SlideShare uma empresa Scribd logo
Avaliação de Risco Ambiental
ç
Conteúdo
Conceitos Básicos e Definições
Introdução
O que é Avaliação de Risco Ambiental (ARA)?
Quais as etapas de uma ARA?

Um exemplo de Avaliação de Risco à Saúde
Humana (ARSH)
Qual era o problema?
Como ele foi identificado?
Quem estaria exposto?
O que poderia acontecer?
Quais os compostos de potencial interesse (CPI)?
Como a avaliação foi conduzida?
Qual é o risco para a população vizinha?
O risco deverá estabilizar aumentar ou diminuir com o
estabilizar,
tempo?
Conceitos Básicos e Definições
Avaliação
A aliação de Risco é o processo
Risco,
de estimativa de probabilidade de
ocorrência de um determinado
p
acontecimento e a provável
magnitude de efeitos adversos
(em termos de segurança saúde
segurança, saúde,
ecologia, ou economia) durante
um determinado período de
tempo.
Risco é como função de vários fatores:
• d natureza d perigo,
da t
do
i
• da possibilidade de contato (p
p
(potencial de
exposição),
• da característica das populações expostas
(receptores),
• da possibilidade de ocorrência e
ocorrência,
• da magnitude das exposições e
conseqüências, bem como da existência
de valores públicos
Análise de Risco à Saúde Humana - ARSH
De acordo com a Agência de
Proteção A bi t l Americana
P t ã Ambiental A
i
US EPA, ARSH é um processo
organizado de forma
metodológica, utilizado para
descrever e estimar a
possibilidade de ocorrência de um
efeito adverso para a saúde a
partir d exposição ambiental d
ti da
i ã
bi t l de
determinadas substâncias
químicas.
As quatros fases da ARSH são:

•
•
•
•

identificação de perigos,
avaliação d
li ã dose-resposta,
avaliação de exposição e
caracterização de risco.
ç
A “Análise de Risco” e “Avaliação
,
de Risco”, são termos
freqüentemente utilizados como
sinônimos,
sinônimos embora a análise de
risco seja mais vasta incluindo os
aspectos de gestão de risco
Análise de Risco Ecológica / Ambiental (ARE)
É a probabilidade condicional da ocorrência de um
acontecimento ecológico específico, associado à
g
p
,
explicação das suas conseqüências ecológicas
– redução de biodiversidade,
– perda d recursos comerciais i
d de
i i importantes,
t t
– instabilidade do ecossistema.

Na prática, a avaliação de risco ecológica envolve:
descrição quantitativa ou qualitativa da provável
ocorrência de um acontecimento ecológico
indesejado, sendo as suas conseqüências
raramente contempladas.
t
t
l d
Geralmente, a ARE avalia impactos ecológicos
G l
t
li i
t
ló i
resultantes das atividades humanas.
Estudo de Impacto Ambiental
Avaliação e identificação sistemática
dos impactos (efeitos) potenciais dos
projetos propostos, planos, programas,
ou ações legislativas, relativas aos
componentes ambientais físicoquímicos, biológicos, culturais e sóciosócio
econômicos.
Poderá conter um capítulo de análise de
risco focalizando nos aspectos
tecnológico, de saúde humana e/ ou dos
ecossistemas.
ecossistemas
Tipos de Análise de Risco:

• Riscos à Segurança/Industriais;
• Riscos para a Saúde Humana;
• Riscos Ecológicos/ ambientais
Diferenças entre os diferentes tipos de
análise de risco:
• Riscos de Segurança/Industriais
Segurança/Industriais:
g
ç
tipicamente de probabilidade baixa,
elevada conseqüência, efeitos agudos
(efeitos elevados em curto espaço de
tempo), acidentais; tempo crítico de
resposta; relações causa-efeito óbvias.
• Focaliza-se em aspectos da
segurança humana
seg rança h mana e perca material
material,
essencialmente dentro do espaço de
trabalho.
trabalho
Riscos para a Saúde Humana

• Geralmente de elevada probabilidade
probabilidade,
baixa conseqüência, efeitos crônicos
(exposições repetidas cujos efeitos
podem não se manifestar por períodos
elevados de tempo); relações causa
causaefeito difíceis de estabelecer.
• Focaliza-se essencialmente na saúde
humana, essencialmente fora do local
de trabalho ou da instalação
Riscos Ecológicos/ ambientais
• Mudanças sutis, interações
ç
,
ç
complexas entre populações,
comunidades e ecossistemas
(incluindo cadeias alimentares) ao
nível micro e macro; elevada incerteza
;
em relações causa-efeito;
• Focaliza-se principalmente em
impactos no ecossistema e habitats
que se podem manifestar a grandes
distâncias da fonte
fonte.
O que é Avaliação de Risco Ambiental (ARA)?

Exposição

Efeito
O que é a Avaliação de Risco Ambiental?

É o processo que avalia a
probabilidade de que efeitos à
saúde humana ou efeitos
ecológicos possam ocorrer, ou
ló i
estejam ocorrendo, como
resultado à exposição a um ou
mais fatores de estresse
O que são fatores de estresse?

Físicos

Químicos

Biológicos
Risco Ambiental

Receptor humano
Fonte
(Indústrias)
( ú
)

Via de exposição
(contato dermal)

Via de exposição
Contaminante
(substâncias
no esgoto industrial)

(ingestão de alimento
contaminado)

Receptor ecológico
Quais os componentes de uma ARA?

Contaminante

Se um destes
componentes está
ausente
Risco
Via de
Exposição

Receptor

Não há risco!
Quais as etapas de uma Avaliação de Risco?

Identificação do Perigo
Avaliação da
Exposição

Avaliação da
Toxicidade
Caracterização do Risco
ç

Gerenciamento do Risco
Identificação do Perigo
• Coleta e análise de dados relevantes;
• Identificação dos potenciais
Compostos Químicos de Interesse CPI
Avaliação da Toxicidade

• Coleta de dados qua a os e
Co e a
quantitativos
Qualitativos de toxicidade
• Determinar valores de toxicidade
Avaliação da Exposição

• A etapa de Avaliação da
p ç pode ser dividida em
Exposição p
três passos distintos, a saber:
– Caracterização da Exposição;
– Identificação dos Caminhos de
Exposição;
– Quantificação da Exposição
Exposição.
Caracterização dos Riscos
• Caracterização de ocorrência de
p
efeitos potenciais adversos na
saúde
• Avaliação de incertezas
• Sumário da informação de risco
Por que padrões de qualidade
(solo, sedimento, ar) não são suficientes?
Valores conservadores (“pior caso )
( pior caso”)
Geralmente só protegem saúde
humana
Não refletem condições locais (solo,
clima, receptores...)
clima receptores )
Não consideram efeitos
acumulativos
Muitos compostos ainda não tem
padrões
Um exemplo...
Qual
Q l é o problema?
bl
?
Contaminação de solo ocasionada por vazamento
em decorrência de dano acidental a uma
tubulação que transportava óleo cru
cru.
Parte do óleo derramado foi retirado e disposto em
a e
ó eo de a ado o e ado d spos o e
um dique de contenção, construído com solo
argiloso da região, devidamente impermeabilizado
em manta de polietileno e dotado de sistema de
drenagem, conforme exigência da CETESB, SP.
Quem poderia estar exposto?
Identificação de população pertencente ao local ou
próximas ao local do estudo;
Pouca informação sobre a área e sobre a população em
estudo;
t d
Abordagem conservadora (pior caso)
Considerou-se no entorno, área residencial com
,
potenciais receptores humanos: população vizinha ao
local de armazenagem do solo contaminado;
Comunidades (adultos e crianças) em contato com
potenciais fontes de contaminação (direta ou
indiretamente)
Como eles estariam expostos?
FONTE DE

RECEPTORES
MEIOS

CONTAMINAÇÃO

VIAS DE

POTENCIAIS

EXPOSIÇÃO
POTENCIAL
Ar

Hidrocarbonetos
e metais em solo
t i
l

Inlação de
Voláteis

Ingestão
g

Solo

Contato
Dermal
D
l

População vizinha
Como a avaliação foi conduzida?
Concentração de Contaminante
no solo

Estimativa da dose de Contaminante
Via Ingestão

Estimativa da dose de Contaminante
Via contato dermal

Estimativa da dose total do Contaminante
(mg/kg.dia)

versus
Dose de Referência para
Contaminante
(mg/kg.dia)

Risco aceitável
ou inaceitável
Qual a dose de contaminante por cada via?

Exposição ao Benzo (a) Pireno
4,00E-05
3,50E-05
3,00E 05
3 00E-05
2,50E-05
2,00E-05
1,50E-05
1,00E-05
1 00E 05
5,00E-06
0,00E+00

3,60E-05

1,40E-05
5,30E-09

5,70E-10

Criança

Adulto

Ingestão de solo

Criança

Adulto

Contato Dérmico
Sistema de Classificação dos Contaminantes
USEPA e IARC
IARC1
A C

USEPA
S A

Grupo 1

Grupo A Cancerígeno para seres humanos

Grupo 2A

Grupo B Provável cancerígeno para humanos

Descrição
i ã

B1

Evidências limitadas para seres humanos

B2

Evidências para seres humanos inadequadas, evidências para
animais suficientes

Grupo 2B

Grupo C Possível cancerígeno para seres humanos

Grupo 3

Grupo D Não classificado como cancerígeno para seres humanos

Grupo 4

Grupo E Provável não cancerígeno para humanos
Qual o perigo potencial?
•Identificação dos efeitos adversos que uma
substância tem a capacidade inerente de causar
•Não carcinogênicos
– Acenafteno, Acenaftileno, Antraceno, Benzo
(g,h,i) perileno, Fluoreno, Fenantreno,
Fluoranteno, Naftaleno e Pireno
•Carcinogênicos potenciais
Carcinogênicos
– Benzo(a)antraceno
– Benzo(a)pireno
– Benzo(b)fluoranteno
– Benzo(k)fluoranteno
– Criseno
– Dibenzo(a,h)antraceno
– Indeno(1,2,3-cd)pireno
Indeno(1,2,3 cd)pireno
– Arsênio
• Para efeitos não carcinogênicos
• (ex. problemas respiratórios ou
(
p
p
deficiência renal)

neurológicos,
g
,

• Indíce de Perigo (IP): Comparação entre a dose
estimada e a dose de referência (RfD)
IP = .
dose
.
dose de referência

– Se IP > 1 = risco inaceitável
O Índice de Perigo foi considerado aceitável?
Quocientes de Perigo

Via Ingestão de Solo

Via Contato Dérmico com Solo

Criança

Adulto

Criança

Adulto

Naftaleno

1,9E-08

2,0E-09

1,3E-04

5,0E-05

Acenafteno

2,3E-08

2,5E-09

1,6E-04

6,1E-05

Acenaftileno

1,2E-08

1,3E-09

8,4E-05

3,2E-05

Fluoreno

4,9E-08

5,2E-09

3,3E-04

1,3E-04

Fenantreno

3,4E-07

3,6E-08

2,3E-03

8,8E-04

Antraceno

1,6E-08

1,7E-09

1,1E-04

4,1E-05

Fluoranteno

3,3E-07

3,5E-08

2,2E-03

8,6E-04

Pireno

3,6E-07

3,8E-08

2,4E-03

9,3E-04

Benzo(g,h,i)perileno

5,8E-08

6,2E-09

4,0E-04

1,5E-04

Índice de Perigo - HPAs

1,2E-06

1,3E-07

8,2E-03

3,1E-03

Arsênio

7,0E-04

7,5E-05

1,1E+00

4,3E-01

Bário

2,2E-05

2,4E-06

1,2E+00

4,5E-01

Níquel

6,8E-06
6 8E 06

7,3E-07
7 3E 07

3,6E-01
3 6E 01

1,4E-01
1 4E 01

Prata

1,7E-06

1,9E-07

9,1E-02

3,5E-02

Índice de Perigo - Metais

7,3E-04

7,8E-05

2,7E+00

1,1E+00

HPAs
HPA

Metais
O Índice de Perigo foi considerado aceitável?

Quociente de Perigo
Q
i t d P i

Criança
C i

Adulto
Ad lt

IP Total - Ingestão

7,3E 04
7,3E-04

7,8E 05
7,8E-05

IP Total – Contato
Dérmico

2,7E+00
2 7E+00

1,1E+00
1 1E+00

2,7E+00

1,1E+00

IP Total

IP > 1 = índice de perigo inaceitável
O que é um risco de câncer inaceitável?
Para efeitos carcinogênicos:
• Risco = Aumento da probabilidade de
ocorrência de câncer durante o período de
vida do receptor como resultado da
exposição a uma substância potencialmente
cancerígena
í
4
• Ri
Risco > 1 x 10-4 = i
inaceitável
itá l
(1 caso em cada 10.000, segundo critério
adotado pela CETESB)
O risco foi considerado aceitável?
Risco

Via Ingestão de Solo

Via Contato Dérmico com
Solo

Criança

Adulto

Criança

Adulto

Benzo(a)antraceno

3,8E-09
3 8E 09

4,1E-10
4 1E 10

2,2E-05
2 2E 05

8,3E-06
8 3E 06

Criseno

8,0E-11

8,6E-12

4,6E-07

1,7E-07

Benzo(b)fluoranteno
( )

3,6E-09

3,8E-10

2,0E-05

7,9E-06

Benzo(k)fluoranteno

3,2E-10

3,4E-11

1,8E-06

6,9E-07

Benzo(a)pireno

3,9E-08

4,1E-09

2,2E-04

8,5E-05

Indeno(1,2,3-c,d)pireno

1,4E-09

1,5E-10

8,1E-06

3,1E-06

Dibenzo(a,h)antraceno

4,5E-09

4,8E-10

2,6E-05

9,8E-06

Índice de Perigo - HPAs

5,2E-08
5 2E 08

5,6E-09
5 6E 09

3,0E-04
3 0E 04

1,1E-04
1 1E 04

Arsênio

3,2E-07

7,2E-15

5,0E-04

1,9E-04

Índice de Perigo - Metais

3,2E-07

7,2E-15

5,0E-04

1,9E-04

HPAs

Metais
O risco foi considerado aceitável?

Risco
Ri

Criança
C i

Adulto
Ad l

Risco Total - Ingestão

3,7E-07

5,6E-09

Risco Total – Contato
Dérmico

8,0E-04

3,0E-04

8,0E-04
8 0E 04

3,0E-04
3 0E 04

Risco Total

Risco > 1 x 10-4 = inaceitável
Qual a conclusão do estudo?
• Vias de e pos ção
as
exposição
– ingestão de solo
– contato dérmico com solo

• Os riscos calculados à saúde da
população residente no entorno,
situaram-se fora dos limites
aceitáveis de risco

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a 7avaliacaoderiscoambientalcompatibilitymode

Avaliacao qualitativa de_riscos_quimicos
Avaliacao qualitativa de_riscos_quimicosAvaliacao qualitativa de_riscos_quimicos
Avaliacao qualitativa de_riscos_quimicosMarcio Mateus Bento
 
Conceitos sasasasasasasasBásicos química
Conceitos sasasasasasasasBásicos químicaConceitos sasasasasasasasBásicos química
Conceitos sasasasasasasasBásicos químicageniltonsantos4
 
Impacto ambiental, analise de riscos
Impacto ambiental, analise de riscosImpacto ambiental, analise de riscos
Impacto ambiental, analise de riscosUERGS
 
Livro risco potencial em toxicologia ambiental
Livro   risco potencial em toxicologia ambientalLivro   risco potencial em toxicologia ambiental
Livro risco potencial em toxicologia ambientalmarcosdiego
 
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicosAvaliação de riscos ambientais de agrotóxicos
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicosJoão Siqueira da Mata
 
Trabalho de-agentes-quimicos-sb
Trabalho de-agentes-quimicos-sbTrabalho de-agentes-quimicos-sb
Trabalho de-agentes-quimicos-sbelizangelalily
 
Aula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.ppt
Aula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.pptAula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.ppt
Aula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.pptcarlossilva333486
 
O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...
O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...
O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...Zanel EPIs de Raspa e Vaqueta
 
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileiras
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileirasAvaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileiras
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileirasClaudio Spadotto, Ph.D.
 
Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03
Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03
Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03AlicrcioCarlosGove
 
Riscos biologicos agentes_biologicos_2013
Riscos biologicos agentes_biologicos_2013Riscos biologicos agentes_biologicos_2013
Riscos biologicos agentes_biologicos_2013pamcolbano
 
Avaliação da Toxicidade aula 4
Avaliação da Toxicidade aula 4Avaliação da Toxicidade aula 4
Avaliação da Toxicidade aula 4profsempre
 
Biosseguranca
Biosseguranca  Biosseguranca
Biosseguranca UERGS
 
_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf
_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf
_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdfAdelmaSiles
 
Material Biologico
Material BiologicoMaterial Biologico
Material Biologiconutecs
 

Semelhante a 7avaliacaoderiscoambientalcompatibilitymode (20)

Avaliacao qualitativa de_riscos_quimicos
Avaliacao qualitativa de_riscos_quimicosAvaliacao qualitativa de_riscos_quimicos
Avaliacao qualitativa de_riscos_quimicos
 
Conceitos sasasasasasasasBásicos química
Conceitos sasasasasasasasBásicos químicaConceitos sasasasasasasasBásicos química
Conceitos sasasasasasasasBásicos química
 
Impacto ambiental, analise de riscos
Impacto ambiental, analise de riscosImpacto ambiental, analise de riscos
Impacto ambiental, analise de riscos
 
Livro risco potencial em toxicologia ambiental
Livro   risco potencial em toxicologia ambientalLivro   risco potencial em toxicologia ambiental
Livro risco potencial em toxicologia ambiental
 
Riscos boechat
Riscos boechatRiscos boechat
Riscos boechat
 
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicosAvaliação de riscos ambientais de agrotóxicos
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos
 
Exposição profissional a agentes químicos
Exposição profissional a agentes químicosExposição profissional a agentes químicos
Exposição profissional a agentes químicos
 
Trabalho de-agentes-quimicos-sb
Trabalho de-agentes-quimicos-sbTrabalho de-agentes-quimicos-sb
Trabalho de-agentes-quimicos-sb
 
Aula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.ppt
Aula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.pptAula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.ppt
Aula-3-Avaliação-de-risco-e-Ocupacional.ppt
 
O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...
O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...
O Princípio da Precaução no uso de indicadores de riscos químicos ambientais ...
 
Biossegurança 1
Biossegurança 1Biossegurança 1
Biossegurança 1
 
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileiras
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileirasAvaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileiras
Avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos em condições brasileiras
 
Exposição profissional a agentes químicos - comunicação cadeia de abastecimento
Exposição profissional a agentes químicos - comunicação cadeia de abastecimentoExposição profissional a agentes químicos - comunicação cadeia de abastecimento
Exposição profissional a agentes químicos - comunicação cadeia de abastecimento
 
Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03
Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03
Avaliação de impacto ambiental (A.I.A). Aula de 03
 
Riscos biologicos agentes_biologicos_2013
Riscos biologicos agentes_biologicos_2013Riscos biologicos agentes_biologicos_2013
Riscos biologicos agentes_biologicos_2013
 
Avaliação da Toxicidade aula 4
Avaliação da Toxicidade aula 4Avaliação da Toxicidade aula 4
Avaliação da Toxicidade aula 4
 
Biosseguranca
Biosseguranca  Biosseguranca
Biosseguranca
 
Estado da arte do processo de REVISÃO DA PORTARIA GM/MS n°2.914/2011
Estado da arte do processo de REVISÃO DA PORTARIA GM/MS n°2.914/2011Estado da arte do processo de REVISÃO DA PORTARIA GM/MS n°2.914/2011
Estado da arte do processo de REVISÃO DA PORTARIA GM/MS n°2.914/2011
 
_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf
_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf
_IMPACTOS_DOS_AGENTES_BIOLGICOS.pdf
 
Material Biologico
Material BiologicoMaterial Biologico
Material Biologico
 

7avaliacaoderiscoambientalcompatibilitymode

  • 1. Avaliação de Risco Ambiental ç
  • 2. Conteúdo Conceitos Básicos e Definições Introdução O que é Avaliação de Risco Ambiental (ARA)? Quais as etapas de uma ARA? Um exemplo de Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH) Qual era o problema? Como ele foi identificado? Quem estaria exposto? O que poderia acontecer? Quais os compostos de potencial interesse (CPI)? Como a avaliação foi conduzida? Qual é o risco para a população vizinha? O risco deverá estabilizar aumentar ou diminuir com o estabilizar, tempo?
  • 3. Conceitos Básicos e Definições Avaliação A aliação de Risco é o processo Risco, de estimativa de probabilidade de ocorrência de um determinado p acontecimento e a provável magnitude de efeitos adversos (em termos de segurança saúde segurança, saúde, ecologia, ou economia) durante um determinado período de tempo.
  • 4. Risco é como função de vários fatores: • d natureza d perigo, da t do i • da possibilidade de contato (p p (potencial de exposição), • da característica das populações expostas (receptores), • da possibilidade de ocorrência e ocorrência, • da magnitude das exposições e conseqüências, bem como da existência de valores públicos
  • 5. Análise de Risco à Saúde Humana - ARSH De acordo com a Agência de Proteção A bi t l Americana P t ã Ambiental A i US EPA, ARSH é um processo organizado de forma metodológica, utilizado para descrever e estimar a possibilidade de ocorrência de um efeito adverso para a saúde a partir d exposição ambiental d ti da i ã bi t l de determinadas substâncias químicas.
  • 6. As quatros fases da ARSH são: • • • • identificação de perigos, avaliação d li ã dose-resposta, avaliação de exposição e caracterização de risco. ç
  • 7. A “Análise de Risco” e “Avaliação , de Risco”, são termos freqüentemente utilizados como sinônimos, sinônimos embora a análise de risco seja mais vasta incluindo os aspectos de gestão de risco
  • 8. Análise de Risco Ecológica / Ambiental (ARE) É a probabilidade condicional da ocorrência de um acontecimento ecológico específico, associado à g p , explicação das suas conseqüências ecológicas – redução de biodiversidade, – perda d recursos comerciais i d de i i importantes, t t – instabilidade do ecossistema. Na prática, a avaliação de risco ecológica envolve: descrição quantitativa ou qualitativa da provável ocorrência de um acontecimento ecológico indesejado, sendo as suas conseqüências raramente contempladas. t t l d Geralmente, a ARE avalia impactos ecológicos G l t li i t ló i resultantes das atividades humanas.
  • 9. Estudo de Impacto Ambiental Avaliação e identificação sistemática dos impactos (efeitos) potenciais dos projetos propostos, planos, programas, ou ações legislativas, relativas aos componentes ambientais físicoquímicos, biológicos, culturais e sóciosócio econômicos. Poderá conter um capítulo de análise de risco focalizando nos aspectos tecnológico, de saúde humana e/ ou dos ecossistemas. ecossistemas
  • 10. Tipos de Análise de Risco: • Riscos à Segurança/Industriais; • Riscos para a Saúde Humana; • Riscos Ecológicos/ ambientais
  • 11. Diferenças entre os diferentes tipos de análise de risco: • Riscos de Segurança/Industriais Segurança/Industriais: g ç tipicamente de probabilidade baixa, elevada conseqüência, efeitos agudos (efeitos elevados em curto espaço de tempo), acidentais; tempo crítico de resposta; relações causa-efeito óbvias. • Focaliza-se em aspectos da segurança humana seg rança h mana e perca material material, essencialmente dentro do espaço de trabalho. trabalho
  • 12. Riscos para a Saúde Humana • Geralmente de elevada probabilidade probabilidade, baixa conseqüência, efeitos crônicos (exposições repetidas cujos efeitos podem não se manifestar por períodos elevados de tempo); relações causa causaefeito difíceis de estabelecer. • Focaliza-se essencialmente na saúde humana, essencialmente fora do local de trabalho ou da instalação
  • 13. Riscos Ecológicos/ ambientais • Mudanças sutis, interações ç , ç complexas entre populações, comunidades e ecossistemas (incluindo cadeias alimentares) ao nível micro e macro; elevada incerteza ; em relações causa-efeito; • Focaliza-se principalmente em impactos no ecossistema e habitats que se podem manifestar a grandes distâncias da fonte fonte.
  • 14. O que é Avaliação de Risco Ambiental (ARA)? Exposição Efeito
  • 15. O que é a Avaliação de Risco Ambiental? É o processo que avalia a probabilidade de que efeitos à saúde humana ou efeitos ecológicos possam ocorrer, ou ló i estejam ocorrendo, como resultado à exposição a um ou mais fatores de estresse
  • 16. O que são fatores de estresse? Físicos Químicos Biológicos
  • 17. Risco Ambiental Receptor humano Fonte (Indústrias) ( ú ) Via de exposição (contato dermal) Via de exposição Contaminante (substâncias no esgoto industrial) (ingestão de alimento contaminado) Receptor ecológico
  • 18. Quais os componentes de uma ARA? Contaminante Se um destes componentes está ausente Risco Via de Exposição Receptor Não há risco!
  • 19. Quais as etapas de uma Avaliação de Risco? Identificação do Perigo Avaliação da Exposição Avaliação da Toxicidade Caracterização do Risco ç Gerenciamento do Risco
  • 20. Identificação do Perigo • Coleta e análise de dados relevantes; • Identificação dos potenciais Compostos Químicos de Interesse CPI
  • 21. Avaliação da Toxicidade • Coleta de dados qua a os e Co e a quantitativos Qualitativos de toxicidade • Determinar valores de toxicidade
  • 22. Avaliação da Exposição • A etapa de Avaliação da p ç pode ser dividida em Exposição p três passos distintos, a saber: – Caracterização da Exposição; – Identificação dos Caminhos de Exposição; – Quantificação da Exposição Exposição.
  • 23.
  • 24. Caracterização dos Riscos • Caracterização de ocorrência de p efeitos potenciais adversos na saúde • Avaliação de incertezas • Sumário da informação de risco
  • 25. Por que padrões de qualidade (solo, sedimento, ar) não são suficientes? Valores conservadores (“pior caso ) ( pior caso”) Geralmente só protegem saúde humana Não refletem condições locais (solo, clima, receptores...) clima receptores ) Não consideram efeitos acumulativos Muitos compostos ainda não tem padrões
  • 26. Um exemplo... Qual Q l é o problema? bl ? Contaminação de solo ocasionada por vazamento em decorrência de dano acidental a uma tubulação que transportava óleo cru cru. Parte do óleo derramado foi retirado e disposto em a e ó eo de a ado o e ado d spos o e um dique de contenção, construído com solo argiloso da região, devidamente impermeabilizado em manta de polietileno e dotado de sistema de drenagem, conforme exigência da CETESB, SP.
  • 27. Quem poderia estar exposto? Identificação de população pertencente ao local ou próximas ao local do estudo; Pouca informação sobre a área e sobre a população em estudo; t d Abordagem conservadora (pior caso) Considerou-se no entorno, área residencial com , potenciais receptores humanos: população vizinha ao local de armazenagem do solo contaminado; Comunidades (adultos e crianças) em contato com potenciais fontes de contaminação (direta ou indiretamente)
  • 28. Como eles estariam expostos? FONTE DE RECEPTORES MEIOS CONTAMINAÇÃO VIAS DE POTENCIAIS EXPOSIÇÃO POTENCIAL Ar Hidrocarbonetos e metais em solo t i l Inlação de Voláteis Ingestão g Solo Contato Dermal D l População vizinha
  • 29. Como a avaliação foi conduzida? Concentração de Contaminante no solo Estimativa da dose de Contaminante Via Ingestão Estimativa da dose de Contaminante Via contato dermal Estimativa da dose total do Contaminante (mg/kg.dia) versus Dose de Referência para Contaminante (mg/kg.dia) Risco aceitável ou inaceitável
  • 30. Qual a dose de contaminante por cada via? Exposição ao Benzo (a) Pireno 4,00E-05 3,50E-05 3,00E 05 3 00E-05 2,50E-05 2,00E-05 1,50E-05 1,00E-05 1 00E 05 5,00E-06 0,00E+00 3,60E-05 1,40E-05 5,30E-09 5,70E-10 Criança Adulto Ingestão de solo Criança Adulto Contato Dérmico
  • 31. Sistema de Classificação dos Contaminantes USEPA e IARC IARC1 A C USEPA S A Grupo 1 Grupo A Cancerígeno para seres humanos Grupo 2A Grupo B Provável cancerígeno para humanos Descrição i ã B1 Evidências limitadas para seres humanos B2 Evidências para seres humanos inadequadas, evidências para animais suficientes Grupo 2B Grupo C Possível cancerígeno para seres humanos Grupo 3 Grupo D Não classificado como cancerígeno para seres humanos Grupo 4 Grupo E Provável não cancerígeno para humanos
  • 32. Qual o perigo potencial? •Identificação dos efeitos adversos que uma substância tem a capacidade inerente de causar •Não carcinogênicos – Acenafteno, Acenaftileno, Antraceno, Benzo (g,h,i) perileno, Fluoreno, Fenantreno, Fluoranteno, Naftaleno e Pireno •Carcinogênicos potenciais Carcinogênicos – Benzo(a)antraceno – Benzo(a)pireno – Benzo(b)fluoranteno – Benzo(k)fluoranteno – Criseno – Dibenzo(a,h)antraceno – Indeno(1,2,3-cd)pireno Indeno(1,2,3 cd)pireno – Arsênio
  • 33. • Para efeitos não carcinogênicos • (ex. problemas respiratórios ou ( p p deficiência renal) neurológicos, g , • Indíce de Perigo (IP): Comparação entre a dose estimada e a dose de referência (RfD) IP = . dose . dose de referência – Se IP > 1 = risco inaceitável
  • 34. O Índice de Perigo foi considerado aceitável? Quocientes de Perigo Via Ingestão de Solo Via Contato Dérmico com Solo Criança Adulto Criança Adulto Naftaleno 1,9E-08 2,0E-09 1,3E-04 5,0E-05 Acenafteno 2,3E-08 2,5E-09 1,6E-04 6,1E-05 Acenaftileno 1,2E-08 1,3E-09 8,4E-05 3,2E-05 Fluoreno 4,9E-08 5,2E-09 3,3E-04 1,3E-04 Fenantreno 3,4E-07 3,6E-08 2,3E-03 8,8E-04 Antraceno 1,6E-08 1,7E-09 1,1E-04 4,1E-05 Fluoranteno 3,3E-07 3,5E-08 2,2E-03 8,6E-04 Pireno 3,6E-07 3,8E-08 2,4E-03 9,3E-04 Benzo(g,h,i)perileno 5,8E-08 6,2E-09 4,0E-04 1,5E-04 Índice de Perigo - HPAs 1,2E-06 1,3E-07 8,2E-03 3,1E-03 Arsênio 7,0E-04 7,5E-05 1,1E+00 4,3E-01 Bário 2,2E-05 2,4E-06 1,2E+00 4,5E-01 Níquel 6,8E-06 6 8E 06 7,3E-07 7 3E 07 3,6E-01 3 6E 01 1,4E-01 1 4E 01 Prata 1,7E-06 1,9E-07 9,1E-02 3,5E-02 Índice de Perigo - Metais 7,3E-04 7,8E-05 2,7E+00 1,1E+00 HPAs HPA Metais
  • 35. O Índice de Perigo foi considerado aceitável? Quociente de Perigo Q i t d P i Criança C i Adulto Ad lt IP Total - Ingestão 7,3E 04 7,3E-04 7,8E 05 7,8E-05 IP Total – Contato Dérmico 2,7E+00 2 7E+00 1,1E+00 1 1E+00 2,7E+00 1,1E+00 IP Total IP > 1 = índice de perigo inaceitável
  • 36. O que é um risco de câncer inaceitável? Para efeitos carcinogênicos: • Risco = Aumento da probabilidade de ocorrência de câncer durante o período de vida do receptor como resultado da exposição a uma substância potencialmente cancerígena í 4 • Ri Risco > 1 x 10-4 = i inaceitável itá l (1 caso em cada 10.000, segundo critério adotado pela CETESB)
  • 37. O risco foi considerado aceitável? Risco Via Ingestão de Solo Via Contato Dérmico com Solo Criança Adulto Criança Adulto Benzo(a)antraceno 3,8E-09 3 8E 09 4,1E-10 4 1E 10 2,2E-05 2 2E 05 8,3E-06 8 3E 06 Criseno 8,0E-11 8,6E-12 4,6E-07 1,7E-07 Benzo(b)fluoranteno ( ) 3,6E-09 3,8E-10 2,0E-05 7,9E-06 Benzo(k)fluoranteno 3,2E-10 3,4E-11 1,8E-06 6,9E-07 Benzo(a)pireno 3,9E-08 4,1E-09 2,2E-04 8,5E-05 Indeno(1,2,3-c,d)pireno 1,4E-09 1,5E-10 8,1E-06 3,1E-06 Dibenzo(a,h)antraceno 4,5E-09 4,8E-10 2,6E-05 9,8E-06 Índice de Perigo - HPAs 5,2E-08 5 2E 08 5,6E-09 5 6E 09 3,0E-04 3 0E 04 1,1E-04 1 1E 04 Arsênio 3,2E-07 7,2E-15 5,0E-04 1,9E-04 Índice de Perigo - Metais 3,2E-07 7,2E-15 5,0E-04 1,9E-04 HPAs Metais
  • 38. O risco foi considerado aceitável? Risco Ri Criança C i Adulto Ad l Risco Total - Ingestão 3,7E-07 5,6E-09 Risco Total – Contato Dérmico 8,0E-04 3,0E-04 8,0E-04 8 0E 04 3,0E-04 3 0E 04 Risco Total Risco > 1 x 10-4 = inaceitável
  • 39. Qual a conclusão do estudo? • Vias de e pos ção as exposição – ingestão de solo – contato dérmico com solo • Os riscos calculados à saúde da população residente no entorno, situaram-se fora dos limites aceitáveis de risco