Este documento descreve uma aula sobre literatura indígena ministrada para alunos do 3o ano do ensino médio. A aula teve como objetivos reconhecer elementos básicos do gênero literário indígena através de lendas indígenas e identificar diferentes elementos que estruturam esse gênero literário. Durante a aula, os alunos leram e analisaram o conto indígena "A Raposa e a Onça".
2. Literatura indígena
Objetivos da aula:
• “Reconhecer elementos básicos do gênero literário indígena tendo por foco
lendas indígenas;
• Identificar diferentes elementos que estruturam o gênero
literário lenda indígena, a partir das atividades do
Caderno do Aluno Aprender Sempre”.
Habilidade Essencial:
“Relacionar, como realidade cultural lusófona, as
produções, em língua portuguesa, na África e no Brasil.”
3. Caderno do Aluno – Aprender Sempre
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES 1
AULA 5 – LITERATURA INDÍGENA: LENDAS!
Atividades propostas: páginas 68 a 72.
Aprender Sempre, 2021. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 3ª série EM, vol. 4.
4. É hora do chat, galera!
O que são lendas indígenas?
Elaborado especialmente para o CMSP.
5. Apresentação de vídeo
Intelectuais indígenas combatem falta de conhecimento sobre seus povos.
Vídeo: ONU Brasil. Intelectuais indígenas combatem falta de conhecimento sobre seus povos. Licença Creative Commons.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4H066sr6e5g&t=312s>. Acesso em: 20 set. 2021.
6. Exemplos de mensagens preconceituosas
Arte no Brasil
Uma história de cinco séculos
Elaborado especialmente para o CMSP.
8. Um pouco sobre lendas indígenas – trecho
[...]
Certamente, você já leu ou ouviu uma lenda indígena e nem sabia a
sua origem. As lendas brasileiras são muito variadas e recheadas de
misticismo ou eventos da natureza. Os diálogos entre as personagens
são constantes e, geralmente, são realizados entre animais da selva ou
há a presença de entidades sobrenaturais como o Boitatá, de origem
amazônica, que é uma cobra enorme feita de ossos de animais
mortos pelo fogo; a Caipora, um indígena de pele bem escura, com o
corpo cheio de pelos e, geralmente, que corre rápido demais ou
aparece nu diante das pessoas; além de muitas outras como o Boto
Cor-de-Rosa, aVitória Régia e por aí afora. [...]
Aprender Sempre, 2021. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 3ª série EM, vol. 4.
9. O SOL SECOU TODOS OS RIOS, e ficou só um poço com água. A onça
então disse:
— “Agora sim; pilho a raposa, porque vou fazer-lhe esperar no poço da
água.”
A raposa, quando veio, olhou adiante e enxergou a onça; não pôde beber
água, e foi-se embora, pensando como poderia beber.
Vinha uma mulher pelo caminho com um pote de mel à cabeça.
(Versão da lenda antecedente, colhida entre os índios por Couto de Magalhães)
Aprender Sempre, 2021. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 3ª série EM, vol. 4.
Conto de origem indígena:
A raposa e a onça
10. A raposa deitou-se no caminho e fingiu-se morta; a mulher arredou-a e
passou.
A raposa correu pelo cerrado, saiu-lhe adiante ao caminho, e fingiu-se
morta.
A mulher arredou-a e passou adiante.
A raposa correu pelo cerrado, e mais adiante fingiu-se morta.
A mulher chegou e disse:
– Se eu tivesse apanhado as outras já eram três. Arriou o pote de mel no
chão, pôs a raposa dentro do paneiro, deixou-o aí, e voltou para trazer as
outras raposas.
Aprender Sempre, 2021. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 3ª série EM, vol. 4.
Conto de origem indígena:
A raposa e a onça
11. Então a raposa lambuzou-se no mel, deitou-se por cima das folhas verdes, chegou ao
poço, e assim bebeu água.
Quando a raposa entrou na água e bebeu, as folhas se soltaram; a onça conheceu-a,
mas, quando quis saltar-lhe, a raposa fugiu.
Aprender Sempre, 2021. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 3ª série EM, vol. 4.
Conto de origem indígena:
A raposa e a onça
A raposa estava outra vez com muita sede, bateu num pé de
aroeira, lambuzou-se bem na sua resina, espojou-se entre folhas
secas, e foi para o poço.
12. A onça perguntou:
— Quem és?
— Sou o bicho folha-seca.
A onça disse:
— Entra na água, sai, e depois bebe. A raposa entrou, não lhe
caíram as folhas, porque a resina não se derreteu dentro d’água;
saiu e depois bebeu, e assim fez sempre até chegar o tempo da
chuva.
Fonte: ROMERO, S. Contos populares do Brasil. Coleção acervo brasileiro, v. 3, 2. ed. Projeto editorial integral Eduardo Rodrigues Vianna, Jundiaí, SP, 2018. p. 236-237. Disponível em:
<https://cadernosdomundointeiro.com.br/pdf/Contos-populares-do-Brasil-2a-edicao-Cadernos-doMundo-Inteiro.pdfp>. Acesso em: 01 abr. 2021.
Aprender Sempre, 2021. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 3ª série EM, vol. 4.
Conto de origem indígena:
A raposa e a onça
13. Quem são as personagens no conto?
A raposa, a onça e a mulher.
Responda!
Elaborado especialmente para o CMSP.
14. O narrador está em 1ª ou 3ª pessoa?
3ª pessoa.
Responda!
Elaborado especialmente para o CMSP.
15. Em relação ao espaço, informe: onde predominam as ações das personagens?
O poço em um rio seco.
Responda!
Elaborado especialmente para o CMSP.
16. Quais são os conflitos e o clímax da narrativa?
Nessa narrativa, há dois momentos de tensão. O primeiro ocorre
quando a raposa vai ao poço do rio seco para beber água e,
quando vê a onça a espreitá-la, foge desesperada. No segundo, a
raposa cobre o corpo de mel, que estava na sacola da mulher que
a ajudou a esconder-se. Em seguida, deita-se nas folhas verdes
para camuflar-se e enganar a onça, mas, ao entrar no poço, as
folhas desgrudam e o seu disfarce é revelado. Assim, teve de fugir
novamente.
Responda!
Elaborado especialmente para o CMSP.
17. Qual é o desfecho da narrativa?
Nesse conto, o desfecho ocorre quando a raposa usa uma resina
da aroeira para grudar as folhas em seu corpo, camuflando-se de
“bicho folha-seca”. Assim, conseguiu enganar a onça e pôde beber
água no poço do rio seco.
Responda!
Elaborado especialmente para o CMSP.
19. Daniel Munduruku – 57 anos
• Escritor e professor de Belém do Pará, pertence à
etnia indígena Munduruku.
• Fez mestrado e doutorado em Educação pela
Universidade de São Paulo e pós-doutorado em
Linguística pela Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
Elaborado especialmente para o CMSP.
Abin Olsson, 2014. (CC BY-SA 4.0). Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Daniel_Munduruku,_G%C3%B6teborg_Book_Fair_2014_2.jpg>. Acesso em: 20
set. 2021.
• É autor de 54 obras, sendo a
maioria classificada como
literatura infantojuvenil.
20. Ailton Alves Lacerda Krenak – 67 anos
• Líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e
escritor brasileiro da etnia indígena crenaque.
• Itabirinha, Minas Gerais.
Elaborado especialmente para o CMSP.
Garapa – Coletivo Multimedia, 2010. (CC BY-SA 2.0). Wikimedia Commons.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ailton_Krenak_(5269420566).jpg>. Acesso em: 20 set. 2021.
• Professor Honoris Causa pela
Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF), é considerado uma
das maiores lideranças do
movimento indígena brasileiro,
tendo reconhecimento
internacional.
21. Davi Kopenawa Yanomami – 65 anos
• Escritor, xamã e líder político yanomami.
Atualmente, é presidente da Hutukara Associação
Yanomami, uma entidade indígena de ajuda
mútua e etnodesenvolvimento.
Elaborado especialmente para o CMSP.
Fernando Frazão/Agência Brasil, 2014. (CC BY 3.0 BR). Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Davikopenawa.jpg>. Acesso em: 20 set. 2021.
• Nasceu no Alto Rio Toototobi,
Amazonas.
22. Conteúdos de hoje
• Colonialismo e sua influência nas concepções da sociedade.
• A representatividade indígena na literatura brasileira.
• Leitura e análise do conto indígena “A RAPOSA E A ONÇA”.