O documento discute o 5o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que ocorrerá em Brasília entre 16 e 19 de outubro de 2013. O editorial destaca a importância do evento diante dos desafios atuais relacionados às mudanças climáticas e à proteção do meio ambiente no Brasil. O texto também ressalta o papel do jornalismo na cobertura transparente dos rumos do desenvolvimento nacional.
1. 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
16 a 19 de outubro de 2013
Centro Universitário de Brasília - UniCEUB
Jornalismo para
o desenvolvimento
sustentável
3. EDITORIAL
Este 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo
Ambiental não poderia acontecer em hora e
local mais adequados.
O último relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas das Nações Unidas pode ter
demovido os últimos céticos quanto à
influência humana nas alterações globais
do clima. Apesar do peso dessas conclusões,
países como o Brasil seguem planejamento e
agindo em setores do desenvolvimento como
se estivéssemos em planeta distinto.
Sem contar as inúmeras iniciativas em
trâmite no Congresso Nacional, muitas
com apoio explícito ou velado do Palácio do
Planalto, que visam enfraquecer o arcabouço
legal construído durante décadas para
proteger minimamente nosso patrimônio
socioambiental.
A partir do ano que chega, temos nova
oportunidade para mudar alguns rumos.
Afinal, teremos eleições presidenciais e
parlamentares, e sempre é possível separar
o joio do trigo. Mas não apostemos todas
as fichas em candidatos e seus partidos,
a cidadania ativa costuma ser um santo
remédio para muitos males.
Aí aportamos em nossa seara. Precisamos
de um jornalismo forte e dedicado a debater
de forma ampla e transparente os rumos do
desenvolvimento nacional.
Os tempos são de crise, é claro. Mas a
união organizada de esforços costuma jogar
luz sobre alternativas para seguir levando à
população um jornalismo de qualidade, base
para qualquer nação moderna.
Um ótimo congresso a todos!
Aldem Bourscheit
jornalista e analista de Políticas Públicas
do WWF-Brasil
SUMÁRIO
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Cumprimento dos Objetivos
do Milênio no Brasil
ODS: oportunidades e desafios
Lei é lei em qualquer área. Ou em
alguma lei é sugestão?
Programação
Painéis
RBJA 15 anos de muita história
Evolução urbana e problemas
ambientais em Brasília
Comunicação e participação social
no espaço urbano
Nosso papel na cobertura
do capitalismo esverdeado
EXPEDIENTE
Editor
Aldem Bourscheit
Redação e produção
Gadelha Neto
Foto de capa
Fernando Calmon
Arte e diagramação
Ribamar Fonseca (Supernova Design)
Publicação sem fins lucrativos da Rede Brasileira
de Jornalismo Ambiental
5. 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
“
No caso da tuberculose, o Brasil já superou,
em 5 anos, a meta de reduzir à metade o número
de óbitos em decorrência da doença [...]”
Mulheres e crianças primeiro
Quando o assunto é igualdade entre
sexos e valorização da mulher, o Brasil
já alcançou as metas previstas nos ODM,
com meninas e mulheres em maioria
em todos os níveis de ensino. Mas no
mercado de trabalho, nos rendimentos
Objetivos de
Desenvolvimento
do Milênio
e na política, ainda há espaço a ser
conquistado.
Entre 2003 e 2011, a População
Economicamente Ativa feminina cresceu
17,3%, contra 9,7% entre os homens. No
período, as mulheres aumentaram sua
participação na população ocupada, de
43% para 45,4%.
Também nas taxas de mortalidade
infantil (menores de 1 ano) os números
são animadores. Já superamos a meta de
2015, passando de 29,7 óbitos para cada
grupo de mil nascidos vivos, em 2000, para
15,6 óbitos, em 2010. Entre as crianças com
menos de 5 anos, entre 1990 e 2010, houve
uma queda de 65% no número de mortes.
Quanto à saúde das gestantes, a meta
seria de redução de 75% na mortalidade
materna. Segundo estimativas do
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Ministério da Saúde, a razão da
mortalidade materna era de 141 por 100
mil nascidos vivos, em 1990, e declinou
para 68 por 100 mil nascidos vivos, em
2010. A meta do país é atingir 35 óbitos por
100 mil nascidos vivos, até 2015.
O país, há muito, já é referência no
combate à Aids. De 20 casos por grupo
de 100 mil habitantes, em 2003, o país
registrou 17,9, em 2010.
Doenças tropicais
No combate à malária, o país também se
destaca, até porque a doença é endêmica,
especialmente na Região Norte, que
concentra 95% dos casos. Neste quesito,
também houve um avanço: o número de
exames positivos por mil habitantes caiu
de 33,2, em 1990, para 13,1, em 2010.
No caso da tuberculose, o Brasil já
superou, em 5 anos, a meta de reduzir
à metade o número de óbitos em
decorrência da doença, entre 1990 e 2015.
O desafio brasileiro é o combate à
dengue. Os casos aumentam, mas o
número de óbitos tem diminuído. De
janeiro a abril de 2010, ocorreram 467
mortes. Já de janeiro a abril de 2012,
foram 74 óbitos.
Desmatamento e saneamento
Enquanto oito em cada dez hectares da
Floresta Amazônica continuavam intactos,
segundo o Governo Federal, a emissão
de gases de efeito estufa foi reduzida em
19,2% até 2011. A meta voluntária para
2020 é de 36,1%.
Quanto ao fornecimento de água, o
país ruma para a universalização, com
91,9% dos domicílios atendidos. Mas
quanto ao saneamento, estamos longe
do necessário. Ligados à rede coletora
ou com fossa séptica, temos 75,3% dos
domicílios.
Gadelha Neto
Jornalista, músico, compositor e cantor
8. ARTIGO
de marcos legais que apoiem essa
produção, principalmente por omissão
do poder público. No entanto, como o
texto foi escrito por um “ambientalista”,
as reações foram inúmeras, apontando
genericamente “os ambientalistas” como
entraves à produção de alimentos. O
debate deveria ser focado no cumprimento
de uma lei que prevê o estabelecimento
da APA do Marajó e a regulamentação de
atividades econômicas de impacto, pois
sem isso há um risco de outros direitos da
sociedade serem atropelados.
As leis ambientais brasileiras são
apontadas internacionalmente como
bastante avançadas. Destaque seja feito
para o capítulo de meio ambiente da
Constituição de 1988, mas nossa legislação
ambiental é muito anterior. A Política
Nacional de Meio Ambiente , por exemplo,
foi promulgada em 1981, ainda durante
o regime militar e, certamente, sem a
influência de militantes ambientais.
O país goza de uma excelente
reputação nessa área, assim como na
área de monitoramento do cumprimento
dessas leis. Assume, inclusive, liderança
em debates como as Conferências de
Biodiversidade e de Clima das Nações
Unidas. As duas mais importantes
conferências sobre desenvolvimento
sustentável das Nações Unidas, a Rio92 e a
Rio+20, aconteceram no Brasil.
No entanto, as leis ambientais são
tratadas como de segunda categoria
quando o “interesse econômico” aflora.
Não importa que normalmente leis
ambientais sejam defesas de interesses
de longo prazo da sociedade e da
própria economia, enquanto “interesses
econômicos” costumam ser de curtíssimo
prazo e normalmente de grupos isolados.
Os dados divulgados pelo Ibama mostram
que o número de acidentes ambientais
no Brasil vem crescendo em progressão
geométrica na última década, saindo de
116 (2006) para 751 (2010).
Nos últimos anos, o Brasil avançou
promulgando diversas leis que terão
“
Os dados divulgados pelo Ibama
mostram que o número de acidentes
ambientais no Brasil vem crescendo em
progressão geométrica na última década [...]”
um forte impacto na estruturação da
economia e dos direitos sociais nos
próximos anos, como a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, que trata da gestão
de lixo em todo o País, o Plano Nacional de
Saneamento Básico, com benefícios claros
à saúde e ao meio ambiente, e a inovadora
Política Nacional de Mudanças Climáticas,
que serve como modelo não apenas para
estados e municípios, mas também para
diversos países.
É importante que legislações como essas
sejam estruturantes para as atividades
econômicas e para a ação dos poderes
públicos, pois delas surgirá uma economia
mais adequada aos desafios oferecidos
pelo futuro, onde cada vez mais pessoas
dependerão dos recursos naturais e de sua
capacidade de prestar serviços ambientais
ao Brasil e ao planeta.
Há de se lembrar também que,
normalmente, os prejuízos de acidentes
ambientais são públicos, costumam
impactar toda a sociedade, enquanto os
lucros de atividades que desrespeitam as
leis ambientais são privados.
9. 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
PROGRAMAÇÃO
17 de Outubro – quinta-feira
Dia 17 | 8h – 8h50
Recepção e credenciamento
Dia 17 | 9h – 9h50
ABERTURA OFICIAL do CBJA
Mesa:
Izabella Teixeira – Ministra do Meio Ambiente
Reitor do UNICEUB – Getúlio Américo Moreira Lopes
RBJA Brasília – Beth Fernandes
RBJA – representante fundadores – Roberto Villar
Representante do GDF – Secretário de Meio Ambiente do DF, Eduardo Brandão
Sindicato dos Jornalistas DF – Wanderlei Pozzembom
Representante sociedade – Alberto Broch – presidente da Contag
Dia 17 | 10h – 10h50
Palestra de Abertura – Ministra do Meio Ambiente
Dia 17 | 10h50 – 13h
PAINEL 1 – Economia verde
• Economia Verde no Brasil e no mundo – Eduardo Viola (Doutor em Ciência Política, USP
(1982), Pós-doutorado em economia política internacional, Universidade de Colorado (1990)
• A transição para a economia verde – Percy Soares Neto, especialista em Política
e Indústria – CNI
• Políticas Públicas e a transição para uma economia de baixo carbono – Camila Moreno,
pesquisadora independente
• Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável
e Erradicação da Pobreza” – Luisa Madruga – PNUMA
Moderação: Carlos Tautz – RBJA
Dia 17 | 11h – 13h
OFICINA
Jornalismo Ambiental – Conceito, Histórico, Práticas e Futuro
Roberto Villar – RBJA
Dia 17 | 11h – 13h
OFICINA
O papel do assessor de imprensa como indutor das pautas de sustentabilidade
Afra Balazina – SOS Mata Atlântica
Dia 17 | 13h – 14h
INTERVALO E RELACIONAMENTOS
Dia 17 | 14h – 14h50
PALESTRA DE INSPIRAÇÃO
Código Florestal – Ambientalistas, ruralistas e o papel da imprensa
Adriana Ramos – ISA
Dia 17 | 15h – 17h30
PAINEL 2 – Uso e manutenção dos recursos naturais e a segurança alimentar
• Necessidades da humanidade e do Planeta – Gustavo Chianca – FAO/ONU
• Equilíbrio entre produção e conservação – Fabrício Campos – Global Footprint Network
• Avanço da fronteira agrícola X desmatamento/Código Florestal – André Lima –
pesquisador IPAM
• Tecnologias locais de conservação e restauração da agrobiodiversidade –
Daniel Vieira – Embrapa
Moderador: Maristela Crispim – RBJA
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10. PROGRAMAÇÃO
Dia 17 | 15h – 17h30
OFICINA
Gestão da Água
Cecy Oliveira – RBJA
Dia 17 | 15h – 17h30
OFICINA
Comunicação ambiental
Silvia Marcuzzo – Diretora da ECOnvicta Comunicação para Sustentabilidade
Dia 18 Outubro – sexta-feira
Dia 18 | 8h – 8h50
Credenciamento
Dia 18 | 9h – 9h50
PALESTRA DE INSPIRAÇÃO
Os muitos espaços do jornalismo ambiental
André Trigueiro – Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental,
professor de Jornalismo Ambiental da PUC/Rio
Dia 18 | 10h – 12h30
PAINEL 3 – O Bem estar social e o uso/ocupação do território
• Ocupação urbana, crescimento e sustentabilidade – Aldo Paviani, geógrafo – UnB
• Gestão e planejamento territorial no Brasil – Roberto Ricardo Vizentin,
presidente do ICMBio
• Gestão Territorial – interesses e desafio – Alexandra Reschke – Instituto
Democracia e Sustentabilidade
• Resíduos Sólidos – Resíduos Sólidos – Victor Bica – Cempre
• Ocupação desordenada e desastres naturais – Secretário Defesa Civil-DF,
cel. Luiz Ribeiro
Moderação: André Trigueiro – RBJA
Dia 18 | 9h – 12h30
OFICINA
Cobertura jornalística e a Política Nacional de Resíduos Sólidos
Reinaldo Canto – RBJA
Geojornalismo (atividade externa)
Gustavo Faleiros
Dia 18 | 10h – 12h30
OFICINA
Cerrado – Ocupação e Conservação
Mercedes Bustamante – UnB
Dia 18 | 13h – 14h
INTERVALO E RELACIONAMENTOS
Dia 18 | 14h – 14h50
PALESTRA DE INSPIRAÇÃO
Rumo a um futuro sustentável: a economia verde e a reapropriação
social da natureza.
Enrique Leff (economista mexicano, doutor em Economia do Desenvolvimento
pela Sorbonne (1975), e professor de Ecologia Política e Políticas Ambientais
na Pós-Graduação da Universidade Nacional Autônoma do México).
11. 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
10
PROGRAMAÇÃO
Dia 18 | 15h – 17h30
PAINEL 4
Geração de conhecimento e pagamento das contas dos ODS
• Mudanças de Paradigmas – Marcos Sorrentino, professor da USP e assessor especial
do Ministério da Educação
• Universidades estão atentas para a demanda? – Marcel Bursztyn (CDS/UnB)
• A democratização da informação científica – Fabrício Ângelo (Fiocruz)
• Desafios para o setor produtivo frente os ODS e novos paradigmas – Fernando Malta (Cbeds)
Moderação: Monica Prado – UniCEUB
Dia 18 | 15h30 – 17h30
OFICINA
Pautas da Caatinga, Semiárido e Desertificação
Maristela Crispim – RBJA
Dia 18 | 15h – 17h30
OFICINA
Comunicação e Meio ambiente na Amazônia
Maria Nilda – RBJA
Dia 18 | 15h – 17h30
OFICINA
As fronteiras entre o jornalismo e o ambientalismo: onde um ajuda ou atrapalha o outro
Vilmar Berna – RBJA e Rebia
Dia 18 | 17h – 17h30
LANÇAMENTOS/ AUTÓGRAFOS
19 Outubro – sábado
Dia 19 | 8h
Recepção
Dia 19 | 9h30 – 10h30
PALESTRA DE INSPIRACAO
Menos conversação, mais ação, por favor. Refazendo a pauta ambiental num mundo
dominado pela “sustentabilidade”
Cláudio Angelo, ex-jornalista. Foi editor de Ciência (2004-2010) e repórter da sucursal de Brasília
(2010-2012) da Folha de S.Paulo e editor da revista Superinteressante (1999-2000)
Dia 19 | 10h30 – 12h
DEBATE
O futuro do jornalismo e financiamento da imprensa
• RBJA – Ana Carol Amaral
• Fenaj – Celso Schöder
• SJP-DF – Wanderlei Pozzembom
Moderação: Efraim Neto
Dia 19 | 12h – 13h
PLENÁRIA
Homenagem aos 15 anos da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA)
Relatos dos moderadores – Balanço do evento
VI Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental – Regras para apresentação de candidaturas
Dia 19 | 13h
ENCERRAMENTO V CBJA
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15. UM PAÍS SE CONSTRÓI
Saúde, educação, trabalho. O desenvolvimento econômico e
social do Brasil passa pela indústria da construção.
Apoie o setor e vamos erguer juntos um grande país.
A CBIC representa as empresas e instituições do mercado
imobiliário e indústria da construção do Brasil. Em sua atuação,
estimula o desenvolvimento e a disseminação de novas tecnologias
e boas práticas sustentáveis. Defende a desburocratização e
atualização dos órgãos reguladores e a redução da carga tributária.
www.cbic.org.br
20. 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
16 a 19 de outubro de 2013
Centro Universitário de Brasília - UniCEUB
Jornalismo para
o desenvolvimento
sustentável
21. 5º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
17 a 19
de outubro
UNICEUB
SEPN 707/907
Asa Norte
Brasília-DF
www.jornalismoambiental.org.br
patrocínio
apoio
agência oficial
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