A camera

FOTOGRAFIA
ANALÓGICA (FAN)
Prof.ª MSc. Fernanda Pozza
Aula 02
A câmera

FAN - Fotografia analógica Prof.a Fernanda Pozza
A câmera
A fotografia analógica envolve
processos mecânicos, ópticos e
químicos associados que se encontram
entre o objeto e sua representação
fotográfica.
A fotografia nunca é o mesmo que o
objeto e separa-se dele pelas várias
influências do sistema fotográfico.
O fotógrafo pode optar por enfatizar ou
minimizar tal “distanciamento da
realidade”, mas não pode eliminá-lo.
>Visualização

A câmera
A câmera pode “ver” de forma análoga, mas não idêntica, à do olho humano.
O olho se concentra no centro do seu campo de visão.
A fotograﬁa, não. Ela vê tudo com igual precisão.
O olho examina o objeto para capturá-lo por inteiro, ao passo que a câmera (geralmente) o
registra ﬁxa e completamente.
>Visualização

A câmera
Os passos posteriores - revelação, cópia, etc. - contribuem com características específicas para
a imagem fotográfica final.
Conhecer e entender cada estágio do processo fotográfico torna possível controlar o
resultado de modo criativo.
Se, ao contrário, adota-se a automação, o resultado será imposto pelo sistema.
>Visualização

A câmera
> Elementos da câmera
ANALOGIA OLHO-CÂMERA
. globo ocular > câmara escura da máquina;
. cristalino > lente da objetiva da máquina (originam a formação de imagens nítidas);
. pupila > diafragma da máquina (regulam na entrada a quantidade de luz);
. retina > película (áreas onde se projetam as imagens);
. pálpebra > obturador (determinam o tempo da entrada da luz).

A câmera
Os componentes comuns a todas as câmeras analógicas são:
a) Corpo
b) Objetiva
c) Plano do ﬁlme
d) Mecanismo de foco
e) Diafragma
f) Obturador
g) Mecanismo de transporte
h)Visor
a
b c
d
e f
g
h

A câmera
a) Corpo
Câmara escura que abriga
as várias partes da câmera
e protege o ﬁlme da luz,
exceto a que entra
através da lente no
momento da fotograﬁa.

A câmera
b) Objetiva
Objetivas são compostas
por um conjunto de
lentes e por mecanismo
de focalização.
As lentes fazem a
correção de aberrações
provocadas pelas próprias
lentes.

A câmera
c) Plano do filme
O filme precisa ser
mantido plano, na
distância correta, pra que
haja foco preciso.
Se for utilizado filme de
rolo, a câmera deve ter
um mecanismo de avanço
do filme. Filmes planos em
chapas ou filmes pack são
inseridos em suportes
apropriados que, por sua
vez, são inseridos na parte
posterior da câmera.

A câmera
d) Mecanismo de foco
Afastando ou
aproximando a objetiva
do ﬁlme pode-se obter
foco de objetos a
diferentes distâncias.

A câmera
e) Diafragma
Dispositivo formado pela
sobreposição de lâminas
metálicas.
Controla a quantidade de
luz que atravessa a
objetiva, o que, na
prática, corresponde à
redução do diâmetro da
lente.

A câmera
f) Obturador
O obturador controla
quanto tempo a luz
incide sobre o ﬁlme.
É um elemento complexo
que permite um controle
preciso dos tempos de
exposição, que podem
variar de 1 segundo a
1/500 de segundo.

A câmera
g) Mecanismo de transporte
Responsável pelo avanço do
ﬁlme.
Pode ser manual ou
automático.

A câmera
h)Visor
Um visor ou outro
sistema de
enquadramento é
necessário para indicar ao
fotógrafo qual área vai
aparecer na fotograﬁa.
Esses componentes ﬁcam
alojados sobre ou dentro
do corpo da câmera.

Prof.a Fernanda Pozza
SISTEMAS DE FOCALIZAÇÃO
FAN - Fotograﬁa analógica

Sistemas de focalização
A focalização é o controle mais importante em uma câmera.
Todas as câmeras reguláveis têm um desses controles de foco:
.Vidro despolido
.Telêmetro

Nesse tipo de sistema, a luz projetada pela objetiva
é interceptada por um vidro fosco, semi-
transparente.
Quando a imagem estiver desfocada, aparecerá
borrada.
Em cenas com pouca iluminação pode tornar-se
difícil distinguir o ponto de máxima nitidez.
>Vidro despolido

O sistema com telêmetro acoplado é mais fácil de
ser utilizado, inclusive em condições com pouca
iluminação.
O foco é indicado quando duas imagens
superpostas são coincidentes.
A imagem também pode ser dividida por uma
linha, o foco é indicado quando as partes estão
alinhadas.
> Telêmetro

A câmera
Câmeras possuem mecanismos soﬁsticados e diversos formatos: pequeno, médio, grande.
O que difere o formato das câmeras é o tamanho da imagem que ela gera.
Cada tipo possui características mecânicas próprias.

CÂMERAS DE PEQUENO FORMATO (35 mm)

Câmeras de pequeno formato
São câmeras de pequeno porte que funcionam como extensão do olho humano.
Permite ﬂuidez de percepção ao fotógrafo.

Esse tipo de câmera produz uma imagem de 24 x
36 mm (ﬁlme 135).
Há dois tipos de câmeras 35 mm que diferem
quanto aos meios de visualização da cena:
. Câmeras de visor direto - sistema do visor é
separado do sistema da lente;
. Câmeras reﬂex - a visão da cena acontece através
das mesmas lentes usadas para fazer a foto.

A maioria das 35mm possui obturador de cortina, localizado bem na frente do ﬁlme
(obturador de ponto focal). Dessa forma, pode-se trocar as lentes, sem afetar o
mecanismo do obturador.
As objetivas são ﬁxadas à
câmera por meio de rosca
ou baioneta. Esta é mais fácil
e rápida de operar.

>Visor Direto
Câmeras de visor direto possuem um sistema óptico simples que permite ao fotógrafo ver a área
aproximada da fotograﬁa.
Geralmente, sem dispositivo de focalização ou ajuste de distância
até a cena.A focalização é automática.
A lente que produz a imagem sobre o ﬁlme é completamente
separada do sistema do visor (sempre em “foco”).

Aspectos favoráveis:
. custo baixo
. compactas e silenciosas, pois não
tem partes móveis em seu interior;
. imagem no visor é brilhante, com
focalização precisa, mesmo com
pouca luz (telêmetro);
. permitem observação contínua da
cena, sem black-out.
>Visor Direto

Aspectos desfavoráveis:
. imagem vista no visor é separada da imagem da
objetiva;
. visor fornece pouca informação sobre a imagem;
. fornece as bordas aproximadas da fotograﬁa;
. paralaxe (quando feitas a menos de 1m do
assunto).
>Visor Direto

Objetivas intercambiáveis feitas para câmeras de
visor direto, costumam ser mais leves e
compactas do que as feitas para os modelos
reﬂex, pois possuem diafragma automático.
>Visor Direto

Esse modelo permite ao fotógrafo ver a imagem formada pela própria objetiva.
Dotada de um espelho móvel e um pentaprisma.
> SLR (Single Lens Reﬂex/ Monorreﬂex)

Vantagens:
. elimina a paralaxe;
. o fotógrafo pode verificar visualmente a
profundidade de campo;
. o fotógrafo pode perceber o efeito provocado
pela troca de objetiva, fole, filtro ou outro
acessório;
. a imagem ocupa o visor completamente e possui
qualidade direta e tangível
> SLR (Single Lens Reflex/ Monoreflex)

Desvantagens:
. mecanismos delicados;
. ruído alto;
. diﬁculdade de foco em situações de pouca
iluminação;
. provoca black-out no momento do disparo.

Sistema de focalização
Uma linha reta no objeto aparece quebrada ou
dividida se a objetiva não estiver em foco sobre
ele.
A linha se tornará contínua se o foco estiver
correto.

Sistema de exposição
A maior parte dos sistemas de exposição mede a luz reﬂetida do
objeto através da objetiva.
A leitura da luz pode ser feita de três maneiras:
. leitura média (averaging): lê a área inteira da imagem e determina a
média.
. leitura central (center weighted): mede os valores de luz na parte
central da cena.
. leitura pontual (spot reading): mede pequena parte na área central
da foto, geralmente indicada por um círculo pequeno no visor.

As câmeras SLRs possuem um grande número de
componentes intercambiáveis:
. objetivas
. prismas
. foles
. motor drives

Motor drives permitem sequências rápidas de
exposição, até 5 quadros por segundo.
Uma versão menor, chamada auto-winder, permite
2 quadros por segundo ou o avanço automático
do ﬁlme para exposições individuais.

CÂMERAS DE MÉDIO FORMATO

Câmeras de médio formato
São câmeras maiores do que as de 35 mm, porém
menores que as de 4 x 5 polegadas.
Utilizam, geralmente, ﬁlme de rolo de tamanho 120.
O tamanho do negativo proporciona mais nitidez e
menos granulação em ampliações.

O rolo de filme 120 permite de 8 a 16 imagens,
dependendo da área da imagem.
As câmeras de médio formato, geralmente
apresentam uma janela de visualização na
traseira, permitindo contar o número de fotos,
quando o filme possui suporte em papel.
Quando não há o suporte em papel, a janela deve
ser vedada para que o filme não seja queimado.

O tamanho tradicional da imagem é 6 x 6 cm,
mas há formatos retangulares também (formato
ideal).
6 x 6 cm 4,5 x 6 cm 6 x 7 cm

Há dois tipos de câmeras de médio formato:
. Reﬂex de duas objetivas (TLR)
. Reﬂex de objetiva única

Foi padrão por muito tempo no mundo da
fotografia.
O modelo, desenvolvido pela Rollei, tornou-se uma
câmera de fotojornalismo e documentário, pois
tinha tamanho compacto, peso reduzido e visor
muito nítido.
> Reflex de duas objetivas (TLR - twin lens reflex)
Rolleiflex Original, 1929

O modeloTLR utiliza duas lentes de idêntica
distância focal para formar imagens do visor e do
ﬁlme separadamente.
O fotógrafo enxerga no vidro despolido uma
imagem formada independentemente da imagem
que está sobre o ﬁlme.

As duas lentes são acopladas, assim, quando a
imagem do visor está focalizada nitidamente, a
imagem da lente principal está focalizada no plano
do ﬁlme.
A imagem aparece no visor invertida
lateralmente, da esquerda para a direita.
A lente do visor não possui diafragma, assim a
profundidade de campo da imagem do visor não
tem relação com a imagem sobre o ﬁlme.

A maioria das TLRs possui apenas objetivas
“normais”, apesar de haver diversos acessórios
para alterar a distância focal.
Alguns modelos da Mamiya permitem o uso de
objetivas intercambiáveis. Nesse caso, todo o painel
dianteiro é substituído.

Vantagens:
. silenciosa
. visor superior muito nítido e
oferece mais comodidade.
Desvantagens:
. efeito de paralaxe;
. imagem no visor invertida
lateralmente;
. poucas objetivas intercambiáveis.

Podem ter dois formatos, de caixa ou semelhantes as de 35 mm.
> Reﬂex objetiva única (SLR - single lens reﬂex)

Câmeras no formato caixa, possuem um amplo
conjunto de componentes intercambiáveis.
O corpo da câmera contém um espelho
basculante e outros mecanismos. O fotógrafo
pode conectar ao corpo magazines de filme,
objetivas e sistemas de visor.
> Reflex objetiva única (ou simplesmente Reflex)

A maioria das câmeras de médio formato usa um
obturador central, que é parte do conjunto da
objetiva.
Esse tipo de obturador pode ser sincronizado com
o ﬂash eletrônico em qualquer velocidade.

Alguns modelos possuem obturador de plano
focal, como a Hasselblad 2000 FC.
Nesse caso, uma vez calibrado, o obturador
funciona de forma idêntica com todas as
objetivas.
A ausência de obturador na objetiva costuma
reduzir o custo desta.

A imagem é formada em um vidro despolido na parte
superior do corpo da câmera.
Assim como na reﬂex de duas objetivas, a imagem
aparecerá invertida lateralmente.
A focalização é geralmente obtida girando-se um anel
no tubo da objetiva, ou através de um fole.

CÂMERAS DE GRANDE FORMATO

Câmeras de grande formato
São mais pesadas e desajeitadas do que as
câmeras menores e quase sempre exigem uso
de tripé.
O negativo utilizado é maior e permite
controle total da posição dos planos das
objetivas e do ﬁlme, além de possibilitar a
revelação de cada negativo individualmente.
Os tamanhos padrão são: 4 x 5 (mais utilizado);
8 x 10; 11x14 polegadas*.
*1 polegada = 2,54 cm
4 x 5 polegadas
135
Proporção entre ﬁlmes.

Sua montagem, nivelamento e ajustes são operações que exigem
certo tempo.
Costuma ter como suporte principal um monotrilho. Nele são
ﬁxadas as partes frontais e traseiras da câmera. Essas partes
deslocam-se livremente ao longo do trilho até a posição desejada.

Existem também as câmeras em base plana, mais
compactas e fáceis de transportar e guardar que as
anteriores.

As câmeras em monotrilho permitem que a
objetiva e o ﬁlme desloquem-se vertical ou
lateralmente um em relação ao outro, ou seja,
podem ser basculados.
Esses recursos propiciam um controle detalhado
da imagem.

Vantagens:
. estrutura simples;
. elimina a paralaxe;
. grande tela do visor;
. riqueza de detalhes;
. correção de perspectivas;
. ótimo sistema de focalização.

Os principais componentes das câmeras de grande
formato são:
A. Fole
B. Suporte traseiro e vidro despolido
C. Placas de objetiva
D. Chassis de ﬁlme
A
B
C
D

Como escolher sua câmera
Visor direto Visor ao nível do olho
focalização rápida
pequeno tamanho
operação discreta
Ideal para fotografar movimentos rápidos
Não deve ser usada para fotografar muito de perto,
alinhar objetos com precisão, experimentar filtros
especiais e outros efeitos ópticos.
Monorreflex
35 mm
Mais pesadas e frágeis
Objetivas intercambiáveis
Cena pode ser visualizada
antes do disparo
Câmera versátil, pode ser utilizada para diversas
situações e propósitos.
Monorreflex
6 x 6 cm
Negativo maior que o 35 mm
Chassis e objetivas intercambiáveis
Tamanho, peso, ruído e preço
são maiores que as de 35 mm.
Fotografia de moda e publicidade
Reflex Maioria não permite troca de lentes
Possui lentes complementares para
muito perto ou muito longe
Mais lenta que a monorreflex
Retratos, paisagens, instantâneos de melhor qualidade.
Grande
formato
Máximo controle sobre a imagem
permite grandes ampliações com
máximo detalhe
Operação lenta
Tamanho e peso maiores
Estúdio, arquitetura, produtos e outras em que o
objetivo principal seja obter fotografias grandes e
de alta qualidade.

Referências
TIME-LIFE. Manual completo de arte e técnica. São Paulo:Abril Cultural, 1981.
ADAMS,Ansel. A câmera. 4 ed. São Paulo: Editora SENAC, 2006.

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