1. 1
TEORIA LINGUÍSTICA:
NGB
AGUINALDO MACHADO WYX
Gramática
Nomenclatura Gramatical Brasileira
PORTARIA Nº 36, DE 28 DE JANEIRO DE 1959
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E
CULTURA, tendo em vista as razões que
determinaram a expedição da Portaria nº 52, de 24 de
abril de 1957, e considerando que o trabalho proposto
pela Comissão resultou de minucioso exame das
contribuições apresentadas por filólogos e lingüistas de
todo o País, ao Anteprojeto de Simplificação e
Unificação da Nomenclatura Gramatical Brasileira,
RESOLVE
Art. 1º - Recomendar a adoção da Nomenclatura
Gramatical Brasileira, que segue anexa à presente
Portaria, no ensino programático da Língua
Portuguesa e nas atividades que visem à verificação do
aprendizado, nos estabelecimentos de ensino;
Art. 2º Aconselhar que entre em vigor: a) para o
ensino programático e atividades dele decorrentes, a
partir do início do primeiro período do ano letivo de
1959;
b) para os exames de admissão, adaptação,
habilitação, seleção e do art. 91, a partir dos que se
realizarem em primeira época para o período letivo de
1960.
Clóvis Salgado
2. 2
Os classificatórios do português e a Nomenclatura Gramatical Brasileira
Na nossa cultura brasileira herdamos, via Portugal, o velho modelo tradicional da gramática
greco-latina. Aqui como em Portugal se vem discutindo também, há um certo tempo, o modelo
classificatório por nós herdado.
Neste século alguns gramáticos brasileiros tentaram inovar, aqui e ali, aspectos mais
aberrantes da classificação tradicional. José Oiticica criticava a gramática normativa do seu
tempo, por preocupar-se apenas com a face intelectiva da linguagem, esquecendo a sua parte
afetiva e expressiva. Daí a sua proposta de distinguirmos três classes de palavras: 1) ideativas,
2) emotivas, 3) denotativas.
Said Ali e Antenor Nascentes também fizeram restrições ao modelo tradicional.
Entre os lingüistas brasileiros contemporâneos, convém nomear o quadro classificatório de J.
Mattoso Câmara Jr. Resumindo-o: do ponto de vista semântico, as palavras se distribuem em:
1) nomes, 2) verbos, 3) pronomes. De um ponto de vista funcional: 1) substantivos, 2) adjetivos,
3) advérbios. Trata-se aqui da tríplice oposição funcional de Jespersen em termos primários,
secundários e terciários na estrutura da oração. Por outro lado, do ponto de vista gramatical,
algumas línguas admitem instrumentos gramaticais ou vocábulos-morfema. Entretanto, tais
palavras de valor instrumental só existem nas línguas de estrutura morfossintática muito
elaborada.
O filólogo brasileiro Gladstone Chaves de Melo propunha, na sua Iniciação à filologia
portuguesa, o seguinte esquema:
substantivo
nome qualificativo
numeral
adverbial
palavras pessoal
lexicográficas demonstrativo
pronome possessivo
indefinido
relativo
verbo
artigo
demonstrativo
possessivo
determinantes indefinido
instrumentos numeral
gramaticais adverbial
pronome (morfema de pessoa)
conectivo (preposição, conjunção, correlativos)
Tal esquema é eclético, considerando ora o valor semântico, ora o valor gramatical. Contudo,
também o é o modelo de Mattoso Câmara e, a rigor, como já dissemos, os dados são
excessivamente heterogêneos para que qualquer classificação possa ter unidade de critério.
Imperando a confusão e a polêmica, desde sempre nesses territórios gramaticais, resolveu-se,
no Brasil, apelar para um legislador para dirimir a questão. Foi posposta a elaboração de uma
Nomenclatura gramatical brasileira, e, em 13/8/1957, Antenor Nascentes, Clóvis Monteiro,
Cândido Jucá Filho, Celso Ferreira da Cunha, Carlos Henrique Rocha Lima apresentaram o
seu anteprojeto. Quanto às classes de palavras, o anteprojeto propunha dez (substantivo,
adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição) e mais
uma classe de partículas e locuções, por não se enquadrarem essas dentro daquelas dez classes.
Tais partículas e locuções subdividiam-se em dez subclasses: 1) de negação; 2) de afirmação; 3)
de exclusão; 4) de inclusão; 5) de duvida; 6) de designação; 7) de retificação: 8) de intensidade;
9) de realce; 10) de afetividade. Argumentava-se que tais palavras não se integram dentro do
sistema gramatical da língua, mas dentro do seu sistema afetivo, deslizando dos domínios da
gramática para os da estilística.
As comissões de especialistas consultadas sobre esse anteprojeto não o pouparam. Cada um
fez suas ressalvas conforme a sua maneira de ver a questão. Cândido Jucá Filho, apesar de ter
participado da elaboração do projeto, também deu o seu parecer crítico sobre o mesmo.
Salientou que uma classificação de palavras só é possível dentro do contexto da oração, onde se
consideram as associações entre os vocábulos. Assim o papel da função é fundamental, o da
significação, secundário. Portanto, nas línguas modernas não tem sentido dizer que uma palavra
é substantivo, adjetivo ou pronome, fora de sua atuação na oração. Por outro lado, Cândido
3. 3
Jucá Filho não aceita uma classe de partículas e locuções, por considerar a gramática e a
estilística como modos opostos de encarar a linguagem. Analisa algumas dessas partículas no
seu contexto com o objetivo de assinalar a impropriedade da sua classificação no anteprojeto.
A Academia Brasileira de Filologia também investiu contra as partículas e locuções, julgando
que muitas das palavras aí arroladas derivam do domínio da estilística. Por outro lado,
ponderou que foi a restrição demasiada da classe do advérbio que determinou o surgimento
dessa nova classe. Esquecendo que o anteprojeto falava em “partículas e locuções”, os
acadêmicos censuraram a expressão “partícula” por serem incluídas nessa classe palavras
como: certamente, sobretudo, infelizmente.
Os gramáticos da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro estranharam a indeterminação
quanto ao número de classes e discordaram também das “partículas e locuções”. Os da
Faculdade de Filosofia do Rio Grande do Sul pediam que se excluísse a interjeição das classes de
palavras de valor morfológico, por ser uma aberração incluí-la aí.
Para concluir: gramáticos e lingüistas brasileiros que opinaram a respeito deste anteprojeto,
sempre lhe opuseram umas tantas restrições. Conseqüentemente, adotou-se uma atitude política
e não-científica, tirando-se a média entre os pareceres de gregos e troianos. Desse acordo entre
os detentores da verdade gramatical resultou a portaria ministerial de 28/1/1959 que institui a
Nomenclatura gramatical brasileira. As classes de palavras continuaram sendo dez. A classe
adverbial, abandonando os seus arrojos inovadores, voltava às suas fronteiras antigas com
algumas novas faixas agregadas. Assim se estabelecia como tipos de advérbios os seguintes: de
lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida, intensidade, além de uma classe de advérbios
interrogativos (de lugar, tempo, modo e causa) e locuções adverbiais. Finalmente vinha a
“Nota”: “a) Podem alguns advérbios estar modificando toda a oração; b)certas palavras, por não
se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam
exclusão, inclusão, situação, designação, retificação, realce, afetividade, etc.”
Do livro Teoria Lingüística de Maria Tereza C. Biderman. Ed. Martins Fonte, São Paulo, 2001.
Págs. 240 a 246
Observações: Incoerências da sintaxe tradicional: 1)O adjunto adverbial de negação, nem
sempre nega o verbo. Pode aparecer na frase negando outro termo, até mesmo o tempo verbal:
A Rússia não ganhou o Brasil. 2) A gramática tradicional não respeita a indivisibilidade do
todo: Fazer os pés. Fazer as mãos. Meter o pé na estrada. 3)A gramática normativa costuma dar
“status” iguais à coisas diferentes: Ele falou de cinema. Ele falou de tarde. 4) A gramática se
contradiz ao classificar orações coordenadas que não apresentam valores idênticos: Eu sei que a
dor não mata, mas machuca. Não sabia como estudar, logo fiquei preocupado. 5) Não aceita voz
passiva com verbo transitivo indireto: O jogo foi assistido por todos. 6) Classifica como verbos
intransitivos, determinados verbos que deveriam ser classificados como transitivos: Eu vou à
feira. Eu fui ao teatro. Eu estou no banho. 7) Falsa coordenação. Classifica determinadas
orações como coordenadas, quando na realidade são subordinadas: Chovia muito, portanto
fiquei em casa (logo fiquei preocupado). 8) Complemento nominal – Adjunto Adnominal: O
descobrimento do Brasil foi importante. O descobrimento de Cabral nos trouxe... 9) Nem
sempre o objeto direto é o ser para o qual se dirige a ação: O menino recebeu um tapa. 10)
Nomenclaturas inadequadas: a) verbo de ligação: todos os verbos ligam e não só este; b)
adjetivo: expressa qualidade, no entanto, gentileza, beleza são substantivos que também indicam
qualidade; c) verbo: termo que exprime ação, no entanto notação, corrida, transporte são
substantivos e também exprimem ação. 11) Algumas vezes, a gramática classifica um termo
como predicado, e, no entanto, ele pode ser adjunto adnominal: O juiz julgou o réu inocente. 12)
No caso das partículas de realce ou expletivas, faz uma análise do discurso, deixando a frase
inalisável: Comer muito (é que) eu não gosto).
Gramática: regras normatizadas do uso da linguagem,
em consonância com o idioma e suas tradições.
PRIMEIRA PARTE
FONÉTICA
I – A fonética pode ser:
Descritiva
Histórica
Sintática
4. 4
A fonética é o estudo do meio fônico da linguagem
articulada humana e a Fonologia estuda os sistemas de
sons e suas funções. Na Fonética, o estudo não se leva em
conta a pertinência dos sons, a uma língua.
A fonética descritiva estuda a formação e a combinação
dos fonemas.
A fonética histórica: estuda a evolução fonética dos
vocábulos, de sua forma originária à forma atual.
A fonética combinatória ou sintática: estudo de palavras
com palavras em suas relações fonéticas.
II – Fonemas:
vogais
consoantes
semivogais
Fonemas: elementos que são sons da fala, estudados na
sua articulação.
Vogais: sons que em sua formação, a emissão sonora não
encontra obstáculos na cavidade bucal: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.
Consoantes: ruídos que para sua formação, a emissão
encontra obstáculos na cavidade bucal: /b/, /c/, /d/, /f/, /g/,
/j/, /l/, /m/, /n/, /o/, /p/, /q/, /r/, /t/, /v/, /x/ /z/
Semivogais: são os sons /y/ = i, e /w/= u, com valor de
consoante, que se juntam às vogais para formar ditongos.
1. Classificação das vogais
Classificam-se as vogais:
a) quanto à zona de articulação, em:
anteriores, médias e posteriores
Vogais anteriores: /é/: café; /ê/: dê; /i/: pirulito.
Vogais médias: /a/: casa
Vogais posteriores: /ó/: avó; /ô/: avô; /u/: chuva.
b) quanto ao timbre, em:
abertas, fechadas e reduzidas
Vogais abertas: /a/: mata; /é/: picolé; /ó/: pólo.
Vogais fechadas: /ê/: letra; /ô/: povo; /u/: tudo; /i/: litro.
Vogais reduzidas: /a/: chuva; /i/: padre; /u/: todo.
c) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, em:
orais e nasais
5. 5
Vogais orais: /a/, /é/, /ê. /i/. /ó/, /ô/, /u/: abra, legado, leda,
livro, loto, luto.
Vogais nasais: /ã/, /~e/, /~i/, /õ/, /~u/: também, timbre,
tombo, tunda.
d) quanto à intensidade, em:
átonas e tônicas
Vogais átonas: taba, morde, sinistro, moro, tupi.
Vogais tônicas: morada, pele, milho, topa, tudo.
2. Classificação das consoantes
Classificam-se as consoantes:
a) quanto ao modo de articulação, em:
oclusivas
fricativas
constritivas laterais
vibrantes
Consoantes oclusivas: /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/: pampa, bota,
tico, dele, casa, guerra.
Consoantes constritivas fricativas: /f/, /v/, /s/, /z/, /x/, /j/:
figo, volta, sua, vozes, jeito.
Consoantes constritivas laterais: /l/, /lh/: lado, alho.
Consoantes constritivas vibrantes: /r/, /rr/: arara, carro.
b) quanto ao ponto de articulação, em;
bilabiais alveolares
labiodentais palatais
linguodentais velares
Consoantes bilabiais: /p/, /b/, /m/: pato, bala, mato.
Consoantes labiodentais: /f/, /v/: fala, vale.
Consoantes linguodentais: /t/, /d/, /n/: toda, nada.
Consoantes alveolares: /s/, /z/, /l/, /r/: som, zinco, lado,
para.
Consoantes palatais: /x/, /j/, /lh/, /nh/: xenofobia, jeito,
lhama, minha.
Consoantes velares: /k/, /g/, /rr/: cara, gato, torrado.
c) quanto ao papel das cordas vocais, em:
surdas e sonoras
Consoantes surdas: /p/, /t/, /k/, /f/, /s/, /x/.
Consoantes sonoras: /b/, /d/, /g/, /v/, /z/, /j/, /l/, /lh/, /r/,
/rr/, /m/, /n/, /nh/.
d) quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, em:
orais e nasais
Consoantes nasais: /m/, /n/, /nh/.
6. 6
Consoantes orais: as outras, com exceção das nasais.
III – 1. Ditongos
Classificam-se os ditongos em:
crescentes e decrescentes
orais e nasais
Ditongo: encontro de vogais com semivogais ou
semivogais com vogais: pai, sinfonia
Ditongo crescente: a semivogal se posiciona antes da
vogal: sinfonia
Ditongo decrescente: a vogal se posiciona antes da
semivogal: pai
2. Tritongos
Classificam-se os tritongos em:
orais e nasais
Tritongo: é o encontro de semivogal com a vogal e com
outra semivogal: Paraguai
3. Hiatos
É o encontro de duas vogais em sílabas separadas: ru-a;
sa-í-da
Nota – Os encontros –ia, -ie, -io, -ua, -eu, -uo, finais,
átonos, seguidos, ou não, de s, classificam-se quer
como ditongos, quer como hiatos, uma vez que ambas
as emissões existem no domínio da Língua Portuguesa:
histó-ri-a e histó-ria; sé-ri-e e sé-rie; pá-ti-o e pá-tio; ár-
du-a e –ar-dua; te-nu-e e te-nue; vá-cu-o e vá-cuo.
4. Encontros consonantais
Duas ou mais consoantes se encontram em uma seqüência
em uma mesma palavra:
São imperfeitos quando separáveis, as consoantes se
encontram em sílabas diferentes: bs: ob – ses – são; ft: naf
– ta – li – na; cç: fric – ção; ct: pac – to; dm: ad – mis –
são; pç: op – ção; tn: et – ni – a
Estes imperfeitos, quando iniciais, não se separam,
conforme observação abaixo:
gn: in – cóg – ni – ta: mn: am – né – sia; pt: op – tar; tm:
rit – mo; pn: disp – néia; ps: rap – só – dia
Obs: gn: gno – mo; mn: mne – mô – ni – co; pt: pte – ro –
dác – ti – lo; tm: tme – se; pn: pneu – má – ti – co; ps: psi
– co – lo – gi -a
7. 7
São perfeitos quando estão em uma mesma sílaba e
inseparáveis:
Bl: blu - sa; a- bla – ção; br: bro – to; a – bra – çar; cl: cla
– ra; cla – ve; cr: cri – vo; en- cra – var; dr: dro – ga; pe –
dra; fl: flâ – um – la; in - flar; fr: fri – o;
es – fri – ar; gl: glân – du – la, a – glu – ti – nar; gr: gran –
de; a – gra – dar; pl: pla – no; a – pla – nar; pr: pri – mei –
ro; a – pri – mo – rar; tl: tlin; a – tle – ta; tr: tro – te; tra –
que; vr: li - vre
São mistos quanto os dois modos se misturam:
Ltr: fel –tro; spl: dis – pli – cen - te, str:des – tro.
Dígrafo: encontro de duas letras para representar um
único fonema.
São consonantais, quando representam um fonema
consonantal: ch: chato, chove; sc, sç, xc: crescer, desço,
exceto; lh: filho, falha; gu e qu (seguidos de e ou i):
guerra, aquilo; rr: carro, serra; nh: alinhar, banha; ss:
passo, sossego.
São vocálicos, quando representam fonema vocálico: am,
an: ambos (ãbos), anta; om, on: ombro, monstro: em, en:
tempo, venda; um, un: álbum, mundo; im, in: limpa,
minto.
IV – Sílaba
Sílaba: é um fonema ou grupo de fonemas usados como
ou para a formação de palavras.
Classificam-se os vocábulos, quanto ao número de
sílabas, em: monossílabos (formados por uma sílaba),
dissílabos (por duas sílabas), trissílabos (por três sílabas)
e polissílabos (por quatro ou mais).
V – Tonicidade:
1. Acento
Principal: é aquele representado pela sílaba tônica:
alegremente
Secundário: representado pelas sílabas átonas: a –
le – gre – men - te
2. Sílabas: fonema ou grupo de fonema emitidos num
só ímpeto aéreo.
8. 8
Tônicas: representa o acento tônico da palavra:
mobilização.
Subtônicas: são as átonas, com exceção da tônica:
mo – bi – li – za – ção.
pretônicas: estão antes da tônica: a -
le - gre – men - te
átonas
postônicas: estão após a tônica: a –
le – gre – men - te
3. Quanto ao acento tônico, classificam-se os
vocábulos em:
oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: Abaeté.
paroxítonos: é a penúltima: ampola.
proparoxítonos: é a antepenúltima: ântomo.
Obs: estudávamo-lo (anterior a antepenúltima), temos
uma palavra bisexdrúxula.
4. Classificam-se os monossílabos em:
átonos: pronunciados fracamente e se apóiam nas
palavras que os circundam: O tal da Sé.
tônicos: pronunciados com maior intensidade que os
outros: O tal da Sé.
Distinção entre átonos e tônicos, quanto a classe
gramatical:
Átonos: artigos, alguns pronomes pessoais oblíquos (me,
te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as), o pronome relativo
que, preposições (sob, sem, por, em, de, com, a),
conjunções (que, se, pois, ou, nem, e, mas), combinação
das preposições com artigos ( à. às, num, no, da, etc),
formas de tratamento ( frei, são, dom).
Tônicos: substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes
pessoais retos, alguns pronomes pessoais oblíquos (mim,
ti, si), verbos.
5. Rizotônico: a sílaba tônica está no radical da
palavra: alegre.
Arrizotônico: a sílaba tônica está fora do radical
da palavra: alegremente
9. 9
6. Ortoepia: estuda a adequada pronúncia dos
fonemas. Ex.: fexe:feixe, pexe: peixe; trabalhá,
falá, colhê, folinha, desiguino, róba (rouba).
7. Prosódia: estuda a adequada acentuação tônica
das palavras. Ex:
Nobel, gratuito, rubrica (barbarismos prosódicos ou
silabadas).
Obs: quando o acento é oscilante temos aceitáveis as duas
pronúncias, são as variantes prosódicas: acrobata e
acróbata, homília e homilia, Oceânia e Oceania. Na
Fonologia não estudamos apenas o acento, mas também a
entonação, a pausa, os tons e a duração nas sílabas das
palavras das línguas.
Nota – São átonos os vocábulos sem acentuação
própria, isto é, os que não têm autonomia fonética,
apresentando-se como sílabas átonas do vocábulo
seguinte ou do vocábulo anterior.
São tônicos os vocábulos com acentuação própria,
isto é, os que têm autonomia fonética.
Pode ocorrer que, conforme mantenha, ou não, sua
autonomia fonética, o mesmo vocábulo seja átono
numa frase, porém tônico em outra.
Tal pode acontecer, também, com vocábulos de
mais de uma sílaba serem átonos numa frase, e tônicos
em outra.
SEGUNDA PARTE
MORFOLOGIA
Obs: Como se sabe, a gramática latina fundamentou-se em descrições gramaticais do
grego, língua que tinha muitas afinidades genéticas e tipológicas com o latim, por
remontarem a uma mesma família lingüística: o indo-europeu. A tradição latina mais
antiga distinguia oito partes orationis: nômina (nomes), pronomina (pronomes), verba
(verbos), adverbia (advérbios), participia (particípios), coniunctiones (conjunções),
interiectiones (interjeições), Os gramáticos latinos medievais incluíram nessa lista duas
novas classes ao distinguir os adjetivos dos substantivos na classe nominal e ao
acrescentarem a classe dos numerais, a saber: nômina substantiva, nômina adjectiva e
numeralia. A descrição mais antiga das classes de palavras remonta a Dionísio da Trácia
(séc. I a.C.). A lista que nos fornecem esse e outros gramáticos gregos, é a seguinte:
onoma (nome), antonímia (pronome), roma (verbo), epirrema (advérbio), merokhé
(particípio), rindesmos (conjunção), prótheris (preposição), arthron (artigo). Os gregos
identificaram, na sua língua, uma categoria – o artigo – que o latim não possuía, não
sendo, pois, assinalada na tradição gramatical latina. Por outro lado, os gramáticos latinos
10. 10
acrescentaram a classe das interjeições e, na Idade Média, a classe dos adjetivos e a dos
numerais. In: Biderman, Maria Teresa C. Teorias Lingüísticas. Págs 217, 218 e 219. Ed.
Martins Fontes, São Paulo, 2001.
A Morfologia trata das palavras:
a) quanto a sua estrutura e formação;
b) quanto a suas flexões; e
c) quanto a sua classificação.
A. Estrutura das palavras
1. Raiz
Radical: é a parte significativa do vocábulo e
pertencente a uma família de palavras:
CANT or; CANT oria; CANT ata; CANT
iga; CÂNT igo. PEDR a; PEDR eiro; PEDR
egulho; PEDR aria; em PEDR ar; PEDR
egoso.
Tema: é o radical acrescido de uma das
vogais temáticas (A, E, I (ou O, como em puer >
pôr)), que caracterizam a conjugação verbal:
falAr, fazEr, ferIr): radical = Cant + a: canta =
tema; beb + e: beber; part + i : parti.
prefixo
Afixo
Sufixo
Afixos: são morfemas que se ajuntam ao radical, para
modificar seu significado: en – lua – r – ada.
Prefixo: quando se coloca o afixo antes do radical: re –
fazer e sufixo: depois do radical: goiab – ada.
PREFIXOS DE ORIGEM GREGA
-A-
A-, an privação, negação
ateu, acéfalo
Além aproximação
além-mar, além-túmulo
Ana- movimento de baixo para
anagrama, anatomia
Anfi- duplicidade, de um e outro
anfíbio, anfiteatro
11. 11
Anti- oposição
antídoto, antipatia
Apo- afastamento
apogeu, apóstrofe
Aquém anterioridade
aquém-mar
Arqui-, arque-. arci-, arce- movimento para baixo
arquiduque, arquétipo
Arce a partir de; ordem
arcebispo, arcipreste
-C-
Cata movimento para baixo
catálogo, catástrofe
Co junto com outro ou outros
cooperar
-D-
Di- duas vezes
diedro, dígrafo, diodo
Dia- movimento através de
diâmetro, diálogo
Dis dificuldade
dispnéia, disenteria
-E-
En-, em-, e-, endo- posição interna, direção
encéfalo, emblema
Endo- posição interior
endocárdio, endovenoso
Epi- posição superior
epiderme, epitáfio
Eu-, ev- excelência, perfeição, verdade
eucaristia, evangelho
Ex-, ec-, exo-, ecto movimento para fora
êxodo, eclipse
-H-
Hemi metade
hemicídio, hemisfério
Hiper posição superior, excesso
hipertrofia, hipertônico
Hipo posição inferior
hipodérmico, hipótese
-M-
Meio mediação
meio-dia, meio-tempo
12. 12
Menos privação, negação
menosprezar
Meta- mudança, além, posterior
metamorfose, metafísica
-P-
Para ao lado de
parapsicologia
Peri em torno de
periferia, perímetro
Poli multiplicidade, pluralidade
poligamia, poliglota
Pro posição em frente
prólogo, programa
Pros- adjunção, em adição a
prosélito, prosódia
Proto- início, começo, anterioridade
protótipo, proto-história
-S-
Sem privação
sem-cerimônia
Sin-, sim- simultaneidade, reunião
sintaxe, simpatia
-T-
Tele distância, afastamento, controle
telepatia, telégrafo
Tris (tri) triplicação
trissílabo, tritongo
PREFIXOS DE ORIGEM LATINA
-A-
Ab-, abs, a, afastamento, separação abdicar, abjurar,
abster, abstrair, amovível
Ad-, a-, (ar-,as-) aproximação, direção adjunto, adjacência,
abeirar, arribar
Alterni alternado alternípede
Alttiel alto altiplano
Ambi duplicidade, ao redor ambidestro,
ambiente
Ante- anterioridade antebraço, antepor
anterior emigrar, evadir
-B-
Bem, bene bem, excelência de um fato bendizer,
benfazejo, beneficiente
Bi, bis dois bienal, bisavô
13. 13
-C-
Caper capri (cabra) capricante,
caprípede
Circum movimento circular circunferência,
circuito
Cis anterioridade cisalpino, cisplatino
Contra oposição contradizer,
contrapor
Cum concomitância, reunia cúmplice, cumprir
-D-
De- movimento de cima para baixo decair, decrescer
Dês separação, ação contrária desviar, desfazer
Dis, di, (dir) separação, movimento para dissidente,
distender, dilacerar, dirimir
diversos lados, negação
-E-
-I-
In-(im-) i(ir) em(en) movimento para dentro ingerir, impelir,
imigrar, irromper,
In, (im), i (ir) negação, privação inativo,
impermeável, ilegal, irrestrito
Infra posição inferior, abaixo infra-assinado,
infravermelho
Inter, entre posição intermediária internacional,
interromper, entreabrir,
Intra posição interior intramuscular,
intravenoso
Intro movimento para dentro introduzir,
intrometer
-J-
Justa aproximação justaposição
-M-
Mal, male mal (contrário de bem) malcriado,
maledicente, maldizer
Multi muitos multinacional,
multicolor
-O-
Ob, o posição em frente, oposição objeção, obstáculo,
oponente,opor
-P-
Pene, pen quase penumbra,
península
Per movimento através percorrer, perfurar
Pluri pluralidade pluripartidário,
plurilígue
Pos posterioridade pospor, postônico
Pré anterioridade prefácio, pretônico
14. 14
Preter além de, posteriodade pretérito,
preternatural
Pro movimento para frente progresso,
progredir
Re movimento para trás refluir, refazer
Retro movimento mais para trás retroceder,
retrospectivo
-S-
Se apartamento, separação seduzir (conduzir
fora, extraviar)
Semi mediação semideus
Semi metade, quase semicírculo, seminu
Sesqui um e meio sesquiáltera,
sesquicentenário
Soto-, sota posição inferior soto-mestre, soto-
soberania,
Sub, sus, su, sob, so movimento de baixo para cima subclasse,
subdelegado, suspender
Subter posição inferior subterfúgio
Super, sobre posição em cima, excesso superfície,
superpovoado
Supra posição acima, excesso supracitado, supra-
sumo
Sus movimento para cima suspender, sustentar
-T-
Trans, tras, tra, três movimento para além de transpor,
transalpino
Tri três tricampeão,
triângulo
-U-
Ultra posição além do limite ultrapassar, ultra-
sensível
Uni unidade, união unilateral
-V-
Vice-, vis- (vizo-) substituição, em lugar de vice-reitor, vice-
cônsul
RADICAIS LATINOS
Origem latina (forma) sentido
exemplos
- A -
Ager, agri (agri) campo
agricultura
Ala asa
alinegro, alípede
Ambo (agri) ambos
ambidestro
15. 15
Anguis cobra
angüiforme
Angustus estreito
angustímano
Arbor, -oris (arbori) árvore
arborícola
Avis, -is (avi) ave
avifauna
Aequus, -a, -um (equi) direito, justo
igualdade, equidade
Ago, agis, egi, actum, agere impelir, fazer
ator, agenda, exigir
Alter,-a, -um outro
alternativa, altruísmo
Ango, angis, anxi, -ere apertar
angústia, ansiedade
Aedes, aedis casa
edificar, edifício, edil
-B-
Beli guerra
belicoso, beligerante
Bis, bi (bis) duas vezes
bisneto, bicampeão
-C-
Calor, -oris (calori) calor
calorífero
Crux, -ucis (cruci) cruz
crucifixo
Curvus, -a, -um (curvi) curvo
curvilíneo
Cida, cídio que mata, matar
regicida, suicida
Colo, -is, -ui, -tum, -ere que cultiva ou habita
vitícolo, arborícola (cola)
Cultura ato de cultivar
apicultura, psicultura
Cor, cordis coração
acordo, cordial, discórdia
Cado, cadis, cecidi, casum, cadere cair
acidente, cadente, incidir
Caedo, caedis, cecidi, caesum, caedere cortar
cesariana, cesura, conciso,
Capio, capis, cepi, captum, capere tomar
antecipar, cativo
Caput, capitis cabeça
cabeça, capital, precipício
Caveo, caves, cavi, cautum, cavere ter cuidado
cautela, precaução
-D-
16. 16
Dico, dicis, dixi, dictum, dicere dizer
abdicar, bendito
Do, das dedi, datum, dare dar
data, doação, editar
Doceo, doces, docui, doctum, docere ensinar
docente, documento
Duo, duae, duo dois
dobro, dual, dúvida
Duco, ducis, duxi, ductum, ducere levar, dirigir
produzir, traduzir
-E-
Eo, is, ivi, itum, ire ir
comício, transitivo
Ex, es, e movimento para fora, estado
exportar, extrair, escorrer
-F-
Facio, facis, feci, factum, facere fazer
factível, malefício, fácil
Ferol, fers, tuli, latum ferre (fero) levar, conter que
oferecer, relator, ablativo
contém ou produz
Ferrum, ferri ferro
ferroviário, ferrugem
Frango, frangis, fregi, fractum,
frangere quebrar
fratura, frágil, fração
Fundo, -is, -i, -fusum, -ere derreter
funil, fundir
Forme que tem a forma de
cuneiforme, floriforme
Fugo que foge ou faz fugir
centrífugo, febrífugo
Fide fé
fidedigno,fidelidade Frater
irmão fraterno,
fraternidade
-G-
Gero que contém ou produz
armígero, beligero
-J-
Jacio, jacis, jeci, jactum, jaceere lançar
objecto, jacto, jeito
-I-
17. 17
Ignis, is fogo
ignição, ígneo
-L-
Lac, lactis leite
leiteira, lácteo, laticínio
Lego, legis, legi, lectum, legere ler
florilégio, legível, leitura
Lympha água
endolinfa.
Loquor, loqueris, loctus sum, loqui falar
colóquio, locução
Locus, i (loco) lugar
locomotiva, locomotiva
Ludo jogo
ludoterapia, lúdico
-M-
Mors, mortis (morti) morte
mortífero
Multus, -a, -um (multi) muito
multiforme
Mito, mittis, misi, misum, muttere mover
móvel, remover, motor
Mater mãe
materno, maternidade
-O-
Omnis, e (oni) todo
onipotência, ônibus
Opus, operi obra
obra, cooperar, opúsculo
Oleum, -i (olei, oleo) azeite, óleo
oleígeno, oleoduto
-P-
Pes, pedis (pedi) pé
pedicuro, velocípede
Piscis, -is (pisci) peixe
piscicultor
Paro que produz
multíparo, ovíparo
Pluvi chuva
pluvial, pluviômetro
Puer criança
pueril, puericultura
Plico, plicas, plicavi ou plicui,
plicatum fazer pregas
dobrar, aplicar, cúmplice
Pono, ponis, posui, positum,
43. 43
Sthenos rápido
estenografia
Stico verso dístico,
monóstico
Stigma sinal
estigmônios
Stigme manchar estigma,
estigmônios
Stikhos fileira acróstico
Stikhos, stico fileira acróstico
Stólos ato de enviar apóstolo,
apostolizar
Stoma, stomatos boca
estomatite, crisóstomo
Strábon vesgo
estrábico, estrabismo
Stratós exército
estratégia, estratego
Stréphein voltar
homeótropo
Streptos torto
estreptococo
Strykhnos, stricno planta amarga, venenosa
estricnina
Symbolon sinal
assimbolia
Syn junto
geossinclinal
-T-
Tafos túmulo epitáfio
Tálamos leito nupcial, casamento tálamo,
epitalâmico
Tánatos morte
tanatognose, tanatofobia
Taqui rápido
taquicardia, taquigrafia
Tarsos grade
acrotarso
Tasis dilatação
gastrectasia
Táuma, táumatos milagre
taumaturgo, taumaturgia
Tauro touro taurino,
tauromaquia
Tauto o mesmo
tautologia
Taxis ordem eutaxia
Téa espetáculo teatro,
politeama
Teca lugar onde se guarda
biblioteca, discoteca
Tecno arte, ciência
tecnografia, tecnologia
Tefro cinza
tefromancia
44. 44
Tele longe telefone,
telegrama
Teo deus
teocracia, teólogo
Terapia cura
fisoterapia, hidroterapia
Teras, teratos prodígio, fenômeno,
monstro
teratologia
Termo quente, calor
termômetro, diatermia
Terpô agrado enterpe
Tesis ação de por, ter antítese,
síntese
Tetra quatro tetrarca,
tetraedro
Teukhos, teuco livro
heptateuco
Thanasia morte
eutanasia
Thymos colera
agriotimia
Timós mente
ciclotimia, lipotimia
Tipo figura, marca
tipografia, tipologia
Tocos parto eutocia
Tome cortadura, secção tomo,
átomo, esterotomia
Tome corte
elitrotomia, flebotomia
Tomia corte, divisão
dicotomia, nevrotomia
Tongo som ditongo,
tritongo
Tono tensão, tom barítono,
monótono, átono
Topo lugar
topografia, toponímia
Tórax , -acos tórax torácico,
toracospia
Traquéia garganta
traqueocele, traqueotomia
Trauma, -atos ferimento
traumático, traumatismo
Trepein reviramento, voltar, girar ectrópio,
homótropo
Tresis canal atresia
Tri três tríade,
trissílabo
Trigono triângulo
trigonometria
Trikos cabelo
adenotriquia
Triqué em três
tricotômico
45. 45
Trobo trombo (coágulo)
troboplastina
Trophe alimento, nutrição eutrofia,
alotrofia
Trophe nutrição
cacotrofia
Tropo direção
hemitropia
Tropos mudança, direção isótropo,
troponônimo
Tropos volta
geotropismo
Trypos tipo, molde éctipo
- U -
Urá cauda
melanuro, uromorfo
Úron urina
uricemia, urocrasia
- X -
Xeno estrangeiro
xenofobia, xenomanca
Xero seco xerofilia,
xerófito
Xilo madeira xilógrafo,
xilogravura
- Z -
Zélia imitação cacozélia
Zimé fermento enzima,
zimogenia, galazime
Zoarion animalzinho
espizoário, protozoário
Zoo animal zoógrafo,
zoologia
Continuação:
nominal
Desinência:
Verbal
Desinência: morfema que indica flexão. É nominal,
quando se refere a gênero e número e verbal, quando
indica número, tempo, modo e pessoa dos verbos.
46. 46
Vogal temática: são as vogais a, e, i, que
caracterizam a conjugação verbal: falAr, fazEr, ferIr, o
“o” é considerada 2ª: por (puer).
Vogal e consoante de ligação: são colocadas
entre os elementos mórficos para melhorar a pronúncia:
pau + Ada: pau- l -ada; Auro + verde: aur- i -verde.
2. Cognato: vocábulo que tem raiz comum com
outros: orelha; orelhão; orelhudo.
3.
B. Formação das palavras
1. Derivação: formação de uma palavra
derivada através de uma primitiva, com o acréscimo de
afixos, ou diminuição de elemento no final do vocábulo.
Temos cinco modos para fazê-la: prefixação (desfazer,
super-homem); sufixação (amoroso, beleza); prefixação e
sufixação (inutilmente, infelizmente); parassíntese
(emudecer); regressiva (mudar: muda; pescar: pesca) e
imprópria ( o falar, o sim).
Composição: unimos dois ou mais radicais
ou palavras para aumentar-lhe a significação. Há duas
maneiras: Por justaposição: há a independência e sílaba
tônica do vocábulo (couve-flor) e por aglutinação: há a
queda de uma ou mais letras e mudança da tônica da
sílaba (aguardente, fidalgo).
2. Hibridismo: usamos elementos de línguas
diferentes para esta formação (alcoômetro: álcool: árabe +
metro: grego).
C. Flexão das palavras
Quanto a sua flexão, as palavras podem ser:
variáveis: mudam de forma:
substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral e pronome.
invariáveis: não mudam de forma:
advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
D. Classificação das palavras:
47. 47
Substantivo: nomeia os seres.
Artigo: determina ou indetermina o
substantivo.
Adjetivo: caracteriza os seres.
Numeral: indica quantidade ou ordem
dos seres.
Pronome: representa ou acompanha o
substantivo.
Verbo: indica ação, estado ou
fenômeno.
Advérbio: indica circunstâncias.
Preposição: liga dois termos de uma
oração.
Conjunção: relaciona duas orações
Interjeição: expressa sentimento ou
emoção.
I – Substantivos
Substantivo: é a palavra variável em gênero, número e
grau, que sugere independentemente ou não, um nome
para o ser (coisa: átomo, pessoa: João, ou animal: Petita)
à qualidade (feiúra, bondade), ao sentimento: (tristeza,
alegria), à ação (vingança) e ao estado (vida), reais ou
não.
1. Classificam-se os substantivos em:
comuns e próprios
concretos e abstratos
Concreto: sugere nome ao ser real ou fictício e
independente: esponja, fada, vento.
Abstrato: sugere nome à qualidade, à ação, ao sentido ou
ao estado que existem por dependerem do ser: alegria,
tristeza, contentamento, o verde.
Próprio: sugere nome a um ser da espécie, às pessoas
(antropônimo), aos lugares (topônimos), aos animais e
coisas de determinada espécie: África do Sul, Antônia, El
Salvador, “A Marmota” (jornal).
Comum: sugere nome ao ser que pertence a uma classe,
espécie, com o mesmo conjunto de características: tigre,
vento, pedra, homem.
Coletivo: palavra que nomeia o conjunto de seres da
mesma espécie:
48. 48
Abadágio: rendimentos de uma abadia
Abati: trincheira formada de árvores cortadas
Abesana: junta de bois
Acórdão: de sentenças
Adversária: apontamentos para um livro
Álbum: de lembranças, figurinhas, retratos
Aléia: de árvore
Alfeire: de porcos
Aludel: de vasos
Andaina: de velames da embarcação
Apeiragem: correias
Apevio: de utensílios de lavoura
Arcabuzeiro: batalhão, regimento
Armadura: cavaleiros da Idade Média
Armeu: de lã, linho
Armentilho: de flores
Armentio: de rebanhos de gado grande
Bana: agrupamento de vilas, cidades
Bagulho: de bagos pisados
Banquisa: de gelo nas costas marítimas
Barda: de erros
Bardia: de lenha
Batelada: arroz
Bazulaque: fígados
Boana: de peixes miúdos
Burocracia: de funcionários públicos
Burzigada: de coisas amassadas
Cabidela: miúdos de aves
Cabroada: de bodes
Caceia: de redes de pesca
Capela: de macacos
Carrada: de razões
Carrilhão: de sinos
Carusma: cinzas no ar
Catálogo: de lista
Choldraboldra: de assassinos
Chorrilho: de asneiras, tolices
Cingel: de bois
Claque: aplausos
Clínica: de doentes
Coivara: pilha de ramos mal queimados nos
roçados
Coleção: de moedas, livros, selos, quadros,
medalhas, antiguidades
Colégio: eleitores, alunos
Coletânea: de trechos literários ou científicos
Coligação: de pessoas
Colméia: de abelhas
Colônia: de imigrantes ou migrantes,
bactérias, formigas, cupins
Comboio: de vagões, de caminhões
Comentário: anotações
Comício: de cidadãos, espectadores para
tratar de assuntos políticos
Comissão; grupo particular de pessoas para
tratar de assuntos políticos
Comitê: grupo particular de pessoas para
tratar de assuntos políticos
Companhia: de soldados
Comunidade: de religiosos, de pessoas
Conciliábulo: pessoas reunidas secretamente,
de feiticeiros, conspiradores
Concílio: prelados, deuses, bispos
Conclave: cardeais para elegerem o papa
Concorrência: afluência de pessoas no
mesmo momento para o mesmo lugar.
Confraria: de religiosos, pessoas reunidas
com finalidade religiosa
Congregação: de religiosos, padres,
professores
Congresso: sábios, diplomatas,
representantes de classe
Conselho: de ministros
Consistório: assembléia de cardeais,
presidida pelo papa
Constelação: de estrelas
Convenção: reunião de indivíduos ou
representação de classes, de associações
Conventículo: reunião para maus fins
Cordão: de formigas
Cordame: de cabos de um navio
Cordoalha: de cabos de um navio
Cordilheira: colinas, montanhas, montes
Coro: bando de cantores
Corja: de vadios, tratantes, velhacos, ladrões
Corporação: pessoas sob a mesma regra ou
estatuto
Corpo: jurados, eleitores, alunos, professores
Correame: correias
Correição: de formigas
Corso (õ): de peixes pequenos, piabas,
sardinhas
Corso: sardinhas, camarões
Cortejo: pessoas que acompanham outro por
dever ou cortesia
Cortiço: de abelhas, de casas da habitação de
classes pobres
Crestomatia: de trechos literários ou
científicos escolhidos
Datiloteca: de anéis
Datas: de pancadas
Década: de dez anos
Decálogo: dez leis
Delta: braços do rio ao lançarem-se ao mar
Dígono: dois ângulos
Discoteca: de discos
Doutrina: de dogmas
Dossiê: de documentos para processo
Duma: de parlamentos russos
Duna: areia
Ementa: apontamentos
Encame: de javalis
Enfiada: de asneiras, tolices
Elenco: de atores, artista de uma companhia,
peça ou filmes
Enxame: de abelhas, vespas, marimbondos
Enxaravia: de meretrizes
Enxárcia: cabos que prendem os mastros de
um navio
Enxoval: de roupas
Equipagem: de marinheiros
Espinel: de anzóis
Esquadra: de navios de guerra
Esquadrilha: de aviões
Especilégio: coleção metódica de
documentos
Espicha: camarões
Facção: bando sedicioso (que perturba a
ordem pública)
Falange: de herois, guerreiros, espíritos,
soldados, anjos, bandidos
Farândula: bando de maltrapilhos
Fardel: de matalotagem
Fardo: de papel ou de fazenda
Fáscio: grupo de fascistas
Fato: de cabras
Fauna: conjunto de animais próprios de uma
região
Federação: de estados
Feixe: de lenha, de capim, de raios luminosos
Festão: de flores
Fichário: de fichas
Fila: de cadeiras
49. 49
Fileira: de peças de artilharia, de cadeiras,
coisas em série
Filmoteca: de filmes
Flora: conjunto de plantas de uma
determinada região
Florilégio: de trechos literários ou científicos
Flotilha: de aviões ou torpedos
Folclore: de lendas populares
Fornada: pães, biscoitos feitos de uma só vez
Fossário: de covas ou buracos
Frota: de navios de guerra, mercante, de
ônibus, de aviões, veículos
Gabela: feixe de espigas
Gadario: de gado vacum
Gado: conjunto de animais criados nas
fazendas
Galeria: de quadros, de estátuas
Gavela: feixe de espigas
Girândola: de fogos de artifício
Gliptoteca: de pedras gravadas
Granizo: de pedras, balas, setas
Grei: de bois, ovelhas, carneiros, paroquianos
Grêmio: sociedade de pessoas para fim
comum
Grosa: de doze dúzias
Hemeroteca: de jornais e revistas arquivadas
Herbário: coleção de plantas para exposição
ou estudo
Hinário: de hinos
Horda: bando indisciplinar, nômades,
vândalos, salteadores
Hoste: de soldados, inimigos
Humanidades: de estudos
Iconoteca: coleção de imagens, de retratos
Instrumental: de instrumentos de orquestra,
de cirurgia, mecânicos
Irmandade: de religiosos
Jaribara: galhos de árvores abatidas e
recobertas de trepadeiras
Jugada: de bois
Jugo: de bois
Junta: de credores, médicos, bois,
examinadores
Júri: de jurados
Legião: de soldados, anjos, demônios
Leitegado: de leitões de um parto
Leva: retirantes, recrutas, presos
Linha: de cadeiras
Lio: de lenha, de capim
Lote: de burros, de bestas de carga, coisas,
pessoas
Lustro: de cinco anos
Maço: de cigarros
Magistratura: de juízes
Magote: de pessoas
Malhada: de burros, bestas de carga, ovelhas
Malta: gente de baixa condição, ladrões,
vagabundos
Manada: de éguas, cavalos, porcos, bois,
búfalos, elefantes
Manoca: de tabaco
Manhuço: de grãos
Manípulo ou manojo: feixe de erva ou
qualquer objeto que a mão não abrange
Manolho: de grãos
Manta: de peixes
Manzar: penca de cocos
Mão: de cinco cadernos
Mapoteca: coleção de mapas
Marajatina: de marajás
Marinhagem: de marinheiros
Maromba: de bois, ovelhas
Maruja: de marinheiros
Matalotagem: mantimentos para uma viagem
Matilha: de cães de caça
Matula: de vadios
Meda: montão, de cereal
Mesnada: gente assalariada para a guerra,
tropa militar
Mexoalho: de caranguejos em putrefação
Milênio: de mil anos
Miríade: gafanhotos, marimbondos,
percevejos, dez mil, inúmeras estrelas
Mistifório: confusão
Miuçalha: de crianças
Mixórdia: de artigos
Mó: de gente
Mobília: de móveis
Mobiliário: de móveis
Mocedo ou moçame: de moças
Mole: de gente
Molho (ó): de lenha, de capim, chaves,
aventuras, verduras
Moncalho: de trapos
Montão: de lixo, de palha, de pedras
Monte: de palha, de lixo, de pedras
Monturo: de coisas repugnantes, esterco
Mortualha: de cadáveres
Muladar: de esterco
Muletada: de gado muar
Multidão: pessoas em geral
Ninhada: de pintos, filhotes de ave
Novena: de nove dias
Nuvem: gafanhotos, marimbondos,
percevejos, insetos
Olimpíada: período de quatro anos entre as
celebrações dos jogos olímpicos
Onda: gafanhotos, marimbondos, percevejos
Ordem: de religiosos
Orquestra: de músicos
Oviário: de burros, de bestas de carga,
ovelhas
Palamenta: de apetrechos de um navio
Paliçada: de estacas fincadas em forma de
cerca
Panapaná: de borboletas
Panóplia: cavaleiros da Idade Média
Parenéptica: de discursos
Parenéptica: animais de raça
Parlamento: casas legislativas
Patrulha: de soldados
Paveia: feixe de espigas
Pelotão: de soldados
Penca: de chaves, bananas, laranjas
Pentatlo: exercícios de atletas
Pessoal: de uma fábrica, repartição pública,
escola, loja
Piara: de porcos
Plantel: de atletas, de animais de raça
Plêiade: grupo de pessoas de um certo nível
ou profissão. Constelação.
Plenário: de juízes ou representantes do povo
Poliantéia: escritos em homenagem a alguém
Poligrafia: coleção de obras literárias
diversas ou científicas
Prole: de filhos
Pugilo: alguma coisa que se pode abranger
com os dedos polegar, indicador e médio, de
bravos
Quadriga: quatro cavalos que puxam um
carro
Quadrilha: de ladrões, bandidos
Quarteirão: de casas
Qüinqüênio: de cinco anos
Qüinqüídio: de cinco dias
Racino: cacho de uvas, flores
50. 50
Raivel: de frutas
Ramalhete: de flores
Ramo: de flores
Rancho: de soldados
Rebanho: de cabras, de ovelhas, bois
Récova: de cavalgaduras, corja de vadios de
bestas de cargas
Récua: ajuntamento de bestas de cargas
presas umas às outras
Resíduos: de ouro ou prata
Resma: quinhentas folhas de papel
Renque: árvores, colunas, velas
Repertório: de peças musicais, teatrais
Réstia: de alho, cebola
Revoada: de aves, pardais, pássaros em vôo
Roda: de espectadores, de pessoas
Rol: de roupas
Romanceiro: conjunto de poesias narrativas
Ronda: de policiais que percorrem as ruas
Ror: multidão, grande quantidade
Roupagem: roupas, vestes, fardas
Ruma: de tábuas, livros, malas
Sabá: de bruxas
Salsada: confusão
Sarabulho: de coisas amassadas
Saraiva: de pedras, balas, setas
Sarapatel: de coisas amassadas
Século: período de cem anos
Seleta: de trechos literários ou científicos
Seqüência: série de cartas do mesmo naipe
Séquito: pessoas que acompanham outras
Série: colinas, montanhas, montes, ações,
reis, papas
Sermonário: de sermões
Seringal: de seringueiros
Serviço: utensílios de cozinha
Sínodo: de párocos em assembléia
Sociedade: grupo de indivíduos que vivem
sob normas comuns
Sodalício: de sábios
Souto: de árvores, de castanheiros
Súcia: gente de má fama, velhacos,
desonestos
Talha: de lenha
Teclado: de teclas
Teoria: anjos
Tertúlia: reunião de parentes, amigos,
pessoas íntimas, intelectuais
Tetrástilo: de edifícios
Torcida: espectadores para aplaudir ou patear
Tríduo: de três dias
Trindade: grupo de três
Tripulação: de marinheiros, aeroviários
Troço (ô): de soldados
Troféu: de bandeiras ou despojos
Tropa: de animais de carga, muares
Trouxa: de roupa
Tuna: de estudantes que viajam por várias
terras
Turba: de muitas pessoas reunidas em
desordem
Turma: de estudantes, trabalhadores, médicos
Vassas: de uvas
Vara: de porcos
Viveiro: de pássaros
Vocabulário: de palavras
Zengo: de flautas
Observação: O coletivo especial geralmente dispensa a enunciação da pessoa ou coisa a que se refere.
Tal omissão torna-se mesmo obrigatória, quando o coletivo é um mero derivado de substantivo a que
se aplica. Assim, dir-se-á: A boiada seguia vagarosamente. A marinhagem estava a postos. Quando,
porém, a significação do coletivo não for específica, deve-se nomear o ser a que se refere: Um feixe
de capim, lenha. Uma legião de soldados, demônios, etc. Sufixos designativos de coleção: -ada:
boiada, manada,: -agem: plumagem, folhagem: -al: canavial, cafezal: alha: parentalha, cainçalha: -
ama: courama, dinheirama: -ame: vasilhame, raizame: -aria: cavalaria, livraria: -dade: humanidade,
cristandade: -edo: arvoredo, vinhedo: -ena: novena, dezena, centena: -eiro: formigueiro, braseiro: -
eria: vozeria, grosseria: -ia: maresia, penedia: -io: gentio, mulherio: -ulho: pedregulho, bagulho: -ume:
cardume, tapume.
2. Formação do substantivo
Primitivo e derivado
Simples e composto
Primitivo: nome que não deriva de outra palavra da
Língua Portuguesa, substantiva isolado, sem afixos:
chuva, engenho, neve, anjo, Japão.
Simples: nome formado de uma única palavra: obra,
docente, goma.
Derivado: nome que deriva de outra palavra na língua
portuguesa: pedreiro, engenharia, gaiteiro.
Composto: nome formado de duas ou mais palavras: mão-
de-obra, livre-docente, goma-arábica.
3. Flexão do substantivo:
51. 51
a) gênero: flexão que indica se o substantivo é masculino
ou feminino.
Masculino: usados para os seres do sexo
masculino: homem, menino.
Feminino: usados para os seres do sexo feminino
mulher, menina.
Gênero
Formação do feminino com os substantivos biformes
(uma forma para o masculino e uma para o feminino):
Troca-se a terminação:
1) –o por –a: garoto: garota; aluno: aluna.
2) –ão por –ã, por –oa e por –ona: órfão: órfã; folião:
foliona; patrão: patroa.
3) –or para –a: amador: amadora; servidor: servidora,
cantor: cantora. Obs: alguns fazem com o sufixo –
eira, indicando também qualidade: arrumador,
lavrador, trabalhadeira, faladeira.
4) Recebem o –a no feminino: parente; presidente;
alfaiate; contramestre; deus; general; elefante;
hóspede; monge; oficial; zagal (pastor) juiz;
marechal; mestre; ministro.
5) Substantivos que indicam ocupações especiais e de
títulos, flexionam-se usando os sufixos:
esa: barão; camponês; cônsul; duque; jogral; prior; inglês
isa: profeta; sacerdote; papa; poeta; cônego; diácono
triz: ator; embaixador; imperador
ina: alcaide (governador); czar; felá (camponês egípcio);
landgrave (proprietário de vastas propriedades); herói,
maestro; mandarim
ona: castelão; figurão; folião
6) Formações irregulares do feminino:
ateu: atéia; avô: avó; capiau: capioa; deus: diva, déia ou
deusa; confrade: confreira; dom: dona; egeu: egéia;
europeu: européia; frade: freira; galo: galinha; guri: guria;
ilhéu: ilhoa; jaboti: jabota; jacaré: jacaroa; judeu: judia;
ladrão: ladra; monge: monja; marajá: marani; melro:
mélroa; mulo: mula; papa: papisa; parvo: párvoa; pavão:
pavoa; perdigão: perdiz; peru: perua; pigmeu: pigméia;
píton: pitonisa; prior: priora ou prioresa; pulgo: pulga; raja
ou rajá: rani ou râni; réu: ré; sabichão: sabichona; sandeu:
52. 52
sandia; sultão: sultana; tabaréu: tabaroa; tecelão: teceloa;
varão: virago, varoa, matrona; peixe-boi: peixe-mulher.
7) heterônimos ou desconexos (apresentam radicais
diferentes na flexão do gênero):
bode: cabra; boi: vaca; burro: besta; cão: cã, cadela;
capitari: tartaruga; carneiro: ovelha: cavalo: égua;
cavaleiro: amazona; cavalheiro: dama; caxarelo: baleia;
elefante: aliá; frei: sóror, soror, sor; genro: nora; homem:
mulher; jaboti: jabota; macharão: onça; marido: mulher;
pai: mãe; rinoceronte: abada; tubarão: tintureira: touro:
vaca; veado: cerva; vitu: saúva; zangão, zângão: abelha
Epiceno
Comum de dois gênero
Sobrecomum
Formação do feminino com os substantivos uniformes
(uma só forma para o gênero masculino e o feminino):
Comum-de-dois: diferenciam o gênero, quando se lhe
antepõe o artigo: o doente: a doente; o estudante: a
estudante.
Epicenos (ou promíscuos): usamos as palavras “macho ou
fêmea”, para a mudança de gênero: mamão macho; cobra
fêmea
Sobrecomuns: temos uma só forma para indicar o gênero
masculino e o feminino (não admite a flexão dos artigos):
a criança; a testemunha; o ente.
Mudança de sentido pela mudança de gênero:
a cabeça: parte do corpo
o cabeça: o chefe
a capital: cidade principal
o capital: dinheiro, bens
a caixa: objeto
o caixa: pessoa
a cisma: idéia fixa
o cisma: separação
a cura: restabelecimento
o cura: padre
a grama: relva
53. 53
o grama: unidade de peso
a guarda: vigilância
o guarda: vigia
a guia: formulário; meio-fio
o guia: pessoa que orienta
a lente: grau de aumento
o lente: professor
a língua: órgão muscular, idioma
o língua: o intérprete
a lotação: capacidade de um carro, navio
o lotação; forma abreviada de autolotação
a moral: parte da filosofia; moral de um fato; conclusão
o moral: ânimo
a rádio: a estação
o rádio: o aparelho
a voga: moda, popularidade
o voga: o remador
Substantivos de gênero incerto (gêneros que podem
oferecer dúvida):
Masculinos: os nomes das letras do alfabeto, clã,
champanha, dó, eclipse, formicida, jângal, lança-perfume,
milhar, pijama, proclama, saca-rolhas, sanduíche, sósia,
telefonema, soma (o organismo tomado como corpo
físico), guaraná, trema.
Femininos: aguardente, análise, fama, cal, cataplasma,
cólera, cólera-morbo, dinamite, Omoplata, alface, elipse,
faringe, fruta-pão, libido, preá, síndrome, tíbia, variante,
omelete e os nomes terminados em –gem: pastagem,
lavagem, libidinagem, vagem.
São indiferentemente masculinos ou femininos: ágape
(refeição dos cristãos), aluvião, avestruz, caudal
(cachoeira), crisma, diabete, gambá, hélice, íris, juriti,
lama ou lhama, laringe, ordenança, renque (disposição de
coisas ou pessoas na mesma fileira, série), sabiá,
sentinela, soprano, suástica, tapa, trama (intriga), víspora.
54. 54
Alguns possuem mais de um feminino: aldeão: aldeã,
aldeoa; deus: deusa, déia, diva; elefante: elefanta, aliá;
javali: javalinha, gironda; hóspede: hospeda, hóspede;
ladrão: ladra, ladrona, ladroa; melro: mélroa, melra;
pardal: pardoca, pardaloca, pardal; parente: parenta,
parente; parvo: párvoa, parva; polonês: polonesa, polaca;
vilão: vilã, viloa
Flexão é a variação que o substantivo apresenta para
expressar número (singular e plural), gênero (feminino e
masculino) e grau (aumentativo e diminutivo).
b) número:
singular
plural
Número
I- Formamos o plural com o acréscimo de –s aos
substantivos terminados em vogal ou ditongo
oral: criatura: criaturas; série: séries
Plural dos substantivos simples
Os terminados:
II- Em –m fazem o plural em –ns: fim: fins;
flautim: flautins; homem: homens
III- Em –z ou –r, fazem o plural acrescentando –es:
raiz: raízes, mar: mares
Observação: caráter: caracteres; Lúcifer: Lucíferes; júnior:
juniores; Júpiter: Júpiteres; sênior: seniores
IV- em –s, oxítonos ou monossílabos tônicos
recebem –es na formação do plural: país: países,
ananás: ananases
Observação: cais, cós e xis são invariáveis
V- em –s, paroxítonos, ficam invariáveis: lápis,
vírus
VI- em x com sílaba átona, não variam no plural: o
tórax: os tórax; o látex: os látex
VII- em L:
a- precedidos de a, e, o, u, trocam o L por IS:
animal: animais; papel: papéis; farol: faróis;
paul: pauis Observação: mal: males; cônsul:
cônsules; real: reis (moeda antiga)
55. 55
b- precedidos de i, formam o plural de duas
maneiras:
- os oxítonos trocam o L
por S: funil: funis; réptil:
réptis
- os paroxítonos trocam o
il por –eis: fóssil:
fósseis,; réptil: répteis
VIII- em –n, recebem –s: prótons, pólens e as formas
paralelas também: abdome: abdomens;
espécime: espécimes; germe: germes
IX- em ão:
Esses vocábulos provêm de palavras latinas terminadas
com os sufixos ANUM, ANEM, ONEM. No “Português”,
as palavras terminadas em –ão, fazem o plural com –ãos, -
ães e –ões, porque houve a dissolução analógica que
substitui as duas últimas terminações pela primeira:
singular plural
1- Christianum > cristão: christianus > cristãos
2- Panem > pão: panes > pães
3- Leonem > leão: leones > leões
a- substantivos terminados em –ão que recebem –s na
formação do plural:
acórdão (sentença): acórdãos; benção; cidadão; chão;
cristão; demão; desvão; golfão; grão; irmão; mão; órfão;
órgão; pagão; sótão; vão
b- substantivos terminados em –ão, que formam o plural
em –ões:
ação: ações; balão; botão; canção; coração; espião; folião;
formão; fração; grilhão; ladrão; lampião; lição, limão;
mamão; melão; procissão; razão; reunião; talão; tecelão;
verão e os aumentativos amigalhão, bobalhão, casarão,
etc.
c- mudam o –ão para –ães:
alemão: alemães; Bastião, cão; capelão; Catalão; capitão;
escrivão; guardião; pão; tabelião
d- admitem duas ou três formas de plural:
57. 57
Particularidades
a- Plural dos nomes próprios: quando designam vários
indivíduos com o mesmo nome ou empregados
figuradamente, admitem o plural como os nomes
comuns: os Freitas, os Cunhas.
b- Plural dos nomes das letras: obedecem às regras
gerais ou duplicam a letra: o dê: os dês; o ce: os
cês; os bb, os uu.
c- Substantivos que só se empregam no plural:
afazeres, alvíssaras, anais (história), arredores,
avós, belas-artes, cãs, condolências, confins, copas,
espadas (naipes), fastos (anais), férias (descanso),
fezes, hemorróidas, mês (espírito, almas); matinas
(manhã), núpcias; óculos; olheiras; ouros (naipes);
parabéns, paus (naipes); pêsames; trevas, víveres
(mantimentos).
Plural dos substantivos compostos
1- Ambos elementos vão para o plural
Geralmente os elementos que são substantivos ou
adjetivos, vão para o plural:
a) substantivo + substantivo: couves-flores; cartas-
bilhetes; alunos-mestres; banhos-marias; cirurgiões-
dentistas; mestres-escolas; tenentes-coronéis;
traquéias-artérias
b) substantivo + adjetivo: capitães-mores; amores-
perfeitos; cabras-cegas; águas-fortes; águas-
furtadas; altares-mores; barrigas-verdes; cabeças-
chatas; cartões-postais
c) adjetivo + substantivo: altos-relevos; baixos-
relevos; boas-vidas; gentis-homens; más-línguas;
públicas-formas
d) os numerais ou os pronomes adjetivos dos
compostos vão para o plural: segundas-feiras;
meios-fios; meios-dias, padres-nossos
e) se a palavra guarda é um substantivo: guardas-
mores; guardas-civis; guardas-noturnos; guardas-
florestais; guardas-noturnos. Obs: “guardas-
marinha” não admite plural no segundo elemento.
O arco-íris: os arco-íris
58. 58
2- Apenas o primeiro elemento se pluraliza
a) unidos por preposição: pés-de-moleque; copos-de-
leite; mulas-sem-cabeça; galinhas-d’angola; pães-
de-ló; bicos-de-lacre; fogões-a-gás; estradas-de-
ferro; estrelas-do-mar; chefes-de-seção
b) o segundo elemento determina o primeiro
(exprimindo idéia de fim ou semelhança): navios-
escola; salários-família; mangas-rosa; peixes-boi;
pombos-correio; cafés-concerto; canetas-tinteiro;
papéis-moeda; decretos-lei; peixes-espada;
bananas-maçã; cajás-manga. Obs: a flexão de
ambos também é aceita.
3 – Varia apenas o segundo elemento
a) quando não há hífen: pontapés, clarabóias; fidalgos;
girassóis; madressilvas; santelmos; pernaltas
b) quando o primeiro elemento é palavra invariável
(preposição, advérbio, conjunção, interjeição ou
verbo): ave-marias (ave: salve); ex-diretores (adv.);
vice-reis; ex-governadores; vice-líderes (adv.);
ante-salas (prep.) ; contra-almirantes (prep.)
c) verbo + substantivo: beija-flores; arranha-céus;
caça-níqueis; vira-balas; bate-bolas
d) advérbio + adjetivo: sempre-vivas; abaixo-
assinados; bem-amados
e) palavras repetidas: quero-queros (ave); reco-recos;
tico-ticos; tique-taques; teu-téus (ave); pisca-piscas;
ruge-ruges (barulho das saias no chão); luze-luzes
(pirilampo); quebra-quebras (arruaça); chepe-
chepes (terreno pantanoso)
f) com os prefixos grão, grã e bel: bel-prazeres, gão-
priores; grã-cruzes
4 – Ficam invariáveis
a) verbo + advérbio: os bota-fora; os pisa-mansinho;
os cola-tudo; os ganha-pouco
b) verbo + substantivo plural: (o) (os) saca-rolhas;
louva-a-deus; pára-quedas
c) verbo + verbo: (o) (os) ganha-perde; leva-e-traz;
morde-e-assopra; diz-que-diz; entra-e-sai
59. 59
d) compostos de verbos de sentido oposto: (o) (os)
entra-e-sai; leva-e-traz; vai-e-volta
e) certas frases substantivas: (o) (os) bumba-meu-boi;
disse-me-disse; não-sei-que-diga
f) se a palavra guarda é um verbo: guarda-chuvas;
guarda-sóis; guarda-louças; guarda-roupas; guarda-
pós; guarda-comidas
5 – admitem mais de um plural: padres-nossos ou padre-
nossos; ruges-ruges ou ruge-ruges; salvos-condutos ou
salvo-condutos.
c) grau
É a propriedade que as palavras tem de exprimir o
aumento ou a diminuição da grandeza do ser em relação
ao tipo médio ou normal: espada: grau normal; espadagão:
grau aumentativo; espadim: grau diminutivo.
Aumentativo:
- sintético: mulheraça,
cabeçorra
- analítico: mulher grande,
cabeça enorme
Diminutivo:
- sintético: menininha,
velhota
- analítico: menino
pequeno, velha
minúscula
Aumentativo sintético
Forma-se com sufixos aumentativos:
- ão: vozeirão; areão; garrafão; chapelão; amigão; malotão
- aça: barcaça; bocaça; mulheraça; fumaça; vidraça
- aço: balaço; ricaço; volumaço; vilanaço; animalaço;
mestraço
- achão: bonachão
- alha: muralha; fornalha
- alhão: amigalhão; bobalhão; facalhão; dramalhão
- alhaz: facalhaz
- ana: ratazana
- anca: festança
- anga: nariganga
62. 62
- iola: padiola
- isco: pedrisco; chuvisco
- ipso: galipso (galo); calipso (calo)
- ita: senhorita; florita; pequenita
- ito: mosquito; canito; animalito; palito, granito
- ixa: lagartixa
- oca: engenhoca
- oco: bicharoco
- olho: pimpolho
- ola: aldeola; gloríola
- olo: cochicholo; folíolo (folha); bolinholo, nucléolo
- oque: cavalicoque
- ota: lajota; bolota
- oto: garoto; maroto; perdigoto; picoto
- ote: serrote; caixote; saiote; rapazote; frangote
- uça: dentuça
- ucho: papelucho; casucha; gorducho
- ula: célula; partícula; gemula (gema); nótula; fórmula
- ulha: fagulha
- ulo: fascículo (feixe); glóbulo; grânulo; álula (asa);
nódulo; glóbulo; nódulo
- únculo: homúnculo; questiúncula; porciúncula
- úsculo: corpúsculo
- zito: cãozito; florezita; mãezita; pezito
Obs: Às vezes o substantivo no diminutivo expressa
carinho, ternura, afeto, piedade: filhinho, mãezinha,
irmãozinho, etc; ou pejorativo (desprezo, antipatia):
careta, livreco, papelucho, etc.
Os adjetivos que recebem os sufixos de grau adquirem
o valor de superlativo: espertinho: muito esperto;
bonitinho: muito bonito; bobão: muito bobo, etc.
II. Artigo: palavra que determina ou indetermina o
substantivo quando é colocada antes dele.
1. Classificação do artigo:
Definido: o, a, os, as. Usamo-los quando nos referimos
a um substantivo determinado: O menino chegou?
Indefinido: um, uma, uns, umas. Usamo-los quando
nos referimos a um substantivo indeterminado, isto é, um
entre vários: Um menino chegou lá.
2. Flexão do artigo:
63. 63
a) gênero:
masculino: o, um
feminino: a, uma
b) número:
singular: o, a, um, uma
plural: os, as, uns, umas
Emprego do artigo
a) refere-se a uma espécie inteira: Os japoneses são
trabalhadores.
b) uso obrigatório conjuntamente com o adjetivo no
superlativo relativo: o mais..de; o menos...de: O
rock é o mais estridente de todos os ritmos.
c) denota familiaridade quando vem antes de nomes
próprios: A Lucinha estava aqui.
d) antes da palavra casa, não usamos, se ela se refere à
própria casa: Minha casa é meu lar.
e) é usado antes de nomes próprios geográficos: O Rio
Paranaíba já estava próximo.
f) denota aproximação quando anteposto ao numeral:
Ele teria uns 90 anos.
Omissões do artigo
a) antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria
foi convidada.
b) antes das palavras terra e bordo: Em terra firme
quero ser mais forte.
c) antes de alguns nomes de cidades: Belo Horizonte
é um concreto armado no meu coração Obs: se vier
determinado por adjetivo ou locução adjetiva, o
uso é obrigatório: A Lisboa dos meus sonhos.
d) antes dos pronomes indefinidos certo, outro,
qualquer: Outro dia, eu a vi.
e) não pode ser repetido antes do superlativo e antes
do substantivo: Queriam as músicas as mais lindas.
Usos facultativo
a) antes dos pronomes adjetivos possessivos: A minha
casa. Minha casa.
64. 64
Obs: A palavra artigo vem do grego e significa adaptar,
preparar. Do latim, veio do acusativo ILLUM e suas
formas antigas eram LO, LA. Há quem diz que o artigo
definido deriva-se de hoc, hac, hos, formas do ablativo do
singular e do acusativo do plural do demonstrativo latino
hic, hoe, hoc. Não havia artigo no latim clássico e quase
no fim do Império, começaram a antepor aos substantivos,
os demonstrativos ILLE, HICCE, HIS, que deu origem ao
artigo românico. ILLE: o, a, derivados do ablativo
singular HOC, HAC, com a queda do c e os e as dos
acusativos do plural HOS, HAS. O artigo definido
pertence à classe dos pronomes demonstrativos e o artigo
indefinido à classe dos pronomes indefinidos. O artigo EL
que existiu no português antigo, só aprece-nos usado na
expressão EL-REI
III - Adjetivo
Do latim “adietivum” de “ad icere” (por a par, justaposto
a, colocado ao lado de) é o nome variável, que modifica o
substantivo concedendo-lhe qualidade, defeito, aspecto,
modos do ser, propriedade, condição ou estado: menino
bom, ruim, pagão, libertino, louro, doente, rico, carnal,
humano.
Dividem-se em explicativos e restritivos:
1-Adjetivo explicativo: que atribui qualidade
essencial ao substantivo: água incolor; céu azul.
2-Adjetivo restritivo: denota qualidade,
propriedade, condição ou estado do ser: água
suja; céu nublado.
1. Formação do adjetivo:
primitivo e derivado
simples e composto
Primitivo: não tem origem em outra palavra: forte, feio.
Derivado: provém de outra palavra: fortificado; feioso.
Simples: formado de um só radical: brasileiro; mudo.
Composto: formado de mais de um radical: luso-
brasileiro; surdo-mudo.
2. Flexão do adjetivo:
a) gênero
65. 65
masculino
feminino
Podem ser masculinos ou femininos
Uniformes: apresentam uma só forma para indicar os dois
gêneros: amigo leal; amiga leal.
Biformes: apresentam duas flexões, uma para cada
gênero: bom; boa.
Flexão:
a- terminados em EU passam a ÉIA:
ateu: atéia; hebreu: hebréia;
europeu: européia.
b- Terminados em ES, OR, OL e UL
passam a A: português: portuguesa;
espanhol: espanhola; cru: crua;
cantor: cantora.
c- Terminados em ÃO passam a
ONA; Ã e OA: órfão: órfã;
sabichão: sabichona; tabaréu:
tabaroa. Exceções: réu: ré; ilhéu:
ilhoa; judeu: judia; tabaréu:
tabaroa; sandeu: sandia.
d- Compostos: flexionam apenas o
último elemento: acordo luso-
brasileiro: relação luso-brasileira.
b) número
singular
plural
Segue as mesmas regras do substantivo: bom: bons;
saudável: saudáveis
a- os adjetivos compostos recebem a flexão,
apenas no último elemento: luso-brasileira(s)
b- designação de cor:
a) o último elemento se pluraliza: lenço azul-escuro;
lenços azul-escuros
b) os compostos formados de adjetivo + substantivo
ou substantivo + adjetivo, permanecem invariáveis:
Obs: substantivos usados como adjetivos que
correspondem à cor, em que se subentende a expressão
“da cor de”, permanecem invariáveis: anéis amarelo-ouro;
cuecas amarelo-palha; meias pérola; calcinhas abóbora;
cobertor rosa; cobertores rosa.
Adjetivos e suas locuções adjetivas correspondentes:
66. 66
Adamantino: de diamantes; afio: que não se interrompe;
alectório: de galo; anoto: que não possui orelhas;
amudado: de mau humor; anacâmptico: que reflete a luz
ou o som; anserino: de ganso ou de pato antino: da flor;
argírio: de prata; arietino: de carneiro; avuncular: do tio,
tia; azerado: da cor do aço ou do chumbo; avoengo: do
avô; azoterado: com raiva; bombicino: de tonalidade
amarelo-pálida; capital: da cabeça; celular: da célula;
cervical: do pescoço; cinéreo: de cinza; coriáceo: de
couro; cróceo: da cor do açafrão; crural: da perna, da
coxa; dial: de cada dia; dilatório: que retarda; eferente:
que conduz do interior para o exterior; eôo: da aurora, do
oriente; epidíctico: cheio de aparato (discurso); éreo: de
cobre ou bronze; escalrichado: sem sabor; esplâncnico:
das víceras; esplênico: do baço; estibiado: de chumbo com
antimônio; estrito: que tem exatidão; estuante: quer ferve;
esurino: que provoca fome; etéreo: do éter; enxacoco: que
fala mal uma língua estrangeira qualquer; exangue: sem
sangue; expletivo: para encher ou completar; evo (é): que
é eterno; expletivo: para encher ou completar: falcato: da
forma de foice; fenido: que sofreu ferimento: feral:
relativo à fúnebre; ficiforme: em forma de figo; fidedigno:
digno de fé; flente: que chora; flutícolo: que habita no
mar; formicular: da formiga; fotelétrico: que transforma
energia luminosa em elétrica; fraterno: do irmão;
furfúreo: da farinha; genal: das faces; genicular: do
joelho; gípseo: de gesso; gris: de cor cinzento-azulada,
parda; havana: da cor castanho-clara; halial: do dedo
polegar: hesterno: do dia de ontem; hircino: do bode;
imbrífero: que traz chuva; incontinenti: sem controle;
infundibuliforme: de aspecto de funil; inguinal: da virilha;
inosso: sem sal; intorso: voltado para dentro; secorário: do
fígado; jocoso: que provoca riso; leporino: da lebre; letal:
da morte; letífero: que causa a morte; leucócomo: de
cabelos brancos; longímano: de mãos longas; maleiforme:
semelhante ao martelo; marcial: da guerra; nédio: de pele
lustrosa; nefasto: que causa a desgraça; nemoral: dos
bosques; neotérico: da mocidade; netuniano: do oceano;
numário: de medalhas; materno: da mãe; parietal: de
parede; pluvial: da chuva; preênsil: que segura ou agarra;
pudendo: que tem vergonha; paterno: do pai; precatório:
que se pede algo; prosaico: da prosa; quadrícipide: de um