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SILVA, Cid Ulysses.
Bacurituba Aspectos da nossa Terra/ Cid Ulysses Silva – Bacurituba,
MA: SEDUC 2021.
1.Bacurituba
2.Aspectos Históricos e ambientais
3.Emancipação
CDD: XXX
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
3
Cid Ulysses Silva
Licenciado em Ciências e Habilitado em Física pela Universidade Estadual do
Maranhão- UEMA. Pós-graduado em Ensino da Física pela Faculdade
FAPAF/TO. Atua como professor da Educação Básica na rede pública
municipal de Bacurituba/MA desde 2007, tendo participação ativa em
diversos projetos educacionais no âmbito escolar.
SUMÁRIO
1 ASPECTOS HISTÓRICOS..................................................................6
1.1 A ORIGEM DE BACURITUBA...................................................... 6
1.2 ECONOMIA DA ÉPOCA............................................................. 11
1.3 FORMAÇÃO ADMISTRATIVA DO MUNICÍPIO............................ 13
1.4 A EMANCIPAÇÃO DE BACURITUBA .............................................. 13
2 RELIGIÃO E CULTURA................................................................... 17
2.1 MOVIMENTOS RELIGIOSOS NO MUNICÍPIO................................. 17
2.2 MOVIMENTOS CULTURAIS ........................................................... 18
3 ASPECTOS GEOGRÁFICOS ............................................................ 22
2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA........................................................ 22
2.2 VEGETAÇÃO ................................................................................. 25
2.3 HIDROGRAFIA .............................................................................. 26
2.4 CLIMA ........................................................................................... 27
2.5 PLANÍCIE ...................................................................................... 28
4 ASPECTOS BIÓTICOS .................................................................... 30
4.1 FLORA........................................................................................... 30
4.2 FAUNA .......................................................................................... 30
5 ATIVIDADES ECONÔMICAS ........................................................... 32
BIBLIOGRAFIA.................................................................................. 35
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
5
APRESENTAÇÃO
Quando nos deparamos com tamanha beleza resplandecendo à luz
do nascer do Sol ao amanhecer, ficamos boquiabertos ao vislumbrar aquilo
que Deus fez com suas próprias mãos: os Campos Bacuritubenses. Discorrer
sobre os célebres acontecimentos que repercutiram em nossa maravilhosa
cidade e descrever as nossas raízes históricas, geográficas e até mesmo
econômicas é de fato muito gratificante, certo de que posso compartilhar
com professores, alunos, ou até mesmo leigos que o nosso município
também possui uma rica historicidade. No entanto, estas poucas linhas que
foram gravadas neste livro é apenas um esboço do que ainda está por vir,
se perscrutarmos ainda mais a nossa raiz maternal de nossa bela cidade de
Bacurituba que cresce e se desenvolve à medida que seu o povo luta e
conquista seu espaço nas diversas áreas da sociedade. Contudo, este
conhecimento não está limitado somente ao pesquisador, mas também aos
trabalhadores que fazem parte de um conjunto de fatos, quer seja um
pescador, que experimenta cada segundo de sua lida nos campos alagados,
utilizando-se do senso comum para realizar sua árdua tarefa de pescar com
tamanha perfeição, quer seja a dona de casa que luta para que os filhos
tenham a educação de cada dia ou o educador sistemático que exerce a
tarefa de professar o conhecimento.
O Autor.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
6
1 ASPECTOS HISTÓRICOS
1.1 A ORIGEM DE BACURITUBA
Segundo a mais forte tradição popular de Nossa Terra o nome
Bacurituba tem sua origem em duas palavras indígenas, bacuri: fruta e tyba:
grande quantidade. As duas palavras unidas significam grande quantidade de
bacuris. A palavra tuba que é de origem indígena, também é utilizado para
designar um instrumento musical muito utilizado nas orquestras sinfônicas e
que também era um tipo de instrumento dos índios, os quais segundo alguns
registros históricos, foram os primeiros habitantes dessa localidade. Já as
árvores de bacurizeiros eram muito comuns na região na época aintiga,
principalmente na área onde fica localizado atualmente o povoado Jacaré.
Devido grande quantidade de árvores de bacuri, o nome Bacurituba foi dado
ao nosso lugar.
Outra versão além da tradição popular, afirmada pelo historiador César
Augusto Marques (1870), mostra que Bacurituba surgiu como um pequeno
lugar conhecido primeiramente como o São Bento Velho constituído por
apenas cinquenta casas e situado a mais ou menos duas léguas (9 km) da
cidade de São Bento dos Perizes (atual município de São Bento), o qual se
achava separado pelos campos alagados. Relatos ainda informam que o
primeiro homem branco a pisar nestas terras foi o português de nome João
Alves Pinheiro, considerado o primeiro povoador da região de São Bento dos
Perizes.
Sobre João Alves Pinheiro observamos o seguinte relato extraído do livro
São Bento Nossa História e Nossa Gente de 1995:
“João Alves Pinheiro, provavelmente português, mas tarde
naturalizado brasileiro com o nome de João Pinheiro
Canaçu é considerado o fundador de São Bento. Sob sua
procedência há divergência, sendo mais aceitável a corrente
que o considera oriundo de Portugal, chegando em
Alcântara e, provavelmente, tomando conhecimento das
vantagens que lhe adviriam dos vastíssimos e excelentes
campos sambentoenses, resolveu fixar sua residência na
Península em que se acha a populosa e decantada Suíça
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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Maranhense – São Bento. Assim construiu-se a primeira
casa, ou melhor, uma confortável fazenda de gado.”
Segundo o Prof. ZEZINHO OLIVEIRA (2012) no ano de 1757 foi
construído uma capela regida pelo padre Jorge Ayres de Santiago. Onde três
monges da congregação dos Beneditinos, de passagem pela região da baixada
e litoral ocidental maranhense, levando a palavra de Deus, chegaram ao
arraial de Bacurituba. No local encontraram uma capela com paredes de barro
e coberta com palha de babaçu, nesta capela havia um oratório com a imagem
do São Bento. Os monges ficaram encantados com o que viram e resolveram
construir uma igreja no local.
Em Bacurituba na década de 90, foram encontrados vestígios de objetos
antigos em escavações de poços como uma antiga bilha que era um objeto
característico dos tempos dos escravos ou quilombolas para carregar água, o
que comprova a presença de escravos ou descendentes dos mesmos nesta
região em épocas antigas. Provavelmente os negros que se refugiavam nos
quilombos tiveram participação significativa no povoamento desta cidade. Um
fato importante é que tem-se registrado no livro de César Augusto Marques
(1870), um número de 2.600 escravos habitando a região de São Bento dos
Perizes, nas proximidades de São Bento Velho de Bacurituba no ano de 1870.
Esta informação reforça a ideia de que os negros vindos da África em navios
ancorados nos portos maranhenses em especial na cidade de Alcântara,
conseguiram fazer este percurso até chegarem nessa região. Atualmente a
cidade de Bacurituba tem vários povoados reconhecidos legalmente por lei
federal como áreas quilombolas. Em especial podemos citar os povoados
Serejo, Santa Maria, São Cristóvão e Tucum.
O historiador César Augusto Marques no seu livro Dicionário Histórico
Geográfico da Província do Maranhão, datado de 1870, relata que antigamente
em meados do século XIX, os lugarejos com poucos moradores eram
conhecidos como arraiais, e posteriormente, por haver um significativo
aumento da população, recebiam o título de freguesias da província
maranhense. O lugar onde hoje está localizado o município de Bacurituba a
princípio era em tempos antigos um arraial com poucos moradores, a freguesia
era chamada de São Bento de Bacurituba e o seu vizinho município de São
Bento era conhecido como São Bento dos Perizes. O objetivo das criações
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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dessas freguesias era para evitar contestações e também melhorar o serviço
da igreja católica na época. O escritor César Marques também descreve que
São Bento de Bacurituba foi criada pela lei provincial de número 843 de 10 de
julho de 1868, instituída canonicamente por sentença episcopal de 28 de
agosto. Já a sua paróquia foi inaugurada e aberta em setembro deste mesmo
ano. O seu próprio pároco, foi encomendado e, provisionado em 1º de
setembro, e tomou posse apenas no dia 27 deste mesmo mês de 1868.
Por volta de 1870 na chamada vila de São Bento de Bacurituba haviam
apenas 30 casas, e uma igreja, edificada já a algum tempo, a cerca de 80 anos,
pelos criadores de gado que aqui habitavam. O primeiro padre jesuíta a andar
por essas terras e pregar por várias vezes os ensinos do catolicismo romano
nesta região, foi o padre Gabriel Malagrida.
No ano de 1856, há relatos de que o Dr. juiz de direito Manoel Jansen
Ferreira empregou todas as diligências para descobrir o tempo da edificação
da igreja católica de São Bento Velho, os seus fundadores, e os títulos do
patrimônio feito à dita igreja para classificá-la de capela ou ermida, visto que
em direito as prerrogativas do juiz diferiam na administração de uma ou outra.
Assim, ele descobriu que em 1795 houve uma questão que surgiu entre os
moradores de Inambu (localidade que ficava 4 léguas ao norte de São Bento
dos Perizes) e os de São Bento Velho. A questão era a seguinte: os moradores
de Inambu que eram representados pelo capitão Lino Antônio Pestana, Manoel
Soares Pereira, Christovão da Costa e Francisco Pinheiro, exigiam a mudança
da Igreja para a sua localidade e os moradores do arraial de São Bento Velho
(Bacurituba) por não aceitarem tal exigência, apoiavam a permanência da
Igreja no lugar de origem, e eram representados por Antônio de Barros, Manoel
Alexandre Seco, José da Costa, Izabel de Barros, Antônio Alexandre, Maria
Xavier Ferreira, João Muniz, Francisco de Barros, Luiz Campos, Felix de
Padilha e outros.
Após muitas alegações de ambas as partes contendoras, depois de
informações do vigário de Alcântara padre Jorge Ayres de São Tiago, e ainda,
depois de sentenças, embargos, etc., o governador do bispado Dr. João de
Bastos de Oliveira mandou por sentença de 21 de julho de 1798, que a capela
continuasse no lugar de São Bento Velho, em que estava, com obrigação de a
terem, se não houvesse mais nenhum desentendimento entre as partes.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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Do mesmo traslado e das diligências do Dr. Manoel Jansen Ferreira, vê-
se que a capela, na época classificada por ermida, teve um bom patrimônio de
gado. A princípio teve um capelão que distribuía os ensinos do catolicismo aos
seus habitantes, um deles foi o padre Jorge Ayres de São Tiago, citado
anteriormente. No entanto, as más administrações reduziram o patrimônio da
capela, e deixaram de remunerar o capelão. Naquela época havia uma festa ao
Orago e mais duas outras santas da igreja católica, segundo a tradição da
igreja. Estas festas eram seguidas de missa cantada e nelas haviam muitos
expectadores. Devido esta busca, o Dr. Manoel Jansen Ferreira também
descobriu que o principal motivo de haverem construído esta capela no meio
do arraial, foi a grande quantidade de serpentes que se encontrava nos campos
principalmente as cascavéis e pintas (ou jararacas), ambas cobras muitos
perigosas devido seu alto teor de veneno encontrado em seu organismo. Dessa
forma o povo acreditava que a evocação do santo católico São Bento traria
alguma solução para o problema do grande número de cobras na região.
Já a explicação para o título, São Bento Velho ao antigo arraial, se refere
em razão do lugarejo ser considerado pela tradição popular inclusive pelos
moradores de São Bento dos Perizes (ou São Bento Novo), o primeiro lugar a
ser habitado e também por ser um arraial muito mais antigo do que a cidade
de São Bento dos Perizes. Sobre este dito popular não existe nenhum
documento que comprove tal afirmação.
Já o nome de santo é em homenagem a uma imagem que segundo o
tradição popular, fora encontrada em um tapecuim, e que foi intitulado por
nome de São Bento. Por esse motivo, segundo a tradição católica, acabou
tornando-se o padroeiro das duas cidades. Em seguida a imagem foi levada
para São Bento dos Perizes pelos padres da ordem piamartina.
No lugar onde se encontrava uma simples capela no arraial de São Bento
de Bacurituba foi construído a primeira igreja católica de frente para os
campos no ano de 1854 e foi inaugurada no dia 11 de novembro do mesmo
ano. Esta igreja ficava de frente para os altos morros ao norte e possuía em
sua estrutura três naves. O centro era reservado para a celebração da ceia. A
do lado esquerdo era reservada aos batismos, consagrações e crisma, a do lado
direito era reservada somente a casamentos que aconteciam esporadicamente.
No dia 12 de agosto de 1868, o arcebispo da província de São Luís do
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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Maranhão, Dom Luís da Conceição Saraiva criou a paróquia de São Bento de
Bacurituba, desmembrando-a da paróquia de Alcântara.
A igreja católica foi erguida com a invocação do santo católico São Bento
que segundo a crença, ajudaria na diminuição da multidão de espécies de
cobras cascavéis, animal muito perigoso e comum na região de campos
alagados no período da estiagem. Atualmente ainda existem muitos adeptos e
religiosos que festejam em homenagem ao santo católica. Este também é um
dos festejos mais antigos da cidade de Bacurituba.
Figura 1 - Igreja Católica Matriz de Bacurituba (em 2013).
A Vila de São Bento Velho ou São Bento de Bacurituba cresceu devido
a migração de pessoas vindas de outras regiões que ao chegarem neste lugar
se encantavam com os campos favoráveis para a pesca e criação de animais,
além de uma vegetação rica em babaçuais, carnaubeiras, entre outras, e uma
imensidão de matas ainda intactas.
Assim como em todo Brasil nossa origem vem de negros, portugueses e
índios, que provavelmente habitaram essa região em épocas antigas. Vestígios
de uma população indígena ancestral foram encontrados pelo morador
Antônio Teixeira Barros no povoado Tucum. Entre os objetos encontrados
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
11
enterrados em seu quintal existem pedras polidas e machadinhas que foram
identificadas como objetos de origem indígena,
1.2 ECONOMIA DA ÉPOCA
Os primeiros habitantes de Bacurituba viviam exclusivamente da pesca
artesanal, da caça, da lavoura e da criação de animais (bovinos, suínos e
caprinos), outra fonte de economia que também durou um longo período
principalmente já na década de 1970 foi a produção de tijolos artesanais.
Havia na vila de Bacurituba uma grande produção de tijolos e esta produção
era exportada através de barcos à vela para a capital São Luís, e a viagem
durava geralmente três dias. Nesta época o porto do Baltazar que atualmente
está localizado no povoado Tucum, era um local propício para o escoamento
de tijolos e grande parte da produção de animais (patos, galinhas, suínos,
ovinos e caprinos) que eram vendidos na capital. Há relatos de que também
havia um porto mais próximo que ficava na própria sede da vila, onde hoje é
localizado a residência do senhor de Ivo. Mas devido ao corte em grande escala
dos manguezais nos igarapés que circundavam a vila de Bacurituba, houve
um assoreamento dos canais que ligavam esta passagem até o rio Bacurituba,
isto acabou causando o entupimento das vias de navegação marítima para os
barcos. Ainda hoje é possível ver as marcas dessa época no porto Baltazar,
pois restos de tijolos ainda são observados durante a maré baixa. Alguns dos
grandes navegadores da época e donos de barcos foram os senhores Bageba,
Bertholdo Oliveira, João Preto do Carmo e Gatinho.
A produção de açúcar e cachaça também era comum em algumas
localidades em especial no povoado Furo da Mangueira. Wilson Oliveira era
um dos grandes produtores de açúcar e dono de engenho. Dessa forma o
comércio se fortalecia e apesar das dificuldades. Os pagamentos da
mercadoria comprada por parte dos mais pobres, segundo relata a senhora
Maria Antônia Silva, moradora da cidade, eram muitos das vezes efetuados
em forma de favor como lavagem de roupas por parte das mulheres e o
trabalho na roça por parte dos homens.
Os maiores comerciantes da época foram Bertholdo Oliveira que residia
no povoado Furo da Mangueira e Antônio de Maneco que residia na sede da
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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vila. Estes dois vendiam além de alimentos comuns como arroz, café, feijão e
farinha de mandioca, outras especiarias como tecidos, confecções, objetos de
armarinho com produtos no atacado e varejo. Outros comerciantes também
tiveram fator significativo no desenvolvimento da economia da época. Na zona
rural temos: José Garçom (Povoado Santa Maria), José de Mário (Povoado
Jacaré) e na zona urbana: Coló Mendonça, Antero, Caboco Velho e José Costa.
A pesca na vila era caracterizada por campos fartos de toda a espécie
de peixes, como traíras, pirapemas, tilápias, jijus, piabas e acarás. Como não
havia redes mais sofisticadas a pesca era feita com uso de objetos artesanais
e de origem indígenas como o choque ou socó, caniços, currais, tarrafas
tecidas com fio, além de espinheis e o cofo (objeto feito com palha de palmeira
babaçu, a pindoba). O cofo era o principal aliado do pescador que o utilizava
na cintura amarrado com uma corda ou envira de bananeira.
A caça também era uma forma de sustento para os moradores da época
e tinha como principais instrumentos um cacete de madeira e um cão bem
treinado para pegar as jaçanãs, pirulicos, marrecos e japiaçocas.
Na pecuária eram comuns os chamados retireiros, estes eram homens e
mulheres moravam em casas de palha e pau-a-pique com assoalhos dentro
dos campos alagados na parte mais alta (os tesos). Eles criavam
principalmente animais como: porcos, patos e paturis. Era o que determinava
grande parte de sua sobrevivência, além da caça e da pesca. Estes animais
eram vendidos na própria vila e também eram exportados para a cidade São
Luís, capital do estado do Maranhão também em viagens de barco a vela.
Como em qualquer região carente, na vila de São Bento Velho de
Bacurituba, as dificuldades de sobrevivência eram imensas. Logo, prevalecia
a agricultura de subsistência, onde eram produzidas as farinhas amarela
(farinha da água) e branca (farinha seca), derivadas da mandioca. Relatos de
moradores antigos detalham que para se alimentar, em algumas situações era
preciso comer banana verde cozida com peixe seco para matar a fome, ou
enganar os filhos recém nascidos com um pedaço de palha seca de babaçu na
colher de angu, tirado da coberta da casa. Situações como essa eram muito
comuns na vila nessa época.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
13
1.3 FORMAÇÃO ADMISTRATIVA DO MUNICÍPIO
Por muito tempo a vila de Bacurituba pertenceu ao município de
Cajapió, o que dificultava a conquista de certos benefícios para a vila. O
lugarejo chamado Cajapió era uma antiga aldeia de índios segundo relata o
historiador Cesar Augusto Marques (1870).
Segundo informa-nos o IBGE – Instituto de Brasileiro de Geografia e
Estatística do Maranhão, em 10 de julho de 1868 foi criado o distrito com a
denominação de Bacurituba, pela lei provincial, nº 843, subordinado ao
município de Cajapió. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o
distrito de Bacurituba figura pertencendo ao município de Cajapió. Já, pelo
decreto estadual nº 241, de 09 de janeiro de 1932, é extinto o município de
Cajapió, sendo Bacurituba perdendo à categoria de distrito. Logo após, em 19
de junho de 1935, pelo decreto nº 855, é recriado o município de Cajapió,
passando Bacurituba a pertencer novamente ao município de Cajapió como
vila ou povoado. Em divisão territorial datadas de 31 de dezembro de 1936 e
31 de dezembro de 1937, o distrito de Bacurituba figura pertencendo ao
município de Cajapió. E também no quadro fixado para vigorar no período de
1944 a 1948.
Em divisão territorial datada de 01 de julho de 1960, o distrito de
Bacurituba permanece ainda no município de Cajapió. A vila foi elevada à
categoria de município com a denominação de Bacurituba, pela lei estadual
de nº 6.196, de 10 de novembro de 1994, desmembrado de Cajapió. Sede no
antigo distrito de Bacurituba. Constituído do distrito sede. Foi instalado em
01 de outubro de 1997. Em divisão territorial datada de 15 de julho de 1999,
o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão
territorial datada de 2005 (Fonte: IBGE – 2013).
1.4 A EMANCIPAÇÃO DE BACURITUBA
Alguns fatores foram considerados significantes para que ocorresse a
emancipação do município de Bacurituba. Segundo BREMAEKER (1993), as
principais alegações para a emancipação de vários municípios no Brasil foram:
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
14
descaso por parte da administração do município de origem; existência de forte
atividade econômica local; grande extensão territorial do município de origem;
e aumento da população local. Neste caso, para Bacurituba as duas últimas
tiveram grande influência no processo de emancipação do município. Em
resumo, a criação do município de Bacurituba ocorreu devido a necessidade
do Estado do Maranhão em atender e mudar a distribuição de renda do
próprio estado. Dessa forma, no início dos anos 90, foi fomentado dentro da
Assembleia Legislativa o desenvolvimento de alguns povoados no estado do
Maranhão, e esta criação aconteceu através de uma consulta popular, o
chamado Plebiscito.
A partir de então iniciou-se na vila de Bacurituba uma campanha de
esclarecimento à população sobre o que realmente significava o Plebiscito. O
Plebiscito é uma campanha sem candidato, mas ainda assim, existiam
pessoas que eram contra, e ficaram com receio de que a emancipação
acontecesse, pois acreditavam que isso não seria bom para o distrito de
Bacurituba. Outros temiam ser prejudicados politicamente. Em Bacurituba
criaram-se dois grupos: de um lado estava o grupo do sim lutando para não
deixar o povo iludido, e do outro o grupo do não, que preferiam viver em um
povoado totalmente dependente de Cajapió, mesmo com todas as dificuldades
encontradas, principalmente na distância do distrito de Bacurituba para a
sede municipal em Cajapió que é cerca de 28km de distância.
No entanto, a data do Plebiscito já havia sido marcada, e no dia 19 de
junho de 1994 exatamente a partir das oito horas da manhã, começaria o dia
mais esperado pela grande parte da população da velha vila de Bacurituba. O
povo percebeu a importância do ato, e muitos não mediram esforços para
contribuir em favor da independência do distrito. O dia chegou e as pessoas
começaram a se deslocar para os locais de votação. O povo parecia estar
preparado para aquela ocasião, mas ainda assim, alguns estavam confusos e
meio que indecisos não sabiam se votam no sim ou no não.
Toda votação ocorreu de forma calma, deixando os mais interessados
apreensivos e nervosos. Não havia partido de direita nem de esquerda nessa
eleição, por isso, começou uma luta pelos interesses da vila de Bacurituba,
alguns mais interessados buscavam as pessoas em suas casas persuadindo-
as para votar e tornando-se quase uma obrigação. Depois do ocorrido, às
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
15
dezesseis horas, após uma pesquisa nas urnas, descobriram que em todas as
urnas consultadas, os votos depositados ainda não tinham atingidos os 51%
do esperado e, desses, muitos não tinham certeza se os votos eram favoráveis
ou não. Parecia que o sonho de liberdade havia se tornado um pesadelo, e que
estavam em um filme de fim trágico.
Finalmente às vinte e duas horas terminou-se a contagem de votos.
Chega finalmente o momento mais esperado por todos. A vitória chegou. Todos
cantavam, se alegravam e dançavam ao som de uma radiola. Foguetes
enchiam o céu de Bacurituba ao som da liberdade e esta festa durou a noite
toda. Bacurituba desligava-se do seu município mãe: Cajapió, para ser de uma
vez por todas independente.
E um dos principais fatores que favoreceram foi a distância rodoviária,
cerca de 28 km da sua sede. Somente foi confirmada esta decisão de consulta
do Plebiscito através do Decreto lei n.º 6.196 de 10 de novembro de 1994.
Nesta data é comemorado o dia do Aniversário de Bacurituba sendo feriado
municipal.
1.4 A POLÍTICA BACURITUBENSE
Após tornar-se município em 10 de novembro de 1994, Bacurituba
começou a ter eleições locais para vereadores e prefeito. Assim, o primeiro
prefeito de Bacurituba a ser eleito foi Sebastião Prado Costa.
Também conhecido como Sibá, filho de um grande comerciante de
Bacurituba, José Costa, ele se elegeu em dois anos consecutivos, exercendo
dois mandatos como prefeito. Em seguida José Sisto Ribeiro, foi eleito o
segundo prefeito em Bacurituba, exercendo apenas um mandato, pois ao
término de quatro anos, perdeu a eleição para a senhora Filomena Barros,
conhecida como Filuca de Sibá e esposa do primeiro prefeito da cidade. Esta
foi a terceira pessoa a eleger-se e a única mulher que exerceu o cargo de
prefeita do município. Já em 2012, o senhor José Sisto Ribeiro tornou-se mais
uma vez prefeito da cidade, e em 2016 foi reeleito novamente.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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Figura 2 - Sebastião Costa (Sibá). Foi eleito o primeiro prefeito de Bacurituba.
Figura 3 - José Sisto Ribeiro. Eleito o segundo prefeito de Bacurituba
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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Figura 4 - Filomena Barros (Filuca de Sibá).
Na Câmara Legislativa, são eleitos atualmente 9 vereadores para um
mandato de 4 anos.
2 RELIGIÃO E CULTURA
2.1 MOVIMENTOS RELIGIOSOS NO MUNICÍPIO
2.1.1 Catolicismo
No município de Bacurituba a maioria da população é adepta do
catolicismo cerca de 95% dos habitantes se autodeclaram católicos e apenas
5% evangélicos. O catolicismo existe desde o período da criação da vila de São
Bento Velho de Bacurituba devido à forte influência dos jesuítas portugueses
que ingressaram em terras maranhenses no período colonial. A paróquia de
São Bento existente no município tem cerca de 149 anos de criação.
2.1.2 Protestantismo
O advento da igreja evangélica em Bacurituba é bem recente com
apenas 28 anos de história. Atualmente existem quatro denominações
evangélicas que atuam ativamente no município. São elas: a Primeira Igreja
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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Batista, a Igreja Metodista, a Congregação Cristã do Brasil e a Assembleia de
Deus Missão.
A Assembleia de Deus é a igreja evangélica que reúne o maior número
de congregados e simpatizantes, e também a denominação evangélica com
atuação mais antiga no município com cerca de 30 anos de existência. Já os
pioneiros da religião protestante no município foram Moisés Marcelo Sá e
Francisco Barros, que se converteram ao movimento religioso e passaram a
desempenhar um forte papel missionário pelas terras de Bacurituba levando
as “boas novas” do Evangelho de casa em casa aos moradores.
Os evangélicos, como são conhecidos atualmente, tem desempenhado
um papel fundamental e importante para a sociedade bacuritubense como a
realização de ações voluntárias na área social para atendimento de pessoas
carentes. E ainda na realização de eventos de impacto regional. Dentre eles
podemos citar o Bacurituba para Cristo, um projeto missionário criado pela
igreja Assembleia de Deus em Bacurituba que foi idealizado em 2016 pelo
pastor Edivaldo da Conceição e por sua esposa, a Missionária Ivaneide da
Conceição. Este evento atraiu no de ano 2017, em sua segunda edição, mais
de 6 mil expectadores entre evangélicos e não evangélicos.
2.1.3 Outros movimentos religiosos
Além do catolicismo e do protestantismo, outros movimentos religiosos
são encontrados no município de Bacurituba como as consultas espirituais
oriundos da umbanda com fortes laços com a cultura afro. O Tambor de mina
e o Tambor de crioula também são movimentos utilizados para reverenciar
entidades espirituais durante os seus cerimoniais, aos santos e orixás
(caboclos).
2.2 MOVIMENTOS CULTURAIS
A cultura é a marca registrada que determina a identidade de um povo.
Sem ela não existiria nenhuma história. No município bacuritubense há uma
grande variedade de movimentos culturais e esses movimentos tem fortes
raízes africanas, indígenas e portuguesas, assim como em todo o país.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
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2.2.1 Carnaval
Evento festivo que foi trazido pelos europeus portugueses ao Brasil. É
maior festa popular do país e do município, diversos blocos tradicionais
desfilam suas fantasias ao som de tambores, tamborins e pandeiros.
Geralmente este movimento dura quatro dias seguidos.
2.2.2 Festas Juninas
Festa que é comemorada na segunda quinzena de junho, é o período
que homenageia os santos católicos São Pedro, São João e Santo Antônio.
Nesse período entram em cenas as raízes do bumba-meu-boi, as quadrinhas,
o tambor de crioula e outras danças populares.
O bumba-meu-boi, símbolo principal do festejo, é uma dança que
utiliza os som da zabumba, comandados pelos mestres do tambor onça, o
cantador e seus brincantes que são: as índias, os cazumbás, as burrinhas, os
vaqueiros e o miolo do boi. O boi enfeitado é o principal elemento desta dança,
sua cobertura é ornamentada com diversos adereços constituídos por paetês
e missangas coloridas.
A quadrilha, com raízes tipicamente nordestinas, é uma dança formada
por homens e mulheres em forma de pares, sendo um desses pares o casal de
noivos. Vestidos a caráter para um casamento caipora, comandam a comissão
de frente da quadrilha durante as apresentações.
Devido a influência do norte e do sul do país, outras danças como
dança indígena, dança do boiadeiro e a dança portuguesa também constituem
os grupos que se apresentam no período junino em nosso município.
2.2.3 Tambor de crioula
O tambor de crioula é um movimento artístico com fortes características
africanas trazidas pelos negros oriundos da África que chegaram aqui no
período colonial. Esta dança de expressão afro-brasileira envolve o canto, a
dança das coreiras e percussão de tambores podendo ser realizada ao ar livre,
terreiros, praças ou associados em outros eventos tradicionais. Em
Bacurituba o movimento é bem antigo, sendo o Tambor de Ana Rosa, o Tambor
de Joel alguns dos mais antigos grupos. Segundo o IPHAN (Instituto do
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
20
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o tambor de crioula é praticado
livremente, seja como divertimento ou em devoção ao santo católico São
Benedito, no entanto, este movimento não possui local definido, nem época
fixa de apresentação, embora se observe uma maior ocorrência durante o
Carnaval e nos Festejos Juninos.
2.2.4 Artesanato
CESTAS DE TUCUM
A arte bacuritubense é dotada de muitas pessoas talentosas. Por muito
tempo houve a produção de rede de fios tecidas a mão por mulheres que
batiam em duplas usando ferramentas bem manuais para a realização desse
trabalho. Além da rede a produção de rendas também teve o seu momento de
importância uma vez que a produção de rendas era diretamente associada a
produção de redes.
Devido a influência indígena é possível encontrar pessoas que
confeccionam o cofo, o abano e a mensaba, estes são instrumentos feitos com
a folha da palmeira de babaçu.
Na arte destaca-se o Colozinho, filho de Coló Mendonça, é um produtor
de miniaturas de barcos feito com pedaços de madeira.
2.2.5 Música
A música bacuritubense tem um rica história. Os bailes de
antigamente eram realizados com grupos de sopro e percussões devido. Alguns
músicos que marcaram a história, merecem destaque os seguintes: Sebastião
Serrão Ewerton, Coló Mendonça (saxofone), Sanfoneiro (sanfona), Urbano
(percussionista), Simão (banjo), Anacleto, Pierre (pandeiro), José Braulios
(trompetista), etc.
Atualmente já existem muitos jovens músicos que tem se destacado em
grupos musicais nas igrejas, e outros que participam de bandas em geral.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
21
2.2.6 Educação
A educação em Bacurituba, após passar por inúmeras dificuldades no
passado, vem crescendo e desenvolvendo-se a cada dia, atualmente (ano de
2018) conta com educadores com formação de nível superior capacitados para
o exercício da função. Também já existe o curso de nível médio que outrora
não era disponibilizado aos estudantes, que eram obrigados a migrarem para
outros municípios em busca da formação escolar média.
Atualmente muitos professores são formados em grandes
Universidades como UEMA, UFMA e outras. Professores com especialidades e
até mestres, prontos para o exercício do magistério de forma coerente com o
ato de fazer educação
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
22
3 GEOGRÁFIA DO MUNICIPIO
2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
O município de Bacurituba está localizado na região nordeste no
Estado do Maranhão precisamente na Mesorregião Norte Maranhense e está
inserido na Microrregião Litoral Ocidental Maranhense. Suas coordenadas
geográficas perfazem uma latitude de 2°50’ E, e uma longitude de 44°45’ O.
Sua população segundo o último censo do IBGE é estimada no ano 2013 em
5.440 habitantes com área de unidade territorial de 674,512km². Densidade
demográfica de 7,85 hab/km². A seguir temos a ilustração da Mesorregião
Litoral Ocidental Maranhense a qual pertence o município de Bacurituba e a
sua Unidade territorial.
Figura 5 - Mesorregião Litoral Ocidental Maranhense.
Fonte: IBGE (2001); NUGEO (2011)
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
23
Figura 6 - Unidade territorial do município de Bacurituba/MA.
Fonte: IBGE
O município de Bacurituba limita-se ao Norte com os municípios de
Alcântara e Bequimão, ao Sul com os municípios de Cajapió e São Vicente
Ferrer, a Leste com o município de São Luís e a Oeste com os municípios de
Peri Mirim e São Bento. É banhado pela Baía de São Marcos. A seguir temos
o cartograma do município de Bacurituba em cor marrom onde mostra ao leste
a Baía de São Marcos.
Fonte: Google Maps, 2013
Figura 7 - Cartograma do município de Bacurituba
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
24
Abaixo temos uma visualização do mapa geral do estado do Maranhão e suas meso e
microrregiões.
Figura 8 - Divisão política do Estado do Maranho.
Fonte: IBGE (2001); NUGEO (2011).
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
25
2.2 VEGETAÇÃO
A vegetação da paisagem bacuritubense caracteriza-se pelos chamados
campos naturais, grandes campos alagados que enchem nos meses que
correspondem ao inverno e secam nos meses que correspondem ao chamado
verão. E ainda por apresentar uma vasta área litorânea com praias e
manguezais além de florestas de babaçuais. Encontram-se matas de galeria e
remanescentes de floresta amazônica.
Os campos naturais são caracterizados como:
• Campos de Teso: são as partes altas dos campos que não inundam. Na
época das chuvas, entre dezembro e junho, os campos baixos ficam
alagados restando “ilhas” de terra firme e uma área de campos em terreno
um pouco elevado, o “teso”. Esta área é predominantemente rural,
basicamente ocupada por atividades agrícolas, pesqueira e exploração
mineral de barro para produção de tijolos;
• Campos inundáveis: são terras baixas, planas, inundáveis, caracterizadas
por campos, matas de galeria, manguezais e bacias lacustres. Possuem
solos argilosos pouco consolidados com grande capacidade de retenção de
água, nos estuários, os manguezais ocorrem penetrando os igarapés, por
entre os campos, até onde existe influência das marés.
Figura 9 - Campo alagado de Bacurituba
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
26
A região do litoral bacuritubense é formada por manguezais e
constituída por praias bastante argilosas. Existem duas praias muito
frequentadas pela população são elas: a Praia do Cajual e a Praia da Beira da
Costa. Esta segunda, por esta ligada à sede bacuritubense por uma estrada
de terra mais acessível, é a mais frequentada, enquanto que a primeira, no
período chuvoso, só é possível frequentá-la através de embarcações.
2.3 HIDROGRAFIA
As bacias hidrográficas são subdivididas em sub-bacias e microbacias.
Elas constituem divisões das águas, feitas pela natureza, sendo o relevo
responsável pela divisão territorial de cada bacia, que é formada por um rio
principal e seus afluentes.
O município de Bacurituba está assentado sobre as bacias
hidrográficas dos rios Uru-Pericumã-Aurá e é drenado pelo rio Aurá, que
deságua no oceano Atlântico. Essas bacias reúnem rios de trajetos curtos com
características amazônicas.
A hidrografia apresenta direção NE/SO e drena uma região
relativamente plana. Os rios maranhenses procedentes das chapadas
apresentam características distintas dos demais rios nordestinos pelo seu
caráter perene. Esses rios, entre os quais o Rio Bacurituba e o Rio Aurá, tem
seus mananciais em zonas de pluviosidade que variam entre 2250mm a
2000mm anuais. São rios que apresentam alguns trechos navegáveis mesmo
no período de vazante.
Estes rios são elementos decisivos no emaranhado paisagístico, onde
se destacam a presença de vales caudalosos dos rios em seus baixos cursos,
que em plano altimétrico baixo, e se apresentam mais volumosos e dispostos
em planícies de inundação mais expansivas. Assim mostra FRANCO (2012):
Os rios emissários (temporários e perenes) entrelaçam os lagos em
diferentes períodos sazonais, enquanto que os igarapés e nascentes
formam microbacias que desempenham importantes pulsos de
inundação que completarão os ciclos das cheias anuais. Os lagos em
suas especificidades regionais (lagoas, lagunas, poções) experimentam
um curioso dinamismo superficial diante das constantes mudanças de
volume de água. Outros ambientes característicos de zonas úmidas
como enseadas, estuários, rias afogadas, pântanos, charcos, igapós,
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
27
manguezais e apicuns, são elementos pontuais na fisiologia das
paisagens dessa região maranhense, por vezes funcionando como
componente estrutural dos lagos ou como subsistema interativo.
(Franco, 2012, p.12)
O rio mais importante para o município é o Rio Bacurituba que deságua
na Baía de São Marcos e exerce papel fundamental na economia da região ao
suprir o comércio do pescado na localidade. Do rio são retiradas grandes
quantidades de peixes e mariscos o ano inteiro. Dentre os mais comuns no
comércio estão: pescadas, bagres, meros, cações, tainhas, uritingas,
camurins, perapemas, etc., e os mariscos que são representados por sururus,
camarões, siris e caranguejos.
Além do rio Aurá, drena a área do município o rio Bacurituba e os
igarapés: do Machado, do Furo e Guajuruba.
Segundo o estudo do CPRM, o município de Bacurituba apresenta um
domínio hidrogeológico: do aquífero poroso ou intergranular, relacionado aos
sedimentos consolidados da formação Itapecuru; e dos sedimentos
inconsolidados dos Depósitos de Pântanos e Mangues; dos Depósitos
FlúvioMarinhos; e dos Depósitos Aluvionares.
O aquífero Itapecuru, ocorre como aquífero livre ou semiconfinado na
área do município. Por ser formado litologicamente por arenitos finos a muito
finos, predominantemente argilosos, com intercalações de siltitos e argilitos,
pode ser classificado como de potencial hidrogeológico de fraco a médio, com
vazões variando entre 5,0 a 12,0 m³/h, podendo, em alguns casos, atingir mais
de 40,0m³/h.
2.4 CLIMA
O clima no município de Bacurituba assim como em toda microrregião
maranhense na qual ele pertence é do tipo úmido, com moderada deficiência
de água no inverno, entre os meses de junho a setembro, podendo chegar até
a meados de dezembro a janeiro, megatérmico, ou seja, temperatura média
mensal sempre superior a 18° C, sendo que a soma da evapotranspiração
potencial nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48% em relação à
evapotranspiração potencial anual. Com relação à temperatura, o município
está localizado em uma área do Estado do Maranhão que apresenta médias
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
28
térmicas anuais superiores a 18°C, devido a estar localizado na região
Equatorial onde a temperatura do ar é normalmente elevada e uniforme ao
longo do ano. Com relação à sazonalidade, as temperaturas mais elevadas
ocorrem durante o segundo semestre, no qual se encontra na época seca.
Devido à estação chuvosa, no primeiro semestre predominam dias com chuva
e céu parcialmente nublado e aumento da umidade relativa do ar, que
amenizam a sensação térmica.
Em relação as estações do ano, para os moradores, existem apenas
duas estações bem definidas na região Litoral Ocidental Maranhense. O
período chuvoso considerado por seus moradores como inverno, que varia
entre os meses de janeiro a junho, e o verão, período seco que varia entre os
meses de julho e dezembro.
2.5 PLANÍCIE
A extensa planície do norte maranhense corresponde aos terrenos com
amplitudes altimétricas inferiores a 200 m, que penetram para o interior
acompanhando os vales dos rios. As áreas mais expressivas localizam-se nos
vales inferiores de todos os rios que banham terras do Estado do Maranhão.
A planície litorânea é modelada por agentes e processos marinhos e
fluviomarinhos que dão origem às praias, mangues, vasas, pântanos, apicuns,
lagunas e falésias, enquanto na área de fluxo indireto, maré dinâmica,
ocorrem os pântanos e campos inundáveis. Neste ambiente destacam-se o
Litoral Ocidental, o Golfão Maranhense e o Litoral Oriental no qual pertence o
município de Bacurituba.
O litoral corresponde à faixa de terras banhadas periodicamente pela
água do mar, durante os movimentos de fluxo e refluxo, sendo delimitada
pelas linhas de preamar e de baixa-mar. Possui largura variável, dependendo
das características geomorfológicas da região e da amplitude das marés. Nesta
faixa de terras, podem ser identificados os seguintes ecossistemas: apicuns,
falésias, lagunas, manguezais, pântanos salinos e salobros, praias e vasas.
As condições geográficas neste segmento do litoral denunciam alto
grau de vulnerabilidade da paisagem em função da intensa dinâmica
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
29
sedimentar. As atividades humanas não representam fator de desequilíbrio,
exceto nas áreas de influência direta dos povoados por causa do predomínio
do emprego de técnicas ainda rudimentares na pesca e na extração de
recursos como o sururu e madeira de mangue.
A proximidade do Equador e a configuração do relevo favorecem a
amplitude das marés, que alcançam até 7,2 m com média em torno de 6,6 m
(FEITOSA, 1989) e penetram os leitos dos rios causando influências até cerca
de 150 km do litoral.
A região bacuritubense por fazer limite com a Baixada Maranhense
constitui um ambiente rebaixado, de formação sedimentar recente, ponteado
de relevos residuais, formando outeiros e superfícies tabulares cujas bordas
decaem em colinas de declividades variadas. No interior desses ambientes
rebaixados formam-se os tesos, acumulações de sedimentos cujos topos ficam
descobertos das inundações e onde se desenvolvem arbustos com
características de vegetação de terra firme. A formação dos tesos ocorre em
zonas de baixa energia onde se precipitam as partículas de sedimentos. Os
lagos transbordam durante o período chuvoso, interligando-se por um sistema
de canais divagantes que servem como vias de comunicação com a cidade
principalmente de São Bento e os povoados, substituindo parcialmente a
estrada como é no caso do deslocamento da sede bacuritubense para o
Povoado de Tamanduaí. Durante o período seco, este cenário hídrico
transforma-se em grandes extensões de campos ressequidos.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
30
4 FAUNA E FLORA
O município de Bacurituba está inserido numa região do Maranhão
considerada Amazônia Legal que tem sua preservação garantida por Lei de
acordo como código Florestal (Decreto Estadual 11.900 de 11 de junho de
1991), por conter um bioma bastante diversificado. Também faz parte da APA,
Área de Proteção Ambiental que reúne 32 municípios da Mesorregião Norte
Maranhense, designada também como Sítio Ramsar.
4.1 FLORA
A vegetação presente é composta basicamente nos campos alagados
por macrófitas aquáticas. Encontramos a Salvinia sp., a Juncus sp., e a Batis
marítima.
4.2 FAUNA
A fauna é constituída por uma grande diversidade de animais
aquáticos que vivem nas poucas matas existentes, nos manguezais e também
nos campos alagados. Entre aves aquáticas as que merecem destaque são: o
frango-d’água (Gallinula chloropus), a japieçoca (Jacana jaçanã), o marreco
(Dendrocygna Autumnalis) e a garça (Egretta thula).
Figura 10 - Frango d'água ou Jaçanã (Gallinula chloropus).
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
31
Fonte: Wikipédia
O frango-d’água na região bacuritubense é popularmente conhecido
como jaçanã, ele mede aproximadamente 37 cm de comprimento. Apresenta
um escudo facial vermelho, faixas brancas nos flancos, plumagem negra e
patas amarelas. Os imaturos são castanho-escuros com abdome mais claro,
sem o escudo facial vermelho. Alimenta-se de uma grande variedade de
material vegetal, além de pequenos animais aquáticos. Frequenta lagos,
lagoas, canais, pântanos e também lagunas salobras. É uma ave migratória,
deslocando-se para o norte durante o inverno austral. O ninho é uma cesta
coberta construída no chão em vegetação densa. A fêmea deposita entre oito e
doze ovos. Pode haver uma segunda ninhada no ano, composta entre cinco e
oito ovos. A incubação dura aproximadamente três semanas e é realizada por
ambos os pais. Por muito tempo o frango-d’água ou jaçanã fez parte da
culinária local, servindo também como presa fácil pelos caçadores da região.
Atualmente o poder público vem tentando coibir o comércio e a venda desta
ave temendo pelo desaparecimento da espécie na nossa região.
Figura 11 – Japieçoca (Jacana Jacana)
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
32
5 ATIVIDADES ECONÔMICAS
5.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos a
partir do Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
no Estado do Maranhão da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, onde foram
utilizadas as informações disponíveis nos seguintes sites: do IBGE
(www.ibge.gov.br), da Confederação Nacional dos Municípios (CNM)
(www.cnm.org.br) e no Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e
Cartográficos (2010).
O CPRM relata que o município foi elevado à condição de cidade com a
denominação de Bacurituba, pela lei estadual nº 6.196 em 10/11/1994 e
segundo o IBGE (2010), cerca de 26,94% da população reside na zona urbana,
sendo que a incidência de pobreza no município é de 59,27% e o percentual
dos que estão abaixo do nível de pobreza é de 45,57%. Na educação destacam-
se os seguintes níveis escolares presentes em Bacurituba: Educação Infantil
(23,32%); Educação de Jovens e Adultos (3,90%); Ensino Fundamental do 1º
ao 9º ano (60,30%); Ensino Médio do 1º ao 3º ano (12,47%) conforme
informações do IMESC (2010). O analfabetismo atinge mais de 30% da
população da faixa etária acima de sete anos, conforme os dados da CNM
(2000).
No campo da saúde, o CPRM descreve que o município conta com dois
estabelecimentos públicos de atendimento. No censo de 2000, o estado do
Maranhão teve o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e
Bacurituba teve baixos desempenhos, com IDH de 0,569.
A pecuária, a extração vegetal, a lavoura temporária, as transferências
governamentais, o setor empresarial com 12 unidades instaladas e o trabalho
informal são as principais fontes de recursos para o município.
A água consumida na cidade de Bacurituba é distribuída pelo Serviço
Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, autarquia municipal, que atende
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
33
aproximadamente 4.245 pessoas com 923 ligações através de uma central de
abastecimento, (IBGE, 2010). O município possui um sistema de escoamento
superficial para os efluentes domésticos e pluviais que são lançados em lagoas
e a disposição final do lixo urbano não é feita adequadamente em um aterro
sanitário.
De acordo com os dados da CNM (2000), apenas 0,67% dos domicílios
têm seus lixos coletados, enquanto 96,28% lançam seus dejetos diretamente
no solo ou os queimam e 3,06% jogam o lixo em lagos ou outros destinos.
Dessa forma, a disposição final do lixo urbano e do esgotamento sanitário não
atendem as recomendações técnicas necessárias, pois não há tratamento do
chorume, nem dos efluentes domésticos e pluviais, como forma de reduzir a
contaminação dos solos, a poluição dos recursos naturais e a proliferação de
vetores de doenças de veiculação hídrica. Não existe a coleta do lixo dos
estabelecimentos de saúde tendo seu acondicionamento feito de forma
inadequada possibilitando um elevado risco de poluição aos recursos hídricos
subterrâneos.
O fornecimento de energia é feito pela ELETRONORTE através da
CEMAR (2011) pelo Sistema Regional de Miranda que abrange a região Norte,
Centro-Norte e Centro-Oeste maranhense. É composto atualmente por 26
subestações, sendo duas na tensão de 138/69/13,8 KV, 16 na tensão de
69/13,8 KV (15 da CEMAR e uma de um consumidor Especial), uma na tensão
de 69/34,5 KV, seis na tensão de 34,5/13,8 KV e uma na tensão 230/69 KV.
Segundo o IMESC (2010) existem 1.035 ligações de energia elétrica no
município de Bacurituba.
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
34
Gráficos de despesas e receitas orçamentárias:
Fonte: IBGE (2013)
Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva
35
BIBLIOGRAFIA
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Wikipédia, a enciclopédia livre.
AQUINO, Paula. HISTÓRIA DO MARANHÃO
OLIVEIRA, Zezinho. De São Bento Velho à Bacurituba. 2010.
MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico-Geográfico da Província
do Maranhão.1870.
PORTAL DO IPHAN. <<Disponível em http://portal.iphan.gov.br.>> Acesso em
06 de fevereiro de 2018.
São Bento nossa História nossa Terra.

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A origem de bacurituba

  • 1.
  • 2. SILVA, Cid Ulysses. Bacurituba Aspectos da nossa Terra/ Cid Ulysses Silva – Bacurituba, MA: SEDUC 2021. 1.Bacurituba 2.Aspectos Históricos e ambientais 3.Emancipação CDD: XXX
  • 3. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 3 Cid Ulysses Silva Licenciado em Ciências e Habilitado em Física pela Universidade Estadual do Maranhão- UEMA. Pós-graduado em Ensino da Física pela Faculdade FAPAF/TO. Atua como professor da Educação Básica na rede pública municipal de Bacurituba/MA desde 2007, tendo participação ativa em diversos projetos educacionais no âmbito escolar.
  • 4. SUMÁRIO 1 ASPECTOS HISTÓRICOS..................................................................6 1.1 A ORIGEM DE BACURITUBA...................................................... 6 1.2 ECONOMIA DA ÉPOCA............................................................. 11 1.3 FORMAÇÃO ADMISTRATIVA DO MUNICÍPIO............................ 13 1.4 A EMANCIPAÇÃO DE BACURITUBA .............................................. 13 2 RELIGIÃO E CULTURA................................................................... 17 2.1 MOVIMENTOS RELIGIOSOS NO MUNICÍPIO................................. 17 2.2 MOVIMENTOS CULTURAIS ........................................................... 18 3 ASPECTOS GEOGRÁFICOS ............................................................ 22 2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA........................................................ 22 2.2 VEGETAÇÃO ................................................................................. 25 2.3 HIDROGRAFIA .............................................................................. 26 2.4 CLIMA ........................................................................................... 27 2.5 PLANÍCIE ...................................................................................... 28 4 ASPECTOS BIÓTICOS .................................................................... 30 4.1 FLORA........................................................................................... 30 4.2 FAUNA .......................................................................................... 30 5 ATIVIDADES ECONÔMICAS ........................................................... 32 BIBLIOGRAFIA.................................................................................. 35
  • 5. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 5 APRESENTAÇÃO Quando nos deparamos com tamanha beleza resplandecendo à luz do nascer do Sol ao amanhecer, ficamos boquiabertos ao vislumbrar aquilo que Deus fez com suas próprias mãos: os Campos Bacuritubenses. Discorrer sobre os célebres acontecimentos que repercutiram em nossa maravilhosa cidade e descrever as nossas raízes históricas, geográficas e até mesmo econômicas é de fato muito gratificante, certo de que posso compartilhar com professores, alunos, ou até mesmo leigos que o nosso município também possui uma rica historicidade. No entanto, estas poucas linhas que foram gravadas neste livro é apenas um esboço do que ainda está por vir, se perscrutarmos ainda mais a nossa raiz maternal de nossa bela cidade de Bacurituba que cresce e se desenvolve à medida que seu o povo luta e conquista seu espaço nas diversas áreas da sociedade. Contudo, este conhecimento não está limitado somente ao pesquisador, mas também aos trabalhadores que fazem parte de um conjunto de fatos, quer seja um pescador, que experimenta cada segundo de sua lida nos campos alagados, utilizando-se do senso comum para realizar sua árdua tarefa de pescar com tamanha perfeição, quer seja a dona de casa que luta para que os filhos tenham a educação de cada dia ou o educador sistemático que exerce a tarefa de professar o conhecimento. O Autor.
  • 6. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 6 1 ASPECTOS HISTÓRICOS 1.1 A ORIGEM DE BACURITUBA Segundo a mais forte tradição popular de Nossa Terra o nome Bacurituba tem sua origem em duas palavras indígenas, bacuri: fruta e tyba: grande quantidade. As duas palavras unidas significam grande quantidade de bacuris. A palavra tuba que é de origem indígena, também é utilizado para designar um instrumento musical muito utilizado nas orquestras sinfônicas e que também era um tipo de instrumento dos índios, os quais segundo alguns registros históricos, foram os primeiros habitantes dessa localidade. Já as árvores de bacurizeiros eram muito comuns na região na época aintiga, principalmente na área onde fica localizado atualmente o povoado Jacaré. Devido grande quantidade de árvores de bacuri, o nome Bacurituba foi dado ao nosso lugar. Outra versão além da tradição popular, afirmada pelo historiador César Augusto Marques (1870), mostra que Bacurituba surgiu como um pequeno lugar conhecido primeiramente como o São Bento Velho constituído por apenas cinquenta casas e situado a mais ou menos duas léguas (9 km) da cidade de São Bento dos Perizes (atual município de São Bento), o qual se achava separado pelos campos alagados. Relatos ainda informam que o primeiro homem branco a pisar nestas terras foi o português de nome João Alves Pinheiro, considerado o primeiro povoador da região de São Bento dos Perizes. Sobre João Alves Pinheiro observamos o seguinte relato extraído do livro São Bento Nossa História e Nossa Gente de 1995: “João Alves Pinheiro, provavelmente português, mas tarde naturalizado brasileiro com o nome de João Pinheiro Canaçu é considerado o fundador de São Bento. Sob sua procedência há divergência, sendo mais aceitável a corrente que o considera oriundo de Portugal, chegando em Alcântara e, provavelmente, tomando conhecimento das vantagens que lhe adviriam dos vastíssimos e excelentes campos sambentoenses, resolveu fixar sua residência na Península em que se acha a populosa e decantada Suíça
  • 7. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 7 Maranhense – São Bento. Assim construiu-se a primeira casa, ou melhor, uma confortável fazenda de gado.” Segundo o Prof. ZEZINHO OLIVEIRA (2012) no ano de 1757 foi construído uma capela regida pelo padre Jorge Ayres de Santiago. Onde três monges da congregação dos Beneditinos, de passagem pela região da baixada e litoral ocidental maranhense, levando a palavra de Deus, chegaram ao arraial de Bacurituba. No local encontraram uma capela com paredes de barro e coberta com palha de babaçu, nesta capela havia um oratório com a imagem do São Bento. Os monges ficaram encantados com o que viram e resolveram construir uma igreja no local. Em Bacurituba na década de 90, foram encontrados vestígios de objetos antigos em escavações de poços como uma antiga bilha que era um objeto característico dos tempos dos escravos ou quilombolas para carregar água, o que comprova a presença de escravos ou descendentes dos mesmos nesta região em épocas antigas. Provavelmente os negros que se refugiavam nos quilombos tiveram participação significativa no povoamento desta cidade. Um fato importante é que tem-se registrado no livro de César Augusto Marques (1870), um número de 2.600 escravos habitando a região de São Bento dos Perizes, nas proximidades de São Bento Velho de Bacurituba no ano de 1870. Esta informação reforça a ideia de que os negros vindos da África em navios ancorados nos portos maranhenses em especial na cidade de Alcântara, conseguiram fazer este percurso até chegarem nessa região. Atualmente a cidade de Bacurituba tem vários povoados reconhecidos legalmente por lei federal como áreas quilombolas. Em especial podemos citar os povoados Serejo, Santa Maria, São Cristóvão e Tucum. O historiador César Augusto Marques no seu livro Dicionário Histórico Geográfico da Província do Maranhão, datado de 1870, relata que antigamente em meados do século XIX, os lugarejos com poucos moradores eram conhecidos como arraiais, e posteriormente, por haver um significativo aumento da população, recebiam o título de freguesias da província maranhense. O lugar onde hoje está localizado o município de Bacurituba a princípio era em tempos antigos um arraial com poucos moradores, a freguesia era chamada de São Bento de Bacurituba e o seu vizinho município de São Bento era conhecido como São Bento dos Perizes. O objetivo das criações
  • 8. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 8 dessas freguesias era para evitar contestações e também melhorar o serviço da igreja católica na época. O escritor César Marques também descreve que São Bento de Bacurituba foi criada pela lei provincial de número 843 de 10 de julho de 1868, instituída canonicamente por sentença episcopal de 28 de agosto. Já a sua paróquia foi inaugurada e aberta em setembro deste mesmo ano. O seu próprio pároco, foi encomendado e, provisionado em 1º de setembro, e tomou posse apenas no dia 27 deste mesmo mês de 1868. Por volta de 1870 na chamada vila de São Bento de Bacurituba haviam apenas 30 casas, e uma igreja, edificada já a algum tempo, a cerca de 80 anos, pelos criadores de gado que aqui habitavam. O primeiro padre jesuíta a andar por essas terras e pregar por várias vezes os ensinos do catolicismo romano nesta região, foi o padre Gabriel Malagrida. No ano de 1856, há relatos de que o Dr. juiz de direito Manoel Jansen Ferreira empregou todas as diligências para descobrir o tempo da edificação da igreja católica de São Bento Velho, os seus fundadores, e os títulos do patrimônio feito à dita igreja para classificá-la de capela ou ermida, visto que em direito as prerrogativas do juiz diferiam na administração de uma ou outra. Assim, ele descobriu que em 1795 houve uma questão que surgiu entre os moradores de Inambu (localidade que ficava 4 léguas ao norte de São Bento dos Perizes) e os de São Bento Velho. A questão era a seguinte: os moradores de Inambu que eram representados pelo capitão Lino Antônio Pestana, Manoel Soares Pereira, Christovão da Costa e Francisco Pinheiro, exigiam a mudança da Igreja para a sua localidade e os moradores do arraial de São Bento Velho (Bacurituba) por não aceitarem tal exigência, apoiavam a permanência da Igreja no lugar de origem, e eram representados por Antônio de Barros, Manoel Alexandre Seco, José da Costa, Izabel de Barros, Antônio Alexandre, Maria Xavier Ferreira, João Muniz, Francisco de Barros, Luiz Campos, Felix de Padilha e outros. Após muitas alegações de ambas as partes contendoras, depois de informações do vigário de Alcântara padre Jorge Ayres de São Tiago, e ainda, depois de sentenças, embargos, etc., o governador do bispado Dr. João de Bastos de Oliveira mandou por sentença de 21 de julho de 1798, que a capela continuasse no lugar de São Bento Velho, em que estava, com obrigação de a terem, se não houvesse mais nenhum desentendimento entre as partes.
  • 9. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 9 Do mesmo traslado e das diligências do Dr. Manoel Jansen Ferreira, vê- se que a capela, na época classificada por ermida, teve um bom patrimônio de gado. A princípio teve um capelão que distribuía os ensinos do catolicismo aos seus habitantes, um deles foi o padre Jorge Ayres de São Tiago, citado anteriormente. No entanto, as más administrações reduziram o patrimônio da capela, e deixaram de remunerar o capelão. Naquela época havia uma festa ao Orago e mais duas outras santas da igreja católica, segundo a tradição da igreja. Estas festas eram seguidas de missa cantada e nelas haviam muitos expectadores. Devido esta busca, o Dr. Manoel Jansen Ferreira também descobriu que o principal motivo de haverem construído esta capela no meio do arraial, foi a grande quantidade de serpentes que se encontrava nos campos principalmente as cascavéis e pintas (ou jararacas), ambas cobras muitos perigosas devido seu alto teor de veneno encontrado em seu organismo. Dessa forma o povo acreditava que a evocação do santo católico São Bento traria alguma solução para o problema do grande número de cobras na região. Já a explicação para o título, São Bento Velho ao antigo arraial, se refere em razão do lugarejo ser considerado pela tradição popular inclusive pelos moradores de São Bento dos Perizes (ou São Bento Novo), o primeiro lugar a ser habitado e também por ser um arraial muito mais antigo do que a cidade de São Bento dos Perizes. Sobre este dito popular não existe nenhum documento que comprove tal afirmação. Já o nome de santo é em homenagem a uma imagem que segundo o tradição popular, fora encontrada em um tapecuim, e que foi intitulado por nome de São Bento. Por esse motivo, segundo a tradição católica, acabou tornando-se o padroeiro das duas cidades. Em seguida a imagem foi levada para São Bento dos Perizes pelos padres da ordem piamartina. No lugar onde se encontrava uma simples capela no arraial de São Bento de Bacurituba foi construído a primeira igreja católica de frente para os campos no ano de 1854 e foi inaugurada no dia 11 de novembro do mesmo ano. Esta igreja ficava de frente para os altos morros ao norte e possuía em sua estrutura três naves. O centro era reservado para a celebração da ceia. A do lado esquerdo era reservada aos batismos, consagrações e crisma, a do lado direito era reservada somente a casamentos que aconteciam esporadicamente. No dia 12 de agosto de 1868, o arcebispo da província de São Luís do
  • 10. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 10 Maranhão, Dom Luís da Conceição Saraiva criou a paróquia de São Bento de Bacurituba, desmembrando-a da paróquia de Alcântara. A igreja católica foi erguida com a invocação do santo católico São Bento que segundo a crença, ajudaria na diminuição da multidão de espécies de cobras cascavéis, animal muito perigoso e comum na região de campos alagados no período da estiagem. Atualmente ainda existem muitos adeptos e religiosos que festejam em homenagem ao santo católica. Este também é um dos festejos mais antigos da cidade de Bacurituba. Figura 1 - Igreja Católica Matriz de Bacurituba (em 2013). A Vila de São Bento Velho ou São Bento de Bacurituba cresceu devido a migração de pessoas vindas de outras regiões que ao chegarem neste lugar se encantavam com os campos favoráveis para a pesca e criação de animais, além de uma vegetação rica em babaçuais, carnaubeiras, entre outras, e uma imensidão de matas ainda intactas. Assim como em todo Brasil nossa origem vem de negros, portugueses e índios, que provavelmente habitaram essa região em épocas antigas. Vestígios de uma população indígena ancestral foram encontrados pelo morador Antônio Teixeira Barros no povoado Tucum. Entre os objetos encontrados
  • 11. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 11 enterrados em seu quintal existem pedras polidas e machadinhas que foram identificadas como objetos de origem indígena, 1.2 ECONOMIA DA ÉPOCA Os primeiros habitantes de Bacurituba viviam exclusivamente da pesca artesanal, da caça, da lavoura e da criação de animais (bovinos, suínos e caprinos), outra fonte de economia que também durou um longo período principalmente já na década de 1970 foi a produção de tijolos artesanais. Havia na vila de Bacurituba uma grande produção de tijolos e esta produção era exportada através de barcos à vela para a capital São Luís, e a viagem durava geralmente três dias. Nesta época o porto do Baltazar que atualmente está localizado no povoado Tucum, era um local propício para o escoamento de tijolos e grande parte da produção de animais (patos, galinhas, suínos, ovinos e caprinos) que eram vendidos na capital. Há relatos de que também havia um porto mais próximo que ficava na própria sede da vila, onde hoje é localizado a residência do senhor de Ivo. Mas devido ao corte em grande escala dos manguezais nos igarapés que circundavam a vila de Bacurituba, houve um assoreamento dos canais que ligavam esta passagem até o rio Bacurituba, isto acabou causando o entupimento das vias de navegação marítima para os barcos. Ainda hoje é possível ver as marcas dessa época no porto Baltazar, pois restos de tijolos ainda são observados durante a maré baixa. Alguns dos grandes navegadores da época e donos de barcos foram os senhores Bageba, Bertholdo Oliveira, João Preto do Carmo e Gatinho. A produção de açúcar e cachaça também era comum em algumas localidades em especial no povoado Furo da Mangueira. Wilson Oliveira era um dos grandes produtores de açúcar e dono de engenho. Dessa forma o comércio se fortalecia e apesar das dificuldades. Os pagamentos da mercadoria comprada por parte dos mais pobres, segundo relata a senhora Maria Antônia Silva, moradora da cidade, eram muitos das vezes efetuados em forma de favor como lavagem de roupas por parte das mulheres e o trabalho na roça por parte dos homens. Os maiores comerciantes da época foram Bertholdo Oliveira que residia no povoado Furo da Mangueira e Antônio de Maneco que residia na sede da
  • 12. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 12 vila. Estes dois vendiam além de alimentos comuns como arroz, café, feijão e farinha de mandioca, outras especiarias como tecidos, confecções, objetos de armarinho com produtos no atacado e varejo. Outros comerciantes também tiveram fator significativo no desenvolvimento da economia da época. Na zona rural temos: José Garçom (Povoado Santa Maria), José de Mário (Povoado Jacaré) e na zona urbana: Coló Mendonça, Antero, Caboco Velho e José Costa. A pesca na vila era caracterizada por campos fartos de toda a espécie de peixes, como traíras, pirapemas, tilápias, jijus, piabas e acarás. Como não havia redes mais sofisticadas a pesca era feita com uso de objetos artesanais e de origem indígenas como o choque ou socó, caniços, currais, tarrafas tecidas com fio, além de espinheis e o cofo (objeto feito com palha de palmeira babaçu, a pindoba). O cofo era o principal aliado do pescador que o utilizava na cintura amarrado com uma corda ou envira de bananeira. A caça também era uma forma de sustento para os moradores da época e tinha como principais instrumentos um cacete de madeira e um cão bem treinado para pegar as jaçanãs, pirulicos, marrecos e japiaçocas. Na pecuária eram comuns os chamados retireiros, estes eram homens e mulheres moravam em casas de palha e pau-a-pique com assoalhos dentro dos campos alagados na parte mais alta (os tesos). Eles criavam principalmente animais como: porcos, patos e paturis. Era o que determinava grande parte de sua sobrevivência, além da caça e da pesca. Estes animais eram vendidos na própria vila e também eram exportados para a cidade São Luís, capital do estado do Maranhão também em viagens de barco a vela. Como em qualquer região carente, na vila de São Bento Velho de Bacurituba, as dificuldades de sobrevivência eram imensas. Logo, prevalecia a agricultura de subsistência, onde eram produzidas as farinhas amarela (farinha da água) e branca (farinha seca), derivadas da mandioca. Relatos de moradores antigos detalham que para se alimentar, em algumas situações era preciso comer banana verde cozida com peixe seco para matar a fome, ou enganar os filhos recém nascidos com um pedaço de palha seca de babaçu na colher de angu, tirado da coberta da casa. Situações como essa eram muito comuns na vila nessa época.
  • 13. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 13 1.3 FORMAÇÃO ADMISTRATIVA DO MUNICÍPIO Por muito tempo a vila de Bacurituba pertenceu ao município de Cajapió, o que dificultava a conquista de certos benefícios para a vila. O lugarejo chamado Cajapió era uma antiga aldeia de índios segundo relata o historiador Cesar Augusto Marques (1870). Segundo informa-nos o IBGE – Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística do Maranhão, em 10 de julho de 1868 foi criado o distrito com a denominação de Bacurituba, pela lei provincial, nº 843, subordinado ao município de Cajapió. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Bacurituba figura pertencendo ao município de Cajapió. Já, pelo decreto estadual nº 241, de 09 de janeiro de 1932, é extinto o município de Cajapió, sendo Bacurituba perdendo à categoria de distrito. Logo após, em 19 de junho de 1935, pelo decreto nº 855, é recriado o município de Cajapió, passando Bacurituba a pertencer novamente ao município de Cajapió como vila ou povoado. Em divisão territorial datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, o distrito de Bacurituba figura pertencendo ao município de Cajapió. E também no quadro fixado para vigorar no período de 1944 a 1948. Em divisão territorial datada de 01 de julho de 1960, o distrito de Bacurituba permanece ainda no município de Cajapió. A vila foi elevada à categoria de município com a denominação de Bacurituba, pela lei estadual de nº 6.196, de 10 de novembro de 1994, desmembrado de Cajapió. Sede no antigo distrito de Bacurituba. Constituído do distrito sede. Foi instalado em 01 de outubro de 1997. Em divisão territorial datada de 15 de julho de 1999, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005 (Fonte: IBGE – 2013). 1.4 A EMANCIPAÇÃO DE BACURITUBA Alguns fatores foram considerados significantes para que ocorresse a emancipação do município de Bacurituba. Segundo BREMAEKER (1993), as principais alegações para a emancipação de vários municípios no Brasil foram:
  • 14. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 14 descaso por parte da administração do município de origem; existência de forte atividade econômica local; grande extensão territorial do município de origem; e aumento da população local. Neste caso, para Bacurituba as duas últimas tiveram grande influência no processo de emancipação do município. Em resumo, a criação do município de Bacurituba ocorreu devido a necessidade do Estado do Maranhão em atender e mudar a distribuição de renda do próprio estado. Dessa forma, no início dos anos 90, foi fomentado dentro da Assembleia Legislativa o desenvolvimento de alguns povoados no estado do Maranhão, e esta criação aconteceu através de uma consulta popular, o chamado Plebiscito. A partir de então iniciou-se na vila de Bacurituba uma campanha de esclarecimento à população sobre o que realmente significava o Plebiscito. O Plebiscito é uma campanha sem candidato, mas ainda assim, existiam pessoas que eram contra, e ficaram com receio de que a emancipação acontecesse, pois acreditavam que isso não seria bom para o distrito de Bacurituba. Outros temiam ser prejudicados politicamente. Em Bacurituba criaram-se dois grupos: de um lado estava o grupo do sim lutando para não deixar o povo iludido, e do outro o grupo do não, que preferiam viver em um povoado totalmente dependente de Cajapió, mesmo com todas as dificuldades encontradas, principalmente na distância do distrito de Bacurituba para a sede municipal em Cajapió que é cerca de 28km de distância. No entanto, a data do Plebiscito já havia sido marcada, e no dia 19 de junho de 1994 exatamente a partir das oito horas da manhã, começaria o dia mais esperado pela grande parte da população da velha vila de Bacurituba. O povo percebeu a importância do ato, e muitos não mediram esforços para contribuir em favor da independência do distrito. O dia chegou e as pessoas começaram a se deslocar para os locais de votação. O povo parecia estar preparado para aquela ocasião, mas ainda assim, alguns estavam confusos e meio que indecisos não sabiam se votam no sim ou no não. Toda votação ocorreu de forma calma, deixando os mais interessados apreensivos e nervosos. Não havia partido de direita nem de esquerda nessa eleição, por isso, começou uma luta pelos interesses da vila de Bacurituba, alguns mais interessados buscavam as pessoas em suas casas persuadindo- as para votar e tornando-se quase uma obrigação. Depois do ocorrido, às
  • 15. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 15 dezesseis horas, após uma pesquisa nas urnas, descobriram que em todas as urnas consultadas, os votos depositados ainda não tinham atingidos os 51% do esperado e, desses, muitos não tinham certeza se os votos eram favoráveis ou não. Parecia que o sonho de liberdade havia se tornado um pesadelo, e que estavam em um filme de fim trágico. Finalmente às vinte e duas horas terminou-se a contagem de votos. Chega finalmente o momento mais esperado por todos. A vitória chegou. Todos cantavam, se alegravam e dançavam ao som de uma radiola. Foguetes enchiam o céu de Bacurituba ao som da liberdade e esta festa durou a noite toda. Bacurituba desligava-se do seu município mãe: Cajapió, para ser de uma vez por todas independente. E um dos principais fatores que favoreceram foi a distância rodoviária, cerca de 28 km da sua sede. Somente foi confirmada esta decisão de consulta do Plebiscito através do Decreto lei n.º 6.196 de 10 de novembro de 1994. Nesta data é comemorado o dia do Aniversário de Bacurituba sendo feriado municipal. 1.4 A POLÍTICA BACURITUBENSE Após tornar-se município em 10 de novembro de 1994, Bacurituba começou a ter eleições locais para vereadores e prefeito. Assim, o primeiro prefeito de Bacurituba a ser eleito foi Sebastião Prado Costa. Também conhecido como Sibá, filho de um grande comerciante de Bacurituba, José Costa, ele se elegeu em dois anos consecutivos, exercendo dois mandatos como prefeito. Em seguida José Sisto Ribeiro, foi eleito o segundo prefeito em Bacurituba, exercendo apenas um mandato, pois ao término de quatro anos, perdeu a eleição para a senhora Filomena Barros, conhecida como Filuca de Sibá e esposa do primeiro prefeito da cidade. Esta foi a terceira pessoa a eleger-se e a única mulher que exerceu o cargo de prefeita do município. Já em 2012, o senhor José Sisto Ribeiro tornou-se mais uma vez prefeito da cidade, e em 2016 foi reeleito novamente.
  • 16. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 16 Figura 2 - Sebastião Costa (Sibá). Foi eleito o primeiro prefeito de Bacurituba. Figura 3 - José Sisto Ribeiro. Eleito o segundo prefeito de Bacurituba
  • 17. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 17 Figura 4 - Filomena Barros (Filuca de Sibá). Na Câmara Legislativa, são eleitos atualmente 9 vereadores para um mandato de 4 anos. 2 RELIGIÃO E CULTURA 2.1 MOVIMENTOS RELIGIOSOS NO MUNICÍPIO 2.1.1 Catolicismo No município de Bacurituba a maioria da população é adepta do catolicismo cerca de 95% dos habitantes se autodeclaram católicos e apenas 5% evangélicos. O catolicismo existe desde o período da criação da vila de São Bento Velho de Bacurituba devido à forte influência dos jesuítas portugueses que ingressaram em terras maranhenses no período colonial. A paróquia de São Bento existente no município tem cerca de 149 anos de criação. 2.1.2 Protestantismo O advento da igreja evangélica em Bacurituba é bem recente com apenas 28 anos de história. Atualmente existem quatro denominações evangélicas que atuam ativamente no município. São elas: a Primeira Igreja
  • 18. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 18 Batista, a Igreja Metodista, a Congregação Cristã do Brasil e a Assembleia de Deus Missão. A Assembleia de Deus é a igreja evangélica que reúne o maior número de congregados e simpatizantes, e também a denominação evangélica com atuação mais antiga no município com cerca de 30 anos de existência. Já os pioneiros da religião protestante no município foram Moisés Marcelo Sá e Francisco Barros, que se converteram ao movimento religioso e passaram a desempenhar um forte papel missionário pelas terras de Bacurituba levando as “boas novas” do Evangelho de casa em casa aos moradores. Os evangélicos, como são conhecidos atualmente, tem desempenhado um papel fundamental e importante para a sociedade bacuritubense como a realização de ações voluntárias na área social para atendimento de pessoas carentes. E ainda na realização de eventos de impacto regional. Dentre eles podemos citar o Bacurituba para Cristo, um projeto missionário criado pela igreja Assembleia de Deus em Bacurituba que foi idealizado em 2016 pelo pastor Edivaldo da Conceição e por sua esposa, a Missionária Ivaneide da Conceição. Este evento atraiu no de ano 2017, em sua segunda edição, mais de 6 mil expectadores entre evangélicos e não evangélicos. 2.1.3 Outros movimentos religiosos Além do catolicismo e do protestantismo, outros movimentos religiosos são encontrados no município de Bacurituba como as consultas espirituais oriundos da umbanda com fortes laços com a cultura afro. O Tambor de mina e o Tambor de crioula também são movimentos utilizados para reverenciar entidades espirituais durante os seus cerimoniais, aos santos e orixás (caboclos). 2.2 MOVIMENTOS CULTURAIS A cultura é a marca registrada que determina a identidade de um povo. Sem ela não existiria nenhuma história. No município bacuritubense há uma grande variedade de movimentos culturais e esses movimentos tem fortes raízes africanas, indígenas e portuguesas, assim como em todo o país.
  • 19. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 19 2.2.1 Carnaval Evento festivo que foi trazido pelos europeus portugueses ao Brasil. É maior festa popular do país e do município, diversos blocos tradicionais desfilam suas fantasias ao som de tambores, tamborins e pandeiros. Geralmente este movimento dura quatro dias seguidos. 2.2.2 Festas Juninas Festa que é comemorada na segunda quinzena de junho, é o período que homenageia os santos católicos São Pedro, São João e Santo Antônio. Nesse período entram em cenas as raízes do bumba-meu-boi, as quadrinhas, o tambor de crioula e outras danças populares. O bumba-meu-boi, símbolo principal do festejo, é uma dança que utiliza os som da zabumba, comandados pelos mestres do tambor onça, o cantador e seus brincantes que são: as índias, os cazumbás, as burrinhas, os vaqueiros e o miolo do boi. O boi enfeitado é o principal elemento desta dança, sua cobertura é ornamentada com diversos adereços constituídos por paetês e missangas coloridas. A quadrilha, com raízes tipicamente nordestinas, é uma dança formada por homens e mulheres em forma de pares, sendo um desses pares o casal de noivos. Vestidos a caráter para um casamento caipora, comandam a comissão de frente da quadrilha durante as apresentações. Devido a influência do norte e do sul do país, outras danças como dança indígena, dança do boiadeiro e a dança portuguesa também constituem os grupos que se apresentam no período junino em nosso município. 2.2.3 Tambor de crioula O tambor de crioula é um movimento artístico com fortes características africanas trazidas pelos negros oriundos da África que chegaram aqui no período colonial. Esta dança de expressão afro-brasileira envolve o canto, a dança das coreiras e percussão de tambores podendo ser realizada ao ar livre, terreiros, praças ou associados em outros eventos tradicionais. Em Bacurituba o movimento é bem antigo, sendo o Tambor de Ana Rosa, o Tambor de Joel alguns dos mais antigos grupos. Segundo o IPHAN (Instituto do
  • 20. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 20 Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o tambor de crioula é praticado livremente, seja como divertimento ou em devoção ao santo católico São Benedito, no entanto, este movimento não possui local definido, nem época fixa de apresentação, embora se observe uma maior ocorrência durante o Carnaval e nos Festejos Juninos. 2.2.4 Artesanato CESTAS DE TUCUM A arte bacuritubense é dotada de muitas pessoas talentosas. Por muito tempo houve a produção de rede de fios tecidas a mão por mulheres que batiam em duplas usando ferramentas bem manuais para a realização desse trabalho. Além da rede a produção de rendas também teve o seu momento de importância uma vez que a produção de rendas era diretamente associada a produção de redes. Devido a influência indígena é possível encontrar pessoas que confeccionam o cofo, o abano e a mensaba, estes são instrumentos feitos com a folha da palmeira de babaçu. Na arte destaca-se o Colozinho, filho de Coló Mendonça, é um produtor de miniaturas de barcos feito com pedaços de madeira. 2.2.5 Música A música bacuritubense tem um rica história. Os bailes de antigamente eram realizados com grupos de sopro e percussões devido. Alguns músicos que marcaram a história, merecem destaque os seguintes: Sebastião Serrão Ewerton, Coló Mendonça (saxofone), Sanfoneiro (sanfona), Urbano (percussionista), Simão (banjo), Anacleto, Pierre (pandeiro), José Braulios (trompetista), etc. Atualmente já existem muitos jovens músicos que tem se destacado em grupos musicais nas igrejas, e outros que participam de bandas em geral.
  • 21. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 21 2.2.6 Educação A educação em Bacurituba, após passar por inúmeras dificuldades no passado, vem crescendo e desenvolvendo-se a cada dia, atualmente (ano de 2018) conta com educadores com formação de nível superior capacitados para o exercício da função. Também já existe o curso de nível médio que outrora não era disponibilizado aos estudantes, que eram obrigados a migrarem para outros municípios em busca da formação escolar média. Atualmente muitos professores são formados em grandes Universidades como UEMA, UFMA e outras. Professores com especialidades e até mestres, prontos para o exercício do magistério de forma coerente com o ato de fazer educação
  • 22. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 22 3 GEOGRÁFIA DO MUNICIPIO 2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA O município de Bacurituba está localizado na região nordeste no Estado do Maranhão precisamente na Mesorregião Norte Maranhense e está inserido na Microrregião Litoral Ocidental Maranhense. Suas coordenadas geográficas perfazem uma latitude de 2°50’ E, e uma longitude de 44°45’ O. Sua população segundo o último censo do IBGE é estimada no ano 2013 em 5.440 habitantes com área de unidade territorial de 674,512km². Densidade demográfica de 7,85 hab/km². A seguir temos a ilustração da Mesorregião Litoral Ocidental Maranhense a qual pertence o município de Bacurituba e a sua Unidade territorial. Figura 5 - Mesorregião Litoral Ocidental Maranhense. Fonte: IBGE (2001); NUGEO (2011)
  • 23. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 23 Figura 6 - Unidade territorial do município de Bacurituba/MA. Fonte: IBGE O município de Bacurituba limita-se ao Norte com os municípios de Alcântara e Bequimão, ao Sul com os municípios de Cajapió e São Vicente Ferrer, a Leste com o município de São Luís e a Oeste com os municípios de Peri Mirim e São Bento. É banhado pela Baía de São Marcos. A seguir temos o cartograma do município de Bacurituba em cor marrom onde mostra ao leste a Baía de São Marcos. Fonte: Google Maps, 2013 Figura 7 - Cartograma do município de Bacurituba
  • 24. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 24 Abaixo temos uma visualização do mapa geral do estado do Maranhão e suas meso e microrregiões. Figura 8 - Divisão política do Estado do Maranho. Fonte: IBGE (2001); NUGEO (2011).
  • 25. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 25 2.2 VEGETAÇÃO A vegetação da paisagem bacuritubense caracteriza-se pelos chamados campos naturais, grandes campos alagados que enchem nos meses que correspondem ao inverno e secam nos meses que correspondem ao chamado verão. E ainda por apresentar uma vasta área litorânea com praias e manguezais além de florestas de babaçuais. Encontram-se matas de galeria e remanescentes de floresta amazônica. Os campos naturais são caracterizados como: • Campos de Teso: são as partes altas dos campos que não inundam. Na época das chuvas, entre dezembro e junho, os campos baixos ficam alagados restando “ilhas” de terra firme e uma área de campos em terreno um pouco elevado, o “teso”. Esta área é predominantemente rural, basicamente ocupada por atividades agrícolas, pesqueira e exploração mineral de barro para produção de tijolos; • Campos inundáveis: são terras baixas, planas, inundáveis, caracterizadas por campos, matas de galeria, manguezais e bacias lacustres. Possuem solos argilosos pouco consolidados com grande capacidade de retenção de água, nos estuários, os manguezais ocorrem penetrando os igarapés, por entre os campos, até onde existe influência das marés. Figura 9 - Campo alagado de Bacurituba
  • 26. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 26 A região do litoral bacuritubense é formada por manguezais e constituída por praias bastante argilosas. Existem duas praias muito frequentadas pela população são elas: a Praia do Cajual e a Praia da Beira da Costa. Esta segunda, por esta ligada à sede bacuritubense por uma estrada de terra mais acessível, é a mais frequentada, enquanto que a primeira, no período chuvoso, só é possível frequentá-la através de embarcações. 2.3 HIDROGRAFIA As bacias hidrográficas são subdivididas em sub-bacias e microbacias. Elas constituem divisões das águas, feitas pela natureza, sendo o relevo responsável pela divisão territorial de cada bacia, que é formada por um rio principal e seus afluentes. O município de Bacurituba está assentado sobre as bacias hidrográficas dos rios Uru-Pericumã-Aurá e é drenado pelo rio Aurá, que deságua no oceano Atlântico. Essas bacias reúnem rios de trajetos curtos com características amazônicas. A hidrografia apresenta direção NE/SO e drena uma região relativamente plana. Os rios maranhenses procedentes das chapadas apresentam características distintas dos demais rios nordestinos pelo seu caráter perene. Esses rios, entre os quais o Rio Bacurituba e o Rio Aurá, tem seus mananciais em zonas de pluviosidade que variam entre 2250mm a 2000mm anuais. São rios que apresentam alguns trechos navegáveis mesmo no período de vazante. Estes rios são elementos decisivos no emaranhado paisagístico, onde se destacam a presença de vales caudalosos dos rios em seus baixos cursos, que em plano altimétrico baixo, e se apresentam mais volumosos e dispostos em planícies de inundação mais expansivas. Assim mostra FRANCO (2012): Os rios emissários (temporários e perenes) entrelaçam os lagos em diferentes períodos sazonais, enquanto que os igarapés e nascentes formam microbacias que desempenham importantes pulsos de inundação que completarão os ciclos das cheias anuais. Os lagos em suas especificidades regionais (lagoas, lagunas, poções) experimentam um curioso dinamismo superficial diante das constantes mudanças de volume de água. Outros ambientes característicos de zonas úmidas como enseadas, estuários, rias afogadas, pântanos, charcos, igapós,
  • 27. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 27 manguezais e apicuns, são elementos pontuais na fisiologia das paisagens dessa região maranhense, por vezes funcionando como componente estrutural dos lagos ou como subsistema interativo. (Franco, 2012, p.12) O rio mais importante para o município é o Rio Bacurituba que deságua na Baía de São Marcos e exerce papel fundamental na economia da região ao suprir o comércio do pescado na localidade. Do rio são retiradas grandes quantidades de peixes e mariscos o ano inteiro. Dentre os mais comuns no comércio estão: pescadas, bagres, meros, cações, tainhas, uritingas, camurins, perapemas, etc., e os mariscos que são representados por sururus, camarões, siris e caranguejos. Além do rio Aurá, drena a área do município o rio Bacurituba e os igarapés: do Machado, do Furo e Guajuruba. Segundo o estudo do CPRM, o município de Bacurituba apresenta um domínio hidrogeológico: do aquífero poroso ou intergranular, relacionado aos sedimentos consolidados da formação Itapecuru; e dos sedimentos inconsolidados dos Depósitos de Pântanos e Mangues; dos Depósitos FlúvioMarinhos; e dos Depósitos Aluvionares. O aquífero Itapecuru, ocorre como aquífero livre ou semiconfinado na área do município. Por ser formado litologicamente por arenitos finos a muito finos, predominantemente argilosos, com intercalações de siltitos e argilitos, pode ser classificado como de potencial hidrogeológico de fraco a médio, com vazões variando entre 5,0 a 12,0 m³/h, podendo, em alguns casos, atingir mais de 40,0m³/h. 2.4 CLIMA O clima no município de Bacurituba assim como em toda microrregião maranhense na qual ele pertence é do tipo úmido, com moderada deficiência de água no inverno, entre os meses de junho a setembro, podendo chegar até a meados de dezembro a janeiro, megatérmico, ou seja, temperatura média mensal sempre superior a 18° C, sendo que a soma da evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48% em relação à evapotranspiração potencial anual. Com relação à temperatura, o município está localizado em uma área do Estado do Maranhão que apresenta médias
  • 28. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 28 térmicas anuais superiores a 18°C, devido a estar localizado na região Equatorial onde a temperatura do ar é normalmente elevada e uniforme ao longo do ano. Com relação à sazonalidade, as temperaturas mais elevadas ocorrem durante o segundo semestre, no qual se encontra na época seca. Devido à estação chuvosa, no primeiro semestre predominam dias com chuva e céu parcialmente nublado e aumento da umidade relativa do ar, que amenizam a sensação térmica. Em relação as estações do ano, para os moradores, existem apenas duas estações bem definidas na região Litoral Ocidental Maranhense. O período chuvoso considerado por seus moradores como inverno, que varia entre os meses de janeiro a junho, e o verão, período seco que varia entre os meses de julho e dezembro. 2.5 PLANÍCIE A extensa planície do norte maranhense corresponde aos terrenos com amplitudes altimétricas inferiores a 200 m, que penetram para o interior acompanhando os vales dos rios. As áreas mais expressivas localizam-se nos vales inferiores de todos os rios que banham terras do Estado do Maranhão. A planície litorânea é modelada por agentes e processos marinhos e fluviomarinhos que dão origem às praias, mangues, vasas, pântanos, apicuns, lagunas e falésias, enquanto na área de fluxo indireto, maré dinâmica, ocorrem os pântanos e campos inundáveis. Neste ambiente destacam-se o Litoral Ocidental, o Golfão Maranhense e o Litoral Oriental no qual pertence o município de Bacurituba. O litoral corresponde à faixa de terras banhadas periodicamente pela água do mar, durante os movimentos de fluxo e refluxo, sendo delimitada pelas linhas de preamar e de baixa-mar. Possui largura variável, dependendo das características geomorfológicas da região e da amplitude das marés. Nesta faixa de terras, podem ser identificados os seguintes ecossistemas: apicuns, falésias, lagunas, manguezais, pântanos salinos e salobros, praias e vasas. As condições geográficas neste segmento do litoral denunciam alto grau de vulnerabilidade da paisagem em função da intensa dinâmica
  • 29. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 29 sedimentar. As atividades humanas não representam fator de desequilíbrio, exceto nas áreas de influência direta dos povoados por causa do predomínio do emprego de técnicas ainda rudimentares na pesca e na extração de recursos como o sururu e madeira de mangue. A proximidade do Equador e a configuração do relevo favorecem a amplitude das marés, que alcançam até 7,2 m com média em torno de 6,6 m (FEITOSA, 1989) e penetram os leitos dos rios causando influências até cerca de 150 km do litoral. A região bacuritubense por fazer limite com a Baixada Maranhense constitui um ambiente rebaixado, de formação sedimentar recente, ponteado de relevos residuais, formando outeiros e superfícies tabulares cujas bordas decaem em colinas de declividades variadas. No interior desses ambientes rebaixados formam-se os tesos, acumulações de sedimentos cujos topos ficam descobertos das inundações e onde se desenvolvem arbustos com características de vegetação de terra firme. A formação dos tesos ocorre em zonas de baixa energia onde se precipitam as partículas de sedimentos. Os lagos transbordam durante o período chuvoso, interligando-se por um sistema de canais divagantes que servem como vias de comunicação com a cidade principalmente de São Bento e os povoados, substituindo parcialmente a estrada como é no caso do deslocamento da sede bacuritubense para o Povoado de Tamanduaí. Durante o período seco, este cenário hídrico transforma-se em grandes extensões de campos ressequidos.
  • 30. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 30 4 FAUNA E FLORA O município de Bacurituba está inserido numa região do Maranhão considerada Amazônia Legal que tem sua preservação garantida por Lei de acordo como código Florestal (Decreto Estadual 11.900 de 11 de junho de 1991), por conter um bioma bastante diversificado. Também faz parte da APA, Área de Proteção Ambiental que reúne 32 municípios da Mesorregião Norte Maranhense, designada também como Sítio Ramsar. 4.1 FLORA A vegetação presente é composta basicamente nos campos alagados por macrófitas aquáticas. Encontramos a Salvinia sp., a Juncus sp., e a Batis marítima. 4.2 FAUNA A fauna é constituída por uma grande diversidade de animais aquáticos que vivem nas poucas matas existentes, nos manguezais e também nos campos alagados. Entre aves aquáticas as que merecem destaque são: o frango-d’água (Gallinula chloropus), a japieçoca (Jacana jaçanã), o marreco (Dendrocygna Autumnalis) e a garça (Egretta thula). Figura 10 - Frango d'água ou Jaçanã (Gallinula chloropus).
  • 31. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 31 Fonte: Wikipédia O frango-d’água na região bacuritubense é popularmente conhecido como jaçanã, ele mede aproximadamente 37 cm de comprimento. Apresenta um escudo facial vermelho, faixas brancas nos flancos, plumagem negra e patas amarelas. Os imaturos são castanho-escuros com abdome mais claro, sem o escudo facial vermelho. Alimenta-se de uma grande variedade de material vegetal, além de pequenos animais aquáticos. Frequenta lagos, lagoas, canais, pântanos e também lagunas salobras. É uma ave migratória, deslocando-se para o norte durante o inverno austral. O ninho é uma cesta coberta construída no chão em vegetação densa. A fêmea deposita entre oito e doze ovos. Pode haver uma segunda ninhada no ano, composta entre cinco e oito ovos. A incubação dura aproximadamente três semanas e é realizada por ambos os pais. Por muito tempo o frango-d’água ou jaçanã fez parte da culinária local, servindo também como presa fácil pelos caçadores da região. Atualmente o poder público vem tentando coibir o comércio e a venda desta ave temendo pelo desaparecimento da espécie na nossa região. Figura 11 – Japieçoca (Jacana Jacana)
  • 32. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 32 5 ATIVIDADES ECONÔMICAS 5.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos a partir do Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Maranhão da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, onde foram utilizadas as informações disponíveis nos seguintes sites: do IBGE (www.ibge.gov.br), da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) (www.cnm.org.br) e no Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (2010). O CPRM relata que o município foi elevado à condição de cidade com a denominação de Bacurituba, pela lei estadual nº 6.196 em 10/11/1994 e segundo o IBGE (2010), cerca de 26,94% da população reside na zona urbana, sendo que a incidência de pobreza no município é de 59,27% e o percentual dos que estão abaixo do nível de pobreza é de 45,57%. Na educação destacam- se os seguintes níveis escolares presentes em Bacurituba: Educação Infantil (23,32%); Educação de Jovens e Adultos (3,90%); Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano (60,30%); Ensino Médio do 1º ao 3º ano (12,47%) conforme informações do IMESC (2010). O analfabetismo atinge mais de 30% da população da faixa etária acima de sete anos, conforme os dados da CNM (2000). No campo da saúde, o CPRM descreve que o município conta com dois estabelecimentos públicos de atendimento. No censo de 2000, o estado do Maranhão teve o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e Bacurituba teve baixos desempenhos, com IDH de 0,569. A pecuária, a extração vegetal, a lavoura temporária, as transferências governamentais, o setor empresarial com 12 unidades instaladas e o trabalho informal são as principais fontes de recursos para o município. A água consumida na cidade de Bacurituba é distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, autarquia municipal, que atende
  • 33. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 33 aproximadamente 4.245 pessoas com 923 ligações através de uma central de abastecimento, (IBGE, 2010). O município possui um sistema de escoamento superficial para os efluentes domésticos e pluviais que são lançados em lagoas e a disposição final do lixo urbano não é feita adequadamente em um aterro sanitário. De acordo com os dados da CNM (2000), apenas 0,67% dos domicílios têm seus lixos coletados, enquanto 96,28% lançam seus dejetos diretamente no solo ou os queimam e 3,06% jogam o lixo em lagos ou outros destinos. Dessa forma, a disposição final do lixo urbano e do esgotamento sanitário não atendem as recomendações técnicas necessárias, pois não há tratamento do chorume, nem dos efluentes domésticos e pluviais, como forma de reduzir a contaminação dos solos, a poluição dos recursos naturais e a proliferação de vetores de doenças de veiculação hídrica. Não existe a coleta do lixo dos estabelecimentos de saúde tendo seu acondicionamento feito de forma inadequada possibilitando um elevado risco de poluição aos recursos hídricos subterrâneos. O fornecimento de energia é feito pela ELETRONORTE através da CEMAR (2011) pelo Sistema Regional de Miranda que abrange a região Norte, Centro-Norte e Centro-Oeste maranhense. É composto atualmente por 26 subestações, sendo duas na tensão de 138/69/13,8 KV, 16 na tensão de 69/13,8 KV (15 da CEMAR e uma de um consumidor Especial), uma na tensão de 69/34,5 KV, seis na tensão de 34,5/13,8 KV e uma na tensão 230/69 KV. Segundo o IMESC (2010) existem 1.035 ligações de energia elétrica no município de Bacurituba.
  • 34. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 34 Gráficos de despesas e receitas orçamentárias: Fonte: IBGE (2013)
  • 35. Bacurituba – Aspectos Históricos, Econômicos e Ambientais – Cid Ulysses Silva 35 BIBLIOGRAFIA IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Wikipédia, a enciclopédia livre. AQUINO, Paula. HISTÓRIA DO MARANHÃO OLIVEIRA, Zezinho. De São Bento Velho à Bacurituba. 2010. MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão.1870. PORTAL DO IPHAN. <<Disponível em http://portal.iphan.gov.br.>> Acesso em 06 de fevereiro de 2018. São Bento nossa História nossa Terra.