Este documento relata o caso de uma casa assombrada onde vários moradores e visitantes avistaram repetidamente o fantasma de um pequeno cão branco. A primeira aparição foi relatada pelo marido da senhora Fletcher, que viu o cão girando em torno de sua escrivaninha enquanto trabalhava sozinho. Posteriormente, outros moradores também relataram ver o cão e sentir uma sensação de calor onde o fantasma havia tocado seus corpos. A senhora Fletcher comentou que treze anos antes ela tinha um cão terrier branco parecido, suger
2. Sexta categoria
Animais e fenômenos de assombração
Segundo subgrupo
Aparições de animais em locais assombrados
3. Caso 04 (Visual-coletivo, com diversidade de “impressões” sensoriais)
Extraio este caso do Journal of the S. P. R. (vol. XIII, págs. 52-64). Ele faz
parte de um extenso relatório sobre uma casa assombrada onde
apareciam os fantasmas de uma mulher vestida de preto, de um homem
pendurado num galho de árvore e de um cãozinho branco, percebidos
geralmente por diversos percipientes. No relatório, encontram-se
sublinhadas 14 aparições do cãozinho, mas limitar-me-ei aqui a
transcrever somente a primeira.
Eis o que conta a senhora Fletcher, que morava na casa assombrada:
4. “O pequeno cão branco apareceu pela primeira vez no mês de janeiro de
1900. Numa tarde, meu marido saiu da biblioteca, onde ele se
encontrava sozinho, e me disse: “Vi um cão branco na biblioteca”.
Respondi sorrindo: “Nada mais natural, nossos dois cães não fazem
outra coisa a não ser passar de um cômodo a outro”. Mas meu marido,
sério, disse-me: “Não falo de nossos cães. Enquanto escrevia, vi um
cãozinho branco girar em volta da escrivaninha e ir até a porta que
estava fechada. Pensando que era Nippers, levantei-me para abrir a
porta, mas o cãozinho tinha desaparecido”. Depois
desse primeiro incidente, as aparições do cãozinho branco tornaram-se
frequentes; nós todos pudemos ver, inclusive nossos empregados,
nossos hóspedes, a senhorita Plumtre (de quem os senhores
encontrarão o relato em anexo) e seu irmão.”
5. É preciso chamar a atenção dos leitores sobre o fato de que, no momento
em que o cão resvalava em alguma parte do corpo dos percipientes, eles
sentiam imediatamente uma sensação de calor no ponto em que a
pressão alucinatório-verídica do corpo do cão fantasma tinha tocado.
Um pouco adiante, a senhora Fletcher observa:
“Num local de minha perna, embaixo do joelho, que o cão tinha resvalado
ao passar, percebi, durante várias horas, uma sensação de queimação
bastante forte, tal qual a de uma ligeira queimadura. Minha filha Eglantine
não estava presente no momento em que falei sobre isto; no entanto,
pouco depois ela observou espontaneamente: “Mamãe, no lugar da minha
perna onde o nariz do cão encostou sinto como que uma sensação de
queimadura”.
Não consigo encontrar nenhum incidente do passado que tenha relação
com a aparição do cãozinho branco, exceto que, há treze anos, eu tinha
um cão terrier de pelo branco que tinha sido meu grande favorito e era
absolutamente igual àquele que se manifestava.”
6. Esta última observação da senhora Fletcher deixaria supor que, neste
caso, tratar-se-ia de antemão de um exemplo de identificação de um
fantasma animal. Mas esta observação é vaga por demais para ser
levada em consideração. Somente quando a relacionarmos com casos
análogos que citarei na oitava categoria será possível atribuir-lhe um certo
valor comprobatório. De qualquer forma, não saberíamos ligar o fato da
aparição verídica de um cão falecido alguns anos antes ao das aparições
de fantasmas
de homem e de mulher, exceto se quisermos retirar desta coincidência o
fato de que as condições de saturação fluídica inerente a um meio
assombrado tenham dado condições ao cão para se manifestar.