SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Os Lusíadas, de Luís de Camões
ANÁLISE DA PROPOSIÇÃO
PROPOSIÇÃO
As armas e os barões assinalados *
Que, da ocidental praia Lusitana, *
Por mares nunca dantes navegados *
Passaram ainda além da Taprobana,*
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino,* que tanto sublimaram;
(feitos guerreiros – homens ilustres)
(Portugal- SINÉDOQUE)
(Ceilão – ilha que os Portugueses descobriram em 1507)
Plano da Viagem
(Império do Oriente)
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando *
A Fé, o Império, e as terras viciosas *
De África e de Ásia andaram devastando, *
E aqueles que por obras valerosas *
Se vão da lei da Morte libertando;*
Cantando espalharei por toda a parte,*
Se a tanto me ajudar o engenho* e arte.
Plano da História de Portugal
(gentias, não cristãs)
(percorrendo)
(grandiosas)
(esquecimento) (Aqueles que se tornaram imortais na memória dos homens pelos feitos ilustres que realizaram).
Plano das Intervenções do Poeta
(talento)
(HIPÉRBATO)
Cessem do sábio Grego * e do Troiano*
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro* e de Trajano*
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre lusitano, *
A quem Neptuno* e Marte*
obedeceram. *
Cesse tudo o que a Musa antiga* canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Os Lusíadas (I, 1-3)
(Ulisses) (Eneias)
(Deixe-se de se falar de Ulisses e de Eneias)
(Alexandre Magno) (imperador romano)
(Ambos conquistaram grandes impérios)
(os Portugueses - sinédoque)
(deus do Mar) (deus da Guerra)
Plano dos Deuses ou da Mitologia
(Poesia – Calíope)
PODEMOS DIVIDIR A
PROPOSIÇÃO EM 2 PARTES
Camões estrutura a sua proposição em duas
partes:
 Nas duas estâncias iniciais, enuncia os
heróis que vai cantar;
 Na segunda parte, constituída pela terceira
estância, estabelece um confronto entre os
portugueses e os grandes heróis da
Antiguidade, afirmando a superioridade dos
primeiros sobre os segundos.
1ª e 2ª estrofes
Pode esquematizar-se o conteúdo dessas duas estrofes da seguinte
maneira:
Através da poesia, se tiver talento para isso, (Cantando
espalharei por toda a parte, Se a tanto me ajudar o
engenho e arte), tornarei conhecidos em todo o
mundo:
 os homens ilustres (navegadores) que fundaram o
império português do Oriente;
 os reis, que expandiram a fé cristã e o império
português;
 todos os portugueses dignos de admiração pelos seus
feitos.
A proposição segue uma estratégia de
engrandecimento dos portugueses.
A expressão por mares nunca dantes
navegados evidencia o carácter inédito das
navegações portuguesas; observe-se o
destaque dado à palavra nunca. A exaltação
continua com a referência ao esforço
desenvolvido, considerado sobre-humano
(esforçados / Mais do que prometia a força
humana).
3ª estrofe
Na segunda parte, esse esforço de
engrandecimento continua, desta vez através
de um paralelo com os grandes heróis da
Antiguidade.
O confronto é estabelecido com marinheiros
famosos (Ulisses e Eneias), heróis de duas
epopeias clássicas, e conquistadores ilustres
(os imperadores Alexandre Magno e Trajano).
E quase a concluir, uma nota final: ... eu canto
o peito ilustre lusitano, / A quem Neptuno e
Marte obedeceram. A submissão do deus do
mar (Neptuno) e do deus da guerra (Marte)
aos portugueses (o peito ilustre lusitano) é
uma forma concisa e muito expressiva de
exaltar o valor do seu herói.
Em Suma:
A Proposição é um sumário do poema.
É minha intenção louvar os heróicos
navegadores que, saídos de Portugal,
seguiram por mares nunca dantes
navegados, ultrapassando a fraca força
humana, e, assim, ultrapassaram a ilha de
Ceilão, antiga ilha de Taprobana, tão
longínqua e difícil de atingir.
Louvarei também os reis e outros heróis
militares que dilataram a Fé e o Império e
converteram à fé cristã as terras pagãs de
África e de Ásia. Louvarei ainda todos os heróis
passados e também presentes – que, por feitos
grandiosos, ficarão para sempre recordados
pelos homens e pelos tempos fora aqueles
que, por obras valerosas se vão da Lei da
morte libertando. A todos vou louvar neste
meu poema, se para tal tiver talento – se a
tanto me ajudar o engenho e a arte.
É meu desejo que os heróis antigos,
navegadores como Ulisses, o sábio grego, e
também Eneias, o Troiano, - guerreiros
célebres como Alexandre Magno e como
Trajano, grandes conquistadores e senhores
de grandes impérios, sejam esquecidos porque
os navegadores e conquistadores que eu vou
louvar, portugueses e valentes, os
ultrapassaram, pelas suas navegações e
conquistas.
De resto, eu vou cantar o peito ilustre
Lusitano/ a quem Neptuno (deus do Mar) e
Marte (deus da Guerra) obedeceram. Por isso,
é meu desejo que cesse tudo o que a Musa (a
poesia) antiga canta/ Que outro valor mais
alto se alevanta, - o do povo lusíada, povo
lusitano.
in Os Lusíadas em prosa (adaptação de Amélia Pinto Pais)

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Análise da Proposição d'Os Lusíadas.ppt

10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte ALurdes Augusto
 
Memorias Póstumas deBrás Cubas
Memorias Póstumas deBrás CubasMemorias Póstumas deBrás Cubas
Memorias Póstumas deBrás Cubasanissimamente
 
Cantos i e ii lusíadas
Cantos i e ii   lusíadasCantos i e ii   lusíadas
Cantos i e ii lusíadasCarla Souto
 
Contextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadasContextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadasVanda Marques
 
Os lusíadas resumo
Os lusíadas resumoOs lusíadas resumo
Os lusíadas resumoMirceya Lima
 
Teste de preparação correção
Teste de preparação   correçãoTeste de preparação   correção
Teste de preparação correçãoIsabel Couto
 
Frente1 módulos 1 e 2 expansão marítima
Frente1 módulos 1 e 2 expansão marítimaFrente1 módulos 1 e 2 expansão marítima
Frente1 módulos 1 e 2 expansão marítimaLú Carvalho
 
Proposicao resumo
Proposicao resumoProposicao resumo
Proposicao resumoccheio
 
portugues
portuguesportugues
portuguessufia1
 
Língua Portuguesa
Língua PortuguesaLíngua Portuguesa
Língua Portuguesasufia1
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110luisprista
 
Portuês
PortuêsPortuês
Portuêssufia1
 

Semelhante a Análise da Proposição d'Os Lusíadas.ppt (20)

Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A
 
Os lusíadas- Canto VII
Os lusíadas- Canto VIIOs lusíadas- Canto VII
Os lusíadas- Canto VII
 
Memorias Póstumas deBrás Cubas
Memorias Póstumas deBrás CubasMemorias Póstumas deBrás Cubas
Memorias Póstumas deBrás Cubas
 
Lusiadas resumo2
Lusiadas resumo2Lusiadas resumo2
Lusiadas resumo2
 
Cantos i e ii lusíadas
Cantos i e ii   lusíadasCantos i e ii   lusíadas
Cantos i e ii lusíadas
 
Os-lusiadas - resumo
 Os-lusiadas - resumo Os-lusiadas - resumo
Os-lusiadas - resumo
 
Contextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadasContextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadas
 
OS Lusíadas
OS LusíadasOS Lusíadas
OS Lusíadas
 
Os lusíadas resumo
Os lusíadas resumoOs lusíadas resumo
Os lusíadas resumo
 
Teste de preparação correção
Teste de preparação   correçãoTeste de preparação   correção
Teste de preparação correção
 
A narrativa épica
A narrativa épicaA narrativa épica
A narrativa épica
 
Frente1 módulos 1 e 2 expansão marítima
Frente1 módulos 1 e 2 expansão marítimaFrente1 módulos 1 e 2 expansão marítima
Frente1 módulos 1 e 2 expansão marítima
 
Proposicao resumo
Proposicao resumoProposicao resumo
Proposicao resumo
 
Os Lusíadas - Canto VII
Os Lusíadas -  Canto VIIOs Lusíadas -  Canto VII
Os Lusíadas - Canto VII
 
portugues
portuguesportugues
portugues
 
Língua Portuguesa
Língua PortuguesaLíngua Portuguesa
Língua Portuguesa
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110
 
Portuês
PortuêsPortuês
Portuês
 
Estrutura d'Os Lusíadas
Estrutura d'Os LusíadasEstrutura d'Os Lusíadas
Estrutura d'Os Lusíadas
 

Último

Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfJonathasAureliano1
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Vitor Mineiro
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 

Último (20)

Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 

Análise da Proposição d'Os Lusíadas.ppt

  • 1. Os Lusíadas, de Luís de Camões ANÁLISE DA PROPOSIÇÃO
  • 2. PROPOSIÇÃO As armas e os barões assinalados * Que, da ocidental praia Lusitana, * Por mares nunca dantes navegados * Passaram ainda além da Taprobana,* Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino,* que tanto sublimaram; (feitos guerreiros – homens ilustres) (Portugal- SINÉDOQUE) (Ceilão – ilha que os Portugueses descobriram em 1507) Plano da Viagem (Império do Oriente)
  • 3. E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando * A Fé, o Império, e as terras viciosas * De África e de Ásia andaram devastando, * E aqueles que por obras valerosas * Se vão da lei da Morte libertando;* Cantando espalharei por toda a parte,* Se a tanto me ajudar o engenho* e arte. Plano da História de Portugal (gentias, não cristãs) (percorrendo) (grandiosas) (esquecimento) (Aqueles que se tornaram imortais na memória dos homens pelos feitos ilustres que realizaram). Plano das Intervenções do Poeta (talento) (HIPÉRBATO)
  • 4. Cessem do sábio Grego * e do Troiano* As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro* e de Trajano* A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre lusitano, * A quem Neptuno* e Marte* obedeceram. * Cesse tudo o que a Musa antiga* canta, Que outro valor mais alto se alevanta. Os Lusíadas (I, 1-3) (Ulisses) (Eneias) (Deixe-se de se falar de Ulisses e de Eneias) (Alexandre Magno) (imperador romano) (Ambos conquistaram grandes impérios) (os Portugueses - sinédoque) (deus do Mar) (deus da Guerra) Plano dos Deuses ou da Mitologia (Poesia – Calíope)
  • 6. Camões estrutura a sua proposição em duas partes:  Nas duas estâncias iniciais, enuncia os heróis que vai cantar;  Na segunda parte, constituída pela terceira estância, estabelece um confronto entre os portugueses e os grandes heróis da Antiguidade, afirmando a superioridade dos primeiros sobre os segundos.
  • 7. 1ª e 2ª estrofes Pode esquematizar-se o conteúdo dessas duas estrofes da seguinte maneira: Através da poesia, se tiver talento para isso, (Cantando espalharei por toda a parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte), tornarei conhecidos em todo o mundo:  os homens ilustres (navegadores) que fundaram o império português do Oriente;  os reis, que expandiram a fé cristã e o império português;  todos os portugueses dignos de admiração pelos seus feitos.
  • 8. A proposição segue uma estratégia de engrandecimento dos portugueses. A expressão por mares nunca dantes navegados evidencia o carácter inédito das navegações portuguesas; observe-se o destaque dado à palavra nunca. A exaltação continua com a referência ao esforço desenvolvido, considerado sobre-humano (esforçados / Mais do que prometia a força humana).
  • 9. 3ª estrofe Na segunda parte, esse esforço de engrandecimento continua, desta vez através de um paralelo com os grandes heróis da Antiguidade. O confronto é estabelecido com marinheiros famosos (Ulisses e Eneias), heróis de duas epopeias clássicas, e conquistadores ilustres (os imperadores Alexandre Magno e Trajano).
  • 10. E quase a concluir, uma nota final: ... eu canto o peito ilustre lusitano, / A quem Neptuno e Marte obedeceram. A submissão do deus do mar (Neptuno) e do deus da guerra (Marte) aos portugueses (o peito ilustre lusitano) é uma forma concisa e muito expressiva de exaltar o valor do seu herói.
  • 11. Em Suma: A Proposição é um sumário do poema. É minha intenção louvar os heróicos navegadores que, saídos de Portugal, seguiram por mares nunca dantes navegados, ultrapassando a fraca força humana, e, assim, ultrapassaram a ilha de Ceilão, antiga ilha de Taprobana, tão longínqua e difícil de atingir.
  • 12. Louvarei também os reis e outros heróis militares que dilataram a Fé e o Império e converteram à fé cristã as terras pagãs de África e de Ásia. Louvarei ainda todos os heróis passados e também presentes – que, por feitos grandiosos, ficarão para sempre recordados pelos homens e pelos tempos fora aqueles que, por obras valerosas se vão da Lei da morte libertando. A todos vou louvar neste meu poema, se para tal tiver talento – se a tanto me ajudar o engenho e a arte.
  • 13. É meu desejo que os heróis antigos, navegadores como Ulisses, o sábio grego, e também Eneias, o Troiano, - guerreiros célebres como Alexandre Magno e como Trajano, grandes conquistadores e senhores de grandes impérios, sejam esquecidos porque os navegadores e conquistadores que eu vou louvar, portugueses e valentes, os ultrapassaram, pelas suas navegações e conquistas.
  • 14. De resto, eu vou cantar o peito ilustre Lusitano/ a quem Neptuno (deus do Mar) e Marte (deus da Guerra) obedeceram. Por isso, é meu desejo que cesse tudo o que a Musa (a poesia) antiga canta/ Que outro valor mais alto se alevanta, - o do povo lusíada, povo lusitano. in Os Lusíadas em prosa (adaptação de Amélia Pinto Pais)