1. Oração para guarda dos sentidos
Beata Madre Humildade de Florença
"Bons Anjos, meus possantes protetores: guardai todas
minhas vias e vigiai cuidadosamente à porta de meu coração,
de medo que eu não seja surpreendida por meus inimigos.
Brandi diante de mim vosso gládio protetor! Guardai
também a porta de minha boca para que nenhuma palavra
inútil escape de meus lábios! Que minha língua seja como
uma espada, quando for o caso de combater os vícios ou de
ensinar a virtude! Fechai meus olhos com um duplo selo
quando eles quiserem ver com complacência outra coisa que
Jesus. Mas tende-os abertos e despertos quando for para
rezar e cantar os louvores do Senhor. Vigiai também a porta
de meus ouvidos, a fim de que eles repilam sempre com
desgosto tudo o que vem da vaidade ou do espírito do mal.
Colocai entraves a meus pés quando eles quiserem ir pecar.
Mas acelerai meus passos quando se tratar de trabalhar para
a gloria de Deus ou da santa Virgem Maria, ou a salvação
das almas! Fazei que minhas mãos sejam sempre, como as
vossas, prontas a executar as ordens de Deus. Abafai em
mim o olfato do corpo, a fim de que minha alma não aspire
mais que o suave perfume das flores celestes. Em uma
palavra, guardai todos meus sentidos, de maneira que minha
alma se deleite constantemente em Deus e com as coisas
celestes. Meus Anjos bem-amados: fui colocada sob vossa
guarda pelo doce Jesus; eu vos suplico que me guardeis
sempre com cuidado, pelo amor dEle. Ó meus Anjos bem-
amados, eu vos peço de me conduzir um dia à presença da
Rainha do Céu, e de suplicar-lhe que eu seja colocada nos
braços do divino Menino Jesus, seu Filho bem-amado!"
3. Em 1947, em Montechiari, situada a alguns quilômetros
de Bréscia, norte da Itália, uma enfermeira chamada
Pierina Gilli, nascida no dia 3 de agosto de 1911,
encontrava-se num quarto do hospital onde
trabalhava, quando teve uma visão de uma belíssima
Senhora vestida com uma túnica púrpura e com um
véu branco cobrindo-lhe a cabeça. Em seu peito
estavam encravadas três espadas e seu celestial rosto
tinha feições muito tristes. A Virgem chorava e disse
em sua primeira aparição disse: "Oração, Penitência e
Expiação".
• Na segunda aparição a Virgem
apresenta-se de branco e em lugar
das três espadas traz no peito três
rosas: uma branca, uma cor-de-
rosa e outra dourada. A Virgem
disse a Pierina que o Senhor a
enviara especialmente para ajudar
aos sacerdotes e às ordens
religiosas.
Suas palavras foram mais ou menos assim: "Sou a Mãe de
Jesus e Mãe de todos vocês". "Nosso Senhor me envia para implantar
uma nova devoção mariana em todos os institutos tanto masculinos como
femininos, nas comunidades religiosas e em todos os sacerdotes. Eu
prometo-lhes que se venerarem desta maneira especial, gozarão
particularmente de minha proteção e haverá um florescimento de vocações
religiosas. Desejo também que o dia 31 de cada mês seja consagrado como
dia mariano e os doze dias precedentes sirvam de preparação com orações
especiais, e o dia 13 de julho de cada ano seja dedicado à "Rosa Mística".
4. A Virgem explicou também o significado das
espadas e das três rosas:
A primeira espada: representa a escassez das vocações.
A segunda espada: representava os pecados mortais
dos sacerdotes, monges e monjas.
A terceira espada era por causa dos sacerdotes e monges
que cometem a mesma traição de Judas.
A Rosa branca: o espírito de oração.
A Rosa Vermelha: o espírito de expiação e sacrifício.
A Rosa dourada: o espírito de penitência.
• A terceira aparição ocorreu na capela do hospital de
Montechiari, durante a celebração eucarística. Maria
Rosa Mística disse: "Meu Divino Filho, cansado das
incessantes ofensas, quer dar curso à sua justiça e quer
colocar-me como intermediária entre os homens e em
particular entre as almas dos religiosos e Ele". A vidente
agradece em nome de todos os presentes e ela
responde: "Vivei de amor".
• Na quarta aparição a Virgem suplica oração e
penitência, pedido que se repete na quinta aparição.
• Na sexta aparição, Maria expressa o desejo de que em
Montechiari seja venerada sob a invocação de "Rosa
Mística", unida à veneração de seu Coração
Imaculado, especialmente nos conventos e Institutos
Religiosos.
5. • Na sétima aparição, a Virgem disse sorrindo: "Eu sou a
Imaculada Conceição, sou a Mãe da Graça, Mãe de meu
Divino Filho, Jesus Cristo, quero que ao meio-dia de cada
8 de dezembro seja celebrada a "hora da graça" por todo o
mundo e prometo que mediante esta devoção serão
alcançadas graças para a alma e para o corpo".
Depois destes acontecimentos,
Pierina passou vários anos em
Bréscia como ajudante em um
convento de religiosas. Em 1966
começa a segunda etapa das
aparições. Em fevereiro desse ano
Pierina volta a ver a Virgem e lhe
anuncia que aparecerá no dia 17
de abril em Fontanelle, um bairro
de Montechiari. Nesse lugar
havia uma fonte numa gruta onde
ocorreram várias curas físicas e
espirituais.
6. • A Virgem apareceu no dia anunciado e assim se
manifestou: "Meu divino Filho Jesus é todo amor e me
enviou para dar um poder milagroso de cura a este fonte...
Que os enfermos e todos os meus filhos peçam perdão a meu
Divino Filho, beijem com muito amor a Cruz, tirem água
da fonte e bebam-na... Desejo que os enfermos e todos meus
filhos venham à fonte da graça".
Aparições em Fontanelle
Aconteceu que, por ordem expressa do bispo diocesano,
Pierina Gilli se retirou, por alguns anos, a um
convento de religiosas, como empregada, tendo por
diretor espiritual um franciscano conventual, Padre
Justino Carpin.
• Fontanelle é ubúrbio de Montichiari, a poucos
quilômetros da catedral. Pierina vivera ali na sua
infância e conhecia bem a fotne onde Nossa Senhora
iria aparecer muitas vezes.
• As aparições em Fontanelle dizem respeito mais aos
habitantes do local. Daremos aqui alguns dos
pronunciamentos de Nossa Senhora que tenha
interesse para a Igreja Católica Apostólica do mundo
inteiro.
7. - O meu Divino Filho é todo Amor..., o mundo corre à
perdição... Eu alcancei ainda misericórdia e, por isso, aqui
vim, novamente, trazer graças de Seu amor. A humanidade
salvar-se-á com a Oração, o Sacrifício e a Penitência.
Pierina perguntou à Virgem: - Que nome tendes? Sentiu
que lhe era respondido: - Rosa Mística. Então a Virgem
Santíssima abriu os braços e o manto extraordinariamente
amplo, sorriu e acrescentou:
- Estou para trazer às almas dos meus filhos, amor,
concórdia e paz; peço-vos que não atireis lama sobre a
caridade. Pierina, então, pediu à Virgem que lhe explicasse
o significado daquele seu manto de excepcional amplidão.
A Virgem respondeu: - É figura do meu amor maternal,
que deseja abraçar toda a humanidade. (13 de Maio de
1.966)
• A Santíssima Virgem disse à Pierina que JESUS queria a
"União mundial da Comunhão reparadora", a estabelecer
no dia 13 de outubro de 1.966 e a repetir, anualmente,
nesta data.
• A Virgem Maria acrescentou em seguida: - Os Sacerdotes
e os fiéis que praticarem esta devoção, receberão de mim
abundantes graças.
Quantas graças Eu fiz neste século e nos precedentes!
Quantas bênçãos! Quantos castigos poupei! Quantos
colóquios tive com as almas! Mas os homens continuam
sempre a ofender o Senhor! Eis porque desejo a "União
mundial da Comunhão reparadora." (06 de Agosto de
1.966)
8. A 14 de fevereiro de 1.970 Pierina volta a contemplar a
Santíssima Virgem, que lhe diz:
- Venho pedir oração..., oração e penitência. Quantas almas
correm o risco de se perderem! É necessário sacrifícios para
podermos salvá-las. O meu amor abraça o mundo inteiro...
Por teu intermédio, pobre criatura, outorguei o meu amor e
dá-lo-ei para ser derramado nas almas. Dar amor! Nada há
de mais belo e grandioso. Amor a DEUS, amor ao próximo:
oração que sobe até ao Senhor.
Desta forma o homem doa-se, e isso é tudo. É necessário
sofrer com amor. Há que dar em silêncio e comunicar por
meio da oração.
A aparição de 19 de maio de 1.970 tem especial significado.
Maria Santíssima apareceu, como sempre com o seu manto
branco, o Coração adornado com três rosas (branca,
vermelha e amarela). No braço direito um rosário enorme
que, em vez da cruz habitual, termina com uma bela
medalha. Depois, estendendo os braços, a Santíssima
Virgem apresenta essa medalha, redonda e dourada, sobre
as palmas das mãos. Sobre a mão direita vê Pierina gravada
a efígie de Maria, em pé no topo da escada, com as mãos
juntas e com a cabeça inclinada, como habitualmente, para
baixo e para a esquerda, circundada por rosas. Também a
seus pés havia muitas rosas, esparsas pelos degraus. Na
orla da medalha da mão direita estava escrito: "ROSA"; e
na esquerda: "MÍSTICA". Depois, no verso da medalha,
Pierina observou distintamente, uma bela igreja de cúpula,
com três grandes portas. Por cima estava escrito:
"MARIA, MÃE DA IGREJA".
9. A 17 de janeiro de 1.971 voltara a Santíssima Virgem e
dissera: - Um terço rezado devotamente é um penhor para
qualquer intercessão; é a contemplação dos mistérios da
Fé... O PAI Nosso é a prece da união... a prece do
SENHOR... a prece de fé e de luz e vínculo de união, de
glória, de bem aventurança.
É meu desejo que se mande cunhar uma medalha como
esta, com as duas inscrições. O Senhor me envia a este
lugar, por Ele, de antemão, escolhido, a fim de trazer o dom
do seu amor, o dom da fonte das graças, e o da medalha do
meu amor materno. Hoje estou aqui para dar a conhecer
esta medalha, graça do amor universal e que será posta
sobre o coração por todos os meus filhos, onde quer que se
encontrem. Prometo a estes meus filhos a minha proteção e
a graça maternal. Esta é a hora na qual se busca aniquilar,
o mais possível a veneração que me é devida.
A medalha do meu amor materno fará que os filhos me
tenham sempre consigo. Sou a Mãe do Senhor, a Mãe da
humanidade. Aqui estará o triunfo do amor universal! A
bênção do Senhor, juntamente com a minha predileção hão
de acompanhar sempre todos os filhos que a mim recorrem.
10. Na aparição de janeiro de 1.971 Nossa Senhora
recomendava a Pierina: Reza, minha filha; reza e faz com
que rezem. Tantos dos meus filhos vivem nas trevas! Já não
se quer a DEUS. Oh! em que luta se acha a Igreja do meu
Divino Filho! Por isso, estendo Eu o manto de minha
predileção sobre a humanidade, porque há urgência de
oração de amor e prece de expiação...
A humanidade corre para a sua grande ruína... Quantas
almas perdidas!... Pobre Igreja do meu Divino Filho JESUS
CRISTO! Orai, ó filhos, fazei penitência... Este é o meu
apelo vivo, a advertência da Mãe do Senhor.
E a Virgem prosseguia:
- Minha filha, esta é a hora em que é preciso que vos unais
em oração e caridade, em torno do Senhor. Ele é
abandonado e ultrajado por tantos dos seus filhos.
Queremos almas fortes e generosas, prontas a dar
testemunho e a demonstrar que o meu Divino Filho se
imolou na Cruz; compreenda cada um quanto e como o
Coração de JESUS está cheio de amor e misericórdia. Vim
aqui para falar do amor que a DEUS é devido; para induzir
as almas a este amor a DEUS e ou próximo.
É de importância a aparição de 22 de julho de 1.973.
Pierina Gilli conta:
11. - Cerca de 09:30 Hs. estava eu sentada na pequena
cozinha, atenta a escrever uma carta. Lá fora, o tempo
estava mau: trovões e relâmpagos. Eis então que,
erguendo os olhos, vi que na capela, anexa, de Nossa
Senhora se acendera uma luz. Julguei a princípio que
tivesse sido conseqüência do temporal e levantei-me para a
apagar. Qual não foi a minha surpresa quando vi Nossa
Senhora de pé, junto do altar. Ajoelhei-me imediatamente
para lhe agradecer tamanho favor, enquanto Ela, sorrindo,
dizia:
- Agora e sempre... O Senhor enviou-me a fim de trazer o
Seu amor à humanidade, juntamente com a misericórdia.
Eu convido os meus filhos a escutar os latejos do meu
Coração. Quero que cumpram os meus pedidos... Oração
de fé, orações de amor, de louvor, orações para alcançar
graças. E ajuntou: Rezai o santo terço.
Pierina perguntou à Nossa Senhora por que razão nunca
se manifestara antes como "Rosa Mística" e que
significado teria este título. A Santíssima Virgem
respondeu:
- Rosa Mística não tem em si nada de novo. Rosa Mística
fui Eu chamada no instante em que o meu Divino Filho
JESUS CRISTO se fez Homem. Em ROSA MÍSTICA
simboliza-se o FIAT da redenção e o FIAT da minha
colaboração.
12. Eu sou a Imaculada Conceição, a Mãe de JESUS Senhor, a
Mãe da graça, a Mãe do corpo místico, a Igreja. Eis
porque o meu Divino Filho me convidou a vir a
Montichiari em 1.947 e vim, pousando os pés no meio da
sé, no meio de tantos filhos meus... e isto para demonstrar
que Eu sou a Mãe do corpo místico, a Igreja. Isso não
passou então de uma advertência e um convite à oração,
dirigido a todos os filhos. Penitência..., expiação, disse-te
Eu naqueles dias, pois, estavam para vir tempos escuros,
cheios de ateísmo e esfriamento no amor para com DEUS
e para com esta vossa Mãe.
Enquanto a Virgem Maria
falava, seus olhos estavam
rasos de lágrimas. Depois
prosseguiu:
- Mas se derdes ouvidos a
este convite, a graça do
Senhor e a Sua misericórdia
infinita hão de ser conforto e
consolação de "Rosa
Mística". Erguendo ao céu
os olhos e as mãos, Maria
Santíssima retomou a
palavra:
13. - Do Senhor invoco bênçãos e graças copiosas para todos
os filhos que trabalham na difusão do meu amor, da minha
obra, a fim de que me reconheçam; sobre todos quantos se
empenham em realizar corajosamente os meus pedidos,
como já manifestei. A todos estes meus filhos prometo o
meu amor materno e a graça do Senhor.
E conclui Pierina a sua narração: "Com estas palavras
Nossa Senhora desapareceu, deixando em mim um tal
gozo, que não pode comparar-se com outro qualquer
deste mundo. No meu coração brotou nova coragem para
aceitar, com o melhor ânimo, todas as humilhações e
provas, uma vez que se realizem os desejos de Nossa
Senhora. Antes de encerrar o presente capítulo, apraz-nos
juntar uma breve nota do Bispo de Ratisbona, Dom
Graber, que assim escreveu: "A palavra "Mística",
exprime o imergir-se na transcendência divina, o
abismar-se e entrar n'Ele, o dar-se conta, imediatamente,
da Sua presença amorosa na alma. À Nossa Senhora foi
dado o ser a Mestra principal da Mística. Como "Rosa
Mística" ela aponta claramente a via da salvação para o
futuro da Igreja e da Cristandade. É por meio dessa "Via
Mística" que seremos capazes de conhecer, através da
graça divina, o mistério de DEUS prestes a revelar-se em
nós, mais concreto e seguro, que outra qualquer prova ou
experiência espiritual."