2. Conta-se que um velho árabe analfabeto orava toda noite com tanto fervor
e com tanto carinho que, certa vez, o rico chefe de uma grande caravana
chamou-o e lhe perguntou:
Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao
menos sabes ler?
O crente fiel respondeu:
Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai Celeste pelos sinais
d’Ele.
Como assim? - Indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou:
3. Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece
quem a escreveu?
Pela letra, respondeu.
E quando o senhor admira uma joia, como é que se informa sobre a sua
autoria?
Pela marca do ourives, é claro.
O servo sorriu e acrescentou:
Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se
foi um carneiro, um cavalo, um boi?
Pelos rastros, respondeu o chefe, surpreendido.
4. Então, o velho crente convidou-o para ir para fora da barraca e,
mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por milhares de
estrelas, exclamou, respeitoso:
Senhor, aqueles sinais lá em cima, não podem ser de homens!
Naquele momento, o orgulhoso caravaneiro rendeu-se às evidências e, ali
mesmo na areia, sob a luz prateada do luar, começou a orar também.
Uma das coisas que me intrigam é como podem existir pessoas que não
creem em Deus. Não crer em Deus, força e inteligência suprema e causa
primária de todas as coisas, é como não crer em si próprio. Como
criaturas, fomos dotados da capacidade de pensar e agir, conforme nossa
própria vontade, e nos é permitido, inclusive, deixar de crer na existência
do Criador.
5. Aliás, o mais importante não é crer ou deixar de crer em Deus, mas agir
conforme a Sua vontade, conforme Sua lei. O certo é que a crença em
Deus é algo muito vago na vida das pessoas. Mas a crença no poder
supremo que nos criou, que nos ampara, que nos sustenta, que premia os
bons e corrige os maus, é tão fundamental ao equilíbrio de nossas almas
quanto são os alimentos ao equilíbrio de nosso corpo.
Jesus nos deixou em mensagem que os puros de coração são Bemaventurados, pois que a eles seria dada a condição de ver a Deus, isto é,
de percebê-lo em sua plenitude. Portanto, negar a existência do Criador
me parece uma postura falsa. Creio mesmo que aqueles que assim se
posicionam, na derradeira hora, ou seja, na hora do desenlace, buscam o
apoio de Deus e desejam ardentemente que a vida continue.
6. Mas se ainda não podemos ver a Deus, com certeza podemos senti-lo,
basta observarmos atentamente as coisas à nossa volta. Vemos,
constantemente, uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na
Humanidade, pois ela é impotente para produzi-los, ou, sequer, para
explicá-los. A causa está acima da Humanidade. É a essa causa que
chamamos Deus, Jeová, Alá, Grande Espírito, etc. Outro princípio
igualmente elementar e que, de tão verdadeiro, passou a axioma, é o de
que todo o efeito inteligente tem de decorrer de uma causa inteligente. O
ser humano não pode fazer algo à partir do nada. Ele constrói coisas,
inventa coisas, mas nunca deu vida a nada, nem mesmo a uma pequena
flor ou a uma formiga.
7. Achando-nos numa região habitada exclusivamente por povos chamados
selvagens, e, se descobrirmos uma estátua digna de Fídias não
hesitaremos em dizer que, sendo incapazes de tê-la feito os selvagens, ela
é uma obra de uma inteligência superior à destes. Pois bem, lançando um
olhar em torno de si, sobre as obras da Natureza, reconhece o observador
não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa
inteligência humana. Ora, visto que o homem não as pode produzir, é
porque elas são produto de uma inteligência superior à Humanidade, a
menos que se sustente que há efeito sem causa. A existência de Deus é,
pois, uma realidade, comprovada não só pela revelação como pela
evidência dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; no
entanto, creem, instintivamente, na existência de um poder sobre-humano.
8. Duvidar da existência de Deus é negar que todo o efeito tem uma causa, e
adiantar que o nada pode fazer alguma coisa. Mas, se ainda não podemos
ver a Deus, com certeza podemos senti-lo, e existe uma forma melhor de
sentir Deus, é olhar para dentro de nós, para aquilo que somos, e
observarmos atentamente as coisas à nossa volta. Para quem tem “olhos
de ver”, as evidências estão espalhadas pelos céus; deixe para trás as luzes
da cidade, e olhe para o alto, para um céu estrelado; os fenômenos
naturais, os seres animados e inanimados, o Universo infinito, a
renovação constante de todas as coisas para senti-lo, e concluir pela
existência desse Criador, perfeição inigualável.
9. É, portanto, notório e indiscutível a existência de um ser superior a
qualquer dos homens de que temos conhecimento na história da
humanidade, visto que jamais alguém conseguiu realizar algo sequer
parecido em qualquer época e lugar desse nosso planeta, atribuir a
formação de tudo o que existe à transformação da matéria ou ao acaso,
seria uma insensatez, um absurdo, um homem de bom-senso não pode
aceitar que algo inteligente seja obra do acaso cego, pois o que é fruto da
inteligência, já não é mais acaso.
Vale lembrar que as obras feitas pelos homens são assinadas para que não
se confunda o autor. Já as obras de Deus não trazem Sua assinatura pelo
simples fato de que só Ele é capaz de fazê-las, ninguém mais.
10. Pense nisso:
Você pode sentir Deus pulsar dentro do seu coração!
Quando você estiver sem saída, lembre-se do que Deus pode fazer por
você!
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br