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Rafael Gauchinho Rodrigues1; Gislaine Paganucci Alves1; João Paulo Rodrigues2;
Alice Watte Schwingel2, Daisa Fagundes de Stéfano2; Stanley Ribeiro Centurion2;
Laura Costa Alves de Araújo2; Ana Carolina Amorim Orrico3.
1 Aluno do Curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias da UFGD;
2; Aluno do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias da UFGD;
3 Professora Adjunta do Curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias da UFGD;
Na Tabela 1 estão apresentados os resultados de ST, SV, MM e U
dos dejetos de poedeiras estocados por diferentes períodos entre 1 e 70
dias. Ainda, os resultados referentes aos teores SV e MM estão
representados na Figura 1.
Os resultados de ST e U (apresentados na Tabela 1) demonstram
variações que ocorreram principalmente no início, onde os teores de ST
foram reduzidos de 23,46 para 17,18% entre o primeiro e sétimo dia de
estocagem, e final, quando as concentrações de ST aumentaram de
23,31 para 30,76% entre os 56 e 70 dias de acúmulo, comportamento
este já esperado. Provavelmente tenha sido ocasionado pela deposição
constante de dejetos recém-excretados sobre os que já estavam em
diferentes estados de decomposição, ocasionando assim, a reposição
constante de água e nutrientes sobre os dejetos acumulados.
De acordo com os resultados apresentados na Tabela1 e Figura 1
observa-se que ocorreu diminuição nos teores de SV das amostras coletadas
ao longo dos períodos de acúmulo, que foi acompanhada de acréscimo da
MM. Este comportamento pode estar associado ao processo de degradação
durante o período de estocagem do material na instalação, que se
caracteriza pela decomposição da matéria orgânica e o consequente
desprendimento de dióxido de carbono para o meio, que resultará na
redução de SV. Em decorrência da perda de material orgânico houve
concentração de matéria mineral, que iniciou o período de acúmulo na
concentração de 23,63% e alcançou 41,95% até os 70 dias.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - APHA. Standard methods for examination of
water and wastewater. 21. ed. American Water Works Association, 2005. 1368p.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Disponível em:
http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_07_19_14_17_31_0302_oofert_e_demanda
_carne_e_ovos.pdf. Acesso em 13 de setembro de 2011.
OLIVEIRA, M. D. L. Avaliação das fezes de galinhas poedeiras e de sua associação com o
bagaço de cana-de-açúcar hidrolisado na alimentação de bovinos. Jaboticabal, 1991. 108p.,
Tese (Doutorado em Produção Animal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Universidade Estadual Paulista.
UNFCCC, Higthligths from greenhouse gas (GHG) emissions data for 1990-2004. Framework
convention on climate change. UNFCCC, 2006.
SOUZA, C. F. Biodigestão anaeróbia de dejetos de suínos: obtenção de dados e aplicação no
desenvolvimento de um modelo dinâmico de simulação da produção de biogás. 2001. 140 f.
Tese (Doutorado em Zootecnia – Área de Concentração em Produção Animal) - Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias,Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2001.
LITERATURA CITADA
No Brasil o plantel de poedeiras possui em torno de 73 milhões
de aves (Conab, 2011), ocupando assim o oitavo lugar no ranking
mundial, com a produção média de 22 milhões de ovos ao ano.
A evolução da avicultura de postura ao longo dos anos tem
proporcionado a concentração de animais em ambientes cada vez
menores, visando à intensificação e otimização dos sistemas de
produção, isso tem gerado uma problemática a respeito do destino dos
resíduos gerados por estes animais.
No passado, os resíduos não eram considerados componentes
do sistema produtivo, desta forma acabaram tornando-se uma
importante fonte de poluição, principalmente quando despejados
diretamente nos corpos d’água.
Com o passar do tempo, os produtores passaram a reconhecer a
importância de tratar ou, pelo menos, armazenar os dejetos produzidos
para posterior uso como adubo orgânico em áreas agrícolas, pois,
segundo a Unfccc (2006), 20% das emissões de metano e dióxido de
carbono ocorrem devido às diversas atividades agrícolas, dentre estas,
o manejo correto dos dejetos pode trazer benefícios, tanto para o meio
ambiente como para melhorar a renda das unidades produtoras de
animais.
Nesses dejetos, além das dejeções, são encontrados penas,
ovos quebrados, restos de ração, larvas de moscas; além de corpos
estranhos tais como, pregos, pedaços de arame, madeira dentre outros
(Oliveira, 1991). As excretas produzidas pelas aves possuem alto teor
de N, suficiente para fertilizar grande parte das áreas de cereais, a um
nível de 90 Kg de N/ha. O nível de P e K contido nas excretas é
suficiente para suprir a necessidade de cereais como o milho, por
exemplo, segundo considerações de Souza (2001).
Com base no descrito este trabalho foi conduzido com o objetivo
de avaliar as concentrações de sólidos totais (ST), sólidos voláteis (SV),
matéria mineral (MM) e umidade (U) dos dejetos de poedeiras
acumulados por 1, 2, 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63 e 70 dias.
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Manejo de
Resíduos Agropecuários, a partir dos dejetos coletados no Setor de
Aves de Postura, sendo ambos pertencentes à Faculdade de Ciências
Agrárias- FCA da Universidade Federal da Grande Dourados-MS.
Para a produção de dejetos foram alojadas 600 aves de
linhagem Isa Brown em uma área de 40m² e produção média de 540
ovos/dia, se estimando assim um percentual de produção de 90%. A
dieta ofertada foi balanceada para atender as exigências das aves e
apresentou na composição: farelo de soja, farelo de carne, calcário,
núcleo e sal. O dejeto acumulado de acordo com os períodos descritos
foi coletado manualmente, sendo utilizado para amostragem todo o
perfil contido na altura de empilhamento de material. Depois da coleta,
o material foi homogeneizado e encaminhado ao laboratório para
execução das análises.
Para determinação dos teores de ST, as amostras dos dejetos
foram acondicionadas em bandejas previamente taradas e pesadas
para obtenção do peso úmido (Pu) do material, posteriormente foram
levadas à estufa com circulação forçada de ar, à temperatura de 105ºC
obtendo-se então o peso seco (Ps), conforme metodologia descrita
pela Apha (2005). A diferença entre o Pu e o Ps correspondem aos
percentuais de U de cada período.
Os teores de SV foram determinados conforme metodologia
descrita pela Apha (2005), onde o material já seco em estufa, foi levado
à mufla e mantido a uma temperatura de 575ºC por um período de 2
horas, obtendo-se o peso das cinzas ou matéria mineral,
determinando-se por diferença a quantidade de SV amostral.
MATERIAL E MÉTODOS
INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização físico-química de dejetos de poedeiras
acumulados por diferentes períodos
CONCLUSÕES
O período de estocagem mostrou-se benéfico para redução de SV
e acúmulo de matéria mineral durante todo o período de avaliação,
reduzindo seu potencial poluidor e tornando o resíduo melhor aproveitável
para sua utilização posterior como fonte de nutrientes ao solo.
PERÍODOS
(%) 1 2 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70
ST 23,5 19,5 17,2 20,2 21,3 26,8 23,4 24,6 23,2 23,3 28,8 30,8
SV 76,4 77,4 70,3 65,6 68,4 63,5 61,7 62,0 63,2 62,4 63,5 58,1
MM 23,6 22,7 29,7 34,5 31,6 36,5 38,3 38,0 36,8 37,7 36,5 42,0
U 76,5 80,5 82,8 79,8 78,7 73,2 76,2 75,4 76,8 76,7 71,2 69,2
Tabela 1. Teores de ST e SV, MM e U dos dejetos de poedeiras acumulados por diferentes
períodos, compreendidos entre 1 e 70 dias
Figura 1. Concentrações de SV e MM (%) segundo os diferentes períodos de acúmulo dos
dejetos de poedeiras.

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Jaboticabal, 1991. 108p., Tese (Doutorado em Produção Animal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. UNFCCC, Higthligths from greenhouse gas (GHG) emissions data for 1990-2004. Framework convention on climate change. UNFCCC, 2006. SOUZA, C. F. Biodigestão anaeróbia de dejetos de suínos: obtenção de dados e aplicação no desenvolvimento de um modelo dinâmico de simulação da produção de biogás. 2001. 140 f. Tese (Doutorado em Zootecnia – Área de Concentração em Produção Animal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2001. LITERATURA CITADA No Brasil o plantel de poedeiras possui em torno de 73 milhões de aves (Conab, 2011), ocupando assim o oitavo lugar no ranking mundial, com a produção média de 22 milhões de ovos ao ano. A evolução da avicultura de postura ao longo dos anos tem proporcionado a concentração de animais em ambientes cada vez menores, visando à intensificação e otimização dos sistemas de produção, isso tem gerado uma problemática a respeito do destino dos resíduos gerados por estes animais. No passado, os resíduos não eram considerados componentes do sistema produtivo, desta forma acabaram tornando-se uma importante fonte de poluição, principalmente quando despejados diretamente nos corpos d’água. Com o passar do tempo, os produtores passaram a reconhecer a importância de tratar ou, pelo menos, armazenar os dejetos produzidos para posterior uso como adubo orgânico em áreas agrícolas, pois, segundo a Unfccc (2006), 20% das emissões de metano e dióxido de carbono ocorrem devido às diversas atividades agrícolas, dentre estas, o manejo correto dos dejetos pode trazer benefícios, tanto para o meio ambiente como para melhorar a renda das unidades produtoras de animais. Nesses dejetos, além das dejeções, são encontrados penas, ovos quebrados, restos de ração, larvas de moscas; além de corpos estranhos tais como, pregos, pedaços de arame, madeira dentre outros (Oliveira, 1991). As excretas produzidas pelas aves possuem alto teor de N, suficiente para fertilizar grande parte das áreas de cereais, a um nível de 90 Kg de N/ha. O nível de P e K contido nas excretas é suficiente para suprir a necessidade de cereais como o milho, por exemplo, segundo considerações de Souza (2001). Com base no descrito este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar as concentrações de sólidos totais (ST), sólidos voláteis (SV), matéria mineral (MM) e umidade (U) dos dejetos de poedeiras acumulados por 1, 2, 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63 e 70 dias. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Manejo de Resíduos Agropecuários, a partir dos dejetos coletados no Setor de Aves de Postura, sendo ambos pertencentes à Faculdade de Ciências Agrárias- FCA da Universidade Federal da Grande Dourados-MS. Para a produção de dejetos foram alojadas 600 aves de linhagem Isa Brown em uma área de 40m² e produção média de 540 ovos/dia, se estimando assim um percentual de produção de 90%. A dieta ofertada foi balanceada para atender as exigências das aves e apresentou na composição: farelo de soja, farelo de carne, calcário, núcleo e sal. O dejeto acumulado de acordo com os períodos descritos foi coletado manualmente, sendo utilizado para amostragem todo o perfil contido na altura de empilhamento de material. Depois da coleta, o material foi homogeneizado e encaminhado ao laboratório para execução das análises. Para determinação dos teores de ST, as amostras dos dejetos foram acondicionadas em bandejas previamente taradas e pesadas para obtenção do peso úmido (Pu) do material, posteriormente foram levadas à estufa com circulação forçada de ar, à temperatura de 105ºC obtendo-se então o peso seco (Ps), conforme metodologia descrita pela Apha (2005). A diferença entre o Pu e o Ps correspondem aos percentuais de U de cada período. Os teores de SV foram determinados conforme metodologia descrita pela Apha (2005), onde o material já seco em estufa, foi levado à mufla e mantido a uma temperatura de 575ºC por um período de 2 horas, obtendo-se o peso das cinzas ou matéria mineral, determinando-se por diferença a quantidade de SV amostral. MATERIAL E MÉTODOS INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO Caracterização físico-química de dejetos de poedeiras acumulados por diferentes períodos CONCLUSÕES O período de estocagem mostrou-se benéfico para redução de SV e acúmulo de matéria mineral durante todo o período de avaliação, reduzindo seu potencial poluidor e tornando o resíduo melhor aproveitável para sua utilização posterior como fonte de nutrientes ao solo. PERÍODOS (%) 1 2 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 ST 23,5 19,5 17,2 20,2 21,3 26,8 23,4 24,6 23,2 23,3 28,8 30,8 SV 76,4 77,4 70,3 65,6 68,4 63,5 61,7 62,0 63,2 62,4 63,5 58,1 MM 23,6 22,7 29,7 34,5 31,6 36,5 38,3 38,0 36,8 37,7 36,5 42,0 U 76,5 80,5 82,8 79,8 78,7 73,2 76,2 75,4 76,8 76,7 71,2 69,2 Tabela 1. Teores de ST e SV, MM e U dos dejetos de poedeiras acumulados por diferentes períodos, compreendidos entre 1 e 70 dias Figura 1. Concentrações de SV e MM (%) segundo os diferentes períodos de acúmulo dos dejetos de poedeiras.