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JANELA JOHARI E O AUTOCONHECIMENTO
 LEITURA COMPLEMENTAR para o item 5.5 – Comportamentos do mediador, em Mediação e
 Solução de Conflitos – teoria e prática, de Fiorelli, Fiorelli& Malhadas.

 Resumo

 O autoconhecimento é indispensável ao que lida com mediação de conflitos, para assegurar
 que os seus próprios conteúdos não contaminam as interpretações das manifestações das
 partes em litígio.

 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Ir para: navegação, pesquisa
 Janela de Johari é uma ferramenta conceitual, criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955, que tem como objetivo auxiliar
 no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo.
Este conceito pode aplicar-se ao estudo a interacção e das relações interpessoais em várias situações, nomeadamente, entre indivíduos,
 grupos ou organizações.
 A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington).
 O conceito tem um modelo de representação, que permite, revelar o grau de lucidez nas relações interpessoais, relativamente a um
 dado ego, classificando os elementos que as dominam, num gráfico de duas entradas (janela): busca de feedback versus auto-
 exposição, subdividido em quatro áreas:
 - Área livre ou eu aberto;
 - Área cega ou eu cego;
 - Área secreta ou eu secreto;
 - Área inconsciente ou eu desconhecido.
 Para compreender o modelo de representação, imagine uma janela com quatro "vidros" e em que cada "vidro", corresponde a uma
 área anteriormente descrita, sendo a definição de cada uma delas:
           Área livre ou eu aberto – zona que integra conhecimento do ego e também dos outros;
           Área cega ou eu cego – zona de conhecimento apenas detido pelos outros e portanto desconhecido do ego;
           Área secreta ou eu secreto – zona de conhecimento pertencente ao ego e que não partilha com os outros;
           Área inconsciente ou eu desconhecido – zona que detêm os elementos de uma relação em que nem o ego, nem os outros têm
           consciência ou conhecimento.
 Para se entender melhor o funcionamento da janela, vejamos o seguinte exemplo:
 Numa relação recente, quando dois interlocutores (duas janelas), iniciam o seu primeiro contacto, a interacção apresenta áreas livres
 muito reduzidas, áreas cegas relativamente grandes, áreas secretas igualmente extensas e obviamente áreas inconscientes intactas.

 xxxxxx
 A Janela Johari abre uma instigante percepção a esse respeito.
         As pessoas têm apenas uma idéia imprecisa de como se comportam; afinal, não se atua na frente
 de um espelho e nem se dispõe de feedbacks contínuos. Daí a importância do autoconhecimento,
 principalmente para aqueles que se expõem à observação de terceiros.
         Joseph Luft e Harry Ingham desenvolveram um modelo, já clássico, a respeito do
 autoconhecimento (a famosa “Janela Johari”), segundo o qual todo indivíduo apresenta os seguintes
 quatro tipos de comportamentos:
 a)conhecidos por ele e por todos que com ele convivem (denominado “eu aberto”);
     A pessoa, por exemplo, é agressiva; tem consciência disso, e todos os que a conhecem, também
     sabem!
 b)conhecidos pelos outros, mas não por ele (o “eu cego”);
     Por exemplo, a pessoa eleva a voz, mas não o percebe; surpreende-se quando chamada de
     “agressiva”.
 c)conhecidos por ele, mas desconhecidos pelos outros (o “eu secreto”);
     A pessoa manipula, consciente de que se comporta dessa maneira; assim, conduz as demais que não
     o percebam.
 d)desconhecidos dele e dos demais (o “eu oculto”);
     Na situação anterior, o indivíduo manipula e nem ele, nem as demais pessoas, têm consciência de que
     ele assim se comporta.
     Quando um terceiro observa e aponta o fato, todos se surpreendem.
         Quanto mais os comportamentos da pessoa são conhecidos por ela e pelos demais (dominância do
 “eu aberto”), mais fácil será a comunicação.
         O diálogo franco, aberto, entre mediador e co-mediador, constitui um procedimento simples e
 eficaz para ampliar o “eu aberto”; afinal, um e outro observam-se atuando na sessão de mediação.
         Por meio de comentários recíprocos (os feedbacks), ambos poderão melhorar continuamente suas
 intervenções.
         Algumas dicas para a eficácia dos feedbacks:
 - eles devem ser específicos, referir-se a situações muito bem identificadas;
 - devem ser realizados logo após a sessão, para que os detalhes ainda permaneçam vivos na memória;
- devem ser detalhados, para que não se tornem meras observações de caráter geral.
      O autoconhecimento constitui o principal instrumento à disposição do mediador para assegurar-se
de que:
      a)não se deixa contaminar por seus conteúdos;
      b)não se deixa conduzir pelos comportamentos dos mediandos;
      c)de fato, pratica comportamentos facilitadores da mediação.
      A respeito de Janela Johari e feedbacko leitor encontra mais informações em:
MOSCOVICI, F. Desenvolvimentointerpessoal. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995.


Questões organizacionais numa salada de frutas
Postado em 5 setembro 2012 | Por João Carlos Rocha
TAGS : Coaching, Desenvolvimento Organizacional, Eficácia, Gestão

                                                          “Só pode ser convenientemente integrado o que foi devidamente separado.”
                                                                                                                       Anaxágoras

Por que, quando saboreamos uma salada de frutas, conseguimos perceber e identificar claramente quando é a maçã, o morango ou o
abacaxi, a fruta que passa por nossa língua? Como isso é possível, se estão todos misturados? A resposta é simples: porque um dia
comemos separadamente cada uma destas frutas. Se nossas experiências anteriores fossem somente de comer saladas, não teríamos
essa possibilidade, não é assim?

 Esse fato do cotidiano ilustra bem o arquétipo revelado no axioma atribuído ao filósofo grego Anaxágoras. Por ser arquetípico e
portanto universal, é uma base importante para diagnóstico e encaminhamento de problemas humanos e organizacionais.

 Pelo menos na minha experiência, na vida e nas organizações, os problemas se apresentam na forma de saladas. Por isso, para
construirmos soluções eficientes e eficazes precisamos de conceitos, métodos e ferramentas para, primeiro separar e depois juntar. Eis
um princípio importante para coaching e consultoria de processos.
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Janela johari e o autoconhecimento

  • 1. JANELA JOHARI E O AUTOCONHECIMENTO LEITURA COMPLEMENTAR para o item 5.5 – Comportamentos do mediador, em Mediação e Solução de Conflitos – teoria e prática, de Fiorelli, Fiorelli& Malhadas. Resumo O autoconhecimento é indispensável ao que lida com mediação de conflitos, para assegurar que os seus próprios conteúdos não contaminam as interpretações das manifestações das partes em litígio. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Janela de Johari é uma ferramenta conceitual, criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955, que tem como objetivo auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo. Este conceito pode aplicar-se ao estudo a interacção e das relações interpessoais em várias situações, nomeadamente, entre indivíduos, grupos ou organizações. A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington). O conceito tem um modelo de representação, que permite, revelar o grau de lucidez nas relações interpessoais, relativamente a um dado ego, classificando os elementos que as dominam, num gráfico de duas entradas (janela): busca de feedback versus auto- exposição, subdividido em quatro áreas: - Área livre ou eu aberto; - Área cega ou eu cego; - Área secreta ou eu secreto; - Área inconsciente ou eu desconhecido. Para compreender o modelo de representação, imagine uma janela com quatro "vidros" e em que cada "vidro", corresponde a uma área anteriormente descrita, sendo a definição de cada uma delas: Área livre ou eu aberto – zona que integra conhecimento do ego e também dos outros; Área cega ou eu cego – zona de conhecimento apenas detido pelos outros e portanto desconhecido do ego; Área secreta ou eu secreto – zona de conhecimento pertencente ao ego e que não partilha com os outros; Área inconsciente ou eu desconhecido – zona que detêm os elementos de uma relação em que nem o ego, nem os outros têm consciência ou conhecimento. Para se entender melhor o funcionamento da janela, vejamos o seguinte exemplo: Numa relação recente, quando dois interlocutores (duas janelas), iniciam o seu primeiro contacto, a interacção apresenta áreas livres muito reduzidas, áreas cegas relativamente grandes, áreas secretas igualmente extensas e obviamente áreas inconscientes intactas. xxxxxx A Janela Johari abre uma instigante percepção a esse respeito. As pessoas têm apenas uma idéia imprecisa de como se comportam; afinal, não se atua na frente de um espelho e nem se dispõe de feedbacks contínuos. Daí a importância do autoconhecimento, principalmente para aqueles que se expõem à observação de terceiros. Joseph Luft e Harry Ingham desenvolveram um modelo, já clássico, a respeito do autoconhecimento (a famosa “Janela Johari”), segundo o qual todo indivíduo apresenta os seguintes quatro tipos de comportamentos: a)conhecidos por ele e por todos que com ele convivem (denominado “eu aberto”); A pessoa, por exemplo, é agressiva; tem consciência disso, e todos os que a conhecem, também sabem! b)conhecidos pelos outros, mas não por ele (o “eu cego”); Por exemplo, a pessoa eleva a voz, mas não o percebe; surpreende-se quando chamada de “agressiva”. c)conhecidos por ele, mas desconhecidos pelos outros (o “eu secreto”); A pessoa manipula, consciente de que se comporta dessa maneira; assim, conduz as demais que não o percebam. d)desconhecidos dele e dos demais (o “eu oculto”); Na situação anterior, o indivíduo manipula e nem ele, nem as demais pessoas, têm consciência de que ele assim se comporta. Quando um terceiro observa e aponta o fato, todos se surpreendem. Quanto mais os comportamentos da pessoa são conhecidos por ela e pelos demais (dominância do “eu aberto”), mais fácil será a comunicação. O diálogo franco, aberto, entre mediador e co-mediador, constitui um procedimento simples e eficaz para ampliar o “eu aberto”; afinal, um e outro observam-se atuando na sessão de mediação. Por meio de comentários recíprocos (os feedbacks), ambos poderão melhorar continuamente suas intervenções. Algumas dicas para a eficácia dos feedbacks: - eles devem ser específicos, referir-se a situações muito bem identificadas; - devem ser realizados logo após a sessão, para que os detalhes ainda permaneçam vivos na memória;
  • 2. - devem ser detalhados, para que não se tornem meras observações de caráter geral. O autoconhecimento constitui o principal instrumento à disposição do mediador para assegurar-se de que: a)não se deixa contaminar por seus conteúdos; b)não se deixa conduzir pelos comportamentos dos mediandos; c)de fato, pratica comportamentos facilitadores da mediação. A respeito de Janela Johari e feedbacko leitor encontra mais informações em: MOSCOVICI, F. Desenvolvimentointerpessoal. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995. Questões organizacionais numa salada de frutas Postado em 5 setembro 2012 | Por João Carlos Rocha TAGS : Coaching, Desenvolvimento Organizacional, Eficácia, Gestão “Só pode ser convenientemente integrado o que foi devidamente separado.” Anaxágoras Por que, quando saboreamos uma salada de frutas, conseguimos perceber e identificar claramente quando é a maçã, o morango ou o abacaxi, a fruta que passa por nossa língua? Como isso é possível, se estão todos misturados? A resposta é simples: porque um dia comemos separadamente cada uma destas frutas. Se nossas experiências anteriores fossem somente de comer saladas, não teríamos essa possibilidade, não é assim? Esse fato do cotidiano ilustra bem o arquétipo revelado no axioma atribuído ao filósofo grego Anaxágoras. Por ser arquetípico e portanto universal, é uma base importante para diagnóstico e encaminhamento de problemas humanos e organizacionais. Pelo menos na minha experiência, na vida e nas organizações, os problemas se apresentam na forma de saladas. Por isso, para construirmos soluções eficientes e eficazes precisamos de conceitos, métodos e ferramentas para, primeiro separar e depois juntar. Eis um princípio importante para coaching e consultoria de processos.