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A mensagem
Stanislaw Ponte Preta
(Sérgio Porto)
Um amigo nosso, comandante da VASP, conta-me a estranha mensagem recebida
por um piloto americano durante uma aterrissagem.
O avião da companhia norte-americana sobrevoava a Bahia, a caminho do Rio,
quando um defeito no motor obrigou o piloto a providenciar uma aterrissagem no
aeroporto mais próximo possível.
Na Bahia, justamente na pequena cidade de Barreiras, existe uma pista de
emergência (se é que se pode chamar aquilo de pista) para os aviões das linhas
internacionais. Raramente é usada, mas era a mais próxima da rota do avião.
Assim, o piloto não teve dúvidas. A situação dele estava muito mais pra urubu do
que pra colibri. 0 negócio era mesmo se mandar para Barreiras.
Pediu pouso durante certo tempo, dirigindo-se à Rádio local em inglês. A resposta
demorou um pouco, mas acabou vindo. Alguém, com forte sotaque nordestino,
falando um inglês arrevesado e misturado com palavras em português, respondia
que estava ouvindo e aconselhava o comandante a procurar outro local para
aterrissagem.
Há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado.
O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo, e tornou a pedir
instruções, ouvindo-se lá a voz a dizer que estava bem, mas que não se
responsabilizava pelo que desse e viesse.
Acontece porém que isso foi dito com outras palavras, ainda num misto de
português e inglês. Assim:
— Ok. You land. But se der bode, I'il take my body out.
Texto extraído do livro "10 em Humor", Editora Expressão e Cultura — Rio de Janeiro, 1968,
pág. 42.
Atividades
1. Considere o trecho “há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em
péssimo estado.
O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo”. Para que o leitor
compreenda
o texto, uma parte precisa estar ligada à outra. No trecho que você leu, o autor faz a
ligação (ou conexão) entre as duas frases retomando palavras:
a) o termo piloto retoma o termo avião.
b) a expressão assim mesmo retoma a pista se achava em péssimo estado.
c) a expressão sem outra alternativa retoma o termo Barreiras.
d) o termo insistiu retoma o termo chovendo.
2. Esse texto pode ser considerado narrativo, pois:
a) apresenta uma opinião do autor sobre o tema aviação.
b) informa que o avião pode cair, caso o piloto não possa aterrissar.
c) apresenta uma sequência de acontecimentos.
d) usa termos da língua inglesa.
3. Nesse texto predomina o tempo cronológico, pois:
a) sabemos tudo o que o piloto pensa.
b) há marcas de passagem de tempo no texto.
c) o espaço do aeroporto está bem caracterizado.
d) faz humor ao misturar inglês com português.
4. Há algum trecho nesse texto que desperta sua imaginação? Copie o trecho e
explique o porquê.
5. O foco narrativo está em 1a ou 3a pessoa? Justifique.
Prof. Jerônimo 

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Aterrissagem em Barreiras

  • 1. A mensagem Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) Um amigo nosso, comandante da VASP, conta-me a estranha mensagem recebida por um piloto americano durante uma aterrissagem. O avião da companhia norte-americana sobrevoava a Bahia, a caminho do Rio, quando um defeito no motor obrigou o piloto a providenciar uma aterrissagem no aeroporto mais próximo possível. Na Bahia, justamente na pequena cidade de Barreiras, existe uma pista de emergência (se é que se pode chamar aquilo de pista) para os aviões das linhas internacionais. Raramente é usada, mas era a mais próxima da rota do avião. Assim, o piloto não teve dúvidas. A situação dele estava muito mais pra urubu do que pra colibri. 0 negócio era mesmo se mandar para Barreiras. Pediu pouso durante certo tempo, dirigindo-se à Rádio local em inglês. A resposta demorou um pouco, mas acabou vindo. Alguém, com forte sotaque nordestino, falando um inglês arrevesado e misturado com palavras em português, respondia que estava ouvindo e aconselhava o comandante a procurar outro local para aterrissagem. Há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado. O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo, e tornou a pedir instruções, ouvindo-se lá a voz a dizer que estava bem, mas que não se responsabilizava pelo que desse e viesse. Acontece porém que isso foi dito com outras palavras, ainda num misto de português e inglês. Assim: — Ok. You land. But se der bode, I'il take my body out. Texto extraído do livro "10 em Humor", Editora Expressão e Cultura — Rio de Janeiro, 1968, pág. 42. Atividades 1. Considere o trecho “há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado. O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo”. Para que o leitor compreenda o texto, uma parte precisa estar ligada à outra. No trecho que você leu, o autor faz a ligação (ou conexão) entre as duas frases retomando palavras: a) o termo piloto retoma o termo avião. b) a expressão assim mesmo retoma a pista se achava em péssimo estado. c) a expressão sem outra alternativa retoma o termo Barreiras. d) o termo insistiu retoma o termo chovendo.
  • 2. 2. Esse texto pode ser considerado narrativo, pois: a) apresenta uma opinião do autor sobre o tema aviação. b) informa que o avião pode cair, caso o piloto não possa aterrissar. c) apresenta uma sequência de acontecimentos. d) usa termos da língua inglesa. 3. Nesse texto predomina o tempo cronológico, pois: a) sabemos tudo o que o piloto pensa. b) há marcas de passagem de tempo no texto. c) o espaço do aeroporto está bem caracterizado. d) faz humor ao misturar inglês com português. 4. Há algum trecho nesse texto que desperta sua imaginação? Copie o trecho e explique o porquê. 5. O foco narrativo está em 1a ou 3a pessoa? Justifique. Prof. Jerônimo 