SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
Mecanismos de Ação de Antiparasitários
Prof. Dr. Menandes Neto
Antiparasitários - Introdução
• Grupos Principais de parasitas para o homem
– Protozoários
– Helmintos
• Grupos Principais de Anti-parasitários
– Antiprotozoários
– Antihelmínticos
• Estrutura e ação muito diferentes em virtude da diferença
estrutural e celular
Características Ideais dos Fármacos
• Capacidade de alcançar o parasita onde se encontre
• Ação deletéria sobre o parasita
• Boa tolerância pelo hospedeiro
• Utilização em dose única ou esquema posológico curto
• Amplo espectro de ação
• Preço reduzido
• Possibilidade de tratamento em massa
• Possibilidade de uso profilático
Resposta Imune e Evasão
• Resposta Imune aos parasitas
– Imunidade Inata
– Imunidade Adapatativa – Respotas T e B
• Predomínio de perfil Th2 em diversas parasitoses /
helmintíases
• Evasão
– Internalização celular  fuga da resposta humoral
– Invasão das hemácias  plasmódios na malária
– Invasão de macrófagos  leishmanias
– Liberação de substância que neutralizam anticorpos
Antiprotozoários
• Guardam relação com antibióticos
– Protozoários são unicelulares
• Exemplos Gerais
– Urogenitais (Trichomonas) e Intestinais (ameba, giárdia)
• Metronidazol e Secnidazol  Produção de radicais livres
– Leishmania
• Antimoniato demeglumina  Inibe metabolismo
– Malária
• Quinina, Cloroquina, Primaquina  inibição de cálcio, DNA e
compostos reativos
• Artemisina  destruiução direta do parasita
– Doença de Chagas
• Primaquina  compostos reativos
– Toxoplasma
• Sulfametoxazol + Trimetoprina  Inibe folatos
Malária
• Ciclo
– Hemo polimerase  inativa o heme livre (tóxico para o
parasita)
– Cloroquina inibe a hemopolimerase  Mantem
croncentrações de heme livre  Toxicidade parasitária
Malária
• Tratamento Agudo  Esquizonticida
– Cloroquina e Quinina – Efetiva para todos os plasmódios
Malária
• Tratamento
Malária
• Tratamento  Gametócito
– Primaquina  destrói o gametócito através da formação de
compostos reativos
Amebíase
• Metronidazol
– Lesão do DNA do trofozoíta
– Destrói a forma invasiva, mas não exerce efeito sobre o cisto
Amebíase
• Diloxanida
– Ação amebicida
– Age sobre a forma não invasiva – importante nos cistos
Amebíase
• Para casos intestinais  Drogas de menor absorção
– Amebiazol; eritromicina; tetraciclina
• Drogas de ação extra-intestinal  Drogas de absorção total
– Emetina; Metronidazol*; Tinidazol
Leishmania
• Antimoniato de meglumina  antimônio pentavalente
– Liga polipeptideos
– Atua sobre a DNA topoisomerase
– Bloqueia beta oxidação de ácidos graxos
burns@usp.br
Leishmania
• Resistência a Antimoniais
Tripanossoma
• Suramina, Melarsoprol
– Bloqueio da via glicolítica do parasita
•
Tricomonas
• Metronidazol e Tinidazol
– Atua através de lesão do DNA do trofozoita
Antihelmínticos
• Exemplos Gerais
– Nematóideos (áscaris, oxiúros)
• Mebendazol  Ligação à tubulina
• Albendazol 
– Cestóideos (tenia)
• Niclosamida 
– Trematóideos (Esquistossomo)
• Praziquantel  Ionóforo de cálcio
Antihelmínticos
• Mecanismo de ação dos anti-helmínticos:
– Produzir paralisia do verme ou lesar a sua cutícula
– Diminuir a digestão parcial do verme
– Interferir no metabolismo do verme
Antihelmínticos
Infecção
Tubo digestivo Tecidos
Tênias (saginata; solium)
Nematódeos (Ascaris lumbricoides;
oxiurus)
Trematódeos (Schistossoma mansoni)
Nematódeos – trichinella spiralis.
Antihelmínticos
• Benzimidazóis (Nematódeos - oxiúros; Ascaris)
– Mebendazol; tiabendazol; albendazol
– Inibem a beta tubulina – interfere na captação de glicose
dependente de microtúbulo, depleção de glicogênio e ATP)
Antihelmínticos
• Praziquantel – fármaco de escolha para Trematódeos
(schistosoma)
– Causa paralisia e morte do verme – provoca contração da
musculatura – aumenta o influxo de cálcio
Antihelmínticos
helmintos (vermes)
(filos)
Platyhelmintes
(classes)
Nemathelmintes
Nematoda Cestoda Trematoda
Ascaris lumbricoides (50%)
T. trichiura
Taenia
Hymenolepis
Schistosoma
mansoni
E. vermicularis (oxyurus) (30%) E. granulosus
Cysticercus sp
S. stercoralis
Filárias
W. bancrofti
O. volvulus
Ancylostoma duodenale
A. braziliense
Necator americanus
(20%)
PRAZIQUANTEL
MEBENDAZOL
NICLOSAMIDA
Resistência a Anti parasitários
• Conversão da droga para uma forma inativa;
• Alteração da permeabilidade da membrana à droga,
diminuindo influxo e/ou aumentando a excreção.
• Ativação de vias metabólicas alternativas.
• Alteração do alvo da droga, diminuindo a afinidade da
droga.
• Aumento da concentração do alvo, diminuindo as
consequências metabólicas.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Antiparasitario.pptx

5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx
5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx
5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx
valentimamuge
 
O uso de antibiotico na pediatria e consequencias
O uso de antibiotico na pediatria e consequenciasO uso de antibiotico na pediatria e consequencias
O uso de antibiotico na pediatria e consequencias
ThiagoHenrick
 
Antimicrobianos de síntese protéica
Antimicrobianos de síntese protéicaAntimicrobianos de síntese protéica
Antimicrobianos de síntese protéica
Eloi Lago
 
Antibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de açãoAntibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de ação
Safia Naser
 

Semelhante a Antiparasitario.pptx (15)

Aula antimicrobianos.pptx
Aula antimicrobianos.pptxAula antimicrobianos.pptx
Aula antimicrobianos.pptx
 
5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx
5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx
5.Principios terapia antimicrobiana-Resistencia.pptx
 
Antibióticos
AntibióticosAntibióticos
Antibióticos
 
Aula 09 farmacologia - prof. clara mota
Aula 09   farmacologia - prof. clara motaAula 09   farmacologia - prof. clara mota
Aula 09 farmacologia - prof. clara mota
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções
ICSA17 - Resposta Imune a infecçõesICSA17 - Resposta Imune a infecções
ICSA17 - Resposta Imune a infecções
 
O uso de antibiotico na pediatria e consequencias
O uso de antibiotico na pediatria e consequenciasO uso de antibiotico na pediatria e consequencias
O uso de antibiotico na pediatria e consequencias
 
Antimicrobianos final-mga
Antimicrobianos final-mgaAntimicrobianos final-mga
Antimicrobianos final-mga
 
Mapa mentalcarbapenmico
Mapa mentalcarbapenmicoMapa mentalcarbapenmico
Mapa mentalcarbapenmico
 
Antibióticos
AntibióticosAntibióticos
Antibióticos
 
Antimicrobianos de síntese protéica
Antimicrobianos de síntese protéicaAntimicrobianos de síntese protéica
Antimicrobianos de síntese protéica
 
Controle de microrganismos por agentes in vivo
Controle de microrganismos por agentes in vivoControle de microrganismos por agentes in vivo
Controle de microrganismos por agentes in vivo
 
Aula n° 2
Aula n° 2  Aula n° 2
Aula n° 2
 
respostaainfeces-140205214133-phpapp01.pptx
respostaainfeces-140205214133-phpapp01.pptxrespostaainfeces-140205214133-phpapp01.pptx
respostaainfeces-140205214133-phpapp01.pptx
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
 
Antibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de açãoAntibióticos - mecanismo de ação
Antibióticos - mecanismo de ação
 

Mais de Menandes Alves De Souza Neto (6)

Aula de Farmacologia para tratamento farmacológico das dislipidemias
Aula de Farmacologia para tratamento farmacológico das dislipidemiasAula de Farmacologia para tratamento farmacológico das dislipidemias
Aula de Farmacologia para tratamento farmacológico das dislipidemias
 
aines.ppt
aines.pptaines.ppt
aines.ppt
 
Fisiologia do músculo esquelético.pptx
Fisiologia do músculo esquelético.pptxFisiologia do músculo esquelético.pptx
Fisiologia do músculo esquelético.pptx
 
adrenergicos.ppt
adrenergicos.pptadrenergicos.ppt
adrenergicos.ppt
 
Aula 3 - Indicadores de Saúde.ppt
Aula 3 - Indicadores de Saúde.pptAula 3 - Indicadores de Saúde.ppt
Aula 3 - Indicadores de Saúde.ppt
 
5. Função Renal.pptx
5. Função Renal.pptx5. Função Renal.pptx
5. Função Renal.pptx
 

Antiparasitario.pptx

  • 1. Mecanismos de Ação de Antiparasitários Prof. Dr. Menandes Neto
  • 2. Antiparasitários - Introdução • Grupos Principais de parasitas para o homem – Protozoários – Helmintos • Grupos Principais de Anti-parasitários – Antiprotozoários – Antihelmínticos • Estrutura e ação muito diferentes em virtude da diferença estrutural e celular
  • 3. Características Ideais dos Fármacos • Capacidade de alcançar o parasita onde se encontre • Ação deletéria sobre o parasita • Boa tolerância pelo hospedeiro • Utilização em dose única ou esquema posológico curto • Amplo espectro de ação • Preço reduzido • Possibilidade de tratamento em massa • Possibilidade de uso profilático
  • 4. Resposta Imune e Evasão • Resposta Imune aos parasitas – Imunidade Inata – Imunidade Adapatativa – Respotas T e B • Predomínio de perfil Th2 em diversas parasitoses / helmintíases • Evasão – Internalização celular  fuga da resposta humoral – Invasão das hemácias  plasmódios na malária – Invasão de macrófagos  leishmanias – Liberação de substância que neutralizam anticorpos
  • 5. Antiprotozoários • Guardam relação com antibióticos – Protozoários são unicelulares • Exemplos Gerais – Urogenitais (Trichomonas) e Intestinais (ameba, giárdia) • Metronidazol e Secnidazol  Produção de radicais livres – Leishmania • Antimoniato demeglumina  Inibe metabolismo – Malária • Quinina, Cloroquina, Primaquina  inibição de cálcio, DNA e compostos reativos • Artemisina  destruiução direta do parasita – Doença de Chagas • Primaquina  compostos reativos – Toxoplasma • Sulfametoxazol + Trimetoprina  Inibe folatos
  • 7. – Hemo polimerase  inativa o heme livre (tóxico para o parasita) – Cloroquina inibe a hemopolimerase  Mantem croncentrações de heme livre  Toxicidade parasitária Malária • Tratamento Agudo  Esquizonticida – Cloroquina e Quinina – Efetiva para todos os plasmódios
  • 9. Malária • Tratamento  Gametócito – Primaquina  destrói o gametócito através da formação de compostos reativos
  • 10. Amebíase • Metronidazol – Lesão do DNA do trofozoíta – Destrói a forma invasiva, mas não exerce efeito sobre o cisto
  • 11. Amebíase • Diloxanida – Ação amebicida – Age sobre a forma não invasiva – importante nos cistos
  • 12. Amebíase • Para casos intestinais  Drogas de menor absorção – Amebiazol; eritromicina; tetraciclina • Drogas de ação extra-intestinal  Drogas de absorção total – Emetina; Metronidazol*; Tinidazol
  • 13. Leishmania • Antimoniato de meglumina  antimônio pentavalente – Liga polipeptideos – Atua sobre a DNA topoisomerase – Bloqueia beta oxidação de ácidos graxos burns@usp.br
  • 15. Tripanossoma • Suramina, Melarsoprol – Bloqueio da via glicolítica do parasita •
  • 16. Tricomonas • Metronidazol e Tinidazol – Atua através de lesão do DNA do trofozoita
  • 17. Antihelmínticos • Exemplos Gerais – Nematóideos (áscaris, oxiúros) • Mebendazol  Ligação à tubulina • Albendazol  – Cestóideos (tenia) • Niclosamida  – Trematóideos (Esquistossomo) • Praziquantel  Ionóforo de cálcio
  • 18. Antihelmínticos • Mecanismo de ação dos anti-helmínticos: – Produzir paralisia do verme ou lesar a sua cutícula – Diminuir a digestão parcial do verme – Interferir no metabolismo do verme
  • 19. Antihelmínticos Infecção Tubo digestivo Tecidos Tênias (saginata; solium) Nematódeos (Ascaris lumbricoides; oxiurus) Trematódeos (Schistossoma mansoni) Nematódeos – trichinella spiralis.
  • 20. Antihelmínticos • Benzimidazóis (Nematódeos - oxiúros; Ascaris) – Mebendazol; tiabendazol; albendazol – Inibem a beta tubulina – interfere na captação de glicose dependente de microtúbulo, depleção de glicogênio e ATP)
  • 21. Antihelmínticos • Praziquantel – fármaco de escolha para Trematódeos (schistosoma) – Causa paralisia e morte do verme – provoca contração da musculatura – aumenta o influxo de cálcio
  • 22. Antihelmínticos helmintos (vermes) (filos) Platyhelmintes (classes) Nemathelmintes Nematoda Cestoda Trematoda Ascaris lumbricoides (50%) T. trichiura Taenia Hymenolepis Schistosoma mansoni E. vermicularis (oxyurus) (30%) E. granulosus Cysticercus sp S. stercoralis Filárias W. bancrofti O. volvulus Ancylostoma duodenale A. braziliense Necator americanus (20%) PRAZIQUANTEL MEBENDAZOL NICLOSAMIDA
  • 23. Resistência a Anti parasitários • Conversão da droga para uma forma inativa; • Alteração da permeabilidade da membrana à droga, diminuindo influxo e/ou aumentando a excreção. • Ativação de vias metabólicas alternativas. • Alteração do alvo da droga, diminuindo a afinidade da droga. • Aumento da concentração do alvo, diminuindo as consequências metabólicas.