O documento descreve a arte e movimentos artísticos da segunda metade do século XX, incluindo o Grupo Fluxus, arte minimalista, arte conceitual, videoarte e poesia concreta. Discute como esses movimentos exploraram novas tecnologias e envolveram o público de forma mais participativa. Também menciona obras de alguns artistas importantes como Nam June Paik, Bill Viola e Lygia Clark.
1. Profª Drª Cândida Almeida
tecnologia - cibercultura - arte - design e criação
ARTE ETECNOLOGIA
referências estéticas e históricas de grupos e movimentos de
arte a partir da segunda metade do século XX
3. Grupo Fluxus (1961)
A própria vida pode ser vivenciada como arte.
Idealizador: George Maciunas (1931 - 78)
Um grupo informal, internacional, mutante. Uma
comunidade em expansão.
Derivação do movimento neodadá.
4. Grupo Fluxus (1961)
Multimidiático /Transmidiático
Opunha-se aos valores burgueses
Questionava o individualismo
Rechaçava as galerias de arte
Valorização da criação coletiva
Era integrado por artistas de várias partes do
mundo, como os alemães Joseph Beuys e Wolf
Vostell, o coreano Nam June Paik, o francês
Bem Vautier, e japonesa Yoko Ono, entre
outros.
5. Grupo Fluxus (1961)
A origem do Fluxus situa-se em torno das aulas de
música experimental ministradas por John Cage na
New School for Social Research. O músico, na tentativa
de criar composições não-narrativas e aleatórias,
incorporando ruídos e interferências do meio, inspirou
os artistas na tentativa de dialogar com o cotidiano em
seus trabalhos.
9. As artes participativas
“A partir dos anos 1960 é possível encontrar, de forma
mais explicativa, trabalhos que procuram colocar em
debate a visão contemplativa do observador em relação
ao objeto estético e ao espaço ilusionista. Minimalismo,
arte cinética, Grupo Fluxus e instalações são alguns dos
nomes que poderíamos citar como referência a essa arte
mais participativa, que, ao romper com o mutismo
contemplativo preconizado pela arte tradicional, muitas
vezes chama o público a explorar a obra de arte com a
utilização de outros sentidos além do olhar”
(Priscila Arantes, 2012, p.36)
10. cultura de massa, propaganda, consumismo, tecnologias
Arte pop:
Richard Hamilton - O que será que torna os lares de
hoje tão diferentes, tão atraentes? 1956 Roy Lichtenstein - In the car 1963
12. estruturas geométricas aparentemente simples, questionando,
principalmente o espaço
Arte minimalista: arte elementar, arte estruturalista
Dan Flavin - Instalação com lâmpadas fluorescentes,
1974
Donald Judd - sem título, 1969
13. Durante a guerra, o artista, após queda
de avião, foi salvo pelos tártaros que
envolveram seu corpo com feltro e
gordura. Esses materiais viraram
símbolos artísticos da sobrevivência
Arte conceitual: arte da ideia
Joseph Beuys - A matilha, 1969 Piero Manzoni - Merd d'artist, 1961
Exaltou, rotulou, numerou e assinou 90
latas com seu próprio cocô.As latas,
vedadas mecanicamente, foram
vendidas pelo seu peso, usando a
cotação diária do ouro.
14. Videoarte
Popularização da televisão no final dos anos 60
Desenvolvida sob influência de diversas formas de expressão
artísticas mais críticas.
A videoarte deve ser lida na esteira das conquistas
minimalistas, mas também da arte pop, pela sua recusa em
separar arte e vida por meio da incorporação das histórias em
quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema.
15. Videoarte
Na década de 70,
depois de explorar as
potencialidades da
escultura, o norte-
americano Gary Hill se
voltou para a videoarte,
promovendo desde
então a integração
entre arte e novas
tecnologias.
https://www.youtube.com/watch?v=gDKam16nZUc
1977
16. Videoarte
Hibridismos e exploração de outras mídias em conjunto
com o audiovisual: happenings, performances e instalações,
por exemplo.
Pioneiros e principais artistas da videoarte:WolfVostell
(do Fluxus), Nan June Paik, BillViola.
A televisão na mira da arte pela primeira vez. Os
videoartistas se apropriaram da linguagem televisiva para
denunciar os perigos do seu uso cultural popular.
17. Videoarte
Nam June Paik e a produção de imagens sintéticas
“Tudo é invenção pura, tudo se produz a partir de um
endereçamento eletrônico artificialmente produzido. (…)
Não é imagem que me interessa, mas a fabricação da
imagem: as condições técnicas e materiais de sua
fabricação, ou, dito de outra forma, a exploração vertical e
horizontal das linhas de varredura.” (Paik apud Fargier,
1979, p. 12)
20. Videoarte
"A videoarte parte da ideia de espaço como campo perceptivo, defendida pelo
minimalismo quando enfatiza o ponto de vista do observador como fundamental
para a apreensão e produção da obra. Mas, se o trabalho de arte na perspectiva
minimalista é definido como o resultado de relações entre espaço, tempo, luz e
campo de visão do observador, o uso do vídeo almeja transformar de modo radical
as coordenadas desse campo perceptivo, dando novo sentido ao espaço da
galeria e às relações do observador com a obra. Colocado numa posição
intermediária entre o espectador do cinema e o da galeria, o observador/
espectador da obra é convocado ao movimento e à participação". (in Itaú Cultural )
Fractals - o vídeo explorando as formas e os princípios da
natureza pela matemática. Computer art.
21. Videoarte no Brasil
Outras referências de videoarte
Sandra Kogut
https://www.youtube.com/watch?v=zXUwjd8W6vU
Éder Santos
http://tvuol.uol.com.br/video/metropolis--eder-santos-expoe-cinema-em-sao-paulo-04029C346CCCC933A6
Otávio Donasci
https://www.youtube.com/watch?v=Vu_HGf_OhEs
23. Algumas obras videográficas
contemporâneas para servirem de exemplo
e inspiração
https://vimeo.com/79207239
An Instagram short film
Supermercado
https://vimeo.com/37074698
24. A discussão sobre arte e tecnologia
A poesia concreta
Grupo Noigrandres
Décio Pignatari
Haroldo de Campos
Augusto de Campos
Manifesto: Plano piloto para
Poesia Concreta (1958)
Ruptura da poesia convencional de interpretação pautada na
palavra.A poesia concreta assume a página, a forma e traz o
universo visual para diálogo com a palavra, estendendo e
complexificando o significado da poesia, para além dos signos
verbais. Projeto verbivocovisual.
25. A discussão sobre arte e tecnologia
A poesia concreta
Décio Pignatari
Beba Coca-
Cola, 1957
https://www.youtube.com/watch?
v=JrKG0xfPLj0
Tradução
intersemiótica
audiovisual
26. A discussão sobre arte e tecnologia
A poesia concreta
Haroldo de Campos
Nasce morre,
1958
https://www.youtube.com/watch?v=WXuRsJZsl4E
Tradução intersemiótica audiovisual
27. A discussão sobre arte e tecnologia
A poesia concreta
Augusto de Campos
Luxo/Lixo, 1965
https://www.youtube.com/watch?v=yM8h9Ak5_tw
Tradução intersemiótica audiovisual
28. A discussão sobre arte e tecnologia
As artes participativas: happenings, instalações, intervenções, performances
Segundo Walter Zanini (in Domingues, 1997, p. 233), dois
fatores são fundamentais para a contextualização dessas
poéticas artísticas:
- A crise dos suportes tradicionais com a difusão de novos
materiais e técnicas industriais. Provocada pela intensificação da
cultura urbana.
- Ruptura da concepção de arte enquanto objeto. Nesse
sentido, pode-se considerar que a arte vai muito além do que a
obra.
29. A discussão sobre arte e tecnologia
As artes participativas: happenings, instalações, intervenções, performances
As obras, passam a ter um caráter sensorial aprofundado.
Relação de intimidade com o público que, é um ator, da relação
artística. Segundo Ferreira Gular (1999)
O espectador - que já então não é apenas o espectador imóvel - é
chamado a participar ativamente da obra, que não se esgota, que
não se entrega totalmente, no mero ato contemplativo: a obra
precisa dele para se revelar em toda a sua extensão. Mas aquela
estrutura móvel possui uma ordem interna, exigências, e por isso
não bastará o simples movimento mecânico da mão para revelá-la.
Ela exige do espectador uma participação integral, uma vontade de
conhecimento e apreensão. (p.256)
30. A discussão sobre arte e tecnologia
As artes participativas: happenings, instalações, intervenções, performances
Lygia Clark - Bichos
Esculturas metálicas interativas, articuláveis. Criados nos anos 60,
mas tiveram impacto até os anos 80. Manipulação dos bichos: https://
www.youtube.com/watch?v=K9ZIrXlPI6c
31. A discussão sobre arte e tecnologia
As artes participativas: happenings, instalações, intervenções, performances
Helio Oiticica - Parangolés
Autodenominada pro Hélio Oiticica como “antiarte”. Elemento vestível que
se apresenta com o movimento do corpo. Incorporação.
https://www.youtube.com/watch?t=115&v=yGYHJaGXHOU
32. Arte e mídia segundo Arlindo Machado
Arlindo Machado defende o termo ARTEMÍDIA designando as
formas de expressões artísticas que exploram e potencializam
os recursos tecnológicos das mídias e seus canais de
transmissão.
Stricto sensu, o termo compreende, portanto as
experiências de diálogo, colaboração e intervenção crítica
nos meios de comunicação de massa. Mas, por extensão,
abrange também quaisquer experiências artísticas que
utilizem os recursos tecnológicos recentemente
desenvolvidos, sobretudo nos campos da eletrônica, da
informática e da engenharia biológica. (Machado, 2010, pos.
27 de 842)
33. Arte e mídia segundo Arlindo Machado
Arlindo Machado defende o termo ARTEMÍDIA designando as
formas de expressões artísticas que exploram e potencializam
os recursos tecnológicos das mídias e seus canais de
transmissão.
O que faz, portanto, um verdadeiro criador,em vez de
simplesmente submeter-se às determinações do aparato
técnico, é subverter continuamente a função da máquina
ou do programa que ele utiliza, é manejá-los no sentido
contrário ao de sua produtividade programada. (Machado,
2010, pos. 100 de 842)
34. Arte e mídia obras contemporâneas
Daniel Rozin,“PomPom Mirror,” 2015
https://vimeo.com/128375543
35. Arte e ciência: obras contemporâneas
Fabian Oefner
https://www.youtube.com/watch?v=FAs6ILaXSPM
36. Arte e ciência: obras contemporâneas
Fabian Oefner
https://www.youtube.com/watch?v=Mh3_wYHdeVs&list=PL6GmfX3_kGy7A55UzEBCqtTMjPvNiQ6Di&index=2
37. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, Priscila. @rte e mídia: perspectivas da estética digital. São
Paulo: Editora Senac, 2012
DEMPSEY,Amy. Estilos, escolas e movimento: guia enciclopédico da arte
moderna. São Paulo: Cosac Naifa, 2010
DOMINGUES, Diana.A arte no século XXI - A humanização das
tecnologias. São Paulo: Unesp, 1997
GULLAR, Ferreira. Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte
neoconcreta. 3ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 1999