Este material apresenta a união de saberes da Bambuzini e Florestania, osquais são uma equipe de amantes da natureza e iremos mostrar a riqueza eversatilidade de dois materiais renováveis e abundantes. Ao longo destaspáginas, exploramos não apenas as propriedades e aplicações dessatécnica de bambu a pique, mas também abordamos sobre banheiro a secoe como fazer uma gestão responsável de resíduos de forma sustentável.
O bambu a pique é mais do que uma simples técnica bioconstrutiva, elepossui materiais em sua composição que são fonte inesgotável deinspiração para a arquitetura, design, artesanato e sustentabilidade.
Agradecemos a todos que contribuíram para tornar este projeto
realidade,desde os especialistas em bambu e barro que compartilharam seusconhecimentos até os apoiadores que acreditaram no valor desta oficina ena produção desta cartilha. Que este material possa inspirar novasperspectivas e deixe você mais interessado no fascinante mundo dabioconstrução, estimulando a criatividade e promovendo um maiorentendimento sobre o seu potencial e assim construir de forma consciente
e com baixo impacto ambiental.
1. BAMBU A PIQUE
Concepção e elaboração
de Banheiro Seco
B
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m
b
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z
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&
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e
s
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a
Iilustración por Ana Lucia Correa Velásquez
2. ORGANIZADORES
BAMBUZINI e FLORESTANIA
EDIÇÃO DE TEXTO
Ana Lucia Correa Velásquez
Ellen Ferreira de Freitas
Mario Andres Piñeiro Pinelo
REVISÃO/TRADUÇÃO
Ana Lucia Correa Velásquez
Ellen Ferreira de Freitas
Nicolas Gutierrez Querejazu
PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO, ILUSTRAÇÕES, CAPA
Ana Lucia Correa Velásquez
Vitória Fernandes
APOIO
WWF Bolívia
Fundación Socioambiental Semilla
3. “Donde haya un arból que plantar, plántalo tú. Donde
haya un error que enmendar, enmiéndalo tú. Donde
haya un esfuerzo que todos esquivan, hazlo tú. Se tú el
que aparta la piedra del camino.”
GABRIELA MISTRAL
4. Apresentação
Caros leitores,
Este material apresenta a união de saberes da Bambuzini e Florestania, os
quais são uma equipe de amantes da natureza e iremos mostrar a riqueza e
versatilidade de dois materiais renováveis e abundantes. Ao longo destas
páginas, exploramos não apenas as propriedades e aplicações dessa
técnica de bambu a pique, mas também abordamos sobre banheiro a seco
e como fazer uma gestão responsável de resíduos de forma sustentável.
O bambu a pique é mais do que uma simples técnica bioconstrutiva, ele
possui materiais em sua composição que são fonte inesgotável de
inspiração para a arquitetura, design, artesanato e sustentabilidade.
Agradecemos a todos que contribuíram para tornar este projeto realidade,
desde os especialistas em bambu e barro que compartilharam seus
conhecimentos até os apoiadores que acreditaram no valor desta oficina e
na produção desta cartilha. Que este material possa inspirar novas
perspectivas e deixe você mais interessado no fascinante mundo da
bioconstrução, estimulando a criatividade e promovendo um maior
entendimento sobre o seu potencial e assim construir de forma consciente
e com baixo impacto ambiental.
5. Ana Lucia Correa Velásquez
Bioarquiteta, CEO e Fundadora da BAMBUZINI
Ellen Ferreira de Freitas
Bióloga, co-fundadora de FLORESTANIA
6. sumário
APRESENTAÇÃO
1. Introdução à Construção Sustentável e Materiais Renováveis
1.1 Conceitos fundamentais de construção sustentável
1.2 Importância da utilização de materiais renováveis
2. Gestão Responsável dos Resíduos
2.1 Conscientização sobre resíduos sólidos
2.2 Estratégias para a redução e reciclagem de resíduos
3. Princípios e Funcionamento de Banheiros Secos
3.1 Definição e características dos banheiros secos
3.2 Funcionamento do Banheiro a seco
3.3 Tratamento dos resíduos
4. Técnica Bioconstrutiva de Bambu a Pique
4.1 Fundamentos da técnica de bambu a pique
4.2 Referências de Aplicações
5. Execução da técnica de Bambu a pique
5.1 Materiais, ferramentas e cuidados
5.2 Passo a passo da construção
5.3 Manutenção e cuidados pós construção
REFERÊNCIAS
8. Redução da quantidade de resíduos
gerada;
Redução do consumo energético;
Proporciona experiências que geram
senso de comunidade;
Valorização da cultura e materiais
locais;
Preservação da fauna e flora;
Melhora no microclima;
60%
PROBLEMÁTICAS A
SOLUCIONAR
ALTA GERAÇÃO DE
RESÍDUOS
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
1.Introdução à Construção Sustentável e
Materiais Renováveis
A construção sustentável representa um compromisso vital com o meio
ambiente e a busca por soluções que minimizem o impacto humano no
planeta. Nesse contexto, os materiais renováveis desempenham um papel
crucial, oferecendo uma alternativa ecologicamente consciente para a
construção de estruturas duradouras.
Ao se pensar em uma construções sustentável é importante lembrar como
ela se relaciona principalmente ao uso de materiais da região, que sejam
estes renováveis e sem impacto ambiental. Além de fazer uso das riquezas
naturais conseguimos construir diminuindo o gasto energético e
proporcionando maior conforto ambiental térmico na edificação.
VANTAGENS:
FONTE: Ministério das Cidades, 2020
Elaboração: Vitória Fernandes
CONST
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Ç
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RES
1.1 Conceitos fundamentais de construção sustentável
FENÔMENOS
AMBIENTAIS
8
9. DESIGN
PERMACULTURAL
BIONIMÉTICA
BIOCONSTRUÇÃO
BIOARQUITETURA
Uso de técnicas bioconstrutivas
Estudo do local e aproveitamento de materiais da região - baixa
energia incorporada
Uso de energias renováveis
Uso de estratégias bioclimáticas - soluções passivas
ETAPAS:
1.2 Importância da utilização de materiais renováveis
Ao optarmos por materiais renováveis, como madeira certificada, bambu e
outros recursos naturais regenerativos, estamos investindo em práticas
construtivas que promovem a preservação dos ecossistemas. Esses
materiais não apenas capturam carbono durante seu crescimento, mas
também exigem menos energia na produção em comparação com
alternativas mais convencionais.
A utilização de materiais renováveis como barro, bambu, madeira e entre
outros permite que tenhamos uma construção de baixo impacto
ambiental, e para isso devemos estar atentos a seguir etapas para pensar
neste tipo de construção.
9
RESULTADOS:
VALORIZAÇÃO DE MATERIAIS
DA REGIÃO
CRESCIMENTO DA ECONOMIA
CRESCIMENTO DO TURISMO
GERAÇÃO DE EMPREGO
MELHORA NO MICROCLIMA
CUIDAR DA TERRA
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S
P
E
S
S
O
A
S
Fonte: Éticas da Permacultura,
Permaculture principles, 2023
Imagem editada por Amílian Lemos
10. Em suma, a adoção de materiais renováveis na construção sustentável não
apenas contribui para a preservação ambiental, mas também estabelece
um padrão para a integração harmoniosa entre o ambiente construído
e a natureza, promovendo um futuro mais equilibrado e resiliente para as
gerações vindouras.
10
Foto: Tijolo de adobe elaborado por Ana Velásquez e
Vitória Fernandes na capacitação no TIBÁ
Construção com adobe no TIBÁ-RJ, registro por Ana
Velásquez
Construção com adobe e painéis de ripas de bambu.
Fonte: Archdaily, 2023. ArchdilyCentro de Tecnologia e Agricultura no Cambodja / Squire & Partners + SAWA
Adobe: Tijolos de barro, geralmente misturados com palha, secos ao
sol.
Cob: Uma mistura de argila, areia e palha moldada em paredes grossas
Taipa de pilão: Paredes de barro compactado usando pilões manuais
ou máquinas.
Bambu: Um material leve e tão resistente como o aço, usado para
estruturas de suporte, paredes. Pode ser usado roliço ou em ripas.
Pau-a-pique: Estrutura de madeira ou bambu coberta com uma mistura
de terra (areia + argila), cal e fibra.
ALGUMAS TÉCNICAS BIOCONSTRUTIVAS:
11. 2. Gestão Responsável dos Resíduos
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a Bolívia gerou
aproximadamente 1,6 milhão de toneladas de lixo em 2022, considerando
apenas os centros urbanos. Desse total, 84% provém de residências, dos
quais mais de 60% são resíduos orgânicos, 10,2% são plásticos, 6,5%
correspondem a papel e papelão e aproximadamente 23% são lixos não
recicláveis. Apesar de a Bolívia poder utilizar 80% dos resíduos que gera
diariamente, menos de 10% são reciclados. O consumismo aliado à cultura
do “descarte” provoca superexploração e desperdício de recursos naturais,
altos custos para gestão de resíduos sólidos e descontaminação de
ambientes terrestres ou aquáticos, além da perda de valor econômico da
terra.
A má gestão dos resíduos provoca poluição, deterioração do meio
ambiente e principalmente a proliferação de animais que são vetores de
doenças, como a malária e a dengue. Quando se trata de coleta de lixo, o
panorama é bastante crítico, pois segundo o Censo 2012,
aproximadamente 43% dos domicílios na Bolívia não possuem nenhum tipo
de serviço de coleta de lixo. Assim, a população recorre a alternativas
como jogar lixo em terreno baldio, rua ou rio, queimá-lo, enterrá-lo ou
qualquer outra coisa, o que aumenta a poluição ambiental e traz muitos
problemas de saúde.
2.1 Conscientização sobre resíduos sólidos
11
Estima-se que 99% do
que é comprado vira
lixo em
aproximadamente 6
meses.
Fonte: ONU, 2018
Os humanos
consomem o
equivalente a um
cartão de crédito por
semana em
microplásticos.
Fonte: WWF, 2023
12. A adequada separação de resíduos não apenas simplifica o tratamento
diferenciado dos diferentes tipos de resíduos, mas também maximiza as
oportunidades de reciclagem e reutilização, incentivando a criação
de recursos valiosos a partir do que comumente é considerado como
descarte. Além disso, contribui significativamente para a redução da
poluição ambiental e promove práticas sustentáveis.
12
Aqui estão alguns pontos essenciais que podem ser seguidos para uma
gestão responsável dos resíduos:
Redução na Fonte:
Reduzir no consumo e uso de produtos com menos embalagens.
Separação e Reciclagem:
Importante fazer a correta separação dos resíduos em categorias.
Compostagem:
Realizada com resíduos orgânicos para
produção de adubo natural.
Coleta Seletiva:
Participar na coleta seletiva da sua
comunidade/bairro.
Economia Circular:
Visar a diminuição de resíduos,
promovendo a reutilização e reciclagem.
2.2 Estratégias para a redução e reciclagem de resíduos
Cartaz educativo em Florestania.
Foto: Talita Sanchez
13. Economia de água: por descarga o vaso sanitário comum utiliza de
4 a 6 litros de água, sendo que o consumo médio diário em uma
família de 4 pessoas é de 96 litros (em um ano você economiza
mais de 35 mil litros de água usando o vaso sanitário seco);
Redução da poluição em corpos d’água e solos com resíduos de
banheiro;
Representa uma opção sustentável e de baixo custo para
problemas de saneamento básico;
O tratamento dos resíduos do banheiro ecológico seco resulta
em fertilizante e não em poluição.
3. Princípios e funcionamento do banheiro
seco
Os banheiros ecológicos secos não utilizam água para resíduos, em vez
disso, é aplicado um processo de decomposição com compostagem. O
modelo de banheiro do qual falaremos neste livro propõe fechar o ciclo
desde o crescimento do alimento até a sua decomposição, tendo como
produto final um fertilizante que pode ser utilizado em árvores
frutíferas.
3.1 Definição, características e benefícios do banheiro seco.
13
BENEFÍCIOS:
Fluxo dos nutrientes, exemplo com banheiro convencional e com
banheiro seco. Imagem: Las Cañadas Centro de Agroecología y
Permancultura.
14. Este modelo de banheiro seco propõe a separação de fezes e urina em dois
assentos diferentes por diversos motivos, como:
As fezes transmitem doenças, enquanto a urina em uma cara
pequena de agente causadores de doenças e o risco é muito pequeno;
O cheiro: as fezes molhadas exalam um aroma muito mais forte do que
as secas;
O tratamento: as fezes necessitam vários meses de decomposição ao
sol para eliminar os patógenos e virar fertilizante para as árvores, já a
urina pode ser tratada em uma Bacia de Evapotranspiração ou
coletada e armazenada em um tanque por 6 meses para obter adubo
seguro.
As fezes são depositadas em um recipiente plástico tipo bombona com
tampa de rosca, de preferência preto para absorver mais calor. Em cada
ocasião, as fezes devem ser cobertas com serragem ou folhas secas, na
proporção de 3 partes de serragem para 1 parte de fezes. Além disso, o
papel higiênico também é depositado neste recipiente. Deve-se ter
cuidado para evitar umidade no balde durante o enchimento.
Obs.: Quando houver odores fortes, jogar um punhado de cinzas dentro do
recipiente.
3.2. Funcionamento do Banheiro Seco
Fezes
Urina
14
Baheiro seco em Florestania. Foto: Christine Allaert
15. Para a urina, corte um funil feito com um recipiente de água de 20 litros
que se conecta a um tubo. Este tubo é conduzido a um jardim que
receberá o líquido, sendo as bananeiras e plantas de folhas largas as
mais recomendadas. Depois de cada uso acrescenta-se um pouco de
água. Semanalmente, o banheiro deve ser limpo e o funil de urina é
lavado com uma solução de uma colher de sopa de água sanitária diluída
em um litro de água ou vinagre para evitar maus odores. É fundamental
fechar sempre as tampas para evitar a proliferação de moscas.
15
Fezes
Urina
3.3 Tratamento dos resíduos
Fezes
Quando o recipiente estiver cheio, coloque-o ao sol por 3 meses (em
climas quentes) para matar os patógenos por meio da temperatura.
Deixe o balde em local bem exposto ao sol e que não pegue chuva. Fixe
uma tela sobre o balde aberto, para que as moscas não entrem. O balde
deve estar sempre seco e oxigenado. Para isso, coloque uma tampa por
cima, com uma madeira que deixe espaço para a entrada de ar.
Tela contra
mosquitos
Espaço para
entrada de ar
Baheiro a seco em Florestania. Foto: Christine Allaert
Foto: Christine Allaert
16. Quando todos os baldes estiverem cheios ou após 3 meses de exposição
ao sol (mínimo), o recipiente é colocado em local sombreado (1) e coberto
por muitas folhas (2). Ali é mantido por mais 6 meses para que o processo
de decomposição e tratamento dos resíduos continue. Ao final desse
processo, pode ser utilizado como fertilizante para as árvores.
No fundo do recipiente vazio coloque uma camada de folhas para
introduzir microorganismos que aceleram a decomposição (3). Quando
o balde estiver pela metade, coloque uma segunda camada de folhas para
reintroduzir microorganismos. Quando o balde estiver cheio, coloque uma
terceira camada (4). Lavar bem as mãos após o procedimento.
16
Folhas no
balde
cheio
Folhas no
fundo do
balde vazio
Urina
A cada uso, adiciona-se um pouco de água para evitar odores. A urina é
depositada em um recipiente com um tubo conectado a um cano que vai a
um jardim filtrante ou é armazenada em tanques por 6 meses para obter
adubo seguro. A urina é rica em nitrogênio e por isso pode se tornar um
ótimo adubo. O risco de contaminação com a urina é baixo, porém essas
são indicações para um manejo ideal eliminando qualquer risco.
Foto: Christine Allaert Foto: Christine Allaert
Foto: Christine Allaert Foto: Christine Allaert
17. 4. Técnicas Bioconstrutiva de Bambu a
Pique
4.1 Fundamentos da técnica de bambu a pique
A técnica de taipa de mão, também conhecida como "pau a pique", é uma
técnica construtiva antiga que utiliza materiais naturais, como bambu,
madeira e barro. No contexto do "pau a pique", geralmente se utiliza esses
materiais para a parte estrutural da vedação em uma construção, a
qual é então preenchida com terra, palha e outros aglomerantes para
assim dar forma as paredes. Esta técnica é comumente encontrada em
construções tradicionais em várias partes do mundo, especialmente em
regiões de climas quentes, por suas grandes propriedades de inércia
térmica, favorecendo ao conforto ambiental no interior da construção.
É importante lembrar que o resultado vai variar conforme o clima e tipo
de solo da região e dos componentes agregados, pois ainda não existe
uma formula exata de aplicação, para isso recomendamos fazer o teste
com o solo do local.
Vantagens: Baixo custo; rápida execução; não necessita de mão de
obra especializada; técnica de construção ecológica.
Desvantagens: Fragilidade à umidade; limitação vertical; contração do
barro ao secar pode originar fissuras.
17
Foto: Google fotos Foto: Canva Fotos
18. 18
A técnica de bambu a pique pode ser aplicada em qualquer lugar sempre
se atentando ao fazer incialmente o teste com o solo e tomando alguns
cuidados conforme o clima.
Existem vários tipos de testes para descobrir a composição da terra
(argila+silte+areia), e assim definir e equilibrar a quantidade correta para
uso na construção. Listamos aqui alguns:
4.2 Referências de Aplicações
Execução da Técnica de Bambu a Pique em uma construção
no Tibá - RJ. Registros de Ana Velásquez
Exemplo de malha com ripas de bambu de
2cm de espessura fixadas em ripas de
madeira de 2,5x5cm para execução do
barreamento. modelagem feita por Ana
Velásquez.
Tentar moldar o
barro em forma de
serpente ,
esfregando entre
as mãos, Se
conseguir, quer
dizer que o solo
contém ARGILA.
Fazer uma
pequena esfera
do solo, e após a
peça secar
analisar se é
possível quebrar
ela pressionando
entre o dedo
polegar e o
indicador.
Pose der realizado o teste
de apenas jogar a
bolinha feita no chão
para testar sua resistência.
Ilustração feita por Vitória Fernandes.
19. 5. Execução da técnica de Bambu a pique
Para iniciar a execução é necessário se atentar a alguns cuidados com
relação ao uso e gestão dos materiais no processo de execução.
5.1 Materiais, ferramentas e cuidados
Usar equipamentos de proteção;
Realizar teste com o barro para definir melhor a quantidade dos
aglomerantes necessários;
Escolher bambu da espessura de máximo 2cm e ao executar voltar a
face interna para fora para ter maior aderência com o barro;
Proteger a estrutura contra chuva e outros elementos climáticos durante
a construção para evitar danos ao barro fresco;
Levar em conta as condições climáticas locais ao escolher materiais e
adaptar a construção conforme necessário;
Compactar bem o barro entre as ripas de bambu para evitar vazios,
assegurando uma parede coesa e resistente.
CUIDADOS
ARCO DE SERRA
MARTELO DE BORRACHA
PREGO COM CABEÇA
RÉGUA ESQUADRO
FURADEIRA
PARAFUSADEIRA
BROCAS TAMANHOS
VARIADOS
TESOURAS
TRENA
PEDRA DE AFIAR
FACÃO
BALDE
LÁPIS CARPINTEIRO
MARTELO
12 VARAS DE BAMBU (4m
comprimento e ⌀10cm)
22 RIPAS DE MADEIRA
(2,5X5CM)
60KG TERRA (60% areia e 40%
argila)
10KG PALHA
10KG CAL HIDRATADA
GARRAFAS DE VIDRO DE 1L
APROX.
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
LUVAS DE PROTEÇÃO
MÁSCARA DE PROTEÇÃO
Foi realizado um
levantamento
quantitativo de
materiais para a
execução das paredes
de um banheiro a seco.
A estimativa para definir
a quantidade de
materiais se deu na
proporção de 1:1:6
(fibra, cal e terra) para
as paredes com 6,60m²
de área ao total e com
10cm de espessura.
MATERIAIS
NECESSÁRIOS
19
20. seleção de bambus com espessura de
2cm máximo para corte em ripas com
facão ou faca estrela;
Equilibrar a 60% areia e 40% argila a terra
e em seguida fazer a mistura com cal,
seguindo a proporção de 1:1:6 (cal,
areia, terra)
Estruturação e montagem das malhas
Preparação dos materiais
União da malha
Gestão da obra
Iniciar com o projeto para definir área e
volume para quantificar os materiais;
organizar ferramentas para a execução;
fazer testes antecipados com a terra para
saber a quantidade de argila existente;
realizar cronograma de execução;
fazer seleção dos bambus para corte.
BARREAMENTO
5.2 Passo a passo da construção
Aplicação da mistura feita com o barro
entre os bambus, formando uma parede
sólida e coesa;
Compactação do material com as mãos
para assim garantir estabilidade e
resistência.
Preencher primeiro a parte interna da
malha, e depois ir fazendo acabamento
com a desempenadeira.
fazer a fixação das ripas de bambu com
prego nas estruturas principais com
afastamento entre elas de no máximo
10cm;
união com corda ou arame recozido as
tramas para dar maior resistência.
Organizar estruturas principais de ripas de
madeira ou bambu maciço com
afastamento máximo de 1m entre eles;
Fixar estruturas secundárias de madeira
entre 50 a 60cm de distância entre elas.
20
21. 21
5.3 Manutenção e cuidados pós-construção
Inspeção Regular:
Realizar inspeções periódicas para identificar qualquer sinal de desgaste,
infestação de insetos ou deterioração.
Aplicação de Reboco grosso e fino:
Aumentar a quantidade de cal nas camadas de finalização.
Manutenção da Camada de Barro:
Avaliar a integridade da camada de barro periodicamente, realizando
reparos e reaplicações conforme necessário para evitar rachaduras ou
desprendimento.
Atenção a Insetos e Fungos:
Implementar medidas preventivas contra infestações de insetos e fungos,
como tratamentos naturais ou barreiras físicas. O cal auxilia neste quesito.
Proteger das intempéries e da umidade do solo:
Elevar a construção do solo ou usar pedra/concreto/tijolinho na parte
inferior para evitar o contato da umidade com a parede, se atentando que
a construção possua também um beiral de proteção para as laterais.
Adaptação às Condições Climáticas:
Considerar adaptações sazonais, como reforços adicionais durante
períodos de chuva intensa ou outros eventos climáticos extremos. Se
atentar que a construção esteja bem protegida da chuva.
Construir um futuro sustentável começa
agora, e é sim um trabalho de formiguinha,
mas juntos, podemos moldar um mundo onde
a harmonia entre a natureza e as construções
sejam a base de um legado duradouro para as
gerações futuras. 💚🌿
22. Referências
MINKE, Gernot. Manual de Construção com Terra: a Terra Como
Material de Construção e seu uso na Arquitetura. Solis Luna Editora
LISBÔA, S. A. S. (2019). PAINEL DE PAU A PIQUE – BAMBU E TERRA –
NA ILHA DE SANTA CATARINA. (tese de mestrado). UFSC.
Florianópolis.
HIDALGO, Oscar. Manual de construção com Bambu.
SMITH, R. E. AVALIAÇÃO DE UM BANHEIRO SECO COM VASO
SEGREGADOR EM FLORIANÓPOLIS, SC. (tese de mestrado).
UFSC.Florianópolis.
LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. Editora Bookman
BOLÍVIA. Instituto Nacional de Estadística. Censo Nacional de Población
y Vivienda, 2012.
BOLÍVIA. Instituto Nacional de Estadística. Estadísticas de Medio
Ambiente. Residuos Sólidos. Base de dados on line. 2022.
ROCABADO, A. G. La basura, un problema creciente en Bolivia. Instituto
de Investigaciones Socioeconómicas. Universidad Católica Boliviana.
ONU. Population Division. World population prospects, 2019.
ONU. Humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por
ano, 2018.
22
24. florestania.amazonia@gmail.com
@florestania_bo
O coletivo Florestanía é uma
associação civil sem fins lucrativos que
iniciou sua trajetória em 2015, atuando
na área de restauração ecológica e
educação ambiental.
Desenvolve suas atividades
relacionadas à recuperação de áreas
degradadas por meio de sistemas
agroflorestais, reflorestamento e
educação ambiental na intersecção de
áreas urbanas e rurais, em Bajo
Virtudes, Cobija (Pando, Bolívia).
A Bambuzini surgiu em Rio Branco,
ACRE como escritório de bioarquitetura
e Paisagismo em 2021 a partir do
desejo de desenvolver uma arquitetura
viva, com o objetivo de valorizar as
riquezas da nossa região. Pouco tempo
depois, nosso propósito evoluiu com a
fundação da Bambuzini - Escola de
Bioconstrução, onde compartilhamos
conhecimentos e técnicas sobre o uso
e aplicação de materiais naturais e
recicláveis nas edificações.
contato@bambuzini.com.br
@escolabambuzini / @studiobambuzini