1. A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS: UMA PERSPECTIVA
DE INCLUSÃO
Kátia Cristina Stocco Smole
Diretora do Grupo Mathema
O significado de inteligência tem sido, ao longo do tempo, motivo de estudo de psicólogos,filósofos,
neurologistas,pedagogos e pesquisadores da ciência cognitiva. Esse interesse em pesquisarsobre a
inteligência gerou diferentes concepções acerca da sua origem e do seu desenvolvimento nos indivíduos
e, mais que isso,diferentes investidas no sentido de definí-la.
Para alguns estudiosos,a inteligência estaria determinada por fatores genéticos,hereditários, que, uma
vez estabelecidos,poderiam ser pouco modificados pelas interferências do meio no qual o indivíduo vive.
Para outros pesquisadores,ela dependeria fortemente do meio social para desenvolver-se.
Durante muito tempo, a concepção hegemônica de inteligência foi, e talvez ainda seja, a de uma grandeza
passívelde medição. Por esta ótica, a inteligência pode ser quantificada por meio de testes especialmente
preparados para isso. Baseados em questões de caráter lógico-matemático e lingüístico, tais testes
mediriam o quociente de inteligência, o conhecido QI, de um indivíduo e determinariam sua capacidade
intelectual.
Desde os primeiros testes idealizados em 1908 por Binet até hoje, algumas versões desse tipo de
instrumento foram sendo elaboradas e utilizadas com diferentes finalidades. Dentre os objetivos, estaria a
justificativa para fracassos escolares,avaliação candidatos a empregos e explicações para determinados
comportamentos sociais. A ideia original dos trabalhos de Binet e seus colaboradores não foi testara
inteligência, mas identificar alunos que tinham problemas para aprender e ajudá-los a melhorar, sem
atribuir a eles um rótulo e lhes impor limites, qualquer que fosse a causa do mau desempenho escolar. No
2. entanto,quando as notícias dos primeiros testes de inteligência chegaram à comunidade científica,
especialmente nos Estados Unidos, alguns psicólogos e educadores vislumbraram nos testes um enorme
potencial para avaliar e comparar pessoas,.N e não demorou muito para que o entusiasmo pelos testes de
inteligência se manifestasse entre profissionais da educação eles e na sociedade como um todo.
No livro A falsa medida do homem, Gould afirma que as intenções de alguns pesquisadores ao usaros
testes eram boas,mas que na maioria das vezes eles foram utilizados de maneira a criar estigmas,
atribuindo rótulos às pessoas e fazendo julgamentos sobre suas limitações. O uso dos testes de QI
caminhou junto à crença de que as forças intelectuais eram herdadas e de que a inteligência seria uma
capacidade singular e inviolável, uma propriedade especial dos seres humanos.Nessa perspectiva,cada
indivíduo nasceria com uma determinada quantidade de inteligência, o que permitiria a elaboração de
testes para qualificar e classificar pessoas emtermos de seu intelecto.
Tal concepção ainda aparece muito fortemente entre nós.Mesmo nos dias atuais, não hesitamos em falar
sobre pessoas mais ou menos inteligentes, mais ou menos capazes ou que herdaram a inteligência dos
pais. Mesmo na comunidade de pesquisadores,vezou outra encontramos aqueles que se valem da idéia
de inteligência única e mensurável para fundamentar determinadas posições pessoais frente à sociedade.
Um exemplo é o livro The Bell Curve publicado em 1994, que causou grande polêmica em torno de seu
conteúdo.O título da obra se refere ao formato de curvas estatísticas usadas para mostrar e comparar os
resultados das pesquisas realizadas pelos autores,o sociólogo Charles Murray e o psicólogo Richard
Herntein. No trabalho, eles cruzaram resultados de várias pesquisas sobre QI e concluíram que, em média,
asiáticos e brancos têm quociente de inteligência superior ao dos negros e latinos. De acordo com o livro,
isso se deve a fatores genéticos,pois as diferenças se mantêm mesmo em condições de igualdade sócio-
econômica.
Embora o processo de pesquisa e as fontes utilizadas pelos autores , tenham sido amplamente debatidos e
contestados,podemos ver aí uma tendência, que não é nova, de classificar pessoas ou grupos combase na
ideiéia de que as diferenças entre elas derivam de distinções herdadas e inatas.
Ao longo do tempo, especialmente a partir da década de 80, críticas à visão psicométrica de inteligência
têm sido freqüentes.Elas defendem que, na tentativa de isolar fatores culturais e aproximar-se do que há
de congênito em matéria de inteligência, os testes quase sempre se resumem a medir aptidões lingüísticas
e lógico-matemáticas. Este processo deixa exclui do seu campo de interesse uma série de outras
habilidades que também podem constituir-se em manifestações de inteligência.
O questionamento acerca da ideia de inteligência como grandeza fez com que, de uns tempos para cá, a
concepção de inteligência ficasse no centro das atenções do público em geral, aparecendo com muita
freqüência em jornais ou revistas,quase sempre de modo enfático ou sensacionalista.Expressões como
Inteligência Emocional, Inteligência Coletiva, Inteligência Artificial, Inteligência Múltipla, Inteligência
Criadora têm circulado amplamente em diferentes contextos.
Para pesquisadores como Minsky, Gardner e Gould, há evidências persuasivas da existência de diversas
competências intelectuais humanas que indicam haver mais na inteligência do que respostas curtas para
perguntas curtas.Pelo menos dois desses pesquisadores consideramque os testes de QI servem apenas
para medir a capacidade de um indivíduo em resolver testes de QI.
3. As referidas críticas estão longe de apresentaruma definição universalmente aceita para o que seja
inteligência. No entanto,elas evidenciam um caminho que observa não só o indivíduo isolado, como
também sua capacidade de tomar decisões,resolver problemas, de estabelecere realizar projetos.
Nesta perspectiva nascente,a inteligência não possuiuma definição precisa e definitiva. Trata-se de uma
realidade tão escorregadia, astuta e viva que um trabalho científico convencionalnão faria justiça, nem
jamais esgotaria a importância do assunto.Parece cada vez mais evidente, que a chamada inteligência é,
antes de mais nada, a capacidade que a inteligência tem de criar-se. É uma característica que não pode ser
ignorada e que dificilmente será compreendida de modo simples ou por meio de resultados genéticos e
individuais.
Pierre Lévy, em As tecnologias da Inteligência,reflete sobre o papel das técnicas na organização e
caracterização da inteligência. O autor afirma que a inteligência ou a cognição são o resultado de redes
complexas onde interagem um grande número de atores humanos,biológicos e técnicos.Para Lévy, não
sou “eu” que sou inteligente, mas “eu” enquanto grupo humano do qual faço parte, com minha língua,
com toda uma herança de métodos e tecnologias intelectuais. O filósofo exemplifica dizendo que, semo
acesso às bibliotecas públicas, sem a prática em vários programas bastante úteis e semas numerosas
conversas comos amigos, ninguém seria capaz de redigir sequerum texto. Afinal, fora da coletividade,
desprovido de tecnologias intelectuais, “eu” não pensaria.
Assim, o pretenso sujeito inteligente nada mais é que um dos microatores de uma ecologia cognitiva que
o engloba e restringe. Essa consideração de Lévy parece seguir a tendência de outros pesquisadores como
Marvim Minsky e Howard Gardner que consideramque a inteligência não pode ser conceituada fora do
contexto em que o indivíduo vive. Isto indica que a inteligência existe também, numa medida
significativa, fora do corpo físico do indivíduo, ou seja, de que parte dela é inseparável de muitos outros
agentes dos quais uma pessoa possa valer-se para examinar problemas, tomar decisões,lembrar fatos,
conceitos ou procedimentos importantes.
Nessas tendências mais atuais,a inteligência estaria, acima de tudo,associada à aptidão de organizar
comportamentos, descobrir valores, inventar projetos e mantê-los, ser capaz de libertar-se do
determinismo da situação,solucionar problemas e analisá-los.
Para Marina, a inteligência não é algo que se tenha ou não se tenha, nem é apenas alguma coisa que se
tenha mais ou menos. Ela é, sobretudo,algo que se vai fazendo e desfazendo em situações individuais e
sociais, sem as quais seria apenas uma “propriedade virtual”. O autorafirma que a inteligência faz muitas
coisas além de computar informações: ela é capaz de inventar projetos,pensarem valores, gerar
aplicações para a energia, construircritérios, avaliar e manter tarefas.
Segundo o pesquisador,o homem cria novas técnicas e submete sua obra a planos que ele próprio
escolhe. Este modo de atuar e resolver problemas novos,que permitem um ajuste flexível à realidade, é
chamado de inteligência. Nesse sentido, Marina defende que a inteligência, por si só, possuiuma
característica criadora. Afinal, não se trata de uma operação única, e sim uma forma de realizar muitas
atividades mentais, transfigurá-las e construir outras novas. É um modo de criar que envolve percepção,
memória, imaginação, os sentimentos todos enlaçados numa trama de competências e domínios.
4. A concepção trazida pelo autorparece confirmar uma tendência dos estudos atuais,que indicam que não
existe uma inteligência unitária, uniforme, igual para todos,mas sim inteligências múltiplas. É neste
contexto que situamos a teoria proposta porHoward Gardner.
Gardner e a teoria das inteligências múltiplas
Howard Gardner e uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard entram no cenário dos
estudos sobre a inteligência assumindo uma posição de que há indícios da existência de diversas
competências intelectuais humanas, chamadas genericamente de “inteligências”. Nos diversos projetos de
pesquisa que desenvolvido pelo grupo, a ideia central é a de que as manifestações da inteligência são
múltiplas e compõem um amplo espectro de competências. Trata-se de um horizonte que inclui não só as
dimensões lógico-matemática e lingüística, como também a musical, a espacial, a corporal – cinestésica, a
interpessoale a intrapessoal.
Gardner afirma que sua teoria está baseada numa “visão pluralista da mente”, que reconhece muitas
facetas separadas da cognição. Para o pesquisador,pessoas possuemforças cognitivas diferenciadas e
estilos cognitivos contrastantes..Numa visão tradicional, a inteligência é definida operacionalmente
como a capacidade de respondera itens em testes de inteligência. Ou seja, é atributo ou faculdade inata ao
indivíduo.
Na opinião do psicólogo estadunidense,sua teoria se contrapõe a esse modo de pensar, pois pluraliza o
conceito tradicional. Para Gardner e seus colaboradores,uma inteligência implica na capacidade de
resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade
cultural. A habilidade de resolver problemas permite à pessoa abordaruma situação em que um objetivo
deve seratingido e localizar a rota adequada para este produto. Os problemas a serem resolvidos variam
desde teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso.
Segundo Gardner, não faz sentido pensarna inteligência, ou nas inteligências, no abstrato,como
entidades biológicas, como o estômago, ou mesmo apenas como uma entidade psicológica, como emoção
ou temperamento. Na melhor das hipóteses,as inteligências são potenciais ou inclinações que são
realizadas, ou não, dependendo do contexto cultural e social em que são encontradas.Assim, a
inteligência, ou inteligências, é sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades
de aprendizagem que existem numa cultura.
Antes de Gardner, outros pesquisadores já haviam examinado múltiplas facetas da inteligência, basta
mencionar os trabalhos de L.L.Thurstone e L.P. Guilford. Thurstone defendeu que a inteligência poderia
ser descrita com a ajuda de vários fatores independentes uns dos outros.Em seus trabalhos ele sugeriu
nove aptidões intelectuais: S-espacial; P-perceptivo; N-numérico; V-relações verbais; W-palavras; M-
memória; I-indução; R-raciocínio aritmético e D-dedução. Esta estrutura recebeu o nome de análise
fatorial múltipla.
Guilford tentou elaborar um modelo teórico da estrutura do intelecto sobre a base dos tipos de processos,
produtos e conteúdos implicados na tarefa de resolução de um problema. Para o pesquisadora
inteligência era composta decinco operações (cognição, memória, avaliação, produção divergente e
5. produção convergente)e seis produtos (unidades,classes,relações,sistemas, transformações e
implicações; e quatro conteúdos:figural, simbólico, semântico e comportamental).
As diversas possibilidades destas três faces do intelecto se combinarem deram lugar, nos trabalhos de
Guilford, a 120 (5x6x4) fatores de inteligência.Muito embora haja, aparentemente, pontos de ligação
entre os dois trabalhos e a teoria apresentada pela equipe de Harvard, o próprio Gardner afirma que tais
pesquisas não foram bem sucedidas porque basearam-se na lógica dos testes de QI. De certo
modo, questionaram a unicidade da inteligência, mas não o fato dela poder ser medida. Para Gardner,
para haver uma ruptura mais contundente,o conceito todo de inteligência tem que ser questionado e,de
fato, substituído.
A teoria das inteligências múltiplas pode ser vista por três princípios fundamentais. O primeiro seria que a
inteligência não é algo simples, que pode ser visto unitariamente ou como algo que incluimúltiplas
habilidades. Ao contrário, existem múltiplas inteligências – cada uma distinta da outra.De fato, ao
apresentaro modelo que pensou para inteligência, Gardner afirma acreditar que a competência cognitiva
humana seja melhor descrita em termos de um conjunto de capacidades,talentos ou habilidades mentais
que podemser genericamente chamadas ‘inteligências’.A distinção entre propor uma inteligência
compreendida por habilidades múltiplas e propor as inteligências múltiplas, cada uma distinta da outra, é
sutil. Mas a proposta das inteligências múltiplas enfatiza a visão de Gardner de que cada inteligência é um
sistema em seu próprio domínio. É mais do que meramente um aspecto de um sistema maior, que nós
tradicionalmente chamamos inteligência.
O segundo ponto fundamentalseria o fato das inteligências serem independentes umas das outras, isto é,
uma habilidade pessoalavaliada sob uma inteligência não garante, na teoria, ser previsível o resultado da
avaliação da mesma pessoa sob outra competência. Esta característica contrapõe-se frontalmente às
correlações feitas a partir dos testes de QI, ou seja, a idéia de que se um indivíduo pontuasse bemnum
determinado teste,que medisse uma certa habilidade, então ele deveria serbem sucedido em qualquer
outro. Para Gardner, tal relação não pode seraceita uma vez que a independência das inteligências
contrasta intensamente com as tradicionais medidas de QI, que encontramaltas correlações entre os
resultados de testes.O pesquisadoracredita que as habituais correlações entre os subtestes de QI ocorrem,
pois todas essas tarefas,na verdade, medem a capacidade de responderrapidamente a itens do tipo lógico -
matemático ou lingüístico. Dessa forma,as correlações seriam substancialmente reduzidas se
examinássemos, de maneira contextualmente adequada,a completa gama das capacidades humanas de
resolver problemas.
O terceiro ponto trata da interação entre as competências. Isto é, as inteligências interagem e, apesarda
distinção que Gardner estabelece entre elas, nada seria feito, ou nenhum problema se resolveria, se as
pretendidas distinções e a independência significassem que as inteligências não pudessemtrabalhar
juntas.De fato, para o psicólogoumproblema de matemática no qual não fosse possívelusartambém as
dimensões lingüística e espacial, poderia apresentar-se insolúvel. Mais que isso,ele afirma que cada papel
cultural que o indivíduo assume na sociedade,seja qual for o grau de sofisticação, requer uma
combinação de inteligências.
Ao ler os trabalhos de Gardner, notamos que seu núcleo central não está no número de competências que
podem ser associadas à inteligência, mas simno caráter múltiplo que a inteligência apresenta e na
6. possibilidade de podermos olhar para as manifestações da inteligência, não mais sob a perspectiva de uma
grandeza a ser medida ou como um conjunto de habilidades isoladas,. Ela passa a ser vista como uma teia
de relações que se tece entre todas as dimensões estabelecidas nas possibilidades de manifestação da
inteligência.
As implicações sociais e educacionais que a teoria traz são muito ricas, pois estão relacionadas à
formação de um novo cidadão: mais feliz, mais competente, com mais capacidade de trabalhar em grupo,
mais equilibrado emocionalmente. Isso nos leva a considerar, ainda que brevemente, a relação entre uma
nova concepção de inteligência e as exigências sociais.
A proximidade da virada do século, que marcará também a entrada de um novo milênio, é um outro fator
que suscita uma reflexão e o intenso debate acerca da inteligência.O avanço dos conhecimentos,em
particular da ciência e da tecnologia, nos dá a esperança de progresso para a humanidade, ao mesmo
tempo que nos faz pensarsobre que tipo de cidadão seria necessário para gerar esse futuro e cuidar para
que a humanidade não se desvie da rota de evolução,, superando os perigos e os conflitos aos quais o
mundo contemporâneo encontra-se exposto.
Diferentes estudos e análises sobre o perfil do cidadão do próximo século têm apontado para adireção de
alguém com espírito empreendedor, com capacidade de tomar decisões e de resolver problemas, que seja
criativo, com cidadão do mundo, isto é, consegue navegarem diferentes contextos, mesmo fora de sua
área de atuação específica, semperder o rumo Em uma pequena ampliação dessa análise poderíamos
dizer que desse cidadão do próximo século seria exigido sabe conciliar uma cultura geral suficientemente
ampla com a possibilidade de aprofundamento em uma área específica, adquirindo aptidão para enfrentar
novas situações e realizar um ofício. O perfil delineado exige, ainda, maior capacidade de autonomia e
discernimento, além do fortalecimento da responsabilidade pessoalna realização do destino coletivo. Dito
de outro modo, seria preciso ao cidadão do próximo século, desenvolvero conhecimento dos outros,e sua
história, criando uma nova mentalidade, a da análise compartilhada dos riscos e desafios, que conduziss e
à realização de projetos comuns e à gestão inteligente e pacífica dos conflitos que se mostrarem
inevitáveis.
Ao mesmo tempo em que se exige um cidadão capaz de conhecer, aprender e fazer, também é exigido a
sabedoria de viver junto,Ou seja, já não há mais lugar para alguém puramente racional – se é que isso
algum dia tenha ocorrido- insensívela sentimentos, incapaz de controlar suas próprias emoções e de
perceber que não está sozinho no mundo.Para formar o cidadão próximo a esTe perfil consideramos que
uma concepção de inteligência como a proposta porGardner é importante. Ao inserir em seu modelo
inteligências como a musical, a interpessoale a intrapessoale, mais recentemente, a naturalista, Gardner
também atende à exigência do equilíbrio entre razão e emoção. É um pensamento queabre caminho para
que possamos,como pais, educadores,pesquisadores e cidadãos,caminhar na busca de uma sociedade
mais feliz ejusta,cujoconhecimento, tecnologia e progresso científico sejam usados em benefício do
progresso social e da convivência pacífica com as diferenças.
Para alguns de nós,pode parecer utópico. Mas, considerando que a utopia é necessária e vital para
sairmos do ciclo da resignação no qual nos encontramos hoje preferimos destacaro traço mais marcante e
que justificaria a adoção de uma nova concepção de inteligência: o equilíbrio entre razão e
emoção.Utilizar a teoria das Inteligências Múltiplas como fundamento de nossas práticas pedagógicas
7. pode significar ampliar as competências de cada um, olhar para as diferenças naturais entre os nossos
alunos,incluir a todos no ciclo da aprendizagem. Uma escola que educa considerando as diferentes
competências de seus alunos educa para a tolerância. Sem dúvida é uma instituição que , prepara o aluno
como cidadão, pois não exclui ninguém, não supervaloriza poucas competências em alguns, desprezando
o que é desconhecido emoutros.Sem termos a pretensão de esgotaro assunto,sabendo que aceitaruma
teoria é render-se perante o encanto do importante, do prometedor, das possibilidades e do chamamento
sugestivo que ela nos apresenta,deixamos aqui o convite a um longo caminho. É uma caminhada cheia de
percalços, de necessidade de debates e de reflexões que podemos fazer juntos.