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1
Cursos de Graduação
MANUAL DE METODOLOGIA DE
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Para a Elaboração de Monografias Escolares
Para Estudantes de LCE
MAPUTO, OUTUBRO DE 2013
INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA
2
FICHA TÉCNICA
ISMMA
Instituto Superior Maria Mãe de África
Av. Vladimir Lenine, 3621
Telefone: 21419772—Cell: 826253616—Fax: 21419771
Maputo (Moçambique)
Correio Electrónico/ E-mail:
(Direcção do Instituto)
director@ismma.ac.mz
(Direcção Pedagógica)
d.pedagogica@ismma.ac.mz
(Departamento de Publicações)
infoismma@gmail.com
Título: Manual de Metodologia de Investigação
Científica: Para a elaboração de
monografias escolares
Autora: Dra. Olívia Maria Matusse
Concepção e Maquete: CPT-ISMMA – Publicações
Compilação: dr.Gito Amaral Mataba
Tiragem: 15 Exemplares
Maputo, Moçambique
2014
3
MANUAL DE METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
PARA MONOGRAFIAS ESCOLARES E CIENTÍFICAS
5ª Edição – Revista em Outubro de 2013
Elaborado pela
Dra. Olívia Maria Matusse
Aprovado pelo Conselho Científico do ISMMA
Instituto Superior Maria Mãe de África
Maputo, Outubro de 2013
1
ÍNDICE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................1
I INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA ....................................................................................................3
1.1.Tipos de Pesquisa................................................................................................................. 3
1.1.1.Pesquisas para Resolver Problemas .............................................................................. 3
1.1.2.Pesquisa para Formular Teorias ................................................................................... 3
1.2.O Processo de Pesquisa/Investigação Científica ou Fases................................................ 3
II TIPOS E CATEGORIAS DE PESQUISA.....................................................................................5
2.1. Tipos de Pesquisa................................................................................................................ 5
2.2.Categorias de Pesquisa........................................................................................................ 6
III O PROJECTO DE PESQUISA...................................................................................................7
3.1.Definição e delimitação do tema......................................................................................... 7
3.2.O problema de pesquisa...................................................................................................... 8
3.2.1.Definir e apresentar o problema .................................................................................... 8
3.2.2.Descrever a problemática (descrição e contextulização) .............................................. 8
3.3.Tipos de problema ............................................................................................................... 9
3.3.1.Problema teórico............................................................................................................ 9
3.3.2.Problema prático............................................................................................................ 9
3.4.Características de um problema ........................................................................................ 9
3.5.Como formular o problema de pesquisa ......................................................................... 10
3.6.Elaboração e apresentação das hipóteses e/ou pergunta de pesquisa........................... 11
3.7.Justificativa da escolha do tema....................................................................................... 12
3.8.Definição dos objectivos.................................................................................................... 13
3.9.Apresentação da metodologia de trabalho...................................................................... 14
3.9.1.A Natureza da Pesquisa (Abordagem) ......................................................................... 14
3.9.2.Tipo de pesquisa........................................................................................................... 14
3.9.3.O Método...................................................................................................................... 14
3.9.4.População e amostra.................................................................................................... 17
3.9.5.Instrumentos para a recolha de dados ......................................................................... 19
3.9.6.Validade e Fiabilidade dos instrumentos de recolha de dados.................................... 19
3.9.7.Modelos para a análise de dados................................................................................. 21
3.9.8.Questões éticas ............................................................................................................. 22
2
3.10.Quadro Teórico................................................................................................................ 22
3.11.Cronograma ..................................................................................................................... 23
3.12.Recursos............................................................................................................................ 23
IV RECOLHA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.......................................................25
4.1.A recolha de dados............................................................................................................. 25
4.2.Análise e interpretação dos dados.................................................................................... 25
4.2.1.Análise e Interpretação dos dados de campo............................................................... 25
V ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO ...................................28
5.1.Preliminares ou Elementos Pré-textuais.......................................................................... 29
5.1.1.Capa ............................................................................................................................. 30
5.1.2.Página (Folha) de rosto ............................................................................................... 30
5.1.3.Dedicatória................................................................................................................... 32
5.1.4.Agradecimentos ............................................................................................................ 32
5.1.5.Índice/Sumário ............................................................................................................. 34
5.2.Elementos Textuais............................................................................................................ 34
5.2.1.Introdução .................................................................................................................... 34
5.2.2.Desenvolvimento........................................................................................................... 35
5.2.3.Conclusão..................................................................................................................... 36
5.2.4.Referências Bibliográficas ........................................................................................... 36
VI ASPECTOS GRÁFICOS E MATERIAIS DA REDACÇÃO ......................................................41
6.1.Citações............................................................................................................................... 41
6.2.Citações com Recurso ao Modelo APA ........................................................................... 41
6.3.Notas de Rodapé ................................................................................................................ 48
6.4.Referências Bibliográficas e Bibliografia Geral ............................................................. 49
6.5.Generalidades .................................................................................................................... 54
VII O PLÁGIO E A FRAUDE .......................................................................................................57
BIBLIOGRAFIA GERAL...............................................................................................................58
1
INTRODUÇÃO
Este Manual de Metodologia de Investigação Científica tem por finalidade, abordar questões de
índole teórico-metodológica, consideradas como nucleares, no âmbito de todo o processo de
investigação e de preparação de um trabalho académico. Capacita o estudante a saber estudar o
tema escolhido, aprender a elaborar e defender suas posições científicas, a produzir trabalhos
aceites, pela sua qualidade científica. Não coloca de lado as questões de teor epistemológico,
ético e deontológico, que devem caracterizar todo o estudante/pesquisador e qualquer trabalho de
pesquisa científica.
Sendo que ―um pesquisador é alguém que percebendo um problema em seu meio, pensa logo que
a situação poderia ser melhor compreendida ou resolvida (...)‖ (Laville e Dionne, 2008, p.11) e
então inicia um processo de busca de explicações ou soluções para aquela situação problema.
Então, este documento vai habilitar o estudante a que seja capaz de:
Identificar um problema
Desenhar o projecto
Recolher os dados
Estruturar o trabalho
Documentar
Editar
O Manual é fruto de várias consultas feitas em documentos, livros classificados, e ideias tiradas de
alguns artigos da Internet. É também fruto de alguma experiência, colhida ao longo dos 14 anos de
leccionação da Cadeira e da constante actualização na área de investigação científica.
Ele nasce com o objectivo de ajudar os estudantes a elaborarem as suas monografias científicas
(trabalho de fim de curso). Sabe-se que existem diferentes tipos de trabalhos de investigação;
diferem-se uns dos outros pelo carácter da pesquisa e pelo nível que se alcança com cada um
deles.
A Monografia, que é o trabalho científico que será desenvolvido neste nível, é uma dissertação
sobre um ponto particular ou específico da Ciência; é um trabalho escrito, sobre um tema
2
específico e pertinente, ou seja, versa sobre um tema pertinente ao curso ou a uma disciplina
(Amaral, 1999); exige uma metodologia bastante rigorosa, e que haja também rigor na
documentação da mesma; é feita para um curso ou disciplina específica.
É um trabalho escrito, sistematizado e completo, com um tema bastante específico; nela, faz-se
um estudo pormenorizado e exaustivo do assunto em foco, abordando os vários aspectos e
ângulos do caso; é sempre extenso em profundidade e não em número de páginas; aliás, não
necessariamente se tem de dizer muito, para se elaborar um trabalho de qualidade; é pessoal, isto
significa que não há lugar para fraudes e outro tipo de desonestidade.
Nunca se deve tornar uma monografia científica, numa mera repetição do que foi afirmado por
outros autores sem acrescentar-lhe algo; também não é resposta a uma espécie de questionário;
não cabem nela, ideias pessoais abstractas e pior quando são sem fundamento; sua finalidade é,
segundo Marconi e Lakatos (1999):
Descobrir/ redescobrir a verdade;
Esclarecer factos ou ideias;
Enriquecer, ampliar o leque de conhecimento científico;
Ordenar e hierarquizar conhecimentos e experiências.
Este Manual para estudantes é composto por sete capítulos: no primeiro apresentam-se as fases
do processo de Investigação científica; no segundo, as categorias de pesquisa. No terceiro
capítulo, como elaborar um projecto de pesquisa científica. No quarto, são descritos os aspectos
relacionados com a recolha, análise e tratamento dos dados; no quinto, a estrutura básica de um
trabalho científico. No sexto, os aspectos gráficos e materiais de redação que devem ser
observados na escrita académica, e no último capítulo abordam-se questões de fraude académica,
aspectos que devem ser evitados em processos de pesquisa científica.
3
I INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
A investigação/pesquisa científica é muito importante não somente para o investigador, para
obtenção de conhecimento, mas para as ciências sociais e humanas no geral, pois garante o
desenvolvimento humano, apesar de seu objectivo imediato ser a quisição de conhecimento.
1.1.Tipos de Pesquisa
Em Ciências Sociais e Humanas, nas quais se enquadra o curso de Ciências da Educação, os tipos
de pesquisa mais desenvolvidos são:
1.1.1.Pesquisas para Resolver Problemas
Este tipo de pesquisa focaliza-se na resolução de problemas práticos; não se interessa em testar
ou formular teorias; o estudante apenas está interessado em descobrir a resposta para um
problema específico, ou descrever um fenómeno, da melhor forma possível (Richardson, 2009).
1.1.2.Pesquisa para Formular Teorias
É uma pesquisa de natureza exploratória, que procura descobrir a relação entre os fenómenos; o
estudante pode estudar um problema cujos pressupostos teóricos não estão muito claros, então faz
uma pesquisa não somente para conhecer o tipo de relação, mas para também determinar a
existência dessa relação.
1.2.O Processo de Pesquisa/Investigação Científica ou Fases
Toda a pesquisa a desenvolver inicia sempre com um problema a ser resolvido; o estudante-
pesquisador identifica um problema e supõe uma solução possível e depois coloca uma
explicação racional da situação a ser compreendida ou aperfeiçoada – a hipótese; depois disto,
deve-se procurar comprovar a hipótese, fazendo a sua verificação; para isso, devem-se colher as
informações inerentes à hipótese, e com os resultados obtidos neste processo, tirar-se as
conclusões (Laville e Dionne, 1999). A previsão de como serão desenvolvidas estas fases todas
(que instrumentos, ferramentas, teorias…), deve ser feita no Projecto de Pesquisa (ver tópico III).
Para Cervo e Bervian (1999), as fases de uma pesquisa são idênticas às propostas por Laville e
Dionne (1999), mas com alguns items a mais; neste documento, vão-se seguir à risca, as fases
propostas por estes últimos autores.
4
Esta ideia pode ser esquematizada da seguinte forma:
Propôr e Definir um
Problema
↓
Elaborar uma Hipótese
↓
Verificar a Hipótese
↓
Concluir
Figura 1.2.1. O Processo de Pesquisa
Fonte: Laville e Dionne (1999)
Ou seja:
Tabela 1.2.1. O Processo ou Fases da Pesquisa
FASES DA PESQUISA CIENTÍFICA
1. Propôr e Definir um Problema
2. Formular Hipóteses Ou pergunta de pesquisa
3. Testas ou verificar as Hipóteses Colher dados
Analisar os dados colhidos
4. Tirar conclusões E elaborar o Relatório
Fonte: Laville e Dionne (1999)
5
II TIPOS E CATEGORIAS DE PESQUISA
Este é um tópico que nos vai dar a conhecer os diferentes tipos e categorias de pesquisa que se
podem desenvolver em ciências Sociais e humanas.
2.1. Tipos de Pesquisa
Os diferentes tipos de pesquisa que vão abaixo mencionados, não se excluem e nem se opõem; a
classificação será feita em função do procedimento geral que se utiliza em cada um dos tipos.
Dada a importância que a pesquisa Bibliográfica tem na vida de um estudante universitário nas
diferentes áreas de estudo, vai-se iniciar aqui por se abordar a pesquisa Bibliográfica e vai-se
aprofundar mais esta em relação às outras; aliás, ―qualquer espécie de pesquisa, em qualquer
área, supõe e exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação da
questão, quer para a fundamentação teórica ou para justificar os limites e contribuições da própria
pesquisa‖ (Cervo e Bervian, 1999, p.48).
Vão abaixo mencionados os principais tipos de pesquisa, na perpectiva de Cervo e Bervian
(1999):
Pesquisa Bibliográfica: é aquela que procura resolver um problema, com base nas
referências teóricas, já publicadas. Pode-se realizar este tipo de pesquisa como parte de
outras, tais como, a experimental ou a descritiva. Este tipo de pesquisa tem sido
considerada por muitos investigadores, como sendo um meio de estudo e formação por
excelência. É um dos primeiros e mais importantes passos, para qualquer tipo de pesquisa
científica.
Pesquisa Documental: assemelha-se muito com a pesquisa bibliográfica, diferenciando-se
apenas na natureza das fontes utilizadas. Utiliza materiais (documentos, políticas, leis,
planos, etc...) que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetos de pesquisa;
Pesquisa Descritiva: observa, regista, analisa, e correlaciona factos ou fenómenos, sem
manipulá-los. Procura verificar e entender a frequência com que um dado fenómeno
ocorre, e a relação que este tem com os outros da mesma natureza e característica.
Pesquisa Experimental: se a pesquisa descritiva preocupa-se em classificar, explicar e
interpretar os fenómenos, a experimental quer dizer e demonstrar de que modo e quais as
causas que produzem tal fenómeno. Este tipo de pesquisa implica algum tipo de
6
experimentações; sendo assim, serve-se de alguns aparelhos, máquinas, técnicas
modernas e acessíveis, para demonstrar qual a relação existente entre variáveis envolvidas
no objecto que serve de estudo.
Pesquisa Exploratória: a que busca constatar algo num organismo ou num fenómeno.
Pesquisa Social: é toda aquela que busca respostas, sobre aspectos específicos, referentes
a um determinado grupo social.
Pesquisa Histórica: a que se dedica ao estudo do passado.
2.2.Categorias de Pesquisa
Existem em Ciências Sociais no mínimo duas categorias de pesquisa:
a) Pesquisa Fundamental/ Básica/ Pura/ Teórica: aquela que tem por motivação preencher
uma lacuna nos conhecimentos; tem em vista conhecer e compreender melhor as
situações ou realidades, sem que haja uma aplicação prática prevista.
O fim último da pesquisa fundamental é aumentar os conhecimentos sobre a realidade em estudo,
apesar de que pode também contribuir para a solução dos problemas postos pelo meio social
(Laville e Dionne, 1999).
b) Pesquisa Aplicada: aquela que tem em vista a solução de um problema, ou seja, resolver
um problema real, presente na sociedade. Sua característica principal é a aplicação de
conhecimentos já disponíveis para a solução de um problema (Laville e Dionne, 1999); ou
seja, os conhecimentos adquiridos são utilizados para aplicação prática, para a solução de
problemas concretos da vida quotidiana.
Ela tem como objetivo, investigar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos
teóricos. Tanto uma quanto outra são úteis nos processos de pesquisa em ciências sociais.
7
III O PROJECTO DE PESQUISA
Sempre que se tem um tema para estudo, deve-se antes elaborar-se um plano, um projecto que
possa garantir a sua viabilidade. Este plano ou projecto vai prever e providenciar recursos
necessários para se atingir o objectivo proposto e solucionar-se o problema identificado.
Colocam-se nele as diferentes tarefas a serem executadas, dentro de um cronograma a ser
observado (Cervo e Bervian, 1999).
Um projecto de pesquisa pode ser elaborado de diferentes formas, mas não devem faltar os
seguintes elementos:
1. O tema delimitado
2. O problema
3. As hipóteses: de causa e solução
4. Os objectivos: gerais e específicos
5. A justificativa da escolha do tema
6. A metodologia
7. O levantamento da literatura (revisão bibliográfica – quadro teórico)
8. O cronograma
9. Os recursos
10. Os livros que serviram de referência na elaboração do projecto (bibliografia ou
referências bibliográficas)
3.1.Definição e delimitação do tema
O tema é a ideia central do trabalho; ideia que se vai procurar provar, demonstrar, fundamentar e
defender; um problema ainda sem solução; portanto, deve ser exposto de uma forma clara,
objectiva e precisa (cf. Marconi e Lakatos, 2009). Este assunto/tema pode ser teórico ou prático;
seja como for, este tema deve estar ligado ao gosto do pesquisador, para proporcionar-lhe
experiências de valor e contribuir para o progresso da ciência.
Delimitar o tema é estabelecer limites quanto ao assunto, extensão e prazo, localização no espaço
e tempo. É seleccionar de um todo, um tópico somente a ser estudado, e sob que ponto de vista
ou que perspectivas se vai abordar o assunto; é também indicar o quando histórico e geográfico
8
em cujos limites se localiza o assunto (Cervo e Bervian, 1999). É importante que o estudante
estabeleça estes limites, para permitir que o tema seja estudado com profundidade.
3.2.O problema de pesquisa
Nesta etapa deve-se apresentar o problema identificado de forma clara e objectva, numa frase só.
3.2.1.Definir e apresentar o problema
A formulação do problema é a primeira fase do processo de pesquisa, pois, enquanto o assunto
permanecer assunto, não se iniciou a investigação propriamente dita; o assunto deve ser
questionado pelo investigador, transformando-o em problema (Cervo e Bervian, 1999). Para se
formular bem o problema, supõem-se conhecimentos prévios do assunto. ―Os passos que o
pesquisador terá que percorrer a seguir, até ao término da pesquisa, dependerão deste passo
inicial: a formulação do problema‖ (Cervo e Bervian, 1999, p.67). Problema é uma questão não
resolvida e que é objeto de discussão em qualquer domínio do conhecimento; é a mola propulsora
de todo o trabalho de pesquisa.
Um problema é sempre, também, uma falta de conhecimentos (Laville e Dionne, 2008).
Formular o problema é dizer de uma forma explícita, clara e compreensiva:
o qual a dificuldade com que se irá defrontar;
o qual a questão ou a dificuldade que se pretende resolver?.
3.2.2.Descrever a problemática (descrição e contextulização)
Antes de mais, importa tentar distinguir aqui problema de problemática; são duas palavras que
parecem iguais mas não são. Toda a pesquisa parte de um problema e se insere numa
problemática; ―a fase do estabelecimento e de clarificação da problemática e do problema é
frequentemente considerada como a fase crucial da pesquisa‖ (Laville e Dionne, 1999, p.85).
Problemática, é o quadro no qual se situa o problema e não o próprio problema. Depois de tomar
consciência do problema, o investigador/estudante, deve construir uma problemática racional.
9
3.3.Tipos de problema
Os problemas podem ser teóricos ou práticos.
3.3.1.Problema teórico
Direcionado para a exploração de um objeto pouco conhecido. Procura conhecimentos sobre um
determinado objeto pouco estudado.
3.3.2.Problema prático
Direcionado para respostas que ajudem a subsidiar acções; está voltado para a avaliação de certas
acções ou programas; também faz a verificação das consequências de várias alternativas
possíveis, com vista a planificar uma acção adequada para a minimização do problema.
Nota: Se o estudante já escolheu o tipo de pesquisa que vai desenvolver, escolheu também o tipo
de problema; estes dois aspectos devem ser bem alinhados.
3.4.Características de um problema
Dentre muitas características existentes, as mais importantes são:
a) Um problema deve ser formulado como pergunta
Esta pergunta deve ser de natureza científica. Um problema é de natureza científica quando
envolve variáveis que podem ser passíveis de teste, ou seja, deve estar explícita nesta pergunta
científica, a relação de dois ou mais fenómenos (factos, variáveis) entre si e estas variáveis devem
ser testáveis, observadas e manipuladas; sendo assim, perguntas retóricas, especulativas, e
afirmativas (valorativas), não são perguntas científicas, e não podem constituir um problema de
pesquisa (Lakatos e Marconi, 1991).
b) Um problema deve ser claro e preciso.
O problema de pesquisa deve ser claro e preciso; deve revelar exactamente o que se quer estudar,
bem como os elementos e instrumentos que serão utilizados no decorrer do trabalho.
c) O problema deve ser suscetível de solução
No processo de formular o problema de pesquisa, é necessário que se conheçam os recursos
tecnológicos que serão envolvidos na solução do problema. Pois se corre o risco de estabelecer
problemas para os quais não haja instrumentos e técnicas desenvolvidas e apropriadas para
resovê-los. Deve ser possível a recolha de dados necessários para a sua resolução.
10
3.5.Como formular o problema de pesquisa
O problema pode ser apresentado em forma de afirmação ou interrogação. Há diferentes formas
de se apresentar um problema. Para Richardson (2009), as melhores perguntas são formuladas
utilizando:
Como
Que
Quando
Ex: Que factores contribuem para o insucesso escolar nas escolas da cidade de Maputo?
Esta forma de elaborar a pergunta é questionada por alguns investigadores, por conter uma
incógnita. É verdade que não há regras universais para se criar um problema, assim como
também não há para apresentar, mas, o mais usual é apresentá-lo em forma de pergunta (pergunta
científica).
Sendo que existem várias perspetivas sobre a colocação de um problema de pesquisa, a forma
que se sugere neste manual, é a que se segue, pelo facto de ser mais clara e deixar também clara a
tese que se pretende defender.
i) Exemplo de problema em forma de interrogação ou pergunta:
―O índice de lares e famílias disfuncionais, está a crescer em Maputo‖ - É um problema
na vertente afirmativa. Agora vamos tentar colocá-lo na interrogativa (pergunta científica).
Normalmente, a tendência é colocar a pergunta nestes moldes:
“O que é que provoca disfunções no seio das famílias da cidade de Maputo?” – Esta é uma
pergunta linear e não um problema! É uma pergunta que revela uma dúvida, não está completa
para se tornar numa pergunta de pesquisa, no sentido em que ainda não se apresenta como
problema de investigação (problema científico), pois não contém a possível resposta do
problema. ―O seu formato expressa a relação de uma incógnita com uma variável conhecida‖
(Koche, 2001, p.106). Veja-se:
11
?  Famílias disfuncionais
Incógnita (Variável desconhecida) (Variável conhecida)
O problema correctamente delimitado e formulado na perspectiva de Koche (2001), deve traduzir
a possível relação que existe entre pelo menos duas variáveis conhecidas (é nisto que Koche
difere de Richardson acima citado). Para Koche (2001), esta frase acima citada, só se tornará em
pergunta de investigação (pergunta científica) quando se eliminar a incógnita e substitui-la por
uma variável conhecida. Por exemplo:
a) ―A disfunção familiar que se faz sentir nas famílias de Maputo, relaciona-se de
algum modo com o facto de os pais serem omissos em suas funções?”
Pais omissos  Disfunção familiar
(Variável conhecida) (Variável conhecida)
Isto vai ajudar também a criar uma certa ordem lógica na apresentação dos factos; vai ajudar a
entrelaçar as ideias, a criar uma interdependência entre elas; vai criar a harmonia e a coerência
que se esperam acontecer no trabalho.
―A delimitação do problema define, então, os limites da dúvida, explicitando quais variáveis
estão envolvidas na investigação e como elas se relacionam‖(Koche, 2001, p.108).
Posto isto, faz-se a avaliação do problema:
Resolve-se com eficiência, somente por meio da pesquisa?
Vai trazer algo de novo?
Insere-se no estado actual da evolução científica?
Pode-se estudar e chegar-se a conclusões válidas?
3.6.Elaboração e apresentação das hipóteses e/ou pergunta de pesquisa
Uma vez formulado o problema, verifica-se o que provavelmente poderá estar na origem deste: a
hipótese de causa; propõe-se então uma resposta provável ou provisória para o problema: a
hipótese de solução.
12
Antes de inicar a pesquisa, deve fazer uma pesquisa preliminar; ela vai ajudar a formular com
maior segurança as hipóteses. As hipóteses de causa, são aqueles fenómenos que provavelmente
estarão na origem do problema.
A(s) hipótese(s) de solução é uma solução provisória para um determinado problema levantado;
é uma pré-solução para o Problema levantado. ―Ela orienta o estudante, colocando-o na direcção
daquela que é a provável resposta do seu problema, a resposta que ele procura” (Koche, 2001,
p.106).
Tanto o problema quanto a hipótese devem ser enunciados em forma de factos ou fenómenos. O
que difere o problema da hipótese é que o problema é enunciado, no geral, em forma de sentença
interrogativa, e a hipótese em forma de sentença afirmativa.
Há várias maneiras de se formular uma hipótese, a mais usual é ―se X, então Y‖ (Lakatos e
Marconi, 1991); normalmente trabalha-se mais com a hipótese de solução.
Ex: Se se der um incentivo positivo aos alunos (X), então o nível de aprendizagem será
aumentado (Y).
Pergunta de Pesquisa – segue mais ou menos o mesmo enunciado que o da hipótese, somente em
forma de pergunta.
Ex: Até que ponto dando um incentivo positivo aos alunos (X), o seu nível de
aprendizagem será aumentado (Y)?
Nota: Se se colocar as hipóteses, não se coloque a pergunta de pesquisa, e vice-versa.
3.7.Justificativa da escolha do tema
Diz-se aqui, em poucas palavras:
i) o que levou o autor a escolher o tema em questão, o que o motivou, porquê este assunto e
não um outro qualquer,
ii) sua importância e pertinência, e por fim,
iii) em quê vai contribuir para o progresso da ciência.
13
Explicam-se também os motivos de ordem teórica e prática que justificam a pesquisa; deve-se
responder sempre à questão: ―porque se deseja fazer a pesquisa?‖ (Richardson, 2009, p.55). Em
suma,a justificativa corresponde à defesa da pesquisa, no que concerne à sua importância,
relevância e contribuições para o progresso da ciência.
3.8.Definição dos objectivos
Um objectivo é o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa; é a
meta - o fim. Deve-se definir o objectivo geral, que é a ideia central que serve de ―fio condutor‖
no estudo. Ele define de um modo geral o que se pretende com a pesquisa que se vai levar a cabo.
Esta ideia está ligada à compreensão do todo e vinculada à tese que se vai defender. Os
objectivos específicos são de igual modo importantes; são etapas intermediárias que vão permitir
atingir o objectivo geral.
Os objectivos devem ser escritos e nunca devem ser vagos, incertos e gerais demais; quando isso
acontece, divaga-se, e rouba-se ao trabalho, a sua unidade. Eles são importantes pois, para além
de orientadores, ajudam na selecção dos métodos e na avaliação do trabalho.
Para escrevê-los considerem-se as necessidades dos leitores; eles devem voltar-se para o que o
leitor deve conhecer, sentir e fazer. Eles visam modificar o comportamento do leitor. Deve-se
planear de modo a que eles sejam cumpridos.
Dicas que podem ajudar o estudante a definir os objectivos:
Colocar as seguintes perguntas:
O que é que se espera alcançar com este trabalho, com este tema ou assunto?
O que é que se quer que os leitores aprendam com os argumentos e exposições?
O que é que ficarão a saber, sentir e farão, no final da leitura ou do estudo deste
trabalho?
Elaborar a frase colocando os verbos no infinitivo: esclarecer tal coisa; definir tal assunto;
procurar, permitir que, demonstrar, etc.
Conferir a tabela de Bloom em anexo, para ver os verbos normalmente utilizados na definição de
objectivos, nos diferentes níveis (ver a taxonomia dos objectivos de Bloom – Anexo 1).
14
3.9.Apresentação da metodologia de trabalho
Na metodologia do trabalho não devem faltar os aspectos abaixo mencionados:
1. Natureza da pesquisa
2. Tipo de pesquisa
3. Métodos de pesquisa
4. População e amostra
5. Instrumentos para a recolha de dados
6. Validade de fiabilidade dos instrumentos
7. Modelos para análise de dados
8. Questões éticas
A seguir vai-se falar de cada uma destas partes em particular.
3.9.1.A Natureza da Pesquisa (Abordagem)
Quanto à sua natureza, a pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa; a pesquisa qualitativa, que
é a predominante em ciências sociais, lida com crenças, valores, princípios, atitudes, opiniões
etc...são processos mentais. Para recolher dados neste tipo de pesquisa, deve-se utilizar
instrumentos qualitativos (entrevistas, observação etc.); o mesmo acontece com a análise dos
dados e informações. As técnicas de análise quantitativas não devem ser utilizadas para a análise
de dados qualitativos. Sendo que em ciências sociais o que predomina é a pesquisa qualitativa,
ela deve ser abordada no trabalho de forma mais extensiva e pormenorizada em detrimento da
quantitativa (veja-se o anexo 2) as características de cada tipo de abordagem.
3.9.2.Tipo de pesquisa
(ver o tópico 2.1 deste Manual)
3.9.3.O Método
Método, deriva da palavra grega ―methodos‖ isto é, meta=para e hodos=caminho; método é então
um caminho para alcançar a meta; ele indica regras, propõe um procedimento que orienta a
pesquisa e ajuda a realizá-la com eficácia (Laville e Dionne, 2008). Então, método é uma
maneira, um modo que adoptamos para termos acesso a..., é um procedimento sistemático, em
plano geral (Cervo e Bervian,1999).
Existem vários métodos de investigação, mas os mais usados em Ciências Sociais são os
seguintes:
15
a) Estudo de Caso
O estudo de caso é uma análise profunda de um sujeito considerado individualmente; por vezes
esse caso é um grupo reduzido de sujeitos considerado globalmente. Em todo o caso observam-se
as características de uma unidade individual, como por exemplo um sujeito, uma classe, uma
escola, uma comunidade, etc.
b) Pesquisa-acção ou Investigação-acção
É uma metodologia de investigação orientada para a melhoria das práticas profissionais, nos
diferentes campos de acção. Ela tem duplo objectivo:
Acção
Investigação
Com o intuito de obter resultados nas duas vertentes. Na acção, pretende-se que haja mudança
numa comunidade, numa organização ou instituição e até mesmo num programa, projecto, etc.
Na Investigação, pretende-se ampliar os conhecimentos e aumentar o nível de compreensão dos
factores por parte do investigador. Pelo que se pode ver, pretende-se obter melhores resultados
naquilo que se faz e ao mesmo tempo promover o aperfeiçoamento das pessoas e dos grupos com
que se está a trabalhar. Acontece em forma de uma espiral de ciclos de: Planificação – Acção –
Observação – Reflexão.
Figura 3.9.3.1: O Ciclo de Investigação-acção
16
Figura 3.9.3.2: Espiral de ciclos da Pesquisa-acção
A sua natureza cíclica é a principal qualidade da investigação-acção; os ciclos obrigam a
investigação-acção a ser flexível e rigorosa; cada ciclo da acção implicando uma reflexão crítica,
cada ciclo consistindo num planeamento e uma consequente acção.
Ela exige:
Que seja submetida à prova
Que se justifique tudo a partir do trabalho, mediante a argumentação desenvolvida e
provada cientificamente.
c) Indução
Existem os processos mentais (muitas vezes chamados métodos) da indução e dedução que são
usuais e comuns em todas as investigações, tanto experimentais quanto racionais ou teóricas.
Estes não são exactamente métodos, mas, ―formas de raciocínio ou de argumentação e, como tais,
são formas de reflexão e não de simples pensamento‖ (Cervo e Bervian, 1996, p.22).
O raciocínio indutivo, que é típico de uma pesquisa qualitativa, é um processo que parte de dados
ou observações particulares constatados e chega a proposições gerais (Ex: se se observa que um
homem particular e os demais homens particulares são mortais, pode-se inferir, tirar uma
17
consequência dos factos, que os homens são mortais). Francis Bacon foi o criador deste
método/forma de raciocínio, que consiste em tirar conclusões do particular para o geral; este
método utiliza mais a experiência e a observação (Richardson, 2009).
Todo o método depende do objectivo da investigação; então, a escolha do método, vai depender
do objectivo que levou o estudante a escolher determinada matéria, para objecto de estudo.
3.9.4.População e amostra
População é a totalidade de indivíduos dos quais se pretende recolher dados para estudo; como
nem sempre é fácil trabalhar com toda a população, o pesquisador trabalha com uma amostra
dessa população. A amostra é uma parte desta população total; se se quer generalizar os
resultados para a população total, a amostra deve ser representativa, ou seja, deve fornecer uma
imagem fiel da população.
A representatividade de uma amostra, depende muito da forma como ela é estabelecida.
Existem várias técnicas para elaborar uma amostra e garantir essa representatividade; elas
permitem diminuir o erro de amostragem, ou seja, as diferenças entre as características da
amostra e as da população da qual foi retirada a amostra (Laville e Dionne, 1999).
As amostras podem ser probabilísticas ou não, conforme apelem ao acaso ou não; o acaso aqui,
refere-se ao facto de todos os elementos da população terem uma oportunidade igual, de fazer
parte da amostra.
a) Amostra Probabilística
É aquela em que todos os elementos de uma população têm a oportunidade conhecida e não-nula
de fazer parte da amostra. Abaixo vão alguns métodos de amostragem probabilística (casual)
mais utilizados e as respectivas técnicas:
i) Aleatória simples: é formada por sorteio, concedendo a todos os elementos da população
a mesma oportunidade de serem escolhidos; existem várias técnicas de se fazer o
sorteio, o pesquisador deve escolher uma delas.
Técnicas:
Técnica de Lotaria: deve-se atribuir um número a cada membro do universo (população);
escrevem-se os números em papelinhos, dobram-se e colocam-se numa caixa; misturam-
se bem e retira-se o número de papéis correspondentes à amostra (Hill e Hill, 2002).
18
Técnica dos números aleatórios: utiliza-se a tabela dos números aleatórios.
ii) Amostragem por grupos: é feita ao acaso; seleccionam-se grupos e não pessoas
individuais; podem-se seleccionar grupos inteiros, ou parte desses grupos.
iii) Amostragem por extratos: divide-se a população em subgrupos, tendo em conta algumas
características específicas que interessam para o estudo em curso.
b) Amostra não-probabilística
Quando nem todos os elementos da amostra têm oportunidade de fazer parte da amostra. Elas
podem ser:
i) Acidentais: escolhem-se os informantes encontrados até ao momento em que se acha ter
dados suficientes;
ii) Amostras de voluntários: faz-se um apelo e reúnem-se os informantes que aceitem
participar;
iii) Amostra típica: é aquela em que a partir das necessidades do estudo, seleccionam-se da
população, ou de parte dela, casos que se julguem exemplares;
iv) Amostra por quotas: selecciona-se um certo número de características conhecidas da
população.
v) Amostragem por conveniência: trabalha-se com os informantes disponíveis no momento
do estudo.
Estas informações todas devem ser claramente colocadas na metodologia do trabalho, com as
devidas percentagens.
Tabela 3.9.4.1: População e amostra
População Amostra Percentagem
50 professores 25 professores 50%
300 alunos 100 alunos 33%
TOTAL 350 125 36% Lembrar que no
mínimo esta
percentagem tem
de ser de 10%
ESTA É A SUA AMOSTRA: o grupo
de indivíduos com o qual deve
trabalhar
19
3.9.5.Instrumentos para a recolha de dados
Existem instrumentos para a recolha de dados qualitativos e para dados quantitativos, veja-os
abaixo:
Tabela 3.9.5.1. Intrumentos para a recolha de dados qualitativos e quantitativos
Dados Qualitativos Dados Quantitativos
Entrevista Inquérito
Observação
Questionário
Diário
Memorando
etc
Nota: ver em anexo 3 como trabalhar com cada um destes instrumentos
3.9.6.Validade e Fiabilidade dos instrumentos de recolha de dados
a) Validade: revela a capacidade que um instrumento tem de produzir medições adequadas e
precisas para chegar a conclusões correctas, assim como poder aplicar as descobertas feitas a
grupos semelhantes, não incluídos em determinada pesquisa (Richardson, 2009). A validade
interna refere-se à exactidão dos dados e à adequação das conclusões; a validade externa
refere-se à possibilidade de generalizar os resultados a outros grupos semelhantes.
Existem várias formas de se garantir a validade, mas o método de triangulação é frequentemente
utilizado para garantir a validade em pesquisas científicas na área das ciências sociais. O objetivo
principal é aumentar a validade da pesquisa, garantindo que os resultados e suas interpretações
sejam confiáveis. A triangulação implica a utilização de abordagens múltiplas, a fim de evitar
distorções devido à utilização de um método, uma teoria ou um pesquisador (Gunther, 2006).
De acordo com Gunther (2006), existem vários tipos de triangulação, dentre eles:
I) A triangulação de dados ou das fontes dos dados, em que se utilizam diferentes fontes de
dados ou de informações para se chegar ao mesmo resultado; confrontam-se os dados
provenientes de diferentes fontes. É o tipo mais conhecido e o de mais fácil
implementação.
20
II) A triangulação de pesquisadores, no qual diferentes pesquisadores estudam o mesmo tema
recorrendo às mesmas técnicas (entrevista, observação, estudo de caso, grupos focais).
Se os diferentes pesquisadores chegarem às mesmas conclusões, então fica
estabelecida a validade da pesquisa.
III) A triangulação de teorias, em que profissionais de campos de estudo distintos como
economia, antropologia, ciência política, administração envolvem-se na pesquisa, a
partir de diferentes perspectivas, para interpretar o mesmo conjunto de informações.
IV)A triangulação metodológica, que implica a combinação de métodos ou instrumentos
quantitativos e qualitativos em uma mesma pesquisa. O investigador faz novas
observações directas com base em registos antigos, ou ainda recorre a múltiplas
combinações inter-metodológicas (aplicação de um questionário e de uma entrevista
semi estruturada, de observação…etc); aplica portanto dois ou mais instrumentos para
garantir validade dos dados.
V) A triangulação ambiental, que envolve o uso de diferentes locais ou diferentes fatores-
chave para a pesquisa em questão, como a hora do dia, o dia da semana, ou a estação
do ano. Há que se identificar um fator ambiental que seja relevante e que possa
influenciar a informação; caso se chegue à mesma conclusão modificando o fator
ambiental, está estabelecida a validade da pesquisa.
A necessidade de triangulação surge do imperativo ético de confirmar a validade dos
processos e dos dados da pesquisa. Para aumentar a credibilidade das interpretações
realizadas pelo investigador, recorre-se portanto a estes vários tipos de triangulação.
b) Fiabilidade: indica a capacidade que os instrumentos para a recolha de dados têm, de
produzir medições constantes ao longo do tempo, quando aplicados a um mesmo fenómeno. A
fiabilidade interna refere-se à possibilidade de outros pesquisadores fazerem as mesmas relações
entre os conceitos e dados recolhidos, com os mesmos instrumentos; a fiabilidade externa, refere-
se à possibilidade de outros pesquisadores, utilizando os mesmos instrumentos, observarem
factos idênticos.
Pode-se também definir a fiabilidade como sendo a possibilidade de diversos investigadores
poderem chegar a resultados semelhantes sobre o mesmo fenómeno estudado, utilizando para isso
os mesmos instrumentos. Na realidade, trata-se de aferir se os dados recolhidos na investigação
21
são estáveis no tempo e se têm consistência interna, especialmente se provém de diferentes fontes
(Stake, 1995).
Existem vários métodos para se averiguar a fiabilidade dos instrumentos escolhidos:
a) Test – retest: normalmente se repete exactamente o mesmo teste ou medição sobre os
mesmos indivíduos e comparar os resultados, ou, aplicar dois testes ou medições
supostamente equivalentes e comparar os resultados (Bento, 2006).
Evitar que passe muito tempo entre a aplicação de um teste e outro, pois, de acordo com
Richardson (2009, p.177), ―em geral, quanto mais amplo for o intervalo de tempo transcorrido
entre ambas as aplicações do instrumento, maior será a oportunidade para que intervenham
factores alheios à medição e, portanto, maior quantidade de variança de erro entre os escores‖.
b) Método de formas alternativas ou método de formas equivalentes: fazer o mesmo teste,
mas de forma diferente (mesmas perguntas, se for o caso, mas feitas de maneira
diferente); aplicar as duas versões em momentos diferentes e comparar os resultados.
Este método tem as suas desvantagens, pois, a aplicação da primeira versão do teste, sendo
similar à segunda, pode influenciar a segunda, no sentido que os informantes podem aprender
pela primeira aplicação, como responder à segunda, e isto, pode afectar a confiabilidade dos
dados.
c) Método baseado em uma prova: divide-se o teste em duas partes, mas garantindo sempre
a correlação entre as duas partes do teste; a segunda é uma forma de repeticação da
primeira (são metades paralelas). Analisar as duas partes e comparar os resultados.
3.9.7.Modelos para a análise de dados
Existem várias formas de se analisarem os dados qualitativos e quantitativos recolhidos nas
leituras e no campo. Para a análise de dados quantitativos, pode-se utilizar as ferramentas
informáticas (Excell e SPSS) e tratar os dados conforme o anexo 4; para analisar dados
qualitativos, existem vários modelos (ver o tópico 5.2 deste manual); para o tratamento dos dados
qualitativos, ver o anexo 5.
22
3.9.8.Questões éticas
No que concerne aos aspectos de natureza ética, procura-se numa pesquisa garantir a dignidade
dos participantes. Para isso, deve-se fazer um esforço para garantir que a sua participação na
investigação não acarrete riscos ou outro tipo de consequências nefastas para si mesmos.
Alguns aspectos éticos que devem ser salvaguardados, segundo Cohen, Mannion & Morisson,
(2000):
Privacidade: diz respeito a toda a informação referente às pessoas particularmente, às
circunstâncias ou a relacionamentos que não devem ser do domínio público. Foi dada aos
participantes a liberdade de decidirem por si sós quando e em que circunstâncias, eles
mesmos, suas opiniões e ideias, atitudes e comportamentos podem ser expostos ao público.
Anonimato: está ligado à obrigação que se tem de proteger por anonimato os participantes na
investigação.
Confidencialidade: tem a ver com o mecanismo de proteger os direitos dos participantes à
privacidade; somente o investigador sabe quem forneceu as informações é capaz de
identificar os participantes através da informação dada. Em outras palavras, o investigador
deve ser leal àqueles que o ajudaram.
3.10.Quadro Teórico
O Quadro Teórico de referência, é algo que brota diretamente do levantamento bibliográfico para
a elaboração do ―estado da arte‖ de um problema de pesquisa; é uma breve discussão teórica do
problema, na perspectiva de fundamentá-lo nas teorias existentes. São as teorias, conceitos,
autores que são utilizados no desenvolvimento de um trabalho científico; são aqueles autores que
se utilizam para analisar um certo problema ou assunto.
Convém confrontar sempre diferentes pontos de vista de autores sobre um mesmo
tema/problema. É importante o investigador se posicione em relação às opiniões dos autores
sobre um mesmo tema, principalmente quando elas são divergentes.
O Quadro Teórico é importante pois indica a maneira como será visto um problema naquela
pesquisa, ou seja, sob qual perspectiva o problema será abordado; ele deve alinhar-se ao
problema, objetivos, hipóteses, etc. Se se decider mudar o marco teórico, muda-se a pesquisa
também e vice-versa (Eiterer, 2008). Ele deve ainda servir de base para a análise e interpretação
23
dos dados recolhidos no campo, na fase de elaboração do Relatório Final; os dados apresentados
devem, necessariamente, ser interpretados à luz das teorias existentes (Eiterer, 2008). (Para
maiores esclarecimentos, ver o anexo 6).
3.11.Cronograma
O Cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho, de acordo com as
actividades a serem cumpridas. Pode-se dividir os períodos de tempo por dias, semanas, podem
ser quinzenais, mensais, bimestrais, trimestrais etc.. Estes serão determinados a partir dos
critérios de tempo adoptados pelo estudante.
Tabela 3.11.1: Cronograma de actividades
ACTIVIDADES PERÍODOS DE TEMPO - MENSAIS
Nov. Dez Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago.
Elaboração Plano/Projecto X
Levantamento do material
Bibliográfico
X
Recolha de Dados X X
Tratamento dos dados X X X
Elaboração do texto final X X
Revisão do texto X
Editoração X
Entrega do trabalho X
3.12.Recursos
É importante no acto da elaboração do projecto de pesquisa, verificar os recursos de que se vai
necessitar. São recursos humanos, materiais, financeiros e outros.
Notas finais: É importante e imprescindível apresentar as referências dos documentos
consultados para a elaboração do Projecto. Devem ser colocadas juntamente com o material
bibliográfico identificado para a pesquisa.
24
Concluindo:
O tema escolhido, deve estar enquadrado na cultura geral, às preferências das pessoas, às
línguas e idiomas locais, à especialidade ou área do domínio do autor do trabalho;
Deve considerar os meios físicos disponíveis (o tempo e recursos);
Deve haver um orientador académico na área em questão;
Deve ser um tema interessante e importante, e até pertinente; um tema que tenha um
segmento substancial na sociedade; que diga respeito à sociedade;
Equilibrado. Não demasiado extenso, nem muito restrito. A extensão torna-o pouco
profundo, e a restrição torna-o vago, oco de conteúdo;
Muito bem delimitado, para ser bem compreendido e dominado;
Originalidade na abordagem, em especial, nas conclusões a que se chega;
Que nos permita chegar a uma conclusão válida.
25
IV RECOLHA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Neste tópico vai-se demonstrar como se deve fazer a recolha, a análise e a interpretação dos
dados; vão ser idenficados os instrumentos mais utilizados para o efeito, bem como os modelos
para a análise dos dados.
4.1.A recolha de dados
Acrescentados aos métodos e processos de pesquisa, existem os instrumentos e técnicas de
pesquisa; eles servem para a recolha dos dados; dentre muitos, podemos destacar os seguintes
instrumentos ou técncicas para a recolha de dados:
A observação
Os questionários e formulários
Entrevista
Fichas
Etc
Nota: ver como utilizar cada um deles, no anexo 4.
4.2.Análise e interpretação dos dados
Num processo de pesquisa, a recolha de dos é feita em obras e no campo; para cada tipo de
dados, há formas apropriadas de análise e tratamento.
4.2.1.Análise e Interpretação dos dados de campo
a) Dos instrumentos qualitativos
Para analisar os dados qualitativos, pode-se recorrer a diferentes modelos; neste documentos,
citar-se-ão apenas dois:
26
i) Modelo de Nigel Fielding (1993), citado por Richardson (2009)
Transcrição das anotações obtidas na
recolha de dados
↓
Procura de categorias e pautas
↓
Destaque e selecção dos dados
↓
Elaboração do esquema de análise – re-
sequenciar
Figura 4.2.1.1: Fases da análise de dados
Este autor, sugere vários outros modelos que podem ser consultados nesta obra.
ii) Modelo de Laville e Dionne (1999)
Figura 4.2.1.2: Fases da análise de dados
a) leitura: tem a ver com a familiarização com os dados. b) descrição: destina-se ao exame
profundo dos dados, uma vez feita uma descrição em detalhes do assunto. c) classificação:
está ligada à categorização e ao agrupamento dos dados por assuntos ou temas. d)
interpretação: que é a síntese dos dados, organizada em forma de conclusões gerais.
iii) Modelo de Emparelhamento
Diz-se que a análise é feita por emparelhamento, quando se associam os dados recolhidos a um
modelo teórico, com a finalidade de compará-los. Esta estratégia supõe a presença de uma teoria
27
sobre a qual o estudante/investigador se vai apoiar. O estudante deve verificar se há realmente
correspondência entre essa construção teórica e a situação em observação, comparar seu modelo
lógico ao que aparece nos conteúdos do objetos de sua análise (Laville & Dionne, 1999).
Uma vez terminada esta fase, deve-se entrar para a fase do tratamento dos dados desta análise
(ver anexo 5).
b) Dos instrumentos quantitativos
Utilizam-se normalmente as ferramentas informáticas de Excell e SPSS (ver anexo 4).
28
V ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO
Aqui vai a estrutura básica de qualquer trabalho científico que se quer seja completo e com rigor
metodológico. A estrutura da Monografia é igual ou melhor, semelhante a de qualquer outro
trabalho científico (tese e dissertação).
Contém em suma:
Os preliminares
o Capa
o Folha de rosto
o Dedicatória
o Agradecimentos
o Índice
Introdução
o Apresentação do tema
o Delimitação do assunto (Localização no espaço e no tempo)
o Apresentação e descrição do problema
o Justificação da escolha do tema
o Objectivos
o Definição dos termos (facultativo)
o Indicação da metodologia
Desenvolvimento
o Quadro teórico
o Construção de argumentos
o Apresentação, análise e interpretação dos dados
Conclusão
o Recapitulação das conclusões parciais
o Síntese do que se tratou no trabalho
o As conclusões a que se chegou
o Sugestões para futuros trabalhos
o Propostas
29
Referenciais
o Referência Bibliográfica
o Bibliografia Geral
o Apêndices
o Anexos
o Glossário
o Ilustrações
o Tabelas
o Errata
Figura 5.1: Estrutura de um trabalho cinetífico
(cf. Wanda do Amaral, op.cit, pág. 20)
Todo o trabalho científico está organizado em três partes, antecedidas pelos preliminares e
precedidas pelos referenciais, que são: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão;
5.1.Preliminares ou Elementos Pré-textuais
São elementos que antecedem o texto. Trazem com informações que contribuem para a
identificação e utilização do trabalho.
30
5.1.1.Capa
É um preliminar obrigatório; deve conter:
Nome da Instituição
Nome do curso
Título do trabalho
Nome do autor do trabalho
Local e data
5.1.2.Página (Folha) de rosto
É também obrigatória. É a repetição da capa com a descrição da natureza do trabalho e os
restantes dados, que constem ou não, na capa.
3cm – margem superior
3cm – margem esquerda
2cm – margem inferior
2cm – margem direita
Todos os elementos da capa devem ser
distribuídos de forma equidistante.
As margens devem manter-se as mesmas
desde a capa até ao final do trabalho.
31
Cabem nela:
O nome da instituição,
O curso,
O título do trabalho; deve ser preciso e escrito em letras maiores do que as usadas para o
nome do autor. O subtítulo, se houver; deve ser graficamente separado do título por dois
pontos (se for explicativo) ou ponto e vírgula (quando se tratar de subtítulo
complementar),
O nome completo do autor do trabalho; em letras menores em relação às utilizadas para o
título,
O tipo de trabalho, se é trabalho se fim de curso, graduação, pós-graduação.etc.,
O nome do tutor ou director do trabalho,
Local e ano.
3cm – margem superior
3cm – margem esquerda
2cm – margem inferior
2cm – margem direita
Todos os elementos da capa devem
ser distribuídos de forma
equidistante.
32
5.1.3.Dedicatória
É o espaço reservado para a dedicação, ou seja o oferecimento do trabalho a determinadas
pessoas; é um elemento opcional. Escreve-se uma frase ou um pensamento; deve-se ser bastante
conciso.
Também serve para se prestar uma homenagem à alguém. O texto deve vir impresso em itálico,
tamanho de letra 10, na parte inferior da folha, à direita e a folha é encabeçada pela palavra
"DEDICATÓRIA", centralizado, em letras maiúsculas, fonte 14, em negrito.
5.1.4.Agradecimentos
Se o estudante decidir utilizar este espaço, deve privilegiar somente aqueles que merecem
destaque por terem contribuído de forma directa ou não, na elaboração do trabalho. Deve-se
colocar a palavra ―AGRADECIMENTO‖, em letras maiúsculas, centralizada, tamanho 14, em
negrito.
33
Escrevem-se nesta página o nome de pessoas ou instituições que directa ou indirectamente
contribuíram para a elaboração da pesquisa; devem ser mencionados de uma forma bastante
simples. Destaca-se sempre o orientador do trabalho. O texto é composto utilizando-se o tamanho
de letra 12.
34
5.1.5.Índice/Sumário
Trabalhos longos devem ter no início, uma lista de tópicos e subtópicos do conteúdo – o índice; é
um preliminar obrigatório. Ele dá-nos uma visão global do que se estudou, pois mostra-nos as
principais divisões, ou secções do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no seu
desenvolvimento. Deve conter exactamente os mesmos títulos, subtítulos que constam no
trabalho e as respectivas páginas em que aparecem. Colocam-se-lhes sempre os números de
classificação de forma progressiva.
5.2.Elementos Textuais
Basicamente são a introdução, o desenvolvimento e a conclusão
5.2.1.Introdução
Em síntese, na introdução, faz-se a
definição de conceitos ou termos
contextualização do assunto.
apresentação do tema
delimitação
justificativa da escolha do tema
indicação da finalidade ou o propósito do trabalho e sua importância
apresentação da metodologia a usar na investigação
35
Também se faz a apresentação dos tópicos principais, salientando-se a sequência que se vai
seguir na sua exposição, as ideias chave do desenvolvimento e o plano; tudo isto deve ser feito de
uma forma simples, clara e objectiva.
5.2.2.Desenvolvimento
É o corpo do trabalho; é a parte mais ampla do trabalho. É a exposição ordenada e pormenorizada
do assunto. Estão contidos nele as principais informações pesquisadas, as ideias que se quer
defender. É aconselhável subdividi-lo por partes, tópicos e subtópicos e numerá-los
correctamente.
Nele,
faz-se a fundamentação do trabalho e a exposição lógica e sistemática das ideias
principais. Estas ideias principais expostas têm que estar relacionadas umas com as
outras;
explica-se, isto é, torna-se claro o escuro, explícito o implícito, simples o complexo,
apresenta-se o sentido de um conceito, ideia ou doutrina;
discute-se, ou seja, faz-se a argumentação e explicação da pesquisa;
enunciam-se as proposições ou propostas;
demonstra-se; mostra que as propostas, para atingirem o objectivo formal do trabalho e
não se afastarem do tema, devem obedecer a uma sequência lógica e apresentar de forma
clara e convincente essa sequência;
faz-se a abordagem de teorias ou conceitos que fundamentam o trabalho;
faz-se a descrição dos métodos e procedimentos utilizados para colecta de dados, a
descrição da metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, os procedimentos
adoptados nas etapas do trabalho no que se refere ao diagnóstico e/ou estudo de caso;
faz-se a apresentação e análise dos dados, assim como os resultados alcançados,
relacionando-os à revisão bibliográfica;
colocam-se as conclusões e/ou considerações finais, isto é, dados e resultados
encontrados.
Nesta parte, é interessante que se note o envolvimento do autor do trabalho, dando sua opinião,
criticando e defendendo suas posições. É errado tornar o desenvolvimento do trabalho numa
simples exposição narrativa de factos e ideias, pior se são de outros e não pessoais.
36
5.2.3.Conclusão
É a fase final do trabalho; faz-se um resumo completo e sintetizado da argumentação que foi
desenvolvida na parte anterior. Consta aqui a relação existente entre as diferentes partes da
argumentação, a união de ideias e a síntese de toda a reflexão; ou seja, diz-se em poucas palavras
o que se descobriu e suas implicações. Também se fazem as indicações e/ou recomendações.
É feita em forma de resumo das principais ideias que foram desenvolvidas ao longo do trabalho,
em que é que ele contribuiu para o desenvolvimento intelectual do autor do trabalho. Faz-se uma
análise crítica do trabalho, em que é que os autores foram úteis, os constrangimentos e limitações.
Nota: Está fora de hipótese a introdução de dados ou aspectos novos do trabalho, nesta parte do
trabalho (Veja-se no anexo 7 as normas para a redação de um texto).
5.2.4.Referências Bibliográficas
As referências bibliográficas, tal como a Bibliografia Geral, é um conjunto de elementos que
permitem a identificação de um texto ou partes de um texto; é utilizada como fonte de consulta e
citação nos trabalhos de pesquisa científica. Somente as fontes citadas no texto devem
obrigatoriamente constar das referências bibliográficas. As restantes cabem na bibliografia final
ou geral.
Bibliografia geral
É uma relação de todas as obras (livros, artigos, jornais…) consultadas e também citadas pelo
autor do trabalho. São fontes relacionadas com o trabalho e servem de suplemento às referências
bibliográficas; podem não ter sido citadas no trabalho.
 deve-se separar a bibliografia dos livros, da dos artigos, jornais ou outro tipo de
publicação;
 s relação dos nomes vem em ordem alfabética;
 não numerar.
Nota: Se não se usou determinado livro ou artigo, mesmo que trate do assunto em estudo, não se
pode incluir na Bibliografia. De preferência, coloquem-se as Referências Bibliográficas no
trabalho.
37
Apêndices
É todo o material elaborado pelo próprio autor do trabalho. São tabelas, mapas, gráficos,
desenhos, figuras ilustrativas, questionários, formulários, entrevistas, organigramas, ou qualquer
outro documento, desde que tenham sido elaborados pelo estudante, com o intuito de
complementar sua argumentação, sem prejudicar a compreensão do trabalho. Os apêndices
devem ser numerados, identificados e referenciados no texto. Se não estão referenciados no texto,
não devem ser colocados no trabalho.
Anexos
É todo o documento que serve de auxílio, mas, não elaborado pelo autor do trabalho; São
quadros, tabelas, legislação, regulamentos, estatutos, ilustrações...etc. Eles documentam,
esclarecem, provam e confirmam as ideias expressas no texto. Devem ser identificados com letras
maiúsculas, consecutivas, um hífen e pelos respectivos títulos; devem ser também numerados,
identificados e referenciados no texto. Se não estão referenciados no texto, não devem ser
colocados no trabalho.
Glossário
O glossário explicita por ordem alfabética, os termos específicos ou técnicos, pouco conhecidos
ou estrangeiros usados ou contidos no trabalho, no texto. É um elemento opcional e só se
emprega caso haja necessidade de relacionar (em ordem alfabética) as palavras de uso específico
(termos técnicos ou jargão da área), devidamente acompanhado de suas definições, de modo a
garantir a compreensão exacta da sua utilização no texto.
Ilustrações
É um elemento opcional que se destina a identificar os elementos gráficos, na ordem em que
aparecem no texto, indicando seu título e o número da página em que estão impressos.
Ilustrações tais como gráficos, fluxogramas, esquemas, desenhos, fotografias, gráficos, mapas,
plantas organigramas, fotografias, esquemas, tabelas, etc., podem ser inseridos no trabalho com
vista a facilitar a compreensão do conteúdo exposto no texto (Amaral,1999).
Elas, devem ser inseridas no texto, de preferência centralizadas e colocadas o mais próximo
possível do texto a que correspondem. Sua função é explicar, ou complementar visualmente o
38
texto. Se o estudante coleccionar muitas ilustrações e de tamanho considerado grande, ao invés
de inseri-las no texto, deve abrir um espaço para elas no final do trabalho, em anexo.
As ilustrações também devem ser devidamente identificadas, com um título claro, o objectivo e
devem também ser numeradas sequencialmente, com algarismos arábicos. Também se pode fazer
uma pequena legenda a explicar ou clarificar a ilustração em causa.
Exemplo:
Gráficos
O tempo de duração do estágio foi:
Muito Pouco; 5%
Pouco; 41%
Suficiente; 27%
Ideal; 27%
Gráfico 5.2.4.1: Tempo de duração do estágio
Tabelas
As tabelas são elementos que revelam a síntese de um determinado conteúdo; apresentam
também informações tratadas estatisticamente. Devem levar uma numeração consecutiva; o título
deverá ser colocado na parte superior, precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem em
algarismos arábicos. As fontes e eventuais notas aparecem em seu rodapé. Tal como os outros
referenciais, devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que correspondem.
39
Tabela 5.2.4.1: Mudança de Paradigma
MUDANÇA NOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
MODELO
ANTIGO
NOVO MODELO IMPLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
Aula na sala de
aula
Exploração individual Redes de PC com acesso a informação
Absorvição passiva Aprendizagem Desenvolvimento de habilidades e
simulações
Trabalho individual Trabalho em grupo Benefício das ferramentas colaborativas e
correio electrónico
Professor
omnisciente
Professor como guia Apoiado no acesso a rede por especialistas
Contexto estável Contexto de mudanças
rápidas
Requer redes e ferramentas de edição
Homogeneidade Diversidade Requer acesso a várias ferramentas e
métodos
Fonte: (Rocha, 1998)
Figuras
Figura 5.2.4.1: O novo ambiente de aprendizagem com a integração das TIC's
Fonte: Boogert (2007)
40
Errata
É a lista dos erros que possam ter sido cometidos no trabalho, com as devidas correcções e
indicação das páginas, e se possível até das linhas em que aparecem os erros. Habitualmente vai
logo a segui à página de rosto; deve-se colocar sempre o cabeçalho, errata.
Ex:
PÁGINA LINHA ONDE SE LÊ DEVE-SE LER OU LEIA-SE
48 25 Fcatos Factos
53 2 Publicação Apresentação
41
VI ASPECTOS GRÁFICOS E MATERIAIS DA REDACÇÃO
Aqui serão apresentados os aspectos gráficos e materiais de escrita académica.
6.1.Citações
As citações são elementos extraídos de uma determinada obra; elas devem ser breves e
incorporadas na estrutura de uma frase. Devem sempre ser reconhecidas numa nota de referência.
6.2.Citações com Recurso ao Modelo APA
APA, vem de American Psychological Association. É um modelo de citação que utiliza o sistema
Nome – Data (Nome do autor (apelido) e data de publicação do livro). O Sistema de Referência
Nome – Data é sempre usado dentro do texto e não em nota de rodapé; os restantes pormenores
serão mencionados nas referências bibliográficas ou bibliografia final. Este tipo de documentação
é vantajoso pois evita repetições, evita o uso de siglas e um elevado número de notas de rodapé.
Neste modelo, as citações também podem ser em:
Transcrição literal - citação formal
Síntese de ideias - citação conceptual
Paráfrase - citação mista
a) A citação formal é a repetição textualizada das palavras de um autor, com todas as suas
características materiais e formais; é a transcrição fiel, a cópia literal, ou a reprodução
exacta das palavras que o autor escreveu. Estas palavras, ou frases, devem escrever-se
entre aspas (― ―).
42
Quando se quer transcrever literalmente uma frase que no texto já aparece como citação,
colocam-se aspas simples; o ideal é evitar-se este tipo de situações. Sempre que fpr necessário,
deve-se recorrer à fonte primária.
43
Quando as frases a citar literalmente são longas, com mais de três linhas, ficam separadas do
texto do trabalho, colocadas num novo parágrafo, a 5 espaços da margem esquerda, com a letra
menor que a utilizada no texto (tamanho 10) e sem aspas.
b) A citação conceptual é a reprodução fiel das ideias de um autor, sem a transcrição dos
termos por ele usados; reproduz-se o texto do autor, sem alterar e nem distorcer as ideias
originais. Digo nas minhas próprias palavras, as ideias desenvolvidas por um outro autor;
é a paráfrase ou, a síntese das ideias do autor.
44
C) A citação mista, é o resumo ou paráfrase, em que se inserem alguns termos ou
expressões textuais.
Pode-se citar:
Livros, Jornais, Revistas, Internet, C.D. Rom, Banca de dados…etc.
Fontes orais, lições, palestras, entrevistas, conversas, conferências de imprensa, vídeo-
conferências, Rádio e T.V. Em todos os casos, é obrigatório identificar-se a fonte.
Notas importantes:
Quando a transcrição é em síntese e não literal, escreve-se normalmente no texto, mas não
se deve fugir do sentido original da frase; assinale-se sempre a fonte. Neste tipo de
citação, não se usam aspas mas, deve-se igualmente escrever a fonte de citação, que deve
ser precedida pela sigla cf. ou cfr.
Se se quiser omitir algumas palavras nessa citação, coloque-se reticências, entre
parênteses (...)
Quando, na palavra ou frase citada, houver algum erro do próprio autor, não se corrige;
mas, depois dessa palavra ou frase, em que estiver o erro, escreve-se o termo [sic], que
significa “assim estava escrito no original”
Ao citar-se, literalmente, uma frase ou um parágrafo de um texto, corre-se o risco de
perder-se-lhe o sentido. Para esclarecê-lo, convém pôr, entre parêntesis recto ou colchetes,
o que o pode esclarecer. Ex: ―Essa hipótese [estratégica] surge, graças a …‖
45
Se o trecho a citar já tem aspas, ou seja, já é uma citação, estas aspas transformam-se em
apóstrofos (‗) Ex: ‗….é mais fácil obter informações sobre temas diversos em um só
questionários, que aplicar vários questionários que abordam temas específicos‘
(Castro,1978, p.12 citado por Richardson, 2009, p.90). Nas palavras sublinhadas também
se pode usar a sigla apud, que quer dizer, citado por.
Se o livro, de que se extrai a citação, estiver escrito numa língua estrangeira, traduz-se,
porque o trabalho só pode estar escrito numa só língua, ou então, transcreva-se o
parágrafo e coloque-se a tradução em rodapé.
Para citar a Bíblia Sagrada
Normalmente coloca-se no texto, como se faz com as referências das obras. Coloca-se entre
parênteses o nome do livro ou sua sigla, o capítulo e finalmente os versículos.
Ex: (Gêneses 2:14) ou (Gên. 2:14)
Evite-se o uso excessivo de notas, a não ser que se trate de um trabalho de exegese. Também, o
contrário, isto é, muito poucas notas, constituem uma escassez que tira ao trabalho a sua
credibilidade ou valor científico.
Orientações de uso:
46
47
48
Outras excepções
Se acontecer que o mesmo autor tenha produzido duas obras no mesmo ano, e esteja a
usar ambas, coloque uma letra ao pé da data de edição de cada livro; Ex: (Serafini,
1999a); (Serafini, 1999b).
Se quiser mencionar vários autores juntos, coloque-os em ordem alfabética; Ex: (Filho,
1981; Lundberg, 1949; Merton, 1970; Pereira,1981).
Se acontecer que esteja a citar uma fonte secundária, coloque os dados da fonte que está a
citar, e não do original; Ex: Rowntree (1998:243), faz referência a Pardinas (1978)…..;
ou, Pardinas (1978) citado por Rowntree (1998:243), afirma que……
Se está a fazer referência a uma obra traduzida, use a data da tradução, seguida por
―Original….‖ (coloque a língua original) e a data; Ex: (Rowntree, 1993; orig. Inglês,
1998).
Se houver coincidência de apelidos no arrolamento das obras, usam-se as iniciais de cada
nome; ex: (Serafini, A.S.,1999; Serafini J. K., 2000).
6.3.Notas de Rodapé
Geralmente, as notas de rodapé servem para:
Expor um pensamento, uma ideia ou uma doutrina;
Sustentar uma ideia ou pensamento com base na autoridade de outros;
Indicar ou apresentar a fonte de onde retiramos citações, avaliações ou conclusões,
respeitando o legítimo direito de propriedade que o autor da obra tem;
Definir alguns conceitos e termos que possam ser usados no texto;
Dar referência a outra obra pertinente;
Inserir algumas explicações pessoais, que o autor achar pertinentes;
Mostrar a referência de onde se retirou uma determinada citação.
Nas notas de rodapé também se podem colocar notas de reenvio; como o próprio nome já diz, são
notas que reenviam o leitor a consultar outra obra, ou outras partes da mesma obra, ou ainda a
49
consultar outro leitor, caso esteja interessado em aprofundar o pensamento lido; geralmente
usam-se as abreviaturas cf. ou cfr.
Exemplo:
cf. Serafini, (1994). Como se faz um Trabalho Escolar; da escolha de um tema à composição
do texto. Lisboa: Editorial Presença, Lda, p. 30.
Ou
cf. também o 3º capítulo desta mesma obra.
Também se pode colocar as notas de clarificação; as notas de clarificação são aquelas em que se
clarifica ou esclarece o sentido de uma palavra ou expressão; o espaço também se reserva à
interpretação de frases citadas no texto na língua original, ou se colocam pensamentos e reflexões
pessoais, que possam contribuir para uma melhor compreensão do texto.
Exemplo:
Empirismo: Conjunto de conhecimentos colhidos apenas da prática. Isto é: conhecimento
humano derivado, directa ou indirectamente, da experiência.
6.4.Referências Bibliográficas e Bibliografia Geral
Importa esclarecer em primeira instância a diferença entre os dois conceitos; Referências
Bibliográficas, é a relação de todos os textos (Livros e outros) citados no trabalho; Bibliografia
Geral, é a relação de todos os textos (Livros e outros) citados e consultados na elaboração do
trabalho.
A Bibliografia geral e referencial organiza-se da seguinte maneira:
os nomes dos autores devem vir em ordem alfabética, a partir do apelido;
quando aparecerem diferentes obras do mesmo autor, segue-se a ordem alfabética dos
respectivos títulos. Isto, depois de se colocar a obra que estiver directamente relacionada
com o assunto.
em obras traduzidas, colocam-se em primeiro plano (as referências relativas ao título
original); a seguir é que vêm então, as que se referem à obra traduzida;
na Bibliografia não se colocam páginas. A não ser que se trate de artigos, ou da citação de
partes específicas de uma obra.
50
Os dados dos livros devem ser organizados da seguinte maneira:
Nota importante: As normas são idênticas as utilizadas nas citações, para um autor, para até 3
autores e para até 5 autores; quando o autor é uma corporação…etc; deve-se seguir as mesmas
orientações dadas nas citações.
Com um autor
Barker, A. (1996). Como Preparar um Relatório. Mem Martins: Lyon Multimédia, Edições
Lda.
Até três autores - Deve-se colocar os nomes de todos eles.
Danna, M. F.; Matos, M. A.; Fernandes, T. (2006). Ensinando observação. São Paulo: Editora
IDICON.
De três a cinco autores - Deve-se colocar os nomes de todos eles.
Danna, M. F.; Matos, M. A.; Fernandes, T.; Lima, A.; Olíveira, F. S.; Oliveira, A.S. (1986).
Ensinando observação. São Paulo: Editora IDICON.
51
Seis ou mais autores - Deve-se colocar o autor principal, geralmente o primeiro e a sigla ―et al”
Oliveira, A. S. et al. (1985). Introdução ao pensamento filosófico, 3ª. ed. São Paulo: Loyola
Livros sem o nome do autor - O título move-se para a posição de autor.
Exemplo:
O pensamento vivo de Nietzsche (1991). São Paulo: Editora Martin Claret.
Quando o autor é uma Corporação - ou seja, quando se trata de entidades colectivas:
Universidade Eduardo Mondlane. (1984). Programa de Pós-Graduação em Educação
Avaliação educacional: necessidades e tendências. Maputo: Imprensa universitária.
Revistas ou artigos periódicos
Marin, D. (2002). Sociedade tradicional e industrial. Ciências Políticas e Sociais. Vol.1, nº1, 2º
Semestre, pp. 12-17.
Artigos de Jornal
Fernandes, F. (2013, Agosto, 29). População pode passar a fiscalizar obras públicas. Notícias,
p.1.
Conferências
Nome do autor, ano, título, nome da conferência, lugar da conferência (também se podem
colocar, se a conferência tiver sido pulbicada, o local de publicação, editora, data, número de
páginas ou volumes).
Manguele, A. (2013, Agosto, 5-8). O Cancro da mama, do colo do útero e da próstata. Artigo
apresentado na Conferência Internacional das Primairas damas de África, Maputo,
Moçambique.
52
Internet
Barker, A. (2007). Como Preparar um Relatório, Disponível em 23 de Dezembro de 2007 em
http://www.uem.mz.
Documentos Canónicos
Quando se cita um documento do Romano Pontífice, deve-se indicar os elementos invariáveis da
citação interna e depois os da citação externa.
Exemplo:
Citação Interna
 Escreve-se o nome do autor do Documento, em Maiúsculas
 A natureza ou o tipo de Documento (Ecíclica – Enc.; Exortação – Exort.; Constituição
Dogmática – Const. Dog.; Alocução - Aloc., Etc).
 O Título, isto é, o Incipit, as duas ou três primeiras palavras do Documento (Ex: Enc.
Humanae Vitae)
 A Data do Documento
Vaticano II, Const. Dog. A IGREJA. A Luz dos Povos, 1964
Citação Externa
 Colocam-se todos os elementos do livro ou revista oficial donde se retirou a citação.
 Colocam-se a seguir o número, o ano e as páginas.
In AAS 72 (1980), p.1177-1232 (EV 7 (857-956), p. 780-883). (Trad. Port.).
Também se pode juntar as duas referências, a externa e a interna.
JOÃO PAULO II, Encíclica Dives in misericórdia, 30-11-80; AAS 72 (1980), p.1177-1232
(EV 7 (857-956), p. 780-883). (Trad. Port.).
Documentos Civis
Os documentos civis mais conhecidos e citados são, as Leis, os Decretos – Leis, Diplomas,
Pactos, Constituições, Convenções,.. etc.
53
Este tipo de documento, identificam-se da seguinte maneira:
Coloca-se a autoridade que emana o documento
o conteúdo do documento.
No que concerne à citação de documentos de autoridade legislativa, executiva, judiciária,
indicam-se os seguintes elementos:
nome da autoridade
tipo de documento
o título – nos documentos Papais ou Reais, colocam-se as primeiras duas ou três palavras
do documento, o incipit; nos documentos não papais ou reais, o tipo de documento, serve
de título
Data da emissão do documento (ano, mês, dia, lugar)
O livro ou revista oficial em que foi promulgado
As páginas, a do princípio e a do fim do documento.1
Presidente da República, Lei – automóveis (Condução automóvel sob efeitos do álcool). Lei
nº 3/82, de 29/3 – in Boletim da República, pág. 4-7.
Dicionário
Educação. In: Ferreira, A. B. H. (1988). Minidicionário da língua portuguesa. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira. p. 185.
Enciclopédia
Divórcio. In: Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 29, p. 107-162.
Imagem em movimento (filmes, videocassetes, DVD etc.):
Os elementos essenciais são: título, director, produtor, local, produtora, data.
Exemplo: OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. Coordenação
de Maria Izabel Azevedo. São Paulo: CERAVI, 1983. 1 videocassete (30 min), VHS, son., color.
1
Frei Guilherme Gonçalves, Professor de Direito Direito Civil – ISMMA
54
C.D. Rom - Mídia Eletrónica
Burgierman, Denis Russo. O outro lado do Nobel. Super Interessante. n. 171, p. 51-55, São
Paulo: Abril, dez. 2001. Disco 6, 1 CD-ROM.
Nota: Em relação a um C.D. Rom, também se pode proceder do mesmo modo que a de um livro
classificado.
Dissertação / Tese
Medda, M. C. G. (2000). Análise das representações sociais de professores e alunos sobre a
avaliação na escola. um caminho construído coletivamente. Dissertação de Mestrado em
Psicologia, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique.
Documentos Iconográficos
Normalmente são considerados documentos iconográficos, a pintura, gravura, ilustração,
fotografia, desenho técnico, dispositivo, material estereográfico, transparência, cartaz e outros.
Coloca-se o nome do autor, o título, a data e especificação do suporte. Podem-se, quando
necessário, acrescentar-se elementos complementares para melhor identificar o documento.
Kobayachi, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia.
6.5.Generalidades
a) Espaço entre as linhas: 1,5;
b) Papel: deve ser escrito em papel branco de formato A4;
c) Digitação: O trabalho deve ser digitado na cor preta, utilizando-se da fonte Arial ou Times
New Roman, justificados e com a indicação de parágrafo. Recomenda-se para digitação, a
utilização de fonte tamanho 12 para o texto e 10 para citações longas e notas de rodapé;
d) Número de páginas: Monografias ou Trabalhos de Fim de Curso, 40 páginas no máximo.
Nota: Importa realçar que os tipos de trabalho científico aqui mencionados, excepto a
Monografia Científica, não devem conter capítulos, somente tópicos.
55
Os tópicos do primeiro grau devem aparecer sempre em maiúsculas; os do segundo grau, em
minúsculas e em negrito; os do terceiro grau, em minúsculas e em itálico.
Exemplo:
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................
I. REVISÃO DA LITERATURA......................................................................................................
1.1. Conceito de Revisão da Literatura .........................................................................................
1.2. Objectivos da Revisão da Literatura.......................................................................................
1.3. Tipos de Revisão da Literatura...............................................................................................
1.3.1. Revisão Teórica...........................................................................................................
1.3.2. Revisão Empírica.........................................................................................................
1.3.3. Revisão Histórica ........................................................................................................
1.4.Procedimentos para a Revisão da Literatura ...........................................................................
II. QUADRO TEÓRICO...................................................................................................................
2.1. Conceito de Quadro Teórico...................................................................................................
2.2. Objectivos do Quadro Teórico ...............................................................................................
III. QUADRO CONCEPTUAL OU ESTRUTURA CONCEPTUAL..............................................
3.1. Técnicas de Construção de Quadros Conceptuais..................................................................
3.2. Exemplo de Mapas conceptuais .............................................................................................
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................................................
Notas: Cada página é numerada progressivamente, com algarismos arábicos, em ordem, de
preferência no canto inferior direito da folha. Também se pode colocar na parte superior, à direita
ou à esquerda, ou no meio. Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser
contadas sequencialmente, mas não numeradas. A numeração é feita a partir da primeira página
do texto.
As páginas preliminares em monografias, devem ser numeradas em algarismos romanos.
Os apêndices e anexos devem ter suas folhas numeradas de maneira contínua, seguindo a
paginação do texto principal.
e) Quando à Pessoa Gramatical, um trabalho de pesquisa científica deve ter um carácter
impessoal. Deve-se evitar o uso da primeira pessoa do singular: ―O meu trabalho, a tese que
56
quero defender‖...etc.; em lugar deste tipo de expressões, use-se ―este estudo‖, ―o presente
trabalho‖...etc. Muitas vezes, usa-se a primeira pessoa do plural, em lugar do modo impessoal, ou
para se ser mais discreto; não é totalmente errado, mas desaconselha-se o seu uso (cf. Cervo, A.
L. e Bervian, P.A. 1996); o mais correcto é o impessoal.
57
VII O PLÁGIO E A FRAUDE
Plagiar é citar ou transcrever uma obra sem referir a fonte. É transcrever trechos, ou parágrafos
da obra de outrem, sem indicar, entre aspas, a referência. O plágio é uma fraude, uma ofensa; é
uma tentativa de obter honra à custa do trabalho do outro.
juntar uma série de citações sem referir ou identificar as fontes de cada citação, é plágio;
transcrever quase palavra por palavra, a obra de outrem, sem indicar a referência, é
plágio;
colocar as aspas, mas não citar a fonte, continua a ser plágio. Porque nem sempre as aspas
significam que a frase é uma citação.
O plágio, por vezes, pode não ser premeditado, mas a fraude, essa é premeditada.
Fraude, é a apresentação de um trabalho, que não foi feito pelo estudante, como se fosse
realmente seu.
Exemplos de fraude:
fazer exame pelo outro
copiar o trabalho de outro, e apresentá-lo como seu
58
BIBLIOGRAFIA GERAL
Amaral, W. (1999). Guia para apresentação de Teses, Dissertações, Trabalhos de Graduação. 2ª
edição. Maputo: Livraria Universitária (UEM).
Bell, J. (1997). Como realizar um projecto de investigação. Lisboa: Editora Gradiva.
Cervo, A L; Bervian, P.A. (1996). Metodologia Científica. 4ª edição. S.Paulo: Mackron Books.
Cohen L.; Manion L. & Morrison K. (2000). Research Methods in Education. 5th
edition. New
York: Routledgefalmer.
Coughlin, P.; Langa, J. (1998). Claro e directo: Como escrever um ensaio. Maputo: Diname, 1998.
Eco, U. (1991). Como se faz uma tese em ciências humanas; Lisboa: Editorial Presença.
Koche, J. C. (2001). Fundamentos de Metodologia Científica. 19ª edição.Petrópolis: Ed. Vozes.
Lakatos, E. M.; Marconi, M. de A. (1991). Metodologia Científica; 2º edição. S.Paulo: editora
Atlas.
Langa, J. (Como escrever claro e correcto. Maputo: Diname.
Laville, C.; Dionne, J. (1999). A construção do saber: Manual de metodologia da pesquisa em
ciências humanas. Porto Alegre: Editora Artmed.
Marconi, M. A.; Lakatos, E. M. (1999). Metodologia do Trabalho Científica. S.Paulo: Editora
Atlas.
Marconi, M. A.; Lakatos, E. M. (2000). Metodologia Científica. 3ª edição. S.Paulo: Editora
Atlas.
59
Omeara, P. et al; Como estudar melhor. Editora Presença.
Serafini, M. T. (1994). Como se faz um trabalho escola; Lisboa: Editorial Presença.
Sussams, J. E. (1987). Como fazer um Relatório. Editorial Presença.
Richardson, R. J. (2009). Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3ª Edição. S. Paulo: Editora
Atlas.
Thopson, A. (1991). Manual de Orientação para o Preparo de Monografia. S.Paulo: Forense
Universitária (F.U).
LINKOGRAFIA
Bento, M. M. S. (2006). A validade e a fidelidade nas investigações de carácter cientifico.
Disponível em 15 de Maio de 2007 em http://www.arlequim.no.sapo.pt.
Gunther. (2006). Educação e Pesquisa. vol.38 nº 1; São Paulo: Jan./Mar. 2012. Disponível em 9
de Fevereiro de 2012, em http://www.scielo.br.

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  • 1. 1 Cursos de Graduação MANUAL DE METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA Para a Elaboração de Monografias Escolares Para Estudantes de LCE MAPUTO, OUTUBRO DE 2013 INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA
  • 2. 2 FICHA TÉCNICA ISMMA Instituto Superior Maria Mãe de África Av. Vladimir Lenine, 3621 Telefone: 21419772—Cell: 826253616—Fax: 21419771 Maputo (Moçambique) Correio Electrónico/ E-mail: (Direcção do Instituto) director@ismma.ac.mz (Direcção Pedagógica) d.pedagogica@ismma.ac.mz (Departamento de Publicações) infoismma@gmail.com Título: Manual de Metodologia de Investigação Científica: Para a elaboração de monografias escolares Autora: Dra. Olívia Maria Matusse Concepção e Maquete: CPT-ISMMA – Publicações Compilação: dr.Gito Amaral Mataba Tiragem: 15 Exemplares Maputo, Moçambique 2014
  • 3. 3 MANUAL DE METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA PARA MONOGRAFIAS ESCOLARES E CIENTÍFICAS 5ª Edição – Revista em Outubro de 2013 Elaborado pela Dra. Olívia Maria Matusse Aprovado pelo Conselho Científico do ISMMA Instituto Superior Maria Mãe de África Maputo, Outubro de 2013
  • 4. 1 ÍNDICE INTRODUÇÃO................................................................................................................................1 I INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA ....................................................................................................3 1.1.Tipos de Pesquisa................................................................................................................. 3 1.1.1.Pesquisas para Resolver Problemas .............................................................................. 3 1.1.2.Pesquisa para Formular Teorias ................................................................................... 3 1.2.O Processo de Pesquisa/Investigação Científica ou Fases................................................ 3 II TIPOS E CATEGORIAS DE PESQUISA.....................................................................................5 2.1. Tipos de Pesquisa................................................................................................................ 5 2.2.Categorias de Pesquisa........................................................................................................ 6 III O PROJECTO DE PESQUISA...................................................................................................7 3.1.Definição e delimitação do tema......................................................................................... 7 3.2.O problema de pesquisa...................................................................................................... 8 3.2.1.Definir e apresentar o problema .................................................................................... 8 3.2.2.Descrever a problemática (descrição e contextulização) .............................................. 8 3.3.Tipos de problema ............................................................................................................... 9 3.3.1.Problema teórico............................................................................................................ 9 3.3.2.Problema prático............................................................................................................ 9 3.4.Características de um problema ........................................................................................ 9 3.5.Como formular o problema de pesquisa ......................................................................... 10 3.6.Elaboração e apresentação das hipóteses e/ou pergunta de pesquisa........................... 11 3.7.Justificativa da escolha do tema....................................................................................... 12 3.8.Definição dos objectivos.................................................................................................... 13 3.9.Apresentação da metodologia de trabalho...................................................................... 14 3.9.1.A Natureza da Pesquisa (Abordagem) ......................................................................... 14 3.9.2.Tipo de pesquisa........................................................................................................... 14 3.9.3.O Método...................................................................................................................... 14 3.9.4.População e amostra.................................................................................................... 17 3.9.5.Instrumentos para a recolha de dados ......................................................................... 19 3.9.6.Validade e Fiabilidade dos instrumentos de recolha de dados.................................... 19 3.9.7.Modelos para a análise de dados................................................................................. 21 3.9.8.Questões éticas ............................................................................................................. 22
  • 5. 2 3.10.Quadro Teórico................................................................................................................ 22 3.11.Cronograma ..................................................................................................................... 23 3.12.Recursos............................................................................................................................ 23 IV RECOLHA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.......................................................25 4.1.A recolha de dados............................................................................................................. 25 4.2.Análise e interpretação dos dados.................................................................................... 25 4.2.1.Análise e Interpretação dos dados de campo............................................................... 25 V ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO ...................................28 5.1.Preliminares ou Elementos Pré-textuais.......................................................................... 29 5.1.1.Capa ............................................................................................................................. 30 5.1.2.Página (Folha) de rosto ............................................................................................... 30 5.1.3.Dedicatória................................................................................................................... 32 5.1.4.Agradecimentos ............................................................................................................ 32 5.1.5.Índice/Sumário ............................................................................................................. 34 5.2.Elementos Textuais............................................................................................................ 34 5.2.1.Introdução .................................................................................................................... 34 5.2.2.Desenvolvimento........................................................................................................... 35 5.2.3.Conclusão..................................................................................................................... 36 5.2.4.Referências Bibliográficas ........................................................................................... 36 VI ASPECTOS GRÁFICOS E MATERIAIS DA REDACÇÃO ......................................................41 6.1.Citações............................................................................................................................... 41 6.2.Citações com Recurso ao Modelo APA ........................................................................... 41 6.3.Notas de Rodapé ................................................................................................................ 48 6.4.Referências Bibliográficas e Bibliografia Geral ............................................................. 49 6.5.Generalidades .................................................................................................................... 54 VII O PLÁGIO E A FRAUDE .......................................................................................................57 BIBLIOGRAFIA GERAL...............................................................................................................58
  • 6. 1 INTRODUÇÃO Este Manual de Metodologia de Investigação Científica tem por finalidade, abordar questões de índole teórico-metodológica, consideradas como nucleares, no âmbito de todo o processo de investigação e de preparação de um trabalho académico. Capacita o estudante a saber estudar o tema escolhido, aprender a elaborar e defender suas posições científicas, a produzir trabalhos aceites, pela sua qualidade científica. Não coloca de lado as questões de teor epistemológico, ético e deontológico, que devem caracterizar todo o estudante/pesquisador e qualquer trabalho de pesquisa científica. Sendo que ―um pesquisador é alguém que percebendo um problema em seu meio, pensa logo que a situação poderia ser melhor compreendida ou resolvida (...)‖ (Laville e Dionne, 2008, p.11) e então inicia um processo de busca de explicações ou soluções para aquela situação problema. Então, este documento vai habilitar o estudante a que seja capaz de: Identificar um problema Desenhar o projecto Recolher os dados Estruturar o trabalho Documentar Editar O Manual é fruto de várias consultas feitas em documentos, livros classificados, e ideias tiradas de alguns artigos da Internet. É também fruto de alguma experiência, colhida ao longo dos 14 anos de leccionação da Cadeira e da constante actualização na área de investigação científica. Ele nasce com o objectivo de ajudar os estudantes a elaborarem as suas monografias científicas (trabalho de fim de curso). Sabe-se que existem diferentes tipos de trabalhos de investigação; diferem-se uns dos outros pelo carácter da pesquisa e pelo nível que se alcança com cada um deles. A Monografia, que é o trabalho científico que será desenvolvido neste nível, é uma dissertação sobre um ponto particular ou específico da Ciência; é um trabalho escrito, sobre um tema
  • 7. 2 específico e pertinente, ou seja, versa sobre um tema pertinente ao curso ou a uma disciplina (Amaral, 1999); exige uma metodologia bastante rigorosa, e que haja também rigor na documentação da mesma; é feita para um curso ou disciplina específica. É um trabalho escrito, sistematizado e completo, com um tema bastante específico; nela, faz-se um estudo pormenorizado e exaustivo do assunto em foco, abordando os vários aspectos e ângulos do caso; é sempre extenso em profundidade e não em número de páginas; aliás, não necessariamente se tem de dizer muito, para se elaborar um trabalho de qualidade; é pessoal, isto significa que não há lugar para fraudes e outro tipo de desonestidade. Nunca se deve tornar uma monografia científica, numa mera repetição do que foi afirmado por outros autores sem acrescentar-lhe algo; também não é resposta a uma espécie de questionário; não cabem nela, ideias pessoais abstractas e pior quando são sem fundamento; sua finalidade é, segundo Marconi e Lakatos (1999): Descobrir/ redescobrir a verdade; Esclarecer factos ou ideias; Enriquecer, ampliar o leque de conhecimento científico; Ordenar e hierarquizar conhecimentos e experiências. Este Manual para estudantes é composto por sete capítulos: no primeiro apresentam-se as fases do processo de Investigação científica; no segundo, as categorias de pesquisa. No terceiro capítulo, como elaborar um projecto de pesquisa científica. No quarto, são descritos os aspectos relacionados com a recolha, análise e tratamento dos dados; no quinto, a estrutura básica de um trabalho científico. No sexto, os aspectos gráficos e materiais de redação que devem ser observados na escrita académica, e no último capítulo abordam-se questões de fraude académica, aspectos que devem ser evitados em processos de pesquisa científica.
  • 8. 3 I INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA A investigação/pesquisa científica é muito importante não somente para o investigador, para obtenção de conhecimento, mas para as ciências sociais e humanas no geral, pois garante o desenvolvimento humano, apesar de seu objectivo imediato ser a quisição de conhecimento. 1.1.Tipos de Pesquisa Em Ciências Sociais e Humanas, nas quais se enquadra o curso de Ciências da Educação, os tipos de pesquisa mais desenvolvidos são: 1.1.1.Pesquisas para Resolver Problemas Este tipo de pesquisa focaliza-se na resolução de problemas práticos; não se interessa em testar ou formular teorias; o estudante apenas está interessado em descobrir a resposta para um problema específico, ou descrever um fenómeno, da melhor forma possível (Richardson, 2009). 1.1.2.Pesquisa para Formular Teorias É uma pesquisa de natureza exploratória, que procura descobrir a relação entre os fenómenos; o estudante pode estudar um problema cujos pressupostos teóricos não estão muito claros, então faz uma pesquisa não somente para conhecer o tipo de relação, mas para também determinar a existência dessa relação. 1.2.O Processo de Pesquisa/Investigação Científica ou Fases Toda a pesquisa a desenvolver inicia sempre com um problema a ser resolvido; o estudante- pesquisador identifica um problema e supõe uma solução possível e depois coloca uma explicação racional da situação a ser compreendida ou aperfeiçoada – a hipótese; depois disto, deve-se procurar comprovar a hipótese, fazendo a sua verificação; para isso, devem-se colher as informações inerentes à hipótese, e com os resultados obtidos neste processo, tirar-se as conclusões (Laville e Dionne, 1999). A previsão de como serão desenvolvidas estas fases todas (que instrumentos, ferramentas, teorias…), deve ser feita no Projecto de Pesquisa (ver tópico III). Para Cervo e Bervian (1999), as fases de uma pesquisa são idênticas às propostas por Laville e Dionne (1999), mas com alguns items a mais; neste documento, vão-se seguir à risca, as fases propostas por estes últimos autores.
  • 9. 4 Esta ideia pode ser esquematizada da seguinte forma: Propôr e Definir um Problema ↓ Elaborar uma Hipótese ↓ Verificar a Hipótese ↓ Concluir Figura 1.2.1. O Processo de Pesquisa Fonte: Laville e Dionne (1999) Ou seja: Tabela 1.2.1. O Processo ou Fases da Pesquisa FASES DA PESQUISA CIENTÍFICA 1. Propôr e Definir um Problema 2. Formular Hipóteses Ou pergunta de pesquisa 3. Testas ou verificar as Hipóteses Colher dados Analisar os dados colhidos 4. Tirar conclusões E elaborar o Relatório Fonte: Laville e Dionne (1999)
  • 10. 5 II TIPOS E CATEGORIAS DE PESQUISA Este é um tópico que nos vai dar a conhecer os diferentes tipos e categorias de pesquisa que se podem desenvolver em ciências Sociais e humanas. 2.1. Tipos de Pesquisa Os diferentes tipos de pesquisa que vão abaixo mencionados, não se excluem e nem se opõem; a classificação será feita em função do procedimento geral que se utiliza em cada um dos tipos. Dada a importância que a pesquisa Bibliográfica tem na vida de um estudante universitário nas diferentes áreas de estudo, vai-se iniciar aqui por se abordar a pesquisa Bibliográfica e vai-se aprofundar mais esta em relação às outras; aliás, ―qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação da questão, quer para a fundamentação teórica ou para justificar os limites e contribuições da própria pesquisa‖ (Cervo e Bervian, 1999, p.48). Vão abaixo mencionados os principais tipos de pesquisa, na perpectiva de Cervo e Bervian (1999): Pesquisa Bibliográfica: é aquela que procura resolver um problema, com base nas referências teóricas, já publicadas. Pode-se realizar este tipo de pesquisa como parte de outras, tais como, a experimental ou a descritiva. Este tipo de pesquisa tem sido considerada por muitos investigadores, como sendo um meio de estudo e formação por excelência. É um dos primeiros e mais importantes passos, para qualquer tipo de pesquisa científica. Pesquisa Documental: assemelha-se muito com a pesquisa bibliográfica, diferenciando-se apenas na natureza das fontes utilizadas. Utiliza materiais (documentos, políticas, leis, planos, etc...) que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos de pesquisa; Pesquisa Descritiva: observa, regista, analisa, e correlaciona factos ou fenómenos, sem manipulá-los. Procura verificar e entender a frequência com que um dado fenómeno ocorre, e a relação que este tem com os outros da mesma natureza e característica. Pesquisa Experimental: se a pesquisa descritiva preocupa-se em classificar, explicar e interpretar os fenómenos, a experimental quer dizer e demonstrar de que modo e quais as causas que produzem tal fenómeno. Este tipo de pesquisa implica algum tipo de
  • 11. 6 experimentações; sendo assim, serve-se de alguns aparelhos, máquinas, técnicas modernas e acessíveis, para demonstrar qual a relação existente entre variáveis envolvidas no objecto que serve de estudo. Pesquisa Exploratória: a que busca constatar algo num organismo ou num fenómeno. Pesquisa Social: é toda aquela que busca respostas, sobre aspectos específicos, referentes a um determinado grupo social. Pesquisa Histórica: a que se dedica ao estudo do passado. 2.2.Categorias de Pesquisa Existem em Ciências Sociais no mínimo duas categorias de pesquisa: a) Pesquisa Fundamental/ Básica/ Pura/ Teórica: aquela que tem por motivação preencher uma lacuna nos conhecimentos; tem em vista conhecer e compreender melhor as situações ou realidades, sem que haja uma aplicação prática prevista. O fim último da pesquisa fundamental é aumentar os conhecimentos sobre a realidade em estudo, apesar de que pode também contribuir para a solução dos problemas postos pelo meio social (Laville e Dionne, 1999). b) Pesquisa Aplicada: aquela que tem em vista a solução de um problema, ou seja, resolver um problema real, presente na sociedade. Sua característica principal é a aplicação de conhecimentos já disponíveis para a solução de um problema (Laville e Dionne, 1999); ou seja, os conhecimentos adquiridos são utilizados para aplicação prática, para a solução de problemas concretos da vida quotidiana. Ela tem como objetivo, investigar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos. Tanto uma quanto outra são úteis nos processos de pesquisa em ciências sociais.
  • 12. 7 III O PROJECTO DE PESQUISA Sempre que se tem um tema para estudo, deve-se antes elaborar-se um plano, um projecto que possa garantir a sua viabilidade. Este plano ou projecto vai prever e providenciar recursos necessários para se atingir o objectivo proposto e solucionar-se o problema identificado. Colocam-se nele as diferentes tarefas a serem executadas, dentro de um cronograma a ser observado (Cervo e Bervian, 1999). Um projecto de pesquisa pode ser elaborado de diferentes formas, mas não devem faltar os seguintes elementos: 1. O tema delimitado 2. O problema 3. As hipóteses: de causa e solução 4. Os objectivos: gerais e específicos 5. A justificativa da escolha do tema 6. A metodologia 7. O levantamento da literatura (revisão bibliográfica – quadro teórico) 8. O cronograma 9. Os recursos 10. Os livros que serviram de referência na elaboração do projecto (bibliografia ou referências bibliográficas) 3.1.Definição e delimitação do tema O tema é a ideia central do trabalho; ideia que se vai procurar provar, demonstrar, fundamentar e defender; um problema ainda sem solução; portanto, deve ser exposto de uma forma clara, objectiva e precisa (cf. Marconi e Lakatos, 2009). Este assunto/tema pode ser teórico ou prático; seja como for, este tema deve estar ligado ao gosto do pesquisador, para proporcionar-lhe experiências de valor e contribuir para o progresso da ciência. Delimitar o tema é estabelecer limites quanto ao assunto, extensão e prazo, localização no espaço e tempo. É seleccionar de um todo, um tópico somente a ser estudado, e sob que ponto de vista ou que perspectivas se vai abordar o assunto; é também indicar o quando histórico e geográfico
  • 13. 8 em cujos limites se localiza o assunto (Cervo e Bervian, 1999). É importante que o estudante estabeleça estes limites, para permitir que o tema seja estudado com profundidade. 3.2.O problema de pesquisa Nesta etapa deve-se apresentar o problema identificado de forma clara e objectva, numa frase só. 3.2.1.Definir e apresentar o problema A formulação do problema é a primeira fase do processo de pesquisa, pois, enquanto o assunto permanecer assunto, não se iniciou a investigação propriamente dita; o assunto deve ser questionado pelo investigador, transformando-o em problema (Cervo e Bervian, 1999). Para se formular bem o problema, supõem-se conhecimentos prévios do assunto. ―Os passos que o pesquisador terá que percorrer a seguir, até ao término da pesquisa, dependerão deste passo inicial: a formulação do problema‖ (Cervo e Bervian, 1999, p.67). Problema é uma questão não resolvida e que é objeto de discussão em qualquer domínio do conhecimento; é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Um problema é sempre, também, uma falta de conhecimentos (Laville e Dionne, 2008). Formular o problema é dizer de uma forma explícita, clara e compreensiva: o qual a dificuldade com que se irá defrontar; o qual a questão ou a dificuldade que se pretende resolver?. 3.2.2.Descrever a problemática (descrição e contextulização) Antes de mais, importa tentar distinguir aqui problema de problemática; são duas palavras que parecem iguais mas não são. Toda a pesquisa parte de um problema e se insere numa problemática; ―a fase do estabelecimento e de clarificação da problemática e do problema é frequentemente considerada como a fase crucial da pesquisa‖ (Laville e Dionne, 1999, p.85). Problemática, é o quadro no qual se situa o problema e não o próprio problema. Depois de tomar consciência do problema, o investigador/estudante, deve construir uma problemática racional.
  • 14. 9 3.3.Tipos de problema Os problemas podem ser teóricos ou práticos. 3.3.1.Problema teórico Direcionado para a exploração de um objeto pouco conhecido. Procura conhecimentos sobre um determinado objeto pouco estudado. 3.3.2.Problema prático Direcionado para respostas que ajudem a subsidiar acções; está voltado para a avaliação de certas acções ou programas; também faz a verificação das consequências de várias alternativas possíveis, com vista a planificar uma acção adequada para a minimização do problema. Nota: Se o estudante já escolheu o tipo de pesquisa que vai desenvolver, escolheu também o tipo de problema; estes dois aspectos devem ser bem alinhados. 3.4.Características de um problema Dentre muitas características existentes, as mais importantes são: a) Um problema deve ser formulado como pergunta Esta pergunta deve ser de natureza científica. Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser passíveis de teste, ou seja, deve estar explícita nesta pergunta científica, a relação de dois ou mais fenómenos (factos, variáveis) entre si e estas variáveis devem ser testáveis, observadas e manipuladas; sendo assim, perguntas retóricas, especulativas, e afirmativas (valorativas), não são perguntas científicas, e não podem constituir um problema de pesquisa (Lakatos e Marconi, 1991). b) Um problema deve ser claro e preciso. O problema de pesquisa deve ser claro e preciso; deve revelar exactamente o que se quer estudar, bem como os elementos e instrumentos que serão utilizados no decorrer do trabalho. c) O problema deve ser suscetível de solução No processo de formular o problema de pesquisa, é necessário que se conheçam os recursos tecnológicos que serão envolvidos na solução do problema. Pois se corre o risco de estabelecer problemas para os quais não haja instrumentos e técnicas desenvolvidas e apropriadas para resovê-los. Deve ser possível a recolha de dados necessários para a sua resolução.
  • 15. 10 3.5.Como formular o problema de pesquisa O problema pode ser apresentado em forma de afirmação ou interrogação. Há diferentes formas de se apresentar um problema. Para Richardson (2009), as melhores perguntas são formuladas utilizando: Como Que Quando Ex: Que factores contribuem para o insucesso escolar nas escolas da cidade de Maputo? Esta forma de elaborar a pergunta é questionada por alguns investigadores, por conter uma incógnita. É verdade que não há regras universais para se criar um problema, assim como também não há para apresentar, mas, o mais usual é apresentá-lo em forma de pergunta (pergunta científica). Sendo que existem várias perspetivas sobre a colocação de um problema de pesquisa, a forma que se sugere neste manual, é a que se segue, pelo facto de ser mais clara e deixar também clara a tese que se pretende defender. i) Exemplo de problema em forma de interrogação ou pergunta: ―O índice de lares e famílias disfuncionais, está a crescer em Maputo‖ - É um problema na vertente afirmativa. Agora vamos tentar colocá-lo na interrogativa (pergunta científica). Normalmente, a tendência é colocar a pergunta nestes moldes: “O que é que provoca disfunções no seio das famílias da cidade de Maputo?” – Esta é uma pergunta linear e não um problema! É uma pergunta que revela uma dúvida, não está completa para se tornar numa pergunta de pesquisa, no sentido em que ainda não se apresenta como problema de investigação (problema científico), pois não contém a possível resposta do problema. ―O seu formato expressa a relação de uma incógnita com uma variável conhecida‖ (Koche, 2001, p.106). Veja-se:
  • 16. 11 ?  Famílias disfuncionais Incógnita (Variável desconhecida) (Variável conhecida) O problema correctamente delimitado e formulado na perspectiva de Koche (2001), deve traduzir a possível relação que existe entre pelo menos duas variáveis conhecidas (é nisto que Koche difere de Richardson acima citado). Para Koche (2001), esta frase acima citada, só se tornará em pergunta de investigação (pergunta científica) quando se eliminar a incógnita e substitui-la por uma variável conhecida. Por exemplo: a) ―A disfunção familiar que se faz sentir nas famílias de Maputo, relaciona-se de algum modo com o facto de os pais serem omissos em suas funções?” Pais omissos  Disfunção familiar (Variável conhecida) (Variável conhecida) Isto vai ajudar também a criar uma certa ordem lógica na apresentação dos factos; vai ajudar a entrelaçar as ideias, a criar uma interdependência entre elas; vai criar a harmonia e a coerência que se esperam acontecer no trabalho. ―A delimitação do problema define, então, os limites da dúvida, explicitando quais variáveis estão envolvidas na investigação e como elas se relacionam‖(Koche, 2001, p.108). Posto isto, faz-se a avaliação do problema: Resolve-se com eficiência, somente por meio da pesquisa? Vai trazer algo de novo? Insere-se no estado actual da evolução científica? Pode-se estudar e chegar-se a conclusões válidas? 3.6.Elaboração e apresentação das hipóteses e/ou pergunta de pesquisa Uma vez formulado o problema, verifica-se o que provavelmente poderá estar na origem deste: a hipótese de causa; propõe-se então uma resposta provável ou provisória para o problema: a hipótese de solução.
  • 17. 12 Antes de inicar a pesquisa, deve fazer uma pesquisa preliminar; ela vai ajudar a formular com maior segurança as hipóteses. As hipóteses de causa, são aqueles fenómenos que provavelmente estarão na origem do problema. A(s) hipótese(s) de solução é uma solução provisória para um determinado problema levantado; é uma pré-solução para o Problema levantado. ―Ela orienta o estudante, colocando-o na direcção daquela que é a provável resposta do seu problema, a resposta que ele procura” (Koche, 2001, p.106). Tanto o problema quanto a hipótese devem ser enunciados em forma de factos ou fenómenos. O que difere o problema da hipótese é que o problema é enunciado, no geral, em forma de sentença interrogativa, e a hipótese em forma de sentença afirmativa. Há várias maneiras de se formular uma hipótese, a mais usual é ―se X, então Y‖ (Lakatos e Marconi, 1991); normalmente trabalha-se mais com a hipótese de solução. Ex: Se se der um incentivo positivo aos alunos (X), então o nível de aprendizagem será aumentado (Y). Pergunta de Pesquisa – segue mais ou menos o mesmo enunciado que o da hipótese, somente em forma de pergunta. Ex: Até que ponto dando um incentivo positivo aos alunos (X), o seu nível de aprendizagem será aumentado (Y)? Nota: Se se colocar as hipóteses, não se coloque a pergunta de pesquisa, e vice-versa. 3.7.Justificativa da escolha do tema Diz-se aqui, em poucas palavras: i) o que levou o autor a escolher o tema em questão, o que o motivou, porquê este assunto e não um outro qualquer, ii) sua importância e pertinência, e por fim, iii) em quê vai contribuir para o progresso da ciência.
  • 18. 13 Explicam-se também os motivos de ordem teórica e prática que justificam a pesquisa; deve-se responder sempre à questão: ―porque se deseja fazer a pesquisa?‖ (Richardson, 2009, p.55). Em suma,a justificativa corresponde à defesa da pesquisa, no que concerne à sua importância, relevância e contribuições para o progresso da ciência. 3.8.Definição dos objectivos Um objectivo é o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa; é a meta - o fim. Deve-se definir o objectivo geral, que é a ideia central que serve de ―fio condutor‖ no estudo. Ele define de um modo geral o que se pretende com a pesquisa que se vai levar a cabo. Esta ideia está ligada à compreensão do todo e vinculada à tese que se vai defender. Os objectivos específicos são de igual modo importantes; são etapas intermediárias que vão permitir atingir o objectivo geral. Os objectivos devem ser escritos e nunca devem ser vagos, incertos e gerais demais; quando isso acontece, divaga-se, e rouba-se ao trabalho, a sua unidade. Eles são importantes pois, para além de orientadores, ajudam na selecção dos métodos e na avaliação do trabalho. Para escrevê-los considerem-se as necessidades dos leitores; eles devem voltar-se para o que o leitor deve conhecer, sentir e fazer. Eles visam modificar o comportamento do leitor. Deve-se planear de modo a que eles sejam cumpridos. Dicas que podem ajudar o estudante a definir os objectivos: Colocar as seguintes perguntas: O que é que se espera alcançar com este trabalho, com este tema ou assunto? O que é que se quer que os leitores aprendam com os argumentos e exposições? O que é que ficarão a saber, sentir e farão, no final da leitura ou do estudo deste trabalho? Elaborar a frase colocando os verbos no infinitivo: esclarecer tal coisa; definir tal assunto; procurar, permitir que, demonstrar, etc. Conferir a tabela de Bloom em anexo, para ver os verbos normalmente utilizados na definição de objectivos, nos diferentes níveis (ver a taxonomia dos objectivos de Bloom – Anexo 1).
  • 19. 14 3.9.Apresentação da metodologia de trabalho Na metodologia do trabalho não devem faltar os aspectos abaixo mencionados: 1. Natureza da pesquisa 2. Tipo de pesquisa 3. Métodos de pesquisa 4. População e amostra 5. Instrumentos para a recolha de dados 6. Validade de fiabilidade dos instrumentos 7. Modelos para análise de dados 8. Questões éticas A seguir vai-se falar de cada uma destas partes em particular. 3.9.1.A Natureza da Pesquisa (Abordagem) Quanto à sua natureza, a pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa; a pesquisa qualitativa, que é a predominante em ciências sociais, lida com crenças, valores, princípios, atitudes, opiniões etc...são processos mentais. Para recolher dados neste tipo de pesquisa, deve-se utilizar instrumentos qualitativos (entrevistas, observação etc.); o mesmo acontece com a análise dos dados e informações. As técnicas de análise quantitativas não devem ser utilizadas para a análise de dados qualitativos. Sendo que em ciências sociais o que predomina é a pesquisa qualitativa, ela deve ser abordada no trabalho de forma mais extensiva e pormenorizada em detrimento da quantitativa (veja-se o anexo 2) as características de cada tipo de abordagem. 3.9.2.Tipo de pesquisa (ver o tópico 2.1 deste Manual) 3.9.3.O Método Método, deriva da palavra grega ―methodos‖ isto é, meta=para e hodos=caminho; método é então um caminho para alcançar a meta; ele indica regras, propõe um procedimento que orienta a pesquisa e ajuda a realizá-la com eficácia (Laville e Dionne, 2008). Então, método é uma maneira, um modo que adoptamos para termos acesso a..., é um procedimento sistemático, em plano geral (Cervo e Bervian,1999). Existem vários métodos de investigação, mas os mais usados em Ciências Sociais são os seguintes:
  • 20. 15 a) Estudo de Caso O estudo de caso é uma análise profunda de um sujeito considerado individualmente; por vezes esse caso é um grupo reduzido de sujeitos considerado globalmente. Em todo o caso observam-se as características de uma unidade individual, como por exemplo um sujeito, uma classe, uma escola, uma comunidade, etc. b) Pesquisa-acção ou Investigação-acção É uma metodologia de investigação orientada para a melhoria das práticas profissionais, nos diferentes campos de acção. Ela tem duplo objectivo: Acção Investigação Com o intuito de obter resultados nas duas vertentes. Na acção, pretende-se que haja mudança numa comunidade, numa organização ou instituição e até mesmo num programa, projecto, etc. Na Investigação, pretende-se ampliar os conhecimentos e aumentar o nível de compreensão dos factores por parte do investigador. Pelo que se pode ver, pretende-se obter melhores resultados naquilo que se faz e ao mesmo tempo promover o aperfeiçoamento das pessoas e dos grupos com que se está a trabalhar. Acontece em forma de uma espiral de ciclos de: Planificação – Acção – Observação – Reflexão. Figura 3.9.3.1: O Ciclo de Investigação-acção
  • 21. 16 Figura 3.9.3.2: Espiral de ciclos da Pesquisa-acção A sua natureza cíclica é a principal qualidade da investigação-acção; os ciclos obrigam a investigação-acção a ser flexível e rigorosa; cada ciclo da acção implicando uma reflexão crítica, cada ciclo consistindo num planeamento e uma consequente acção. Ela exige: Que seja submetida à prova Que se justifique tudo a partir do trabalho, mediante a argumentação desenvolvida e provada cientificamente. c) Indução Existem os processos mentais (muitas vezes chamados métodos) da indução e dedução que são usuais e comuns em todas as investigações, tanto experimentais quanto racionais ou teóricas. Estes não são exactamente métodos, mas, ―formas de raciocínio ou de argumentação e, como tais, são formas de reflexão e não de simples pensamento‖ (Cervo e Bervian, 1996, p.22). O raciocínio indutivo, que é típico de uma pesquisa qualitativa, é um processo que parte de dados ou observações particulares constatados e chega a proposições gerais (Ex: se se observa que um homem particular e os demais homens particulares são mortais, pode-se inferir, tirar uma
  • 22. 17 consequência dos factos, que os homens são mortais). Francis Bacon foi o criador deste método/forma de raciocínio, que consiste em tirar conclusões do particular para o geral; este método utiliza mais a experiência e a observação (Richardson, 2009). Todo o método depende do objectivo da investigação; então, a escolha do método, vai depender do objectivo que levou o estudante a escolher determinada matéria, para objecto de estudo. 3.9.4.População e amostra População é a totalidade de indivíduos dos quais se pretende recolher dados para estudo; como nem sempre é fácil trabalhar com toda a população, o pesquisador trabalha com uma amostra dessa população. A amostra é uma parte desta população total; se se quer generalizar os resultados para a população total, a amostra deve ser representativa, ou seja, deve fornecer uma imagem fiel da população. A representatividade de uma amostra, depende muito da forma como ela é estabelecida. Existem várias técnicas para elaborar uma amostra e garantir essa representatividade; elas permitem diminuir o erro de amostragem, ou seja, as diferenças entre as características da amostra e as da população da qual foi retirada a amostra (Laville e Dionne, 1999). As amostras podem ser probabilísticas ou não, conforme apelem ao acaso ou não; o acaso aqui, refere-se ao facto de todos os elementos da população terem uma oportunidade igual, de fazer parte da amostra. a) Amostra Probabilística É aquela em que todos os elementos de uma população têm a oportunidade conhecida e não-nula de fazer parte da amostra. Abaixo vão alguns métodos de amostragem probabilística (casual) mais utilizados e as respectivas técnicas: i) Aleatória simples: é formada por sorteio, concedendo a todos os elementos da população a mesma oportunidade de serem escolhidos; existem várias técnicas de se fazer o sorteio, o pesquisador deve escolher uma delas. Técnicas: Técnica de Lotaria: deve-se atribuir um número a cada membro do universo (população); escrevem-se os números em papelinhos, dobram-se e colocam-se numa caixa; misturam- se bem e retira-se o número de papéis correspondentes à amostra (Hill e Hill, 2002).
  • 23. 18 Técnica dos números aleatórios: utiliza-se a tabela dos números aleatórios. ii) Amostragem por grupos: é feita ao acaso; seleccionam-se grupos e não pessoas individuais; podem-se seleccionar grupos inteiros, ou parte desses grupos. iii) Amostragem por extratos: divide-se a população em subgrupos, tendo em conta algumas características específicas que interessam para o estudo em curso. b) Amostra não-probabilística Quando nem todos os elementos da amostra têm oportunidade de fazer parte da amostra. Elas podem ser: i) Acidentais: escolhem-se os informantes encontrados até ao momento em que se acha ter dados suficientes; ii) Amostras de voluntários: faz-se um apelo e reúnem-se os informantes que aceitem participar; iii) Amostra típica: é aquela em que a partir das necessidades do estudo, seleccionam-se da população, ou de parte dela, casos que se julguem exemplares; iv) Amostra por quotas: selecciona-se um certo número de características conhecidas da população. v) Amostragem por conveniência: trabalha-se com os informantes disponíveis no momento do estudo. Estas informações todas devem ser claramente colocadas na metodologia do trabalho, com as devidas percentagens. Tabela 3.9.4.1: População e amostra População Amostra Percentagem 50 professores 25 professores 50% 300 alunos 100 alunos 33% TOTAL 350 125 36% Lembrar que no mínimo esta percentagem tem de ser de 10% ESTA É A SUA AMOSTRA: o grupo de indivíduos com o qual deve trabalhar
  • 24. 19 3.9.5.Instrumentos para a recolha de dados Existem instrumentos para a recolha de dados qualitativos e para dados quantitativos, veja-os abaixo: Tabela 3.9.5.1. Intrumentos para a recolha de dados qualitativos e quantitativos Dados Qualitativos Dados Quantitativos Entrevista Inquérito Observação Questionário Diário Memorando etc Nota: ver em anexo 3 como trabalhar com cada um destes instrumentos 3.9.6.Validade e Fiabilidade dos instrumentos de recolha de dados a) Validade: revela a capacidade que um instrumento tem de produzir medições adequadas e precisas para chegar a conclusões correctas, assim como poder aplicar as descobertas feitas a grupos semelhantes, não incluídos em determinada pesquisa (Richardson, 2009). A validade interna refere-se à exactidão dos dados e à adequação das conclusões; a validade externa refere-se à possibilidade de generalizar os resultados a outros grupos semelhantes. Existem várias formas de se garantir a validade, mas o método de triangulação é frequentemente utilizado para garantir a validade em pesquisas científicas na área das ciências sociais. O objetivo principal é aumentar a validade da pesquisa, garantindo que os resultados e suas interpretações sejam confiáveis. A triangulação implica a utilização de abordagens múltiplas, a fim de evitar distorções devido à utilização de um método, uma teoria ou um pesquisador (Gunther, 2006). De acordo com Gunther (2006), existem vários tipos de triangulação, dentre eles: I) A triangulação de dados ou das fontes dos dados, em que se utilizam diferentes fontes de dados ou de informações para se chegar ao mesmo resultado; confrontam-se os dados provenientes de diferentes fontes. É o tipo mais conhecido e o de mais fácil implementação.
  • 25. 20 II) A triangulação de pesquisadores, no qual diferentes pesquisadores estudam o mesmo tema recorrendo às mesmas técnicas (entrevista, observação, estudo de caso, grupos focais). Se os diferentes pesquisadores chegarem às mesmas conclusões, então fica estabelecida a validade da pesquisa. III) A triangulação de teorias, em que profissionais de campos de estudo distintos como economia, antropologia, ciência política, administração envolvem-se na pesquisa, a partir de diferentes perspectivas, para interpretar o mesmo conjunto de informações. IV)A triangulação metodológica, que implica a combinação de métodos ou instrumentos quantitativos e qualitativos em uma mesma pesquisa. O investigador faz novas observações directas com base em registos antigos, ou ainda recorre a múltiplas combinações inter-metodológicas (aplicação de um questionário e de uma entrevista semi estruturada, de observação…etc); aplica portanto dois ou mais instrumentos para garantir validade dos dados. V) A triangulação ambiental, que envolve o uso de diferentes locais ou diferentes fatores- chave para a pesquisa em questão, como a hora do dia, o dia da semana, ou a estação do ano. Há que se identificar um fator ambiental que seja relevante e que possa influenciar a informação; caso se chegue à mesma conclusão modificando o fator ambiental, está estabelecida a validade da pesquisa. A necessidade de triangulação surge do imperativo ético de confirmar a validade dos processos e dos dados da pesquisa. Para aumentar a credibilidade das interpretações realizadas pelo investigador, recorre-se portanto a estes vários tipos de triangulação. b) Fiabilidade: indica a capacidade que os instrumentos para a recolha de dados têm, de produzir medições constantes ao longo do tempo, quando aplicados a um mesmo fenómeno. A fiabilidade interna refere-se à possibilidade de outros pesquisadores fazerem as mesmas relações entre os conceitos e dados recolhidos, com os mesmos instrumentos; a fiabilidade externa, refere- se à possibilidade de outros pesquisadores, utilizando os mesmos instrumentos, observarem factos idênticos. Pode-se também definir a fiabilidade como sendo a possibilidade de diversos investigadores poderem chegar a resultados semelhantes sobre o mesmo fenómeno estudado, utilizando para isso os mesmos instrumentos. Na realidade, trata-se de aferir se os dados recolhidos na investigação
  • 26. 21 são estáveis no tempo e se têm consistência interna, especialmente se provém de diferentes fontes (Stake, 1995). Existem vários métodos para se averiguar a fiabilidade dos instrumentos escolhidos: a) Test – retest: normalmente se repete exactamente o mesmo teste ou medição sobre os mesmos indivíduos e comparar os resultados, ou, aplicar dois testes ou medições supostamente equivalentes e comparar os resultados (Bento, 2006). Evitar que passe muito tempo entre a aplicação de um teste e outro, pois, de acordo com Richardson (2009, p.177), ―em geral, quanto mais amplo for o intervalo de tempo transcorrido entre ambas as aplicações do instrumento, maior será a oportunidade para que intervenham factores alheios à medição e, portanto, maior quantidade de variança de erro entre os escores‖. b) Método de formas alternativas ou método de formas equivalentes: fazer o mesmo teste, mas de forma diferente (mesmas perguntas, se for o caso, mas feitas de maneira diferente); aplicar as duas versões em momentos diferentes e comparar os resultados. Este método tem as suas desvantagens, pois, a aplicação da primeira versão do teste, sendo similar à segunda, pode influenciar a segunda, no sentido que os informantes podem aprender pela primeira aplicação, como responder à segunda, e isto, pode afectar a confiabilidade dos dados. c) Método baseado em uma prova: divide-se o teste em duas partes, mas garantindo sempre a correlação entre as duas partes do teste; a segunda é uma forma de repeticação da primeira (são metades paralelas). Analisar as duas partes e comparar os resultados. 3.9.7.Modelos para a análise de dados Existem várias formas de se analisarem os dados qualitativos e quantitativos recolhidos nas leituras e no campo. Para a análise de dados quantitativos, pode-se utilizar as ferramentas informáticas (Excell e SPSS) e tratar os dados conforme o anexo 4; para analisar dados qualitativos, existem vários modelos (ver o tópico 5.2 deste manual); para o tratamento dos dados qualitativos, ver o anexo 5.
  • 27. 22 3.9.8.Questões éticas No que concerne aos aspectos de natureza ética, procura-se numa pesquisa garantir a dignidade dos participantes. Para isso, deve-se fazer um esforço para garantir que a sua participação na investigação não acarrete riscos ou outro tipo de consequências nefastas para si mesmos. Alguns aspectos éticos que devem ser salvaguardados, segundo Cohen, Mannion & Morisson, (2000): Privacidade: diz respeito a toda a informação referente às pessoas particularmente, às circunstâncias ou a relacionamentos que não devem ser do domínio público. Foi dada aos participantes a liberdade de decidirem por si sós quando e em que circunstâncias, eles mesmos, suas opiniões e ideias, atitudes e comportamentos podem ser expostos ao público. Anonimato: está ligado à obrigação que se tem de proteger por anonimato os participantes na investigação. Confidencialidade: tem a ver com o mecanismo de proteger os direitos dos participantes à privacidade; somente o investigador sabe quem forneceu as informações é capaz de identificar os participantes através da informação dada. Em outras palavras, o investigador deve ser leal àqueles que o ajudaram. 3.10.Quadro Teórico O Quadro Teórico de referência, é algo que brota diretamente do levantamento bibliográfico para a elaboração do ―estado da arte‖ de um problema de pesquisa; é uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva de fundamentá-lo nas teorias existentes. São as teorias, conceitos, autores que são utilizados no desenvolvimento de um trabalho científico; são aqueles autores que se utilizam para analisar um certo problema ou assunto. Convém confrontar sempre diferentes pontos de vista de autores sobre um mesmo tema/problema. É importante o investigador se posicione em relação às opiniões dos autores sobre um mesmo tema, principalmente quando elas são divergentes. O Quadro Teórico é importante pois indica a maneira como será visto um problema naquela pesquisa, ou seja, sob qual perspectiva o problema será abordado; ele deve alinhar-se ao problema, objetivos, hipóteses, etc. Se se decider mudar o marco teórico, muda-se a pesquisa também e vice-versa (Eiterer, 2008). Ele deve ainda servir de base para a análise e interpretação
  • 28. 23 dos dados recolhidos no campo, na fase de elaboração do Relatório Final; os dados apresentados devem, necessariamente, ser interpretados à luz das teorias existentes (Eiterer, 2008). (Para maiores esclarecimentos, ver o anexo 6). 3.11.Cronograma O Cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho, de acordo com as actividades a serem cumpridas. Pode-se dividir os períodos de tempo por dias, semanas, podem ser quinzenais, mensais, bimestrais, trimestrais etc.. Estes serão determinados a partir dos critérios de tempo adoptados pelo estudante. Tabela 3.11.1: Cronograma de actividades ACTIVIDADES PERÍODOS DE TEMPO - MENSAIS Nov. Dez Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Elaboração Plano/Projecto X Levantamento do material Bibliográfico X Recolha de Dados X X Tratamento dos dados X X X Elaboração do texto final X X Revisão do texto X Editoração X Entrega do trabalho X 3.12.Recursos É importante no acto da elaboração do projecto de pesquisa, verificar os recursos de que se vai necessitar. São recursos humanos, materiais, financeiros e outros. Notas finais: É importante e imprescindível apresentar as referências dos documentos consultados para a elaboração do Projecto. Devem ser colocadas juntamente com o material bibliográfico identificado para a pesquisa.
  • 29. 24 Concluindo: O tema escolhido, deve estar enquadrado na cultura geral, às preferências das pessoas, às línguas e idiomas locais, à especialidade ou área do domínio do autor do trabalho; Deve considerar os meios físicos disponíveis (o tempo e recursos); Deve haver um orientador académico na área em questão; Deve ser um tema interessante e importante, e até pertinente; um tema que tenha um segmento substancial na sociedade; que diga respeito à sociedade; Equilibrado. Não demasiado extenso, nem muito restrito. A extensão torna-o pouco profundo, e a restrição torna-o vago, oco de conteúdo; Muito bem delimitado, para ser bem compreendido e dominado; Originalidade na abordagem, em especial, nas conclusões a que se chega; Que nos permita chegar a uma conclusão válida.
  • 30. 25 IV RECOLHA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS Neste tópico vai-se demonstrar como se deve fazer a recolha, a análise e a interpretação dos dados; vão ser idenficados os instrumentos mais utilizados para o efeito, bem como os modelos para a análise dos dados. 4.1.A recolha de dados Acrescentados aos métodos e processos de pesquisa, existem os instrumentos e técnicas de pesquisa; eles servem para a recolha dos dados; dentre muitos, podemos destacar os seguintes instrumentos ou técncicas para a recolha de dados: A observação Os questionários e formulários Entrevista Fichas Etc Nota: ver como utilizar cada um deles, no anexo 4. 4.2.Análise e interpretação dos dados Num processo de pesquisa, a recolha de dos é feita em obras e no campo; para cada tipo de dados, há formas apropriadas de análise e tratamento. 4.2.1.Análise e Interpretação dos dados de campo a) Dos instrumentos qualitativos Para analisar os dados qualitativos, pode-se recorrer a diferentes modelos; neste documentos, citar-se-ão apenas dois:
  • 31. 26 i) Modelo de Nigel Fielding (1993), citado por Richardson (2009) Transcrição das anotações obtidas na recolha de dados ↓ Procura de categorias e pautas ↓ Destaque e selecção dos dados ↓ Elaboração do esquema de análise – re- sequenciar Figura 4.2.1.1: Fases da análise de dados Este autor, sugere vários outros modelos que podem ser consultados nesta obra. ii) Modelo de Laville e Dionne (1999) Figura 4.2.1.2: Fases da análise de dados a) leitura: tem a ver com a familiarização com os dados. b) descrição: destina-se ao exame profundo dos dados, uma vez feita uma descrição em detalhes do assunto. c) classificação: está ligada à categorização e ao agrupamento dos dados por assuntos ou temas. d) interpretação: que é a síntese dos dados, organizada em forma de conclusões gerais. iii) Modelo de Emparelhamento Diz-se que a análise é feita por emparelhamento, quando se associam os dados recolhidos a um modelo teórico, com a finalidade de compará-los. Esta estratégia supõe a presença de uma teoria
  • 32. 27 sobre a qual o estudante/investigador se vai apoiar. O estudante deve verificar se há realmente correspondência entre essa construção teórica e a situação em observação, comparar seu modelo lógico ao que aparece nos conteúdos do objetos de sua análise (Laville & Dionne, 1999). Uma vez terminada esta fase, deve-se entrar para a fase do tratamento dos dados desta análise (ver anexo 5). b) Dos instrumentos quantitativos Utilizam-se normalmente as ferramentas informáticas de Excell e SPSS (ver anexo 4).
  • 33. 28 V ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO Aqui vai a estrutura básica de qualquer trabalho científico que se quer seja completo e com rigor metodológico. A estrutura da Monografia é igual ou melhor, semelhante a de qualquer outro trabalho científico (tese e dissertação). Contém em suma: Os preliminares o Capa o Folha de rosto o Dedicatória o Agradecimentos o Índice Introdução o Apresentação do tema o Delimitação do assunto (Localização no espaço e no tempo) o Apresentação e descrição do problema o Justificação da escolha do tema o Objectivos o Definição dos termos (facultativo) o Indicação da metodologia Desenvolvimento o Quadro teórico o Construção de argumentos o Apresentação, análise e interpretação dos dados Conclusão o Recapitulação das conclusões parciais o Síntese do que se tratou no trabalho o As conclusões a que se chegou o Sugestões para futuros trabalhos o Propostas
  • 34. 29 Referenciais o Referência Bibliográfica o Bibliografia Geral o Apêndices o Anexos o Glossário o Ilustrações o Tabelas o Errata Figura 5.1: Estrutura de um trabalho cinetífico (cf. Wanda do Amaral, op.cit, pág. 20) Todo o trabalho científico está organizado em três partes, antecedidas pelos preliminares e precedidas pelos referenciais, que são: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão; 5.1.Preliminares ou Elementos Pré-textuais São elementos que antecedem o texto. Trazem com informações que contribuem para a identificação e utilização do trabalho.
  • 35. 30 5.1.1.Capa É um preliminar obrigatório; deve conter: Nome da Instituição Nome do curso Título do trabalho Nome do autor do trabalho Local e data 5.1.2.Página (Folha) de rosto É também obrigatória. É a repetição da capa com a descrição da natureza do trabalho e os restantes dados, que constem ou não, na capa. 3cm – margem superior 3cm – margem esquerda 2cm – margem inferior 2cm – margem direita Todos os elementos da capa devem ser distribuídos de forma equidistante. As margens devem manter-se as mesmas desde a capa até ao final do trabalho.
  • 36. 31 Cabem nela: O nome da instituição, O curso, O título do trabalho; deve ser preciso e escrito em letras maiores do que as usadas para o nome do autor. O subtítulo, se houver; deve ser graficamente separado do título por dois pontos (se for explicativo) ou ponto e vírgula (quando se tratar de subtítulo complementar), O nome completo do autor do trabalho; em letras menores em relação às utilizadas para o título, O tipo de trabalho, se é trabalho se fim de curso, graduação, pós-graduação.etc., O nome do tutor ou director do trabalho, Local e ano. 3cm – margem superior 3cm – margem esquerda 2cm – margem inferior 2cm – margem direita Todos os elementos da capa devem ser distribuídos de forma equidistante.
  • 37. 32 5.1.3.Dedicatória É o espaço reservado para a dedicação, ou seja o oferecimento do trabalho a determinadas pessoas; é um elemento opcional. Escreve-se uma frase ou um pensamento; deve-se ser bastante conciso. Também serve para se prestar uma homenagem à alguém. O texto deve vir impresso em itálico, tamanho de letra 10, na parte inferior da folha, à direita e a folha é encabeçada pela palavra "DEDICATÓRIA", centralizado, em letras maiúsculas, fonte 14, em negrito. 5.1.4.Agradecimentos Se o estudante decidir utilizar este espaço, deve privilegiar somente aqueles que merecem destaque por terem contribuído de forma directa ou não, na elaboração do trabalho. Deve-se colocar a palavra ―AGRADECIMENTO‖, em letras maiúsculas, centralizada, tamanho 14, em negrito.
  • 38. 33 Escrevem-se nesta página o nome de pessoas ou instituições que directa ou indirectamente contribuíram para a elaboração da pesquisa; devem ser mencionados de uma forma bastante simples. Destaca-se sempre o orientador do trabalho. O texto é composto utilizando-se o tamanho de letra 12.
  • 39. 34 5.1.5.Índice/Sumário Trabalhos longos devem ter no início, uma lista de tópicos e subtópicos do conteúdo – o índice; é um preliminar obrigatório. Ele dá-nos uma visão global do que se estudou, pois mostra-nos as principais divisões, ou secções do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no seu desenvolvimento. Deve conter exactamente os mesmos títulos, subtítulos que constam no trabalho e as respectivas páginas em que aparecem. Colocam-se-lhes sempre os números de classificação de forma progressiva. 5.2.Elementos Textuais Basicamente são a introdução, o desenvolvimento e a conclusão 5.2.1.Introdução Em síntese, na introdução, faz-se a definição de conceitos ou termos contextualização do assunto. apresentação do tema delimitação justificativa da escolha do tema indicação da finalidade ou o propósito do trabalho e sua importância apresentação da metodologia a usar na investigação
  • 40. 35 Também se faz a apresentação dos tópicos principais, salientando-se a sequência que se vai seguir na sua exposição, as ideias chave do desenvolvimento e o plano; tudo isto deve ser feito de uma forma simples, clara e objectiva. 5.2.2.Desenvolvimento É o corpo do trabalho; é a parte mais ampla do trabalho. É a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Estão contidos nele as principais informações pesquisadas, as ideias que se quer defender. É aconselhável subdividi-lo por partes, tópicos e subtópicos e numerá-los correctamente. Nele, faz-se a fundamentação do trabalho e a exposição lógica e sistemática das ideias principais. Estas ideias principais expostas têm que estar relacionadas umas com as outras; explica-se, isto é, torna-se claro o escuro, explícito o implícito, simples o complexo, apresenta-se o sentido de um conceito, ideia ou doutrina; discute-se, ou seja, faz-se a argumentação e explicação da pesquisa; enunciam-se as proposições ou propostas; demonstra-se; mostra que as propostas, para atingirem o objectivo formal do trabalho e não se afastarem do tema, devem obedecer a uma sequência lógica e apresentar de forma clara e convincente essa sequência; faz-se a abordagem de teorias ou conceitos que fundamentam o trabalho; faz-se a descrição dos métodos e procedimentos utilizados para colecta de dados, a descrição da metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, os procedimentos adoptados nas etapas do trabalho no que se refere ao diagnóstico e/ou estudo de caso; faz-se a apresentação e análise dos dados, assim como os resultados alcançados, relacionando-os à revisão bibliográfica; colocam-se as conclusões e/ou considerações finais, isto é, dados e resultados encontrados. Nesta parte, é interessante que se note o envolvimento do autor do trabalho, dando sua opinião, criticando e defendendo suas posições. É errado tornar o desenvolvimento do trabalho numa simples exposição narrativa de factos e ideias, pior se são de outros e não pessoais.
  • 41. 36 5.2.3.Conclusão É a fase final do trabalho; faz-se um resumo completo e sintetizado da argumentação que foi desenvolvida na parte anterior. Consta aqui a relação existente entre as diferentes partes da argumentação, a união de ideias e a síntese de toda a reflexão; ou seja, diz-se em poucas palavras o que se descobriu e suas implicações. Também se fazem as indicações e/ou recomendações. É feita em forma de resumo das principais ideias que foram desenvolvidas ao longo do trabalho, em que é que ele contribuiu para o desenvolvimento intelectual do autor do trabalho. Faz-se uma análise crítica do trabalho, em que é que os autores foram úteis, os constrangimentos e limitações. Nota: Está fora de hipótese a introdução de dados ou aspectos novos do trabalho, nesta parte do trabalho (Veja-se no anexo 7 as normas para a redação de um texto). 5.2.4.Referências Bibliográficas As referências bibliográficas, tal como a Bibliografia Geral, é um conjunto de elementos que permitem a identificação de um texto ou partes de um texto; é utilizada como fonte de consulta e citação nos trabalhos de pesquisa científica. Somente as fontes citadas no texto devem obrigatoriamente constar das referências bibliográficas. As restantes cabem na bibliografia final ou geral. Bibliografia geral É uma relação de todas as obras (livros, artigos, jornais…) consultadas e também citadas pelo autor do trabalho. São fontes relacionadas com o trabalho e servem de suplemento às referências bibliográficas; podem não ter sido citadas no trabalho.  deve-se separar a bibliografia dos livros, da dos artigos, jornais ou outro tipo de publicação;  s relação dos nomes vem em ordem alfabética;  não numerar. Nota: Se não se usou determinado livro ou artigo, mesmo que trate do assunto em estudo, não se pode incluir na Bibliografia. De preferência, coloquem-se as Referências Bibliográficas no trabalho.
  • 42. 37 Apêndices É todo o material elaborado pelo próprio autor do trabalho. São tabelas, mapas, gráficos, desenhos, figuras ilustrativas, questionários, formulários, entrevistas, organigramas, ou qualquer outro documento, desde que tenham sido elaborados pelo estudante, com o intuito de complementar sua argumentação, sem prejudicar a compreensão do trabalho. Os apêndices devem ser numerados, identificados e referenciados no texto. Se não estão referenciados no texto, não devem ser colocados no trabalho. Anexos É todo o documento que serve de auxílio, mas, não elaborado pelo autor do trabalho; São quadros, tabelas, legislação, regulamentos, estatutos, ilustrações...etc. Eles documentam, esclarecem, provam e confirmam as ideias expressas no texto. Devem ser identificados com letras maiúsculas, consecutivas, um hífen e pelos respectivos títulos; devem ser também numerados, identificados e referenciados no texto. Se não estão referenciados no texto, não devem ser colocados no trabalho. Glossário O glossário explicita por ordem alfabética, os termos específicos ou técnicos, pouco conhecidos ou estrangeiros usados ou contidos no trabalho, no texto. É um elemento opcional e só se emprega caso haja necessidade de relacionar (em ordem alfabética) as palavras de uso específico (termos técnicos ou jargão da área), devidamente acompanhado de suas definições, de modo a garantir a compreensão exacta da sua utilização no texto. Ilustrações É um elemento opcional que se destina a identificar os elementos gráficos, na ordem em que aparecem no texto, indicando seu título e o número da página em que estão impressos. Ilustrações tais como gráficos, fluxogramas, esquemas, desenhos, fotografias, gráficos, mapas, plantas organigramas, fotografias, esquemas, tabelas, etc., podem ser inseridos no trabalho com vista a facilitar a compreensão do conteúdo exposto no texto (Amaral,1999). Elas, devem ser inseridas no texto, de preferência centralizadas e colocadas o mais próximo possível do texto a que correspondem. Sua função é explicar, ou complementar visualmente o
  • 43. 38 texto. Se o estudante coleccionar muitas ilustrações e de tamanho considerado grande, ao invés de inseri-las no texto, deve abrir um espaço para elas no final do trabalho, em anexo. As ilustrações também devem ser devidamente identificadas, com um título claro, o objectivo e devem também ser numeradas sequencialmente, com algarismos arábicos. Também se pode fazer uma pequena legenda a explicar ou clarificar a ilustração em causa. Exemplo: Gráficos O tempo de duração do estágio foi: Muito Pouco; 5% Pouco; 41% Suficiente; 27% Ideal; 27% Gráfico 5.2.4.1: Tempo de duração do estágio Tabelas As tabelas são elementos que revelam a síntese de um determinado conteúdo; apresentam também informações tratadas estatisticamente. Devem levar uma numeração consecutiva; o título deverá ser colocado na parte superior, precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem em algarismos arábicos. As fontes e eventuais notas aparecem em seu rodapé. Tal como os outros referenciais, devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que correspondem.
  • 44. 39 Tabela 5.2.4.1: Mudança de Paradigma MUDANÇA NOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS MODELO ANTIGO NOVO MODELO IMPLICAÇÕES TECNOLÓGICAS Aula na sala de aula Exploração individual Redes de PC com acesso a informação Absorvição passiva Aprendizagem Desenvolvimento de habilidades e simulações Trabalho individual Trabalho em grupo Benefício das ferramentas colaborativas e correio electrónico Professor omnisciente Professor como guia Apoiado no acesso a rede por especialistas Contexto estável Contexto de mudanças rápidas Requer redes e ferramentas de edição Homogeneidade Diversidade Requer acesso a várias ferramentas e métodos Fonte: (Rocha, 1998) Figuras Figura 5.2.4.1: O novo ambiente de aprendizagem com a integração das TIC's Fonte: Boogert (2007)
  • 45. 40 Errata É a lista dos erros que possam ter sido cometidos no trabalho, com as devidas correcções e indicação das páginas, e se possível até das linhas em que aparecem os erros. Habitualmente vai logo a segui à página de rosto; deve-se colocar sempre o cabeçalho, errata. Ex: PÁGINA LINHA ONDE SE LÊ DEVE-SE LER OU LEIA-SE 48 25 Fcatos Factos 53 2 Publicação Apresentação
  • 46. 41 VI ASPECTOS GRÁFICOS E MATERIAIS DA REDACÇÃO Aqui serão apresentados os aspectos gráficos e materiais de escrita académica. 6.1.Citações As citações são elementos extraídos de uma determinada obra; elas devem ser breves e incorporadas na estrutura de uma frase. Devem sempre ser reconhecidas numa nota de referência. 6.2.Citações com Recurso ao Modelo APA APA, vem de American Psychological Association. É um modelo de citação que utiliza o sistema Nome – Data (Nome do autor (apelido) e data de publicação do livro). O Sistema de Referência Nome – Data é sempre usado dentro do texto e não em nota de rodapé; os restantes pormenores serão mencionados nas referências bibliográficas ou bibliografia final. Este tipo de documentação é vantajoso pois evita repetições, evita o uso de siglas e um elevado número de notas de rodapé. Neste modelo, as citações também podem ser em: Transcrição literal - citação formal Síntese de ideias - citação conceptual Paráfrase - citação mista a) A citação formal é a repetição textualizada das palavras de um autor, com todas as suas características materiais e formais; é a transcrição fiel, a cópia literal, ou a reprodução exacta das palavras que o autor escreveu. Estas palavras, ou frases, devem escrever-se entre aspas (― ―).
  • 47. 42 Quando se quer transcrever literalmente uma frase que no texto já aparece como citação, colocam-se aspas simples; o ideal é evitar-se este tipo de situações. Sempre que fpr necessário, deve-se recorrer à fonte primária.
  • 48. 43 Quando as frases a citar literalmente são longas, com mais de três linhas, ficam separadas do texto do trabalho, colocadas num novo parágrafo, a 5 espaços da margem esquerda, com a letra menor que a utilizada no texto (tamanho 10) e sem aspas. b) A citação conceptual é a reprodução fiel das ideias de um autor, sem a transcrição dos termos por ele usados; reproduz-se o texto do autor, sem alterar e nem distorcer as ideias originais. Digo nas minhas próprias palavras, as ideias desenvolvidas por um outro autor; é a paráfrase ou, a síntese das ideias do autor.
  • 49. 44 C) A citação mista, é o resumo ou paráfrase, em que se inserem alguns termos ou expressões textuais. Pode-se citar: Livros, Jornais, Revistas, Internet, C.D. Rom, Banca de dados…etc. Fontes orais, lições, palestras, entrevistas, conversas, conferências de imprensa, vídeo- conferências, Rádio e T.V. Em todos os casos, é obrigatório identificar-se a fonte. Notas importantes: Quando a transcrição é em síntese e não literal, escreve-se normalmente no texto, mas não se deve fugir do sentido original da frase; assinale-se sempre a fonte. Neste tipo de citação, não se usam aspas mas, deve-se igualmente escrever a fonte de citação, que deve ser precedida pela sigla cf. ou cfr. Se se quiser omitir algumas palavras nessa citação, coloque-se reticências, entre parênteses (...) Quando, na palavra ou frase citada, houver algum erro do próprio autor, não se corrige; mas, depois dessa palavra ou frase, em que estiver o erro, escreve-se o termo [sic], que significa “assim estava escrito no original” Ao citar-se, literalmente, uma frase ou um parágrafo de um texto, corre-se o risco de perder-se-lhe o sentido. Para esclarecê-lo, convém pôr, entre parêntesis recto ou colchetes, o que o pode esclarecer. Ex: ―Essa hipótese [estratégica] surge, graças a …‖
  • 50. 45 Se o trecho a citar já tem aspas, ou seja, já é uma citação, estas aspas transformam-se em apóstrofos (‗) Ex: ‗….é mais fácil obter informações sobre temas diversos em um só questionários, que aplicar vários questionários que abordam temas específicos‘ (Castro,1978, p.12 citado por Richardson, 2009, p.90). Nas palavras sublinhadas também se pode usar a sigla apud, que quer dizer, citado por. Se o livro, de que se extrai a citação, estiver escrito numa língua estrangeira, traduz-se, porque o trabalho só pode estar escrito numa só língua, ou então, transcreva-se o parágrafo e coloque-se a tradução em rodapé. Para citar a Bíblia Sagrada Normalmente coloca-se no texto, como se faz com as referências das obras. Coloca-se entre parênteses o nome do livro ou sua sigla, o capítulo e finalmente os versículos. Ex: (Gêneses 2:14) ou (Gên. 2:14) Evite-se o uso excessivo de notas, a não ser que se trate de um trabalho de exegese. Também, o contrário, isto é, muito poucas notas, constituem uma escassez que tira ao trabalho a sua credibilidade ou valor científico. Orientações de uso:
  • 51. 46
  • 52. 47
  • 53. 48 Outras excepções Se acontecer que o mesmo autor tenha produzido duas obras no mesmo ano, e esteja a usar ambas, coloque uma letra ao pé da data de edição de cada livro; Ex: (Serafini, 1999a); (Serafini, 1999b). Se quiser mencionar vários autores juntos, coloque-os em ordem alfabética; Ex: (Filho, 1981; Lundberg, 1949; Merton, 1970; Pereira,1981). Se acontecer que esteja a citar uma fonte secundária, coloque os dados da fonte que está a citar, e não do original; Ex: Rowntree (1998:243), faz referência a Pardinas (1978)…..; ou, Pardinas (1978) citado por Rowntree (1998:243), afirma que…… Se está a fazer referência a uma obra traduzida, use a data da tradução, seguida por ―Original….‖ (coloque a língua original) e a data; Ex: (Rowntree, 1993; orig. Inglês, 1998). Se houver coincidência de apelidos no arrolamento das obras, usam-se as iniciais de cada nome; ex: (Serafini, A.S.,1999; Serafini J. K., 2000). 6.3.Notas de Rodapé Geralmente, as notas de rodapé servem para: Expor um pensamento, uma ideia ou uma doutrina; Sustentar uma ideia ou pensamento com base na autoridade de outros; Indicar ou apresentar a fonte de onde retiramos citações, avaliações ou conclusões, respeitando o legítimo direito de propriedade que o autor da obra tem; Definir alguns conceitos e termos que possam ser usados no texto; Dar referência a outra obra pertinente; Inserir algumas explicações pessoais, que o autor achar pertinentes; Mostrar a referência de onde se retirou uma determinada citação. Nas notas de rodapé também se podem colocar notas de reenvio; como o próprio nome já diz, são notas que reenviam o leitor a consultar outra obra, ou outras partes da mesma obra, ou ainda a
  • 54. 49 consultar outro leitor, caso esteja interessado em aprofundar o pensamento lido; geralmente usam-se as abreviaturas cf. ou cfr. Exemplo: cf. Serafini, (1994). Como se faz um Trabalho Escolar; da escolha de um tema à composição do texto. Lisboa: Editorial Presença, Lda, p. 30. Ou cf. também o 3º capítulo desta mesma obra. Também se pode colocar as notas de clarificação; as notas de clarificação são aquelas em que se clarifica ou esclarece o sentido de uma palavra ou expressão; o espaço também se reserva à interpretação de frases citadas no texto na língua original, ou se colocam pensamentos e reflexões pessoais, que possam contribuir para uma melhor compreensão do texto. Exemplo: Empirismo: Conjunto de conhecimentos colhidos apenas da prática. Isto é: conhecimento humano derivado, directa ou indirectamente, da experiência. 6.4.Referências Bibliográficas e Bibliografia Geral Importa esclarecer em primeira instância a diferença entre os dois conceitos; Referências Bibliográficas, é a relação de todos os textos (Livros e outros) citados no trabalho; Bibliografia Geral, é a relação de todos os textos (Livros e outros) citados e consultados na elaboração do trabalho. A Bibliografia geral e referencial organiza-se da seguinte maneira: os nomes dos autores devem vir em ordem alfabética, a partir do apelido; quando aparecerem diferentes obras do mesmo autor, segue-se a ordem alfabética dos respectivos títulos. Isto, depois de se colocar a obra que estiver directamente relacionada com o assunto. em obras traduzidas, colocam-se em primeiro plano (as referências relativas ao título original); a seguir é que vêm então, as que se referem à obra traduzida; na Bibliografia não se colocam páginas. A não ser que se trate de artigos, ou da citação de partes específicas de uma obra.
  • 55. 50 Os dados dos livros devem ser organizados da seguinte maneira: Nota importante: As normas são idênticas as utilizadas nas citações, para um autor, para até 3 autores e para até 5 autores; quando o autor é uma corporação…etc; deve-se seguir as mesmas orientações dadas nas citações. Com um autor Barker, A. (1996). Como Preparar um Relatório. Mem Martins: Lyon Multimédia, Edições Lda. Até três autores - Deve-se colocar os nomes de todos eles. Danna, M. F.; Matos, M. A.; Fernandes, T. (2006). Ensinando observação. São Paulo: Editora IDICON. De três a cinco autores - Deve-se colocar os nomes de todos eles. Danna, M. F.; Matos, M. A.; Fernandes, T.; Lima, A.; Olíveira, F. S.; Oliveira, A.S. (1986). Ensinando observação. São Paulo: Editora IDICON.
  • 56. 51 Seis ou mais autores - Deve-se colocar o autor principal, geralmente o primeiro e a sigla ―et al” Oliveira, A. S. et al. (1985). Introdução ao pensamento filosófico, 3ª. ed. São Paulo: Loyola Livros sem o nome do autor - O título move-se para a posição de autor. Exemplo: O pensamento vivo de Nietzsche (1991). São Paulo: Editora Martin Claret. Quando o autor é uma Corporação - ou seja, quando se trata de entidades colectivas: Universidade Eduardo Mondlane. (1984). Programa de Pós-Graduação em Educação Avaliação educacional: necessidades e tendências. Maputo: Imprensa universitária. Revistas ou artigos periódicos Marin, D. (2002). Sociedade tradicional e industrial. Ciências Políticas e Sociais. Vol.1, nº1, 2º Semestre, pp. 12-17. Artigos de Jornal Fernandes, F. (2013, Agosto, 29). População pode passar a fiscalizar obras públicas. Notícias, p.1. Conferências Nome do autor, ano, título, nome da conferência, lugar da conferência (também se podem colocar, se a conferência tiver sido pulbicada, o local de publicação, editora, data, número de páginas ou volumes). Manguele, A. (2013, Agosto, 5-8). O Cancro da mama, do colo do útero e da próstata. Artigo apresentado na Conferência Internacional das Primairas damas de África, Maputo, Moçambique.
  • 57. 52 Internet Barker, A. (2007). Como Preparar um Relatório, Disponível em 23 de Dezembro de 2007 em http://www.uem.mz. Documentos Canónicos Quando se cita um documento do Romano Pontífice, deve-se indicar os elementos invariáveis da citação interna e depois os da citação externa. Exemplo: Citação Interna  Escreve-se o nome do autor do Documento, em Maiúsculas  A natureza ou o tipo de Documento (Ecíclica – Enc.; Exortação – Exort.; Constituição Dogmática – Const. Dog.; Alocução - Aloc., Etc).  O Título, isto é, o Incipit, as duas ou três primeiras palavras do Documento (Ex: Enc. Humanae Vitae)  A Data do Documento Vaticano II, Const. Dog. A IGREJA. A Luz dos Povos, 1964 Citação Externa  Colocam-se todos os elementos do livro ou revista oficial donde se retirou a citação.  Colocam-se a seguir o número, o ano e as páginas. In AAS 72 (1980), p.1177-1232 (EV 7 (857-956), p. 780-883). (Trad. Port.). Também se pode juntar as duas referências, a externa e a interna. JOÃO PAULO II, Encíclica Dives in misericórdia, 30-11-80; AAS 72 (1980), p.1177-1232 (EV 7 (857-956), p. 780-883). (Trad. Port.). Documentos Civis Os documentos civis mais conhecidos e citados são, as Leis, os Decretos – Leis, Diplomas, Pactos, Constituições, Convenções,.. etc.
  • 58. 53 Este tipo de documento, identificam-se da seguinte maneira: Coloca-se a autoridade que emana o documento o conteúdo do documento. No que concerne à citação de documentos de autoridade legislativa, executiva, judiciária, indicam-se os seguintes elementos: nome da autoridade tipo de documento o título – nos documentos Papais ou Reais, colocam-se as primeiras duas ou três palavras do documento, o incipit; nos documentos não papais ou reais, o tipo de documento, serve de título Data da emissão do documento (ano, mês, dia, lugar) O livro ou revista oficial em que foi promulgado As páginas, a do princípio e a do fim do documento.1 Presidente da República, Lei – automóveis (Condução automóvel sob efeitos do álcool). Lei nº 3/82, de 29/3 – in Boletim da República, pág. 4-7. Dicionário Educação. In: Ferreira, A. B. H. (1988). Minidicionário da língua portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 185. Enciclopédia Divórcio. In: Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 29, p. 107-162. Imagem em movimento (filmes, videocassetes, DVD etc.): Os elementos essenciais são: título, director, produtor, local, produtora, data. Exemplo: OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. Coordenação de Maria Izabel Azevedo. São Paulo: CERAVI, 1983. 1 videocassete (30 min), VHS, son., color. 1 Frei Guilherme Gonçalves, Professor de Direito Direito Civil – ISMMA
  • 59. 54 C.D. Rom - Mídia Eletrónica Burgierman, Denis Russo. O outro lado do Nobel. Super Interessante. n. 171, p. 51-55, São Paulo: Abril, dez. 2001. Disco 6, 1 CD-ROM. Nota: Em relação a um C.D. Rom, também se pode proceder do mesmo modo que a de um livro classificado. Dissertação / Tese Medda, M. C. G. (2000). Análise das representações sociais de professores e alunos sobre a avaliação na escola. um caminho construído coletivamente. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique. Documentos Iconográficos Normalmente são considerados documentos iconográficos, a pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho técnico, dispositivo, material estereográfico, transparência, cartaz e outros. Coloca-se o nome do autor, o título, a data e especificação do suporte. Podem-se, quando necessário, acrescentar-se elementos complementares para melhor identificar o documento. Kobayachi, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia. 6.5.Generalidades a) Espaço entre as linhas: 1,5; b) Papel: deve ser escrito em papel branco de formato A4; c) Digitação: O trabalho deve ser digitado na cor preta, utilizando-se da fonte Arial ou Times New Roman, justificados e com a indicação de parágrafo. Recomenda-se para digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para o texto e 10 para citações longas e notas de rodapé; d) Número de páginas: Monografias ou Trabalhos de Fim de Curso, 40 páginas no máximo. Nota: Importa realçar que os tipos de trabalho científico aqui mencionados, excepto a Monografia Científica, não devem conter capítulos, somente tópicos.
  • 60. 55 Os tópicos do primeiro grau devem aparecer sempre em maiúsculas; os do segundo grau, em minúsculas e em negrito; os do terceiro grau, em minúsculas e em itálico. Exemplo: INTRODUÇÃO................................................................................................................................. I. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................................... 1.1. Conceito de Revisão da Literatura ......................................................................................... 1.2. Objectivos da Revisão da Literatura....................................................................................... 1.3. Tipos de Revisão da Literatura............................................................................................... 1.3.1. Revisão Teórica........................................................................................................... 1.3.2. Revisão Empírica......................................................................................................... 1.3.3. Revisão Histórica ........................................................................................................ 1.4.Procedimentos para a Revisão da Literatura ........................................................................... II. QUADRO TEÓRICO................................................................................................................... 2.1. Conceito de Quadro Teórico................................................................................................... 2.2. Objectivos do Quadro Teórico ............................................................................................... III. QUADRO CONCEPTUAL OU ESTRUTURA CONCEPTUAL.............................................. 3.1. Técnicas de Construção de Quadros Conceptuais.................................................................. 3.2. Exemplo de Mapas conceptuais ............................................................................................. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................................... Notas: Cada página é numerada progressivamente, com algarismos arábicos, em ordem, de preferência no canto inferior direito da folha. Também se pode colocar na parte superior, à direita ou à esquerda, ou no meio. Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A numeração é feita a partir da primeira página do texto. As páginas preliminares em monografias, devem ser numeradas em algarismos romanos. Os apêndices e anexos devem ter suas folhas numeradas de maneira contínua, seguindo a paginação do texto principal. e) Quando à Pessoa Gramatical, um trabalho de pesquisa científica deve ter um carácter impessoal. Deve-se evitar o uso da primeira pessoa do singular: ―O meu trabalho, a tese que
  • 61. 56 quero defender‖...etc.; em lugar deste tipo de expressões, use-se ―este estudo‖, ―o presente trabalho‖...etc. Muitas vezes, usa-se a primeira pessoa do plural, em lugar do modo impessoal, ou para se ser mais discreto; não é totalmente errado, mas desaconselha-se o seu uso (cf. Cervo, A. L. e Bervian, P.A. 1996); o mais correcto é o impessoal.
  • 62. 57 VII O PLÁGIO E A FRAUDE Plagiar é citar ou transcrever uma obra sem referir a fonte. É transcrever trechos, ou parágrafos da obra de outrem, sem indicar, entre aspas, a referência. O plágio é uma fraude, uma ofensa; é uma tentativa de obter honra à custa do trabalho do outro. juntar uma série de citações sem referir ou identificar as fontes de cada citação, é plágio; transcrever quase palavra por palavra, a obra de outrem, sem indicar a referência, é plágio; colocar as aspas, mas não citar a fonte, continua a ser plágio. Porque nem sempre as aspas significam que a frase é uma citação. O plágio, por vezes, pode não ser premeditado, mas a fraude, essa é premeditada. Fraude, é a apresentação de um trabalho, que não foi feito pelo estudante, como se fosse realmente seu. Exemplos de fraude: fazer exame pelo outro copiar o trabalho de outro, e apresentá-lo como seu
  • 63. 58 BIBLIOGRAFIA GERAL Amaral, W. (1999). Guia para apresentação de Teses, Dissertações, Trabalhos de Graduação. 2ª edição. Maputo: Livraria Universitária (UEM). Bell, J. (1997). Como realizar um projecto de investigação. Lisboa: Editora Gradiva. Cervo, A L; Bervian, P.A. (1996). Metodologia Científica. 4ª edição. S.Paulo: Mackron Books. Cohen L.; Manion L. & Morrison K. (2000). Research Methods in Education. 5th edition. New York: Routledgefalmer. Coughlin, P.; Langa, J. (1998). Claro e directo: Como escrever um ensaio. Maputo: Diname, 1998. Eco, U. (1991). Como se faz uma tese em ciências humanas; Lisboa: Editorial Presença. Koche, J. C. (2001). Fundamentos de Metodologia Científica. 19ª edição.Petrópolis: Ed. Vozes. Lakatos, E. M.; Marconi, M. de A. (1991). Metodologia Científica; 2º edição. S.Paulo: editora Atlas. Langa, J. (Como escrever claro e correcto. Maputo: Diname. Laville, C.; Dionne, J. (1999). A construção do saber: Manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Editora Artmed. Marconi, M. A.; Lakatos, E. M. (1999). Metodologia do Trabalho Científica. S.Paulo: Editora Atlas. Marconi, M. A.; Lakatos, E. M. (2000). Metodologia Científica. 3ª edição. S.Paulo: Editora Atlas.
  • 64. 59 Omeara, P. et al; Como estudar melhor. Editora Presença. Serafini, M. T. (1994). Como se faz um trabalho escola; Lisboa: Editorial Presença. Sussams, J. E. (1987). Como fazer um Relatório. Editorial Presença. Richardson, R. J. (2009). Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3ª Edição. S. Paulo: Editora Atlas. Thopson, A. (1991). Manual de Orientação para o Preparo de Monografia. S.Paulo: Forense Universitária (F.U). LINKOGRAFIA Bento, M. M. S. (2006). A validade e a fidelidade nas investigações de carácter cientifico. Disponível em 15 de Maio de 2007 em http://www.arlequim.no.sapo.pt. Gunther. (2006). Educação e Pesquisa. vol.38 nº 1; São Paulo: Jan./Mar. 2012. Disponível em 9 de Fevereiro de 2012, em http://www.scielo.br.