João XXIII foi um antipapa de 1410 a 1415 durante o Grande Cisma do Ocidente, quando havia até três papas reivindicando o trono papal. Ele foi eleito com apoio da França e partes da Itália e Alemanha, mas seu pontificado não foi legítimo. Ele convocou o Concílio de Constança em 1414 para tentar resolver o cisma, mas acabou sendo deposto no ano seguinte.
1. Antipapa João XXIII
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Antipapa João XXIII
João XXIII nascido Baldassare Cossa (Nápoles, a cerca de 1370 -
Florença, 22 de dezembro de 1419) foi Antipapa de 1410 a 1415, que
figura em muitas listas de papas.
Foi corsário na mocidade, mas depois estudou na Universidade de
Bolonha. Entrou no serviço da Igreja Católica durante o pontificado de
Gregório XII (1406-1415). Cardeal em 1402. Eleito e sagrado em Bolonha,
em 1410, para suceder ao antipapa Alexandre V, o primeiro papa
cismático eleito em Pisa, de cuja morte seus inúmeros desafetos sempre o
acusaram de não ser de todo inocente. Foi sua eleição reconhecida com a
adoção do nome de João XXIII, pela França, Inglaterra e parte da Itália e
da Alemanha.
Vários historiadores atribuem sua ascensão ao trono pontifício por
influência e ingerência direta do rei Luís II, Duque de Anjou, que buscava
a todo custo controlar o poder dos Papas.
O ano de 1410 apenas refletiu um período particularmente conturbado
para a Igreja; um Grande Cisma enchia de dúvidas a toda a Cristandade
com o aparecimento de até três papas (o de Roma, os de Avinhão e o de
Pisa).
2. Levado a Roma pelas armas do rei Ladislau de Nápoles, foi aclamado
enfim pelos seus partidários como o pontífice João XXIII, o bispo de
Roma, Vigário de Cristo na Terra. Não foi papa legítimo. Seu nome e seu
retrato figuram nos catálogos e medalhões, por causa das dúvidas de
então. Aliado a Luís II de Anjou, lutou contra o rei da Sicília e opôs-se a
Gregório XII, papa legítimo de Roma, e a Bento XIII, antipapa de Avinhão.
Reuniu um Concílio em Roma, em 1413, no qual condenou os livros de
John Wycliffe.
Em 1414, inaugurou o Concílio de Constança, que de tão solene e
grandioso para a Cristandade, contou com a proteção do piedoso
imperador Sigismundo. Chegou ao evento, o antipapa João XXIII com
magnificente cortejo. Vendo-se, porém, alvo de justas recriminações, fugiu
disfarçado. Retratou-se depois de seu erro, submetendo-se à decisão do
Concílio de Constança que terminou com o Grande Cisma do Ocidente.
Foi deposto e aprisionado no ano seguinte, 1415.
Libertado em 1418, reconheceu Martinho V como verdadeiro Papa e,
retornando da Alemanha, onde estivera encarcerado desde sua
deposição, foi ele nomeado Cardeal-bispo de Frascati e deão do Sacro
Colégio.
Baldassare Cossa viveu até o final de seus dias dignamente como
Cardeal e morreu em 1419, sendo sepultado com honras em Florença. O
Vaticano reconhece sua sucessão por Martinho V em 1417.
O outro antipapa, Pedro de Luna, que se intitulava Bento XIII, perseverou
no cisma, embora o imperador Sigismundo tivesse ido pessoalmente
procurá-lo na Espanha para sanar o erro. Morreu em 1424, na sua "Corte
pontifícia", nomeando novos "Cardeais".