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LEITURA
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas de vocabulário.
Vida de marinheiro – Aspetos do dia a dia
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O navio é, por muito tempo, a casa do marinheiro, o seu abrigo e o meio através do qual ele
chega aos lugares mais distantes. Mas é má casa, pior albergaria1
e péssimo viajante para quem
a ele não está acostumado. Quem nele tem necessidade de viajar, seja para fazer comércio,
para ir à guerra ou para emigrar, sofre desconfortos e provações a que nem sempre resiste.
A já de si dura vida a bordo complicava-se nas viagens oceânicas, vulgares a partir do século
XVI, onde se passavam largas jornadas no mar sem sequer vislumbrar2
terra. A alimentação era
má e insuficente, as roupas estavam permanentemente húmidas, as doenças e as maleitas3
eram vulgares e perigosas. A relativa fragilidade das embarcações tornava-as extremamente
vulneráveis perante a fúria dos elementos. Era vital o bom funcionamento dos mecanismos de
solidariedade profissional4
. Todos tinham tarefas bem definidas a cumprir. Mestres, pilotos
marinheiros “bordaleses” (os que servem nos bordos) e marinheiros da “avantagem” (os que
servem à proa) deveriam funcionar em bloco para “levar a nau a bom porto”. Bombear a água
infiltrada, fazer a limpeza da nave, cuidar de cordas e velas e manobrar o navio contavam-se
entre as suas obrigações.
Já se disse que a comida era má. Equipagem5
e passageiros, estes à sua custa, alimentavam-
-se sobretudo de biscoitos, carne e peixe salgados, vinho e água. Algumas conservas,
marmelada e compotas melhoravam significativamente a dieta, mas eram muito raras. O calor,
a humidade, o imperfeito acondicionamento e a demora da jornada provocavam a deterioração
dos géneros tantas vezes devorados e contaminados pelos ratos e bicharada. As condições de
higiene eram precárias; as roupas, de fraca qualidade, húmidas e quase nunca despidas,
proporcionavam o campo ideal para o desenvolvimento de parasitas, de infeções e de doenças
tantas vezes fatais. O estado sanitário dos tripulantes podia agravar-se com as escalas em zonas
tropicais, com a ingestão de águas estagnadas e a picada de inúmeros insetos.
O alojamento era deficiente. E não era só o desconforto que preocupava; muitas vezes esse
espaço era partilhado com gente de quem se podia desconfiar, gente a contas com a lei, a
caminho do degredo. Apenas o mestre ou o capitão e alguns passageiros especiais possuíam
cabines individuais, as câmaras, à popa6
.
Nestes termos, era difícil manter o moral e a disciplina. O descontentamento e a
desobediência agravavam-se principlamente nas alturas em que os elementos7
ameaçavam o
navio. Eram momentos de grande incerteza e ocasiões para pôr à prova o ânimo dos
embarcados. Nessas alturas, mais do que nunca, o mareante recorria à fé e à oração.
Amândio Jorge Morais Barros, “Vida de marinheiro. Aspetos do quotidiano das gentes do mar nos séculos XV e XVI”
in Estudos em Homenagem a Luís António Oliveira Ramos. FLUP, 2004, pp. 249-263 (com supressões).
VOCABULÁRIO:
1 hospedaria: casa onde alguém se hospeda.
2vislumbrar: ver de forma imperfeita.
3maleita: mal-estar ou doença sem gravidade.
Português - 8º ano
Avaliação formativa
Elvira Zanatti 2019/2020
4solidariedade profissional: refere-se às obrigações e deveres que os marinheiros deveriam cumprir de forma
solidária e equilibrada.
5equipagem: tripulação do navio.
6 popa: parte traseira de um navio.
7 elementos: neste contexto refere-se a todas as forças da natureza que podiam ameaçar a embarcação: ventos,
tempestades, ondas…
1. Para cada item, escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que se seguem,
de acordo com o texto.
1.1. No primeiro parágrafo, afirma-se que as dificuldades associadas a uma viagem marítima
passam
(A) pela ameaça das situações aflitivas ao conforto da tripulação.
(B) pela ausência de comodidades e pelas situações difíceis vividas.
(C) pelas situações causadoras de sofrimento e pelos perigos de guerra.
(D) pela inexistência de locais de comércio e pela falta de conforto.
1.2. A alimentação dos marinheiros e passageiros era composta sobretudo por
(A) peixe que era pescado, carnes salgadas, água e vinho.
(B) vinho e água, biscoitos, carne e peixe salgados.
(C) marmelada, vinho e água, carne e peixe salgados.
(D) peixe, compotas, carne, vinho e água.
1.3. A partir da descrição feita, podemos afirmar que, em geral, as condições de higiene dos
navios eram
(A) insatisfatórias e perigosas.
(B) reduzidas e desmedidas.
(C) diversificadas mas fatais.
(D) insuficientes mas inofensivas.
2. Expressão Escrita: sublinha no texto um pequeno excerto( +- 5 linhas) que descreva uma
situação semelhante ao contexto da atualidade mundial. Justifica a tua opção, estabelecendo
a relação entre , pelo menos, três aspetos semelhantes.
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  • 1. LEITURA Lê o texto. Se necessário, consulta as notas de vocabulário. Vida de marinheiro – Aspetos do dia a dia 5 10 15 20 25 30 O navio é, por muito tempo, a casa do marinheiro, o seu abrigo e o meio através do qual ele chega aos lugares mais distantes. Mas é má casa, pior albergaria1 e péssimo viajante para quem a ele não está acostumado. Quem nele tem necessidade de viajar, seja para fazer comércio, para ir à guerra ou para emigrar, sofre desconfortos e provações a que nem sempre resiste. A já de si dura vida a bordo complicava-se nas viagens oceânicas, vulgares a partir do século XVI, onde se passavam largas jornadas no mar sem sequer vislumbrar2 terra. A alimentação era má e insuficente, as roupas estavam permanentemente húmidas, as doenças e as maleitas3 eram vulgares e perigosas. A relativa fragilidade das embarcações tornava-as extremamente vulneráveis perante a fúria dos elementos. Era vital o bom funcionamento dos mecanismos de solidariedade profissional4 . Todos tinham tarefas bem definidas a cumprir. Mestres, pilotos marinheiros “bordaleses” (os que servem nos bordos) e marinheiros da “avantagem” (os que servem à proa) deveriam funcionar em bloco para “levar a nau a bom porto”. Bombear a água infiltrada, fazer a limpeza da nave, cuidar de cordas e velas e manobrar o navio contavam-se entre as suas obrigações. Já se disse que a comida era má. Equipagem5 e passageiros, estes à sua custa, alimentavam- -se sobretudo de biscoitos, carne e peixe salgados, vinho e água. Algumas conservas, marmelada e compotas melhoravam significativamente a dieta, mas eram muito raras. O calor, a humidade, o imperfeito acondicionamento e a demora da jornada provocavam a deterioração dos géneros tantas vezes devorados e contaminados pelos ratos e bicharada. As condições de higiene eram precárias; as roupas, de fraca qualidade, húmidas e quase nunca despidas, proporcionavam o campo ideal para o desenvolvimento de parasitas, de infeções e de doenças tantas vezes fatais. O estado sanitário dos tripulantes podia agravar-se com as escalas em zonas tropicais, com a ingestão de águas estagnadas e a picada de inúmeros insetos. O alojamento era deficiente. E não era só o desconforto que preocupava; muitas vezes esse espaço era partilhado com gente de quem se podia desconfiar, gente a contas com a lei, a caminho do degredo. Apenas o mestre ou o capitão e alguns passageiros especiais possuíam cabines individuais, as câmaras, à popa6 . Nestes termos, era difícil manter o moral e a disciplina. O descontentamento e a desobediência agravavam-se principlamente nas alturas em que os elementos7 ameaçavam o navio. Eram momentos de grande incerteza e ocasiões para pôr à prova o ânimo dos embarcados. Nessas alturas, mais do que nunca, o mareante recorria à fé e à oração. Amândio Jorge Morais Barros, “Vida de marinheiro. Aspetos do quotidiano das gentes do mar nos séculos XV e XVI” in Estudos em Homenagem a Luís António Oliveira Ramos. FLUP, 2004, pp. 249-263 (com supressões). VOCABULÁRIO: 1 hospedaria: casa onde alguém se hospeda. 2vislumbrar: ver de forma imperfeita. 3maleita: mal-estar ou doença sem gravidade. Português - 8º ano Avaliação formativa Elvira Zanatti 2019/2020
  • 2. 4solidariedade profissional: refere-se às obrigações e deveres que os marinheiros deveriam cumprir de forma solidária e equilibrada. 5equipagem: tripulação do navio. 6 popa: parte traseira de um navio. 7 elementos: neste contexto refere-se a todas as forças da natureza que podiam ameaçar a embarcação: ventos, tempestades, ondas… 1. Para cada item, escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que se seguem, de acordo com o texto. 1.1. No primeiro parágrafo, afirma-se que as dificuldades associadas a uma viagem marítima passam (A) pela ameaça das situações aflitivas ao conforto da tripulação. (B) pela ausência de comodidades e pelas situações difíceis vividas. (C) pelas situações causadoras de sofrimento e pelos perigos de guerra. (D) pela inexistência de locais de comércio e pela falta de conforto. 1.2. A alimentação dos marinheiros e passageiros era composta sobretudo por (A) peixe que era pescado, carnes salgadas, água e vinho. (B) vinho e água, biscoitos, carne e peixe salgados. (C) marmelada, vinho e água, carne e peixe salgados. (D) peixe, compotas, carne, vinho e água. 1.3. A partir da descrição feita, podemos afirmar que, em geral, as condições de higiene dos navios eram (A) insatisfatórias e perigosas. (B) reduzidas e desmedidas. (C) diversificadas mas fatais. (D) insuficientes mas inofensivas. 2. Expressão Escrita: sublinha no texto um pequeno excerto( +- 5 linhas) que descreva uma situação semelhante ao contexto da atualidade mundial. Justifica a tua opção, estabelecendo a relação entre , pelo menos, três aspetos semelhantes. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________