5. ANTES DO BEBÊ CHEGAR
• A maternidade e a paternidade configuram dentre as
experiências mais intensas dos seres humanos.
Não existe uma fórmula mágica e infalível para que
essa nova fase seja apenas de alegrias e acertos.
Mas, o papel de ambos é tentar acertar mais e
errar menos, e para ajudar nessa missão é
importante planejar e preparar tudo para a chegada
do bebê.
• Reunimos aqui dicas que podem ser úteis durante a
gravidez e no momento do parto.
6. SENTIMENTOS DO PAI DURANTE A GESTAÇÃO
• Preocupação com o papel de pai: o mesmo
sentimento de ambivalência se instala nos homens,
independentemente do planejamento da gravidez.
Uma mistura de sentimentos positivos com a
responsabilidade da paternidade. Os homens
costumam se sentir inseguros e confusos
principalmente quando vivenciam a paternidade
pela primeira vez.
• Preocupação com a saúde do bebê: assim como
as gestantes, os pais também se veem
preocupados e ansiosos com a saúde do bebê.
Portanto, acompanhe a gestante e entenda a
importância do pré-natal feito de forma adequada
além de ajudar a manter um ambiente equilibrado e
hábitos saudáveis favoráveis à gravidez.
• Dificuldades diante das mudanças físicas e
emocionais da gestante: os homens têm
dificuldades para compreender e lidar com as
mudanças físicas e emocionais apresentadas
pelas mulheres durante a gravidez e após o
parto. Mesmo não considerando a gestante
culpada por essas alterações, alguns pais se
chateiam ou mesmo distanciam-se das
mulheres. O ideal é mudar seu modo de agir
para facilitar a convivência e evitar conflitos.
Procure ser calmo, tolerante e paciente durante
esse período, lembrando que tudo poderá voltar
ao normal após o parto.
• Dificuldade para compreender o desinteresse
sexual da gestante: os homens devem
reconhecer que a rejeição pelo sexo
demonstrada pelas gestantes é natural e pode
ocorrer. Os homens devem ter capacidade de
compreender a perspectiva das gestantes nesse
período.
7. Alguns comportamentos são comuns a maioria das mulheres, mas
é claro que a forma como cada uma reage varia de acordo com
a personalidade, a relação com o pai do bebê e as
circunstâncias em que a gravidez aconteceu. Dentre as
alterações mais comuns estão:
• Ambivalência afetiva: sentimento ambíguo ao desejar estar e não estar
grávida, querer e não querer o filho. Não existe gravidez totalmente
aceita ou rejeitada, o sentimento oposto persiste. É um misto de bons e
maus sentimentos pelos ganhos e perdas.
• Regressão: a mulher pode apresentar comportamentos e sentimentos
infantilizados, contudo essa alteração pode contribuir para aproximar a
gestante e o bebê.
• Introversão: é comum que a gestante queira se isolar, se fechar em si
mesma.
• Desejos: vontade compulsiva por determinado alimento.
• Aversões: repulsa por certos alimentos e odores.
• Hipersensibilidade: a gestante pode apresentar oscilações bruscas de
humor
• Sonolência e cansaço: são comuns, principalmente no início da
gravidez. Especialistas acreditam que a sonolência pode estar associada
aos altos níveis de progesterona, que deprimem o sistema nervoso
central.
ALTERAÇOES COMPORTAMENTAIS FEMININAS
8. • Náuseas e vômitos: são comuns no início da gestação, permanecendo em geral até
a 16ª semana de gravidez. Cerca de 75% das gestantes apresentam esses
sintomas, que são associados principalmente à elevação dos níveis de hormônios.
• Mal estar e desmaios: causados pelas mudanças bruscas de postura, da posição
deitada para em pé, diminuindo o fluxo de sangue no cérebro, ou quando a gestante
deita de barriga para cima, posição não indicada, pois o útero gravídico comprime
vasos e causa a queda da pressão arterial que interfere na diminuição do fluxo
cerebral. A gestante também deve evitar locais pouco ventilados.
• Mais apetite e sede: começam no primeiro trimestre e costumam persistir por toda a
gravidez. Está relacionado a queda dos níveis de glicose e aminoácidos, usados
pelo feto.
• Aumento do peso e dos seios: o ideal é que a gestante ganhe um peso total de
aproximadamente 11,5 a 16 kg. O crescimento da barriga e das mamas faz com que
a gestante jogue o corpo para trás para se manter ereta, gerando dores nas costas.
O aumento dos seios ocorre na sexta semana de gravidez e se dá pela produção de
hormônios (estrógeno e progesterona) pela placenta e pela produção de prolactina
pela hipófise. O desenvolvimento mamário é necessário à lactação no período pós-
parto.
• Inchaço: observado ao final da gestação, principalmente nos membros inferiores, e
surge devido a alterações no metabolismo. É aconselhável consumir maior
quantidade de líquidos, restringindo o sal de adição e os alimentos ricos em sódio.
• Dificuldade para dormir: muitas têm sono difícil durante a gestação, principalmente
no último trimestre. Isso geralmente está relacionado ao aumento do volume
abdominal, dispnéia e ansiedade.
MUDANÇAS FÍSICAS DA GESTANTE
9. • As relações sexuais durante a gravidez não prejudicam o bebê, desde que não existam
contraindicações médicas. Na verdade, considerando uma gravidez normal e sem riscos, não existe
a necessidade da interrupção da atividade sexual no período da gestação. Mas são muitas as
dúvidas, os tabus e preconceitos em relação ao assunto, influenciados inclusive por questões
sociais, culturais e religiosas.
VIDA SEXUAL DURANTE A GESTAÇÃO
• Os homens reforçam o tabu, mas na verdade, tal
comportamento tende a distanciar o casal de uma
prática saudável em uma fase diferente. Em alguns
casos, por desconhecer a anatomia do aparelho
reprodutor feminino, os homens imaginam que as
relações sexuais podem prejudicar o bebê. Alguns
futuros pais sentem uma conexão sexual ainda mais
especial com a parceira gestante e outros vivem um
momento de menor desejo sexual, por achar o corpo da
mulher menos atraente. O ideal é manter o diálogo
aberto, para que cada um expresse os desejos e
temores. O ato sexual também pode ser interrompido em
alguns casos, pela gestante se sentir cansada e/ou
indisposta.
10. GASTOS E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
É hora de pegar a calculadora, colocar tudo na ponta do lápis e calcular quanto custa ter um filho. O mínimo
de planejamento é importante, afinal os gastos com o nascimento de uma criança vão muito além de montar
um enxoval. O planejamento imediato deve considerar o dinheiro disponível para a gestação e os
preparativos para o nascimento. Lembrando que quanto ao plano de saúde da gestante, o ideal é engravidar
depois de passado o período de carência, para que todos os gastos durante a gravidez e o parto estejam
incluídos na cobertura. Mas quanto realmente custa ter um filho?
11. Para se ter ideia de quanto custa ter um filho, um estudo realizado
pelo Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (INVENT),
feito com mais de trezentas famílias, chegou aos valores:
Dos 0 aos 23 anos, um filho custa:
• Para famílias com renda mensal de até R$ 2 mil, R$ 53,7 mil;
• Para famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 6 mil, R$ 407,1 mil;
• Para famílias com renda entre R$ 6 mil e R$ 25 mil, R$ 948,1 mil;
• E para famílias com renda superior a R$ 25 mil mensais, esse valor
pode ultrapassar os R$ 2 milhões.
Se já possui um orçamento, precisará ajustá-lo. Se não possui,
desenvolva um agora mesmo. Revise todos os gastos que podem
mudar com a chegada do bebê. Seu aluguel ou financiamento
provavelmente permanecerá igual, mas a conta de luz, por
exemplo, talvez aumente.
Também será importante incluir mais reservas em seu orçamento.
Consultores sugerem que se tente manter as suas economias entre
3 e 6 meses de gastos, em caso de uma emergência.
QUANTO CUSTA TER UM FILHO
12. • Invista em um bom plano de saúde, que pode variar de R$ 190 a
R$ 560 ao mês.
• O plano de saúde costuma cobrir todas as consultas mensais e
os exames de pré-natal. Sem o plano, as consultas mensais
devem sair por pelo menos R$ 300, além dos exames de pré-
natal que podem custar até R$ 2000.
• O plano também cobre a internação das gestantes o berçário
para o recém-nascido. Sem o plano, é preciso desembolsar algo
em torno de R$ 11 mil. Vale preparar o bolso ainda para gastos
extras como teste do pezinho e de tipagem sanguínea.
• Fique atento ao período de carência do plano de saúde, para
que a mãe e o bebê possam usufruir da cobertura.
• Investir na educação dos filhos é muito importante. Gastos com
mensalidades escolares até os 18 anos costumam variar de R$
200 a R$ 2000 dependendo da localização e do nível
educacional. Lembrando que a conta é ainda maior quando são
considerados os gastos com materiais escolares, uniformes e
festinhas dos amigos.
• Na juventude, os gastos com um filho que faz faculdade fora não
custa menos de R$ 250.000, levando em consideração gastos
com mensalidade, alimentação, transporte e moradia.
PLANO DE SAÚDE E GASTOS ESCOLARES
13. Para o enxoval do bebê costuma ser preciso desembolsar em torno de R$
3 mil. Mas vale lembrar que durante o período da gestação, são muitos
os presentes dos familiares e amigos e isso pode ajudar a aliviar um
pouco os gastos com o enxoval. Além disso, os tradicionais chás de
bebês e chás de fraldas também podem ser organizados com o intuito
de aliviar os gastos. Mas lembre-se, que o ideal não é que o evento seja
comemorativo com altos custos, mas sim uma confraternização que
ajudará a compor o enxoval.
Decoração
A decoração do quarto de bebê pode variar entre R$ 2.000 e R$ 10.000,
considerando que móveis específicos como berços e poltronas para
amamentação costumam ter um valor alto.
Os gastos com mão de obra especializada como arquitetos e designers
podem passar de R$ 3000. Caso a mamãe e o pai decidam usar as
habilidades de decoradores, a economia é grande.
Vestuário
Os gastos com vestuário envolvem roupas, calçados e acessórios, tendo
um alto peso no orçamento de um filho, já que o consumo desses itens
é contínuo, constante e muda a cada crescimento, mudança de peso ou
de fase da criança. É importante considerar a troca, compra e venda de
peças usadas em bazares direcionados para o público. Isso vai ajudar
na rotatividade do guarda-roupa e no equilíbrio dos gastos. É possível
ter bom gosto e fazer excelentes compras de forma econômica.
ENXOVAL
14. • Dos primeiros dias de vida até os 5 anos, a conta da farmácia
pesa muito no orçamento. Pacotes e mais pacotes de fraldas,
produtos de higiene, remédios, suplementos alimentares e leites
especiais podem totalizar gastos de no mínimo R$ 300 ao mês.
Embora o tempo passe, os gastos com a saúde não
diminuem. Gastos extras com dentistas e particularidades de
cada criança sempre surgem.
• Além disso é preciso ter uma reserva extra e se preparar para
mensalidades com aulas esportivas, culturais, além das
atividades de lazer. Segundo o INVENT, os pais podem gastar
entre R$ 36.600 até 160.723 com brinquedos e tecnologia. Já
com academia, clube, cinema, viagens, festas de aniversário e
passeios, até que um filho complete 23 anos, as cifras variam
de R$ 94.800 a R$ 421.024, segundo o INVENT.
• Do leite desde bebê até o fast food da adolescência, a
alimentação de um filho não fica barata. O valor depende da
renda familiar e dos hábitos alimentares. Lembrando que caso
haja restrições e intolerância a certos alimentos ou substâncias,
os gastos sobem ainda mais.
ALLIMENTAÇÃO, BEM-ESTAR E SAÚDE
15. PARTICIPAÇÃO NO MOMENTO DO PARTO
• O pai pode e deve assistir o parto. A Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005 garante à parturiente o direito a um
acompanhante de sua escolha - que pode ser o pai - durante todo o período de trabalho de parto, parto e
pós-parto imediato. Essa lei se aplica a todos os serviços de saúde: Sistema Único de Saúde (SUS), da rede
própria ou conveniada.
• Vale lembrar que o pai presente durante o parto vai ajudar no suporte emocional e propiciar um ambiente
mais seguro e positivo para a gestante. Além disso o pai também pode ajudar a amenizar as dores da
gestante durante a evolução do parto fazendo a massagem lombar ou mesmo a acompanhando na
deambulação.
• O que diz a lei?
16. LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005.
• Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às
parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de
parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde -
SUS.
• Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da
rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto
à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de
trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
• § 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado
pela parturiente.
17. • O parto gera preocupações. Mas, mesmo que o pai
esteja apreensivo e ansioso, é importante ter o
cuidado de não transmitir e demonstrar esses
sentimentos à gestante. O pai deve passar uma
sensação de tranquilidade e segurança à mulher para
que o final da gravidez também seja equilibrado.
• O pai também deve estar atento aos sinais e
sintomas de trabalho de parto para agir no momento
certo, de forma apropriada e contribuir com a saúde e
preservação da vida da mulher e do bebê. Para os
pais o parto representa um momento crítico, e
portanto, requer atenção redobrada para evitar
possíveis intercorrências.
• A falta de conhecimento dos direitos e dos papéis
enquanto acompanhantes do parto, faz com que
muitos sejam impedidos de presenciar o nascimento
do filho. Requisite seu direito!
DURANTE O PARTO
18. CHEGAMOS AO FIM DO NOSSO SEGUNDO TÓPICO!
Como vimos, as alegrias de ter um filho são incalculáveis, mas os gastos e
responsabilidades devem ser bem calculados!
Hora de partirmos para nosso terceiro tópico:
LICENÇA PATERNIDADE
Para que serve esse benefício?