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Prospectiva, Estratégia
e Inovação




  Trabalho Individual realizado no âmbito da UC4 – Tendências e Desafios no Mundo e
  na Europa




                                                                      Marisa F. Silva

                                                                     Janeiro de 2012
Tendências e Desafios no Mundo e na Europa




Considere a seguinte frase:




“A Globalização funcionou nos seus trinta e poucos anos de existência tendo como centro os
EUA com a sua capacidade económica e tecnológica, o seu papel de intermediação financeira
à escala global e a sua superioridade militar, nomeadamente após o colapso da URSS.

Tendo os EUA contado neste período com a complementaridade económica com a Ásia
Pacífico, cujos estados principais também não lhe colocaram desafios estratégicos
significativos. Esses Estados da Ásia Pacífico contaram com os EUA para garantir a segurança
de abastecimento energético, graças à sua presença dominante no Golfo Pérsico e nas linhas
de comunicação marítima que ligam esta região à Ásia Pacífico.”




QUESTÃO: Considera que na próxima década se vão manter estes factores de predominância
dos EUA? Justifique a sua opinião explicitando os factores mais decisivos para que ela se
venha a verificar.




Marisa F. Silva
Tendências e Desafios no Mundo e na Europa



                                       Quo Vadis, EUA?



If its individual citizens, to a man, are to be believed, [America] always is depressed, and always
is stagnated, and always is in an alarming crisis, and never was otherwise.

                                                                                    Charles Dickens

Well, here we are on top of the world, and we have arrived at this peak to stay there forever.
There is, of course, a thing called history, but history is something unpleasant that happens to
other people. We are comfortably outside all of that I am sure.

                                                                  Arnold Toynbee, historiador Inglês




Durante muito tempo foi verdade inquestionável que o Sol girava à volta da Terra. Da mesma
forma, o império romano durou séculos e no século XIX a Grã-Bretanha era o império
dominante. Mas, sabemos, Ptolomeu estava equivocado, Roma desmoronou-se e a História
aconteceu à Grã-Bretanha. A questão dominante nos dias de hoje é – irá a História acontecer
também aos Estados Unidos da América (EUA)? Está já a acontecer?




O declínio do império americano não é, contudo, tema novo e o debate em torno do mesmo
alimenta fortes posições – sobretudo agora que a nação se confronta com altos níveis de
desemprego, uma dívida externa sem precedentes e um sério impasse político. O cenário
parece tão mau que até a revista Foreign Affairs chegou a publicar um artigo sob o tema “Is
America Over?”1. As dinâmicas em mudança em todo o mundo conduziram à ideia, entre o
próprio povo Americano inclusivamente, de que a hegemonia americana está a retroceder.
Porém, poderá ser prematuro ditar o seu fim.




De acordo com Nye2, o poder distribui-se num padrão semelhante ao de um complexo e
tridimensional tabuleiro de xadrez, abrangendo o poder militar, o poder económico e a
densidade/força das relações transnacionais. Para um melhor entendimento da posição dos
EUA enquanto superpotência no mundo, analise-se então cada uma destas dimensões.




 Foreign Affairs, edição de Novembro/Dezembro 2011

 “The Future of American Power: Dominance and Decline in Perspective”, Joseph S. Nye Jr, Foreign
Affairs, edição de Novembro/Dezembro 2010


Marisa F. Silva
Tendências e Desafios no Mundo e na Europa


Na esfera militar, encontra-se com larga vantagem sobre os rivais. De resto, muitos atestam
que as dificuldades sentidas no Iraque ou no Afeganistão, por exemplo, não são reflexo da sua
capacidade militar mas antes de estratégia militar. Não obstante, apesar da sabedoria
convencional postular que o estado com o maior poder militar prevalece, num mundo baseado
na informação como agora sucede, a real noção de poder pode não ser tão linear quanto o era
antes.

No que respeita ao domínio económico, é sabido que a força económica de um País determina
a sua capacidade para se afirmar no sistema internacional. Nesta matéria verifica-se a
existência de vários pólos e actores económicos, sendo de destacar a rápida ascensão da
China ao lugar de segunda economia mundial, bem como das restantes economias asiáticas
emergentes, que sustentam ainda estão uma posição forte. Com efeito, se há décadas atrás
era inegável a hegemonia económica americana, cada vez mais esta surge fragilizada, muito
devido às recentes crises financeiras, do estoirar da bolha das dotcom à problemática do
subprime. Muitos observadores interpretaram, de resto, a crise financeira global de 2008 como
o início do fim para os EUA.

Quanto ao domínio das relações internacionais, os EUA assumem aí figura proeminente já que
o seu poder, ao contrário dos impérios tradicionais, é mais baseado em alianças do que em
expansões territoriais. Esta posição, consistente com a cultura de abertura ao exterior, traduz-
se num factor importante, sobretudo num mundo em que as redes e alianças estratégicas
complementam, ou até mesmo substituem, o poder hierárquico. É de notar, sobre este tópico, a
condição que os EUA detêm no seio da ONU ou da NATO, sinal claro da sua predominância no
cenário geopolítico, e não deve ser descurado o facto de que as duas entidades no mundo com
rendimentos per capita e economias sofisticadas similares às dos EUA serem a União Europeia
e o Japão – ambos aliados dos EUA.

Importa ainda referir as características específicas subjacentes à lógica de domínio configurada
pelos EUA – estes não são apenas uma superpotência em busca dos seus interesses, são
também um produtor da ordem mundial. Ao longo dos tempos, com as suas capacidades,
interesses e ideais, os EUA conseguiram construir um “projecto Americano” com um alcance
global sem precedentes, fruto da globalização. E, se é certo que o “american dream” não tem já
a mesma força de outros tempos, continua ainda a ser uma imagem de marca do País, com
capacidade para continuamente atrair as mais brilhantes mentes do mundo.


Sendo uma espécie de estabilizador da ordem mundial, não deixa também de ser fundamental
ressalvar que a complexidade e interdependência do mundo não permitem líderes isolados e,
em muitos aspectos da vida económica e política, os EUA dependem fortemente de outros
Países. Emmanuel Todd resume bem esta situação, afirmando: "At the very moment when the
rest of the world -- now undergoing a process of stabilization thanks to improvements in
education, demographics, and democracy -- is on the verge of discovering that it can get along
without America, America is realizing that it cannot get along without the rest of the world."

Marisa F. Silva
Tendências e Desafios no Mundo e na Europa


Efectivamente, a estagnação económica actual, o cenário de crise financeira e o galopante
crescimento da dívida norte-americana evidenciam esta interdependência e, na opinião de
alguns analistas, a predominância da China e do Médio Oriente na procura dos títulos do
Tesouro norte-americanos vai acentuar-se, cabendo a estes a última palavra sobre o
"imperialismo baseado na dívida" da superpotência. A par desta problemática, os EUA assistem
também ao colapso das suas instituições políticas, associado ao declínio da confiança pública
nas instituições governamentais e ao desgaste da legitimidade do modelo capitalista, de que os
EUA são fiel representante.

Assim, os EUA enfrentam desafios externos e internos, que, se considerados em absoluto ou
isoladamente, denunciam uma fragilidade que pode ser difícil de reparar e que poderão dar
origem a uma nova distribuição de poder, ao abrir caminho ao surgimento ou reforço de
posição de outros players mundiais.




Dentre estes, muito se especula sobre a ascensão do grupo de Países BRIC (Brasil, Rússia,
Índia e China), com muitos “profetas” a anunciarem a China como o actor capaz de ultrapassar
o poder americano ou, pelo menos, desafiá-lo. Acredita-se que no curto prazo, a China
pretenda substituir a preponderância americana no Extremo Oriente e que, a médio prazo,
postule á posição de potência mundial dominante, como novo epicentro da economia. De facto,
o crescimento económico exponencial da China nas últimas décadas constitui um caso de
estudo impressionante e, a continuar a verificar-se aquela tendência, representa uma potencial,
senão real, ameaça ao poder americano.

Todavia, não obstante ter vindo a afirmar-se como destacado actor no que ao poder económico
respeita – é actualmente a segunda economia mundial -, tem ainda caminho a percorrer para
igualar os recursos norte-americanos e apresenta alguns obstáculos internos ao nível do
desenvolvimento económico. A este nível, note-se que o rendimento per capita é muito díspar
entre os dois países, verificam-se desigualdades regionais, e é expectável que a política de
filho único venha a apresentar as suas consequências, ou seja, embora a economia chinesa
apresente um crescimento assombroso tal não se reflectiu ainda ao nível do desenvolvimento
do País.

Além da projecção externa dos seus capitais, a China está apostada na afirmação internacional
do yuan, a moeda chinesa, o que é significativo de uma mudança de posição geopolítica que
no futuro poderá acentuar-se. A este propósito, realce-se o facto de que muitos analistas
acreditam que o futuro venha cada vez mais a ser o de um sistema de multi-moeda, a que não
será alheia esta intenção da China.

Ademais, o crescimento do poder Chinês na Ásia é disputado pelos vizinhos Índia e Japão, o
que confere também uma vantagem aos EUA e poderá condicionar os propósitos Chineses na
sua expansão naquela zona do globo. De resto, os desequilíbrios mundiais entre países


Marisa F. Silva
Tendências e Desafios no Mundo e na Europa


excedentários e deficitários estão a avolumar-se e a “estável instabilidade” actual pode romper-
se de um momento para o outro, com repercussões difíceis de conceber.




Os factores que poderão ditar o posicionamento Chinês no mundo são, porém, mais de ordem
interna do que externa. O principal desafio da China assentará na sua capacidade para
transitar para um novo modelo económico menos mercantilista (até aqui apostado nas
exportações e na moeda desvalorizada artificialmente) e mais consumista internamente, além
do alcançar de uma realidade política que se coadune com o conceito de democracia e que se
adapte à nova ordem mundial.

A par destes, será importante frisar que falta à China o poderio militar, área onde não apresenta
vantagem capaz de rivalizar com os EUA, além de que China (e também outros) dependem
ainda dos EUA como mercado para exportar e como espaço de investimento financeiro, pelo
que a eventual “vitória” da China passará sempre não pelo declínio americano mas por um
relativo equilíbrio sustentado.




É inquestionável que o poder económico é determinante e alavanca para o domínio mundial,
mas per si, não é suficiente. Com efeito, assumir uma predominância Chinesa com recurso a
projecções baseadas unicamente no crescimento económico é uma abordagem redutora e
ingénua, convergente numa visão economicista e que despreza assim toda a articulação de um
conjunto de factores que não se esgotam na área económica ou militar, mas que deverão
incluir outros como culturais, tecnológicos, ideológicos, relacionais, etc. De resto, descrever a
transição de poder a que se assiste com um convencional caso de declínio de uma das partes
será uma assunção inocente e assaz precoce.

Atendendo a esta consideração mais ampla daquilo que constitui a predominância de uma
nação sobre outras, os EUA mantêm ainda os factores determinantes que acentuam a
designação de superpotência: tem o maior número de empresas listadas na reputada Fortune
500, além de um crescente número de empreendedores (curiosamente, muitos imigrantes,
incluindo de origem Chinesa e Indiana, são agora aqueles que criam start-ups na América e
povoam Sillicon Valey); sendo uma economia essencialmente de serviços, mantém-se na linha
da frente das tecnologias ditas do futuro, como a biotecnologia ou a nanotecnologia, e é dos
Países que mais investe em investigação e desenvolvimento; as suas universidades,
especialmente nas áreas de Gestão e Engenharias, dominam os rankings globais; carece de
uma política de energia consolidada, mas explora mais recursos energéticos do que a maioria,
sendo também menos dependente de petróleo do que muitos; apresenta uma economia
debilitada mas o mundo continua de olhos postos em Wall Street; tem visto a sua ideologia e
modo de vida contestado mas é dos Países que continua a captar maior número de imigrantes,
incluindo as grandes mentes mundiais.


Marisa F. Silva
Tendências e Desafios no Mundo e na Europa


É inegável, como exposto anteriormente, que os EUA passam por um período conturbado e
não será despropositado acreditar que enfrentarão ainda muitas e crescentes dificuldades nos
próximos anos para manter o controlo global político e económico. Ainda assim, se numa visão
absoluta o País se encontra fragilizado, numa visão mais holística e relativa, continua muito
forte em áreas-chave de vitalidade global. Então, ainda que seja previsível que a China
continue a reforçar a sua posição através do crescimento económico e fique relativamente
próxima do poderio norte-americano, não parece ter força tal para se afigurar como alternativa
hegemónica no horizonte da próxima década.




A convicção, por seu lado, é um luxo daqueles que se encontram nas bancadas3, pelo que será
conveniente acautelar que o futuro, por definição, é sempre incerto e existem vários futuros
possíveis e nunca apenas um, ou não seria esta uma Pós-graduação em Prospectiva. Assim,
embora o cenário aqui defendido seja aquele de manutenção dos factores de predominância
dos EUA, poderão descortinar-se outras configurações, com a mais evidente a ser uma
superação pela China ou, num cenário mais improvável mas nem por isso menos real, o
surgimento de novos e inesperados actores na cena mundial.




 ”Conviction, it turns out, is the luxury of those on the sidelines.” – A Beautiful Mind, 2001



Marisa F. Silva

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Quo Vadis EUA

  • 1. Pós-graduação em Prospectiva, Estratégia e Inovação Trabalho Individual realizado no âmbito da UC4 – Tendências e Desafios no Mundo e na Europa Marisa F. Silva Janeiro de 2012
  • 2. Tendências e Desafios no Mundo e na Europa Considere a seguinte frase: “A Globalização funcionou nos seus trinta e poucos anos de existência tendo como centro os EUA com a sua capacidade económica e tecnológica, o seu papel de intermediação financeira à escala global e a sua superioridade militar, nomeadamente após o colapso da URSS. Tendo os EUA contado neste período com a complementaridade económica com a Ásia Pacífico, cujos estados principais também não lhe colocaram desafios estratégicos significativos. Esses Estados da Ásia Pacífico contaram com os EUA para garantir a segurança de abastecimento energético, graças à sua presença dominante no Golfo Pérsico e nas linhas de comunicação marítima que ligam esta região à Ásia Pacífico.” QUESTÃO: Considera que na próxima década se vão manter estes factores de predominância dos EUA? Justifique a sua opinião explicitando os factores mais decisivos para que ela se venha a verificar. Marisa F. Silva
  • 3. Tendências e Desafios no Mundo e na Europa Quo Vadis, EUA? If its individual citizens, to a man, are to be believed, [America] always is depressed, and always is stagnated, and always is in an alarming crisis, and never was otherwise. Charles Dickens Well, here we are on top of the world, and we have arrived at this peak to stay there forever. There is, of course, a thing called history, but history is something unpleasant that happens to other people. We are comfortably outside all of that I am sure. Arnold Toynbee, historiador Inglês Durante muito tempo foi verdade inquestionável que o Sol girava à volta da Terra. Da mesma forma, o império romano durou séculos e no século XIX a Grã-Bretanha era o império dominante. Mas, sabemos, Ptolomeu estava equivocado, Roma desmoronou-se e a História aconteceu à Grã-Bretanha. A questão dominante nos dias de hoje é – irá a História acontecer também aos Estados Unidos da América (EUA)? Está já a acontecer? O declínio do império americano não é, contudo, tema novo e o debate em torno do mesmo alimenta fortes posições – sobretudo agora que a nação se confronta com altos níveis de desemprego, uma dívida externa sem precedentes e um sério impasse político. O cenário parece tão mau que até a revista Foreign Affairs chegou a publicar um artigo sob o tema “Is America Over?”1. As dinâmicas em mudança em todo o mundo conduziram à ideia, entre o próprio povo Americano inclusivamente, de que a hegemonia americana está a retroceder. Porém, poderá ser prematuro ditar o seu fim. De acordo com Nye2, o poder distribui-se num padrão semelhante ao de um complexo e tridimensional tabuleiro de xadrez, abrangendo o poder militar, o poder económico e a densidade/força das relações transnacionais. Para um melhor entendimento da posição dos EUA enquanto superpotência no mundo, analise-se então cada uma destas dimensões. Foreign Affairs, edição de Novembro/Dezembro 2011 “The Future of American Power: Dominance and Decline in Perspective”, Joseph S. Nye Jr, Foreign Affairs, edição de Novembro/Dezembro 2010 Marisa F. Silva
  • 4. Tendências e Desafios no Mundo e na Europa Na esfera militar, encontra-se com larga vantagem sobre os rivais. De resto, muitos atestam que as dificuldades sentidas no Iraque ou no Afeganistão, por exemplo, não são reflexo da sua capacidade militar mas antes de estratégia militar. Não obstante, apesar da sabedoria convencional postular que o estado com o maior poder militar prevalece, num mundo baseado na informação como agora sucede, a real noção de poder pode não ser tão linear quanto o era antes. No que respeita ao domínio económico, é sabido que a força económica de um País determina a sua capacidade para se afirmar no sistema internacional. Nesta matéria verifica-se a existência de vários pólos e actores económicos, sendo de destacar a rápida ascensão da China ao lugar de segunda economia mundial, bem como das restantes economias asiáticas emergentes, que sustentam ainda estão uma posição forte. Com efeito, se há décadas atrás era inegável a hegemonia económica americana, cada vez mais esta surge fragilizada, muito devido às recentes crises financeiras, do estoirar da bolha das dotcom à problemática do subprime. Muitos observadores interpretaram, de resto, a crise financeira global de 2008 como o início do fim para os EUA. Quanto ao domínio das relações internacionais, os EUA assumem aí figura proeminente já que o seu poder, ao contrário dos impérios tradicionais, é mais baseado em alianças do que em expansões territoriais. Esta posição, consistente com a cultura de abertura ao exterior, traduz- se num factor importante, sobretudo num mundo em que as redes e alianças estratégicas complementam, ou até mesmo substituem, o poder hierárquico. É de notar, sobre este tópico, a condição que os EUA detêm no seio da ONU ou da NATO, sinal claro da sua predominância no cenário geopolítico, e não deve ser descurado o facto de que as duas entidades no mundo com rendimentos per capita e economias sofisticadas similares às dos EUA serem a União Europeia e o Japão – ambos aliados dos EUA. Importa ainda referir as características específicas subjacentes à lógica de domínio configurada pelos EUA – estes não são apenas uma superpotência em busca dos seus interesses, são também um produtor da ordem mundial. Ao longo dos tempos, com as suas capacidades, interesses e ideais, os EUA conseguiram construir um “projecto Americano” com um alcance global sem precedentes, fruto da globalização. E, se é certo que o “american dream” não tem já a mesma força de outros tempos, continua ainda a ser uma imagem de marca do País, com capacidade para continuamente atrair as mais brilhantes mentes do mundo. Sendo uma espécie de estabilizador da ordem mundial, não deixa também de ser fundamental ressalvar que a complexidade e interdependência do mundo não permitem líderes isolados e, em muitos aspectos da vida económica e política, os EUA dependem fortemente de outros Países. Emmanuel Todd resume bem esta situação, afirmando: "At the very moment when the rest of the world -- now undergoing a process of stabilization thanks to improvements in education, demographics, and democracy -- is on the verge of discovering that it can get along without America, America is realizing that it cannot get along without the rest of the world." Marisa F. Silva
  • 5. Tendências e Desafios no Mundo e na Europa Efectivamente, a estagnação económica actual, o cenário de crise financeira e o galopante crescimento da dívida norte-americana evidenciam esta interdependência e, na opinião de alguns analistas, a predominância da China e do Médio Oriente na procura dos títulos do Tesouro norte-americanos vai acentuar-se, cabendo a estes a última palavra sobre o "imperialismo baseado na dívida" da superpotência. A par desta problemática, os EUA assistem também ao colapso das suas instituições políticas, associado ao declínio da confiança pública nas instituições governamentais e ao desgaste da legitimidade do modelo capitalista, de que os EUA são fiel representante. Assim, os EUA enfrentam desafios externos e internos, que, se considerados em absoluto ou isoladamente, denunciam uma fragilidade que pode ser difícil de reparar e que poderão dar origem a uma nova distribuição de poder, ao abrir caminho ao surgimento ou reforço de posição de outros players mundiais. Dentre estes, muito se especula sobre a ascensão do grupo de Países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), com muitos “profetas” a anunciarem a China como o actor capaz de ultrapassar o poder americano ou, pelo menos, desafiá-lo. Acredita-se que no curto prazo, a China pretenda substituir a preponderância americana no Extremo Oriente e que, a médio prazo, postule á posição de potência mundial dominante, como novo epicentro da economia. De facto, o crescimento económico exponencial da China nas últimas décadas constitui um caso de estudo impressionante e, a continuar a verificar-se aquela tendência, representa uma potencial, senão real, ameaça ao poder americano. Todavia, não obstante ter vindo a afirmar-se como destacado actor no que ao poder económico respeita – é actualmente a segunda economia mundial -, tem ainda caminho a percorrer para igualar os recursos norte-americanos e apresenta alguns obstáculos internos ao nível do desenvolvimento económico. A este nível, note-se que o rendimento per capita é muito díspar entre os dois países, verificam-se desigualdades regionais, e é expectável que a política de filho único venha a apresentar as suas consequências, ou seja, embora a economia chinesa apresente um crescimento assombroso tal não se reflectiu ainda ao nível do desenvolvimento do País. Além da projecção externa dos seus capitais, a China está apostada na afirmação internacional do yuan, a moeda chinesa, o que é significativo de uma mudança de posição geopolítica que no futuro poderá acentuar-se. A este propósito, realce-se o facto de que muitos analistas acreditam que o futuro venha cada vez mais a ser o de um sistema de multi-moeda, a que não será alheia esta intenção da China. Ademais, o crescimento do poder Chinês na Ásia é disputado pelos vizinhos Índia e Japão, o que confere também uma vantagem aos EUA e poderá condicionar os propósitos Chineses na sua expansão naquela zona do globo. De resto, os desequilíbrios mundiais entre países Marisa F. Silva
  • 6. Tendências e Desafios no Mundo e na Europa excedentários e deficitários estão a avolumar-se e a “estável instabilidade” actual pode romper- se de um momento para o outro, com repercussões difíceis de conceber. Os factores que poderão ditar o posicionamento Chinês no mundo são, porém, mais de ordem interna do que externa. O principal desafio da China assentará na sua capacidade para transitar para um novo modelo económico menos mercantilista (até aqui apostado nas exportações e na moeda desvalorizada artificialmente) e mais consumista internamente, além do alcançar de uma realidade política que se coadune com o conceito de democracia e que se adapte à nova ordem mundial. A par destes, será importante frisar que falta à China o poderio militar, área onde não apresenta vantagem capaz de rivalizar com os EUA, além de que China (e também outros) dependem ainda dos EUA como mercado para exportar e como espaço de investimento financeiro, pelo que a eventual “vitória” da China passará sempre não pelo declínio americano mas por um relativo equilíbrio sustentado. É inquestionável que o poder económico é determinante e alavanca para o domínio mundial, mas per si, não é suficiente. Com efeito, assumir uma predominância Chinesa com recurso a projecções baseadas unicamente no crescimento económico é uma abordagem redutora e ingénua, convergente numa visão economicista e que despreza assim toda a articulação de um conjunto de factores que não se esgotam na área económica ou militar, mas que deverão incluir outros como culturais, tecnológicos, ideológicos, relacionais, etc. De resto, descrever a transição de poder a que se assiste com um convencional caso de declínio de uma das partes será uma assunção inocente e assaz precoce. Atendendo a esta consideração mais ampla daquilo que constitui a predominância de uma nação sobre outras, os EUA mantêm ainda os factores determinantes que acentuam a designação de superpotência: tem o maior número de empresas listadas na reputada Fortune 500, além de um crescente número de empreendedores (curiosamente, muitos imigrantes, incluindo de origem Chinesa e Indiana, são agora aqueles que criam start-ups na América e povoam Sillicon Valey); sendo uma economia essencialmente de serviços, mantém-se na linha da frente das tecnologias ditas do futuro, como a biotecnologia ou a nanotecnologia, e é dos Países que mais investe em investigação e desenvolvimento; as suas universidades, especialmente nas áreas de Gestão e Engenharias, dominam os rankings globais; carece de uma política de energia consolidada, mas explora mais recursos energéticos do que a maioria, sendo também menos dependente de petróleo do que muitos; apresenta uma economia debilitada mas o mundo continua de olhos postos em Wall Street; tem visto a sua ideologia e modo de vida contestado mas é dos Países que continua a captar maior número de imigrantes, incluindo as grandes mentes mundiais. Marisa F. Silva
  • 7. Tendências e Desafios no Mundo e na Europa É inegável, como exposto anteriormente, que os EUA passam por um período conturbado e não será despropositado acreditar que enfrentarão ainda muitas e crescentes dificuldades nos próximos anos para manter o controlo global político e económico. Ainda assim, se numa visão absoluta o País se encontra fragilizado, numa visão mais holística e relativa, continua muito forte em áreas-chave de vitalidade global. Então, ainda que seja previsível que a China continue a reforçar a sua posição através do crescimento económico e fique relativamente próxima do poderio norte-americano, não parece ter força tal para se afigurar como alternativa hegemónica no horizonte da próxima década. A convicção, por seu lado, é um luxo daqueles que se encontram nas bancadas3, pelo que será conveniente acautelar que o futuro, por definição, é sempre incerto e existem vários futuros possíveis e nunca apenas um, ou não seria esta uma Pós-graduação em Prospectiva. Assim, embora o cenário aqui defendido seja aquele de manutenção dos factores de predominância dos EUA, poderão descortinar-se outras configurações, com a mais evidente a ser uma superação pela China ou, num cenário mais improvável mas nem por isso menos real, o surgimento de novos e inesperados actores na cena mundial. ”Conviction, it turns out, is the luxury of those on the sidelines.” – A Beautiful Mind, 2001 Marisa F. Silva