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O Governo quer impor a mobilidade geográfica e sem         me chegou, para além dos limites que estão estabele-
     incentivos aos trabalhadores da Administração Públi-      cidos hoje para a mobilidade geral. Os trabalhadores
     ca.                                                       já hoje não podem recusar, desde que não implique
     A Renascença teve acesso ao documento enviado aos         mais de 8% de despesas de transporte, uma hora e
     sindicatos para discutir na reunião de sexta-feira e      meia ida-e-volta. Há trabalhadores que já têm de pa-
     nele o Executivo expressa a intenção de promover a        gar para ir trabalhar”, lamenta José Abraão.
     mobilidade interna na mesma categoria, pondo traba-       Mais preocupante ainda, diz o sindicalista, é a possi-
     lhadores nos serviços em que fazem falta, mesmo que       bilidade de o Governo revogar o diploma que prevê
     a sua localização esteja para além dos limites agora      incentivos para a mobilidade: “Se vamos colocar tra-
     definidos na lei, que são os do concelho de residên-       balhadores fora da sua região, fora do seu distrito,
     cia.                                                      então, os trabalhadores não têm condições para andar
     O texto refere também que o decreto-lei que define         com a casa às costas, muito menos quando o Governo
     os incentivos à mobilidade geográfica é revogado, ou       contempla revogar o diploma dos incentivos para esta
     seja, os trabalhadores terão de aceitar a transferên-     mobilidade, sem dizer, obviamente, que motivação
     cia, sem direito a subsídios de deslocação, residência    vai gerar nos trabalhadores para que possam fazer
     ou ajudas de custo.                                       essa mobilidade geográfica”.


07   Para José Abraão, dirigente do Sindicato dos Traba-
     lhadores da Administração Pública (SINTAP) este é o
     ponto mais preocupante do documento.
     “[A mobilidade] ser feita, segundo o documento que
                                                               O dirigente deste sindicato filiado na UGT diz que está
                                                               disponível para negociar com o Governo, mas sublinha
                                                               que a mobilidade geográfica tem que ser voluntária
                                                               ou, então, ser acompanhada por incentivos. “Para
                                                                           nós, é inaceitável que se diga a alguém
                                                                           que hoje trabalha na Guarda, que tem de
                                                                           ir trabalhar para Portalegre”, argumenta
                                                                           José Abraão.
                                                                           O documento do Governo refere também
                                                                           a eliminação de uma série de carreiras do
                                                                           regime especial. Os trabalhadores que as
                                                                           tinham passam para o regime geral. Além
                                                                           disso define a harmonização das condições
                                                                           entre o Contrato de Trabalho em Funções
                                                                           Públicas com o Código de Trabalho, nome-
                                                                           adamente, em questões como o banco de
                                                                           horas, trabalho extraordinário, em dia de
                                                                           folga ou feriados.
                                                                           A reunião com os sindicatos está marca-
                                                                           da para sexta--feira. Até ao fim do mês as
                                                                           organizações sindicais devem apresentar
                                                                           contra-propostas. Até 15 de Março o Exe-
                                                                           cutivo elabora um novo documento que
                                                                           será discutido uma semana depois.




                                                                                !
     O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas,
     pagou 12 mil euros por 100 edições de luxo do pro-
     grama do Governo, que vão ser para uso exclusivo do
     Executivo.
     De acordo com o diário “Público”, tratou-se de uma
     encomenda feita por ajuste directo a uma gráfica do
     Norte. Com o título “Compromisso para uma Nação
     Forte”, o livro reúne um balanço dos primeiros 100 dias
     do Executivo e o programa do Governo. Cada exemplar
     custou ao Estado 120 euros.
     A encomenda partiu do gabinete do ministro dos Assun-
     tos Parlamentares, que assumiu a despesa. O gabinete
     de Relvas confirmou a encomenda por ajuste directo
                                                                                                                             "#$




     depois de consulta a outras gráficas.


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  • 1. O Governo quer impor a mobilidade geográfica e sem me chegou, para além dos limites que estão estabele- incentivos aos trabalhadores da Administração Públi- cidos hoje para a mobilidade geral. Os trabalhadores ca. já hoje não podem recusar, desde que não implique A Renascença teve acesso ao documento enviado aos mais de 8% de despesas de transporte, uma hora e sindicatos para discutir na reunião de sexta-feira e meia ida-e-volta. Há trabalhadores que já têm de pa- nele o Executivo expressa a intenção de promover a gar para ir trabalhar”, lamenta José Abraão. mobilidade interna na mesma categoria, pondo traba- Mais preocupante ainda, diz o sindicalista, é a possi- lhadores nos serviços em que fazem falta, mesmo que bilidade de o Governo revogar o diploma que prevê a sua localização esteja para além dos limites agora incentivos para a mobilidade: “Se vamos colocar tra- definidos na lei, que são os do concelho de residên- balhadores fora da sua região, fora do seu distrito, cia. então, os trabalhadores não têm condições para andar O texto refere também que o decreto-lei que define com a casa às costas, muito menos quando o Governo os incentivos à mobilidade geográfica é revogado, ou contempla revogar o diploma dos incentivos para esta seja, os trabalhadores terão de aceitar a transferên- mobilidade, sem dizer, obviamente, que motivação cia, sem direito a subsídios de deslocação, residência vai gerar nos trabalhadores para que possam fazer ou ajudas de custo. essa mobilidade geográfica”. 07 Para José Abraão, dirigente do Sindicato dos Traba- lhadores da Administração Pública (SINTAP) este é o ponto mais preocupante do documento. “[A mobilidade] ser feita, segundo o documento que O dirigente deste sindicato filiado na UGT diz que está disponível para negociar com o Governo, mas sublinha que a mobilidade geográfica tem que ser voluntária ou, então, ser acompanhada por incentivos. “Para nós, é inaceitável que se diga a alguém que hoje trabalha na Guarda, que tem de ir trabalhar para Portalegre”, argumenta José Abraão. O documento do Governo refere também a eliminação de uma série de carreiras do regime especial. Os trabalhadores que as tinham passam para o regime geral. Além disso define a harmonização das condições entre o Contrato de Trabalho em Funções Públicas com o Código de Trabalho, nome- adamente, em questões como o banco de horas, trabalho extraordinário, em dia de folga ou feriados. A reunião com os sindicatos está marca- da para sexta--feira. Até ao fim do mês as organizações sindicais devem apresentar contra-propostas. Até 15 de Março o Exe- cutivo elabora um novo documento que será discutido uma semana depois. ! O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, pagou 12 mil euros por 100 edições de luxo do pro- grama do Governo, que vão ser para uso exclusivo do Executivo. De acordo com o diário “Público”, tratou-se de uma encomenda feita por ajuste directo a uma gráfica do Norte. Com o título “Compromisso para uma Nação Forte”, o livro reúne um balanço dos primeiros 100 dias do Executivo e o programa do Governo. Cada exemplar custou ao Estado 120 euros. A encomenda partiu do gabinete do ministro dos Assun- tos Parlamentares, que assumiu a despesa. O gabinete de Relvas confirmou a encomenda por ajuste directo "#$ depois de consulta a outras gráficas. r/com renascença comunicação multimédia, 2012