SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Comunicação Organizacional
e Perspectivas Metateóricas:
Interfaces e possibilidades de diálogo no contexto das organizações
Por Marlene Marchiori
Equipe 3
Andrea Sousa
Catiane Mariete
Fernanda Malvar
Francisco Souza
Naiara Neri
Comunicação
Para Frey, Botan e Kreps (apud Morreale; Spitzberg; Barge, 2007, p. 5), comunicação é
o processo de gerenciar “mensagens e mídias com o propósito de criar significados”.
Para Morreale, Spitzberg e Barge (2007, p. 21), comunicação é um processo que se
desdobra ao longo do tempo e acaba por “criar nossos mundos sociais”.
Comunicação e Organizações
May e Mumby (2005, p. 5) alertam para o fato de pesquisadores, que estudavam
“comunicação e organizações”, passarem a examinar “como o processo comunicativo
constitui a organização”, ou seja, como um novo olhar possibilita ampliar horizontes de
análise e intensifica a visão da comunicação como aspecto constitutivo da cultura
organizacional, o que fortalece a visão de dependência entre comunicação e cultura
diante das perspectivas metateóricas.
Metateoria
É um processo que ocorre após uma
teoria ter sido criada e considera a teoria
recém-criada como objeto de estudo (Ritzer,
1991, p. 3)
Modelos de Comunicação
 Comunicação como transmissão de informação
 Comunicação como persuasão
 Comunicação como compartilhamento de significados
 Comunicação como comunidade
Comunicação e Cultura
Estão inerentemente ligadas à análise de processos e relacionamentos
Cultura Organizacional
Cultura é o resultado da interação social e é formada em comunicação. A
comunicação organizacional é provedora e disseminadora de conteúdos, os quais
desenvolvem os ambientes organizacionais. A interpretação desses ambientes é expressa
na realidade cultural de uma determinada organização, por meio de seus discursos e
relacionamentos.
Cultura e comunicação são provedoras de conhecimento e contribuem para novos
desafios no mundo organizacional.
Marchiori (2006), p. 87)
“É através da cultura e da
comunicação que as pessoas dão sentido
ao mundo em que vivem, atribuindo
significado para as experiências
organizacionais [...] o processo de cultura
é a construção de significados”.
Perspectivas Metateóricas
Possibilidades para análise das organizações em diferentes contextos
Perspectiva Funcionalista
 Considera a organização como uma entidade “única”, na qual os membros buscam
atingir objetivos e interesses comuns (Putnam, 1983);
 A organização é um sistema aberto que existe em um relacionamento instrumental
com o seu ambiente (Smircich, 1983);
 A visão management-oriented (McAuley; Duberley; Johnson, 2007, p. 20) domina esta
perspectiva, na qual as práticas gerenciais são estimuladas para que atinjam eficiência e
eficácia organizacional.
Morgan (apud Smircich, p. 223)
A perspectiva funcionalista tem sido
a criação e elaboração de uma
linguagem que gere e sustente “um
sistema de valores para o conhecimento
e gerenciamento da experiência
organizacional”.
Realidade Organizacional
Smircich, 1983
Entende que o fato de ver a cultura como
controlada ou gerenciada leva a ignorar que ele
surge espontaneamente do cotidiano de
interação social, já que as pessoas irão resistir
naturalmente às tentativas de gestão, de
manipulação desses processos.
Linstead e Grafton-Small (1992, p. 335)
Chamam a atenção para o entendimento das
pessoas na condição de “membros múltiplos”,
porque, ao participarem de outras instituições
culturais e sociais têm maior poder de
influenciar os valores da organização quando de
uma perspectiva funcionalista.
Perspectiva Interpretativa
 Tem relação direta com os seres humanos em sua condição de atores sociais
 A visão interpretativa possibilita conceber as organizações como sistemas de
construção social de significados compartilhados (Smircich, 1983, p. 221)
 No entender de Putnam (1983, p. 45), “organizações são relacionamentos sociais”.
Smircich, 1983, p. 225
A mudança torna-se grande à
medida que passa do estágio de
gerenciamento e controle para o de
observação de uma organização nos
aspectos de “interpretação e
conhecimento”.
Realidade Organizacional
McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 39)
Lembram que o conhecimento humano dá
forma a uma realidade socialmente construída,
sendo as versões mutáveis em decorrência das
circunstâncias sociais em que são produzidas.
Putnam (1983, p. 36)
Diz que a participação dos indivíduos na criação
dos seus próprios ambientes é característica
predominante, chegando a influenciar o
ambiente e a realidade organizacional.
Perspectiva Crítica
Busca revelar o ideológico subjacente a “estruturas, práticas e discursos que
mascaram” (Westwood; Clegg, 2003, p. 10), preocupando-se com o desenvolvimento das
organizações no sentido de preencher todas as potencialidades dos seus membros, como
seres humanos. Para isso, instiga as organizações a pensarem na arquitetura
organizacional, liderança e comunicação. Nisso, surgem e ressurgem conflitos, visto que as
estruturas de poder acabam sendo reveladas.
Deetz; Kersten, 1983
A visão crítica considera a
necessidade de maior equilíbrio nas
organizações, pois parte do pressuposto
de que há diferença, por exemplo, entre
gestores e funcionários, sendo o
ambiente organizacional caracterizado
por “dominação e opressão”.
Realidade Organizacional
McAuley, Duberley e Johnson (2007)
Os teóricos críticos revelam estruturas de
opressão e injustiça que ocorrem no âmbito das
organizações em sociedades capitalistas, sendo
fundamental possibilitar aos membros
organizacionais o fortalecimento dos seus
direitos democráticos e responsabilidades.
McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 26)
A “consciência crítica” acaba por conceber novas
formas de organizar, o que possibilita reduzir
formalmente o poder das pessoas. Por meio da
crítica, da reflexão, do debate e do
desenvolvimento de relações democráticas, o
status quo pode sofrer alterações.
Perspectiva Pós-Moderna
 A visão que se tem da organização pós-moderna é a da descentralização da
autoridade e dos relacionamentos nas unidades e entre as unidades, e de autonomia
localizada no processo de decisão do empregado (Taylor, 2005, p. 118/9)
 O poder da linguagem é ressaltado em inúmeros artigos dessa perspectiva
 “O que vemos [...] significa que aquilo que tomamos como conhecimento é construído
em e por meio da linguagem” (McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 252)
McAuley, Duberley e Johnson
(2007)
Não se pode presumir que não existe
tal coisa como razão pura; a linguagem
que utilizamos modela o que vemos e o
que sentimos; não existe tal coisa como
conhecimento puro; e precisamos
reconhecer que há diferentes visões de
qualquer situação e que devemos tentar
descobrir diferentes perspectivas.
Realidade Organizacional
Ackroyd e Fleetwood (2000)
O mundo social é fundamentalmente
construído pelas pessoas, sendo gerado nos
discursos. A linguagem que as pessoas utilizam
constituem a realidade, em vez de representa-
la. “Nossa criação subjetiva é externalizada e
percebida como se fosse independente de nós”
(McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 42).
McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 269)
A perspectiva pós-modernista modifica a visão
da cultura organizacional tanto na perspectiva
funcionalista quanto na interpretativa, pois
existe um reconhecimento de múltiplas
interpretações e uma complexidade de relações
entre os diferentes aspectos da cultura.
Considerações Finais
Perspectivas metateóricas no contexto das organizações
Palavras-chave
 Comunicação
 Organização
 Cultura
 Metateoria
 Construção
 Relacionamento
 Desenvolvimento humano
 Visão organizacional
 Realidade Organizacional
Comunicação produz
organização
Comunicação é fundamental para a vida
de uma organização, mas a natureza
simbólica dela reforça e traz sustentabilidade
ao empreendimento.
Referências Bibliográficas
 Interfaces e tendências da comunicação no contexto das organizações (EPÍLOGO)
Ivone de Lourdes Oliveira e Ana Thereza Nogueira Soares
Difusão Editora, Rio de Janeiro, 2011

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59
Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59
Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59Patricia Farias
 
La semana cultural grado 8 3 a
La semana cultural grado 8 3 aLa semana cultural grado 8 3 a
La semana cultural grado 8 3 aesteban2505
 
Registro de casamento realizado no exterior
Registro de casamento realizado no exteriorRegistro de casamento realizado no exterior
Registro de casamento realizado no exteriorLaerte J Silva
 
Alessandra neymar (mirame y dispara) - colapso - 3
Alessandra neymar   (mirame y dispara) - colapso - 3Alessandra neymar   (mirame y dispara) - colapso - 3
Alessandra neymar (mirame y dispara) - colapso - 3J Gustavo Marin
 
Homologação de diplomas
Homologação de diplomasHomologação de diplomas
Homologação de diplomasLaerte J Silva
 
Meu Cliente não permite DevOps. E agora?
Meu Cliente não permite DevOps. E agora?Meu Cliente não permite DevOps. E agora?
Meu Cliente não permite DevOps. E agora?Everton Tavares
 
Especialização vertical e horizontal
Especialização vertical e horizontalEspecialização vertical e horizontal
Especialização vertical e horizontalAndrea Sousa
 
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.Gliciane S. Aragão
 
Estruturas organizacionais
Estruturas organizacionaisEstruturas organizacionais
Estruturas organizacionaisRafael Evans
 

Destaque (13)

Currículo Lattes
Currículo LattesCurrículo Lattes
Currículo Lattes
 
Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59
Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59
Livro dos Espíritos Q.382 ESE cap. 28 item 59
 
2015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_9
2015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_92015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_9
2015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_9
 
La semana cultural grado 8 3 a
La semana cultural grado 8 3 aLa semana cultural grado 8 3 a
La semana cultural grado 8 3 a
 
Registro de casamento realizado no exterior
Registro de casamento realizado no exteriorRegistro de casamento realizado no exterior
Registro de casamento realizado no exterior
 
Alessandra neymar (mirame y dispara) - colapso - 3
Alessandra neymar   (mirame y dispara) - colapso - 3Alessandra neymar   (mirame y dispara) - colapso - 3
Alessandra neymar (mirame y dispara) - colapso - 3
 
Homologação de diplomas
Homologação de diplomasHomologação de diplomas
Homologação de diplomas
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Meu Cliente não permite DevOps. E agora?
Meu Cliente não permite DevOps. E agora?Meu Cliente não permite DevOps. E agora?
Meu Cliente não permite DevOps. E agora?
 
2015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_5
2015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_52015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_5
2015 17 03_[cur_cap]_certificacion_anclajes_5
 
Especialização vertical e horizontal
Especialização vertical e horizontalEspecialização vertical e horizontal
Especialização vertical e horizontal
 
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
Técnicas de diagnóstico psicopedagógico.
 
Estruturas organizacionais
Estruturas organizacionaisEstruturas organizacionais
Estruturas organizacionais
 

Semelhante a ComOrgPerspMet

Psicossociologia das organizações
Psicossociologia das organizaçõesPsicossociologia das organizações
Psicossociologia das organizaçõesArlindo Oliveira
 
Jealav 2014 presentación hebe monica 05-12
Jealav 2014  presentación hebe monica 05-12Jealav 2014  presentación hebe monica 05-12
Jealav 2014 presentación hebe monica 05-12Hebe Gargiulo
 
JEALAV 2014 presentación 05-12-2014
JEALAV  2014  presentación  05-12-2014JEALAV  2014  presentación  05-12-2014
JEALAV 2014 presentación 05-12-2014Hebe Gargiulo
 
Rcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologia
Rcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologiaRcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologia
Rcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologiaGisa Carvalho
 
O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...
O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...
O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...Luiz Aquino
 
Tga teoria estruturalista
Tga teoria estruturalistaTga teoria estruturalista
Tga teoria estruturalistaEdivan Barreto
 
Grh e o compotamento organizacional
Grh e o compotamento organizacionalGrh e o compotamento organizacional
Grh e o compotamento organizacionalbeirario
 
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicação
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicaçãoEstereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicação
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicaçãoCassia Barbosa
 
Teria estruturalista1
Teria estruturalista1Teria estruturalista1
Teria estruturalista1JLMeneghetti
 
Teria estruturalista1
Teria estruturalista1Teria estruturalista1
Teria estruturalista1JLMeneghetti
 
Teria estruturalista2
Teria estruturalista2Teria estruturalista2
Teria estruturalista2JLMeneghetti
 
Especialização - Unisinos - 2012
Especialização - Unisinos - 2012Especialização - Unisinos - 2012
Especialização - Unisinos - 2012Augusto Parada
 
Cultura organizacional
Cultura organizacionalCultura organizacional
Cultura organizacionalpjordao0099
 
Aula 2 cibercultura: informação e conhecimento
Aula 2 cibercultura: informação e conhecimentoAula 2 cibercultura: informação e conhecimento
Aula 2 cibercultura: informação e conhecimentoCarlos Alves
 

Semelhante a ComOrgPerspMet (20)

IBGEN_aula1_setembro 2009
IBGEN_aula1_setembro 2009IBGEN_aula1_setembro 2009
IBGEN_aula1_setembro 2009
 
2442 8109-1-pb
2442 8109-1-pb2442 8109-1-pb
2442 8109-1-pb
 
Psicossociologia das organizações
Psicossociologia das organizaçõesPsicossociologia das organizações
Psicossociologia das organizações
 
Jealav 2014 presentación hebe monica 05-12
Jealav 2014  presentación hebe monica 05-12Jealav 2014  presentación hebe monica 05-12
Jealav 2014 presentación hebe monica 05-12
 
JEALAV 2014 presentación 05-12-2014
JEALAV  2014  presentación  05-12-2014JEALAV  2014  presentación  05-12-2014
JEALAV 2014 presentación 05-12-2014
 
Rcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologia
Rcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologiaRcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologia
Rcabecinhas paideia 2004.pdf artigo psicologia
 
Representações sociais da escola
Representações sociais da escolaRepresentações sociais da escola
Representações sociais da escola
 
O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...
O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...
O processo comunicacional na cultura organizacional e nas relações de trabalh...
 
Tga teoria estruturalista
Tga teoria estruturalistaTga teoria estruturalista
Tga teoria estruturalista
 
Grh e o compotamento organizacional
Grh e o compotamento organizacionalGrh e o compotamento organizacional
Grh e o compotamento organizacional
 
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicação
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicaçãoEstereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicação
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicação
 
Comunicacao e Complexidade
Comunicacao e ComplexidadeComunicacao e Complexidade
Comunicacao e Complexidade
 
Teria estruturalista1
Teria estruturalista1Teria estruturalista1
Teria estruturalista1
 
Teria estruturalista1
Teria estruturalista1Teria estruturalista1
Teria estruturalista1
 
Teria estruturalista2
Teria estruturalista2Teria estruturalista2
Teria estruturalista2
 
Especialização - Unisinos - 2012
Especialização - Unisinos - 2012Especialização - Unisinos - 2012
Especialização - Unisinos - 2012
 
Aprendizagem Colaborativa
Aprendizagem ColaborativaAprendizagem Colaborativa
Aprendizagem Colaborativa
 
3017 7177-1-pb
3017 7177-1-pb3017 7177-1-pb
3017 7177-1-pb
 
Cultura organizacional
Cultura organizacionalCultura organizacional
Cultura organizacional
 
Aula 2 cibercultura: informação e conhecimento
Aula 2 cibercultura: informação e conhecimentoAula 2 cibercultura: informação e conhecimento
Aula 2 cibercultura: informação e conhecimento
 

Mais de Andrea Sousa

Entendendo as perguntas
Entendendo as perguntasEntendendo as perguntas
Entendendo as perguntasAndrea Sousa
 
Mobilidade Urbana + Filme Inferno
Mobilidade Urbana + Filme InfernoMobilidade Urbana + Filme Inferno
Mobilidade Urbana + Filme InfernoAndrea Sousa
 
Discriminação Sexual
Discriminação SexualDiscriminação Sexual
Discriminação SexualAndrea Sousa
 
Cuidar do Corpo e da Alma
Cuidar do Corpo e da AlmaCuidar do Corpo e da Alma
Cuidar do Corpo e da AlmaAndrea Sousa
 

Mais de Andrea Sousa (8)

Entendendo as perguntas
Entendendo as perguntasEntendendo as perguntas
Entendendo as perguntas
 
Plano real
Plano realPlano real
Plano real
 
Mobilidade Urbana + Filme Inferno
Mobilidade Urbana + Filme InfernoMobilidade Urbana + Filme Inferno
Mobilidade Urbana + Filme Inferno
 
Discriminação Sexual
Discriminação SexualDiscriminação Sexual
Discriminação Sexual
 
Mobilidade urbana
Mobilidade urbanaMobilidade urbana
Mobilidade urbana
 
Era digital
Era digitalEra digital
Era digital
 
Cuidar do Corpo e da Alma
Cuidar do Corpo e da AlmaCuidar do Corpo e da Alma
Cuidar do Corpo e da Alma
 
O Corpo Fala
O Corpo FalaO Corpo Fala
O Corpo Fala
 

ComOrgPerspMet

  • 1. Comunicação Organizacional e Perspectivas Metateóricas: Interfaces e possibilidades de diálogo no contexto das organizações Por Marlene Marchiori
  • 2. Equipe 3 Andrea Sousa Catiane Mariete Fernanda Malvar Francisco Souza Naiara Neri
  • 3. Comunicação Para Frey, Botan e Kreps (apud Morreale; Spitzberg; Barge, 2007, p. 5), comunicação é o processo de gerenciar “mensagens e mídias com o propósito de criar significados”. Para Morreale, Spitzberg e Barge (2007, p. 21), comunicação é um processo que se desdobra ao longo do tempo e acaba por “criar nossos mundos sociais”.
  • 4. Comunicação e Organizações May e Mumby (2005, p. 5) alertam para o fato de pesquisadores, que estudavam “comunicação e organizações”, passarem a examinar “como o processo comunicativo constitui a organização”, ou seja, como um novo olhar possibilita ampliar horizontes de análise e intensifica a visão da comunicação como aspecto constitutivo da cultura organizacional, o que fortalece a visão de dependência entre comunicação e cultura diante das perspectivas metateóricas.
  • 5. Metateoria É um processo que ocorre após uma teoria ter sido criada e considera a teoria recém-criada como objeto de estudo (Ritzer, 1991, p. 3)
  • 6. Modelos de Comunicação  Comunicação como transmissão de informação  Comunicação como persuasão  Comunicação como compartilhamento de significados  Comunicação como comunidade
  • 7. Comunicação e Cultura Estão inerentemente ligadas à análise de processos e relacionamentos
  • 8. Cultura Organizacional Cultura é o resultado da interação social e é formada em comunicação. A comunicação organizacional é provedora e disseminadora de conteúdos, os quais desenvolvem os ambientes organizacionais. A interpretação desses ambientes é expressa na realidade cultural de uma determinada organização, por meio de seus discursos e relacionamentos. Cultura e comunicação são provedoras de conhecimento e contribuem para novos desafios no mundo organizacional.
  • 9. Marchiori (2006), p. 87) “É através da cultura e da comunicação que as pessoas dão sentido ao mundo em que vivem, atribuindo significado para as experiências organizacionais [...] o processo de cultura é a construção de significados”.
  • 10. Perspectivas Metateóricas Possibilidades para análise das organizações em diferentes contextos
  • 11. Perspectiva Funcionalista  Considera a organização como uma entidade “única”, na qual os membros buscam atingir objetivos e interesses comuns (Putnam, 1983);  A organização é um sistema aberto que existe em um relacionamento instrumental com o seu ambiente (Smircich, 1983);  A visão management-oriented (McAuley; Duberley; Johnson, 2007, p. 20) domina esta perspectiva, na qual as práticas gerenciais são estimuladas para que atinjam eficiência e eficácia organizacional.
  • 12. Morgan (apud Smircich, p. 223) A perspectiva funcionalista tem sido a criação e elaboração de uma linguagem que gere e sustente “um sistema de valores para o conhecimento e gerenciamento da experiência organizacional”.
  • 13. Realidade Organizacional Smircich, 1983 Entende que o fato de ver a cultura como controlada ou gerenciada leva a ignorar que ele surge espontaneamente do cotidiano de interação social, já que as pessoas irão resistir naturalmente às tentativas de gestão, de manipulação desses processos. Linstead e Grafton-Small (1992, p. 335) Chamam a atenção para o entendimento das pessoas na condição de “membros múltiplos”, porque, ao participarem de outras instituições culturais e sociais têm maior poder de influenciar os valores da organização quando de uma perspectiva funcionalista.
  • 14. Perspectiva Interpretativa  Tem relação direta com os seres humanos em sua condição de atores sociais  A visão interpretativa possibilita conceber as organizações como sistemas de construção social de significados compartilhados (Smircich, 1983, p. 221)  No entender de Putnam (1983, p. 45), “organizações são relacionamentos sociais”.
  • 15. Smircich, 1983, p. 225 A mudança torna-se grande à medida que passa do estágio de gerenciamento e controle para o de observação de uma organização nos aspectos de “interpretação e conhecimento”.
  • 16. Realidade Organizacional McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 39) Lembram que o conhecimento humano dá forma a uma realidade socialmente construída, sendo as versões mutáveis em decorrência das circunstâncias sociais em que são produzidas. Putnam (1983, p. 36) Diz que a participação dos indivíduos na criação dos seus próprios ambientes é característica predominante, chegando a influenciar o ambiente e a realidade organizacional.
  • 17. Perspectiva Crítica Busca revelar o ideológico subjacente a “estruturas, práticas e discursos que mascaram” (Westwood; Clegg, 2003, p. 10), preocupando-se com o desenvolvimento das organizações no sentido de preencher todas as potencialidades dos seus membros, como seres humanos. Para isso, instiga as organizações a pensarem na arquitetura organizacional, liderança e comunicação. Nisso, surgem e ressurgem conflitos, visto que as estruturas de poder acabam sendo reveladas.
  • 18. Deetz; Kersten, 1983 A visão crítica considera a necessidade de maior equilíbrio nas organizações, pois parte do pressuposto de que há diferença, por exemplo, entre gestores e funcionários, sendo o ambiente organizacional caracterizado por “dominação e opressão”.
  • 19. Realidade Organizacional McAuley, Duberley e Johnson (2007) Os teóricos críticos revelam estruturas de opressão e injustiça que ocorrem no âmbito das organizações em sociedades capitalistas, sendo fundamental possibilitar aos membros organizacionais o fortalecimento dos seus direitos democráticos e responsabilidades. McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 26) A “consciência crítica” acaba por conceber novas formas de organizar, o que possibilita reduzir formalmente o poder das pessoas. Por meio da crítica, da reflexão, do debate e do desenvolvimento de relações democráticas, o status quo pode sofrer alterações.
  • 20. Perspectiva Pós-Moderna  A visão que se tem da organização pós-moderna é a da descentralização da autoridade e dos relacionamentos nas unidades e entre as unidades, e de autonomia localizada no processo de decisão do empregado (Taylor, 2005, p. 118/9)  O poder da linguagem é ressaltado em inúmeros artigos dessa perspectiva  “O que vemos [...] significa que aquilo que tomamos como conhecimento é construído em e por meio da linguagem” (McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 252)
  • 21. McAuley, Duberley e Johnson (2007) Não se pode presumir que não existe tal coisa como razão pura; a linguagem que utilizamos modela o que vemos e o que sentimos; não existe tal coisa como conhecimento puro; e precisamos reconhecer que há diferentes visões de qualquer situação e que devemos tentar descobrir diferentes perspectivas.
  • 22. Realidade Organizacional Ackroyd e Fleetwood (2000) O mundo social é fundamentalmente construído pelas pessoas, sendo gerado nos discursos. A linguagem que as pessoas utilizam constituem a realidade, em vez de representa- la. “Nossa criação subjetiva é externalizada e percebida como se fosse independente de nós” (McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 42). McAuley, Duberley e Johnson (2007, p. 269) A perspectiva pós-modernista modifica a visão da cultura organizacional tanto na perspectiva funcionalista quanto na interpretativa, pois existe um reconhecimento de múltiplas interpretações e uma complexidade de relações entre os diferentes aspectos da cultura.
  • 23. Considerações Finais Perspectivas metateóricas no contexto das organizações
  • 24. Palavras-chave  Comunicação  Organização  Cultura  Metateoria  Construção  Relacionamento  Desenvolvimento humano  Visão organizacional  Realidade Organizacional
  • 25. Comunicação produz organização Comunicação é fundamental para a vida de uma organização, mas a natureza simbólica dela reforça e traz sustentabilidade ao empreendimento.
  • 26. Referências Bibliográficas  Interfaces e tendências da comunicação no contexto das organizações (EPÍLOGO) Ivone de Lourdes Oliveira e Ana Thereza Nogueira Soares Difusão Editora, Rio de Janeiro, 2011