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Fonte: ATKINSON, Rita L., et al. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13.ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p.671. 
FRONTEIRAS DA PESQUISA PSICOLÓGICA 
Altruísmo Os usuários de metro e as crianças que ajudaram os filhotes, mencionados neste capítulo ilustram uma forma de comportamento pró-social conhecida como altruísmo. Altruísmo pode ser definido como comportamento destinado a ajudar os outros mesmo que não haja ou não se espere nada em troca. Muitas pesquisas foram feitas para tentar descobrir por que as pessoas apresentam comportamento altruísta. Uma visão é que o comportamento altruísta não é totalmente destituído de benefícios; a pessoa que se comporta de maneira altruísta recebe aprovação social e se sente bem consigo mesma. Esta abordagem denominada teoria da troca social, sustenta que a pessoa ajudada e a pessoa que está ajudando estão na verdade trocando benefícios, e que o altruísmo não é verdadeiramente abnegado. Porém, existem visões alternativas, Alguns pesquisadores assinalam que muitas pessoas mostram empatia; ou seja, elas sofrem quando vêem alguém sofrer, e sentem alívio quando o sofrimento da outra pessoa termina. Por exemplo, pais amorosos sofrem quando seus filhos sofem (Miller e Eisenberg, 1988). Assim, enquanto alguns comportamentos de ajuda podem visar a recompensas tais como um sentimento de generosidade, outros atos de ajuda visam unicamente a beneficiar a pessoa que está sendo ajudada (Batson, 1991). Experimentos destinados a testar esta visão constatam que a empatia muitas vezes produz o comportamento de ajuda somente quando a pessoa que ajuda acredita que a outra irá realmente receber a ajuda, não importando se esta pessoa irá quem forneceu a ajuda. Outros pesquisadores assinalam ainda que as normas sociais contribuem para o comportamento altruísta. A norma de reciprocidade, por exemplo, prescreve que devemos ajudar aqueles que nos ajudaram. Mas reconhecemos que algumas pessoas são incapazes de seguir esta norma por causa de condições como pobreza ou invalidez. A norma da responsabilidade social prescreve que devemos ajudar aqueles que precisam de ajuda, não importando se eles serão capazes de retornar o favor posteriormente. Os psicólogos também se interessam pelas circunstâncias em que as pessoas mais tendem a apresentar o comportamento altruísta. Vimos neste capítulo que a presença de outros circunstantes difunde a responsabilidade e assim tende a diminuir o potencial de comportamento de ajuda. Outros experimentos focalizaram situações não-emergenciais, tais como caridade ou doação de sangue (Myers, 1993). Eles descobriram que o comportamento de ajuda muitas vezes aumenta quando o indivíduo se sente culpado e o comportamento oferece um modo de aliviar a culpa. A probabilidade de ajudar também aumenta quando estamos de bom humor e quando acabamos de observar alguém ajudando. Além disso, pessoas profundamente religiosas se caracterizam por taxas mais elevadas de doações beneficentes e trabalho voluntário do que pessoas menos religiosas. Da perspectiva biológica, existem algumas evidências de que o comportamento pró-social tem uma base genética. Os sociobiologistas sugerem que comportamentos como ajudar, dividir e cooperar têm suas raízes no legado genético de nossa espécie (Wilson, 1975). Os etologistas assinalam que os animais auxiliam os outros membros de suas espécies, muitas vezes com grande risco para si mesmos. Acredita-se que, nestes casos, a constituição genética do animal produz comportamentos que protegem o grupo social e, deste modo, contribuem para a sobrevivência da espécie. Não se sabe exatamente como isto funciona, mas uma possibilidade é que reações emocionais inatas estejam envolvidas. Por exemplo, recém- nascidos choram quando ouvem outro bebê chorar, e crianças pequenas reagem com angústia a comportamentos que ameaçam o bem-estar dos outros. Outros pesquisadores notam, contudo, que o desenvolvimento de empatia exige um forte ambiente de dedicação e um determinado nível de desenvolvimento cognitivo. Eles também destacam o papel de fatores culturais na produção de comportamento altruísta. Por exemplo, os primeiros cristãos não se sacrificavam em nome de sua espécie, mas em função de suas crenças religiosas. E muitas pessoas arriscaram- se a morrer em lutas em nome de sua honra, e não para preservar seu conjunto de genes. Por outro lado, a perspectiva biológica é útil porque ela nos lembra de que o comportamento pró-social pode ter valor adaptativo. A preocupação pelo bem-estar dos outros contribui para a sobrevivência e bem-estar do grupo social como um todo. Segundo a teoria da troca social, a pessoa que ajuda e a pessoa que é ajudada estão na verdade trocando benefícios.

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Fronteiras da pesquisa psicológica

  • 1. Fonte: ATKINSON, Rita L., et al. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13.ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p.671. FRONTEIRAS DA PESQUISA PSICOLÓGICA Altruísmo Os usuários de metro e as crianças que ajudaram os filhotes, mencionados neste capítulo ilustram uma forma de comportamento pró-social conhecida como altruísmo. Altruísmo pode ser definido como comportamento destinado a ajudar os outros mesmo que não haja ou não se espere nada em troca. Muitas pesquisas foram feitas para tentar descobrir por que as pessoas apresentam comportamento altruísta. Uma visão é que o comportamento altruísta não é totalmente destituído de benefícios; a pessoa que se comporta de maneira altruísta recebe aprovação social e se sente bem consigo mesma. Esta abordagem denominada teoria da troca social, sustenta que a pessoa ajudada e a pessoa que está ajudando estão na verdade trocando benefícios, e que o altruísmo não é verdadeiramente abnegado. Porém, existem visões alternativas, Alguns pesquisadores assinalam que muitas pessoas mostram empatia; ou seja, elas sofrem quando vêem alguém sofrer, e sentem alívio quando o sofrimento da outra pessoa termina. Por exemplo, pais amorosos sofrem quando seus filhos sofem (Miller e Eisenberg, 1988). Assim, enquanto alguns comportamentos de ajuda podem visar a recompensas tais como um sentimento de generosidade, outros atos de ajuda visam unicamente a beneficiar a pessoa que está sendo ajudada (Batson, 1991). Experimentos destinados a testar esta visão constatam que a empatia muitas vezes produz o comportamento de ajuda somente quando a pessoa que ajuda acredita que a outra irá realmente receber a ajuda, não importando se esta pessoa irá quem forneceu a ajuda. Outros pesquisadores assinalam ainda que as normas sociais contribuem para o comportamento altruísta. A norma de reciprocidade, por exemplo, prescreve que devemos ajudar aqueles que nos ajudaram. Mas reconhecemos que algumas pessoas são incapazes de seguir esta norma por causa de condições como pobreza ou invalidez. A norma da responsabilidade social prescreve que devemos ajudar aqueles que precisam de ajuda, não importando se eles serão capazes de retornar o favor posteriormente. Os psicólogos também se interessam pelas circunstâncias em que as pessoas mais tendem a apresentar o comportamento altruísta. Vimos neste capítulo que a presença de outros circunstantes difunde a responsabilidade e assim tende a diminuir o potencial de comportamento de ajuda. Outros experimentos focalizaram situações não-emergenciais, tais como caridade ou doação de sangue (Myers, 1993). Eles descobriram que o comportamento de ajuda muitas vezes aumenta quando o indivíduo se sente culpado e o comportamento oferece um modo de aliviar a culpa. A probabilidade de ajudar também aumenta quando estamos de bom humor e quando acabamos de observar alguém ajudando. Além disso, pessoas profundamente religiosas se caracterizam por taxas mais elevadas de doações beneficentes e trabalho voluntário do que pessoas menos religiosas. Da perspectiva biológica, existem algumas evidências de que o comportamento pró-social tem uma base genética. Os sociobiologistas sugerem que comportamentos como ajudar, dividir e cooperar têm suas raízes no legado genético de nossa espécie (Wilson, 1975). Os etologistas assinalam que os animais auxiliam os outros membros de suas espécies, muitas vezes com grande risco para si mesmos. Acredita-se que, nestes casos, a constituição genética do animal produz comportamentos que protegem o grupo social e, deste modo, contribuem para a sobrevivência da espécie. Não se sabe exatamente como isto funciona, mas uma possibilidade é que reações emocionais inatas estejam envolvidas. Por exemplo, recém- nascidos choram quando ouvem outro bebê chorar, e crianças pequenas reagem com angústia a comportamentos que ameaçam o bem-estar dos outros. Outros pesquisadores notam, contudo, que o desenvolvimento de empatia exige um forte ambiente de dedicação e um determinado nível de desenvolvimento cognitivo. Eles também destacam o papel de fatores culturais na produção de comportamento altruísta. Por exemplo, os primeiros cristãos não se sacrificavam em nome de sua espécie, mas em função de suas crenças religiosas. E muitas pessoas arriscaram- se a morrer em lutas em nome de sua honra, e não para preservar seu conjunto de genes. Por outro lado, a perspectiva biológica é útil porque ela nos lembra de que o comportamento pró-social pode ter valor adaptativo. A preocupação pelo bem-estar dos outros contribui para a sobrevivência e bem-estar do grupo social como um todo. Segundo a teoria da troca social, a pessoa que ajuda e a pessoa que é ajudada estão na verdade trocando benefícios.