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FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO PSICOPEDAGIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
CENTRO DO GUILHERME - MA
2021
1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail:
fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738.
ARTIGO CIENTIFICO
Francisco Graciano de Araújo
Artigo cientifico apresentado ao
curso de Psicopedagogia - como
parte da exigência, para a obtenção
de notas e conclusão do curso.
CENTRO DO GUILHERME - MA
2021
1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail:
fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO: ...........................................................................................07
2. FASE DE OBSERVAÇÃO: .........................................................................08
2.1 DADOS DEMOSTRATIVOS: .....................................................................09
2.2 TRAGETÓRIA: ...........................................................................................09
2.3 TURMAS: ...............................................................................................................09
3. DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE: ..............................10
4. PARTICIPAÇÃO ATIVA EM SALA DE AULA: ...........................................10
5. FASE DE REGÊNCIA: .................................................................................13
6. RELATÓRIO PALESTRA: ...........................................................................15
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ........................................................................16
8. REFERÊNCIAS: ...........................................................................................18
9. AEXOS: ........................................................................................................19
1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail:
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A Psicopedagogia:
Francisco Graciano de Araújo1
RESUMO:
O presente artigo tem o objetivo conhecer e apresentar a relevância da
Psicopedagogia no contexto educacional e no assessoramento dos diversos
aspectos que envolvem e se alinha ao processo de ensino aprendizagem. A
psicopedagogia representada por seu profissional legal da área contribui no
esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa
apenas deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas
escolares. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm
ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. O Psicopedagogo
na instituição assumirá o compromisso com a transformação da realidade
escolar, à medida que se propõe a fazer uma reorientação do processo de
ensino-aprendizagem refletindo os métodos educativos e numa atitude
investigativa descobrir as causas dos problemas de aprendizagem que se
apresenta na instituição e que se depara em sala de aula. Seu papel é analisar
e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa
aprendizagem em uma instituição. Entende-se que são vários os fatores que
influenciam a aprendizagem, e o reconhecimento destes são vantajosos para
que as intervenções alcancem seus objetivos, propondo e auxiliando no
desenvolvimento de projetos favoráveis sobre as mudanças educacionais,
visando evitar processos que conduzam a dificuldades da construção do
conhecimento.
Palavras Chave: Família; Escola; Ação; Transformação; Sociedade.
1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail:
fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738.
Psychopedagogy:
Francisco Graciano de Araújo1
ABSTRACT:
This article aims to understand and present the relevance of Psychopedagogy
in the educational context and in advising on the various aspects that involve
and align with the teaching-learning process. The psychopedagogy represented
by its legal professional in the area contributes to clarifying learning difficulties
that are not only caused by the student's deficiencies, but which are
consequences of school problems. Its role is to analyze and point out the
factors that favor, intervene or hinder good learning in an institution. The
Psychopedagogist in the institution will assume the commitment to the
transformation of the school reality, as it proposes to reorient the teaching-
learning process by reflecting the educational methods and in an investigative
attitude to discover the causes of the learning problems that present themselves
in the institution and that comes across in the classroom. Its role is to analyze
and point out the factors that favor, intervene or hinder good learning in an
institution. It is understood that there are several factors that influence learning,
and the recognition of these are advantageous for interventions to reach their
goals, proposing and assisting in the development of favorable projects on
educational changes, aiming to avoid processes that lead to difficulties in the
construction of the knowledge.
Keywords: Family; School; Action; Transformation; Society.
7
INTRODUÇÃO
A Psicopedagogia é o campo que estuda a aprendizagem em suas
diferentes relações e circunstâncias. Ela se ocupa do processo de aprendizagem e
suas variações e da construção de estratégias para a superação do não-aprender,
tendo como um de seus focos principais a autoria do pensamento e da
aprendizagem. A Psicopedagogia tem uma visão integrada da aprendizagem,
entendendo que todas as dimensões do sujeito são coparticipantes de seus
processos de aprendizagem, por meio do entrelaçamento e da manifestação dos
processos cognitivos, afetivo-emocionais, sociais, culturais, orgânicos, psíquicos e
pedagógicos, concebendo o sujeito como individual e coletivo.
A Psicopedagogia transita entre os aspectos pedagógicos e psíquicos e
entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. Sua
intervenção possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus
processos de aprendizagem de forma saudável, resgatando o prazer de aprender e
descobrindo-se como autores de seus próprios processos.
A mesma constitui-se em uma justaposição de dois saberes - psicologia e
pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas palavras. Isto
significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas
palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber
e o não saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana,
sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento.
Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar
e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver tais
fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a
verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar,
junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino
aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o
seu papel de parceira nesse processo.
A atividade do psicopedagogo se distingue de todas as outras, pela sua
natureza e pelo seu valor social. O psicopedagogo tem uma função complexa,
considerando que a criança e o adolescente têm características únicas e
necessidades muito diferentes. Conforme os conhecimentos se ampliam e o mundo
se transforma por meio de inovações tecnológicas e de comunicação globalizada, as
8
dificuldades se acumulam para o psicopedagogo que precisa se adaptar a novas
exigências que promovam a aprendizagem do conhecimento que se propõe integrar
conhecimentos científicos compreendendo e intervindo nos processos de
aprendizagem humana.
Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser
humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter
preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos
problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças
com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a
escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições
de ensino.
9
1. PROBLEMATIZAÇÃO E ATUAÇÃO PEDAGOGICA
No âmbito educacional são identificados inúmeros problemas relacionados a
aprendizagem e notadamente as várias faces que podem compor este problema. No
entanto parte desse pressuposto a inquietação de uma ordem relacionada ao
problema que engloba outros fatores sendo este familiar, escolar, social dentre
outros que podem ser associados. Os professores que não possuem um olhar
psicopedagógico sobre a compreensão do desenvolvimento e da aprendizagem dos
seus alunos, no que se refere às relações entre afetividade e cognição, apresentam
maiores dificuldades na organização de uma proposta de intervenção pedagógica,
que contribua para a prevenção das dificuldades de aprendizagem.
A psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades e
tem como objeto de estudo e trabalho a aprendizagem humana. Segundo Kiguel
(1991), o objetivo central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em
torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e
patológicos bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu
desenvolvimento. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo na instituição
escolar observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola em atender seus
anseios e participar das dinâmicas das relações da comunidade educativa a fim de
favorecer o processo de integração e troca, bem como diminuir a frequência dos
problemas de aprendizagem, atuando nas questões didático-metodológicos e na
formação e orientação de professores e orientação aos pais.
Em virtude dessas considerações, pode se concluir que a atuação do
psicopedagogo dentro da instituição escolar inicia-se por uma análise sobre vários
aspectos da organização escolar. Além de ser primordial um trabalho em equipe,
junto com os professores, alunos, equipe pedagógica e pessoal administrativo,
procurando dentro deste contexto melhorar o relacionamento entre si e entre grupos,
tendo como meta a melhoria das condições de aprendizagem individual e grupal. O
Psicopedagogo contribui para a práxis do professor de Educação escolar na medida
em que oferece aporte teórico para a apropriação de relações entre afeto e
cognição. O Psicopedagogo contribui significativamente para a prevenção das
dificuldades de aprendizagem e do fracasso escolar.
10
A atuação da Psicopedagogia pode acontecer a partir da perspectiva Clínica,
Institucional e da Pesquisa. A Psicopedagogia Clínica ocupa-se do entendimento do
sujeito que aprende, através de sua história pessoal, de seus vínculos familiares, de
sua modalidade de aprendizagem, compatibilizando conhecimento e saber. Procura
compreender o sujeito a partir de seu processo de aprender e de não aprender,
indagando como, o que e de que maneira ele pode aprender.
Exerce suas funções nas dimensões terapêutica e institucional, buscando a
compreensão das complexas relações de aprendizagem, dos lugares e papéis de
sujeitos em suas redes históricas e pela formulação de espaços e dispositivos
adequados ao resgate e à promoção da aprendizagem. Realiza ações voltadas para
o resgate da aprendizagem, através da formulação de espaço e vínculo de confiança
e da proposição de recursos adequados e específicos. Busca possibilitar que o
sujeito construa sua autoria na aprendizagem.
A Psicopedagogia Institucional considera as amplas e intrincadas relações
de aprendizagem de uma instituição, analisando as relações institucionais e
buscando elaborar condições de articular a qualificação dos processos de
aprendizagem. Objetiva fazer com que os sujeitos de um grupo possam se conceber
e agir como protagonistas de seus próprios processos de aprendizagem. Pode ter
como objetivo, na escola, a diminuição da incidência dos problemas de
aprendizagem.
Analisa e age em relação às questões da didática e da metodologia, através
da intervenção: na formação permanente e na assessoria junto aos professores; no
atendimento familiar; no diagnóstico de sujeitos; no relacionamento entre alunos e
professores; nas relações afetivas envolvidas nos processos de aprender; no
significado que os alunos e professores dão à aprendizagem; na elaboração de
currículos e ações pedagógicas que tenham efetivo desempenho junto ao processo
de aprendizagem.
A Psicopedagogia como área de pesquisa compõe um conjunto de
conhecimentos que auxiliam na investigação sobre os fenômenos dos processos de
aprendizagem humana. Embasando assim uns métodos específicos baseados em
estudos minuciosos de uma observação profissional advinda por parte do
psicopedagogo que é o agente operacional de maior relevância dentro deste
processo que engloba o assunto enfatizado dando assim seu parecer metodológico.
11
2. A importância da atuação da Psicopedagogia
Esta pesquisa destaca o campo de atuação da prática psicopedagógica e
nos relata sobre a Psicopedagogia Institucional, no qual a escola ainda é a principal
e mais importante instituição a reclamar pela presença e pela intervenção
psicopedagógica em seu cotidiano. Calberg (2000, p. 16), mostra que a escola, em
diversas situações tem sido “produtora de dificuldades de aprendizagem”, o que ele
chama de ‘dispedagogia’, indicando esse conceito “as dificuldades encontradas pela
escola em sua prática, referentes à metodologia de ensino ou ao vínculo que
estabelece com seus alunos”. Cabe a Psicopedagogia ressignificar as relações no
espaço institucional da escola, bem como o conhecimento aí produzido, pois
“ninguém aprende e apreende sem afeto, sem desejo, sem curiosidade e sem
vivenciar objetivamente o conteúdo em questão” (CASTRO, 2004, p. 111).
Portanto, diante das pesquisas que investigaram a Psicopedagogia escolar
pode-se delinear a trajetória percorrida para garantir a presença do psicopedagogo
no espaço escolar para que através de saberes próprios da área, integrados as
áreas afins, possam atuar na prevenção e na intervenção apropriada a fim de
entender e minimizar os problemas de aprendizagem. Para tanto, porém, é
necessário que se lute pela implantação de fato, do que já está estabelecido em lei.
12
3. A importância da família na educação das crianças
Este trabalho foi desenvolvido com pesquisas minuciosas e busca autoral de
autores além de experiências observadas pessoalmente e relatos do colegiado que
foram observados tanto nos âmbitos escolares, familiar e social.
Segundo Oliveira (2011), espera-se da família o papel de educar seus filhos
para se comportarem de acordo com modelos predefinidos, desenvolvendo
comportamentos socialmente esperados. As ações e expectativas dos pais com
relação à criança e os modelos de conduta que oferecem, ao mesmo tempo que
possibilitam a percepção daquilo que valorizam também estimulam o indivíduo a se
conformar, no sentido de adaptar-se ao convívio social. A participação dos pais em
conselhos escolares ou organização de eventos na escola ajudam a criança a obter
motivação para agregar experiências e aproximar-se deste contexto.
Assim a família assume o papel de suporte para a criança e identifica-se que
a ausência dos pais pode acarretar problemas na alfabetização e na aprendizagem.
Para Winnicott (2005 apud ARAÚJO, 2010), a principal função da mãe é educar e
cuidar de seu filho, proporcionando um ambiente agradável para um
desenvolvimento saudável da criança, propiciando a ela o desempenho adequado
frente a tarefas, com maior probabilidade de adaptação e desenvolvendo a’
personalidade de forma a atender as suas necessidades mais importantes. Ainda no
que se refere ao papel da família, segundo Referencial Curricular Nacional,
constata-se que ela não está sozinha:
“No geral, as famílias que porventura tiverem dificuldades em cumprir
qualquer uma de suas funções para com a criança deverão receber toda
ajuda possível das instituições de educação infantil, da comunidade, do
poder público, das instituições de apoio para que melhorem os
desempenhos junto às crianças”. (BRASIL, 1998, p. 84)
Este papel de suporte à família que, dentre outras instituições, a escola
assume é relativamente recente na História assim como a maneira como os pais se
relacionam com os filhos. Na idade moderna, quando as primeiras instituições
educacionais começaram a aparecer, os pais passavam, em comparação a épocas
13
anteriores, a se preocupar mais com seus filhos e procurar tê-los por perto para
cuidar de sua educação.
O clima sentimental começava a ser diferente e os pais passavam a
aproximar-se mais seus filhos e buscar um convívio familiar. As famílias precisavam
aprender a ouvir, dar atenção e agir com paciência e cuidar para que a criança
construísse um laço afetivo entre eles, para que eles vissem os pais como exemplos
e diante dos obstáculos buscassem segurança neles (ARIÉS, 2006). Segundo Ariés
(2006), com o fim da idade média as crianças passaram a conquistar um lugar de
destaque no contexto familiar.
No século XVII a família tem um papel diferenciado e sua principal
característica que a distingue das famílias medievais é que as crianças passam a se
tornar elementos indispensáveis na vida dos pais e a partir daí a família começa a se
preocupar com a carreira, educação e o futuro de seus filhos. Assim percebe-se que
tanto a mudança nos padrões de relacionamento entre a família e a criança como o
surgimento das instituições escolares, embora não necessariamente relacionados,
são concomitantes. Tal situação evidencia a importância que passa a ser dada à
infância. Se antes a criança era tratada como um adulto pequeno e não se buscava
o efetivo entendimento de suas reais necessidades, agora ela passa demandar
especial atenção tanto das famílias quanto das instituições escolares e novos papéis
são estabelecidos para ambos.
Neste contexto entende-se que se inicialmente as instituições família e
escola apenas coexistiam, com o amadurecimento e mudanças destas instituições,
passam a se relacionar e complementar que é indispensável o envolvimento da
família para eficácia no ensino escolar. Isto pode ser obtido por meio de serviços da
escola para e com a comunidade, envolvendo-a em uma parceria, o que além de
propiciar à sociedade informação a predispõe positivamente para o atendimento das
demandas escolares. Mostram-se relevantes propostas de aproximação das
famílias, para que as crianças também conheçam os pais de seus colegas,
brinquedos e locais onde moram, e por meio disso seja possível conhecer a
realidade e integrar as famílias.
A família é fundamental na vida dos filhos, contudo, atualmente o processo
de educar os filhos enfrenta dificuldades relativas à disponibilidade de tempo dos
pais para o acompanhamento das demandas da criança. A família, muitas vezes, na
busca sobrevivência, tem os pais submetidos a jornadas de trabalho extenuantes, o
14
que diminui o contato com os filhos e dificulta o acompanhamento atendimento das
expectativas da escola e a participação na vida escolar das crianças. Segundo
Marchesi (2004 apud SOUZA, 2009), educar não é uma tarefa que possa ser
delegada exclusivamente à escola. São necessárias cooperação e colaboração da
família, os pais precisam auxiliar a atingir os objetivos e ideais educacionais para
auxiliar na superação das dificuldades que se encontram no dia a dia dos
profissionais dentro das instituições.
Para Souza (2009), a família vem se modificando como um sistema de
vínculo afetivo, no qual o ambiente familiar pode contribuir de forma positiva para o
desempenho da criança. Os pais consistem no sustentáculo que toda criança
precisa, podendo-se perceber que sem um lar estruturado as dificuldades
apresentadas pelos alunos se acentuam, afetam a escola e a criança pode
apresentar mais problemas na alfabetização e na aprendizagem.
O conceito de família mudou muito nos últimos tempos, não há mais um
padrão de família, e sim uma variedade de padrão familiar, com identidade própria
em constante desenvolvimento. Independentemente dessa mudança à família
continua sendo o primeiro local de aprendizado das crianças, é através dela que
acontece os primeiros contatos sociais e as primeiras experiências educacionais. A
família está diretamente ligada as atitudes comportamentais da criança.
Percebe-se a grande importância dos pais no desenvolvimento cognitivo e
evolutivo da criança, a sua ausência no ensino aprendizagem dos alunos podem
ocasionar baixo desempenho e até mesmo a repetência escolar. Sem a família não
há como promover uma boa educação. A participação dos mesmos na vida escolar
de seus filhos é indispensável para que a criança se sinta amada e motivada a obter
avanços em sua aprendizagem. Sendo assim a família e a escola precisam ser
parceiras para que os alunos possam realmente ter um maior aproveitamento na
aprendizagem, não basta apenas à escola se preocupar na aprendizagem, e os pais
não se preocuparem.
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola,
mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da
família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é
responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem. O que a
família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao
desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o
15
psicopedagogo chegar a um diagnóstico. Considerando o exposto, cabe ao
psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na
aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anaminese com
essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica,
cognitiva, emocional e social.
Nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de
problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade,
pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o
conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas
que favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de
pensamento crítico.
Acredita-se que o trabalho da Psicopedagogia quando encontra consonância
e parcerias na escola, pode promover efeitos muito positivos para a minimização das
dificuldades que emergem no contexto escolar, apesar de representar um constante
desafio, pois requer o envolvimento de toda a equipe, e um desejo permanente de
mudanças, para que as transformações, de fato, ocorram.
16
4. A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA NA ESCOLA
A prática psicopedagógica na escola implica num trabalho de caráter
preventivo e de assessoramento no contexto educacional. Seguindo a linha de
análise de Bossa, "pensar a escola à luz da Psicopedagogia, significa analisar um
processo que inclui questões metodológicas, relacionais e socioculturais,
englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo a
participação da família e da sociedade". Quando se refere a prática pedagógica, é
essencial que se considere as relações entre produção escolar e as oportunidades
reais que a sociedade dá às diversas classes sociais.
A escola e a sociedade não podem ser vistas isoladamente, pois o sistema
de ensino (público ou privado) reflete a sociedade na qual está inserido. Observa-se
que alunos de baixa renda ainda são estigmatizados, na questão do aprendizado,
como deficientes. Numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo
vai solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão,
indisciplina, desestímulo docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não
vem com as respostas prontas. O que vai acontecer será um trabalho de equipe, em
parceria com todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores,
alunos, pessoal de apoio, família). O psicopedagogo entra na escola para ver o
"todo" da instituição.
O psicopedagogo sabe que para aprender são necessárias condições
cognitivas (abordar o conhecimento), afetivas (estabelecer vínculos), criativas
(colocar em prática) e associativas (para socializar). Deve-se estar atento frente às
grandes mudanças que ocorreram nas propostas educacionais 9 A apropriação leva
um tempo até ser introspectiva, compreendida e colocada em prática. As mudanças
(a introdução no novo) num ambiente escolar têm que ser escalonadas e
sucessivas, priorizando-se e hierarquizando-se as ações.
Barbosa ratifica que a atuação psicopedagógica junto a um grupo ou
instituição, para ser operante precisa interpretar os papéis desempenhados, a forma
como foram atribuídos e assumidos, assim como as expectativas que se encontram
latentes neste movimento de atribuir e aceitar o papel. [...] A tarefa de cada um deve
estar voltada para o aprender, desde a direção até a portaria ou o serviço de
limpeza.
17
5. O PSICOPEDAGOGO
O Psicopedagogo é um especialista em Psicopedagogia. Sua formação
ocorre, geralmente, através de cursos de Especialização, possibilitando o
aprofundamento dos conhecimentos obtidos nos cursos de graduação e a ampliação
da discussão sobre os aspectos da aprendizagem, de sua autoria e da superação do
não aprender. Assim, se uma pessoa tem a graduação em Licenciatura em
Matemática e a especialização em Psicopedagogia, ela será Licenciada em
Matemática e Especialista em Psicopedagogia.
Se a pessoa tem graduação em Pedagogia e Especialização em
Psicopedagogia, ela será uma Pedagoga e Especialista em Psicopedagogia. Se ela
tiver a graduação em Psicologia e Especialização em Psicopedagogia, ela será uma
Psicóloga e Especialista em Psicopedagogia.
O especialista em Psicopedagogia é um profissional habilitado a lidar com os
processos de aprendizagem e suas dificuldades junto às crianças, aos adolescentes,
aos adultos ou às instituições, instigando aprendizagens significativas, de acordo
com suas possibilidades e interesses. Em sua prática, o especialista em
Psicopedagogia pode auxiliar na busca do prazer de aprender, na construção de um
novo significado para as formas de aprender, da compreensão, por parte dos
sujeitos, da maneira como aprendem e de como utilizar suas estratégias em relação
a novos conhecimentos.
Entre os diferentes aspectos que precisam ser considerados ao longo de um
atendimento psicopedagógico, seja institucional ou clínico, destacam-se alguns que
necessitam de atenção, tais como o momento do diagnóstico, a anamnese, a
elaboração de hipóteses e a análise do processo de construção da lecto-escrita. O
processo diagnóstico caracteriza-se como os primeiros encontros nos quais se
interage de forma mais direta com o sujeito encaminhado e com sua família,
procurando conhecer mais detalhes de sua história.
Porém, não é um momento fechado, que tenha como objetivo atribuir um
rótulo ao sujeito. Há diagnósticos como transtorno de hiperatividade e déficit de
atenção, autismo, entre outros, que não podem ser dados por um especialista em
Psicopedagogia, que pode sugerir para a família procurar um profissional como um
psiquiatra ou um neurologista para avaliar e realizar tal diagnóstico.
18
O especialista em Psicopedagogia deve sempre realizar os
encaminhamentos que julgar necessários, mencionando que há outras questões que
também atrapalham a aprendizagem do sujeito e que só podem ser avaliadas por
outro profissional habilitado. Por isso, fala-se tanto das parcerias nos atendimentos
psicopedagógicos e de um trabalho interdisciplinar.
Na medida em que o trabalho interdisciplinar é fundamental na ação
psicopedagógica, é importante conhecer as ferramentas que existem e são usadas
pelos outros profissionais envolvidos, para saber entendê-las adequadamente,
quando se recebe um diagnóstico. Porém, isso não significa que se possa utilizá-las,
já que algumas ferramentas são de uso exclusivo do psicólogo, do fonoaudiólogo ou
do médico.
O diagnóstico psicopedagógico necessita concentrar-se nos processos de
aprendizagem. Esse momento não pode estar focado apenas no sujeito, mas em
todas as relações que ele mantém seja na família, na escola ou no grupo de amigos,
dentre outros. O diagnóstico é um momento no qual se pode iniciar o levantamento
de hipóteses sobre como e o que o sujeito aprende, bem como o que o impede de
aprender.
Nessa ocasião, já se inicia também o tratamento. Quando se analisa a
situação do sujeito, precisa-se propor desafios de superação, para que novas
hipóteses possam ser levantadas e questões já possam ser superadas. Logo, não
há uma separação rígida entre o período do diagnóstico e o do tratamento. Ao iniciar
o diagnóstico, já se está começando o tratamento.
19
7. CONCLUSÕES
Neste trabalho abordamos a importância do Psicopedagogo Educacional,
pois essa profissão atualiza e amplia a apresentação completa e sucinta dos
procedimentos básicos da ação psicopedagógica. Acredita-se que as intervenções
relatadas no âmbito da formação de profissionais da Educação podem servir de
referencial para a ação de psicopedagogo e formadores dos futuros profissionais da
Psicopedagogia, favorecendo uma aprendizagem.
E também as funções multidisciplinares que esse profissional exerce, sendo
que nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de problemas,
mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, pode ajudar
a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento
e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas que favoreçam
processos de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento crítico.
Sobre o docente esse trabalho deixou claro que o mesmo deve está preparado e
ciente de sua principal função e responsabilidade, que é a de auxiliar na construção
do aluno e não apenas um transmissor de conteúdo do currículo escolar.
Consequentemente os alunos não ficarão retidos somente em conteúdo,
mas se preocuparão com a postura que devem ter para se relacionar com o
conhecimento. Assim sendo, considera-se que os educadores são responsáveis
pelo saber fazer em seu contexto educacional, construirão alunos e se construirão
numa relação permanente e diária fundamentada na consciência crítica, reflexiva e
política, em que, cidadãos se transformarão e transformarão a sociedade, com
novos olhares, novos pensamentos pautados num progresso pátrio.
A Psicopedagogia, na instituição escolar, tem uma função complexa e por
isso provoca algumas distorções conceituais quanto às atividades desenvolvidas
pelo psicopedagogo. Numa ação interdisciplinar ela dedica-se a áreas relacionadas
ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, colabora com planos
educacionais e lúdicos no âmbito das organizações, atuando numa modalidade cujo
caráter é clínico institucional, ou seja, realizado diagnóstico institucional e propostas
operacionais pertinentes.
O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a
compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de
determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender
20
às necessidades de aprendizagem. Para isso, devem analisar o Projeto Político
Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado
como aprendizagem. Vale ressaltar, que na pesquisa e interação a investigação
buscou-se uma análise de forma profunda do conteúdo que foi utilizado para
interpretação dos dados abstraídos em: livros, teses, dissertações jornais e artigos.
Tendo como objetivo compreender de forma crítica o significado do conteúdo
exposto, que aborda a temática.
Este trabalho possibilitou uma reflexão sobre a importância da família e
escola na educação infantil, evidenciando-se a necessidade de ambas atuarem de
forma alinhada para o atingimento dos objetivos de aprendizagem da criança. Neste
sentido considera-se que a escola é a instituição responsável pelo processo de
formação da criança, contudo a família deve assumir um papel ativo neste processo,
firmando uma parceria com a instituição, que na prática manifestasse de forma
recíproca.
Por um lado, a família deve acompanhar e participar das atividades
escolares e, por outro, a escola deve atentar às características de origem da criança
e os valores, expectativas e percepções oriundos do contexto doméstico. Assim no
que se refere a hipótese de que a aprendizagem da criança possui relação com a
maneira como a família se relaciona com a temática e com a instituição escolar,
constata-se que, na literatura há amparo para ela. Mostram-se relevantes as
expectativas e valores familiares para a consolidação do processo de aprendizagem
da criança.
Quanto à hipótese de que algumas famílias entendem que a
responsabilidade pela educação de seus filhos é exclusiva da escola, deixando de
participar ativamente na vida escolar e social das crianças, não houve, na literatura
pesquisada a evidenciação de que ela se confirme. Todavia há evidências de que
crianças não assistidas pela família apresentam maiores dificuldades no contexto
escolar. A importância dos aspectos afetivos na relação família/escola podendo
favorecer a fase inicial de aclimatação da criança como hipótese também parece se
confirmar na literatura.
Aponta-se a importância da família na modelagem de valores e expectativas
e na promoção da autonomia, baseando-se nos valores, expectativas e fornecimento
de suporte à criança. Entende-se necessário que a família conheça os objetivos da
proposta escolar para acompanhar o desenvolvimento das práticas educativas das
21
crianças, e se comprometa em alcançar o sucesso na aprendizagem e na formação
do indivíduo. Por outro lado, compreende-se que a família também precisa ser
conhecida e valorizada no contexto escolar, buscando-se sua integração e
envolvimento.
22
8. REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - www.abnt.org.br/
PIMENTA, S. G. O Estágio na formação de professores: Unidade, teoria e prática. 2ª
edição. São Paulo: Cortez, 1995
MODELOS DE RELATÓRIOS DE ESTÁGIO
www.uesb.br/mat/download/Relatório/EstagioI/Rosangela.pdf
www.modelosfaceis.com.br/modelo-de-relatorio-de-estagio-supervisionado/
23
9. ANEXO

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  • 1. FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO PSICOPEDAGIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CENTRO DO GUILHERME - MA 2021
  • 2. 1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail: fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738. ARTIGO CIENTIFICO Francisco Graciano de Araújo Artigo cientifico apresentado ao curso de Psicopedagogia - como parte da exigência, para a obtenção de notas e conclusão do curso. CENTRO DO GUILHERME - MA 2021
  • 3. 1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail: fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO: ...........................................................................................07 2. FASE DE OBSERVAÇÃO: .........................................................................08 2.1 DADOS DEMOSTRATIVOS: .....................................................................09 2.2 TRAGETÓRIA: ...........................................................................................09 2.3 TURMAS: ...............................................................................................................09 3. DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE: ..............................10 4. PARTICIPAÇÃO ATIVA EM SALA DE AULA: ...........................................10 5. FASE DE REGÊNCIA: .................................................................................13 6. RELATÓRIO PALESTRA: ...........................................................................15 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ........................................................................16 8. REFERÊNCIAS: ...........................................................................................18 9. AEXOS: ........................................................................................................19
  • 4. 1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail: fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738. A Psicopedagogia: Francisco Graciano de Araújo1 RESUMO: O presente artigo tem o objetivo conhecer e apresentar a relevância da Psicopedagogia no contexto educacional e no assessoramento dos diversos aspectos que envolvem e se alinha ao processo de ensino aprendizagem. A psicopedagogia representada por seu profissional legal da área contribui no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas escolares. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. O Psicopedagogo na instituição assumirá o compromisso com a transformação da realidade escolar, à medida que se propõe a fazer uma reorientação do processo de ensino-aprendizagem refletindo os métodos educativos e numa atitude investigativa descobrir as causas dos problemas de aprendizagem que se apresenta na instituição e que se depara em sala de aula. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Entende-se que são vários os fatores que influenciam a aprendizagem, e o reconhecimento destes são vantajosos para que as intervenções alcancem seus objetivos, propondo e auxiliando no desenvolvimento de projetos favoráveis sobre as mudanças educacionais, visando evitar processos que conduzam a dificuldades da construção do conhecimento. Palavras Chave: Família; Escola; Ação; Transformação; Sociedade.
  • 5. 1 LicenciadoemLetras em2015 pelaUniversidade –GeremárioDantas –. E-mail: fgraciano03@gmail.com Fone:98 98603 - 7738. Psychopedagogy: Francisco Graciano de Araújo1 ABSTRACT: This article aims to understand and present the relevance of Psychopedagogy in the educational context and in advising on the various aspects that involve and align with the teaching-learning process. The psychopedagogy represented by its legal professional in the area contributes to clarifying learning difficulties that are not only caused by the student's deficiencies, but which are consequences of school problems. Its role is to analyze and point out the factors that favor, intervene or hinder good learning in an institution. The Psychopedagogist in the institution will assume the commitment to the transformation of the school reality, as it proposes to reorient the teaching- learning process by reflecting the educational methods and in an investigative attitude to discover the causes of the learning problems that present themselves in the institution and that comes across in the classroom. Its role is to analyze and point out the factors that favor, intervene or hinder good learning in an institution. It is understood that there are several factors that influence learning, and the recognition of these are advantageous for interventions to reach their goals, proposing and assisting in the development of favorable projects on educational changes, aiming to avoid processes that lead to difficulties in the construction of the knowledge. Keywords: Family; School; Action; Transformation; Society.
  • 6. 7 INTRODUÇÃO A Psicopedagogia é o campo que estuda a aprendizagem em suas diferentes relações e circunstâncias. Ela se ocupa do processo de aprendizagem e suas variações e da construção de estratégias para a superação do não-aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria do pensamento e da aprendizagem. A Psicopedagogia tem uma visão integrada da aprendizagem, entendendo que todas as dimensões do sujeito são coparticipantes de seus processos de aprendizagem, por meio do entrelaçamento e da manifestação dos processos cognitivos, afetivo-emocionais, sociais, culturais, orgânicos, psíquicos e pedagógicos, concebendo o sujeito como individual e coletivo. A Psicopedagogia transita entre os aspectos pedagógicos e psíquicos e entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. Sua intervenção possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus processos de aprendizagem de forma saudável, resgatando o prazer de aprender e descobrindo-se como autores de seus próprios processos. A mesma constitui-se em uma justaposição de dois saberes - psicologia e pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o não saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento. Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver tais fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar, junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o seu papel de parceira nesse processo. A atividade do psicopedagogo se distingue de todas as outras, pela sua natureza e pelo seu valor social. O psicopedagogo tem uma função complexa, considerando que a criança e o adolescente têm características únicas e necessidades muito diferentes. Conforme os conhecimentos se ampliam e o mundo se transforma por meio de inovações tecnológicas e de comunicação globalizada, as
  • 7. 8 dificuldades se acumulam para o psicopedagogo que precisa se adaptar a novas exigências que promovam a aprendizagem do conhecimento que se propõe integrar conhecimentos científicos compreendendo e intervindo nos processos de aprendizagem humana. Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.
  • 8. 9 1. PROBLEMATIZAÇÃO E ATUAÇÃO PEDAGOGICA No âmbito educacional são identificados inúmeros problemas relacionados a aprendizagem e notadamente as várias faces que podem compor este problema. No entanto parte desse pressuposto a inquietação de uma ordem relacionada ao problema que engloba outros fatores sendo este familiar, escolar, social dentre outros que podem ser associados. Os professores que não possuem um olhar psicopedagógico sobre a compreensão do desenvolvimento e da aprendizagem dos seus alunos, no que se refere às relações entre afetividade e cognição, apresentam maiores dificuldades na organização de uma proposta de intervenção pedagógica, que contribua para a prevenção das dificuldades de aprendizagem. A psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades e tem como objeto de estudo e trabalho a aprendizagem humana. Segundo Kiguel (1991), o objetivo central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo na instituição escolar observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola em atender seus anseios e participar das dinâmicas das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca, bem como diminuir a frequência dos problemas de aprendizagem, atuando nas questões didático-metodológicos e na formação e orientação de professores e orientação aos pais. Em virtude dessas considerações, pode se concluir que a atuação do psicopedagogo dentro da instituição escolar inicia-se por uma análise sobre vários aspectos da organização escolar. Além de ser primordial um trabalho em equipe, junto com os professores, alunos, equipe pedagógica e pessoal administrativo, procurando dentro deste contexto melhorar o relacionamento entre si e entre grupos, tendo como meta a melhoria das condições de aprendizagem individual e grupal. O Psicopedagogo contribui para a práxis do professor de Educação escolar na medida em que oferece aporte teórico para a apropriação de relações entre afeto e cognição. O Psicopedagogo contribui significativamente para a prevenção das dificuldades de aprendizagem e do fracasso escolar.
  • 9. 10 A atuação da Psicopedagogia pode acontecer a partir da perspectiva Clínica, Institucional e da Pesquisa. A Psicopedagogia Clínica ocupa-se do entendimento do sujeito que aprende, através de sua história pessoal, de seus vínculos familiares, de sua modalidade de aprendizagem, compatibilizando conhecimento e saber. Procura compreender o sujeito a partir de seu processo de aprender e de não aprender, indagando como, o que e de que maneira ele pode aprender. Exerce suas funções nas dimensões terapêutica e institucional, buscando a compreensão das complexas relações de aprendizagem, dos lugares e papéis de sujeitos em suas redes históricas e pela formulação de espaços e dispositivos adequados ao resgate e à promoção da aprendizagem. Realiza ações voltadas para o resgate da aprendizagem, através da formulação de espaço e vínculo de confiança e da proposição de recursos adequados e específicos. Busca possibilitar que o sujeito construa sua autoria na aprendizagem. A Psicopedagogia Institucional considera as amplas e intrincadas relações de aprendizagem de uma instituição, analisando as relações institucionais e buscando elaborar condições de articular a qualificação dos processos de aprendizagem. Objetiva fazer com que os sujeitos de um grupo possam se conceber e agir como protagonistas de seus próprios processos de aprendizagem. Pode ter como objetivo, na escola, a diminuição da incidência dos problemas de aprendizagem. Analisa e age em relação às questões da didática e da metodologia, através da intervenção: na formação permanente e na assessoria junto aos professores; no atendimento familiar; no diagnóstico de sujeitos; no relacionamento entre alunos e professores; nas relações afetivas envolvidas nos processos de aprender; no significado que os alunos e professores dão à aprendizagem; na elaboração de currículos e ações pedagógicas que tenham efetivo desempenho junto ao processo de aprendizagem. A Psicopedagogia como área de pesquisa compõe um conjunto de conhecimentos que auxiliam na investigação sobre os fenômenos dos processos de aprendizagem humana. Embasando assim uns métodos específicos baseados em estudos minuciosos de uma observação profissional advinda por parte do psicopedagogo que é o agente operacional de maior relevância dentro deste processo que engloba o assunto enfatizado dando assim seu parecer metodológico.
  • 10. 11 2. A importância da atuação da Psicopedagogia Esta pesquisa destaca o campo de atuação da prática psicopedagógica e nos relata sobre a Psicopedagogia Institucional, no qual a escola ainda é a principal e mais importante instituição a reclamar pela presença e pela intervenção psicopedagógica em seu cotidiano. Calberg (2000, p. 16), mostra que a escola, em diversas situações tem sido “produtora de dificuldades de aprendizagem”, o que ele chama de ‘dispedagogia’, indicando esse conceito “as dificuldades encontradas pela escola em sua prática, referentes à metodologia de ensino ou ao vínculo que estabelece com seus alunos”. Cabe a Psicopedagogia ressignificar as relações no espaço institucional da escola, bem como o conhecimento aí produzido, pois “ninguém aprende e apreende sem afeto, sem desejo, sem curiosidade e sem vivenciar objetivamente o conteúdo em questão” (CASTRO, 2004, p. 111). Portanto, diante das pesquisas que investigaram a Psicopedagogia escolar pode-se delinear a trajetória percorrida para garantir a presença do psicopedagogo no espaço escolar para que através de saberes próprios da área, integrados as áreas afins, possam atuar na prevenção e na intervenção apropriada a fim de entender e minimizar os problemas de aprendizagem. Para tanto, porém, é necessário que se lute pela implantação de fato, do que já está estabelecido em lei.
  • 11. 12 3. A importância da família na educação das crianças Este trabalho foi desenvolvido com pesquisas minuciosas e busca autoral de autores além de experiências observadas pessoalmente e relatos do colegiado que foram observados tanto nos âmbitos escolares, familiar e social. Segundo Oliveira (2011), espera-se da família o papel de educar seus filhos para se comportarem de acordo com modelos predefinidos, desenvolvendo comportamentos socialmente esperados. As ações e expectativas dos pais com relação à criança e os modelos de conduta que oferecem, ao mesmo tempo que possibilitam a percepção daquilo que valorizam também estimulam o indivíduo a se conformar, no sentido de adaptar-se ao convívio social. A participação dos pais em conselhos escolares ou organização de eventos na escola ajudam a criança a obter motivação para agregar experiências e aproximar-se deste contexto. Assim a família assume o papel de suporte para a criança e identifica-se que a ausência dos pais pode acarretar problemas na alfabetização e na aprendizagem. Para Winnicott (2005 apud ARAÚJO, 2010), a principal função da mãe é educar e cuidar de seu filho, proporcionando um ambiente agradável para um desenvolvimento saudável da criança, propiciando a ela o desempenho adequado frente a tarefas, com maior probabilidade de adaptação e desenvolvendo a’ personalidade de forma a atender as suas necessidades mais importantes. Ainda no que se refere ao papel da família, segundo Referencial Curricular Nacional, constata-se que ela não está sozinha: “No geral, as famílias que porventura tiverem dificuldades em cumprir qualquer uma de suas funções para com a criança deverão receber toda ajuda possível das instituições de educação infantil, da comunidade, do poder público, das instituições de apoio para que melhorem os desempenhos junto às crianças”. (BRASIL, 1998, p. 84) Este papel de suporte à família que, dentre outras instituições, a escola assume é relativamente recente na História assim como a maneira como os pais se relacionam com os filhos. Na idade moderna, quando as primeiras instituições educacionais começaram a aparecer, os pais passavam, em comparação a épocas
  • 12. 13 anteriores, a se preocupar mais com seus filhos e procurar tê-los por perto para cuidar de sua educação. O clima sentimental começava a ser diferente e os pais passavam a aproximar-se mais seus filhos e buscar um convívio familiar. As famílias precisavam aprender a ouvir, dar atenção e agir com paciência e cuidar para que a criança construísse um laço afetivo entre eles, para que eles vissem os pais como exemplos e diante dos obstáculos buscassem segurança neles (ARIÉS, 2006). Segundo Ariés (2006), com o fim da idade média as crianças passaram a conquistar um lugar de destaque no contexto familiar. No século XVII a família tem um papel diferenciado e sua principal característica que a distingue das famílias medievais é que as crianças passam a se tornar elementos indispensáveis na vida dos pais e a partir daí a família começa a se preocupar com a carreira, educação e o futuro de seus filhos. Assim percebe-se que tanto a mudança nos padrões de relacionamento entre a família e a criança como o surgimento das instituições escolares, embora não necessariamente relacionados, são concomitantes. Tal situação evidencia a importância que passa a ser dada à infância. Se antes a criança era tratada como um adulto pequeno e não se buscava o efetivo entendimento de suas reais necessidades, agora ela passa demandar especial atenção tanto das famílias quanto das instituições escolares e novos papéis são estabelecidos para ambos. Neste contexto entende-se que se inicialmente as instituições família e escola apenas coexistiam, com o amadurecimento e mudanças destas instituições, passam a se relacionar e complementar que é indispensável o envolvimento da família para eficácia no ensino escolar. Isto pode ser obtido por meio de serviços da escola para e com a comunidade, envolvendo-a em uma parceria, o que além de propiciar à sociedade informação a predispõe positivamente para o atendimento das demandas escolares. Mostram-se relevantes propostas de aproximação das famílias, para que as crianças também conheçam os pais de seus colegas, brinquedos e locais onde moram, e por meio disso seja possível conhecer a realidade e integrar as famílias. A família é fundamental na vida dos filhos, contudo, atualmente o processo de educar os filhos enfrenta dificuldades relativas à disponibilidade de tempo dos pais para o acompanhamento das demandas da criança. A família, muitas vezes, na busca sobrevivência, tem os pais submetidos a jornadas de trabalho extenuantes, o
  • 13. 14 que diminui o contato com os filhos e dificulta o acompanhamento atendimento das expectativas da escola e a participação na vida escolar das crianças. Segundo Marchesi (2004 apud SOUZA, 2009), educar não é uma tarefa que possa ser delegada exclusivamente à escola. São necessárias cooperação e colaboração da família, os pais precisam auxiliar a atingir os objetivos e ideais educacionais para auxiliar na superação das dificuldades que se encontram no dia a dia dos profissionais dentro das instituições. Para Souza (2009), a família vem se modificando como um sistema de vínculo afetivo, no qual o ambiente familiar pode contribuir de forma positiva para o desempenho da criança. Os pais consistem no sustentáculo que toda criança precisa, podendo-se perceber que sem um lar estruturado as dificuldades apresentadas pelos alunos se acentuam, afetam a escola e a criança pode apresentar mais problemas na alfabetização e na aprendizagem. O conceito de família mudou muito nos últimos tempos, não há mais um padrão de família, e sim uma variedade de padrão familiar, com identidade própria em constante desenvolvimento. Independentemente dessa mudança à família continua sendo o primeiro local de aprendizado das crianças, é através dela que acontece os primeiros contatos sociais e as primeiras experiências educacionais. A família está diretamente ligada as atitudes comportamentais da criança. Percebe-se a grande importância dos pais no desenvolvimento cognitivo e evolutivo da criança, a sua ausência no ensino aprendizagem dos alunos podem ocasionar baixo desempenho e até mesmo a repetência escolar. Sem a família não há como promover uma boa educação. A participação dos mesmos na vida escolar de seus filhos é indispensável para que a criança se sinta amada e motivada a obter avanços em sua aprendizagem. Sendo assim a família e a escola precisam ser parceiras para que os alunos possam realmente ter um maior aproveitamento na aprendizagem, não basta apenas à escola se preocupar na aprendizagem, e os pais não se preocuparem. O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem. O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o
  • 14. 15 psicopedagogo chegar a um diagnóstico. Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anaminese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. Nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas que favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento crítico. Acredita-se que o trabalho da Psicopedagogia quando encontra consonância e parcerias na escola, pode promover efeitos muito positivos para a minimização das dificuldades que emergem no contexto escolar, apesar de representar um constante desafio, pois requer o envolvimento de toda a equipe, e um desejo permanente de mudanças, para que as transformações, de fato, ocorram.
  • 15. 16 4. A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA NA ESCOLA A prática psicopedagógica na escola implica num trabalho de caráter preventivo e de assessoramento no contexto educacional. Seguindo a linha de análise de Bossa, "pensar a escola à luz da Psicopedagogia, significa analisar um processo que inclui questões metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade". Quando se refere a prática pedagógica, é essencial que se considere as relações entre produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes sociais. A escola e a sociedade não podem ser vistas isoladamente, pois o sistema de ensino (público ou privado) reflete a sociedade na qual está inserido. Observa-se que alunos de baixa renda ainda são estigmatizados, na questão do aprendizado, como deficientes. Numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo vai solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, indisciplina, desestímulo docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não vem com as respostas prontas. O que vai acontecer será um trabalho de equipe, em parceria com todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores, alunos, pessoal de apoio, família). O psicopedagogo entra na escola para ver o "todo" da instituição. O psicopedagogo sabe que para aprender são necessárias condições cognitivas (abordar o conhecimento), afetivas (estabelecer vínculos), criativas (colocar em prática) e associativas (para socializar). Deve-se estar atento frente às grandes mudanças que ocorreram nas propostas educacionais 9 A apropriação leva um tempo até ser introspectiva, compreendida e colocada em prática. As mudanças (a introdução no novo) num ambiente escolar têm que ser escalonadas e sucessivas, priorizando-se e hierarquizando-se as ações. Barbosa ratifica que a atuação psicopedagógica junto a um grupo ou instituição, para ser operante precisa interpretar os papéis desempenhados, a forma como foram atribuídos e assumidos, assim como as expectativas que se encontram latentes neste movimento de atribuir e aceitar o papel. [...] A tarefa de cada um deve estar voltada para o aprender, desde a direção até a portaria ou o serviço de limpeza.
  • 16. 17 5. O PSICOPEDAGOGO O Psicopedagogo é um especialista em Psicopedagogia. Sua formação ocorre, geralmente, através de cursos de Especialização, possibilitando o aprofundamento dos conhecimentos obtidos nos cursos de graduação e a ampliação da discussão sobre os aspectos da aprendizagem, de sua autoria e da superação do não aprender. Assim, se uma pessoa tem a graduação em Licenciatura em Matemática e a especialização em Psicopedagogia, ela será Licenciada em Matemática e Especialista em Psicopedagogia. Se a pessoa tem graduação em Pedagogia e Especialização em Psicopedagogia, ela será uma Pedagoga e Especialista em Psicopedagogia. Se ela tiver a graduação em Psicologia e Especialização em Psicopedagogia, ela será uma Psicóloga e Especialista em Psicopedagogia. O especialista em Psicopedagogia é um profissional habilitado a lidar com os processos de aprendizagem e suas dificuldades junto às crianças, aos adolescentes, aos adultos ou às instituições, instigando aprendizagens significativas, de acordo com suas possibilidades e interesses. Em sua prática, o especialista em Psicopedagogia pode auxiliar na busca do prazer de aprender, na construção de um novo significado para as formas de aprender, da compreensão, por parte dos sujeitos, da maneira como aprendem e de como utilizar suas estratégias em relação a novos conhecimentos. Entre os diferentes aspectos que precisam ser considerados ao longo de um atendimento psicopedagógico, seja institucional ou clínico, destacam-se alguns que necessitam de atenção, tais como o momento do diagnóstico, a anamnese, a elaboração de hipóteses e a análise do processo de construção da lecto-escrita. O processo diagnóstico caracteriza-se como os primeiros encontros nos quais se interage de forma mais direta com o sujeito encaminhado e com sua família, procurando conhecer mais detalhes de sua história. Porém, não é um momento fechado, que tenha como objetivo atribuir um rótulo ao sujeito. Há diagnósticos como transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, autismo, entre outros, que não podem ser dados por um especialista em Psicopedagogia, que pode sugerir para a família procurar um profissional como um psiquiatra ou um neurologista para avaliar e realizar tal diagnóstico.
  • 17. 18 O especialista em Psicopedagogia deve sempre realizar os encaminhamentos que julgar necessários, mencionando que há outras questões que também atrapalham a aprendizagem do sujeito e que só podem ser avaliadas por outro profissional habilitado. Por isso, fala-se tanto das parcerias nos atendimentos psicopedagógicos e de um trabalho interdisciplinar. Na medida em que o trabalho interdisciplinar é fundamental na ação psicopedagógica, é importante conhecer as ferramentas que existem e são usadas pelos outros profissionais envolvidos, para saber entendê-las adequadamente, quando se recebe um diagnóstico. Porém, isso não significa que se possa utilizá-las, já que algumas ferramentas são de uso exclusivo do psicólogo, do fonoaudiólogo ou do médico. O diagnóstico psicopedagógico necessita concentrar-se nos processos de aprendizagem. Esse momento não pode estar focado apenas no sujeito, mas em todas as relações que ele mantém seja na família, na escola ou no grupo de amigos, dentre outros. O diagnóstico é um momento no qual se pode iniciar o levantamento de hipóteses sobre como e o que o sujeito aprende, bem como o que o impede de aprender. Nessa ocasião, já se inicia também o tratamento. Quando se analisa a situação do sujeito, precisa-se propor desafios de superação, para que novas hipóteses possam ser levantadas e questões já possam ser superadas. Logo, não há uma separação rígida entre o período do diagnóstico e o do tratamento. Ao iniciar o diagnóstico, já se está começando o tratamento.
  • 18. 19 7. CONCLUSÕES Neste trabalho abordamos a importância do Psicopedagogo Educacional, pois essa profissão atualiza e amplia a apresentação completa e sucinta dos procedimentos básicos da ação psicopedagógica. Acredita-se que as intervenções relatadas no âmbito da formação de profissionais da Educação podem servir de referencial para a ação de psicopedagogo e formadores dos futuros profissionais da Psicopedagogia, favorecendo uma aprendizagem. E também as funções multidisciplinares que esse profissional exerce, sendo que nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas que favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento crítico. Sobre o docente esse trabalho deixou claro que o mesmo deve está preparado e ciente de sua principal função e responsabilidade, que é a de auxiliar na construção do aluno e não apenas um transmissor de conteúdo do currículo escolar. Consequentemente os alunos não ficarão retidos somente em conteúdo, mas se preocuparão com a postura que devem ter para se relacionar com o conhecimento. Assim sendo, considera-se que os educadores são responsáveis pelo saber fazer em seu contexto educacional, construirão alunos e se construirão numa relação permanente e diária fundamentada na consciência crítica, reflexiva e política, em que, cidadãos se transformarão e transformarão a sociedade, com novos olhares, novos pensamentos pautados num progresso pátrio. A Psicopedagogia, na instituição escolar, tem uma função complexa e por isso provoca algumas distorções conceituais quanto às atividades desenvolvidas pelo psicopedagogo. Numa ação interdisciplinar ela dedica-se a áreas relacionadas ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, colabora com planos educacionais e lúdicos no âmbito das organizações, atuando numa modalidade cujo caráter é clínico institucional, ou seja, realizado diagnóstico institucional e propostas operacionais pertinentes. O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender
  • 19. 20 às necessidades de aprendizagem. Para isso, devem analisar o Projeto Político Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Vale ressaltar, que na pesquisa e interação a investigação buscou-se uma análise de forma profunda do conteúdo que foi utilizado para interpretação dos dados abstraídos em: livros, teses, dissertações jornais e artigos. Tendo como objetivo compreender de forma crítica o significado do conteúdo exposto, que aborda a temática. Este trabalho possibilitou uma reflexão sobre a importância da família e escola na educação infantil, evidenciando-se a necessidade de ambas atuarem de forma alinhada para o atingimento dos objetivos de aprendizagem da criança. Neste sentido considera-se que a escola é a instituição responsável pelo processo de formação da criança, contudo a família deve assumir um papel ativo neste processo, firmando uma parceria com a instituição, que na prática manifestasse de forma recíproca. Por um lado, a família deve acompanhar e participar das atividades escolares e, por outro, a escola deve atentar às características de origem da criança e os valores, expectativas e percepções oriundos do contexto doméstico. Assim no que se refere a hipótese de que a aprendizagem da criança possui relação com a maneira como a família se relaciona com a temática e com a instituição escolar, constata-se que, na literatura há amparo para ela. Mostram-se relevantes as expectativas e valores familiares para a consolidação do processo de aprendizagem da criança. Quanto à hipótese de que algumas famílias entendem que a responsabilidade pela educação de seus filhos é exclusiva da escola, deixando de participar ativamente na vida escolar e social das crianças, não houve, na literatura pesquisada a evidenciação de que ela se confirme. Todavia há evidências de que crianças não assistidas pela família apresentam maiores dificuldades no contexto escolar. A importância dos aspectos afetivos na relação família/escola podendo favorecer a fase inicial de aclimatação da criança como hipótese também parece se confirmar na literatura. Aponta-se a importância da família na modelagem de valores e expectativas e na promoção da autonomia, baseando-se nos valores, expectativas e fornecimento de suporte à criança. Entende-se necessário que a família conheça os objetivos da proposta escolar para acompanhar o desenvolvimento das práticas educativas das
  • 20. 21 crianças, e se comprometa em alcançar o sucesso na aprendizagem e na formação do indivíduo. Por outro lado, compreende-se que a família também precisa ser conhecida e valorizada no contexto escolar, buscando-se sua integração e envolvimento.
  • 21. 22 8. REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - www.abnt.org.br/ PIMENTA, S. G. O Estágio na formação de professores: Unidade, teoria e prática. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 1995 MODELOS DE RELATÓRIOS DE ESTÁGIO www.uesb.br/mat/download/Relatório/EstagioI/Rosangela.pdf www.modelosfaceis.com.br/modelo-de-relatorio-de-estagio-supervisionado/