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teoria da literatura
Noções de literatura infantil
             Manoel Neves
DEFINIÇÃO
literatura infantil
DEFINIÇÃO
                                   a narrativa brasileira depois de 1960
Para	
  o	
  estudioso	
  uruguai	
  Jesualdo	
  Sosa,	
  é	
  uma	
  forma	
  literária	
  escrita	
  num	
  léxico	
  especial,	
  que	
  
procura	
   estar	
   de	
   acordo	
   com	
   as	
   caracterís7cas	
   psíquicas	
   da	
   criança	
   e	
   responder	
   às	
   suas	
  
exigências	
  intelectuais	
  e	
  espirituais.	
  
                                    SOSA,	
  Jesualdo.	
  A	
  literatura	
  infan6l.	
  São	
  Paulo:	
  Cultrix,	
  1978.	
  
MITOS
literatura infantil
RITOS DE PASSAGEM
                                                          mitos
                                                   definição
celebrações	
  que	
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  de	
  status	
  de	
  uma	
  pessoa	
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  seio	
  de	
  sua	
  comunidade	
  

                                                   exemplos
                 ba6smo,	
  reclusão,	
  caçada,	
  festa	
  de	
  aniversário,	
  festa	
  de	
  15	
  anos	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
                             mitos
                             CAOS	
  


Gaia	
           Érebo	
                Tártaro	
     Eros	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
           mitos
            Gaia	
  



           Urano	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
                              mitos
                   Gaia	
                    Urano	
  



Titãs	
                       Ciclopes	
                 Hecatônquiros	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
                                                             mitos
                                                         os titãs
Oceano,	
  Céos,	
  Créos,	
  Hiperião,	
  Jápeto,	
  Teia	
  e	
  Reia;	
  Têmis,	
  Mnemosine,	
  Febe,	
  Te6s	
  e	
  Cronos	
  

                                    Cronos destrona Urano
Cronos	
  mu6la	
  o	
  pai	
  e	
  liberta	
  os	
  irmãos;	
  surgem,	
  então,	
  Vênus,	
  Melíades,	
  Eríneas	
  e	
  Gigantes	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
                                          mitos
                            Cronos	
              Reia	
  


Hés6a	
                     Deméter	
             Hera	
                Hades	
  


             Poseidon	
                                      Zeus	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
                    mitos
       Zeus	
               Hera	
  


     Hefestos	
              Ares	
  
ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA
                                                   mitos
                               outros filhos de Zeus
Apolo,	
  Ártemis,	
  Hermes,	
  Dionísio,	
  Moiras,	
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MITOS TRADICIONAIS X MITOS MODERNOS
                mitos
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DE FEITICEIRAS E FADAS
     literatura infantil
DE FEITICEIRAS E FADAS
                                                      literatura infantil

                                                           feiticeiras
Fei6ceira	
   é	
   aquela	
   que	
   u6liza	
   a	
   magia	
   de	
   forma	
   empírica,	
   sem	
   estudos	
   nem	
   grimórios,	
   a	
  
fei6ceira	
  tem	
  a	
  magia	
  em	
  seu	
  sangue	
  e	
  muitas	
  vezes	
  não	
  sabe	
  dominar	
  aquilo	
  que	
  tem	
  como	
  
dom,	
  as	
  fei6ceiras(os)nos	
  dias	
  atuais	
  geralmente	
  são	
  tratadas	
  como	
  pessoas	
  loucas,	
  ou	
  acabam	
  
em	
  esquinas	
  lendo	
  mãos	
  ou	
  u6lizando	
  seus	
  dons	
  de	
  forma	
  marginalizada.	
  
Fei6ceira	
  da	
  Luxúria.	
  Disponível	
  em:	
  <h_p://ojardimdossen6dos.blogspot.com/2008/11/sete-­‐pecados-­‐sete-­‐fei6ceiras.html	
  
DE FEITICEIRAS E FADAS
                                                    literatura infantil

                                                              fadas
A	
   fada	
   é	
   um	
   ser	
   mitológico,	
   caracterís6co	
   dos	
   mitos	
   cél6cos,	
   anglo-­‐saxões,	
   germânicos	
   e	
  
nórdicos.	
  
TIPOS DE FADAS
                                                         literatura infantil

                                                     elementais do ar
Divididos	
   em	
   sílfides	
   ou	
   fadas	
   das	
   nuvens	
   e	
   fadas	
   das	
   tempestades.	
   As	
   primeiras	
   vivem	
   nas	
  
nuvens,	
   são	
   dotadas	
   de	
   elevada	
   inteligência	
   e	
   sua	
   principal	
   a6vidade	
   é	
   transferir	
   luz	
   para	
   as	
  
plantas;	
   interessam-­‐se	
   muito	
   também	
   por	
   animais	
   e	
   por	
   pessoas,	
   para	
   as	
   quais	
   podem	
   agir	
  
como	
  protetoras	
  e	
  guias.	
  As	
  fadas	
  das	
  tempestades	
  possuem	
  grande	
  energia	
  e	
  circulam	
  sobre	
  as	
  
florestas	
  e	
  ao	
  redor	
  dos	
  picos	
  das	
  montanhas;	
  costumam	
  ser	
  vistas	
  em	
  grupos	
  pelas	
  alturas	
  e	
  só	
  
descem	
  à	
  supervcie	
  quando	
  o	
  vento	
  está	
  forte.	
  	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://primeirafeiramis6ca.blogspot.com/2011/07/as-­‐materias-­‐an6gas-­‐estao-­‐do-­‐lado_23.html>	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://conhecimentoan6go.wordpress.com/silfos/>	
  
TIPOS DE FADAS
                                                        literatura infantil

                                                elementais da terra
Seus	
   principais	
   representantes	
   são	
   os	
   gnomos,	
   criaturas	
   de	
   cerca	
   de	
   um	
   metro	
   de	
   altura	
   que	
  
vivem	
   no	
   interior	
   da	
   terra	
   (embora	
   existam	
   gnomos	
   da	
   floresta,	
   que	
   cuidam	
   basicamente	
   das	
  
raízes	
  das	
  plantas).	
  Os	
  kobolds,	
  menores	
  que	
  os	
  gnomos,	
  são	
  mais	
  amigáveis	
  e	
  presta6vos	
  para	
  
os	
  humanos	
  que	
  seus	
  parentes,	
  embora	
  sejam	
  igualmente	
  cautelosos.	
  Os	
  gigantes	
  são	
  en6dades	
  
enormes	
   que	
   costumam	
   estar	
   ligados	
   à	
   montanhas,	
   embora	
   também	
   possam	
   viver	
   em	
   florestas	
  
an6gas.	
   Finalmente,	
   os	
   Devas	
   da	
   Montanha,	
   são	
   os	
   elementais	
   da	
   terra	
   mais	
   evoluídos,	
  
en6dades	
  que	
  permeiam	
  e	
  trabalham	
  com	
  uma	
  montanha	
  ou	
  uma	
  cadeia	
  inteira	
  de	
  montanhas,	
  
com	
   sua	
   consciência	
   tão	
   profundamente	
   imersa	
   na	
   Terra	
   que	
   mal	
   tomam	
   conhecimento	
   da	
  
existência	
  de	
  criaturas	
  de	
  vida	
  breve,	
  como	
  os	
  homens.	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://zn1952.sites.uol.com.br/elementais_terra.html>	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://meulivrodasombras.blogspot.com/2011/03/elementais-­‐da-­‐terra-­‐gnomos-­‐e-­‐duendes.html>	
  
TIPOS DE FADAS
                                                    literatura infantil

                                               elementais do fogo
As	
  salamandras	
  ou	
  espíritos	
  do	
  fogo,	
  habitam	
  o	
  subsolo	
  vulcânico,	
  os	
  relâmpagos	
  e	
  as	
  fogueiras.	
  
São	
  mais	
  poderosas	
  que	
  as	
  fadas	
  dos	
  jardins,	
  mas	
  estão	
  mais	
  distantes	
  da	
  humanidade	
  também.	
  
São	
  espíritos	
  de	
  transformação,	
  responsáveis	
  pela	
  conversão	
  de	
  matéria	
  em	
  decomposição	
  em	
  
solo	
   fér6l.	
   Podem	
   agir	
   também	
   como	
   espíritos	
   de	
   inspiração,	
   mediadores	
   entre	
   o	
   mundo	
  
angélico	
  e	
  os	
  níveis	
  vsicos	
  de	
  criação	
  (ou	
  seja,	
  agem	
  como	
  musas).	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://www.portalangels.com/anjos/wp-­‐content/uploads/2011/10/elemental_do_fogo.jpg	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://mys6calroom.blogspot.com/2010/06/elementais-­‐de-­‐fogo.htmlg	
  
TIPOS DE FADAS
                                                        literatura infantil

                                              elementais das águas
representados	
  pelas	
  ninfas,	
  ondinas,	
  espíritos	
  das	
  águas	
  e	
  náiades,	
  são	
  responsáveis	
  por	
  re6rar	
  
energia	
   do	
   sol	
   para	
   transmiz-­‐la	
   à	
   água.	
   As	
   ninfas	
   estão	
   ligadas	
   às	
   águas,	
   mas	
   também	
   à	
  
montanhas	
   e	
   florestas.	
   Regulam	
   o	
   fluxo	
   da	
   água	
   na	
   crosta	
   terrestre	
   e	
   dão	
   personalidade	
   e	
  
individualidade	
  a	
  locais	
  aquá6cos,	
  tais	
  como	
  poços,	
  lagos	
  e	
  fontes.	
  Podem	
  assumir	
  a	
  forma	
  de	
  
peixes,	
   os	
   quais	
   protegem.	
   As	
   ondinas	
   parecem	
   estar	
   restritas	
   a	
   determinadas	
   localidades,	
  
sendo	
   responsáveis	
   pelas	
   quedas	
   d'água	
   e	
   a	
   vegetação	
   circundante.	
   Os	
   espíritos	
   das	
   águas	
  
vivem	
   em	
   rios,	
   fontes,	
   lagos	
   e	
   pântanos.	
   Assemelham-­‐se	
   a	
   belas	
   donzelas,	
   muitas	
   vezes	
   com	
  
caudas	
  de	
  peixe;	
  gostam	
  de	
  música	
  e	
  dança,	
  e	
  têm	
  o	
  dom	
  da	
  profecia.	
  Embora	
  possam	
  ajudar	
  
eventualmente	
  os	
  seres	
  humanos,	
  estes	
  têm	
  de	
  se	
  acautelar	
  com	
  tais	
  espíritos,	
  que	
  podem	
  ser	
  
traiçoeiros	
  e	
  afogar	
  pessoas.	
  Da	
  mesma	
  forma	
  que	
  os	
  espíritos	
  das	
  águas,	
  as	
  náiades	
  presidem	
  
os	
  rios,	
  correntezas,	
  ribeiros,	
  fontes,	
  lagos,	
  lagoas,	
  poços	
  e	
  pântanos.	
  	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://sacerdo6sadofogo.blogspot.com/2010/11/oracao-­‐das-­‐ondinas-­‐elementais-­‐da-­‐agua.htmlg	
  
Disponível	
  em:	
  <h_p://fadinhaarodla.blogspot.com/2006/08/elementais-­‐espritos-­‐da-­‐natureza-­‐ou.html	
  
UM CONTO DE FADAS MODERNO
        literatura infantil
h_p://www.estadao.com.br	
  
BRUXAS E BRUXARIA
   literatura infantil
BRUXAS E BRUXARIA
                                                     literatura infantil

                                           bruxaria tradicional
Há	
  uma	
  grande	
  confusão,	
  entre	
  os	
  leigos,	
  acerca	
  de	
  bruxaria	
  tradicional	
  e	
  moderna.	
  A	
  bruxaria	
  
tradicional	
   tem	
   suas	
   raízes	
   nos	
   cultos	
   a	
   deidades	
   pertencentes	
   a	
   determinadas	
   áreas	
  
geográficas,	
  que	
  podem	
  datar	
  de	
  períodos	
  pré-­‐históricos,	
  o	
  que	
  pode	
  torná-­‐la	
  em	
  parte	
  irmã	
  ou	
  
filha	
   de	
   an6gas	
   prá6cas	
   e	
   cultos	
   xamânicos.	
   Historicamente,	
   o	
   papel	
   social	
   das	
   bruxas	
  
tradicionais	
   era	
   basicamente	
   a	
   prestação	
   de	
   auxílio	
   à	
   população:	
   como	
   adivinhas,	
   parteiras,	
  
curandeiras,	
  conselheiras	
  ou	
  até	
  mesmo	
  alcoviteiras.	
  
BRUXAS E BRUXARIA
                                                            literatura infantil

                                                     bruxaria medieval
Uma	
  bruxa	
  é	
  geralmente	
  retratada	
  no	
  imaginário	
  popular	
  como	
  uma	
  mulher	
  velha,	
  nariguda	
  e	
  
encarquilhada,	
  exímia	
  e	
  contumaz	
  manipuladora	
  de	
  magia	
  negra	
  e	
  dotada	
  de	
  uma	
  gargalhada	
  
terrível.	
   É	
   inegável	
   a	
   conexão	
   entre	
   esta	
   visão	
   e	
   a	
   visão	
   da	
   hag	
   ou	
   Crone	
   dos	
   anglófonos.	
   É	
  
também	
   muito	
   popularizada	
   a	
   imagem	
   da	
   bruxa	
   como	
   a	
   de	
   uma	
   mulher	
   sentada	
   sobre	
   uma	
  
vassoura	
  voadora,	
  ou	
  com	
  a	
  mesma	
  passada	
  por	
  entre	
  as	
  pernas,	
  andando	
  aos	
  sal6tos.	
  Alguns	
  
autores	
   u6lizam	
   o	
   termo,	
   contudo,	
   para	
   designar	
   as	
   mulheres	
   sábias	
   detentoras	
   de	
  
conhecimentos	
  sobre	
  a	
  natureza	
  	
  e,	
  possivelmente,	
  magia.	
  
BRUXAS E BRUXARIA
                                                       literatura infantil

                                                bruxaria moderna
A	
   bruxaria	
   moderna,	
   por	
   outro	
   lado,	
   embora	
   se	
   relacione	
   firmemente	
   com	
   a	
   Bruxaria	
  
Tradicional,	
  surge	
  historicamente	
  com	
  Gerald	
  Gardner,	
  com	
  a	
  criação	
  da	
  Wicca	
  no	
  ano	
  1950	
  da	
  
Era	
  Comum.	
  Apesar	
  de	
  a	
  bruxaria	
  tradicional	
  ter	
  absorvido	
  elementos	
  modernos	
  às	
  suas	
  raízes	
  
folclóricas	
   e	
   evoluindo	
   con6nuamente,	
   seu	
   eixo	
   fundamental	
   é	
   bastante	
   dis6nto	
   do	
   da	
   bruxaria	
  
moderna,	
   pois	
   Gardner	
   não	
   apenas	
   adotou	
   novos	
   elementos,	
   mas	
   tornou	
   alguns	
   destes	
   em	
  
bases	
   fundamentais	
   da	
   Wicca,	
   amalgamando-­‐os	
   de	
   forma	
   indissolúvel	
   em	
   um	
   hibridismo	
   com	
  
cultos	
   pagãos	
   e	
   conceitos	
   de	
   origem	
   oriental.	
   Agrava-­‐se	
   a	
   confusão	
   entre	
   bruxaria	
   moderna	
   e	
  
bruxaria	
   tradicional	
   ao	
   ter	
   se	
   tornado	
   recorrente	
   o	
   uso	
   da	
   expressão	
   "wicca	
   tradicional"	
   para	
  
designar	
  aqueles	
  cuja	
  linhagem	
  iniciá6ca	
  remonta	
  a	
  Gerald	
  Gardner.	
  
CONFRONTANDO BRUXAS
     literatura infantil
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O HERÓI
literatura infantil
O HERÓI
                                                         literatura infantil

                                                          o herói épico
Se	
   se	
   considerar	
   a	
   tradição	
   ocidental,	
   grega,	
   a	
   palavra	
   "herói"	
   vem	
   de	
   "hêros",	
   que	
   significa	
  
"homem	
   divinizado,	
   filho	
   dos	
   deuses".	
   Dentre	
   inúmeros	
   exemplos	
   que	
   poderiam	
   ser	
   citados,	
  
Hércules	
   se	
   configura	
   como	
   um	
   modelo	
   interessante	
   não	
   só	
   por	
   atender	
   aos	
   desígnios	
  
e6mológicos	
  aventados	
  acima,	
  mas	
  por	
  ser	
  um	
  modelo	
  de	
  coragem,	
  força,	
  virtude	
  e	
  inteligência.	
  
Atentando	
   às	
   lições	
   de	
   Lévi-­‐Strauss,	
   pode-­‐se	
   afirmar	
   que	
   a	
   trajetória	
   do	
   herói	
   épico	
   está	
  
circunscrita	
   a	
   um	
   deslocamento	
   conznuo	
   no	
   espaço,	
   tendo	
   por	
   obje6vo	
   ir	
   a	
   outras	
   terras,	
  
enfrentar	
   perigos	
   mil,	
   ajudar	
   os	
   desvalidos,	
   para,	
   enfim,	
   retornar	
   a	
   sua	
   terra	
   natal	
   coberto	
   de	
  
glórias.	
  Tudo	
  isso	
  se	
  dá	
  porque	
  o	
  herói	
  épico	
  é	
  um	
  modelo	
  a	
  ser	
  seguido	
  pelo	
  homem	
  comum.	
  
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O HERÓI
                                                     literatura infantil

                                                       o anti-herói
O	
   an6-­‐herói	
   tem	
   evoluído	
   ao	
   longo	
   do	
   tempo,	
   mudando	
   como	
   as	
   concepções	
   da	
   sociedade	
  
sobre	
   o	
   herói	
   mudaram,	
   desde	
   os	
   tempos	
   Elizabetanos	
   de	
   Fausto	
   e	
   Falstaff	
   de	
   William	
  
Shakespeare,	
   para	
   o	
   mais	
   sombrios	
   temas	
   da	
   literatura	
   vitoriana	
   do	
   século	
   19/XIX,	
   como	
   a	
  
"Ópera	
  dos	
  Mendigos"	
  de	
  John	
  Gay	
  como	
  um	
  homem	
  zmido,	
  passivo	
  e	
  indeciso	
  que	
  contrasta	
  
fortemente	
   com	
   os	
   heróis	
   gregos.	
   O	
   herói	
   byroniano	
   também	
   estabelece	
   um	
   precedente	
  
literário	
  para	
  o	
  conceito	
  moderno	
  de	
  an6-­‐heroismo.	
  
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O HERÓI
                                                      literatura infantil

                                                     o herói trágico
Um	
   herói	
   trágico	
   é	
   o	
   personagem	
   principal	
   de	
   uma	
   tragédia.	
   O	
   uso	
   moderno	
   do	
   termo	
  
geralmente	
  envolve	
  a	
  noção	
  de	
  que	
  o	
  herói	
  cometeu	
  um	
  erro	
  em	
  suas	
  ações,	
  o	
  que	
  leva	
  à	
  sua	
  
queda.	
  A	
  ideia	
  de	
  que	
  este	
  seja	
  um	
  equilíbrio	
  entre	
  crime	
  e	
  cas6go	
  é	
  incorretamente	
  atribuída	
  a	
  
Aristóteles,	
   que	
   é	
   bastante	
   claro	
   em	
   seu	
   pronunciamento	
   que	
   o	
   infortúnio	
   do	
   herói	
   não	
   é	
  
provocada	
  "por	
  vício	
  e	
  depravação,	
  mas	
  por	
  algum	
  erro	
  de	
  julgamento".	
  Na	
  verdade,	
  na	
  Poé7ca	
  
de	
  Aristóteles,	
  é	
  impera6vo	
  que	
  o	
  herói	
  trágico	
  é	
  nobre.	
  
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O HERÓI
                                                       literatura infantil

                                                               o vilão
Geralmente	
   é	
   uma	
   figura	
   ardilosa,	
   que	
   u6liza	
   suas	
   habilidades	
   com	
   o	
   intuito	
   de	
   prejudicar	
  
alguém	
   ou	
   conseguir	
   algo	
   que	
   deseja	
   de	
   formas	
   escusas.	
   Muitas	
   vezes	
   com	
   planos,	
   que	
   são	
  
aplicados	
  ao	
  longo	
  da	
  trama,	
  prejudicando	
  normalmente	
  o	
  protagonista,	
  mas	
  ao	
  termino,	
  é	
  de	
  
praxe	
  que	
  para	
  ter	
  um	
  final	
  aceitável	
  aos	
  olhos	
  do	
  público,	
  o	
  vilão	
  tem	
  seu	
  plano	
  arruinado	
  de	
  
forma	
  heroica	
  pelo	
  personagem	
  principal.	
  
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O ESPELHO
literatura infantil
O ESPELHO
                                                             literatura infantil

                                                         o mito de narciso
Narciso	
   era	
   um	
   belo	
   rapaz,	
   filho	
   do	
   deus	
   do	
   rio	
   Céfiso	
   e	
   da	
   ninfa	
   Liríope.	
   Por	
   acasião	
   de	
   seu	
  
nascimento,	
  seus	
  pais	
  consultaram	
  o	
  oráculo	
  Tirésias	
  para	
  saber	
  qual	
  seria	
  o	
  des6no	
  do	
  menino.	
  
A	
  resposta	
  foi	
  que	
  ele	
  teria	
  uma	
  longa	
  vida,	
  se	
  nunca	
  visse	
  a	
  própria	
  face.	
  Muitas	
  moças	
  e	
  ninfas	
  
apaixonaram-­‐se	
   por	
   Narciso,	
   quando	
   ele	
   chegou	
   à	
   idade	
   adulta.	
   Porém,	
   o	
   belo	
   jovem	
   não	
   se	
  
interessava	
  por	
  nenhuma	
  delas.	
  A	
  ninfa	
  Eco,	
  uma	
  das	
  mais	
  apaixonadas,	
  não	
  se	
  conformou	
  com	
  
a	
  indiferença	
  de	
  Narciso	
  e	
  afastou-­‐se	
  amargurada	
  para	
  um	
  lugar	
  deserto,	
  onde	
  definhou	
  até	
  que	
  
somente	
  restaram	
  dela	
  os	
  gemidos.	
  As	
  moças	
  desprezadas	
  pediram	
  aos	
  deuses	
  para	
  vingá-­‐las.	
  
Nêmesis	
   apiedou-­‐se	
   delas	
   e	
   induziu	
   Narciso,	
   depois	
   de	
   uma	
   caçada	
   num	
   dia	
   muito	
   quente,	
   a	
  
debruçar-­‐se	
   numa	
   fonte	
   para	
   beber	
   água.	
   Descuidando-­‐se	
   de	
   tudo	
   o	
   mais,	
   ele	
   permaneceu	
  
imóvel	
  na	
  contemplação	
  ininterrupta	
  de	
  sua	
  face	
  refle6da	
  e	
  assim	
  morreu.	
  No	
  próprio	
  Hades	
  ele	
  
tentava	
  ver	
  nas	
  águas	
  do	
  Es6ge	
  as	
  feições	
  pelas	
  quais	
  se	
  apaixonara.	
  
                                     h_p://tempo-­‐de-­‐ler.blogspot.com/2009/06/o-­‐mito-­‐de-­‐narciso.html	
  
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O ESPELHO
                                                         literatura infantil

                                           Alice através do espelho
Uma	
  garota	
  do	
  ves6do	
  azul,	
  de	
  exatamente	
  sete	
  anos	
  e	
  meio,	
  ralha	
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  filhotes	
  de	
  sua	
  gata,	
  
Dinah,	
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  a	
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  do	
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  Numa	
  tenta6va	
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  ver	
  o	
  que	
  há	
  além	
  do	
  corredor	
  
refle6do	
  no	
  grande	
  espelho	
  sobre	
  o	
  aparador	
  da	
  lareira,	
  ela	
  acaba	
  atravessando	
  o	
  vidro	
  como	
  se	
  
fosse	
  fumaça	
  e	
  encontrando	
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  do	
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O ESPELHO
                                    literatura infantil

                                   branca de neve
O	
  espelho	
  mágico	
  da	
  madrasta	
  de	
  Branca	
  de	
  Neve	
  fala	
  apenas	
  a	
  verdade.	
  
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O ESPELHO
                                                literatura infantil

                                     o retrato de dorian gray
O	
  espelho	
  reflete	
  a	
  imagem	
  conquistada	
  por	
  intermédio	
  do	
  pacto	
  pela	
  juventude.	
  Sua	
  imagem	
  
real	
  fica	
  trancafiada	
  num	
  quadro.	
  
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DANIEL NA COVA DOS LEÕES
                        Legião Urbana
           Aquele	
  gosto	
  amargo	
  do	
  teu	
  corpo	
  
         Ficou	
  na	
  minha	
  boca	
  por	
  mais	
  tempo.	
  
         De	
  amargo,	
  então	
  salgado	
  ficou	
  doce,	
  
          Assim	
  que	
  o	
  teu	
  cheiro	
  forte	
  e	
  lento	
  
         Fez	
  casa	
  nos	
  meus	
  braços	
  e	
  ainda	
  leve,	
  
                 Forte,	
  cego	
  e	
  tenso,	
  fez	
  saber	
  
          Que	
  ainda	
  era	
  muito	
  e	
  muito	
  pouco.	
  
          Faço	
  nosso	
  o	
  meu	
  segredo	
  mais	
  sincero	
  
                    E	
  desafio	
  o	
  ins6nto	
  dissonante.	
  
         A	
  insegurança	
  não	
  me	
  ataca	
  quando	
  erro	
  
    E	
  o	
  teu	
  momento	
  passa	
  a	
  ser	
  o	
  meu	
  instante.	
  
          E	
  o	
  teu	
  medo	
  de	
  ter	
  medo	
  de	
  ter	
  medo	
  
                Não	
  faz	
  da	
  minha	
  força	
  confusão.	
  
         Teu	
  corpo	
  é	
  meu	
  espelho	
  e	
  em	
  6	
  navego	
  
   E	
  eu	
  sei	
  que	
  a	
  tua	
  correnteza	
  não	
  tem	
  direção.	
  
        Mas,	
  tão	
  certo	
  quanto	
  o	
  erro	
  de	
  ser	
  barco	
  
              A	
  motor	
  e	
  insis6r	
  em	
  usar	
  os	
  remos,	
  
          É	
  o	
  mal	
  que	
  a	
  água	
  faz	
  quando	
  se	
  afoga	
  
   E	
  o	
  salva-­‐vidas	
  não	
  está	
  lá	
  porque	
  não	
  vemos.	
  
O BURACO DO ESPELHO
        Arnaldo Antunes
   o buraco do espelho está fechado
     agora eu tenho que ficar aqui
  com um olho aberto, outro acordado
       no lado de lá onde eu caí	
  
    pro lado de cá não tem acesso
  mesmo que me chamem pelo nome
  mesmo que admitam meu regresso
  toda vez que eu vou a porta some	
  
        a janela some na parede
    a palavra de água se dissolve
     na palavra sede, a boca cede
     antes de falar, e não se ouve	
  
     já tentei dormir a noite inteira
   quatro, cinco, seis da madrugada
       vou ficar ali nessa cadeira
    uma orelha alerta, outra ligada	
  
   o buraco do espelho está fechado
     agora eu tenho que ficar agora
    fui pelo abandono abandonado
       aqui dentro do lado de fora	
  

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Noções de literatura infantil

  • 1. teoria da literatura Noções de literatura infantil Manoel Neves
  • 3. DEFINIÇÃO a narrativa brasileira depois de 1960 Para  o  estudioso  uruguai  Jesualdo  Sosa,  é  uma  forma  literária  escrita  num  léxico  especial,  que   procura   estar   de   acordo   com   as   caracterís7cas   psíquicas   da   criança   e   responder   às   suas   exigências  intelectuais  e  espirituais.   SOSA,  Jesualdo.  A  literatura  infan6l.  São  Paulo:  Cultrix,  1978.  
  • 5. RITOS DE PASSAGEM mitos definição celebrações  que  marcam  mudanças  de  status  de  uma  pessoa  no  seio  de  sua  comunidade   exemplos ba6smo,  reclusão,  caçada,  festa  de  aniversário,  festa  de  15  anos  
  • 6. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos CAOS   Gaia   Érebo   Tártaro   Eros  
  • 7. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos Gaia   Urano  
  • 8. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos Gaia   Urano   Titãs   Ciclopes   Hecatônquiros  
  • 9. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos os titãs Oceano,  Céos,  Créos,  Hiperião,  Jápeto,  Teia  e  Reia;  Têmis,  Mnemosine,  Febe,  Te6s  e  Cronos   Cronos destrona Urano Cronos  mu6la  o  pai  e  liberta  os  irmãos;  surgem,  então,  Vênus,  Melíades,  Eríneas  e  Gigantes  
  • 10. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos Cronos   Reia   Hés6a   Deméter   Hera   Hades   Poseidon   Zeus  
  • 11. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos Zeus   Hera   Hefestos   Ares  
  • 12. ESQUEMA DE MITOLOGIA GREGA mitos outros filhos de Zeus Apolo,  Ártemis,  Hermes,  Dionísio,  Moiras,  Herácles,  Perséfone,  Minos,  Perseu,  Atena  
  • 13. MITOS TRADICIONAIS X MITOS MODERNOS mitos
  • 14. Imagem  01:  <h_p://umasensataparanoia.blogspot.com/2010/12/em-­‐nome-­‐de-­‐zeus.html>   Imagem  02:  <h_p://www.guiadosquadrinhos.com/personbio.aspx?cod_per=200>  
  • 15. Imagem  01:  <h_p://en.wikipedia.org/wiki/File:Bouguereau_venus_detail.jpg>   Imagem  02:  <h_p://www.zonamulher.com/2011/04/gisele-­‐bundchen-­‐para-­‐a-­‐campanha-­‐h-­‐m-­‐brasil-­‐primavera-­‐2011/>  
  • 16. Imagem  01:  <h_p://en.wikipedia.org/wiki/File:Bouguereau_venus_detail.jpg>   Imagem  02:  <h_p://paradigmadivino.wordpress.com/2011/05/18/o-­‐mito-­‐da-­‐caverna/>  
  • 17. DE FEITICEIRAS E FADAS literatura infantil
  • 18. DE FEITICEIRAS E FADAS literatura infantil feiticeiras Fei6ceira   é   aquela   que   u6liza   a   magia   de   forma   empírica,   sem   estudos   nem   grimórios,   a   fei6ceira  tem  a  magia  em  seu  sangue  e  muitas  vezes  não  sabe  dominar  aquilo  que  tem  como   dom,  as  fei6ceiras(os)nos  dias  atuais  geralmente  são  tratadas  como  pessoas  loucas,  ou  acabam   em  esquinas  lendo  mãos  ou  u6lizando  seus  dons  de  forma  marginalizada.  
  • 19. Fei6ceira  da  Luxúria.  Disponível  em:  <h_p://ojardimdossen6dos.blogspot.com/2008/11/sete-­‐pecados-­‐sete-­‐fei6ceiras.html  
  • 20. DE FEITICEIRAS E FADAS literatura infantil fadas A   fada   é   um   ser   mitológico,   caracterís6co   dos   mitos   cél6cos,   anglo-­‐saxões,   germânicos   e   nórdicos.  
  • 21. TIPOS DE FADAS literatura infantil elementais do ar Divididos   em   sílfides   ou   fadas   das   nuvens   e   fadas   das   tempestades.   As   primeiras   vivem   nas   nuvens,   são   dotadas   de   elevada   inteligência   e   sua   principal   a6vidade   é   transferir   luz   para   as   plantas;   interessam-­‐se   muito   também   por   animais   e   por   pessoas,   para   as   quais   podem   agir   como  protetoras  e  guias.  As  fadas  das  tempestades  possuem  grande  energia  e  circulam  sobre  as   florestas  e  ao  redor  dos  picos  das  montanhas;  costumam  ser  vistas  em  grupos  pelas  alturas  e  só   descem  à  supervcie  quando  o  vento  está  forte.    
  • 24. TIPOS DE FADAS literatura infantil elementais da terra Seus   principais   representantes   são   os   gnomos,   criaturas   de   cerca   de   um   metro   de   altura   que   vivem   no   interior   da   terra   (embora   existam   gnomos   da   floresta,   que   cuidam   basicamente   das   raízes  das  plantas).  Os  kobolds,  menores  que  os  gnomos,  são  mais  amigáveis  e  presta6vos  para   os  humanos  que  seus  parentes,  embora  sejam  igualmente  cautelosos.  Os  gigantes  são  en6dades   enormes   que   costumam   estar   ligados   à   montanhas,   embora   também   possam   viver   em   florestas   an6gas.   Finalmente,   os   Devas   da   Montanha,   são   os   elementais   da   terra   mais   evoluídos,   en6dades  que  permeiam  e  trabalham  com  uma  montanha  ou  uma  cadeia  inteira  de  montanhas,   com   sua   consciência   tão   profundamente   imersa   na   Terra   que   mal   tomam   conhecimento   da   existência  de  criaturas  de  vida  breve,  como  os  homens.  
  • 27. TIPOS DE FADAS literatura infantil elementais do fogo As  salamandras  ou  espíritos  do  fogo,  habitam  o  subsolo  vulcânico,  os  relâmpagos  e  as  fogueiras.   São  mais  poderosas  que  as  fadas  dos  jardins,  mas  estão  mais  distantes  da  humanidade  também.   São  espíritos  de  transformação,  responsáveis  pela  conversão  de  matéria  em  decomposição  em   solo   fér6l.   Podem   agir   também   como   espíritos   de   inspiração,   mediadores   entre   o   mundo   angélico  e  os  níveis  vsicos  de  criação  (ou  seja,  agem  como  musas).  
  • 30. TIPOS DE FADAS literatura infantil elementais das águas representados  pelas  ninfas,  ondinas,  espíritos  das  águas  e  náiades,  são  responsáveis  por  re6rar   energia   do   sol   para   transmiz-­‐la   à   água.   As   ninfas   estão   ligadas   às   águas,   mas   também   à   montanhas   e   florestas.   Regulam   o   fluxo   da   água   na   crosta   terrestre   e   dão   personalidade   e   individualidade  a  locais  aquá6cos,  tais  como  poços,  lagos  e  fontes.  Podem  assumir  a  forma  de   peixes,   os   quais   protegem.   As   ondinas   parecem   estar   restritas   a   determinadas   localidades,   sendo   responsáveis   pelas   quedas   d'água   e   a   vegetação   circundante.   Os   espíritos   das   águas   vivem   em   rios,   fontes,   lagos   e   pântanos.   Assemelham-­‐se   a   belas   donzelas,   muitas   vezes   com   caudas  de  peixe;  gostam  de  música  e  dança,  e  têm  o  dom  da  profecia.  Embora  possam  ajudar   eventualmente  os  seres  humanos,  estes  têm  de  se  acautelar  com  tais  espíritos,  que  podem  ser   traiçoeiros  e  afogar  pessoas.  Da  mesma  forma  que  os  espíritos  das  águas,  as  náiades  presidem   os  rios,  correntezas,  ribeiros,  fontes,  lagos,  lagoas,  poços  e  pântanos.    
  • 33. UM CONTO DE FADAS MODERNO literatura infantil
  • 35. BRUXAS E BRUXARIA literatura infantil
  • 36. BRUXAS E BRUXARIA literatura infantil bruxaria tradicional Há  uma  grande  confusão,  entre  os  leigos,  acerca  de  bruxaria  tradicional  e  moderna.  A  bruxaria   tradicional   tem   suas   raízes   nos   cultos   a   deidades   pertencentes   a   determinadas   áreas   geográficas,  que  podem  datar  de  períodos  pré-­‐históricos,  o  que  pode  torná-­‐la  em  parte  irmã  ou   filha   de   an6gas   prá6cas   e   cultos   xamânicos.   Historicamente,   o   papel   social   das   bruxas   tradicionais   era   basicamente   a   prestação   de   auxílio   à   população:   como   adivinhas,   parteiras,   curandeiras,  conselheiras  ou  até  mesmo  alcoviteiras.  
  • 37. BRUXAS E BRUXARIA literatura infantil bruxaria medieval Uma  bruxa  é  geralmente  retratada  no  imaginário  popular  como  uma  mulher  velha,  nariguda  e   encarquilhada,  exímia  e  contumaz  manipuladora  de  magia  negra  e  dotada  de  uma  gargalhada   terrível.   É   inegável   a   conexão   entre   esta   visão   e   a   visão   da   hag   ou   Crone   dos   anglófonos.   É   também   muito   popularizada   a   imagem   da   bruxa   como   a   de   uma   mulher   sentada   sobre   uma   vassoura  voadora,  ou  com  a  mesma  passada  por  entre  as  pernas,  andando  aos  sal6tos.  Alguns   autores   u6lizam   o   termo,   contudo,   para   designar   as   mulheres   sábias   detentoras   de   conhecimentos  sobre  a  natureza    e,  possivelmente,  magia.  
  • 38. BRUXAS E BRUXARIA literatura infantil bruxaria moderna A   bruxaria   moderna,   por   outro   lado,   embora   se   relacione   firmemente   com   a   Bruxaria   Tradicional,  surge  historicamente  com  Gerald  Gardner,  com  a  criação  da  Wicca  no  ano  1950  da   Era  Comum.  Apesar  de  a  bruxaria  tradicional  ter  absorvido  elementos  modernos  às  suas  raízes   folclóricas   e   evoluindo   con6nuamente,   seu   eixo   fundamental   é   bastante   dis6nto   do   da   bruxaria   moderna,   pois   Gardner   não   apenas   adotou   novos   elementos,   mas   tornou   alguns   destes   em   bases   fundamentais   da   Wicca,   amalgamando-­‐os   de   forma   indissolúvel   em   um   hibridismo   com   cultos   pagãos   e   conceitos   de   origem   oriental.   Agrava-­‐se   a   confusão   entre   bruxaria   moderna   e   bruxaria   tradicional   ao   ter   se   tornado   recorrente   o   uso   da   expressão   "wicca   tradicional"   para   designar  aqueles  cuja  linhagem  iniciá6ca  remonta  a  Gerald  Gardner.  
  • 39. CONFRONTANDO BRUXAS literatura infantil
  • 43. O HERÓI literatura infantil o herói épico Se   se   considerar   a   tradição   ocidental,   grega,   a   palavra   "herói"   vem   de   "hêros",   que   significa   "homem   divinizado,   filho   dos   deuses".   Dentre   inúmeros   exemplos   que   poderiam   ser   citados,   Hércules   se   configura   como   um   modelo   interessante   não   só   por   atender   aos   desígnios   e6mológicos  aventados  acima,  mas  por  ser  um  modelo  de  coragem,  força,  virtude  e  inteligência.   Atentando   às   lições   de   Lévi-­‐Strauss,   pode-­‐se   afirmar   que   a   trajetória   do   herói   épico   está   circunscrita   a   um   deslocamento   conznuo   no   espaço,   tendo   por   obje6vo   ir   a   outras   terras,   enfrentar   perigos   mil,   ajudar   os   desvalidos,   para,   enfim,   retornar   a   sua   terra   natal   coberto   de   glórias.  Tudo  isso  se  dá  porque  o  herói  épico  é  um  modelo  a  ser  seguido  pelo  homem  comum.  
  • 45. O HERÓI literatura infantil o anti-herói O   an6-­‐herói   tem   evoluído   ao   longo   do   tempo,   mudando   como   as   concepções   da   sociedade   sobre   o   herói   mudaram,   desde   os   tempos   Elizabetanos   de   Fausto   e   Falstaff   de   William   Shakespeare,   para   o   mais   sombrios   temas   da   literatura   vitoriana   do   século   19/XIX,   como   a   "Ópera  dos  Mendigos"  de  John  Gay  como  um  homem  zmido,  passivo  e  indeciso  que  contrasta   fortemente   com   os   heróis   gregos.   O   herói   byroniano   também   estabelece   um   precedente   literário  para  o  conceito  moderno  de  an6-­‐heroismo.  
  • 47. O HERÓI literatura infantil o herói trágico Um   herói   trágico   é   o   personagem   principal   de   uma   tragédia.   O   uso   moderno   do   termo   geralmente  envolve  a  noção  de  que  o  herói  cometeu  um  erro  em  suas  ações,  o  que  leva  à  sua   queda.  A  ideia  de  que  este  seja  um  equilíbrio  entre  crime  e  cas6go  é  incorretamente  atribuída  a   Aristóteles,   que   é   bastante   claro   em   seu   pronunciamento   que   o   infortúnio   do   herói   não   é   provocada  "por  vício  e  depravação,  mas  por  algum  erro  de  julgamento".  Na  verdade,  na  Poé7ca   de  Aristóteles,  é  impera6vo  que  o  herói  trágico  é  nobre.  
  • 49. O HERÓI literatura infantil o vilão Geralmente   é   uma   figura   ardilosa,   que   u6liza   suas   habilidades   com   o   intuito   de   prejudicar   alguém   ou   conseguir   algo   que   deseja   de   formas   escusas.   Muitas   vezes   com   planos,   que   são   aplicados  ao  longo  da  trama,  prejudicando  normalmente  o  protagonista,  mas  ao  termino,  é  de   praxe  que  para  ter  um  final  aceitável  aos  olhos  do  público,  o  vilão  tem  seu  plano  arruinado  de   forma  heroica  pelo  personagem  principal.  
  • 52. O ESPELHO literatura infantil o mito de narciso Narciso   era   um   belo   rapaz,   filho   do   deus   do   rio   Céfiso   e   da   ninfa   Liríope.   Por   acasião   de   seu   nascimento,  seus  pais  consultaram  o  oráculo  Tirésias  para  saber  qual  seria  o  des6no  do  menino.   A  resposta  foi  que  ele  teria  uma  longa  vida,  se  nunca  visse  a  própria  face.  Muitas  moças  e  ninfas   apaixonaram-­‐se   por   Narciso,   quando   ele   chegou   à   idade   adulta.   Porém,   o   belo   jovem   não   se   interessava  por  nenhuma  delas.  A  ninfa  Eco,  uma  das  mais  apaixonadas,  não  se  conformou  com   a  indiferença  de  Narciso  e  afastou-­‐se  amargurada  para  um  lugar  deserto,  onde  definhou  até  que   somente  restaram  dela  os  gemidos.  As  moças  desprezadas  pediram  aos  deuses  para  vingá-­‐las.   Nêmesis   apiedou-­‐se   delas   e   induziu   Narciso,   depois   de   uma   caçada   num   dia   muito   quente,   a   debruçar-­‐se   numa   fonte   para   beber   água.   Descuidando-­‐se   de   tudo   o   mais,   ele   permaneceu   imóvel  na  contemplação  ininterrupta  de  sua  face  refle6da  e  assim  morreu.  No  próprio  Hades  ele   tentava  ver  nas  águas  do  Es6ge  as  feições  pelas  quais  se  apaixonara.   h_p://tempo-­‐de-­‐ler.blogspot.com/2009/06/o-­‐mito-­‐de-­‐narciso.html  
  • 54. O ESPELHO literatura infantil Alice através do espelho Uma  garota  do  ves6do  azul,  de  exatamente  sete  anos  e  meio,  ralha  com  os  filhotes  de  sua  gata,   Dinah,  e  fala  a  eles  sobre  a  Casa  do  Espelho.  Numa  tenta6va  de  ver  o  que  há  além  do  corredor   refle6do  no  grande  espelho  sobre  o  aparador  da  lareira,  ela  acaba  atravessando  o  vidro  como  se   fosse  fumaça  e  encontrando  coisas  inacreditáveis  do  outro  lado.  Inacreditáveis  por  pura  falta  de   prá6ca  da  protagonista,  de  acordo  com  a  Rainha  Branca,  que  diz  ser  capaz  de  acreditar  em  seis   coisas  impossíveis  antes  do  café  da  manhã.   h_p://www.comichouse.blog.br/2011/04/alice-­‐atraves-­‐do-­‐espelho-­‐de-­‐lewis.html  
  • 56. O ESPELHO literatura infantil branca de neve O  espelho  mágico  da  madrasta  de  Branca  de  Neve  fala  apenas  a  verdade.  
  • 58. O ESPELHO literatura infantil o retrato de dorian gray O  espelho  reflete  a  imagem  conquistada  por  intermédio  do  pacto  pela  juventude.  Sua  imagem   real  fica  trancafiada  num  quadro.  
  • 60. DANIEL NA COVA DOS LEÕES Legião Urbana Aquele  gosto  amargo  do  teu  corpo   Ficou  na  minha  boca  por  mais  tempo.   De  amargo,  então  salgado  ficou  doce,   Assim  que  o  teu  cheiro  forte  e  lento   Fez  casa  nos  meus  braços  e  ainda  leve,   Forte,  cego  e  tenso,  fez  saber   Que  ainda  era  muito  e  muito  pouco.   Faço  nosso  o  meu  segredo  mais  sincero   E  desafio  o  ins6nto  dissonante.   A  insegurança  não  me  ataca  quando  erro   E  o  teu  momento  passa  a  ser  o  meu  instante.   E  o  teu  medo  de  ter  medo  de  ter  medo   Não  faz  da  minha  força  confusão.   Teu  corpo  é  meu  espelho  e  em  6  navego   E  eu  sei  que  a  tua  correnteza  não  tem  direção.   Mas,  tão  certo  quanto  o  erro  de  ser  barco   A  motor  e  insis6r  em  usar  os  remos,   É  o  mal  que  a  água  faz  quando  se  afoga   E  o  salva-­‐vidas  não  está  lá  porque  não  vemos.  
  • 61. O BURACO DO ESPELHO Arnaldo Antunes o buraco do espelho está fechado agora eu tenho que ficar aqui com um olho aberto, outro acordado no lado de lá onde eu caí   pro lado de cá não tem acesso mesmo que me chamem pelo nome mesmo que admitam meu regresso toda vez que eu vou a porta some   a janela some na parede a palavra de água se dissolve na palavra sede, a boca cede antes de falar, e não se ouve   já tentei dormir a noite inteira quatro, cinco, seis da madrugada vou ficar ali nessa cadeira uma orelha alerta, outra ligada   o buraco do espelho está fechado agora eu tenho que ficar agora fui pelo abandono abandonado aqui dentro do lado de fora