1. O SÉTIMO SELO-FILME
Ingmar Bergmann
“Os sete selos do Apocalipse”
“Todos os dias são iguais; não há nada de diferente”.
“A fé é uma aflição dolorosa”. “O amor nada mais é do que uma luxúria”.
“Nunca vou ter respostas”- pelo fato de questionar.
“Deus está em algum lugar, deve estar”.
“ Que seria do homem sem a fantasia”?
Sagrada família.
Comentário do filme: O Sétimo Selo (1957).
Bergmann utiliza-se de elementos da cultura medieval, para falar de suas
angustias, recalques, problemas o pai dele, etc.
O filme trata também das questões do pós-guerra como também das dificuldades
que as pessoas estavam enfrentando naquele momento; os desafios que estavam tendo
que enfrentar... as angustias, conflitos,etc.
Outro aspecto interessante do filme é a viagem: começa no mar e, o filme
termina no mar.
A morte também, é outra realidade que está muito presente no filme.
Jogo de xadrez: jogo do poder, jogo da morte: ninguém quer perder.
-“Pintor da morte”: dança macabra.
-Jogar xadrez: tentativa de ludibriar a morte.
Sagrada família: é única que salva; com a simplicidade e a ingenuidade
sobressai.
Na idade média, a ideia é de realização da paz e não de organização como nós
pensamos hoje.
2. Floresta: lugar do medo da insegurança, do conflito; o chapeuzinho vermelho foi
atacado na floresta.
(Google.com. br pesquisado em 28/09/2013): “Ernest Ingmar Bergmann foi
dramaturgo e cineasta sueco. Estudou na universidade de Estolcomo, onde se interessou
por teatro e, mais tarde, por cinema. Iniciou a carreira em 1941 escrevendo a peça
teatral “morte de Kasper”.
Nascimento: 14/07/1918- Uppsala, Suécia. Falecimento: 30/07/2007-Faro,
Suécia.Filhos: Linn Ullmann, Anna Bergmann, Eva Bergmann, Daniel Bergmann, Mets
Bergmann, Lena Bergmann, Maria Von Rosen, Jean Bergmann e Ingmar Bergmann
Júnior.
Prêmios: Palma de Ouro, oscar de melhor filme estrangeiro, Urso de Ouro, etc.
Indicações: oscar de melhor filme, Oscar de melhor diretor, etc. Filmes: vários.
“O Sétimo Selo” (1957)- Bergmann ambienta uma história no século XIV, para
obviamente falar do tempo nuclear do pós-guerra. O mundo visto pelo cavaleiro,
interpretado por Marx Von Sydow é um tema devastado pela peste, pela intolerância
religiosa. Um mundo obscuro, no qual a luz vê apenas de uma humilde família de saltin
bancos, como a dizer que a redenção (se alguma é possível), só virá através da arte. Mas
a morte é o limite implacável e ela joga seu xadrez com o cavaleiro, que luta no partida
perdida de antemão. Política e metafísica, aqui, comparecem e interagem.
Ele fez outros filmes: Mônica e o desejo (1952), Morangos Silvestres (1957), O
silêncio (1962), Persona (1966), Gritos de sussurros (1978), Fanny e Alexander (1982) e
Sarabend (2003) (Google, 28/09/2013).Também a enciclopédia La russ cultural v.4,
p.79, Abril Cultural, 1998 diz: “Ingmar Bergmann cineasta e diretor de teatro sueco
(Uppsala, 1918). Desenvolveu ao mesmo tempo duas atividades artísticas
complementares ( de um lado, a encenação de peças teatrais balés e óperas; de outro, a
realização de numerosos filmes para o cinema e televisão) tornou se um dos artistas
mais justamente respeitados de sua época. Sua obra cinematográfica aborda a angustia
do homem de temas como Deus, o bem e o mau e o sentido da vida e tece sutis
variações sobre a incomunicabilidade do casal humano. O estilo de Bergmann, de inicio
realista e depois alegórico, despojou-se progressivamente para tentar apreender o
3. essencial, sem com isso renunciar às pesquisas formais. Sem seus principais filmes
(...)”, já mencionou-se acima.
Crer-se que se faz interessante antes de refletir se e considerar-se algo sobre o
filme “ O Sétimo Selo” meditar-se algo sobre Ap 6,1-17; O capitulo seis inteiro
portanto.
Por que o cineasta não falou ou trabalhou um dos seis capítulos, ou seis selos
que o autor apocalíptico trata? Por que ele foi trabalhar o sétimo selo? “Um sétimo
selo”? Não se sabe; mais, pode se comentar alguma coisa dos seis selos, antes de se
falar do filme propriamente.
No texto bíblico Ap 6,1 diz: “Vi o cordeiro que abria os primeiros dos sete selos
estão no capitulo seis; e só no capitulo oito de Ap, é que o escritor bíblico vai tratar do
sétimo selo”! E, mais à frente em Ap 8,6 o evangelista João coloca “sete trombetas”, e
sete anjos se preparando para tocá- las.
Antes se comentar algo sobre os sete selos do Ap, deve se primeiro comentar
sobre o próprio livro do Apocalipse.
Este, segundo a tradição bíblica, foi escrito pelo evangelista João, que estava
preso na Ilha de Patmos, perseguido ele e, os cristãos pelos imperadores romanos. E, o
Apocalipse foi escrito para animar, encorajar, fortalecer e incentivar os cristãos a
continuarem na luta, pregando o evangelho e, não desistirem.
Quem le o Apocalipse, vai perceber que em todo ele,-do começo ao fim-, o
evangelista vai mostrar o cristo ressuscitado presente junto às comunidades cristãs e,
fortalecendo a esperança das mesma e de todos aqueles que forem (eram) fieis. Aos
infiéis, estão reservados o castigo, as penas. Na abertura dos selos, vê-se a recompensa
dos justos e as penas/castigos para os injustos. Os sete selos (fazendo uma interpretação
livre), pode se dizer que é também uma alusão às “sete pragas do Egito”, quando os
egípcios foram castigados (infiéis) e os hebreus (fieis) foram recompensados.
Mais, é bom que se veja a explicação literal do capitulo 6, que a própria Bíblia
(NT) “Bíblia do peregrino” traz;
Ap 6,1: “ A visão que corresponde aos sete selos está articulada numa primeira
serie de cavaleiros, mais duas cenas contrastadas. A visão correspondente ao sétimos
4. selo é adiada, dando lugar a uma pausa de proteção ( cap. 7)”. Aqui no capitulo 7, esta
pausa é para dizer quais são os que se salvam.E, no capitulo 8 é apresentado o sétimo
selo.Vê-se assim uma sequencia: sete selos, sete trombetas e, a interpretação livre, “sete
pragas do Egito”.
Os números impares para a tradição bíblica judaico-cristã, significa infinitude;
aqueles que forem castigados serão eternamente.
Vê-se como o evangelista coloca no trono Alguém assentado (Deus) e o
cordeiro (o Cristo), que estão sempre ao lado dos fieis. A Bíblia é um livro riquíssimo
no que se trata da questão da simbologia; e,naqueles livros de caráter apocalíptico, esses
símbolos se acentuam mais ficam mais fortes. É o caso do ultimo livro bíblico do qual
se está falando. Isto se concretiza na explicação literal do capitulo 8, 1-5 de Ap: “ o
sétimo selo cumpre três funções. Completa a liturgia celeste com o perfume das ações
(5,5), desencadeiam a conflagração à semelhança do incêndio de Jerusalém ( Ez 10,2) e
serve para ligar ao setinário dos selos e os setinários das trombetas (...) recorde se o
longo silencio expectante dos amigos de Jó, (JO 2,13)”.
Em 8,6 “A serie das trombetas tem uma articulação semelhante à dos selos”; e “
o material é tomado das pragas do Egito e de outros textos proféticos ou escatológicos,
e é submetido a uma elaboração fantástica, por vezes mais intelectual que realmente
imaginativa(...). O que afirmei anteriormente falando das sete pragas do Egito, que
estava fazendo uma interpretação livre, retiro. A explicação ultima, foi retirada de
explicações de rodapé na Bíblia do peregrino (NT).
Agora, vai se tentar falar um pouco do criador e da criatura: Bergmann e “O
Sétimo Selo”.
De acordo com o texto de MACEDO & MONGELI, “A idade média no
cinema”, Bergmann foi criado de forma rígida, severa e sob opressora orientação
religiosa”(p.87 do texto); “filho de um pastor luterano que depois foi capelão na corte
sueca e de uma dona de casa, mulher forte e temperamental,com quem ele manteve
tempestuosa relação (...)”.
Por aqui já se percebe que foi uma criança extremamente reprimida, teve uma
infância difícil, e, isso, de certa forma, influenciou toda a vida dele. O filme, deixa
muito bem, isto transparecer, seus conflitos, suas angustias; embora não trate só disso.
5. Muitos pensadores tiveram problemas com os pais na infância: Freud,
Kikegaard, e muitos outros. No caso de Freud, na biografia dele, o mesmo relata que o
pai era uma pessoa “sem pulso”, isto é, uma pessoa que não reagia diante das
adversidades da vida; ele admirava muito a mãe, Ana Bernays.
Mais, o mesmo criador da psicanálise, mais tarde vai analisar estas questões com
mais profundidade e, vai dizer que essas pessoas geniais, que se sobressaíram no campo
da artes, é porque elas sublimaram o seus conflitos e dores; assim, pode se dizer que
Bergmann é uma dessas figuras. Ele mesmo deixa isso transparecer quando afirma: “ De
repente percebi que a maioria dos meus filmes foram concebidos nas profundezas da
minha alma, em meu coração, meu cérebro, meus nervos,meu sexo, não menos em
minhas entranhas. Um obscuro desejo gerou-os. Outro desejo, que talvez possa ser
chamado ‘de trazer do artífice’”,conduzi os àquele passo mais adiante, de onde foram
exibidos ao mundo (...). “A verdade é que estou para sempre vivendo em minha
infância” (...) e “para certas pessoas, expressar se implica escrever livros, escalar
montanhas, espancar crianças ou dançar samba. Eu me expresso fazendo filmes”(p.83
do texto).
O filme, “O Sétimo Selo”, dura em média 1 hora e 40 minutos; é branco e preto,
lento, de um modo geral, chega ser até cansativo. Não é um filme que dá prazer assistir,
não é um filme alegre. Trabalha o tempo todo com o imaginário; sobretudo, o
imaginário medieval.Aborda temas como: Deus, demônio, céu, inferno, alegria
(...)!Tristeza, dor, angustia, medo, insegurança, tentativa de escapar da morte, jogo de
xadrez! Quem de nós não queria escapar dela?! Retrata, portanto o desejo de vida
duradoura.
Mas, o filme não trata especificamente da idade média; esta, funciona como
“pano de fundo”.É produzido em 1957, doze anos após o termino da Segunda grande
Guerra (eu tinha 8 anos de idade). O cineasta aqui quis mostrar os medos, as incertezas,
inseguranças, as crises, os malefícios do durante do pós-guerra. A peste negra; quanta
gente não ficou arrebentada, com sequelas da guerra: traumas, viuvez, dores psíquicas,
doenças, pessoas mutiladas, física e psicologicamente.
Outro aspecto interessante do filme é: começa e termina na praia; quer nos falar
do ciclo da vida. Não tem escapatória: todos nascemos,crescemos e morreremos.
6. Pintor da morte: “dança macabra”; fala das inquietações do homem suas
angustias, medos e incertezas frente à morte. E, à vida também: quem tem certeza do
amanhã?
Na idade média, a ideia era de realização da paz e não organização como se
pensa hoje. Mas quem não imagina hoje, apesar de tudo, sabendo que a vida não é fácil,
com uma tranquilidade de vida, paz, aconchego no lar e vida calma, é o sonho que se
tem ou não? Mesmo se sabendo que este “ paraíso na terra”, não é real!
Floresta: aparece no filme; lugar de medo, de insegurança, perdição do homem
ingênuo; a mata não traz tranquilidade para ninguém. Aqui, não se trata não se está
falando de questões ecológicas, evidentemente. Não foi na mata que o lobo mal comeu o
chapeuzinho vermelho?
Para terminar, seria bom apresentar um pensamento do próprio Bergmann: “ Nós
artistas, representamos as coisas mais serias- a vida e a morte- mas é tudo um
jogo”(texto p.84).
Jogo , que nos acorda, recorda o livro, O Jogo das Contas de Vidro, de Hermann
Hessen, onde o autor trata da fragilidade/ seriedade da vida, das coisas do viver, em fim;
tudo é serio mais passa como as nuvens levadas pelo vento.
O filme não é prazeroso para se ver, mas faz nos pensar; e muito! No entanto,
“parece uma brincadeira” que faz a gente se inquietar.
REFERÊNCIAS:
Google.com.br pesquisado em 28/09/2013.
_____________________________pesquisado em 28/09/2013.
MACEDO, José Rivail& MONGELLI, Lenia Márcia. Ingmar Bergmann e o jogo da
morte In: A idade média no cinema. São Paulo, Ateliê Editorial, 2009.
SCHOKEL. Luis Alonso. Bíblia do Peregrino (NT). São Paulo, Paullus:2000.