O documento descreve a trajetória do filósofo e sociólogo alemão Theodor W. Adorno. Adorno foi convidado em 1937 a participar de um projeto de pesquisa de rádio nos Estados Unidos, onde realizou estudos sobre música e sua influência na sociedade. No entanto, Adorno enfrentou dificuldades para aplicar seus métodos qualitativos em pesquisas quantitativas, gerando atritos com os demais pesquisadores.
2. Foi um filósofo, sociólogo,
musicólogo e compositor alemão.
Orientação totalmente especulativa
Interpretava fenômenos.
Em 1937 recebe convite para
transferir-se para os Estados Unidos
para participar de Projeto
Radiofônico de Pesquisa.
Havia publicado em 1936 uma
interpretação sociológica do Jazz.
3. Suas pesquisas na área da música permaneciam da
esfera do material que influi sobre os ouvintes, os
“stimulus”, sem utilizar métodos estatísticos.
Objeção que sempre escutava:
Onde está a evidência???
4. Em 1938, muda-se de Londres para New York,
passa a desempenhar metade das suas funções no
Instituto de Pesquisas Sociais e metade no
Princeton Radio Research Project.
Iniciou por conceitualizar as recentes observações
sócio-musicais e esboçar um sistema de
referências para investigações particulares.
Theodor sublinava a problemática da produção da
industria cultural, enquanto Benjamin, tratava de
salvar essa esfera.
5. Suas primeiras impressões sobre as investigações em
andamento não foram de muita compreensão.
Entendeu o suficiente para perceber que se tratava de
coleta de dados em benefício da industria e dos
assessores culturais. (Uso do termo Pesquisa
Administrativa).
Por contrato, as pesquisas deveriam cumprir-se no
marco do sistema comercial estabelecido no Estados
Unidos.
Depara-se com a cobrança por um método, por técnicas
práticas de investigação.
6. Decidido a estudar as reações dos ouvintes.
Para isso realizou uma série de entrevistas,
das mais informais e assistemáticas.
Opõe-se a contatar reações, a medi-las, sem
colocá-las em relação com os estímulos,
fugindo da objetividade.
7. Seria conveniente que a investigação elucidasse,
em primeiro lugar, até que ponto as reações
subjetivas dos indivíduos são, na realidade, tão
espontâneas e imediatas como dão a entender os
sujeitos; até que ponto esconde não só os
mecanismos de propaganda e a força de sugestão
do aparato, senão também as conotações objetivas
dos meios e o material com que são confrontados
os ouvintes.
8. Havia outro obstáculo que impedia a passagem da
reflexão teórica para a empiria: a dificuldade de
verbalizar o efeito que a música produz
subjetivamente no ouvinte, na obscuridade da
vivência da música.
Não sabia se era possível expressar com
questionários as perguntas essenciais.
Não lhe pediam teorias sobre a relação entre a
música e sociedade. Esperavam dele informações
utilizáveis.
9. As opiniões e comportamentos dos sujeitos são
também sempre algo objetivo. Por outro lado, nas
reações subjetivas, cintilam objetividades sociais,
inclusive detalhes concretos.
10. Na investigação da comunicação:
A sociologia da comunicação de massas, nos
EUA, não podem ser separados da
estandardização, das transformações das
criações artísticas em bens de consumo.
11. Consciência coisificada, incapaz da
experiência espontânea.
“Introvertido ou extrovertido?”
12. Confrontado com a exigência de medir a cultura,
conclui que a cultura pertence a um estado que
exclui uma mentalidade que possa ser medida.
13. Saturação de Adorno para observações da vida
musical americana e sobre o sistema de
radiodifusão.
Redigiu teoremas e teses, mas não foi capaz de
confeccionar questionários e esquemas para
entrevistas.
14. Resistência dos colaboradores, só o pessoal da
secretaria o respondia prontamente.
A medida que subia a hierarquia, mais resistência
sofria.
Um auxiliar, em que ajudar nos questionamentos,
escreveu uma espécie de memorando de protesto
contrapondo seu ideário científico as especulações
de Adorno.
15. Adorno fez prognósticos sobre resultados de
pesquisas e com sua percepção chegou aos
mesmos resultados que os levantamentos
apontaram.
Mas passaram a vê-lo mais como um homem de
intuição, um “bruxo”, e suas análises de música,
foram consideradas “expert opinion”, apenas uma
opinião de um estudioso.
16. Desaparecimento do homem intelectual.
Ficou especialmente nítido na diferença entre o
homem intelectual e o técnico de investigação.
17. Mal ousava formular coisas em linguagem norte-
americana, plasticamente e sem enfeites.
Chegada do Dr. George Simpson para seu assistente
trouxe ânimo. Simpson o incentivou a escrever
incisivamente e sem concessões, contribuindo para que
isso ocorresse.
Entre 1938 e 1940, deixou pronto quatro estudos
maiores:
Um crítica social da música de rádio
Sobre música popular
NBC music appreciation hour
The Radio Simphony
18. O último trabalho provocou uma indignação
imediatamente.
Os 4 trabalhos eram fragmentários e não
conseguiram chegar a uma sociologia e a uma
psicologia social sistematicamente elaboradas da
música radiofonica.
19. Os trabalhos do Music Study não estavam
circunscritos nos trabalhos assinados por Adorno,
existiam outros.
Ex. 1 Pesquisa que analisava a aptidão musical para
aqueles que a conhecem pessoalmente e aqueles
que apenas escutam pelo rádio.
Ex. 2 Outra pesquisa concretizou a tese de que o
gosto musical está sujeito a manipulação.
20. Entre 1941 e 1945 Adorno e sua esposa se mudam
para a Califórnia.
Ele se dedica nesse período a escrever, junto com
Horkheimer, a “Dialética do Esclarecimento”.
21. Livro: A personalidade Autoritária, discutindo elementos
anti-semitas, facistas, ... E relacionando com
interpretações das pesquisas anteriores na música.
Predomínio das tendências objetivas de
desenvolvimento sobre as pessoas individuais.
Quanto mais o homem é dependente do conjunto do
sistema, mas se impõe que tudo dependeria deles.
Sem mediação subjetiva do sistema social objetivo,
seria impossível manter os sujeitos nos freios.
22. Reuniram dois institutos num pool a fim de
oferecer mais recursos para pesquisas de grande
envergadura.
Team Work, 4 pesquisadores, com participação
igualitária escreveram Authoritarian Personality,
creditada igualmente a todos.
23. Levavam muito a sério o momento qualitativo. As
categorias que serviam de base aos estudos
quantitativos eram por sua vez de índole
qualitativa e derivavam da caracterologia analítica.
Houve tentativa para quantificar dados que teve
oposição de Adorno por considerar que se perderia
vantagens complementares.
Aconteciam, amiúde, colóquios em Los Angeles,
para todos interessados, para discutir suas
pesquisas.
24. A Escala F exerceu a máxima influência em
Authoritarian Personality, sendo aplicada e modificada
várias vezes, de forma conjunta pelos pesquisadores.
Serviu de base para a medição de um potencial
autoritário na Alemanha.
“Desenvolveram a Escala F com uma liberdade que se
afastou notavelmente das representações de uma
ciência pedante que deve dar conta de cada um de seus
passos.
Houve muitos momentos lúdicos na construção da
Escala F. Horas inteiras imaginando dimensões,
variáveis e síndromes, assim como questionários, que
não precisavam ter relação direta com os temas
principais.
25. Muitas vezes descartaram itens mais profundos e
originais para preferir os que tinham mais nitidez e
proximidade com a opinião pública. AFIRMAM:
Qualquer sociologia empírica parece obrigada a
escolher entre a confiabilidade e a profundidade de
seus dados.
Acreditavam superar, mediante a combinação de
métodos quantitativos e qualitativos, o
antagonismo do generalizável e do especificamente
significativo.
26. O mérito de Authoritariam Personality não consiste
na precisão das análises positivas, nem nos índices
quantitativos, senão, antes de mais nada, em sua
problemática.
De lá pra cá, tentou-se várias vezes testar certos
teoremas psicanalíticos através de métodos
empíricos.
27. Criticam que nos EUA as pesquisas apresentam falha crônica,
pois os entrevistados são estudantes em proporção maior
que a aconselhável. Mais tarde, eles trataram de remediar
isso, organizando, de acordo com sistema de cotas, grupos
de entrevistados dos mais diversos estratos da população.
Houve objeções de que a teoria pressuposta por instrumentos
de investigação deveria ser validada por estes.
Resposta: Tampouco pretendemos provar ou refutar a teoria
pelos resultados, mas sim derivar dela questionamentos
concretos, que logo caminhem por seus próprios pés e
demonstrassem certas estruturas psicológico-sociais.
28. Os problemas metodológicos, formulados segundo
o modelo hípótese-prova-conclusão, motivaram
crítica filosófica de Adorno ao conceito científico
convencional do absolutamente primeiro. (Crítica
no livro Teoria do Conhecimento)
29. Adorno colocou-se na situação de Astrólogo Popular,
que deve proporcionar aos leitores uma satisfação
imediata, se dirigindo a pessoas que não conhece, com
conselhos específicos adequados a cada individuo.
Como conclusão, chega-se a astrologia comercial e
estandardizada, reforçando ideias conformistas.
Utilizou-se de métodos qualitativos para decifrar
truques básicos que se repetiam no material escolhido.
Concluindo que os astrólogos assemelham-se, em mais
de um aspecto, ao demagogo e ao agitador.
30. Regressou a Europa em 1953.
Passou a não mais considerar natural nenhuma situação
que fosse fruto do devir.
Libertou-se (nos EUA) da ingênua credulidade cultural.
Adquiriu a capacidade de ver a cultura desde o lado de
fora.
Conheceu um potencial de humanidade real, onde a
forma política da democracia está mais próxima das
pessoas.
A força de resistência contra correntes fascistas é maior
nos Estados Unidos que em qualquer país Europeu.
31. Na forma do empirismo transportado à práxis
científica nos Estados Unidos, Adorno diz ter
aprendido que a amplitude total, não
regulamentada, da experiência, vê-se reduzida
pelas regras de jogo empiristas a limites mais
estreitos que aqueles que impõe o próprio conceito
de experiência.
33. Que é a cultura de massa?
Quando inicia?
Séc. XVII: formação do espírito burguês disfarçado pela questão
religiosa;
O advento de uma cultura burguesa em meados do séc. XVIII é,
então, resultado da sua consciência de classe;
Surge aí, decorrência da cultura burguesa, a cultura de
massa? Não.
Pois neste momento existe uma ausência de economia de
mercado, que permitisse o acesso de vários setores sociais a
uma pluralidade de mercadorias.
34. A residência histórica da cultura de
massa
Que é a cultura de massa?
Quando inicia?
Somente a partir do século XIX a economia de
mercado existe como totalidade.
Assim, a cultura de massa inicia, em algum momento,
com a economia de mercado a qual permitirá acesso
de vários setores sociais a uma pluralidade de
mercadorias, a partir do séc. XIX
Quando se desenvolve, dentro da economia de
mercado, a cultura de massa?
35. Para entender a cultura de massa, deve-se
compreender o que caracteriza a economia de
mercado
Racionalização contábil, desenvolvimento tecnológico,
reorganização jurídica e político-administrativa
harmonizadas, mão de obra forçada a vender sua força de
trabalho
Uma das características decisivas do capitalismo, para Weber,
é a “democratização do luxo”
Divisão cultural ainda baseada na distância entre campo
(cultura popular, folclórica) e cidade (cultura urbana, superior
ou escolarizada)
36. A residência histórica da cultura de
massa
Então já existe a cultura de massa?
NÃO, ainda existe uma distância entre campo e cidade,
entre provinciano e citadino, entre cultura folclórica e cultura
escolarizada que precisa ser superada.
Neste caso, o operário perde progressivamente os
vínculos com a cultura folclórica a medida que se afasta do
campo.
JÁ existem sim os veículos (os mass mídia), que aprendem
o jeito de cativar a tudo e a todos. Mas INEXISTE a integração
inconsciente de suas mensagens numa modalidade de
cultura.
37. À medida que o proletariado avança para os meios
urbanos, não se identifica com nenhum dos dois
pólos (cultura popular X escolarizada)
Assim com o desenvolvimento tecnológico constituiu
requisito básico na constituição do capitalismo, os
desenvolvimentos nos processos de comunicação
foram decisivos para o campo da cultura de massa.
A mensagem perde seu caráter de parcelada
distribuída em pontos reconhecidos (teatro,
biblioteca, museu, sala de concerto, etc) através de
instrumentos reconhecidos (jornal, livro, revista,
gravura, cartaz) que se podem evitar ou escolher
38. A cultura de massa
Os avanços tecnológicos e os processos de
comunicação começam a dar forma a cultura de massa.
Tecnicamente passa-se a era da comunicação
multidirecional. Deixa de ser parcelada (teatro,
biblioteca, museu, ...) ou por meios que se pode evitar
ou escolher (livros, jornais, revistas, ...).
A televisão e as viagens tornam o mundo curto e
amplo, ao mesmo tempo. Assim, o sistema social
integrou os veículos de comunicação de massa.
39. 1. Base tecnológica (mercadorias)
2. Sistema social que a utiliza (sociedade de
consumo)
3. Cultura de massa
Base tecnológica e o sistema social que a utiliza
(sociedade de consumo) atuam como fonte de
transformações
A sociedade de consumo constitui a mediação social da
base tecnológica
São dois os sistemas mediatizadores:
A sociedade de consumo é passível de instrumentação
sociológica; a cultura de massa exige instrumental
semiológico
40. A cultura de massa é fundamentada pelo
desenvolvimento tecnológico o qual
permita produção em escala vertical
A cultura de massa supõe camadas de
heterogeneidade
“as coisas só têm sentido para o homem pela
diferença que as separa e distingue doutras
coisas”
41. Enfim, a época em que os mass media começam a
tornar-se relevantes é a época da construção do
espírito capitalista, desde o renascimento até o
século passado.
Caracterizado pela crescente mobilidade pessoal,
pela rápida acumulação de capital, mudanças
tecnológicas e uma exploração quase constante de
bens e pessoas, assim como exploração,
colonização e imperialismo.
42. Conclusão
O consumo é estimulado em seus diversos
níveis, desde o geral - compra de enlatados,
de detergentes, de eletrodomésticos,
geladeiras e automóveis – até o mais
sofisticadamente diferenciador.
Só houve cultura de massa com a sociedade
de consumo e fundamentada pelo
desenvolvimento tecnológico.
44. Pensar as mídias destaca a importância da reflexão
epistemológica e a necessidade do distanciamento crítico
para compreender as transformações nos sistemas de
comunicação
I. Na encruzilhada dos discursos científicos
II. Novos paradigmas
III. A redefinição de uma relação:
intelectuais/cultura midiática
IV. O declínio dos macrossujeitos?
V. Os sobreviventes da dialética
45. Busca de transdisciplinaridade: embora tenha sido
negligenciada a abordagem econômica na França, no
âmbito da comunicação, o mesmo não ocorreu com a
língua e o discurso, dando origem a uma ciência da
cultura de inspiração semiológica (Roland Barthes)
A transdisciplinaridade procura estimular uma nova
compreensão da realidade articulando elementos que
passam entre, além e através das disciplinas, numa
busca de compreensão da complexidade
Como buscar transdisciplinaridade e, ao mesmo tempo,
construir e manter a identidade da disciplina/campo de
estudo?
46. A tentação metafórica: busca de cientificidade
pela aproximação com as «ciências duras» Ex:
movimento de intercâmbio entre biologia (código
genético) e lingüística na déc. 60
“Pois imagine você o que acontece a todos nós, os da ciências
ditas humanas: temos constantemente a sensação de que há
´verdadeiras´ciências, que são as do físico, do biólogo ou do
astrônomo, e que nós usurpamos um título ao qual não temos
nenhum direito. Vocês chegam a certezas, ao passo que nós
vegetemos na ordem das conjecturas e das probabilidades”
(Lévi-Strauss)
47. Quanto ao exagero das sínteses precipitadas que
misturam termodinâmica, teoria dos sistemas,
cibernética e biologia, descontextualizando
conceitos de seus quadros de referência, e criando
discursos ambíguos (verbalismos), os autores
advertem:
◦ há o esquecimento do local de produção
histórica, econômica, lingüística e intelectual, a
«recusa de uma verdadeira epistemologia»
48. “Transgredindo as
fronteiras: em direção a
uma hermenêutica
transformativa da
gravitação quântica”
O artigo-fraude do
físico Alan Sokal foi
publicado na edição de
“Guerras da Ciência” da
Social Text e
argumentava que a
gravidade quântica
seria uma construção
social e linguística.
49. Na época da publicação, Sokal anunciou em outra publicação
(Língua Franca) que o artigo era uma fraude, qualificando-o
como “um pasticho de jargões esquerdistas, referências
aduladoras, citações pomposas e completo nonsense", tendo
sido “estruturado em torno das citações mais tolas que eu
pude encontrar sobre Matemática e Física. Era uma crítica ao
uso indiscrimidado de metáforas e conceitos oriundos de
outros campos pelo meio acadêmico (pós-modernos),
sobretudo francês
O escândalo decorrente da publicação levantou um
debate sobre ética acadêmica e sobre a qualidade da
pesquisa publicada no campo das Humanidades. O
caso Sokal rendeu aos editores da Social Text o
“Prêmio IgNobel” de Literatura em 1996.
50. Movimento de revisão das ciências da comunicação
iniciou na déc. de 70, novos paradigmas surgem a
todo momento
Um chamado do empirismo americano às escolas
críticas européias (de tradição filosófica) ignorando
que estas não estão imunes às crises de
paradigmas
◦ O estruturalismo já não é mais uma certeza
◦ A liguística estrutural eliminou do seu campo de análise
o contexto dos sujeitos «a lingüística estudou as frases e
o sistema de regras e injunções que sustenta sua forma,
isolando-os do seu local de produção», pois assume
pressupostos matemáticos
51. A dupla face (mecânica X fluido) do pensamento pós-
industrial:
◦ Linearidade da história e busca do progresso X descontinuidade e
eventual retrocesso
◦ Valorizaçao da posse de bens X valorização do ser e qualidade de
vida
◦ Massas X redes de afinidades
A revolução tecnológica não é a única responsável pelas
novas abordagens e seus paradigmas, pois ela sozinha não
produz o novo social
O que a virada epistemológica traz de novo é a relação
indissociável do social com o técnico
◦ O designer coloca no artefato sua representação de um uso social que
interpela o usuário; este responderá conformando-se ou contornando-a
52. A dupla face do pensamento pós-industrial, contudo, coexiste;
O paradigma do fluido representa uma ruptura da imagem de
um poder localizado em um único e visível ponto da sociedade;
◦ Contribuição: questionar as certezas que dominaram o pensamento
crítico
Com a valorização do sujeito, o estudo da vida cotidiana ganha
importância, sobretudo, do banal, o comum
◦ Ameaças: favorecimento de um «narcisismo do sujeito»,
utopia da autonomia da resistência frente às estruturas
Receptor/Consumidor passivo X ativo: o lugar dos diferentes
sujeitos no processo de produção midiático
Para Certeau o sistema econômico social e seu poder de
repressão continuam vigentes, mas a sua capacidade de controle,
de informação e de reprodução não é onipotente como nas
perspectivas funcionalistas, apocalípticas e pós-modernas
53. Os intelectuais estão abertos às novas perspectivas
trazidas pela industrialização da produção cultural?
◦ “Apocalípticos” (degeneração mercantil da cultura)X “integrados”
(virtudes democratizantes da cultura de massa) (Umberto Eco)
Integrados: o progresso tecnológico traz progresso
social e uma nova cidadania
Apocalípticos: o capital “passou a mão na cultura”
tirando do consumidor a possibilidade de liberação e
experiência autêntica
“A distância entre o emitido e o recebido, as práticas dos receptores e
seu papel na produção de sentido e de usos nos espaços individuais,
familiares e coletivos, as representações que a instituição se faz do
gosto do público e o papel delas na orientação da produção
audiovisual são questões que abalam atualmente as abordagens da
produção cultural de massa”.
54. Mais do que denunciar a alienação (das telenovelas, por
exemplo) é preciso ver como uma nova comunidade se
cria
Sobre este olhar diferente e necessário do intelectual
diante das práticas cotidianas e populares, os autores
retomam as posições de Adorno/Horkheimer e Walter
Benjamin diante da reprodução mecanizada da obra de
arte:
◦ Diferentemente de seus colegas, para Benjamin, o valor cultural
da obra de arte havia sido substituído por seu valor de espetáculo
e isso não era necessariamente ruim; defendia a legitimidade de
outras formas culturais que não a da “cultura superior”
55. Na sociedade contemporânea ocorrem profundas
mudanças nos sistemas de comunicação e vivemos
uma "crise de identificação de macrossujeitos“
O Estado decadente irá importar as técnicas de
gestão: “o setor privado deve inspirar-se nas finalidades do
setor público; o setor público deve utilizar os métodos do
setor privado” (Lauffer)
A mídia emerge como um novo e poderoso
macrossujeito; portanto, é inconcebível falar de
processos sócio-históricos sem considerar o
fenômeno da comunicação mediada.
56. “Entre o momento em que aparecem as noções de
dependência e de imperialismo culturais há também
o longo período de incubação durante o qual o
terceiro mundo não mais se contentou em denunciar
os mecanismos de sua dominação internacional, mas
começou a criar relações de força que lhe fossem
mais favoráveis no jogo nas negociações com os
macrossujeitos econômicos”.
57. Mattelart optou por um método histórico de
pesquisa teórica, investigando a história das idéias,
das estratégias, dos objetos, das técnicas, dos
espaços, das doutrinas, dos sistemas, das redes,
das máquinas, da política, da economia, etc.
Em “Pensar as mídias” Mattelart investiga a história
da comunicação, pensada como parte da história
do sistema capitalista mundial
Dessa forma, situa os principais paradigmas,
autores e comunidades de pensamento que
versaram sobre a problemática da comunicação
58. “Na década de 80 Mattelart poderia ter optado pela linha
pós-modernista apologista do poder onímodo da
tecnologia, poderia ter continuado com o esquema
estruturalista e seus esquemas "sólidos" e imutáveis,
poderia ter assumido um radicalismo marxista de forma,
epidérmico, mas ele continua sua linha revolucionária de
pensador crítico questionando suas próprias proposições,
suas linhas de estudo, seus paradigmas teóricos, seus
comportamentos militantes e suas cosmovisões. (...) A
coragem de nosso autor foi realizar uma revolução interna
sem cair na saída fácil do diletantismo intelectual da
corrente pós-moderna ou na prostituição intelectual dos
funcionalismos de toda espécie” (MALDONADO, 2008)
59. Quem Quem Quem Quem
somos nós? somos nós? somos nós? somos nós?
Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4
Quem Quem Quem Quem
somos nós? somos nós? somos nós? somos nós?
Parte 5 Parte 6 Parte 7 Parte 8
Quem Quem Quem Quem
somos nós? somos nós? somos nós? somos nós?
Parte 9 Parte 10 Parte 11 Parte 12