIGO: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO LIXO
 
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo CheidaRQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
RQS 2006 - Entrevista com Luiz Eduardo Cheida
 
Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável Agricultura Sustentável
Agricultura Sustentável
 
CARTILHA BAMBU A PIQUE - português (1).pdf
CARTILHA BAMBU A PIQUE  - português (1).pdfCARTILHA BAMBU A PIQUE  - português (1).pdf
CARTILHA BAMBU A PIQUE - português (1).pdf
 
Edição+es..
Edição+es..Edição+es..
Edição+es..
 
Jornal de maio
Jornal de maioJornal de maio
Jornal de maio
 
Plasticos e Meio Ambiente
Plasticos e  Meio AmbientePlasticos e  Meio Ambiente
Plasticos e Meio Ambiente
 
Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010
Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010
Plano de arborização urbana do município de aguaí sp 09.12.2010
 
Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...
Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...
Interfaces do lixo comInterfaces do lixo com o trabalho o trabalho, a saúde e...
 
004 edição do jornal ação e reação 2012
004 edição do jornal ação e reação 2012004 edição do jornal ação e reação 2012
004 edição do jornal ação e reação 2012
 

ARTIGO EXTRAÇÃO DE NANOCELULOSE A PARTIR DO PSEUDOCAULE DA BANANEIRA PARA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO

  • 1. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 EXTRAÇÃO DE NANOCELULOSE A PARTIR DO PSEUDOCAULE DA BANANEIRA PARA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO RICHARD CASSIO OLIVEIRA AMORIM FATEC PRAIA GRANDE richard.amorim@fatec.sp.gov.br ANDRÉA MOURA LEITE DOS SANTOS FATEC PRAIA GRANDE amoura680@gmail.com JANARA DE CAMARGO MATOS FATEC PRAIA GRANDE janara.matos@fatecpg.com.br MAYARA ELITA CARNEIRO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ mayaraecarneiro@gmail.com RESUMO Atualmente o consumismo desenfreado da sociedade tem levado a uma maior degradação ambiental, onde existe uma estreita e forte relação entre o consumismo e o meio ambiente. Com a globalização, o crescimento populacional,a industrialização e o consumo desenfreado de recursos naturais, vivemos em constante procura de novos materiais que tendem a minimizar a quantidade de resíduos gerados pela população, tornando assim necessária à procura por materiais que diminuam o impacto ambiental e agreguem valor à sustentabilidade. Na bananicultura brasileira, há uma grande geração de resíduos devido ao próprio ciclo de vida da planta, quando ocorre a degradação do caule e das folhas após a retirada dos frutos. Esses resíduos, quando não são aproveitados na compostagem ou artesanato, são depositados de maneira inadequada, atraindo vetores de doenças ou poluindo o ambiente. Este trabalho visa extrair a nanocelulose,utilizando como matéria-prima fibras do pseudocaule da bananeira. Em seguida, através de caracterizações químicas e mecânicas, confirmar se há possibilidade de transformá-la em bioplástico. Como resultados previstos, tanto nos processos químicos, quanto nos mecânicos,está a obtenção dos filmes de nanocelulose.Tornando assim viável seu uso como uma possível alternativa socialmente sustentável, tendo como produto final estes filmes, também chamados de bioplástico. Concluindo a relevância deste estudo como uma alternativa a substituição de matéria -prima na produção de plásticos. E uma rota para uma substituição de um resíduo orgânico que após seu período de vida útil se torna lixo, transformando e agregando valores uma biodiversidade. PALAVRAS-CHAVE: Bananeira; Nanocelulose; Bioplástico. A B S T R A C T Currently, the unbridled consumerism of society has led to greater environmental degradation, where there is a close and strong relationship between consumerism and the environment. With globalization, population growth, industrialization and the rampantconsumption ofnatural resources,we are constantly searching for new materials that tend to minimize the amount of waste generated by the population, thus making it necessary to search for materials that reduce environmental impact and Value to sustainability. In Brazilian banana farming, there is a large generation of waste due to the plant's own life cycle, when stem and leaves degradation occurs after fruit removal. These residues, when not used in composting or handicrafts, are inadequately deposited, attracting vectors of disease or polluting the environment. This work aims to extract the nanocellulose,using as raw material fibers of the banana pseudocaule. Then, through chemical and mechanical characterization, confirm if there is
  • 2. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 possibility of transforming it into bioplastic. As expected results, both in the chemical processes and in the mechanics, is the obtaining of the nanocellulose films. This makes its use possible as a possible socially sustainable alternative, having as final product these films, also called bioplastics. Concluding the relevance of this study as an alternative to substitute raw material in the production of plastics.And a route to a replacement of an organic residue thatafter its useful life becomes garbage,transforming and aggregating values a biodiversity. Keywords: Banana; Nanocellulose; Bioplastic. 1. INTRODUÇÃO Hoje vivemos num mundo globalizado caracterizado pelo processo de produção e de consumo em massa, fatores como: crescimento populacional, industrialização, modernização agrícola faz surgir uma notória preocupação com as questões ambientas. Pesquisas apontam que o consumo desenfreado da sociedade tem levado a uma maior degradação ambiental, onde existe uma estreita e forte relação entre o consumismo e o meio ambiente. Isso porque para atender a demanda da produção e de consumo é necessário retirar matérias primas da natureza, fabricar e transportar materiais, fazer grande uso de energia elétrica, de água, entre outros. Tudo isso, gera emissão de gases poluentes, degradação e devastação ambiental, poluição geral e, consequentemente, a destruição de ecossistemas. E nesse contexto é necessária a procura por materiais que diminuam o impacto ambiental e agregue valor à sustentabilidade. Neste contexto, o Brasil apresenta várias fontes, principalmente após a colheita em grandes lavouras. No caso da bananicultura, há uma grande geração de resíduos devido ao próprio ciclo de vida da planta, quando ocorre a degradação do caule e das folhas após a retirada dos frutos. Esses resíduos, quando não são aproveitados na compostagem ou artesanato, são depositados de maneira inadequada, podendo atrair vetores de doenças ou poluir o ambiente. O objetivo deste artigo é apresentar os resultados, obtidos por meio de pesquisa experimental, laboratorial e bibliográfica, sobre a possibilidade de se produzir bioplástico através do pseudocaule da bananeira, tendo como objetivo principal a extração da nanocelulose como uma alternativa para minimizar o acúmulo desse resíduo orgânico, buscando rotas alternativas para que os recursos naturais sejam utilizados de forma inteligente e assim sendo preservados para as gerações futuras. 2. EMBASAMENTO TEÓRICO 2.1 A bananeira A bananeira é uma planta herbácea, de nome científico Musa spp, da família das Musacea, caracterizada pela exuberância de suas formas e dimensões das fo-lhas. Possui caule curto e subterrâneo (rizoma) de onde saem às raízes. O falso caule (pseudocaule) é formado pela união das bainhas (bases) das folhas e termi-na com uma copa de folhas longas e largas. Do centro da copa surge a inflorescên-cia, de onde surgirão os frutos. (EMBRAPA, 2010). Devido ao seu ciclo de vida diferenciado é um dos motivos para que seus resíduos sejam utilizados. A bananeira tem como característica ao final do seu tempo de vida útil dar lugar ao um tipo de ”filho” que nasce ao lado do seu pseudocaule, assim dando origem à próxima planta frutífera, sendo assim a anterior descartada, gerando resíduo. (EMBRAPA, 2010).
  • 3. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 A planta é dividida em: Rizoma, planta mãe, pseudocaule, coração, raquis, vela, en- gaço e cacho. 2.2 Importância econômica da cultura A cultura da banana tem grande importância econômica para o Brasil, des-tacando-se como a segunda fruta mais importante em área colhida, quantidade pro-duzida, valor da produção e consumo. O mercado interno é o principal consumidor de banana, representando as exportações apenas 3,4% da produção. Em 2003, o agronegócio da banana exportou mais de 30 milhões de dólares, principalmente provenientes dos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte. (BORGES et al., 2004). A bananicultura ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas no Brasil e a terceira posição em área colhida, se fazendo presente na mesa dos brasi-leiros tanto como sobremesa quanto alimento, com um consumo per capita em torno de 25 kg/ano (EMBRAPA, 2010). Num ranking mundial das frutas a banana se destaca na primeira posição com uma produção de 106,5 milhões de toneladas. O Brasil produz sete milhões de toneladas, com participação de 6,9% nesse total (IBGE, 2014). 2.3 Estudo do pseudocaule Após a colheita da banana, três tipos de resíduos vegetais são gerados: pseudocaule, folhas e engaço (figura 1). Com a industrialização da fruta, dois novos resíduos são produzidos: rejeitos de frutas de má qualidade e descarte de cascas devido ao beneficiamento da polpa, Normalmente, com exceção às bananas rejeitadas e uma parte das cascas que são destinadas à alimentação de suínos, esses resíduos permanecem no campo para decomposição natural. (FILHO, 2011). Figura 1 – Fluxograma da geração de resíduos na bananicultura Fonte: Autor (2016) O descarte do pseudocaule da bananeira após a retirada do fruto é uma prática constante que tem como objetivo evitar a propagação da Cosmospoli-tes Sordidus (popularmente conhecido como broca), que é um inseto que se prolife-ra em regiões com abundância deste tipo de cultivo. O Brasil, terceiro maior produtor mundial de bananas, é responsável pelo descarte de milhões de toneladas por ano de pseudocaules. (CHERTMAN, 2007).
  • 4. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 2.4 Fibras vegetais Segundo Albinante et al (2013) a agricultura é uma das atividades que geram mais resíduos e são constituídos principalmente de fibras vegetais, cujo componente químico principal é a celulose. Esses resíduos naturais podem ser facilmente misturados a materiais termoplásticos para a produção de compósitos. As fibras vegetais oferecerem vantagens como baixo custo, baixa densidade, excelente resistência a solventes e à temperatura. Além disso, são atóxicas e não abrasivas, sendo facilmente modificadas por agentes químicos. O benefício no uso de fibras vegetais cresceu significativamente nos últimos anos, devido a suas aplicações no uso como agentes de reforços em compósitos poliméricos, e seu grande potencial na substituição de fibras inorgânicas, como a fibra de vidro. (ZIMMERMANN et al., 2014). Os principais componentes das fibras vegetais são celulose (polímero de glicose), hemicelulose (cadeia ramificadas de açucares, na maioria aldopentoses, principalmente xilose) e lignina (álcoois fenólicos polimerizados), conforme figura 2 que representa um esquema da estrutura das células de uma fibra lignocelulósica. Figura 2- Materiais lignocelulósicos Fonte: SANTOS et al., 2010 A celulose é um polímero natural, um polissacarídeo (substâncias macromoleculares) proveniente da junção de milhares de moléculas de glicose de configuração Beta existente na maioria dos vegetais, sendo o principal componente da parede celular dos vegetais e possuindo características fibrosas que conferem rigidez a plantas. É o material orgânico mais abundante na terra, a unidade repetitiva da celulose é composta por duas moléculas de glicose eterificadas por ligações β-1,4-glicosídicas, conhecida como celobiose, contém seis grupos hidroxila que estabelecem interações do tipo ligações de hidrogênio intra e intermolecular. (CASTRO 2009). A forte tendência à formação de cristais de celulose ocorre devido às ligações de hidrogênio, tornando-a completamente insolúvel em água e na maioria dos solventes orgânicos. As hemiceluloses (polioses) são polissacarídeos que representam um dos componentes da parede vegetal e ocorrem normalmente associados à celulose, definindo as propriedades
  • 5. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 estruturais na parede além de desempenhar funções na regulação do crescimento e desenvolvimento das plantas. A hemicelulose consiste de vários monossacarídeos polimerizados, incluindo carboidratos de cinco carbonos (como xilose e arabinose), carboidratos de seis carbonos (como galactose, glicose e manose), ácido 4-O-metil glucurônico e resíduos de ácido galactorônico. Em contraste com a celulose, são polímeros facilmente hidrolisáveis. Eles não formam agregados, mesmo quando são cristalizados com cadeias de celulose. (PEREIRA, 2010). A lignina que é uma resina amorfa, está integrada com a celulose e a hemicelulose na composição de materiais lignocelulósicos, sua estrutura é tridimensional. É um material hidrofóbico, altamente ramificado, podendo ser classificada como um polifenol, o qual é constituído por um arranjo irregular de várias unidades de fenilpropano que pode conter grupos hidroxila e metoxila como substituintes no grupo fenil. As ligações éteres dominam a união entre as unidades da lignina, que apresenta um grande número de interligações. 3.5 Características das fibras da bananeira Alguns resultados foram relatados por autores em relação à fibra do pseudocaule, segundo Pereira (2013) e Abdul Khalil et al. (2006), foram determinados valores variando: • De 31, 3 a 63,9 de α-celulose. • Além do mais, uma variação muito maior foi observada na porcentagem de hemicelulose, onde o menor valor relatado foi de: • 0,8% (GUIMARÃES et al., 2009) e o mais elevado foi de 33,6% (Li et al., 2010). • Conteúdos de lignina de 11,2% (ROMERO-ANAYA et al., 2011) para 18,6% (Abdul khalil et al., 2006) e de cinzas de 1,2% (SATYANARAYANA et al., 2007) para 10,7% (JAYAPRABHA et al., 2011) • A camada do pseudocaule é constituída por três partes: camada externa, seda (interna) e renda (intermediária). A camada externa é a mais grossa, sendo utilizada para trabalhos que requerem maior resistência do material. A parte interna é a mais fina, indicada para acabamentos. A camada interme-diária é a ideal para ornamentar (BASTOS, 2010). 2.5 O Bioplástico Bioplásticos não são um único tipo de plástico, mas sim uma família de materiais que variam consideravelmente um do outro. Bioplásticos em geral são parcialmente ou completamente baseados em recursos naturais. A biomassa usada para plásticos baseado em bio (de origem grega que significa “vida”), hoje vem principalmente de grãos (milho), Cana- de-açúcar, batata ou óleo de mamona ou outros recursos naturais, como a celulose. E os resíduos da cultura (palha de milho, palha) crescerão mais importantes no futuro, no que tange sua nova utilidade no mercado. (HARALD K.; ERWIN V., 2015). 3. DESENVOLVIMENTODATEMÁTICA Este trabalho elaborou dois tipos de metodologia, um químico e outro mecânico. Ambos foram experimentais, elaborados a partir de uma parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) com o auxílio das professoras Dra. Mayara Carneiro e Dra. Graciela
  • 6. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 Muniz, nestas metodologias foram utilizados dois processos distintos para fins comparativos: 1) Método Químico: Utiliza agentes químicos específicos para cozinhar sob pressão, o material. Os processos podem ser basicamente ácidos (sulfito) ou alcalinos (sulfato e soda). Plenamente empregado na indústria de celulose e papel, tendo como desvantagem, a formação de resíduos altamente poluidores. 2) Método Mecânico: Utilizam apenas energia mecânica, não envolvendo emprego de reagentes químicos, porém o custo é elevado. O pseudocaule foi moído em moedor de cana e as fibras obtidas foram pesadas e possuíam um tamanho irregular entre 5 a 40 cm. A amostra foi seca por uma incubadora de recirculação de ar a 50°C por 7 dias e foi enviada a Universidade Federal do Paraná, onde foi triturada em um Moinho de martelo e uma posterior classificação em um agitador de peneiras eletromagnético, com malhas de 250, 180, 75, 59, 0,125 ppm. Após esta etapa a amostra foi dividida em duas: 1) uma sofreu o processo de mercerização; 2) outra sofreu o processo mecânico. As amostras moídas sofreram a mercerização, com o intuito de desintegrar as cadeias das fibras da bananeira. Assim, utilizou-se solução NaOH 5% (m/v), à temperatura ambiente sob agitação vigorosa durante 2 horas. Após este tratamento, a amostra foi lavada com água destilada até o pH se ajustar próximo a 7,0. Depois a amostra foi seca durante 24h em estufa de recirculação de ar a 40°C. Estas amostras foram submetidas a dois procedimentos para minimização de suas cadeias, para obter a nanocelulose. Desta maneira, avaliou-se o tratamento químico, a hidrólise e o tratamento mecânico, desfibrilação em moinho, para possível obtenção da celulose. Para o branqueamento, utilizou de H2O2 24% (v/v) e NaOH 4% (m/m). No processo a amostra foi tratada a 50°C, sob agitação vigorosa durante 2h, em uma placa de agitação temos a amostra. A hidrólise ácida na proporção de 1:20 (m/v) de ácido sulfúrico 60 % (m/m) ocorreu sob agitação vigorosa, a 45°C durante 130 min, segundo metodologia adaptada descrita por Orts et al. (2005). Após a hidrólise, a reação foi parada com água deionizada gelada numa proporção de 1:5 (v/v). A amostra foi homogeneizada em agitador por 2 min, e centrifugada a 12.000 rpm por 10 min. O líquido foi retirado e o produto de fundo foi lavado com água deionizada e depois agitado nas mesmas condições. O procedimento pós-hidrólise foi realizado três vezes. Já o processo mecânico, onde o pseudocaule também foi moído em moedor de cana e as fibras obtidas possuíram um tamanho irregular de 5 a 40 cm. A amostra foi seca por uma incubadora de recirculação de ar a 50°C por 7 dias e o material após mercerização foi transformado em uma suspensão com água destilada na concentração 3% (IWAMOTO et al., 2008). Segue para o processo mecânico de desfibrilação em moinho onde a celulose pode ser reduzida a diâmetros muito pequenos, atingindo de 25 a 100 nm, sendo chamada de celulose microfibrilada, e diâmetros de 5 a 30 nm para a celulose nanofibrilada. (SEHAQUI et al. 2011). Foram avaliadas 8 passagens pelo moinho, seguindo recomendações de Viana (2013). Para produção dos filmes nanocelulósicos (bioplásticos) foi estabelecida uma gramatura desejada de 60 g/m². Com base neste valor e com a umidade de cada suspensão nanocelulósica determinada, foram calculadas as massas necessárias para atingir esta mesma gramatura para todos os tratamentos, considerando a área de cada filme nanoestruturado igual a 113 cm². Os filmes nanocelulósicos foram produzidos por meio da deposição da suspensão nanocelulósica sobre o conjunto papel-filtro sob uma tela de nylon para serem filtrados a vácuo. Foram então secos na máquina formadora de papel, sob temperatura em torno de 70°C e pressão constante de 80 KPa durante um tempo variando de 15-20 minutos. Os filmes
  • 7. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 nanoestruturados foram previamente acondicionados em sala climatizada com temperatura de 23 ± 2 °C e umidade relativa do ar de 50 ± 2% (Norma TAPPI T402–om-94) para posterior confecção dos corpos-de-prova e dos testes laboratoriais. Para a caracterização macroscópica foram capturadas imagens em Lupa Zeiss, modelo Discovery V.12, com magnitude de 12 vezes, dos filmes produzidos. A figura 3 apresenta os processos químicos utilizados desde a extração da amostra até a obtenção do bioplástico. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Desintegração das fibras do pseudocaule da bananeira A metodologia proposta para a mercerização do pseudocaule de bananeira, por meio da solução de NaOH e posterior branqueamento com o peróxido e hidróxi-do mostrou-se eficiente, atingindo assim os resultados. Na figura 3, observa-se a fibra obtida após este processo. Com esta solução álcali (NaOH) foi possível realizar uma primeira desintegração do material e com o branqueamento, romperam-se as cadeias de lignina, resultando na celulose. Figura 3- fibra obtida após branqueamento Fonte: Autor (2016) 4.2 Nanocelulose Os dois métodos propostos mostraram-se eficientes e produziram nanoceluloses. Visualmente não se percebe diferença entre as duas metodologias, a hidrólise e o moinho desfibrilador, conforme figura 4. Observou-se que a suspensão produzida se apresenta semelhante ao descrito por outros autores, indicando que esta suspensão tem nano estruturas de celulose (VIANA, 2013). Porém, é necessário realizar uma caracterização por Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), desta maneira pode-se mensurar a dimensão das nanopartículas, ou seja, nanofibras e verificar em escala nanométrica se houve diferenças significativas entre as metodologias propostas neste trabalho. Em termos de geração de resíduos a metodologia via processamento mecânico, moinho, apresenta-se mais vantajosa. Pois, não há geração de resíduos químicos como acontece na hidrólise. No cenário nacional, já existe implantado em uma empresa papeleira,
  • 8. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 um moinho de desfibrilação em escala industrial. Assim, podendo tornar esta pesquisa de caráter laboratorial em uma alternativa para a indústria. Figura 4- Solução obtida após hidrólise ácida e moinho Fonte: Autor (2016) 4.3 Bioplástico (filmes) A Figura 5 demonstra o aspecto visual dos filmes produzidos. Estão separadas em 3 partes: a) Filme de aspecto grosseiro (mediante gramatura); b) Filme formado, porém fragmentado; c) Filmes sendo preparados para os ensaios de absorção de água, sendo o de cima da hidrólise e de baixo do processo mecânico Figura 5- Filmes produzidos a) b) c) Fonte: Autor (2016) Os filmes nanocelulósicos produzidos apresentam-se similares aos descritos na literatura Viana (2013), Wang et al., (2013), porém estas referências são de filmes produzidos com fibras de madeira. Visualmente não houve diferença entre os produtos das duas metodologias propostas. Tendo como resultado nos ensaios de tração: sendo o de cima da hidrólise: 15,5 ± 3,1 (Mpa), e na absorção: 46,26 ± 5,3 (g/m²); e de baixo do processo mecânico: 18,6 ± 2,7 (Mpa), e na absorção: 51,02 ± 6,9 (g/m²), sendo assim na média como mostra os resultados das literaturas estudadas. Assim como de acordo com Pereira (2010), foi possível extrair nanocelulose por hidrólise ácida, tendo como matéria-prima fibras do pseudocaule de bananeira. A confirmação só será possível por meio da microscopia eletrônica de varredura. Depois de comprovada, a extração de nanocelulose do pseudocaule da bananeira mostrou ser uma alternativa para o
  • 9. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 aproveitamento de resíduos agroindustriais, evitando assim o desperdício e a contaminação, e ao mesmo tempo, obtendo um produto de alto valor agregado. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após os experimentos executados e a análise dos resultados obtidos conclui-se que é possível obter a nanocelulose através de hidrólise ácida e mecânica, tendo como matéria prima fibras do pseudocaule de bananeira, mas a confirmação só é possível por meio da microscopia eletrônica de varredura e para a cristalinidade dos nanofilmes é necessário um difratômetro de Raio-X que serão feitos em trabalhos futuros. A metodologia proposta para mercerização mostrou-se eficiente. As fibras extraídas do pseudocaule da bananeira exibem um alto conteúdo de extrativos e cinzas, que são em grande parte removidos pela mercerização e pelo branqueamento, purificando a fibra. No processo mecânico o número de passes da polpa pelo moinho desfibrilador resulta na diminuição no grau de cristalinidade da celulose nanofibrilada sendo assim as fibras de bananeira representam uma fonte adicional de biomassa renovável com propriedades atrativas, além de ter um baixo custo. Os dois procedimentos para a produção de nanocelulose foram adequados, porém pelo tratamento mecânico produziu mais rapidamente e sem gerar resíduos químicos. Os bioplásticos de nanocelulose de bananeira mostraram-se semelhantes aos produzidos com fibras de madeira e apresentam uma elevada resistência. Ao término desta pesquisa observa-se o grande potencial desta matéria-prima. Além de aproveitar o resíduo da bananeira tem-se a possibilidade de produzir um material sustentável. REFERÊNCIAS ABDUL KHALIL, H. P. S. et al Chemical composition, anatomy, lignin distribution, and cell wall structure of Malaysian plant waste fibers. Bioresources, v.1, p. 220-232, 2006. ALBINANTE, S.R. et al Revisão dos tratamentos químicos da fibra natural para mistura com poliolefinas. Quim. Nova, Vol. 36, No. 1, 114-122, 2013. BASTOS, D. C. Estudo da redução da hidrofilicidade de filmes biodegradáveis de amido de milho termoplástico com e sem reforço de fibra de bananeira através do tratamento por plasma de sf6. 2010. 109 p. Tese (Doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. BORGES, A. L. et al. O cultivo da bananeira. 1ªed. Bahia: Cruz das Almas. 2004. p.08. CASTRO, H.F. Processos Químicos Industriais II Apostila 4 PAPEL E CELULOSE. Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de Lorena – EEL, 2009. CHERTMAN, M. Secagem de papel produzido a partir do pseudocaule da bananeira. São Paulo. 2007. p.15. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. A cultura da bananeira na região Norte do Brasil, 2010. Disponível em: < http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00083880.pdf>. Acessado em: 02 abr. 2016.
  • 10. 8ª FATECLOG - LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 8ª FATECLOG LOGÍSTICA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO FATEC ZONA LESTE- SÃO PAULO 26 E 27 DE MAIO DE 2017 ISSN 2357-9684 FILHO, L. C. G. Utilização do pseudocaule de bananeira como substrato da fermentação alcoólica: avaliação de diferentes processos de despolimerização. Joinville. 2011. p.10. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos) - Universidade da Região de Joinville, Santa Catarina, 2011. GUIMARÃES, J.L., et al. Characterization of banana, sugarcane bagasse and sponge gourd fibers of Brazil. Industrial Crop and Products, v. 30, p. 407-415, 2009 HARALD K.; ERWIN V. Bioplásticos / Biopolímeros Gestão dos resíduos de embalagens biodegradáveis - European Bioplastics Assocation, 2015. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Produção Agrícola, 2014. Disponível em: http:// ww.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/defaulttab.shtm. IWAMOTO, S. et al The Effect of Hemicelluloses on Wood Pulp Nanofibrillation and Nanofiber Network Characteristics. Biomacromolecules, Uji, v.9, p.1022–1026, 2008. JAYAPRABHA, J. S.et al. Banana Pseudo stem Characterization and its fiber property evaluation on physical and bio extraction, Journal of Natural Fiber, v. 8, p. 149-160, 2011. ORTS, W.J. et. al. Application of Cellulose Microfibrils in Polymer Nanocomposites. Journal of Polymers and the Environment, v. 13, n. 4, Oct. 2005. PEREIRA, A.L.S. Extração de Nanocelulose de fibras vegetais, 2010. Dissertação (Graduação em Engenharia Química) Universidade Federal do Ceará PEREIRA, A.L.S. Nanocompósitos baseados em PVOH e Nanocristais de celulose obtidos de pseudocaule de bananeira, 2013. Tese de Mestrado Universidade Federal do Ceará Centro de Tecnologia. ROMERO-ANAYA, A.J. et al Phosphoric acid activation of recalcitrant biomass originated in ethanol production from banana plants. Biomass and Bioenergy, 35, 1196-1204, 2011. SATYANARAYANA, K. G., et al, 2007. Studies on lignocellulosic fibers of Brazil. Part I: Source, production, morphology, properties and applications. Composites Part A, v. 38, p. 1694–1709, 2007 SEHAQUI, H. et al, 2011. Wood cellulose biocomposites with fibrous structures at micro- and nanoscale. Composites Science and Technology, n. 71, n. 3, p. 382-387, 2011. VIANA, L. C. Desenvolvivento de filmes celulósicos nanoestruturados a partir de fibras de Pinus sp. 2013. 124 p. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013 ZIMMERMANN, M.V.G. et al Influência do tratamento químico da fibra de bananeira em compósitos de poli(etileno-co-acetato de vinila) com e sem agente de expansão. Polímeros vol.24 nº. 1 São Carlos, 2014.