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ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO
COMPUTACIONAL NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA
PILOTAGEM PROFISSIONAL DE AERONAVES
SEGALLA, Paulo Cesar1
MOCELIN, Márcia Regina²
RESUMO
A aviação tem movimentado o mundo e vem se tornando mais acessível às
pessoas. Um meio de transporte seguro que depende de muita capacitação de
todos os envolvidos, especialmente dos pilotos. Assim que estes iniciam sua a
formação acadêmica em um curso superior de pilotagem profissional, passando a
ter contato com uma vasta gama de assuntos pertinentes à atividade aérea que,
sem uma aplicação, tornam-se conteúdos absorvidos, mas não experimentados.
Para analisar a utilização da simulação computacional neste processo de
aprendizagem, foi realizada uma visita em um laboratório de voo virtual onde todo o
conteúdo recebido em sala de aula pode ser utilizado. A partir desta análise
conclui-se que esta ferramenta é fundamental para a preparação do profissional de
pilotagem, pois o prepara para exercer a atividade aérea e a manter-se atualizado
quando, já formado, manterá a habilitação através de treinamentos em simuladores
de voo, mais complexos e mais realistas, porém a experiência em simulação
computacional facilitará esta manutenção. A segurança do tráfego aéreo e todas as
suas implicações começa em um processo de aprendizagem que proporcione a
aquisição dos saberes e a experimentação de todas as possíveis situações
envolvidas na atividade aérea. Para que o transporte aéreo continue a ser o mais
seguro modal, os primeiros voos dos pilotos, ainda na formação acadêmica,
acontecendo em um laboratório, demonstram a importância desta ferramenta no
processo ensino-aprendizagem.
Palavras chave: Educação. Simulação. Aviação. Segurança.
1
PAULO CESAR SEGALLA - Aluno do Curso de Metodologia da Educação no Ensino
Superior - UNINTER (Centro Universitário Internacional Uninter); Fisioterapeuta (1996) -
Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Licenciado em Psicologia (1992) - Universidade Tuiuti do
Paraná (UTP)
² MÁRCIA REGINA MOCELIN – Doutora em Educação (2014) – Universidade Tuiuti do
Paraná (UTP); Mestre em Educação (2007) – Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Especialista em
Educação de Jovens e Adultos (1998) – IBPEX; Licenciada em Educação Artística/Música (1996) –
UFPR (Universidade Federal do Paraná); Licenciada em Pedagogia (2011 -2015) UNINTER (Centro
Universitário Internacional Uninter); Orientadora de TCC do Centro Universitário Internacional
Uninter.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a aviação está relacionada com o desenvolvimento social e
econômico das nações. Encurta distâncias, aproxima pessoas. Através do avião a
globalização se concretiza. A invenção de Santos Dumont foi muito além do que ele
mesmo sonhava. Quando o mais pesado que o ar, o 14-Bis decolou por meios
próprios e voou aproximadamente 60 metros a uma altura de 2 a 3 metros, no
Campo de Bagatelle, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906, decolou com ele a
possibilidade do homem ir muito além do que suas pernas ou rodas o levassem.
Oceanos e montanhas não eram obstáculos e as pessoas poderiam ir e vir com
muita rapidez e segurança. O transporte aéreo tornou-se fundamental para o
avanço dos países pois, além do transporte de passageiros, a aviação de carga
movimenta a economia.
O modal aéreo transporta, em média, 1,25 bilhão de passageiros ao ano
(DREIFUSS,1996, p. 136). No Brasil o transporte aéreo encontrou terreno fértil para
seu desenvolvimento. Devido ao seu tamanho e estrutura de povoamento criou-se
uma demanda de deslocamento em grandes distâncias (THÉRY,2003). O avião,
neste caso, flexibiliza os negócios e transporta o progresso. Este cenário
proporcionou o crescimento das companhias aéreas, que se estruturaram para
atender este mercado exigente e promissor. Assim também surgiram profissionais
ligados a esta atividade, os aeroviários, pessoal que fica em solo e atende os
passageiros e a carga. Os aeronautas, pessoal especializado na condução da
aeronave e na manutenção da segurança do voo e conforto dos passageiros,
atividade esta regulada pela Lei Federal nº 7.183 de 05 de abril de 1984. Conforme
o Art. 4º desta lei - “O aeronauta no exercício de função específica a bordo de
aeronave, de acordo com as prerrogativas da licença de que é titular, tem a
designação de tripulante. ” Uma tripulação de cabine de comando de um avião,
normalmente é composta pelo comandante e o co-piloto, precisa estar
adequadamente habilitada a conduzir uma aeronave mais pesada que o ar em
segurança de um ponto a outro de nosso planeta. Segundo THOMAS (2014), em
2014 ocorreram 27 milhões de voos no mundo e ocorreram no mesmo ano, 21
acidentes fatais. Isso demonstra que o transporte aéreo é o modal mais seguro.
Esta segurança começa no período de formação dos tripulantes, especialmente
aqueles que conduzirão as aeronaves. Existem duas fases importantes na
formação dos pilotos, uma teórica e outra prática (MARCON, 2010). A fase teórica
ocorre em sala de aula, com conteúdos relacionados com a atividade aérea, como
por exemplo: meteorologia, regulamentos de tráfego aéreo, navegação etc.
(MORENO, 2003). A fase prática ocorre em aeronaves de treinamento, com o
auxílio de um instrutor de voo habilitado. Com a intenção de aliar o conhecimento
teórico com o prático, é utilizado um laboratório de voo virtual de um Curso Superior
de Graduação em Tecnologia de Pilotagem Profissional de Aeronaves em uma
instituição particular de ensino, onde o piloto aluno tem a oportunidade de vivenciar
a experiência do voo em um ambiente seguro, com baixo custo. Neste ambiente ele
aplicará o conteúdo adquirido e será estimulado, por meio da simulação
computacional, colocando em prática todo o arsenal de conhecimento recebido em
sala de aula.
2 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Inicialmente vamos definir o que é simulação: Extraído do Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (FERREIRA,1975) Simulação: ato ou
efeito de simular, fingimento, disfarce, falsa aparência, imitação. A simulação pode
ser utilizada em várias áreas do conhecimento, com a finalidade de simular
situações próximas da realidade, em ambiente controlado, para avaliarmos
resultados, positivos ou não, do “experimento” (ABREU, RANGEL,1999). Pode-se
simular muitas situações, usando diversas ferramentas, inclusive a imaginação.
Esta ferramenta, ao ser associada a um computador passa a ser chamada de
simulação computacional que, como conceito, são técnicas aplicadas em
computadores com o propósito de imitar o mundo real (SHANNON,1975).
A simulação é efetiva e eficiente. Ela fornece meios para
experimentar condições críticas que, provavelmente, nunca serão
encontradas em voo, assim como uma oportunidade para qualificação
inicial e requalificação de pilotos (GARLAND, 1999, p. 358).
A utilização de uma plataforma de simulação computacional já é
largamente utilizada na aviação profissional, com o objetivo de manter as
tripulações treinadas e capacitadas, pois grande parte das simulações de situações
de emergências a bordo são treinadas em solo, com os simuladores de voo. Estes
equipamentos são homologados pela Agência Nacional de Aviação Civil seguindo
padrões internacionais. Os simuladores de voo são classificados conforme o nível
de realismo dos instrumentos e da sua estrutura. Os mais realistas, simulam os
movimentos da aeronave e são integralmente similares à aeronave, diferenciando
apenas o ambiente pressurizado. O piloto já formado pode acrescentar
conhecimento em uma área específica bem como obter uma habilitação para o tipo
de aeronave desejada sem precisar decolar. A legislação brasileira de qualificação
em vigor é a Instrução de Aviação Civil - IAC 61-1004, do antigo Departamento de
Aviação Civil (DAC), hoje Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), “Qualificação
de Dispositivos de Treinamento – Simuladores de Voo - Flight Simulator Training
Devices (FSTD)” e tem como base a “AC 61-136” Advisory Circular da Federal
Aviation Administration - USA (FAA). Os simuladores de voo são assim
classificados (ANAC,2010):
PCATD (Personal Computer based Aviation Training Device) – Representa
uma aeronave genérica, ou seja, não são dispositivos a serem usados para crédito
de horas de treinamento em voo para a obtenção de uma habilitação de tipo de
aeronave e somente conta créditos de horas de treinamento de voo por
instrumentos (IFR).
ATD (Aviation Training Device) – Subdividem-se em:
BATD (Basic ATD) – São dispositivos que representam uma aeronave
genérica.
AATD (Advanced ATD) – Estes dispositivos devem atender a todos os
requisitos exigidos para um BATD, e ainda cumprir alguns requisitos adicionais.
FSTD (Flight Simulation Training Device) – Subdivide-se em:
FTD (Flight Training Device) – pode representar uma aeronave genérica ou
ser específico para a obtenção de uma determinada habilitação de tipo de aeronave
e é classificado em níveis de 4 a 7, sendo este último o mais avançado.
FFS (Full Flight Simulator) – São os dispositivos mais avançados e
reproduzem um determinado tipo de aeronave. São classificados em níveis de “A” a
“D”, sendo este último o mais avançado, capaz de realizar todas as manobras e
procedimentos necessários à obtenção de uma habilitação de tipo, bem como os
voos de verificação de perícia.
(Fonte: ANAC, 2010)
Em todos os casos, a qualificação de dispositivos visa a atender
às necessidades do operador, em função da base de qualificação
empregada. Ainda que a base de qualificação mais moderna seja a mais
indicada, pode ser possível a utilização de bases de qualificação mais
antigas, desde que essa proposta seja fundamentada (ANAC, 2010).
O processo de aprendizagem no âmbito da formação do Curso Superior
de Graduação em Tecnologia de Pilotagem Profissional de Aeronaves utiliza uma
plataforma diferente do previsto na IAC 61-1004, não sendo utilizado o termo
“simulador de voo”, especificação esta já identificada e detalhada anteriormente.
Neste ambiente somente são utilizados os recursos vindos da sala de aula e
aplicados no laboratório de voo virtual. A complementação das instruções práticas,
chamadas de hora de voo, podem ser realizadas em escolas de aviação
homologadas pela ANAC ou dentro da própria instituição de ensino se ela possuir
as aeronaves de instrução e instrutores de voo devidamente habilitados. Enquanto
os dispositivos de treinamento citados na instrução de aviação civil podem até
contabilizar horas de voo, em condições de voo realizado somente com auxílio de
instrumentos (Voo IFR), as instruções no laboratório de voo virtual aplicam os
conceitos aprendidos em sala de aula e desenvolvidos através do programa Flight
Simulator, um software de computador, desenvolvido pela empresa Microsoft. As
horas voadas no laboratório de voo virtual não são contabilizadas para a instrução
prática. A aprendizagem em um laboratório é experiencial e busca capacitar o aluno
a executar as diversas funções a bordo de uma aeronave como todo o
gerenciamento da missão a cumprir.
2.1 A APRENDIZAGEM EXPERIENCIAL E A SIMULAÇÃO
Um dos grandes pensadores em educação, o psicólogo americano Carl
Rogers apresentou em seu livro “Liberdade para aprender” (ROGERS,1978) dois
aspectos da aprendizagem, uma onde apenas é imposto “uma tarefa” e o cérebro a
conclui e a outra onde a experiência associada aos aspectos intuitivos e
emocionais produzem uma aprendizagem experiencial, mais relevante e que forma
indivíduos mais confiantes e criativos. Conforme a visão do autor, na produção do
saber não há só a simples “absorção”, mas sim articulando-se com os interesses
pessoais para a produção do conhecimento. A aprendizagem em um ambiente de
simulação computacional proporciona esta experiência ao indivíduo levando-o a
aplicar virtualmente os conceitos adquiridos e produzindo um saber mais completo
e significativo. O psicólogo diz que:
A tendência para um tipo mais experiencial de aprendizagem
evidencia-se no uso crescente da simulação como expediente a ser
utilizado em sala de aula [...] um “laboratório”, no qual uma ampla
variedade de situações [...]pode ser reproduzida. (ROGERS, 1978, p. 140).
Ainda seguindo o pensamento do psicólogo americano, ele acredita que
devesse buscar sempre a aprendizagem experiencial pois os indivíduos aprendem
muito mais quando identificam que o conteúdo é necessário.
Outro psicólogo, também americano, que teve suas ideias associadas à simulação
computacional e aprendizagem experiencial foi David A. Kolb. Ele acredita que
encontramos a raiz do desenvolvimento nos métodos de aprendizagem e que este
processo é ininterrupto ao longo da vida da pessoa. Este aprendizado ocorre pela
compreensão da experiência e, portanto, de sua transformação. O indivíduo traz
consigo conteúdos oriundos de seu meio e “o conhecimento, que é social, não
existe somente em livros, fórmulas matemáticas ou sistemas filosóficos; requer
aprendizagem interativa para interpretar e elaborar estes símbolos”. (Kolb, 1984, p.
122). Dentro desse processo existem quatro estágios do ciclo de aprendizagem
experiencial: experiência concreta, observação reflexiva, conceitualização abstrata
e experimentação ativa. Estes ciclos se completam e levam o indivíduo a ter uma
experiência real do saber. Além destes estágios, também são apresentados estilos
de aprendizagem: divergência, assimilação, convergência e acomodação.
Conforme Pimentel (2007), a figura 1 representa o ciclo da
aprendizagem experiencial, que possui as seguintes características:
Figura 1.Diagrama adaptado do original por PIMENTEL (2007), elaborado por KOLB (1984, p. 42).
Do centro para o exterior, as setas entrecruzadas indicam as
duas dimensões que unem ação prática e teorização (relação entre
desenvolvimento e aprendizagem); as inscrições côncava/convexa e
verticalizadas referem-se aos sistemas de pensamento; nas molduras
retangulares identificam-se as quatro facetas do desenvolvimento e, por
fim, nas molduras ovaladas estão indicadas as quatro modalidades de
aprendizagem (PIMENTEL, 2007, p. 73).
Para os fins desta análise da aplicação da simulação computacional
torna-se desnecessário abordar cada um dos estilos citados, pois o objetivo da
pesquisa é estabelecer uma relação entre simulação computacional e a
capacitação de pilotos. A intenção da análise está na maneira como o aprendizado
ocorre e na influência desta aprendizagem na formação deles. Principalmente na
percepção da aprendizagem experiencial que também é definida por PIMENTEL
(2007):
A aprendizagem experiencial parte da seguinte premissa: todo
desenvolvimento profissional prospectivo decorre da aprendizagem atual,
assim como o desenvolvimento já constituído é imprescindível para o
aprendizado. Aprender pela experiência não significa que qualquer
vivência redunda em aprendizagem. Esta aprendizagem é, sobretudo,
mental. Assim sendo, apropriar (tornar próprios) os saberes procedentes
da experiência demanda processos contínuos de ação e reflexão.
(PIMENTEL, 2007, p. 83).
O autor americano Clark Aldrich, estudioso e criador de simuladores e
dos chamados jogos sérios, tem defendido a ideia de que a simulação
computacional pode ajudar em todos os níveis do aprendizado, produzindo
inclusive competências específicas (ALDRICH, 2009). A atividade aérea requer
conhecimento, agilidade e capacidade de decisão, competências que são
estimuladas em um laboratório de voo virtual.
2.2 METODOLOGIA
Para conseguirmos analisar a aplicação da simulação computacional no
processo de aprendizagem da pilotagem profissional de aeronaves, foi observado o
funcionamento de um laboratório de voo virtual de uma instituição particular de
ensino com um Curso Superior de Graduação em Tecnologia de Pilotagem
Profissional de Aeronaves. O laboratório é composto de um parque computacional
com 28 equipamentos, todos utilizando o sistema operacional Windows 7
Professional, em cada máquina há o programa produzido pela Microsoft chamado
“Flight Simulator X Service Pack 2 Deluxe”. Possui 10 bancadas, chamadas de
cabine, com dois computadores e demais periféricos (incluindo joystick) em cada
uma. Estas cabines são simulações de aeronaves de uma companhia aérea virtual
e fictícia, a Táxi Aéreo Santos Dumont. Há também 3 bancadas para a posição de
controle de tráfego aéreo com 1 máquina em cada. Existem mais 3 máquinas da
administração do laboratório sendo 1 como servidor e mais 2 para os instrutores.
Sobre cada bancada para os alunos há um livro de bordo da aeronave simulada
naquela cabine. Ao chegar, o aluno recebe o “Briefing da Missão” impresso, nele
estão todas as informações sobre a missão a realizar durante a aula. O
conhecimento prévio recebido em sala de aula permite que o aluno possa
compreender os termos técnicos contidos nele. Todos os alunos são
acompanhados por monitores com larga experiência em voo. Os dados do voo são
registrados, posteriormente podem ser acessados para avaliação do aluno.
As matérias teóricas do Curso Superior de Graduação em Tecnologia de
Pilotagem Profissional de Aeronaves que são aplicadas no laboratório de voo virtual
são as seguintes:
 Segurança de Voo
 Gerenciamento de Segurança
 Segurança da Aviação Civil contra atos de interferência Ilícita
 Conhecimentos Técnicos de Aeronaves
 Sistemas de Aeronaves
 Estruturas de Aeronaves
 Aviônica e Automação de Aeronaves
 Estrutura de Operações e Manutenção
 Manutenção de Aeronaves
 Meteorologia
 Espaço Geográfico e Meteorologia
 Geografia Aplicada
 Performance, Peso e Balanceamento
 Regulamentos de Tráfego Aéreo
 Tráfego Aéreo Internacional
 Fraseologia e Tráfego Aéreo Internacional
 Fraseologia Aeronáutica Internacional
 Fraseologia Aeronáutica Nacional
 Comunicação Aeronáutica
 Navegação Aérea
 Legislação Aeronáutica
 Planejamento do Transporte Aéreo
 Organização do Transporte Aéreo
 Sistema de Gestão de Segurança Operacional
 Gestão de Empresa aérea
 Administração aplicada à Empresa Aérea
A atividade no laboratório de voo virtual alcança muito mais áreas que o
próprio voo em si. A atividade profissional de pilotagem é, na verdade, uma ação
coordenada, exige do piloto atenção e conhecimento e que deve ser muito bem
planejada e executada. Assim, desde o início do processo de aprendizagem, a
segurança da atividade aérea está assegurada.
A metodologia utilizada para analisarmos esses aspectos foi a
abordagem de estudo de caso descritivo (Yin, 2001), conhecido método que,
através da observação de um ambiente específico, em uma área específica, com
coleta de dados deste ambiente, proporciona uma visão sobre os acontecimentos e
permite uma pesquisa empírica que acaba produzindo teor científico.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar a utilização de um laboratório de voo virtual em uma instituição
de ensino superior com um curso superior de graduação em tecnologia de
pilotagem profissional de aeronaves, verificou-se a correta aplicação deste meio de
aprendizagem. O desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem tornou-se
relevante ao utilizar-se a simulação computacional, pois os muitos procedimentos
oferecidos aos alunos no laboratório proporcionam a experiência de atuar
profissionalmente como piloto, realizando todo o planejamento da missão recebida,
com detalhes técnicos importantes como autonomia de voo, peso, balanceamento
da aeronave, procedimentos de saída e entrada nas áreas terminais das grandes
cidades, a correta aplicação dos regulamentos de tráfego aéreo, o uso adequado e
inteligível da fraseologia padrão na comunicação via rádio com os órgãos de
controle e o gerenciamento de todo o processo envolvido no voo.
Ao ingressar na parte prática do aprendizado da pilotagem (MARCON,
2010), o aluno egresso do laboratório de voo virtual já está ambientado com os
procedimentos que deverá conduzir, uma vez que já os treinou em ambiente seguro
e controlado.
O grande investimento da instituição de ensino aplicado no laboratório de
voo virtual visitado, contribuiu na formação acadêmica com qualidade, levando o
aluno a se apropriar dos saberes e os aplicar integralmente na profissão escolhida.
As instituições de ensino que desejam dar qualidade aos seus cursos técnicos de
formação de pilotos devem seguir este padrão apresentado pois ele demonstra que
um laboratório de voo virtual produzido com qualidade e competência proporciona
uma aviação mais segura. Assim como a águia ensina seus filhotes aos primeiros
movimentos para o voo, os alunos aprendem seus primeiros movimentos no
laboratório, depois é só voar.
REFERÊNCIAS
ABREU A. M. M. E; RANGEL J.J. de A. Simulação Computacional – Uma
Abordagem Introdutória. Disponível em
<http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/1809-
2667.19990005/162> acesso em 05 de março de 2015
ALDRICH, Clark. Learning Online with Games, Simulations, and Virtual Worlds:
Strategies for Online Instruction. Jossey-Bass: San Francisco. 134 páginas.2009
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil - Simuladores de Voo (FSTD) -
Qualificação de Dispositivos de Treinamento - Simuladores de Voo (FSTD)
publicado em 01/10/2010. Disponível
em:<http://www2.anac.gov.br/simulador/qualificacao.asp> acesso em 06 de março
de 2015.
DREIFUSS, R. A. A época das perplexidades: mundialização, globalização e
planetarização: novos desafios. Petrópolis: Vozes, 1996.
FERREIRA, Aurélio B. Hollanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
KOLB. D. Experiential learning. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall,
1984.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3
ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991.
MARCON A. Estudo comparativo dos currículos acadêmicos dos cursos de
formação de pilotos profissionais de aeronaves. 2010. 26f. Trabalho de
Conclusão de Curso Superior de Pilotagem Profissional de Aeronaves - Faculdade
de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná; Curitiba,2010.
PIMENTEL, A. A teoria da aprendizagem experiencial como alicerce de
estudos sobre desenvolvimento profissional. Natal, 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
294X2007000200008 &lng=pt&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 11 de março de
2015.
SANTOS, Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol; MOLINA, Nilcemara Leal; DIAS,
Vanda Fattori. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos.
Curitiba: Ibpex, 2007.
SHANNON, R. E. Systems simulation: the art and science. Englewood Cliffs:
PrenticeHall, [s. n.], 1975.
THÉRY, H. O transporte aéreo no Brasil: asas da centralidade. Revista de
Geografia da UFC, Fortaleza, v.2, p. 19-29, 2003.
THOMAS, G. Is it still safe to fly? Disponível em
<http://www.airlineratings.com/news/458/is-it-still-safe-to-fly> Acesso em 25 de
março de 2015.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos I Robert K. Yin; trad. Daniel
Grassi - 2ª edição – Porto Alegre: Bookman, 2001.

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Simulação computacional no aprendizado de pilotagem

  • 1. ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA PILOTAGEM PROFISSIONAL DE AERONAVES SEGALLA, Paulo Cesar1 MOCELIN, Márcia Regina² RESUMO A aviação tem movimentado o mundo e vem se tornando mais acessível às pessoas. Um meio de transporte seguro que depende de muita capacitação de todos os envolvidos, especialmente dos pilotos. Assim que estes iniciam sua a formação acadêmica em um curso superior de pilotagem profissional, passando a ter contato com uma vasta gama de assuntos pertinentes à atividade aérea que, sem uma aplicação, tornam-se conteúdos absorvidos, mas não experimentados. Para analisar a utilização da simulação computacional neste processo de aprendizagem, foi realizada uma visita em um laboratório de voo virtual onde todo o conteúdo recebido em sala de aula pode ser utilizado. A partir desta análise conclui-se que esta ferramenta é fundamental para a preparação do profissional de pilotagem, pois o prepara para exercer a atividade aérea e a manter-se atualizado quando, já formado, manterá a habilitação através de treinamentos em simuladores de voo, mais complexos e mais realistas, porém a experiência em simulação computacional facilitará esta manutenção. A segurança do tráfego aéreo e todas as suas implicações começa em um processo de aprendizagem que proporcione a aquisição dos saberes e a experimentação de todas as possíveis situações envolvidas na atividade aérea. Para que o transporte aéreo continue a ser o mais seguro modal, os primeiros voos dos pilotos, ainda na formação acadêmica, acontecendo em um laboratório, demonstram a importância desta ferramenta no processo ensino-aprendizagem. Palavras chave: Educação. Simulação. Aviação. Segurança. 1 PAULO CESAR SEGALLA - Aluno do Curso de Metodologia da Educação no Ensino Superior - UNINTER (Centro Universitário Internacional Uninter); Fisioterapeuta (1996) - Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Licenciado em Psicologia (1992) - Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) ² MÁRCIA REGINA MOCELIN – Doutora em Educação (2014) – Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Mestre em Educação (2007) – Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Especialista em Educação de Jovens e Adultos (1998) – IBPEX; Licenciada em Educação Artística/Música (1996) – UFPR (Universidade Federal do Paraná); Licenciada em Pedagogia (2011 -2015) UNINTER (Centro Universitário Internacional Uninter); Orientadora de TCC do Centro Universitário Internacional Uninter.
  • 2. 1 INTRODUÇÃO Atualmente a aviação está relacionada com o desenvolvimento social e econômico das nações. Encurta distâncias, aproxima pessoas. Através do avião a globalização se concretiza. A invenção de Santos Dumont foi muito além do que ele mesmo sonhava. Quando o mais pesado que o ar, o 14-Bis decolou por meios próprios e voou aproximadamente 60 metros a uma altura de 2 a 3 metros, no Campo de Bagatelle, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906, decolou com ele a possibilidade do homem ir muito além do que suas pernas ou rodas o levassem. Oceanos e montanhas não eram obstáculos e as pessoas poderiam ir e vir com muita rapidez e segurança. O transporte aéreo tornou-se fundamental para o avanço dos países pois, além do transporte de passageiros, a aviação de carga movimenta a economia. O modal aéreo transporta, em média, 1,25 bilhão de passageiros ao ano (DREIFUSS,1996, p. 136). No Brasil o transporte aéreo encontrou terreno fértil para seu desenvolvimento. Devido ao seu tamanho e estrutura de povoamento criou-se uma demanda de deslocamento em grandes distâncias (THÉRY,2003). O avião, neste caso, flexibiliza os negócios e transporta o progresso. Este cenário proporcionou o crescimento das companhias aéreas, que se estruturaram para atender este mercado exigente e promissor. Assim também surgiram profissionais ligados a esta atividade, os aeroviários, pessoal que fica em solo e atende os passageiros e a carga. Os aeronautas, pessoal especializado na condução da aeronave e na manutenção da segurança do voo e conforto dos passageiros, atividade esta regulada pela Lei Federal nº 7.183 de 05 de abril de 1984. Conforme o Art. 4º desta lei - “O aeronauta no exercício de função específica a bordo de aeronave, de acordo com as prerrogativas da licença de que é titular, tem a designação de tripulante. ” Uma tripulação de cabine de comando de um avião, normalmente é composta pelo comandante e o co-piloto, precisa estar adequadamente habilitada a conduzir uma aeronave mais pesada que o ar em segurança de um ponto a outro de nosso planeta. Segundo THOMAS (2014), em 2014 ocorreram 27 milhões de voos no mundo e ocorreram no mesmo ano, 21 acidentes fatais. Isso demonstra que o transporte aéreo é o modal mais seguro.
  • 3. Esta segurança começa no período de formação dos tripulantes, especialmente aqueles que conduzirão as aeronaves. Existem duas fases importantes na formação dos pilotos, uma teórica e outra prática (MARCON, 2010). A fase teórica ocorre em sala de aula, com conteúdos relacionados com a atividade aérea, como por exemplo: meteorologia, regulamentos de tráfego aéreo, navegação etc. (MORENO, 2003). A fase prática ocorre em aeronaves de treinamento, com o auxílio de um instrutor de voo habilitado. Com a intenção de aliar o conhecimento teórico com o prático, é utilizado um laboratório de voo virtual de um Curso Superior de Graduação em Tecnologia de Pilotagem Profissional de Aeronaves em uma instituição particular de ensino, onde o piloto aluno tem a oportunidade de vivenciar a experiência do voo em um ambiente seguro, com baixo custo. Neste ambiente ele aplicará o conteúdo adquirido e será estimulado, por meio da simulação computacional, colocando em prática todo o arsenal de conhecimento recebido em sala de aula. 2 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL Inicialmente vamos definir o que é simulação: Extraído do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (FERREIRA,1975) Simulação: ato ou efeito de simular, fingimento, disfarce, falsa aparência, imitação. A simulação pode ser utilizada em várias áreas do conhecimento, com a finalidade de simular situações próximas da realidade, em ambiente controlado, para avaliarmos resultados, positivos ou não, do “experimento” (ABREU, RANGEL,1999). Pode-se simular muitas situações, usando diversas ferramentas, inclusive a imaginação. Esta ferramenta, ao ser associada a um computador passa a ser chamada de simulação computacional que, como conceito, são técnicas aplicadas em computadores com o propósito de imitar o mundo real (SHANNON,1975). A simulação é efetiva e eficiente. Ela fornece meios para experimentar condições críticas que, provavelmente, nunca serão encontradas em voo, assim como uma oportunidade para qualificação inicial e requalificação de pilotos (GARLAND, 1999, p. 358).
  • 4. A utilização de uma plataforma de simulação computacional já é largamente utilizada na aviação profissional, com o objetivo de manter as tripulações treinadas e capacitadas, pois grande parte das simulações de situações de emergências a bordo são treinadas em solo, com os simuladores de voo. Estes equipamentos são homologados pela Agência Nacional de Aviação Civil seguindo padrões internacionais. Os simuladores de voo são classificados conforme o nível de realismo dos instrumentos e da sua estrutura. Os mais realistas, simulam os movimentos da aeronave e são integralmente similares à aeronave, diferenciando apenas o ambiente pressurizado. O piloto já formado pode acrescentar conhecimento em uma área específica bem como obter uma habilitação para o tipo de aeronave desejada sem precisar decolar. A legislação brasileira de qualificação em vigor é a Instrução de Aviação Civil - IAC 61-1004, do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), hoje Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), “Qualificação de Dispositivos de Treinamento – Simuladores de Voo - Flight Simulator Training Devices (FSTD)” e tem como base a “AC 61-136” Advisory Circular da Federal Aviation Administration - USA (FAA). Os simuladores de voo são assim classificados (ANAC,2010): PCATD (Personal Computer based Aviation Training Device) – Representa uma aeronave genérica, ou seja, não são dispositivos a serem usados para crédito de horas de treinamento em voo para a obtenção de uma habilitação de tipo de aeronave e somente conta créditos de horas de treinamento de voo por instrumentos (IFR). ATD (Aviation Training Device) – Subdividem-se em: BATD (Basic ATD) – São dispositivos que representam uma aeronave genérica. AATD (Advanced ATD) – Estes dispositivos devem atender a todos os requisitos exigidos para um BATD, e ainda cumprir alguns requisitos adicionais. FSTD (Flight Simulation Training Device) – Subdivide-se em: FTD (Flight Training Device) – pode representar uma aeronave genérica ou ser específico para a obtenção de uma determinada habilitação de tipo de aeronave e é classificado em níveis de 4 a 7, sendo este último o mais avançado.
  • 5. FFS (Full Flight Simulator) – São os dispositivos mais avançados e reproduzem um determinado tipo de aeronave. São classificados em níveis de “A” a “D”, sendo este último o mais avançado, capaz de realizar todas as manobras e procedimentos necessários à obtenção de uma habilitação de tipo, bem como os voos de verificação de perícia. (Fonte: ANAC, 2010) Em todos os casos, a qualificação de dispositivos visa a atender às necessidades do operador, em função da base de qualificação empregada. Ainda que a base de qualificação mais moderna seja a mais indicada, pode ser possível a utilização de bases de qualificação mais antigas, desde que essa proposta seja fundamentada (ANAC, 2010). O processo de aprendizagem no âmbito da formação do Curso Superior de Graduação em Tecnologia de Pilotagem Profissional de Aeronaves utiliza uma plataforma diferente do previsto na IAC 61-1004, não sendo utilizado o termo “simulador de voo”, especificação esta já identificada e detalhada anteriormente. Neste ambiente somente são utilizados os recursos vindos da sala de aula e aplicados no laboratório de voo virtual. A complementação das instruções práticas, chamadas de hora de voo, podem ser realizadas em escolas de aviação homologadas pela ANAC ou dentro da própria instituição de ensino se ela possuir as aeronaves de instrução e instrutores de voo devidamente habilitados. Enquanto os dispositivos de treinamento citados na instrução de aviação civil podem até contabilizar horas de voo, em condições de voo realizado somente com auxílio de instrumentos (Voo IFR), as instruções no laboratório de voo virtual aplicam os conceitos aprendidos em sala de aula e desenvolvidos através do programa Flight Simulator, um software de computador, desenvolvido pela empresa Microsoft. As horas voadas no laboratório de voo virtual não são contabilizadas para a instrução prática. A aprendizagem em um laboratório é experiencial e busca capacitar o aluno a executar as diversas funções a bordo de uma aeronave como todo o gerenciamento da missão a cumprir.
  • 6. 2.1 A APRENDIZAGEM EXPERIENCIAL E A SIMULAÇÃO Um dos grandes pensadores em educação, o psicólogo americano Carl Rogers apresentou em seu livro “Liberdade para aprender” (ROGERS,1978) dois aspectos da aprendizagem, uma onde apenas é imposto “uma tarefa” e o cérebro a conclui e a outra onde a experiência associada aos aspectos intuitivos e emocionais produzem uma aprendizagem experiencial, mais relevante e que forma indivíduos mais confiantes e criativos. Conforme a visão do autor, na produção do saber não há só a simples “absorção”, mas sim articulando-se com os interesses pessoais para a produção do conhecimento. A aprendizagem em um ambiente de simulação computacional proporciona esta experiência ao indivíduo levando-o a aplicar virtualmente os conceitos adquiridos e produzindo um saber mais completo e significativo. O psicólogo diz que: A tendência para um tipo mais experiencial de aprendizagem evidencia-se no uso crescente da simulação como expediente a ser utilizado em sala de aula [...] um “laboratório”, no qual uma ampla variedade de situações [...]pode ser reproduzida. (ROGERS, 1978, p. 140). Ainda seguindo o pensamento do psicólogo americano, ele acredita que devesse buscar sempre a aprendizagem experiencial pois os indivíduos aprendem muito mais quando identificam que o conteúdo é necessário. Outro psicólogo, também americano, que teve suas ideias associadas à simulação computacional e aprendizagem experiencial foi David A. Kolb. Ele acredita que encontramos a raiz do desenvolvimento nos métodos de aprendizagem e que este processo é ininterrupto ao longo da vida da pessoa. Este aprendizado ocorre pela compreensão da experiência e, portanto, de sua transformação. O indivíduo traz consigo conteúdos oriundos de seu meio e “o conhecimento, que é social, não existe somente em livros, fórmulas matemáticas ou sistemas filosóficos; requer aprendizagem interativa para interpretar e elaborar estes símbolos”. (Kolb, 1984, p. 122). Dentro desse processo existem quatro estágios do ciclo de aprendizagem experiencial: experiência concreta, observação reflexiva, conceitualização abstrata e experimentação ativa. Estes ciclos se completam e levam o indivíduo a ter uma
  • 7. experiência real do saber. Além destes estágios, também são apresentados estilos de aprendizagem: divergência, assimilação, convergência e acomodação. Conforme Pimentel (2007), a figura 1 representa o ciclo da aprendizagem experiencial, que possui as seguintes características: Figura 1.Diagrama adaptado do original por PIMENTEL (2007), elaborado por KOLB (1984, p. 42). Do centro para o exterior, as setas entrecruzadas indicam as duas dimensões que unem ação prática e teorização (relação entre desenvolvimento e aprendizagem); as inscrições côncava/convexa e verticalizadas referem-se aos sistemas de pensamento; nas molduras retangulares identificam-se as quatro facetas do desenvolvimento e, por fim, nas molduras ovaladas estão indicadas as quatro modalidades de aprendizagem (PIMENTEL, 2007, p. 73). Para os fins desta análise da aplicação da simulação computacional torna-se desnecessário abordar cada um dos estilos citados, pois o objetivo da pesquisa é estabelecer uma relação entre simulação computacional e a capacitação de pilotos. A intenção da análise está na maneira como o aprendizado ocorre e na influência desta aprendizagem na formação deles. Principalmente na
  • 8. percepção da aprendizagem experiencial que também é definida por PIMENTEL (2007): A aprendizagem experiencial parte da seguinte premissa: todo desenvolvimento profissional prospectivo decorre da aprendizagem atual, assim como o desenvolvimento já constituído é imprescindível para o aprendizado. Aprender pela experiência não significa que qualquer vivência redunda em aprendizagem. Esta aprendizagem é, sobretudo, mental. Assim sendo, apropriar (tornar próprios) os saberes procedentes da experiência demanda processos contínuos de ação e reflexão. (PIMENTEL, 2007, p. 83). O autor americano Clark Aldrich, estudioso e criador de simuladores e dos chamados jogos sérios, tem defendido a ideia de que a simulação computacional pode ajudar em todos os níveis do aprendizado, produzindo inclusive competências específicas (ALDRICH, 2009). A atividade aérea requer conhecimento, agilidade e capacidade de decisão, competências que são estimuladas em um laboratório de voo virtual. 2.2 METODOLOGIA Para conseguirmos analisar a aplicação da simulação computacional no processo de aprendizagem da pilotagem profissional de aeronaves, foi observado o funcionamento de um laboratório de voo virtual de uma instituição particular de ensino com um Curso Superior de Graduação em Tecnologia de Pilotagem Profissional de Aeronaves. O laboratório é composto de um parque computacional com 28 equipamentos, todos utilizando o sistema operacional Windows 7 Professional, em cada máquina há o programa produzido pela Microsoft chamado “Flight Simulator X Service Pack 2 Deluxe”. Possui 10 bancadas, chamadas de cabine, com dois computadores e demais periféricos (incluindo joystick) em cada uma. Estas cabines são simulações de aeronaves de uma companhia aérea virtual e fictícia, a Táxi Aéreo Santos Dumont. Há também 3 bancadas para a posição de controle de tráfego aéreo com 1 máquina em cada. Existem mais 3 máquinas da administração do laboratório sendo 1 como servidor e mais 2 para os instrutores. Sobre cada bancada para os alunos há um livro de bordo da aeronave simulada naquela cabine. Ao chegar, o aluno recebe o “Briefing da Missão” impresso, nele
  • 9. estão todas as informações sobre a missão a realizar durante a aula. O conhecimento prévio recebido em sala de aula permite que o aluno possa compreender os termos técnicos contidos nele. Todos os alunos são acompanhados por monitores com larga experiência em voo. Os dados do voo são registrados, posteriormente podem ser acessados para avaliação do aluno. As matérias teóricas do Curso Superior de Graduação em Tecnologia de Pilotagem Profissional de Aeronaves que são aplicadas no laboratório de voo virtual são as seguintes:  Segurança de Voo  Gerenciamento de Segurança  Segurança da Aviação Civil contra atos de interferência Ilícita  Conhecimentos Técnicos de Aeronaves  Sistemas de Aeronaves  Estruturas de Aeronaves  Aviônica e Automação de Aeronaves  Estrutura de Operações e Manutenção  Manutenção de Aeronaves  Meteorologia  Espaço Geográfico e Meteorologia  Geografia Aplicada  Performance, Peso e Balanceamento  Regulamentos de Tráfego Aéreo  Tráfego Aéreo Internacional  Fraseologia e Tráfego Aéreo Internacional  Fraseologia Aeronáutica Internacional  Fraseologia Aeronáutica Nacional  Comunicação Aeronáutica  Navegação Aérea  Legislação Aeronáutica  Planejamento do Transporte Aéreo  Organização do Transporte Aéreo
  • 10.  Sistema de Gestão de Segurança Operacional  Gestão de Empresa aérea  Administração aplicada à Empresa Aérea A atividade no laboratório de voo virtual alcança muito mais áreas que o próprio voo em si. A atividade profissional de pilotagem é, na verdade, uma ação coordenada, exige do piloto atenção e conhecimento e que deve ser muito bem planejada e executada. Assim, desde o início do processo de aprendizagem, a segurança da atividade aérea está assegurada. A metodologia utilizada para analisarmos esses aspectos foi a abordagem de estudo de caso descritivo (Yin, 2001), conhecido método que, através da observação de um ambiente específico, em uma área específica, com coleta de dados deste ambiente, proporciona uma visão sobre os acontecimentos e permite uma pesquisa empírica que acaba produzindo teor científico. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao analisar a utilização de um laboratório de voo virtual em uma instituição de ensino superior com um curso superior de graduação em tecnologia de pilotagem profissional de aeronaves, verificou-se a correta aplicação deste meio de aprendizagem. O desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem tornou-se relevante ao utilizar-se a simulação computacional, pois os muitos procedimentos oferecidos aos alunos no laboratório proporcionam a experiência de atuar profissionalmente como piloto, realizando todo o planejamento da missão recebida, com detalhes técnicos importantes como autonomia de voo, peso, balanceamento da aeronave, procedimentos de saída e entrada nas áreas terminais das grandes cidades, a correta aplicação dos regulamentos de tráfego aéreo, o uso adequado e inteligível da fraseologia padrão na comunicação via rádio com os órgãos de controle e o gerenciamento de todo o processo envolvido no voo. Ao ingressar na parte prática do aprendizado da pilotagem (MARCON, 2010), o aluno egresso do laboratório de voo virtual já está ambientado com os
  • 11. procedimentos que deverá conduzir, uma vez que já os treinou em ambiente seguro e controlado. O grande investimento da instituição de ensino aplicado no laboratório de voo virtual visitado, contribuiu na formação acadêmica com qualidade, levando o aluno a se apropriar dos saberes e os aplicar integralmente na profissão escolhida. As instituições de ensino que desejam dar qualidade aos seus cursos técnicos de formação de pilotos devem seguir este padrão apresentado pois ele demonstra que um laboratório de voo virtual produzido com qualidade e competência proporciona uma aviação mais segura. Assim como a águia ensina seus filhotes aos primeiros movimentos para o voo, os alunos aprendem seus primeiros movimentos no laboratório, depois é só voar. REFERÊNCIAS ABREU A. M. M. E; RANGEL J.J. de A. Simulação Computacional – Uma Abordagem Introdutória. Disponível em <http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/1809- 2667.19990005/162> acesso em 05 de março de 2015 ALDRICH, Clark. Learning Online with Games, Simulations, and Virtual Worlds: Strategies for Online Instruction. Jossey-Bass: San Francisco. 134 páginas.2009 ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil - Simuladores de Voo (FSTD) - Qualificação de Dispositivos de Treinamento - Simuladores de Voo (FSTD) publicado em 01/10/2010. Disponível em:<http://www2.anac.gov.br/simulador/qualificacao.asp> acesso em 06 de março de 2015. DREIFUSS, R. A. A época das perplexidades: mundialização, globalização e planetarização: novos desafios. Petrópolis: Vozes, 1996. FERREIRA, Aurélio B. Hollanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. KOLB. D. Experiential learning. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1984. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991. MARCON A. Estudo comparativo dos currículos acadêmicos dos cursos de formação de pilotos profissionais de aeronaves. 2010. 26f. Trabalho de
  • 12. Conclusão de Curso Superior de Pilotagem Profissional de Aeronaves - Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná; Curitiba,2010. PIMENTEL, A. A teoria da aprendizagem experiencial como alicerce de estudos sobre desenvolvimento profissional. Natal, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 294X2007000200008 &lng=pt&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 11 de março de 2015. SANTOS, Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol; MOLINA, Nilcemara Leal; DIAS, Vanda Fattori. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: Ibpex, 2007. SHANNON, R. E. Systems simulation: the art and science. Englewood Cliffs: PrenticeHall, [s. n.], 1975. THÉRY, H. O transporte aéreo no Brasil: asas da centralidade. Revista de Geografia da UFC, Fortaleza, v.2, p. 19-29, 2003. THOMAS, G. Is it still safe to fly? Disponível em <http://www.airlineratings.com/news/458/is-it-still-safe-to-fly> Acesso em 25 de março de 2015. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos I Robert K. Yin; trad. Daniel Grassi - 2ª edição – Porto Alegre: Bookman, 2001.