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Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82.
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DE ENFERMEIRAS: UM NOVO VELHO
DESAFIO?
MANAGEMENTAL ABILITIES OF THE NURSE: THE NEW AND OLD CHALLENGE?
COMPETENCIA EN LA GERENCIA DE ENFERMERÍA: UN NUEVO ANTIGUO DESAFIO?
IsabelCristinaKowalOlmCunha1
,FranciscoRosemiroGuimarãesXimenesNeto2
1
Enfermeira.DoutoraemSaúdePública.ProfessoraAdjuntadoDepartamentodeEnfermagem.CoordenadoradoCursodeEspecialização
em Gerenciamento de Serviços de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Diretora da Faculdade de
Enfermagem da Universidade Santo Amaro (UNISA).
2
Enfermeiro. Sanitarista. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Preceptor de
Enfermagem da Residência em Saúde da Família da Escola de Formação em Saúde da Família, Sobral - CE.
RESUMO: Artigo de reflexão sobre a atuação do enfermeiro como gerente da assistência de enferma-
gem no atual mundo globalizado e com enormes demandas. Discute a relevância do preparo deste
profissional para exercer seu papel no contexto de competências gerenciais, hoje amplamente difundi-
das como modelo de gestão. Destaca a importância do desenvolvimento de competências gerenciais nos
enfermeiros desde a formação na graduação e de forma contínua nos serviços.
ABSTRACT: This article is a reflection about the nurse’s role as a manager of care in the current
globalized world with its subsequent demands. It discusses the relevance of the professional education
process in order for the nurse to play his/her role in the context of managerial competences, which are
currently widely diffused as a management model. It also highlights the relevance of developing
managementcompetenciesfornursesafterthebaccalaureateandinthepermanentonthejobeducational
processes.
RESUMEN: Este es un artículo de reflexión sobre el rol de la enfermera en la administración de la
atención de enfermería en un actual mundo globalizado con grandes demandas. Discute la relevancia de
lapreparacióndeesteprofesionalparaejercersurolenelcontextodelascompetenciasdelgerenciamiento,
hoy ampliamente difundida como un modelo gerencial. Destaca la relevancia del desarrollo de las
competencias en la gerencia para las enfermeras desde su formación a partir de la graduación y de una
forma continua en los servicios de la institución.
Endereço: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha
Av. Vereador José Diniz, 1312
04604-001 - Alto da Boa Vista, São Paulo, SP.
E-mail: icris@denf.epm.br
Artigo original: Reflexão teórica
Recebido em: 13 de março de 2005.
Aprovação final: 12 de Julho de 2006.
PALAVRAS-CHAVE:Enfer-
magem.Competênciaprofissi-
onal. Administração de pesso-
al. Gerenciamento de prática
profissional.
KEYWORDS: Nursing.
Professional competence.
Personnel management.
Practice management.
PALABRAS CLAVE:
Enfermería. Competencia
profesional.Administracióndel
personal.Manejopráctico.
Competências gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio?
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Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82.
INTRODUÇÃO
O mundo, neste novo milênio, passa por inú-
meras transformações, mudando paradigmas e exi-
gindo das pessoas e, sobretudo, das organizações,
novas posturas. Hoje, o significado de palavras como
globalização,conhecimento,competências,liderança,
competitividade, tem permeado a agenda dos gestores
nasempresas.Nestecontexto,novastendênciasparaa
gestão tomam conta do mercado, livros de auto-aju-
da ensinam o auto-desenvolvimento e os profissio-
nais se vêem às voltas com aprender mais e mais para
responder a essas demandas.
Os serviços de saúde, em especial os hospitais,
que tradicionalmente procuram adequar-se aos novos
modelos advindos da indústria, têm procurado incor-
porar essas novas tendências. Assim, novas ferramen-
tas gerenciais como o balanced score-card, a gestão do
conhecimento, da informação e das competências, a
liderança coach, as unidades de negócios, vem sendo
rapidamenteintroduzidosnoshospitais,modificando
o panorama desta administração antes relegada a
modelos muitas vezes empíricos e pouco
profissionalizados.
Neste contexto de mudanças constantes, o per-
fil exigido das pessoas sofreu alterações, uma vez que
as empresas necessitam de trabalhadores que possam
responder com rapidez à elas. Assim, adaptar-se a no-
vas situações, ser flexível e ter capacidade de relaciona-
mentos,assumirdesafios,entreoutras,parecemserre-
quisitosimprescindíveisaogestornestenovomilênio.
O enfermeiro como gestor da assistência de
enfermagem em sua prática diária, requer este prepa-
roadequadoaomomentoatual.Assim,contribuirpara
o debate das competências gerenciais dos enfermei-
ros, através da análise de alguns desses aspectos é o
objetivo deste trabalho.
A QUESTÃO DAS COMPETÊNCIAS
A busca constante pela qualidade e excelência
dos serviços trouxe mudanças nos modelos de gestão
e, conseqüentemente, a forma de gerir as pessoas tam-
bém mudou. O investimento nas pessoas é hoje valo-
rizado, uma vez que tem ocorrido forte tendência de
abandonar o enfoque científico da administração, por
um enfoque mais sofisticado das relações humanas.1
As três principais mudanças pelas quais passa a
área de gestão de pessoas são “a alteração no perfil das
pessoasexigidopelasempresas,odeslocamentodofoco
da gestão de pessoas por meio do controle para o foco
por meio do desenvolvimento e a maior participação
das pessoas no sucesso do negócio ou da empresa”.2:35
Passam a ter valor então as competências que o indiví-
duopossui,equeoqualificamarealizaralgo.
Competênciatemsignificadosdistintos,tantoli-
gados às tarefas e aos seus resultados, como às caracte-
rísticas das pessoas. Desta forma, a troca de competên-
cias ocorre quando existe uma interação das pessoas
comoambienteorganizacional.2-3
Competênciatemsido
definidacomoum“saberagirresponsávelereconheci-
do que implica mobilizar, integrar, transferir conheci-
mentos,recursos,habilidades,queagreguemvaloreco-
nômico à organização e valor social ao indivíduo”.3:21
Aliteraturatemalinhadoacompetênciagerencial
à empresarial, ao definir que competência gerencial é
um “conjunto de conhecimentos, habilidades e atitu-
desqueosgerentesdesenvolvemparaasseguraracom-
petência empresarial”.4:13
Assim, a competência pode
ser classificada portanto sob o ponto de vista pessoal
– competências essenciais – relacionadas ao indivíduo,
à equipe e seu desenvolvimento, e do ponto de vista
empresarial – competências organizacionais – essas
relacionadas às estratégias corporativas.5
Ainda no final da década passada, sobre a ques-
tão das competências na área da saúde destaca-se a
importância das universidades, principal recurso para
a formação de profissionais qualificados, para criar
ambientes onde fosse possível desenvolver compe-
tências.6
Nesteaspecto,enfatizouanecessidadedepar-
cerias com os serviços no sentido de se focar a aplica-
ção do conhecimento ou pesquisa aplicada, que abri-
ria espaço para o desenvolvimento de competências.
Nesse aspecto, autores também dão ênfase à necessi-
dade de se ter situações profissionais para este desen-
volvimento.3-4,7
A gestão de competências gerenciais, ao abor-
dar as correntes de estudos americana, latino-america-
na, francesa e australiana destaca as contribuições de
alguns autores que buscam abordar as competências
numa visão compartilhada.7
“Nesse contexto, as com-
petências se desenvolvem por meio da interação entre
as pessoas no ambiente de trabalho, privilegiando a
questão da complementaridade; ou seja, não se limi-
tam ao desenvolvimento de um perfil idealizado de
gestor (super-homem) nem a listas infindáveis de atri-
butos, mas se traduzem em práticas gerenciais com-
plementares ou em ações gerenciais articuladas (con-
solidação de competências coletivas)”.7:60
Por outro lado, muitos autorestêm enfatizado a
necessidade do desenvolvimento de competências es-
Cunha ICKO, Ximenes Neto FRG
- 481 -
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82.
pecíficas individuais, relacionadas à pessoa e à empre-
sa, com os quais concordamos, por acreditar que no
contexto da gestão é necessário que o gestor procure
o seu auto-desenvolvimento bem como o do seu gru-
po.3,4,8
Estes ainda tem destacado competências indi-
viduais necessárias ao gestor como liderança, persua-
são, trabalho em equipe, criatividade, tomada de deci-
são, planejamento e organização e determinação.3,4,8
As competências profissionais também são assim
elencadas: “saber agir, mobilizar, comunicar, apren-
der, comprometer-se, assumir responsabilidades e ter
visão estratégica”.3:22
Odesenvolvimentodaspessoasnocontextodas
organizações, neste milênio competitivo e em ambi-
entes de constante mudança, está intimamente ligado
ao desenvolvimento de competências.8
As empresas
que mais rapidamente se adequarem à esta nova ne-
cessidade, com certeza, sentirão a diferença.
As competências na enfermagem
Dentro da equipe multiprofissional que se cons-
titui na força de trabalho hospitalar, a equipe de enfer-
magem assume papel de destaque uma vez que se
constitui no maior percentual do quadro de pessoal
destas instituições através dos enfermeiros, técnicos e
auxiliares de enfermagem.
Aos enfermeiros cabem entre outras, tarefas
diretamenterelacionadascomsuaatuaçãojuntoaocli-
ente, bem como a liderança da equipe de Enfermagem
eogerenciamentodosrecursos–físicos,materiais,hu-
manos, financeiros, políticos e de informação – para a
prestaçãodaassistênciadeenfermagem.*
Doenfermeiro
é exigido conhecimento (que conheça o que faz), habi-
lidades(quefaçacorretamente)etenhaatitudesadequa-
das para desempenhar seu papel objetivando resulta-
dos positivos. É, portanto, exigido que ele seja compe-
tente naquilo que faz, bem como garanta que os mem-
bros da sua equipe tenham competência para executa-
remastarefasquelhessãodestinadas.9
Constitui-sepor-
tanto, um desafio definir as competências necessárias
aos enfermeiros, bem como de estabelecer-se mecanis-
mos para seu desenvolvimento dentro e fora das insti-
tuições. Destaca-seaindaqueentreasfunçõesdeadmi-
nistraçãodoenfermeiroestáadegarantirqueosmem-
bros de sua equipe tenham competência para executa-
rem as tarefas que lhes são destinadas.9
A formação de enfermeiros, neste contexto de
transformações por que passa o mundo e, especifica-
mente, os serviços de saúde, vem sendo constante-
mente discutida, e tem apontado para a necessidade
de mudanças.10-11
Nessa perspectiva, o ensino baseado
em competências vem sendo apontado como uma
das estratégias para estas mudanças, tendo sido indi-
cado nas Diretrizes Curriculares para os Cursos de
Graduação em Enfermagem, atualmente em vigor.12
Nelas, as habilidades e competências gerais pro-
postas são: a atenção à saúde, a tomada de decisões,
a comunicação, a liderança, a administração e
gerenciamento e a educação permanente. Há ainda
um elenco de mais trinta e três outras denominadas
de específicas.
Competências gerenciais dos enfermeiros
O enfermeiro, como o gerente da assistência de
enfermagem prestada ao paciente, requer o conheci-
mento, as habilidades e as atitudes que possibilitarão
comqueexerçaseutrabalhoobjetivandoresultadoscom
eficiência. Este papel gerencial, amplamente discutido
desde anos passados, passa pelo próprio desenvolvi-
mento da enfermagem como ciência, que de uma prá-
tica“antesindependente,torna-sesubordinadaàpráti-
ca médica”.13:223
Estudos sobre a prática gerencial e o
mundo do trabalho na Enfermagem, tem mostrado
queascompetênciasconstituemumtemadediscussão
imediata a fim de se dar respostas às necessidades desta
prática.14-15
Autorestêmabordadoindividualmentecom-
petênciascomoainterpessoal,aliderança,amotivação
da equipe, a comunicação, entre outras, também im-
portantes,numclarosinalquediscuti-lastemsidouma
necessidade percebida e manifestada.16-17
ONursingLeadershipInstitute,nosEstadosUni-
dos da América, criou um modelo de competências
para o enfermeiro gestor, após pesquisas com enfer-
meirasgerentesnaquelepaís.Nele,foramidentificadas
seis competências que desdobram-se em vários itens,
e que podem ser assim traduzidas: poder pessoal,
efetividade interpessoal, gestão financeira, gestão de
recursos humanos, cuidados com o staff, com os paci-
entes e consigo mesmo, pensamento sistematizado e
como atributos adicionais destaca o otimismo e a
resiliência.18
Este modelo dá conta de competências
queenvolvemaspectosdapessoaindividualmente,dela
com o grupo e dela na sua atuação na empresa, e pa-
rece responder a alguns questionamentos que este pal-
*SannaMC.Oprocessodetrabalhogerenciardoenfermeiro.AulaministradanoCursodeEspecializaçãoemGerenciamentodeServiçosdeEnfermagem
daUNIFESPem2004.Disponívelempowerpoint[materialnãopublicado].
Competências gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio?
- 482 -
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82.
pitante tema nos remete.
Muitas são as competências que parecem ser
necessárias ao enfermeiro na sua prática profissional e
desenvolvê-las é, pois um grande desafio tanto dos
órgãos formadores, como dos serviços na perspecti-
va da educação permanente e torna-se responsabili-
dade de todos estes atores: docentes, enfermeiros dos
serviços e do próprio aprendiz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, podemos inferir que apesar de existirem
algumascertezas,aindanãoháconsensosobretodasas
competências gerenciais que sejam indispensáveis ao
enfermeiro gestor no contexto atual dos serviços de
saúde em nosso país. Todavia há que se estimular esta
discussão a fim de que o debate possa despertar-nos a
todos, para não só no âmbito gerencial defini-las, mas
principalmentecomodesenvolvê-lasnosenfermeiros.
REFERÊNCIAS
1 LewisG,CrozierG.Testesuascompetênciaspessoais.São
Paulo(SP):Publifolha;2002.
2 DutraJS.Gestãoporcompetências:ummodeloavançado
paraogerenciamentodepessoas.SãoPaulo:EditoraGente;
2001.
3 FleuryA,FleuryMTL.Estratégiasempresariaiseformação
de competências: um quebra cabeça caleidoscópico da
indústriabrasileira.SãoPaulo(SP):Atlas;2004.
4 Boog GG. O desafio da competência: como enfrentar as
dificuldades do presente e preparar-se para o futuro. São
Paulo(SP):Ed.NovaCultural;2004.
5 Brandão HP, Guimarães TA. Gestão de competências e
gestão de desempenho: tecnologias distintas ou
instrumentosdeummesmoconstructo?RAE.2001Jan-
Mar; 41 (1): 8-15.
6 AlperstedtC.AquestãodascompetênciasnaáreadaSaúde:
um convite à reflexão. Mundo da Saúde. 1999 Maio-Jun;
23 (3): 185-6.
7 Bitencourt CC. A gestão de competências gerenciais e a
contribuiçãodaaprendizagemorganizacional.RAE.2004
Jan-Mar; 44 (1): 58-69.
8 DutraJS.Competências:conceitoseinstrumentosparaa
gestão de pessoas na empresa moderna. São Paulo (SP):
Atlas;2004.
9 Marquis BL, Huston CJ. Administração e liderança em
enfermagem:teoriaeaplicação.PortoAlegre(RS):Artes
Médicas;1999.
10 DomenicoEDL,IdeCAC.Referênciasparaoensinodas
competências na enfermagem. Rev. Bras. Enferm. 2005
Jul-Ago; 58 (4): 453-7.
11NascimentoES,SantosGF,CaldeiraVP,TeixeiraVMN.
Formação por competência do enfermeiro: alternância
teoria-prática,profissionalizaçãoepensamentocomplexo.
Rev. Bras Enferm. 2003 Jul-Ago; 56 (4): 447-52.
12MinistériodaEducação(BR),ConselhoNacionaldeEdu-
cação,CâmaradeEducaçãoSuperior.ResoluçãoCNE/CES
n°3de9denovembrode2001.DispõesobreasDiretrizes
CurricularesparaosCursosdeGraduaçãoemEnfermagem.
DiárioOficialdaUnião,9Nov2001.Seção1.p.37.
13 Formiga JMM, Germano RM. Por dentro da história: o
ensino de Administração em Enfermagem. Rev. Bras.
Enferm. 2005 Mar-Abr; 58 (2): 222-6.
14 WittRR,AlmeidaMCP.Omodelodecompetênciaseas
mudanças no mundo do trabalho: implicações para a
enfermagemnaatençãobásicanoreferencialdasfunções
essenciaisdesaúdepública.TextoContextoEnferm.2003
Out-Dez; 12 (4): 559-68.
15 Kurcgant P, Ciampone MHT. A pesquisa na área de
gerenciamento em enfermagem no Brasil. Rev. Bras.
Enferm. 2005 Mar/Abr; 58 (2): 161-4.
16FernandesJD,AraújoFA,FernandesJ,ReisLS,Gusmão
MCCM,SantanaN.Competênciainterpessoalnaspráticas
emsaúde:oindividualeocoletivoorganizacional.Texto
Contexto Enferm. 2003 Abr-Jun; 12 (2): 210-5.
17 CunhaKC,organizador.GerenciamentonaEnfermagem:
novaspráticasecompetências.SãoPaulo(SP):Martinari;
2005.
18 Nursing Leadership Institute. The nursing leadership
institute competency model [acesso em 2006 Fev 28].
Disponívelem:http://www.fau.edu/nli/model.html
Cunha ICKO, Ximenes Neto FRG

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  • 1. - 479 - Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82. COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DE ENFERMEIRAS: UM NOVO VELHO DESAFIO? MANAGEMENTAL ABILITIES OF THE NURSE: THE NEW AND OLD CHALLENGE? COMPETENCIA EN LA GERENCIA DE ENFERMERÍA: UN NUEVO ANTIGUO DESAFIO? IsabelCristinaKowalOlmCunha1 ,FranciscoRosemiroGuimarãesXimenesNeto2 1 Enfermeira.DoutoraemSaúdePública.ProfessoraAdjuntadoDepartamentodeEnfermagem.CoordenadoradoCursodeEspecialização em Gerenciamento de Serviços de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Diretora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Santo Amaro (UNISA). 2 Enfermeiro. Sanitarista. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Preceptor de Enfermagem da Residência em Saúde da Família da Escola de Formação em Saúde da Família, Sobral - CE. RESUMO: Artigo de reflexão sobre a atuação do enfermeiro como gerente da assistência de enferma- gem no atual mundo globalizado e com enormes demandas. Discute a relevância do preparo deste profissional para exercer seu papel no contexto de competências gerenciais, hoje amplamente difundi- das como modelo de gestão. Destaca a importância do desenvolvimento de competências gerenciais nos enfermeiros desde a formação na graduação e de forma contínua nos serviços. ABSTRACT: This article is a reflection about the nurse’s role as a manager of care in the current globalized world with its subsequent demands. It discusses the relevance of the professional education process in order for the nurse to play his/her role in the context of managerial competences, which are currently widely diffused as a management model. It also highlights the relevance of developing managementcompetenciesfornursesafterthebaccalaureateandinthepermanentonthejobeducational processes. RESUMEN: Este es un artículo de reflexión sobre el rol de la enfermera en la administración de la atención de enfermería en un actual mundo globalizado con grandes demandas. Discute la relevancia de lapreparacióndeesteprofesionalparaejercersurolenelcontextodelascompetenciasdelgerenciamiento, hoy ampliamente difundida como un modelo gerencial. Destaca la relevancia del desarrollo de las competencias en la gerencia para las enfermeras desde su formación a partir de la graduación y de una forma continua en los servicios de la institución. Endereço: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha Av. Vereador José Diniz, 1312 04604-001 - Alto da Boa Vista, São Paulo, SP. E-mail: icris@denf.epm.br Artigo original: Reflexão teórica Recebido em: 13 de março de 2005. Aprovação final: 12 de Julho de 2006. PALAVRAS-CHAVE:Enfer- magem.Competênciaprofissi- onal. Administração de pesso- al. Gerenciamento de prática profissional. KEYWORDS: Nursing. Professional competence. Personnel management. Practice management. PALABRAS CLAVE: Enfermería. Competencia profesional.Administracióndel personal.Manejopráctico. Competências gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio?
  • 2. - 480 - Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82. INTRODUÇÃO O mundo, neste novo milênio, passa por inú- meras transformações, mudando paradigmas e exi- gindo das pessoas e, sobretudo, das organizações, novas posturas. Hoje, o significado de palavras como globalização,conhecimento,competências,liderança, competitividade, tem permeado a agenda dos gestores nasempresas.Nestecontexto,novastendênciasparaa gestão tomam conta do mercado, livros de auto-aju- da ensinam o auto-desenvolvimento e os profissio- nais se vêem às voltas com aprender mais e mais para responder a essas demandas. Os serviços de saúde, em especial os hospitais, que tradicionalmente procuram adequar-se aos novos modelos advindos da indústria, têm procurado incor- porar essas novas tendências. Assim, novas ferramen- tas gerenciais como o balanced score-card, a gestão do conhecimento, da informação e das competências, a liderança coach, as unidades de negócios, vem sendo rapidamenteintroduzidosnoshospitais,modificando o panorama desta administração antes relegada a modelos muitas vezes empíricos e pouco profissionalizados. Neste contexto de mudanças constantes, o per- fil exigido das pessoas sofreu alterações, uma vez que as empresas necessitam de trabalhadores que possam responder com rapidez à elas. Assim, adaptar-se a no- vas situações, ser flexível e ter capacidade de relaciona- mentos,assumirdesafios,entreoutras,parecemserre- quisitosimprescindíveisaogestornestenovomilênio. O enfermeiro como gestor da assistência de enfermagem em sua prática diária, requer este prepa- roadequadoaomomentoatual.Assim,contribuirpara o debate das competências gerenciais dos enfermei- ros, através da análise de alguns desses aspectos é o objetivo deste trabalho. A QUESTÃO DAS COMPETÊNCIAS A busca constante pela qualidade e excelência dos serviços trouxe mudanças nos modelos de gestão e, conseqüentemente, a forma de gerir as pessoas tam- bém mudou. O investimento nas pessoas é hoje valo- rizado, uma vez que tem ocorrido forte tendência de abandonar o enfoque científico da administração, por um enfoque mais sofisticado das relações humanas.1 As três principais mudanças pelas quais passa a área de gestão de pessoas são “a alteração no perfil das pessoasexigidopelasempresas,odeslocamentodofoco da gestão de pessoas por meio do controle para o foco por meio do desenvolvimento e a maior participação das pessoas no sucesso do negócio ou da empresa”.2:35 Passam a ter valor então as competências que o indiví- duopossui,equeoqualificamarealizaralgo. Competênciatemsignificadosdistintos,tantoli- gados às tarefas e aos seus resultados, como às caracte- rísticas das pessoas. Desta forma, a troca de competên- cias ocorre quando existe uma interação das pessoas comoambienteorganizacional.2-3 Competênciatemsido definidacomoum“saberagirresponsávelereconheci- do que implica mobilizar, integrar, transferir conheci- mentos,recursos,habilidades,queagreguemvaloreco- nômico à organização e valor social ao indivíduo”.3:21 Aliteraturatemalinhadoacompetênciagerencial à empresarial, ao definir que competência gerencial é um “conjunto de conhecimentos, habilidades e atitu- desqueosgerentesdesenvolvemparaasseguraracom- petência empresarial”.4:13 Assim, a competência pode ser classificada portanto sob o ponto de vista pessoal – competências essenciais – relacionadas ao indivíduo, à equipe e seu desenvolvimento, e do ponto de vista empresarial – competências organizacionais – essas relacionadas às estratégias corporativas.5 Ainda no final da década passada, sobre a ques- tão das competências na área da saúde destaca-se a importância das universidades, principal recurso para a formação de profissionais qualificados, para criar ambientes onde fosse possível desenvolver compe- tências.6 Nesteaspecto,enfatizouanecessidadedepar- cerias com os serviços no sentido de se focar a aplica- ção do conhecimento ou pesquisa aplicada, que abri- ria espaço para o desenvolvimento de competências. Nesse aspecto, autores também dão ênfase à necessi- dade de se ter situações profissionais para este desen- volvimento.3-4,7 A gestão de competências gerenciais, ao abor- dar as correntes de estudos americana, latino-america- na, francesa e australiana destaca as contribuições de alguns autores que buscam abordar as competências numa visão compartilhada.7 “Nesse contexto, as com- petências se desenvolvem por meio da interação entre as pessoas no ambiente de trabalho, privilegiando a questão da complementaridade; ou seja, não se limi- tam ao desenvolvimento de um perfil idealizado de gestor (super-homem) nem a listas infindáveis de atri- butos, mas se traduzem em práticas gerenciais com- plementares ou em ações gerenciais articuladas (con- solidação de competências coletivas)”.7:60 Por outro lado, muitos autorestêm enfatizado a necessidade do desenvolvimento de competências es- Cunha ICKO, Ximenes Neto FRG
  • 3. - 481 - Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82. pecíficas individuais, relacionadas à pessoa e à empre- sa, com os quais concordamos, por acreditar que no contexto da gestão é necessário que o gestor procure o seu auto-desenvolvimento bem como o do seu gru- po.3,4,8 Estes ainda tem destacado competências indi- viduais necessárias ao gestor como liderança, persua- são, trabalho em equipe, criatividade, tomada de deci- são, planejamento e organização e determinação.3,4,8 As competências profissionais também são assim elencadas: “saber agir, mobilizar, comunicar, apren- der, comprometer-se, assumir responsabilidades e ter visão estratégica”.3:22 Odesenvolvimentodaspessoasnocontextodas organizações, neste milênio competitivo e em ambi- entes de constante mudança, está intimamente ligado ao desenvolvimento de competências.8 As empresas que mais rapidamente se adequarem à esta nova ne- cessidade, com certeza, sentirão a diferença. As competências na enfermagem Dentro da equipe multiprofissional que se cons- titui na força de trabalho hospitalar, a equipe de enfer- magem assume papel de destaque uma vez que se constitui no maior percentual do quadro de pessoal destas instituições através dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Aos enfermeiros cabem entre outras, tarefas diretamenterelacionadascomsuaatuaçãojuntoaocli- ente, bem como a liderança da equipe de Enfermagem eogerenciamentodosrecursos–físicos,materiais,hu- manos, financeiros, políticos e de informação – para a prestaçãodaassistênciadeenfermagem.* Doenfermeiro é exigido conhecimento (que conheça o que faz), habi- lidades(quefaçacorretamente)etenhaatitudesadequa- das para desempenhar seu papel objetivando resulta- dos positivos. É, portanto, exigido que ele seja compe- tente naquilo que faz, bem como garanta que os mem- bros da sua equipe tenham competência para executa- remastarefasquelhessãodestinadas.9 Constitui-sepor- tanto, um desafio definir as competências necessárias aos enfermeiros, bem como de estabelecer-se mecanis- mos para seu desenvolvimento dentro e fora das insti- tuições. Destaca-seaindaqueentreasfunçõesdeadmi- nistraçãodoenfermeiroestáadegarantirqueosmem- bros de sua equipe tenham competência para executa- rem as tarefas que lhes são destinadas.9 A formação de enfermeiros, neste contexto de transformações por que passa o mundo e, especifica- mente, os serviços de saúde, vem sendo constante- mente discutida, e tem apontado para a necessidade de mudanças.10-11 Nessa perspectiva, o ensino baseado em competências vem sendo apontado como uma das estratégias para estas mudanças, tendo sido indi- cado nas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Enfermagem, atualmente em vigor.12 Nelas, as habilidades e competências gerais pro- postas são: a atenção à saúde, a tomada de decisões, a comunicação, a liderança, a administração e gerenciamento e a educação permanente. Há ainda um elenco de mais trinta e três outras denominadas de específicas. Competências gerenciais dos enfermeiros O enfermeiro, como o gerente da assistência de enfermagem prestada ao paciente, requer o conheci- mento, as habilidades e as atitudes que possibilitarão comqueexerçaseutrabalhoobjetivandoresultadoscom eficiência. Este papel gerencial, amplamente discutido desde anos passados, passa pelo próprio desenvolvi- mento da enfermagem como ciência, que de uma prá- tica“antesindependente,torna-sesubordinadaàpráti- ca médica”.13:223 Estudos sobre a prática gerencial e o mundo do trabalho na Enfermagem, tem mostrado queascompetênciasconstituemumtemadediscussão imediata a fim de se dar respostas às necessidades desta prática.14-15 Autorestêmabordadoindividualmentecom- petênciascomoainterpessoal,aliderança,amotivação da equipe, a comunicação, entre outras, também im- portantes,numclarosinalquediscuti-lastemsidouma necessidade percebida e manifestada.16-17 ONursingLeadershipInstitute,nosEstadosUni- dos da América, criou um modelo de competências para o enfermeiro gestor, após pesquisas com enfer- meirasgerentesnaquelepaís.Nele,foramidentificadas seis competências que desdobram-se em vários itens, e que podem ser assim traduzidas: poder pessoal, efetividade interpessoal, gestão financeira, gestão de recursos humanos, cuidados com o staff, com os paci- entes e consigo mesmo, pensamento sistematizado e como atributos adicionais destaca o otimismo e a resiliência.18 Este modelo dá conta de competências queenvolvemaspectosdapessoaindividualmente,dela com o grupo e dela na sua atuação na empresa, e pa- rece responder a alguns questionamentos que este pal- *SannaMC.Oprocessodetrabalhogerenciardoenfermeiro.AulaministradanoCursodeEspecializaçãoemGerenciamentodeServiçosdeEnfermagem daUNIFESPem2004.Disponívelempowerpoint[materialnãopublicado]. Competências gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio?
  • 4. - 482 - Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Jul-Set; 15(3): 479-82. pitante tema nos remete. Muitas são as competências que parecem ser necessárias ao enfermeiro na sua prática profissional e desenvolvê-las é, pois um grande desafio tanto dos órgãos formadores, como dos serviços na perspecti- va da educação permanente e torna-se responsabili- dade de todos estes atores: docentes, enfermeiros dos serviços e do próprio aprendiz. CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, podemos inferir que apesar de existirem algumascertezas,aindanãoháconsensosobretodasas competências gerenciais que sejam indispensáveis ao enfermeiro gestor no contexto atual dos serviços de saúde em nosso país. Todavia há que se estimular esta discussão a fim de que o debate possa despertar-nos a todos, para não só no âmbito gerencial defini-las, mas principalmentecomodesenvolvê-lasnosenfermeiros. REFERÊNCIAS 1 LewisG,CrozierG.Testesuascompetênciaspessoais.São Paulo(SP):Publifolha;2002. 2 DutraJS.Gestãoporcompetências:ummodeloavançado paraogerenciamentodepessoas.SãoPaulo:EditoraGente; 2001. 3 FleuryA,FleuryMTL.Estratégiasempresariaiseformação de competências: um quebra cabeça caleidoscópico da indústriabrasileira.SãoPaulo(SP):Atlas;2004. 4 Boog GG. O desafio da competência: como enfrentar as dificuldades do presente e preparar-se para o futuro. São Paulo(SP):Ed.NovaCultural;2004. 5 Brandão HP, Guimarães TA. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentosdeummesmoconstructo?RAE.2001Jan- Mar; 41 (1): 8-15. 6 AlperstedtC.AquestãodascompetênciasnaáreadaSaúde: um convite à reflexão. Mundo da Saúde. 1999 Maio-Jun; 23 (3): 185-6. 7 Bitencourt CC. A gestão de competências gerenciais e a contribuiçãodaaprendizagemorganizacional.RAE.2004 Jan-Mar; 44 (1): 58-69. 8 DutraJS.Competências:conceitoseinstrumentosparaa gestão de pessoas na empresa moderna. São Paulo (SP): Atlas;2004. 9 Marquis BL, Huston CJ. Administração e liderança em enfermagem:teoriaeaplicação.PortoAlegre(RS):Artes Médicas;1999. 10 DomenicoEDL,IdeCAC.Referênciasparaoensinodas competências na enfermagem. Rev. Bras. Enferm. 2005 Jul-Ago; 58 (4): 453-7. 11NascimentoES,SantosGF,CaldeiraVP,TeixeiraVMN. Formação por competência do enfermeiro: alternância teoria-prática,profissionalizaçãoepensamentocomplexo. Rev. Bras Enferm. 2003 Jul-Ago; 56 (4): 447-52. 12MinistériodaEducação(BR),ConselhoNacionaldeEdu- cação,CâmaradeEducaçãoSuperior.ResoluçãoCNE/CES n°3de9denovembrode2001.DispõesobreasDiretrizes CurricularesparaosCursosdeGraduaçãoemEnfermagem. DiárioOficialdaUnião,9Nov2001.Seção1.p.37. 13 Formiga JMM, Germano RM. Por dentro da história: o ensino de Administração em Enfermagem. Rev. Bras. Enferm. 2005 Mar-Abr; 58 (2): 222-6. 14 WittRR,AlmeidaMCP.Omodelodecompetênciaseas mudanças no mundo do trabalho: implicações para a enfermagemnaatençãobásicanoreferencialdasfunções essenciaisdesaúdepública.TextoContextoEnferm.2003 Out-Dez; 12 (4): 559-68. 15 Kurcgant P, Ciampone MHT. A pesquisa na área de gerenciamento em enfermagem no Brasil. Rev. Bras. Enferm. 2005 Mar/Abr; 58 (2): 161-4. 16FernandesJD,AraújoFA,FernandesJ,ReisLS,Gusmão MCCM,SantanaN.Competênciainterpessoalnaspráticas emsaúde:oindividualeocoletivoorganizacional.Texto Contexto Enferm. 2003 Abr-Jun; 12 (2): 210-5. 17 CunhaKC,organizador.GerenciamentonaEnfermagem: novaspráticasecompetências.SãoPaulo(SP):Martinari; 2005. 18 Nursing Leadership Institute. The nursing leadership institute competency model [acesso em 2006 Fev 28]. Disponívelem:http://www.fau.edu/nli/model.html Cunha ICKO, Ximenes Neto FRG