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Theodor W. Adorno




Fabricio Tarouco e Rosana Vieira
   Foi um filósofo, sociólogo,
    musicólogo e compositor alemão.

   Orientação totalmente especulativa
   Interpretava fenômenos.

   Em 1937 recebe convite para
    transferir-se para os Estados Unidos
    para participar de Projeto
    Radiofônico de Pesquisa.

   Havia publicado em 1936 uma
    interpretação sociológica do Jazz.
   Suas pesquisas na área da música permaneciam da
    esfera do material que influi sobre os ouvintes, os
    “stimulus”, sem utilizar métodos estatísticos.

    Objeção que sempre escutava:
             Onde está a evidência???
   Em 1938, muda-se de Londres para New York,
    passa a desempenhar metade das suas funções no
    Instituto de Pesquisas Sociais e metade no
    Princeton Radio Research Project.

   Iniciou por conceitualizar as recentes observações
    sócio-musicais e esboçar um sistema de
    referências para investigações particulares.

   Theodor sublinava a problemática da produção da
    industria cultural, enquanto Benjamin, tratava de
    salvar essa esfera.
   Suas primeiras impressões sobre as investigações em
    andamento não foram de muita compreensão.

   Entendeu o suficiente para perceber que se tratava de
    coleta de dados em benefício da industria e dos
    assessores culturais. (Uso do termo Pesquisa
    Administrativa).

   Por contrato, as pesquisas deveriam cumprir-se no
    marco do sistema comercial estabelecido no Estados
    Unidos.

   Depara-se com a cobrança por um método, por técnicas
    práticas de investigação.
   Decidido a estudar as reações dos ouvintes.

Para isso realizou uma série de entrevistas,
das mais informais e assistemáticas.

   Opõe-se a contatar reações, a medi-las, sem
    colocá-las em relação com os estímulos,
    fugindo da objetividade.
   Seria conveniente que a investigação elucidasse,
    em primeiro lugar, até que ponto as reações
    subjetivas dos indivíduos são, na realidade, tão
    espontâneas e imediatas como dão a entender os
    sujeitos; até que ponto esconde não só os
    mecanismos de propaganda e a força de sugestão
    do aparato, senão também as conotações objetivas
    dos meios e o material com que são confrontados
    os ouvintes.
   Havia outro obstáculo que impedia a passagem da
    reflexão teórica para a empiria: a dificuldade de
    verbalizar o efeito que a música produz
    subjetivamente no ouvinte, na obscuridade da
    vivência da música.

   Não sabia se era possível expressar com
    questionários as perguntas essenciais.

   Não lhe pediam teorias sobre a relação entre a
    música e sociedade. Esperavam dele informações
    utilizáveis.
   As opiniões e comportamentos dos sujeitos são
    também sempre algo objetivo. Por outro lado, nas
    reações subjetivas, cintilam objetividades sociais,
    inclusive detalhes concretos.
   Na investigação da comunicação:

   A sociologia da comunicação de massas, nos
    EUA, não podem ser separados da
    estandardização, das transformações das
    criações artísticas em bens de consumo.
   Consciência coisificada, incapaz da
    experiência espontânea.

    “Introvertido ou extrovertido?”
   Confrontado com a exigência de medir a cultura,
    conclui que a cultura pertence a um estado que
    exclui uma mentalidade que possa ser medida.
   Saturação de Adorno para observações da vida
    musical americana e sobre o sistema de
    radiodifusão.

   Redigiu teoremas e teses, mas não foi capaz de
    confeccionar questionários e esquemas para
    entrevistas.
   Resistência dos colaboradores, só o pessoal da
    secretaria o respondia prontamente.

   A medida que subia a hierarquia, mais resistência
    sofria.

   Um auxiliar, em que ajudar nos questionamentos,
    escreveu uma espécie de memorando de protesto
    contrapondo seu ideário científico as especulações
    de Adorno.
   Adorno fez prognósticos sobre resultados de
    pesquisas e com sua percepção chegou aos
    mesmos resultados que os levantamentos
    apontaram.

   Mas passaram a vê-lo mais como um homem de
    intuição, um “bruxo”, e suas análises de música,
    foram consideradas “expert opinion”, apenas uma
    opinião de um estudioso.
   Desaparecimento do homem intelectual.

   Ficou especialmente nítido na diferença entre o
    homem intelectual e o técnico de investigação.
   Mal ousava formular coisas em linguagem norte-
    americana, plasticamente e sem enfeites.

   Chegada do Dr. George Simpson para seu assistente
    trouxe ânimo. Simpson o incentivou a escrever
    incisivamente e sem concessões, contribuindo para que
    isso ocorresse.

   Entre 1938 e 1940, deixou pronto quatro estudos
    maiores:
            Um crítica social da música de rádio
            Sobre música popular
            NBC music appreciation hour
            The Radio Simphony
   O último trabalho provocou uma indignação
    imediatamente.

   Os 4 trabalhos eram fragmentários e não
    conseguiram chegar a uma sociologia e a uma
    psicologia social sistematicamente elaboradas da
    música radiofonica.
   Os trabalhos do Music Study não estavam
    circunscritos nos trabalhos assinados por Adorno,
    existiam outros.

   Ex. 1 Pesquisa que analisava a aptidão musical para
    aqueles que a conhecem pessoalmente e aqueles
    que apenas escutam pelo rádio.
   Ex. 2 Outra pesquisa concretizou a tese de que o
    gosto musical está sujeito a manipulação.
   Entre 1941 e 1945 Adorno e sua esposa se mudam
    para a Califórnia.
   Ele se dedica nesse período a escrever, junto com
    Horkheimer, a “Dialética do Esclarecimento”.
   Livro: A personalidade Autoritária, discutindo elementos
    anti-semitas, facistas, ... E relacionando com
    interpretações das pesquisas anteriores na música.

   Predomínio das tendências objetivas de
    desenvolvimento sobre as pessoas individuais.

   Quanto mais o homem é dependente do conjunto do
    sistema, mas se impõe que tudo dependeria deles.

   Sem mediação subjetiva do sistema social objetivo,
    seria impossível manter os sujeitos nos freios.
   Reuniram dois institutos num pool a fim de
    oferecer mais recursos para pesquisas de grande
    envergadura.

   Team Work, 4 pesquisadores, com participação
    igualitária escreveram Authoritarian Personality,
    creditada igualmente a todos.
   Levavam muito a sério o momento qualitativo. As
    categorias que serviam de base aos estudos
    quantitativos eram por sua vez de índole
    qualitativa e derivavam da caracterologia analítica.

   Houve tentativa para quantificar dados que teve
    oposição de Adorno por considerar que se perderia
    vantagens complementares.

   Aconteciam, amiúde, colóquios em Los Angeles,
    para todos interessados, para discutir suas
    pesquisas.
   A Escala F exerceu a máxima influência em
    Authoritarian Personality, sendo aplicada e modificada
    várias vezes, de forma conjunta pelos pesquisadores.
    Serviu de base para a medição de um potencial
    autoritário na Alemanha.

   “Desenvolveram a Escala F com uma liberdade que se
    afastou notavelmente das representações de uma
    ciência pedante que deve dar conta de cada um de seus
    passos.

   Houve muitos momentos lúdicos na construção da
    Escala F. Horas inteiras imaginando dimensões,
    variáveis e síndromes, assim como questionários, que
    não precisavam ter relação direta com os temas
    principais.
   Muitas vezes descartaram itens mais profundos e
    originais para preferir os que tinham mais nitidez e
    proximidade com a opinião pública. AFIRMAM:
    Qualquer sociologia empírica parece obrigada a
    escolher entre a confiabilidade e a profundidade de
    seus dados.

   Acreditavam superar, mediante a combinação de
    métodos quantitativos e qualitativos, o
    antagonismo do generalizável e do especificamente
    significativo.
   O mérito de Authoritariam Personality não consiste
    na precisão das análises positivas, nem nos índices
    quantitativos, senão, antes de mais nada, em sua
    problemática.

   De lá pra cá, tentou-se várias vezes testar certos
    teoremas psicanalíticos através de métodos
    empíricos.
   Criticam que nos EUA as pesquisas apresentam falha crônica,
    pois os entrevistados são estudantes em proporção maior
    que a aconselhável. Mais tarde, eles trataram de remediar
    isso, organizando, de acordo com sistema de cotas, grupos
    de entrevistados dos mais diversos estratos da população.

   Houve objeções de que a teoria pressuposta por instrumentos
    de investigação deveria ser validada por estes.

   Resposta: Tampouco pretendemos provar ou refutar a teoria
    pelos resultados, mas sim derivar dela questionamentos
    concretos, que logo caminhem por seus próprios pés e
    demonstrassem certas estruturas psicológico-sociais.
   Os problemas metodológicos, formulados segundo
    o modelo hípótese-prova-conclusão, motivaram
    crítica filosófica de Adorno ao conceito científico
    convencional do absolutamente primeiro. (Crítica
    no livro Teoria do Conhecimento)
   Adorno colocou-se na situação de Astrólogo Popular,
    que deve proporcionar aos leitores uma satisfação
    imediata, se dirigindo a pessoas que não conhece, com
    conselhos específicos adequados a cada individuo.

   Como conclusão, chega-se a astrologia comercial e
    estandardizada, reforçando ideias conformistas.

   Utilizou-se de métodos qualitativos para decifrar
    truques básicos que se repetiam no material escolhido.
    Concluindo que os astrólogos assemelham-se, em mais
    de um aspecto, ao demagogo e ao agitador.
   Regressou a Europa em 1953.

   Passou a não mais considerar natural nenhuma situação
    que fosse fruto do devir.

   Libertou-se (nos EUA) da ingênua credulidade cultural.
    Adquiriu a capacidade de ver a cultura desde o lado de
    fora.

   Conheceu um potencial de humanidade real, onde a
    forma política da democracia está mais próxima das
    pessoas.

   A força de resistência contra correntes fascistas é maior
    nos Estados Unidos que em qualquer país Europeu.
   Na forma do empirismo transportado à práxis
    científica nos Estados Unidos, Adorno diz ter
    aprendido que a amplitude total, não
    regulamentada, da experiência, vê-se reduzida
    pelas regras de jogo empiristas a limites mais
    estreitos que aqueles que impõe o próprio conceito
    de experiência.
Luiz Costa Lima




Fabricio Tarouco e Rosana Vieira
Que é a cultura de massa?
                         Quando inicia?
   Séc. XVII: formação do espírito burguês disfarçado pela questão
    religiosa;
   O advento de uma cultura burguesa em meados do séc. XVIII é,
    então, resultado da sua consciência de classe;
     Surge aí, decorrência da cultura burguesa, a cultura de
      massa? Não.
   Pois neste momento existe uma ausência de economia de
    mercado, que permitisse o acesso de vários setores sociais a
    uma pluralidade de mercadorias.
A residência histórica da cultura de
                      massa
                Que é a cultura de massa?
                     Quando inicia?

   Somente a partir do século XIX a economia de
    mercado existe como totalidade.
   Assim, a cultura de massa inicia, em algum momento,
    com a economia de mercado a qual permitirá acesso
    de vários setores sociais a uma pluralidade de
    mercadorias, a partir do séc. XIX
   Quando se desenvolve, dentro da economia de
    mercado, a cultura de massa?
Para entender a cultura de massa, deve-se
      compreender o que caracteriza a economia de
                         mercado
   Racionalização contábil, desenvolvimento tecnológico,
    reorganização jurídica e político-administrativa
    harmonizadas, mão de obra forçada a vender sua força de
    trabalho

   Uma das características decisivas do capitalismo, para Weber,
    é a “democratização do luxo”

   Divisão cultural ainda baseada na distância entre campo
    (cultura popular, folclórica) e cidade (cultura urbana, superior
    ou escolarizada)
A residência histórica da cultura de
                   massa
      Então já existe a cultura de massa?

   NÃO, ainda existe uma distância entre campo e cidade,
entre provinciano e citadino, entre cultura folclórica e cultura
escolarizada que precisa ser superada.

   Neste caso, o operário perde progressivamente os
vínculos com a cultura folclórica a medida que se afasta do
campo.

   JÁ existem sim os veículos (os mass mídia), que aprendem
o jeito de cativar a tudo e a todos. Mas INEXISTE a integração
    inconsciente de suas mensagens numa modalidade de
                             cultura.
   À medida que o proletariado avança para os meios
    urbanos, não se identifica com nenhum dos dois
    pólos (cultura popular X escolarizada)

   Assim com o desenvolvimento tecnológico constituiu
    requisito básico na constituição do capitalismo, os
    desenvolvimentos nos processos de comunicação
    foram decisivos para o campo da cultura de massa.

   A mensagem perde seu caráter de parcelada
    distribuída em pontos reconhecidos (teatro,
    biblioteca, museu, sala de concerto, etc) através de
    instrumentos reconhecidos (jornal, livro, revista,
    gravura, cartaz) que se podem evitar ou escolher
A cultura de massa
   Os avanços tecnológicos e os processos de
    comunicação começam a dar forma a cultura de massa.

   Tecnicamente passa-se a era da comunicação
    multidirecional. Deixa de ser parcelada (teatro,
    biblioteca, museu, ...) ou por meios que se pode evitar
    ou escolher (livros, jornais, revistas, ...).

   A televisão e as viagens tornam o mundo curto e
    amplo, ao mesmo tempo. Assim, o sistema social
    integrou os veículos de comunicação de massa.
1.   Base tecnológica (mercadorias)
        2.   Sistema social que a utiliza (sociedade de
             consumo)
        3.   Cultura de massa
   Base tecnológica e o sistema social que a utiliza
    (sociedade de consumo) atuam como fonte de
    transformações
   A sociedade de consumo constitui a mediação social da
    base tecnológica
   São dois os sistemas mediatizadores:
       A sociedade de consumo é passível de instrumentação
        sociológica; a cultura de massa exige instrumental
        semiológico
   A cultura de massa é fundamentada pelo
    desenvolvimento tecnológico o qual
    permita produção em escala vertical
   A cultura de massa supõe camadas de
    heterogeneidade
       “as coisas só têm sentido para o homem pela
        diferença que as separa e distingue doutras
        coisas”
   Enfim, a época em que os mass media começam a
    tornar-se relevantes é a época da construção do
    espírito capitalista, desde o renascimento até o
    século passado.

   Caracterizado pela crescente mobilidade pessoal,
    pela rápida acumulação de capital, mudanças
    tecnológicas e uma exploração quase constante de
    bens e pessoas, assim como exploração,
    colonização e imperialismo.
Conclusão

   O consumo é estimulado em seus diversos
    níveis, desde o geral - compra de enlatados,
    de detergentes, de eletrodomésticos,
    geladeiras e automóveis – até o mais
    sofisticadamente diferenciador.

   Só houve cultura de massa com a sociedade
    de consumo e fundamentada pelo
    desenvolvimento tecnológico.
Armand e Michèle Mattelart




   Fabricio Tarouco e Rosana Vieira
Pensar as mídias destaca a importância da reflexão
       epistemológica e a necessidade do distanciamento crítico
        para compreender as transformações nos sistemas de
                            comunicação

I.       Na encruzilhada dos discursos científicos
II.      Novos paradigmas
III.     A redefinição de uma relação:
         intelectuais/cultura midiática
IV.      O declínio dos macrossujeitos?
V.       Os sobreviventes da dialética
    Busca de transdisciplinaridade: embora tenha sido
     negligenciada a abordagem econômica na França, no
     âmbito da comunicação, o mesmo não ocorreu com a
     língua e o discurso, dando origem a uma ciência da
     cultura de inspiração semiológica (Roland Barthes)

    A transdisciplinaridade procura estimular uma nova
     compreensão da realidade articulando elementos que
     passam entre, além e através das disciplinas, numa
     busca de compreensão da complexidade

    Como buscar transdisciplinaridade e, ao mesmo tempo,
    construir e manter a identidade da disciplina/campo de
                            estudo?
   A tentação metafórica: busca de cientificidade
     pela aproximação com as «ciências duras» Ex:
     movimento de intercâmbio entre biologia (código
     genético) e lingüística na déc. 60


“Pois imagine você o que acontece a todos nós, os da ciências
 ditas humanas: temos constantemente a sensação de que há
´verdadeiras´ciências, que são as do físico, do biólogo ou do
astrônomo, e que nós usurpamos um título ao qual não temos
 nenhum direito. Vocês chegam a certezas, ao passo que nós
  vegetemos na ordem das conjecturas e das probabilidades”
                        (Lévi-Strauss)
   Quanto ao exagero das sínteses precipitadas que
    misturam termodinâmica, teoria dos sistemas,
    cibernética e biologia, descontextualizando
    conceitos de seus quadros de referência, e criando
    discursos ambíguos (verbalismos), os autores
    advertem:
    ◦ há o esquecimento do local de produção
      histórica, econômica, lingüística e intelectual, a
      «recusa de uma verdadeira epistemologia»
“Transgredindo as
fronteiras: em direção a
uma hermenêutica
transformativa da
gravitação quântica”

O artigo-fraude do
físico Alan Sokal foi
publicado na edição de
“Guerras da Ciência” da
Social Text e
argumentava que a
gravidade quântica
seria uma construção
social e linguística.
   Na época da publicação, Sokal anunciou em outra publicação
    (Língua Franca) que o artigo era uma fraude, qualificando-o
    como “um pasticho de jargões esquerdistas, referências
    aduladoras, citações pomposas e completo nonsense", tendo
    sido “estruturado em torno das citações mais tolas que eu
    pude encontrar sobre Matemática e Física. Era uma crítica ao
    uso indiscrimidado de metáforas e conceitos oriundos de
    outros campos pelo meio acadêmico (pós-modernos),
    sobretudo francês

                O escândalo decorrente da publicação levantou um
                debate sobre ética acadêmica e sobre a qualidade da
                pesquisa publicada no campo das Humanidades. O
                caso Sokal rendeu aos editores da Social Text o
                “Prêmio IgNobel” de Literatura em 1996.
   Movimento de revisão das ciências da comunicação
    iniciou na déc. de 70, novos paradigmas surgem a
    todo momento
   Um chamado do empirismo americano às escolas
    críticas européias (de tradição filosófica) ignorando
    que estas não estão imunes às crises de
    paradigmas
    ◦ O estruturalismo já não é mais uma certeza
    ◦ A liguística estrutural eliminou do seu campo de análise
      o contexto dos sujeitos «a lingüística estudou as frases e
     o sistema de regras e injunções que sustenta sua forma,
     isolando-os do seu local de produção», pois assume
     pressupostos matemáticos
   A dupla face (mecânica X fluido) do pensamento pós-
    industrial:
    ◦ Linearidade da história e busca do progresso X descontinuidade e
      eventual retrocesso
    ◦ Valorizaçao da posse de bens X valorização do ser e qualidade de
      vida
    ◦ Massas X redes de afinidades
   A revolução tecnológica não é a única responsável pelas
    novas abordagens e seus paradigmas, pois ela sozinha não
    produz o novo social
   O que a virada epistemológica traz de novo é a relação
    indissociável do social com o técnico
    ◦ O designer coloca no artefato sua representação de um uso social que
      interpela o usuário; este responderá conformando-se ou contornando-a
   A dupla face do pensamento pós-industrial, contudo, coexiste;
   O paradigma do fluido representa uma ruptura da imagem de
    um poder localizado em um único e visível ponto da sociedade;
    ◦ Contribuição: questionar as certezas que dominaram o pensamento
      crítico
   Com a valorização do sujeito, o estudo da vida cotidiana ganha
    importância, sobretudo, do banal, o comum
    ◦ Ameaças: favorecimento de um «narcisismo do sujeito»,
      utopia da autonomia da resistência frente às estruturas
   Receptor/Consumidor passivo X ativo: o lugar dos diferentes
    sujeitos no processo de produção midiático

      Para Certeau o sistema econômico social e seu poder de
      repressão continuam vigentes, mas a sua capacidade de controle,
      de informação e de reprodução não é onipotente como nas
      perspectivas funcionalistas, apocalípticas e pós-modernas
   Os intelectuais estão abertos às novas perspectivas
    trazidas pela industrialização da produção cultural?
    ◦ “Apocalípticos” (degeneração mercantil da cultura)X “integrados”
      (virtudes democratizantes da cultura de massa) (Umberto Eco)
   Integrados: o progresso tecnológico traz progresso
    social e uma nova cidadania
   Apocalípticos: o capital “passou a mão na cultura”
    tirando do consumidor a possibilidade de liberação e
    experiência autêntica
    “A distância entre o emitido e o recebido, as práticas dos receptores e
    seu papel na produção de sentido e de usos nos espaços individuais,
     familiares e coletivos, as representações que a instituição se faz do
        gosto do público e o papel delas na orientação da produção
     audiovisual são questões que abalam atualmente as abordagens da
                         produção cultural de massa”.
   Mais do que denunciar a alienação (das telenovelas, por
    exemplo) é preciso ver como uma nova comunidade se
    cria
   Sobre este olhar diferente e necessário do intelectual
    diante das práticas cotidianas e populares, os autores
    retomam as posições de Adorno/Horkheimer e Walter
    Benjamin diante da reprodução mecanizada da obra de
    arte:
    ◦ Diferentemente de seus colegas, para Benjamin, o valor cultural
      da obra de arte havia sido substituído por seu valor de espetáculo
      e isso não era necessariamente ruim; defendia a legitimidade de
      outras formas culturais que não a da “cultura superior”
   Na sociedade contemporânea ocorrem profundas
    mudanças nos sistemas de comunicação e vivemos
    uma "crise de identificação de macrossujeitos“
   O Estado decadente irá importar as técnicas de
    gestão: “o setor privado deve inspirar-se nas finalidades do
    setor público; o setor público deve utilizar os métodos do
    setor privado” (Lauffer)
   A mídia emerge como um novo e poderoso
    macrossujeito; portanto, é inconcebível falar de
    processos sócio-históricos sem considerar o
    fenômeno da comunicação mediada.
“Entre o momento em que aparecem as noções de
dependência e de imperialismo culturais há também
    o longo período de incubação durante o qual o
terceiro mundo não mais se contentou em denunciar
os mecanismos de sua dominação internacional, mas
  começou a criar relações de força que lhe fossem
   mais favoráveis no jogo nas negociações com os
             macrossujeitos econômicos”.
   Mattelart optou por um método histórico de
    pesquisa teórica, investigando a história das idéias,
    das estratégias, dos objetos, das técnicas, dos
    espaços, das doutrinas, dos sistemas, das redes,
    das máquinas, da política, da economia, etc.
   Em “Pensar as mídias” Mattelart investiga a história
    da comunicação, pensada como parte da história
    do sistema capitalista mundial
   Dessa forma, situa os principais paradigmas,
    autores e comunidades de pensamento que
    versaram sobre a problemática da comunicação
“Na década de 80 Mattelart poderia ter optado pela linha
     pós-modernista apologista do poder onímodo da
    tecnologia, poderia ter continuado com o esquema
   estruturalista e seus esquemas "sólidos" e imutáveis,
 poderia ter assumido um radicalismo marxista de forma,
 epidérmico, mas ele continua sua linha revolucionária de
pensador crítico questionando suas próprias proposições,
  suas linhas de estudo, seus paradigmas teóricos, seus
  comportamentos militantes e suas cosmovisões. (...) A
coragem de nosso autor foi realizar uma revolução interna
   sem cair na saída fácil do diletantismo intelectual da
 corrente pós-moderna ou na prostituição intelectual dos
  funcionalismos de toda espécie” (MALDONADO, 2008)
Quem         Quem         Quem         Quem
somos nós?   somos nós?   somos nós?   somos nós?
  Parte 1      Parte 2      Parte 3      Parte 4



  Quem         Quem         Quem         Quem
somos nós?   somos nós?   somos nós?   somos nós?
  Parte 5      Parte 6      Parte 7      Parte 8




  Quem         Quem         Quem         Quem
somos nós?   somos nós?   somos nós?   somos nós?
  Parte 9     Parte 10     Parte 11     Parte 12

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  • 1. Theodor W. Adorno Fabricio Tarouco e Rosana Vieira
  • 2. Foi um filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão.  Orientação totalmente especulativa  Interpretava fenômenos.  Em 1937 recebe convite para transferir-se para os Estados Unidos para participar de Projeto Radiofônico de Pesquisa.  Havia publicado em 1936 uma interpretação sociológica do Jazz.
  • 3. Suas pesquisas na área da música permaneciam da esfera do material que influi sobre os ouvintes, os “stimulus”, sem utilizar métodos estatísticos. Objeção que sempre escutava: Onde está a evidência???
  • 4. Em 1938, muda-se de Londres para New York, passa a desempenhar metade das suas funções no Instituto de Pesquisas Sociais e metade no Princeton Radio Research Project.  Iniciou por conceitualizar as recentes observações sócio-musicais e esboçar um sistema de referências para investigações particulares.  Theodor sublinava a problemática da produção da industria cultural, enquanto Benjamin, tratava de salvar essa esfera.
  • 5. Suas primeiras impressões sobre as investigações em andamento não foram de muita compreensão.  Entendeu o suficiente para perceber que se tratava de coleta de dados em benefício da industria e dos assessores culturais. (Uso do termo Pesquisa Administrativa).  Por contrato, as pesquisas deveriam cumprir-se no marco do sistema comercial estabelecido no Estados Unidos.  Depara-se com a cobrança por um método, por técnicas práticas de investigação.
  • 6. Decidido a estudar as reações dos ouvintes. Para isso realizou uma série de entrevistas, das mais informais e assistemáticas.  Opõe-se a contatar reações, a medi-las, sem colocá-las em relação com os estímulos, fugindo da objetividade.
  • 7. Seria conveniente que a investigação elucidasse, em primeiro lugar, até que ponto as reações subjetivas dos indivíduos são, na realidade, tão espontâneas e imediatas como dão a entender os sujeitos; até que ponto esconde não só os mecanismos de propaganda e a força de sugestão do aparato, senão também as conotações objetivas dos meios e o material com que são confrontados os ouvintes.
  • 8. Havia outro obstáculo que impedia a passagem da reflexão teórica para a empiria: a dificuldade de verbalizar o efeito que a música produz subjetivamente no ouvinte, na obscuridade da vivência da música.  Não sabia se era possível expressar com questionários as perguntas essenciais.  Não lhe pediam teorias sobre a relação entre a música e sociedade. Esperavam dele informações utilizáveis.
  • 9. As opiniões e comportamentos dos sujeitos são também sempre algo objetivo. Por outro lado, nas reações subjetivas, cintilam objetividades sociais, inclusive detalhes concretos.
  • 10. Na investigação da comunicação:  A sociologia da comunicação de massas, nos EUA, não podem ser separados da estandardização, das transformações das criações artísticas em bens de consumo.
  • 11. Consciência coisificada, incapaz da experiência espontânea.  “Introvertido ou extrovertido?”
  • 12. Confrontado com a exigência de medir a cultura, conclui que a cultura pertence a um estado que exclui uma mentalidade que possa ser medida.
  • 13. Saturação de Adorno para observações da vida musical americana e sobre o sistema de radiodifusão.  Redigiu teoremas e teses, mas não foi capaz de confeccionar questionários e esquemas para entrevistas.
  • 14. Resistência dos colaboradores, só o pessoal da secretaria o respondia prontamente.  A medida que subia a hierarquia, mais resistência sofria.  Um auxiliar, em que ajudar nos questionamentos, escreveu uma espécie de memorando de protesto contrapondo seu ideário científico as especulações de Adorno.
  • 15. Adorno fez prognósticos sobre resultados de pesquisas e com sua percepção chegou aos mesmos resultados que os levantamentos apontaram.  Mas passaram a vê-lo mais como um homem de intuição, um “bruxo”, e suas análises de música, foram consideradas “expert opinion”, apenas uma opinião de um estudioso.
  • 16. Desaparecimento do homem intelectual.  Ficou especialmente nítido na diferença entre o homem intelectual e o técnico de investigação.
  • 17. Mal ousava formular coisas em linguagem norte- americana, plasticamente e sem enfeites.  Chegada do Dr. George Simpson para seu assistente trouxe ânimo. Simpson o incentivou a escrever incisivamente e sem concessões, contribuindo para que isso ocorresse.  Entre 1938 e 1940, deixou pronto quatro estudos maiores:  Um crítica social da música de rádio  Sobre música popular  NBC music appreciation hour  The Radio Simphony
  • 18. O último trabalho provocou uma indignação imediatamente.  Os 4 trabalhos eram fragmentários e não conseguiram chegar a uma sociologia e a uma psicologia social sistematicamente elaboradas da música radiofonica.
  • 19. Os trabalhos do Music Study não estavam circunscritos nos trabalhos assinados por Adorno, existiam outros.  Ex. 1 Pesquisa que analisava a aptidão musical para aqueles que a conhecem pessoalmente e aqueles que apenas escutam pelo rádio.  Ex. 2 Outra pesquisa concretizou a tese de que o gosto musical está sujeito a manipulação.
  • 20. Entre 1941 e 1945 Adorno e sua esposa se mudam para a Califórnia.  Ele se dedica nesse período a escrever, junto com Horkheimer, a “Dialética do Esclarecimento”.
  • 21. Livro: A personalidade Autoritária, discutindo elementos anti-semitas, facistas, ... E relacionando com interpretações das pesquisas anteriores na música.  Predomínio das tendências objetivas de desenvolvimento sobre as pessoas individuais.  Quanto mais o homem é dependente do conjunto do sistema, mas se impõe que tudo dependeria deles.  Sem mediação subjetiva do sistema social objetivo, seria impossível manter os sujeitos nos freios.
  • 22. Reuniram dois institutos num pool a fim de oferecer mais recursos para pesquisas de grande envergadura.  Team Work, 4 pesquisadores, com participação igualitária escreveram Authoritarian Personality, creditada igualmente a todos.
  • 23. Levavam muito a sério o momento qualitativo. As categorias que serviam de base aos estudos quantitativos eram por sua vez de índole qualitativa e derivavam da caracterologia analítica.  Houve tentativa para quantificar dados que teve oposição de Adorno por considerar que se perderia vantagens complementares.  Aconteciam, amiúde, colóquios em Los Angeles, para todos interessados, para discutir suas pesquisas.
  • 24. A Escala F exerceu a máxima influência em Authoritarian Personality, sendo aplicada e modificada várias vezes, de forma conjunta pelos pesquisadores. Serviu de base para a medição de um potencial autoritário na Alemanha.  “Desenvolveram a Escala F com uma liberdade que se afastou notavelmente das representações de uma ciência pedante que deve dar conta de cada um de seus passos.  Houve muitos momentos lúdicos na construção da Escala F. Horas inteiras imaginando dimensões, variáveis e síndromes, assim como questionários, que não precisavam ter relação direta com os temas principais.
  • 25. Muitas vezes descartaram itens mais profundos e originais para preferir os que tinham mais nitidez e proximidade com a opinião pública. AFIRMAM: Qualquer sociologia empírica parece obrigada a escolher entre a confiabilidade e a profundidade de seus dados.  Acreditavam superar, mediante a combinação de métodos quantitativos e qualitativos, o antagonismo do generalizável e do especificamente significativo.
  • 26. O mérito de Authoritariam Personality não consiste na precisão das análises positivas, nem nos índices quantitativos, senão, antes de mais nada, em sua problemática.  De lá pra cá, tentou-se várias vezes testar certos teoremas psicanalíticos através de métodos empíricos.
  • 27. Criticam que nos EUA as pesquisas apresentam falha crônica, pois os entrevistados são estudantes em proporção maior que a aconselhável. Mais tarde, eles trataram de remediar isso, organizando, de acordo com sistema de cotas, grupos de entrevistados dos mais diversos estratos da população.  Houve objeções de que a teoria pressuposta por instrumentos de investigação deveria ser validada por estes.  Resposta: Tampouco pretendemos provar ou refutar a teoria pelos resultados, mas sim derivar dela questionamentos concretos, que logo caminhem por seus próprios pés e demonstrassem certas estruturas psicológico-sociais.
  • 28. Os problemas metodológicos, formulados segundo o modelo hípótese-prova-conclusão, motivaram crítica filosófica de Adorno ao conceito científico convencional do absolutamente primeiro. (Crítica no livro Teoria do Conhecimento)
  • 29. Adorno colocou-se na situação de Astrólogo Popular, que deve proporcionar aos leitores uma satisfação imediata, se dirigindo a pessoas que não conhece, com conselhos específicos adequados a cada individuo.  Como conclusão, chega-se a astrologia comercial e estandardizada, reforçando ideias conformistas.  Utilizou-se de métodos qualitativos para decifrar truques básicos que se repetiam no material escolhido. Concluindo que os astrólogos assemelham-se, em mais de um aspecto, ao demagogo e ao agitador.
  • 30. Regressou a Europa em 1953.  Passou a não mais considerar natural nenhuma situação que fosse fruto do devir.  Libertou-se (nos EUA) da ingênua credulidade cultural. Adquiriu a capacidade de ver a cultura desde o lado de fora.  Conheceu um potencial de humanidade real, onde a forma política da democracia está mais próxima das pessoas.  A força de resistência contra correntes fascistas é maior nos Estados Unidos que em qualquer país Europeu.
  • 31. Na forma do empirismo transportado à práxis científica nos Estados Unidos, Adorno diz ter aprendido que a amplitude total, não regulamentada, da experiência, vê-se reduzida pelas regras de jogo empiristas a limites mais estreitos que aqueles que impõe o próprio conceito de experiência.
  • 32. Luiz Costa Lima Fabricio Tarouco e Rosana Vieira
  • 33. Que é a cultura de massa? Quando inicia?  Séc. XVII: formação do espírito burguês disfarçado pela questão religiosa;  O advento de uma cultura burguesa em meados do séc. XVIII é, então, resultado da sua consciência de classe;  Surge aí, decorrência da cultura burguesa, a cultura de massa? Não.  Pois neste momento existe uma ausência de economia de mercado, que permitisse o acesso de vários setores sociais a uma pluralidade de mercadorias.
  • 34. A residência histórica da cultura de massa Que é a cultura de massa? Quando inicia?  Somente a partir do século XIX a economia de mercado existe como totalidade.  Assim, a cultura de massa inicia, em algum momento, com a economia de mercado a qual permitirá acesso de vários setores sociais a uma pluralidade de mercadorias, a partir do séc. XIX  Quando se desenvolve, dentro da economia de mercado, a cultura de massa?
  • 35. Para entender a cultura de massa, deve-se compreender o que caracteriza a economia de mercado  Racionalização contábil, desenvolvimento tecnológico, reorganização jurídica e político-administrativa harmonizadas, mão de obra forçada a vender sua força de trabalho  Uma das características decisivas do capitalismo, para Weber, é a “democratização do luxo”  Divisão cultural ainda baseada na distância entre campo (cultura popular, folclórica) e cidade (cultura urbana, superior ou escolarizada)
  • 36. A residência histórica da cultura de massa Então já existe a cultura de massa? NÃO, ainda existe uma distância entre campo e cidade, entre provinciano e citadino, entre cultura folclórica e cultura escolarizada que precisa ser superada. Neste caso, o operário perde progressivamente os vínculos com a cultura folclórica a medida que se afasta do campo. JÁ existem sim os veículos (os mass mídia), que aprendem o jeito de cativar a tudo e a todos. Mas INEXISTE a integração inconsciente de suas mensagens numa modalidade de cultura.
  • 37. À medida que o proletariado avança para os meios urbanos, não se identifica com nenhum dos dois pólos (cultura popular X escolarizada)  Assim com o desenvolvimento tecnológico constituiu requisito básico na constituição do capitalismo, os desenvolvimentos nos processos de comunicação foram decisivos para o campo da cultura de massa.  A mensagem perde seu caráter de parcelada distribuída em pontos reconhecidos (teatro, biblioteca, museu, sala de concerto, etc) através de instrumentos reconhecidos (jornal, livro, revista, gravura, cartaz) que se podem evitar ou escolher
  • 38. A cultura de massa  Os avanços tecnológicos e os processos de comunicação começam a dar forma a cultura de massa.  Tecnicamente passa-se a era da comunicação multidirecional. Deixa de ser parcelada (teatro, biblioteca, museu, ...) ou por meios que se pode evitar ou escolher (livros, jornais, revistas, ...).  A televisão e as viagens tornam o mundo curto e amplo, ao mesmo tempo. Assim, o sistema social integrou os veículos de comunicação de massa.
  • 39. 1. Base tecnológica (mercadorias) 2. Sistema social que a utiliza (sociedade de consumo) 3. Cultura de massa  Base tecnológica e o sistema social que a utiliza (sociedade de consumo) atuam como fonte de transformações  A sociedade de consumo constitui a mediação social da base tecnológica  São dois os sistemas mediatizadores:  A sociedade de consumo é passível de instrumentação sociológica; a cultura de massa exige instrumental semiológico
  • 40. A cultura de massa é fundamentada pelo desenvolvimento tecnológico o qual permita produção em escala vertical  A cultura de massa supõe camadas de heterogeneidade  “as coisas só têm sentido para o homem pela diferença que as separa e distingue doutras coisas”
  • 41. Enfim, a época em que os mass media começam a tornar-se relevantes é a época da construção do espírito capitalista, desde o renascimento até o século passado.  Caracterizado pela crescente mobilidade pessoal, pela rápida acumulação de capital, mudanças tecnológicas e uma exploração quase constante de bens e pessoas, assim como exploração, colonização e imperialismo.
  • 42. Conclusão  O consumo é estimulado em seus diversos níveis, desde o geral - compra de enlatados, de detergentes, de eletrodomésticos, geladeiras e automóveis – até o mais sofisticadamente diferenciador.  Só houve cultura de massa com a sociedade de consumo e fundamentada pelo desenvolvimento tecnológico.
  • 43. Armand e Michèle Mattelart Fabricio Tarouco e Rosana Vieira
  • 44. Pensar as mídias destaca a importância da reflexão epistemológica e a necessidade do distanciamento crítico para compreender as transformações nos sistemas de comunicação I. Na encruzilhada dos discursos científicos II. Novos paradigmas III. A redefinição de uma relação: intelectuais/cultura midiática IV. O declínio dos macrossujeitos? V. Os sobreviventes da dialética
  • 45. Busca de transdisciplinaridade: embora tenha sido negligenciada a abordagem econômica na França, no âmbito da comunicação, o mesmo não ocorreu com a língua e o discurso, dando origem a uma ciência da cultura de inspiração semiológica (Roland Barthes)  A transdisciplinaridade procura estimular uma nova compreensão da realidade articulando elementos que passam entre, além e através das disciplinas, numa busca de compreensão da complexidade Como buscar transdisciplinaridade e, ao mesmo tempo, construir e manter a identidade da disciplina/campo de estudo?
  • 46. A tentação metafórica: busca de cientificidade pela aproximação com as «ciências duras» Ex: movimento de intercâmbio entre biologia (código genético) e lingüística na déc. 60 “Pois imagine você o que acontece a todos nós, os da ciências ditas humanas: temos constantemente a sensação de que há ´verdadeiras´ciências, que são as do físico, do biólogo ou do astrônomo, e que nós usurpamos um título ao qual não temos nenhum direito. Vocês chegam a certezas, ao passo que nós vegetemos na ordem das conjecturas e das probabilidades” (Lévi-Strauss)
  • 47. Quanto ao exagero das sínteses precipitadas que misturam termodinâmica, teoria dos sistemas, cibernética e biologia, descontextualizando conceitos de seus quadros de referência, e criando discursos ambíguos (verbalismos), os autores advertem: ◦ há o esquecimento do local de produção histórica, econômica, lingüística e intelectual, a «recusa de uma verdadeira epistemologia»
  • 48. “Transgredindo as fronteiras: em direção a uma hermenêutica transformativa da gravitação quântica” O artigo-fraude do físico Alan Sokal foi publicado na edição de “Guerras da Ciência” da Social Text e argumentava que a gravidade quântica seria uma construção social e linguística.
  • 49. Na época da publicação, Sokal anunciou em outra publicação (Língua Franca) que o artigo era uma fraude, qualificando-o como “um pasticho de jargões esquerdistas, referências aduladoras, citações pomposas e completo nonsense", tendo sido “estruturado em torno das citações mais tolas que eu pude encontrar sobre Matemática e Física. Era uma crítica ao uso indiscrimidado de metáforas e conceitos oriundos de outros campos pelo meio acadêmico (pós-modernos), sobretudo francês O escândalo decorrente da publicação levantou um debate sobre ética acadêmica e sobre a qualidade da pesquisa publicada no campo das Humanidades. O caso Sokal rendeu aos editores da Social Text o “Prêmio IgNobel” de Literatura em 1996.
  • 50. Movimento de revisão das ciências da comunicação iniciou na déc. de 70, novos paradigmas surgem a todo momento  Um chamado do empirismo americano às escolas críticas européias (de tradição filosófica) ignorando que estas não estão imunes às crises de paradigmas ◦ O estruturalismo já não é mais uma certeza ◦ A liguística estrutural eliminou do seu campo de análise o contexto dos sujeitos «a lingüística estudou as frases e o sistema de regras e injunções que sustenta sua forma, isolando-os do seu local de produção», pois assume pressupostos matemáticos
  • 51. A dupla face (mecânica X fluido) do pensamento pós- industrial: ◦ Linearidade da história e busca do progresso X descontinuidade e eventual retrocesso ◦ Valorizaçao da posse de bens X valorização do ser e qualidade de vida ◦ Massas X redes de afinidades  A revolução tecnológica não é a única responsável pelas novas abordagens e seus paradigmas, pois ela sozinha não produz o novo social  O que a virada epistemológica traz de novo é a relação indissociável do social com o técnico ◦ O designer coloca no artefato sua representação de um uso social que interpela o usuário; este responderá conformando-se ou contornando-a
  • 52. A dupla face do pensamento pós-industrial, contudo, coexiste;  O paradigma do fluido representa uma ruptura da imagem de um poder localizado em um único e visível ponto da sociedade; ◦ Contribuição: questionar as certezas que dominaram o pensamento crítico  Com a valorização do sujeito, o estudo da vida cotidiana ganha importância, sobretudo, do banal, o comum ◦ Ameaças: favorecimento de um «narcisismo do sujeito», utopia da autonomia da resistência frente às estruturas  Receptor/Consumidor passivo X ativo: o lugar dos diferentes sujeitos no processo de produção midiático Para Certeau o sistema econômico social e seu poder de repressão continuam vigentes, mas a sua capacidade de controle, de informação e de reprodução não é onipotente como nas perspectivas funcionalistas, apocalípticas e pós-modernas
  • 53. Os intelectuais estão abertos às novas perspectivas trazidas pela industrialização da produção cultural? ◦ “Apocalípticos” (degeneração mercantil da cultura)X “integrados” (virtudes democratizantes da cultura de massa) (Umberto Eco)  Integrados: o progresso tecnológico traz progresso social e uma nova cidadania  Apocalípticos: o capital “passou a mão na cultura” tirando do consumidor a possibilidade de liberação e experiência autêntica “A distância entre o emitido e o recebido, as práticas dos receptores e seu papel na produção de sentido e de usos nos espaços individuais, familiares e coletivos, as representações que a instituição se faz do gosto do público e o papel delas na orientação da produção audiovisual são questões que abalam atualmente as abordagens da produção cultural de massa”.
  • 54. Mais do que denunciar a alienação (das telenovelas, por exemplo) é preciso ver como uma nova comunidade se cria  Sobre este olhar diferente e necessário do intelectual diante das práticas cotidianas e populares, os autores retomam as posições de Adorno/Horkheimer e Walter Benjamin diante da reprodução mecanizada da obra de arte: ◦ Diferentemente de seus colegas, para Benjamin, o valor cultural da obra de arte havia sido substituído por seu valor de espetáculo e isso não era necessariamente ruim; defendia a legitimidade de outras formas culturais que não a da “cultura superior”
  • 55. Na sociedade contemporânea ocorrem profundas mudanças nos sistemas de comunicação e vivemos uma "crise de identificação de macrossujeitos“  O Estado decadente irá importar as técnicas de gestão: “o setor privado deve inspirar-se nas finalidades do setor público; o setor público deve utilizar os métodos do setor privado” (Lauffer)  A mídia emerge como um novo e poderoso macrossujeito; portanto, é inconcebível falar de processos sócio-históricos sem considerar o fenômeno da comunicação mediada.
  • 56. “Entre o momento em que aparecem as noções de dependência e de imperialismo culturais há também o longo período de incubação durante o qual o terceiro mundo não mais se contentou em denunciar os mecanismos de sua dominação internacional, mas começou a criar relações de força que lhe fossem mais favoráveis no jogo nas negociações com os macrossujeitos econômicos”.
  • 57. Mattelart optou por um método histórico de pesquisa teórica, investigando a história das idéias, das estratégias, dos objetos, das técnicas, dos espaços, das doutrinas, dos sistemas, das redes, das máquinas, da política, da economia, etc.  Em “Pensar as mídias” Mattelart investiga a história da comunicação, pensada como parte da história do sistema capitalista mundial  Dessa forma, situa os principais paradigmas, autores e comunidades de pensamento que versaram sobre a problemática da comunicação
  • 58. “Na década de 80 Mattelart poderia ter optado pela linha pós-modernista apologista do poder onímodo da tecnologia, poderia ter continuado com o esquema estruturalista e seus esquemas "sólidos" e imutáveis, poderia ter assumido um radicalismo marxista de forma, epidérmico, mas ele continua sua linha revolucionária de pensador crítico questionando suas próprias proposições, suas linhas de estudo, seus paradigmas teóricos, seus comportamentos militantes e suas cosmovisões. (...) A coragem de nosso autor foi realizar uma revolução interna sem cair na saída fácil do diletantismo intelectual da corrente pós-moderna ou na prostituição intelectual dos funcionalismos de toda espécie” (MALDONADO, 2008)
  • 59. Quem Quem Quem Quem somos nós? somos nós? somos nós? somos nós? Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Quem Quem Quem Quem somos nós? somos nós? somos nós? somos nós? Parte 5 Parte 6 Parte 7 Parte 8 Quem Quem Quem Quem somos nós? somos nós? somos nós? somos nós? Parte 9 Parte 10 Parte 11 Parte 12