Este documento discute a moral ensinada por Moisés e Jesus Cristo. A moral de Moisés era apropriada para o estágio evolutivo de seu povo, enquanto a moral cristã pregada por Jesus é mais pura e espiritual. O Espiritismo veio concluir a obra iniciada por Moisés e continuada por Jesus, levando a humanidade a um estágio superior de progresso moral.
1. Estudo do Evangelho
Segundo o Espiritismo
24 de novembro, 2020
CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS
A nova era
2. CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
Os mandamentos de Deus, dados por Moisés, trazem o germe da mais ampla moral crista. Os comentários da Bíblia
reduziam-lhe o sentido, porque, colocados em ação em toda a sua pureza, não teriam sido então compreendidos. Mas os
Dez Mandamentos de Deus nem por isso deixariam de ser o brilhante frontispício da obra, o farol que haveria de clarear a
estrada que a Humanidade deveria percorrer.
INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS - A NOVA ERA
Um Espírito Israelita – Mulhouse, 1861
A moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado evolutivo em que se encontravam os povos chamados à
regeneração, e esses povos, semisselvagens quanto ao aperfeiçoamento de suas almas, não teriam compreendido que
se pode adorar a Deus sem holocaustos e sacrifícios nem que se pudesse perdoar a um inimigo. Sua inteligência, notável
do ponto de vista da matéria, e mesmo em relação ás artes e ás ciências, estava muito atrasada em moralidade, e não se
submeteriam ao domínio de uma religião inteiramente espiritual. Era preciso uma representação semimaterial, tal qual
oferecia a religião hebraica, à época. Foi assim que os holocaustos falavam aos sentidos, enquanto as palavras de Deus
lhes falavam ao espírito.
9. Deus é unico e Moisés é o Espírito que Deus enviou em missão para que Ele fosse conhecido
não só pelos hebreus, mas também pelos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento do
qual Deus e se serviu para fazer a Sua revelação, por Moisés e pelos Profetas, e as vicissitudes
deste povo serviram para abrir os olhos dos homens e fazer cair o véu que lhes ocultava a
divindade.
3. CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
O Cristo foi o iniciador da mais pura moral, a mais sublime: a moral evangélica, cristã, que deve
renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los fraternos. Moral que deve fazer fulgurar
em todos os corações humanos a caridade e o amor ao próximo e criar entre todos os homens
uma solidariedade comum. Uma moral, enfim, que deve transformar a Terra e dela fazer
morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, ao qual a Natureza
está sujeita, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se serve para fazer
avançar a Humanidade.
Um Espírito Israelita – Mulhouse, 1861
São chegados os tempos em que as ideias morais devem desenvolver- se, para cumprir o progresso que está na lei de
Deus. Elas devem seguir a mesma estrada que as ideias de liberdade – suas precursoras – percorreram. Mas não se pode
crer que esse desenvolvimento se fará sem lutas. Não, porque elas precisam, para chegar á maturidade, de agitações e
discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez despertada a atenção, a beleza e a santidade da moral
tocarão os Espíritos, e eles se ligarão a uma ciência que lhes dará a chave da vida futura e lhes abrirá a porta da felicidade
eterna. Foi Moisés quem abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluir..
4. CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
10. Um dia, Deus, em Sua caridade inesgotável, permitiu ao
homem ver a verdade através das trevas. Esse dia foi o da
vinda do Cristo. Depois da luz viva, porém, as trevas voltaram.
O mundo, após alternativas de verdade e obscuridade,
perdeu-se novamente. Então, como os profetas do Antigo
Testamento, os Espíritos começaram a falar e a vos advertir:
o mundo foi abalado em suas bases; o trovão ribombará;
sedes firmes!
O Espiritismo é de ordem divina, pois repousa sobre as
próprias leis da Natureza, e crede, tudo o que é de ordem
divina tem um objetivo elevado e útil. Vosso mundo se perdia;
a Ciência se desenvolvia com o sacrifício dos interesses de
ordem moral, conduzindo-vos unicamente ao bem-estar
material, revertendo-se em proveito do espírito das trevas.
Vós o sabeis, cristãos: o coração e o amor devem caminhar
unidos à Ciência. O Reino do Cristo, infelizmente, após dezoito
séculos – e apesar do sangue de tantos mártires – ainda não
chegou. Cristãos, voltai ao Mestre que vos quer salvar. Tudo é
fácil para aquele que crê e que ama. O amor o preenche de
alegria inefável. Sim, meus filhos, o mundo está abalado.
INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS - A NOVA ERA
Fénelon – Poitiers, 1861
Este é o nome literário de François de Salignac de la Mothe,
prelado e escritor francês que nasceu no Castelo de Fénelon,
em Périgord, em 6 de agosto de 1651.
Ordenou-se sacerdote em 1675 e passou a dirigir uma
instituição que tinha por objetivo reeducar as jovens
protestantes convertidas ao catolicismo.
aos 44 já é arcebispo de Cambrai.
7 de janeiro de 1715 assinala a data da sua morte.
5. CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
Os bons Espíritos vo-lo dizem sempre. Curvai-vos diante
do sopro precursor da tempestade, a fim de não serdes
derrubados, ou seja, preparai-vos e não vos assemelheis ás
virgens loucas, que foram tomadas de surpresa à chegada do
esposo.
A revolução que se apresenta é muito mais moral do que
material; os grandes Espíritos, mensageiros divinos, inspiram
a fé, para que vós todos, trabalhadores esclarecidos e
ardorosos, possam fazer ouvir vossa voz humilde. Pois vós sois
o grão de areia, mas sem os grãos de areia não haveria
montanhas. Assim, portanto, que estas palavras: Nós somos
pequenos, não tenham mais sentido para vós. A cada um a
sua missão, a cada um o seu trabalho. A formiga não constrói
o seu formigueiro e os animais insignificantes não formam
continentes? A nova cruzada começou: apóstolos da paz
universal, e não da guerra, São Bernardos modernos, olhai e
marchai para a frente; a lei dos mundos é a lei do progresso.
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Fénelon – Poitiers, 1861
6. CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
11. Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo. Ele se manifesta por
quase toda parte, e a razão disso a encontramos na vida desse grande filósofo cristão.
Pertencem a essa vigorosa falange dos Pais da Igreja, a que a Cristandade devem as suas
mais sólidas bases. Como muitos, ele foi arrancado ao paganismo, ou melhor diremos, a
mais profunda impiedade, pelo clarão da verdade. Quanto, em meio de seus
desregramentos, ele sentiu na própria alma a estranha vibração que o chamava para si
mesmo e lhe fez compreender que a felicidade não estava nos prazeres enervantes e
fugidos; quando, enfim, na sua Estrada de Damasco, ele também ouviu a santa voz que lhe
clamava:
Erasto, discípulo de São Paulo — Paris, 1863
Paulo de Tarso
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”; exclamou: “Meu Deus! Meu Deus, perdoa-me, eu
creio, sou cristão!” E desde então se tornou um dos mais firmes pilares do Evangelho.
Podemos ler, nas notáveis confissões desse eminente Espírito, as palavras características e
proféticas, ao mesmo tempo, que ele pronunciou ao ter perdido Santa Mônica. “Estou
certo de que minha mãe virá visitar-me e dar-me o seu conselho, revelando-me o que nos
espera na vida futura”. Que lição nestas palavras, e que brilhante previsão da futura
doutrina! É por isso que hoje, vendo chegada a hora de divulgação da verdade, que ele já
havia pressentido, faz-se o seu ardente propagador, e se multiplica, por assim dizer, para
atender a todos os que o chamam.
Nasceu em Tagarste ano 354 - 430
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7. Em agosto de 2013, o Papa Francisco, referiu-
se ao santo como um homem que “comete
erros, toma também caminhos equivocados, é
um pecador; mas não perde a inquietação da
busca espiritual. E deste modo descobre que
Deus lhe esperava; mais ainda, que jamais
tinha deixado de lhe buscar primeiro”.
“Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja
com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Santa Mônica
8. CAP. I - NÃO VIM DESTRUIR A LEI
Nota – Dar-se-á venha Santo Agostinho demolir o que edificou? Certamente que não. Como tantos
outros, ele vê com os olhos do espírito o que não via como homem. Liberta, sua alma entrevê
claridades novas, compreende o que antes não compreendia. Novas ideias lhe revelaram o sentido
verdadeiro de algumas sentenças. Na Terra, apreciava as coisas de acordo com os conhecimentos
que possuía; desde que, porém, uma nova luz lhe brilhou, pôde apreciá-las mais judiciosamente.
Assim é que teve de abandonar a crença que alimentara nos Espíritos íncubos e súcubos e o
anátema que lançara contra a teoria dos antípodas. Agora que o Não vim destruir a lei 49
Cristianismo se lhe mostra em toda a pureza, pode ele, sobre alguns pontos, pensar de modo
diverso do que pensava quando vivo, sem deixar de ser um apóstolo cristão. Pode, sem renegar a
sua fé, constituir-se disseminador do Espiritismo, porque vê cumprir-se o que fora predito.
Proclamando-o, na atualidade, outra coisa não faz senão conduzir-nos a uma interpretação mais
acertada e lógica dos textos. O mesmo ocorre com outros Espíritos que se encontram em posição
análoga.
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