Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
apresentação TCC slides.ppt
1. ANÁLISE GENEALÓGICA DOS DISCURSOS
SOBRE DIREITOS HUMANOS NO JORNAL
DIÁRIO DO PARÁ
Gleyce Kelly Batista da Silva
Orientadora Profª. Dra. Flávia Cristina Silveira Lemos
Belém /Pará
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE PSICOLOGIA
2. Iniciando...
Trajetória;
Reconhecimento Universal e Indivisível de
direitos com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos;
Políticas Governamentais e não governamentais
aos Direitos Humanos e o trabalho dos Defensores
destes Direitos;
O papel da Mídia que constitui e vincula
discursos (notícias e opiniões) carregadas de
elementos que contribuem para a disseminação de
racionalidades racistas;
3. Ferramentas de análise genealógica estabelecidas pelas considerações
metodológicas de Michel Foucault.
Documento-monumento:
O documento é monumento porque resulta de um esforço
das sociedades que o guardaram e manipularam para “impor
ao futuro determinada imagem de si próprio” (LINS, REZENDE
e FRANÇA, 2011, apud LE GOFF, 1990, p. 538).
Genealogia Histórica:
Queria ver como estes problemas de constituição
podiam ser resolvidos no interior de uma trama
histórica, em vez de remetê−los a um sujeito
constituinte.[...[E isto que eu chamaria de
genealogia, isto é, uma forma de história que dê
conta da constituição dos saberes, dos discursos,
dos domínios de objeto (FOUCAULT, 1985, p. 07).
4. Relações de poder:
Se o poder fosse somente repressivo, se não
fizesse outra coisa a não ser dizer não você
acredita que seria obedecido? O que faz com que
o poder se mantenha e que seja aceito é
simplesmente que ele não pesa só como uma
força que diz não, mas que de fato ele permeia,
produz coisas, induz ao prazer, forma saber,
produz discurso (FOUCAULT, 1985, p. 08).
5. Os Defensores de Direitos Humanos:
Indivíduos, grupos e órgãos da
sociedade que promovem e
protegem os direitos humanos e as
liberdades fundamentais
universalmente reconhecidas
(RESOLUÇÃO 55/144).
A Atuação no estado do Pará (LEÃO, 2008).
Processos de violações: difamação, criminalização e
vitimização( LEÃO, 2008).
6. A mídia no Pará:
As emergências e o atual panorama:
[...] os dois jornais políticos, de campanha,
lançados no intervalo de quase quatro décadas,
mesmo tendo origens semelhantes, com patronos
que integravam a mesma genealogia política,
acabaram se transformando no maior caso de
rivalidade jornalística na história do Pará. Travam
atualmente não só uma renhida disputa comercial
e editorial: por divergência política, um procura
destruir o outro. Apesar de se terem
transformado realmente em empresas, [...] , não
se profissionalizaram (Pinto, 2007, p?).
7. A construção da notícia e os Direitos Humanos:
Índices alarmantes de violência e a estratégia
conservadora-repressiva (ROSATO, 2011).
Noticiamento de praticas sobre Direitos Humanos de
forma incipiente, ou até mesmo carregados de expressões
pejorativas:
Daí a palavra fácil, em oposição
aos direitos, de que somente há direitos
em conseqüência de deveres, sendo os
deveres identificados à sujeição, ao
tributo, à submissão; e os direitos às
concessões, benesses, dádivas. É deste
tipo de consciência que nascem
expressões como: direitos humanos sim,
somente para os humanos direitos
CARBONARI, 2007, p. 95).
8. A naturalização da criminalização de defensores;
Algumas aproximações entre o fazer do Historiador e do
Jornalista (FRANCO, 2013).
Agenciamento do discurso jornalístico
O crivo do jornalista
9. Objetivo geral:
Analisar como as práticas ligadas aos Direitos Humanos, em
especial aos Defensores de Direitos Humanos,
foram produzidas pelo jornal Diário do Pará, com o auxílio do
aporte teórico de Michel Foucault.
Objetivos específicos:
(1) Mapear as notícias sobre Direitos Humanos e Defensores
de Direitos Humanos;
(2) Analisar a produção discursiva e de poder sobre os
Defensores de Direitos Humanos, focalizando matérias
opinativas sobre o assunto.
10. Mapeamento de notícias que continham as
expressões: Direitos Humanos e Defensores de
Direitos Humanos.
Período: 03 meses (janeiro, fevereiro e
março/2014)
A coleta dos dados foi realizada no acervo de
periódicos da Biblioteca Pública Arthur Viana
Exclusão de matérias descritivas.
11. As matérias:
A barbárie de sempre (Extraído de Caderno Brasil, Ed. 10.803).
Especulação Precoce (Extraído de Caderno Brasil, Ed.10.801).
O centro invisível (Extraído de Caderno Brasil, Ed.10.804).
Maranhão é Brasil (Extraído de Caderno Brasil,10.776).
Bandido boom é bandido morto? (Extraído de Caderno Cidade, Coluna Carta
do Leitor, Ed. 10.800).
Pedrinhas pode estar aqui (Extraído de Caderno Cidade, Edição 10.791).
12. (Re) Produção de um discurso exógeno
sobre DH :
Todos devem conhecer também o teor dos comentários de certos
apresentadores do noticiário televisivo que resolveram surfar na onda da
mais nova modalidade de “indignação popular contra a insegurança e a
ausência de mão forte do poder público” (...). (A barbárie de sempre,
Caderno Brasil, 2014).
Ontem a Folha promoveu um debate (...) sobre violência e direitos humanos.
O pano de fundo: um adolescente negro acusado de praticar furtos em serie
no Rio acabou agredido e preso nu, pelo pescoço, a um poste. A
apresentadora de TV Raquel Sheherezade escreveu a favor do direito dos
cidadãos se defenderem e de prenderem quem os ameaça (...) (o centro
invisível, Caderno Brasil, 2014).
O problema surge quando se considera que muitas questões relativas a
criminalidade tem respostas empíricas estabelecidas, mas nossas convicções
políticas fazem com que não as enxerguemos. Para desgosto da esquerda, é
fraco o elo entre economia e violência (...) (especulação precoce, Caderno
Brasil, 2014).
13. Discurso pautado na díade direita/esquerda:
Para a esquerda condições socioeconômicas como pobreza, desemprego,
desigualdade e educação são os principais fatores para explicar a
criminalidade. Já para a direita, delinquência se resolve é com policia.
Desemprego e os crimes contra o patrimônio (Especulação Precoce, Caderno
Brasil, 2014).
O uso verbos destacando um posicionamento
coletivo com o leitor:
Precisamos nos conformar que o cérebro abusa mesmo dos automatismos
heurísticos. O problema surge quando se considera que muitas questões
relativas à criminalidade têm respostas empíricas estabelecidas, mas nossas
convicções políticas com que não as enxerguemos (Especulação Precoce,
Caderno Brasil, 2014).
14. Associação recorrente da atuação dos Direitos
Humanos junto à segurança pública, violência e
criminalidade.
Os DDHs são objetivados de forma acessória:
O resultado, como sabemos, é a superlotação nas cadeias
transformadas em “escolas do crime”, numa classificação mais
benevolente, ou em “sucursais do inferno” para repetir as palavras
de advertência comumente utilizadas pelos defensores dos direitos
humanos (Pedrinhas pode estar aqui, 2014).
15. Produção de categorias: cidadão de bem versus
criminoso:
É injusto e cruel, para com a população, um modelo que a obriga a
gastar mais com um criminoso na cadeia do que com um estudante
que busca construir seu futuro (Pedrinhas pode estar aqui, 2014).
A estratégia da hierarquização e nivelamento;
16. Produção/Vinculação de discursos ligados à
criminalidade legitimando uma parcela classificada
como cidadã de bem e, portanto, sujeita a possuir
ter direitos.
Produção de relativização de Direitos;
Ausências e Silenciamento;
17. Interrogar as práticas discursivas e de poder de uma
mídia impressa sobre os Direitos Humanos;
Expor algumas minúcias dessas práticas;
18. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS. Ranking dos jornais brasileiros com a maior circulação paga.Disponível em:
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