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Inovação 
Recursos para o desenvolvimento da economia por meio da 
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INOVAÇÃO em pauta – Número 11 
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A criação 
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Serviço 
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Tecnológicos 
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  • 2. Inovação é algo novo? © SENAI-XX Página ‹nº›
  • 3. INOVAÇÃO em pauta – Número 11 22 A criação da FINEP Mar Federal, zero: ia A Sylvia Derenusson* motivação 44 para anos este da criação artigo é a da FINEP, comemoração em 24 dos de julho do corrente ano, mas o seu tema central é a Ata da reunião de 12 de dezembro de 1967, que formalizou a posse do primeiro presidente, do secretário geral e do conselho diretor da nova empresa. Poucos meses depois da sua criação, a empresa pública FINEP seria considerada agente financeiro reconhecido pelo Conselho Monetário Nacional e registrado no Banco Central, num sinal claro da função que se esperava da nova instituição. Tratar hoje do tema da criação da FINEP suscita a per-gunta sobre os motivos que levam o Estado a criar ent idades públicas. Nossa argumentação é de que a ação do Estado, quando orientada, define ou cria os agentes públicos para lidar com a questão que motivou a ação. No caso da política de desenvolvimento, estes agentes e definições fazem sen-tido se há um quad ro político maior norteado pela ideia de crescimento. No caso brasileiro, a intenção desenvolvimentista ou modernizante veio se manifestando de diversas formas ao longo do século XX, e passou a se cristalizar na criação de entidades públicas nos anos 50 (CNPq, CAPES, BNDE, PE-TROBR AS), mas não se deteve aí. Mais tarde, porém, perdeu parte de sua força mobilizadora e até hoje sentimos o pêndulo das correntes políticas que tem diferentes visões sobre o futuro brasileiro e de nossa inserção no mundo. Queremos mostrar que a criação da empresa pública FINEP (e dois anos antes, do Fundo FINEP), endereçou inicialmente a carência de elaboração de projetos de modernização industrial e de i nfraestrutura; e depois se ampliou para capacitação tec-nológica, porque esses elementos foram entendidos como indispensáveis ao projeto nor teador de desenvolvimento que vigorou no Brasil com mais ou menos força até os anos 90. Aqui devemos mencionar dois marcos valiosos que balizam nossa compreensão da atuação governamenta l na institucionalização do segmento de ciência, tecnologia, desenvolvimento econômico e social. Sem prejuízo de outras obras, Simon Schwartzman, com a “Formação da Comunidade Científica no Brasil” e Ricardo Bielschowsk y, com o “Pensa mento Econômico Brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimento” inspiraram desde sempre nossos estudos e pesquisas sobre a história da FINEP e do Desenvolv imento no Brasil. O Ministério do Planejamento foi criado em 1962, tendo sido Celso Furtado o primeiro minist ro. A ruptura política de 1964 certamente afetou o curso das ações nesta área, mas também reforçou a necessidade desenvolvimentista e mo-dernizante. Em 1964, Roberto Campos, o novo Ministro do Planejamento, aciona um dos seus assessores para estudar e identificar as necessidades de investimento na indústria brasileira. Esta tarefa caberá a João Paulo dos Reis Velloso, então retornando de seus estudos no exterior. Nasce o EPEA, Escritório de Planejamento Econômico Aplicado, vinculado ao ministro. Tendo Reis Velloso como titular, no EPEA se iniciam estudos e diagnósticos sobre amplos setores da eco-nomia brasileira. O EPEA será sucedido pelo IPEA. Em paralelo às ações no núcleo de Governo 12 de dezembro de 1967 que formalizou a posse do primeiro presidente …até hoje sentimos o pêndulo das correntes políticas que tem diferentes visões sobre o futuro brasileiro…
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