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Para meu saudoso pai, Hermínio,
minha querida mãe, Adalgisa,
amada e saudosa esposa, Maria
Elizabeth, e adorados filhos,
Fabrício e André, com todo o meu
amor, carinho e afeto...
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Copyright© Marco Aurélio Bicalho de Abreu
Chagas
Capa:
1ª edição
(2014)
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta edição pode
ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou
forma,
nem apropriada e estocada sem a expressa
autorização de Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
Chagas, MarcoAurélio Bicalho de Abreu Chagas
PALESTRAS PÚBLICAS. Marco Aurélio Bicalho de Abreu
Chagas. Belo Horizonte, MG: 103p.14x20 cm.
ISBN
1. Literatura brasileira – Brasil. I. Título. II. Série.
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ÍNDICE:
PALESTRAS
A LOGOSOFIA E AS CAUSAS DA SOLIDÃO
HUMANA / 7
Reproduzida na Revista ADVOGADOS sob o título:
REFLEXÕES SOBRE A SOLIDÃO HUMANA
http://revistaadvogados.blogspot.com.br/2008/02/refl
exes-sobre-solido-humana.html
Reproduzida no sita da USINA DE LETRAS
http://usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=462
&cat=Artigos&vinda=S
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5
A LOGOSOFIA E A DESCOBERTA DE UM
NOVO MUNDO / 18
Reproduzida nos sites O DIREITO e RECANTO DAS
LETRAS
http://www.odireito.com/default.asp?SecaoID=2&Sub
Secao=1&SubSecaoID=27&ConteudoID=000250
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/10078
A PREPARAÇÃO DO JOVEM PARA A VIDA
/ 32
Reproduzida no site GOIÁS AGITO
http://www.goiasagito.com/jovens.html
VALORES ÉTICOS NO EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA / 66
Reproduzida no site da ACADEMIA BRASILEIRA DE
DIREITO
http://www.abdir.com.br/artigos2/ver.asp?art_id=253
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6
Reproduzida no site UNIVERSO JURÍDICO e Portal
BOLETIM JURÍDICO
http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/426/VALORES_E
TICOS_NO_EXERCICIO_DA_ADVOCACIA
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp
?id=77
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7
LOGOSOFIA E AS CAUSAS DA SOLIDÃO
HUMANA
1 - O vazio experimentado;
2 - O desconhecimento do mundo interno;
3 - A orfandade espiritual;
4 - A presença do espírito na vida humana;
5 - Lutamos pela vida sozinhos;
6 - As entidades mentais (agentes causais do
comportamento).
7 - Quem vive sem um ideal carrega a morte
sobre os ombros.
8 - Conclusão.
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INTRODUÇÃO:
Vivemos no mundo, hoje uma aldeia global,
e nos sentimos tão sós!
Em meio à multidão e estamos sós. Os
meios avançados de comunicação ao mesmo
tempo que nos aproximam do resto do mundo,
experimentamos uma profunda solidão. Por
que? Qual a causa dessa desagradável
sensação? O que esta faltando?
Quais as reais causas da solidão
experimentada pelo ser humano?
É como se estivéssemos em um quarto
escuro e não enxergamos nada a um palmo
do nariz? O que falta para vermos o que está
ali naquela escuridão que nos transmite tanta
solidão?
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9
Uma fresta de luz seria capaz de permitir ver
o que existe naquele recinto em trevas.
Quais, então, as causas da solidão
experimenta pelo homem?
O VAZIO EXPERIMENTADO:
Quando me aproximei da Fundação
Logosófica experimentava um grande vazio e
também, paradoxalmente, um grande cheio.
Aos poucos fui aprendendo que deveria
esvaziar esse cheio, representado por tudo
aquilo que era efêmero, estéril e não tinha
nada a ver com minha vida e forma de ser e,
por outro lado, encher esse grande vazio, que
sentia que se expressava muitas vezes em
perguntas sem respostas, como, por exemplo,
para que vivo, por que estou neste mundo,
para onde vou, quem sou eu, o que acontece
depois da morte, era ou seria o fim de tudo,
por que nasci neste planeta, neste continente,
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tenho uma missão a cumprir; para que fazer o
bem se no final todos vamos, os bons e os
que fizeram o mal, vamos para o mesmo
lugar? E muitas outras que me inquietavam.
O DESCONHECIMENTO DO MUNDO
INTERNO:
Comecei a ver com a luz do conhecimento
logosófico que havia dentro de mim, um
mundo, o chamado mundo interno que
pertencia somente a mim. Cheio de recursos,
valores, forças, energias e outras coisas que
desconhecia. E também havia nele falhas,
defeitos, e peças a serem ajustadas e
substituídas. Embora esse mundo fosse meu,
inviolável, eu não exercia o domínio sobre ele.
Vi até que eu vivia mais fora dele do que
dentro. Era como aquele ser que tinha uma
casa e não a habitava e não sabia o que tinha
dentro dela. Quem sabe esse
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11
desconhecimento do próprio mundo interno
não seria uma das causas da solidão
humana?
A ORFANDADE ESPIRITUAL:
Não encontrava nas propostas existentes,
nas religiões, nas filosofias, nas seitas, esse
amparo espiritual que tanto buscamos na vida.
Essa paz que almejamos. Essa felicidade que
queremos ter. Percorri vários caminhos e as
dúvidas aumentavam. Por que sou assim?
Deus me fez assim? Por que vivemos? Qual o
objetivo da vida? Por que e para que o esforço
tenaz em ser bom se no final teremos um
destino comum? A vida deve se resumir em
comer, dormir e trabalhar? Há uma vida
espiritual como dizem? Ou isso é uma ilusão?
Sentia-me um órfão espiritualmente.
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A PRESENÇA DO ESPÍRITO NA VIDA
HUMANA:
Sentia que algo superior existia na vida.
Havia um equilíbrio universal muitas vezes,
expressado na natureza, que denuncia a
existência de uma Ordem Superior reinante.
Meu organismo físico, por exemplo, funciona
independentemente de minha vontade. Em
momentos de dificuldades e de dor
experimentava e experimento, uma força ou a
presença de uma energia que me sustenta e
me faz vencer o momento difícil. Estou
aprendendo que essas manifestações
comprovam a existência de algo superior que
vive em nós e que se chama espírito. Não
uma entidade etérea de que se fala tanto, mas
um ente real que nos anima e nos distingue de
um ser sem vida. É um hálito divino. A
Logosofia apresenta uma nova e original
concepção do ESPÍRITO HUMANO. E a
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participação desse espírito em nossa vida
deve ser mais efetiva e constante para ajudar-
nos a vencer nessa luta pela vida. Estou
aprendendo que a luta pela vida com o auxílio
de meu espírito fica mais suave, mais leve e
as vitórias e acertos aumentam. Esse espírito
precisa extrair das experiências que vivemos
no dia-a-dia o conhecimento para enriquecer a
sua evolução. E não é questão de se crer
nessas coisas mas trocar esse crer pelo
saber. As mudanças efetivas experimentadas
pela humanidade através dos tempos
aconteceram em virtude dos conhecimentos
adquiridos e não em razão do número de
crencas acumulado através dos tempos.
LUTAMOS PELA VIDA SOZINHOS:
A luta é lei da vida. Devemos viver lutando.
Lutando contra o mal e contra tudo o que de
uma forma ou de outra compromete o
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14
equilíbrio de nosso ser psíquico e espiritual.
Mas nessa luta podemos contar com um
grande aliado que está sempre do nosso lado.
O nosso espírito. Esse convidado de pedra.
Que quer ter uma atuação efetiva em nossa
vida e não pode ou é tolhido, porque
ignoramos a sua presença e muitas vezes o
negamos. Também, como esse espírito, ou
melhor, esse conceito está tão envolvido em
crenças e preconceitos que isso o impede de
atuar em nossa vida, ou melhor, nos impede
de vê-lo, realmente.
AS ENTIDADES MENTAIS (AGENTES
CAUSAIS DO COMPORTAMENTO):
Há entidades mentais que transitam em
nossa mente. Que vivem dentro e fora da
mente. Povoam o nosso recinto mental que
podemos graficamente compará-lo com uma
casa, a casa mental. Nessa casa vivem os
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pensamentos, entidades mentais autônomas
que atuam dependendo ou não de nossa
vontade e que determinam o nosso
comportamento, a nossa conduta. Se esses
pensamentos são bons, nossa vida será boa.
Mudando esses pensamentos se muda a vida.
A nossa felicidade também tem muito a ver
com esses pensamentos, esses agente
causais.
QUEM VIVE SEM UM IDEAL CARREGA A
MORTE SOBRE OS OMBROS:
O ideal de vida nos permite recobrar as
energias despendidas no esforço constante de
ser melhor e de fazer o bem.
Esse ideal é o dínamo da vontade. Ele nos
levanta da queda e nos convida a seguirmos
em frente com a fronte erguida. O ideal de
aperfeiçoamento nos faz seguir o exemplo
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eloqüente dos rios que renovam
constantemente as suas águas.
CONCLUSÃO:
A concepção logosófica do homem, da
mente humana, da vida, do universo e de
Deus contribuem para tornar a nossa vida
mais iluminada e digna, pois vamos
aprendendo que essa vida se constitui num
formoso campo de aprendizado e superação.
A vida é mais que os problemas e as
dificuldades que enfrentamos. A convivência
com os nossos semelhantes é fundamental
para impulsionar o nosso ser à realização e
por outro lado nos permite conhecer o ser que
somos.
Com esses conhecimentos transcendentes
nunca estaremos sós, desolados, porque são
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forças alentadoras que sustentam a vida e
dignificam a figura humana.
Haveremos de corresponder ao bem que
recebemos do Criador que nos dotou de todas
as condições para transformarmos essa Terra
tão maravilhosa em um vale de venturas e
felicidades, se soubermos, é claro, conquistar
os conhecimentos que se encontram
generosamente espalhados por todas as
partes, utilizando a nossa inteligência em todo
o seu esplendor.
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A LOGOSOFIA E A DESCOBERTA DE UM
NOVO MUNDO
Afirma a Logosofia:
«O investigador mede a trajetória dos astros
e desconhece a de sua própria vida; segue as
modificações do átomo e descuida as de seu
pensamento; estuda e analisa tudo, menos o
que diz respeito ao próprio conhecimento da
mente, que é a que lhe permite discernir e
pensar, enquanto se capacita para conhecer a
origem e evolução de seu próprio
pensamento; lê e comenta mil biografias e
treme pensando como terminará a sua;
descreve maravilhas sobre a organização das
formigas e das abelhas, e quando é instado à
organização de seus valores pessoais, vacila
ante cem conselhos antagônicos.» ( livro
Biognose - p. 73).
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19
Quantos dizem: eu sou assim, eu nasci
assim, eu fui criado assim, Deus me fez
assim.
Alguém mais sensato lhe diz: Quem lhe
garante que Deus o fez assim?
Quantos se arrependem das palavras e
atitudes pronunciadas!
Quantos se assustam ao reagirem
violentamente, em determinadas
circunstâncias imprevisíveis.
Quantos descobrem forças com as quais
jamais podiam contar, ao se depararem com
dificuldades e sofrimentos, insuportáveis!
Eu me conheço? Quem sou eu? Indaga
outro.
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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Quem não se assustou ao ver surgir de
dentro de si um ímpeto que chega às raias da
violência, ao ser incomodado ou agredido?
Quantos permitem que terceiros participem
de sua intimidade, revelando fatos de sua vida
que concernem somente a ele e se vêem
defraudados e tendo sua vida íntima
vasculhada e alvo de comentários muitos
deles depreciativos!
Sabemos todos que temos uma vida que é
só nossa, inviolável e que depende somente
de mim que outro tenha conhecimento e
participe dela.
Quantas coisas vivemos e não somos
capazes de transmitir ou dar a conhecer aos
demais?
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Quantas coisas vivemos ou ocorrem
conosco e que somente nós e Deus temos
conhecimento delas!
Há um mundo interior, onde vivem entes
mentais que entram e saem desse recinto
mental e são os responsáveis por minha
conduta e atitudes.
SER CONHECIDO PELO NOME DOS
PENSAMENTOS
Conheço esses pensamentos que são
donos de minha mente? Quantos seres são
conhecidos pelos pensamentos que dominam
a sua vida? Os pessimistas, os desonestos, os
impacientes, os teimosos, os temerosos, os
hipócritas, os débeis, os inconstantes, os
responsáveis, os simpáticos, os sensatos, os
atenciosos, os pacientes, os verdadeiros, e
tantos outros, dominados pelos vícios, que
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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são conhecidos como os bêbados, avarentos,
jogadores.
A CAUSA PRIMEIRA É A MENTE
A Logosofia nos descobre um novo mundo,
o mundo das causas ao revelar que a CAUSA
PRIMEIRA É A MENTE e não como se
acreditou, O VERBO.
E sendo a mente humana um fragmento da
mente universal, cada um de nós tem o poder
de criar. O verbo é a conseqüência, o efeito e
não a causa. Na mente, nesse novo mundo
que a Logosofia nos descobre, encontramos a
causa do que nos acontece e ali divisamos as
soluções e podemos entender que o erro tem
origem na mente e a forma de evitá-lo é
corrigi-lo ali antes de se concretizar em atos e
atitudes. Um arquiteto concebe o prédio em
sua mente, primeiro, e o concretiza no papel e
depois no concreto. Assim fica aqui desfeito o
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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equívoco milenar de que a causa primeira foi o
VERBO, não, antes do VERBO está a MENTE
que, de fato, é a causa primeira. Tudo tem
origem na mente. Na minha mente.
Eis o novo mundo que a Logosofia me faz
descobrir através da realização de um
processo de evolução consciente.
FORJAR A MINHA FELICIDADE
Esse mundo mental que é só meu. Que
devo conhecê-lo e utilizá-lo para forjar a minha
felicidade.
O ser humano, para a Logosofia, é
composto por três sistemas: o mental, o
sensível e o instintivo.
A MENTE ELEVADA À CATEGORIA DE
SISTEMA
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A mente humana é tão importante que a
Logosofia a elevou à categoria de Sistema, o
Sistema Mental.
E dentro dessa mente, desse espaço, vivem
os pensamentos, agentes causais do
comportamento. Eu sou o que os
pensamentos querem que eu seja. Mudando
os pensamentos, portanto, mudo a minha
vida, através de um esforço e um processo de
superação, pois na natureza nada dá saltos,
tudo é realizado mediante um processo.
Alguém poderia perguntar: Como ser dono
de minha vida? Deveria dominar os meus
pensamentos? Sujeitá-los a minha vontade?
Ou ser joguete deles?
Como realizar esse domínio? Como não agir
impulsivamente e dominar esses
pensamentos? Que diferença há entre ser
dono e dominar a mente?
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RELATOS
Ilustrando, certa vez um pai chegava em
casa e sua filhinha foi ao seu encontro com as
mãozinhas para traz, gritando: - surpresa,
surpresa.
O pai abaixou e a filha, inocentemente, lhe
entregou uma rosa vermelha, linda. – É para
você! - Eu a apanhei para você, dizendo toda
feliz.
O pai, em fração de segundos, passou por
sua mente o pensamento: - olha, ela arrancou
aquela rosa que florescia no jardim. Isso é um
absurdo.
Entretanto, percebeu, também, em uma
fração de segundos, que havia por traz
daquele gesto um sentimento nobre da filha e,
felizmente, não maculou aquele momento de
afeto que vivia com sua filhinha, pois conteve,
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dominou a tempo aquele pensamento e
deixou que manifestasse o sentimento da
criança, em toda sua plenitude.
Em outro momento, ia eu atravessando
apressadamente uma rua movimentada do
centro da cidade e vi lá na frente a mãe com
uma menina, muito amigas. Eu como estava
apressado fingi que não a tinha visto e fui para
o outro lado, quando, para minha surpresa,
estava no meio da rua, ouvi um grito alegre da
menina me chamando pelo nome, foi aí que
me dei conta do pensamento feio que me
dominara e pude vencê-lo, indo ao encontro
daquelas amigas. Nunca mais deixei que isso
acontecesse. Toda vez em que vivo algo
semelhante não deixo que esse pensamento
se manifeste. Isso é algo que se vive
internamente e ninguém vê, somente eu é que
presencio essas coisas que se passam dentro
de mim.
COLETÂNEA DE PALESTRAS
PÚBLICAS
Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
27
Há muitas outras vivências em que
surpreendemos dentro de nós pensamentos
nobres ou feios que querem se manifestar,
comprometendo a nossa conduta, ou
sentimentos nobres e elevados que às vezes
não conseguimos expressar por timidez ou
porque os consideramos, equivocadamente,
bobos e sem importância, como um gesto de
carinho ou um agrado ou palavra de
reconhecimento ao ser querido, como, por
exemplo:
- vou enviar uma flores para a minha mulher
eu a quero tanto! Esse sentimento aparece e
vem imediatamente um pensamento e diz: que
bobagem, o que ela vai pensar de você.
Vocês têm tanto tempo de casados, que tolice
a sua, velho e está parecendo um adolescente
apaixonado. E assim, se atendo a esse
pensamento contrário ao meu sentir, deixo de
expressar ao ser querido aquilo que poderia
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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alimentar o amor que sinto por ela. Que mal
isso faz ao nosso relacionamento...!
Ora, alguém poderia exclamar: - isso não
passa de auto-ajuda, deixar de ser impaciente
e passar a ser paciente, trocar de pensamento
negativo por um pensamento positivo, de uma
hora para outra.
Eu diria que não. O estudo logosófico faz
parte de um plano maior, transcendente, de
humanizar o homem, torná-lo mais humano e
dar participação ao espírito em nossa vida
diária. Viver aqui nesta terra uma vida
elevada, nobre, espiritual, superando a
mesquinhez e vivendo uma existência
superior, digna de um ser filho da Criação
CONDUZIR A VIDA
Em mim está a condução de meu destino.
Devo conduzir a minha vida e não me deixar
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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perder em minhas terras como o dono do
relato, que desconhecia os seus domínios.
Que diferença faz para a nossa vida,
conduzi-la com propriedade e saber ou deixar
que as coisas aconteçam sem o nosso
controle?
Dá no mesmo? Por certo que não.
A Logosofia ao nos fazer descobrir o nosso
mundo interno, nos oferece os elementos, os
instrumentos para explorá-lo e alcançarmos as
infinitas riquezas que ele contém. É um mundo
inexplorado. É um universo. E dentro desse
mundo cada um encontra um ser que quer
participar de nossa vida e viver nela e foi, por
ignorância, encarcerado dentro de nós e luta
para se libertar dos preconceitos e crenças e
reinar nesta vida. Esse ser se chama espírito,
essa partícula divida, que vive nesse mundo
interno e que carrega a nossa herança
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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individual e é a nossa razão de ser aqui na
terra.
Como vamos alcançar esse conhecimento
do espírito? Através de um método
psicodinâmico instituído pela ciência
logosófica.
O método logosófico leva o ser a se
introduzir gradualmente dentro de si, a olhar
para dentro, o que não fez ninguém durante
tantos séculos; saber o que há dentro, os
recursos com que conta, e assim cada recurso
que encontra, cada valor que descobre, é um
grande estímulo, uma força extraordinária, um
reviver, um encher-se de alegria, de alegria,
de otimismo, e de fé em si mesmo. Por que
buscar fora o que temos dentro de nós
mesmos?
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31
Convido a todos que se interessem por esse
tipo de assunto a visitarem a Fundação
Logosófica para conversarmos mais.
As portas desta Escola, em prol da
superação humana se encontram abertas para
todos.
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32
PREPARAÇÃO DO JOVEM PARA A VIDA.
Sumário:
1.Introdução. 2.A importância de um
conceito de vida. 3.A experiência de vida do
adulto. 4.O exemplo dos maiores. 5. Frases
de um diário.
INTRODUÇÃO.
" O fracasso de tantos seres ao enfrentar
a vida obedece em grande parte à falta de
preparação para encará-la e vencer as
resistências do ambiente onde cada um
atue." (Da Sabedoria Logosófica).
COLETÂNEA DE PALESTRAS
PÚBLICAS
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33
Para tudo na vida devemos nos preparar.
Até para as coisas mais simples, como, por
exemplo, fazer uma viagem. E nesse
preparo devemos incluir, também, os
possíveis imprevistos. A programação é,
então, fator de êxito.
Como se preparar para a vida?
O que levar em conta nesse preparo?
Quando menino, tomei contato com um
livro intitulado: "É perguntando que se
aprende." E o personagem desse livro
andava pela cidade e para chegar ao seu
destino, perguntava e as respostas o
levaram aonde queria. Em nossa vida
acontece algo semelhante?
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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34
Qual é o nosso destino? Onde queremos
chegar?
Estou aprendendo que "não é somente
perguntando como se chega a saber as
coisas; também é necessário estudar o que
se quer saber."
O que quero saber da vida?
Quais os requisitos para se preparar para
a vida?
Qual o conceito que tenho da vida?
Como considero a vida?
Para que serve a vida?
A vida é acordar, trabalhar, dormir ?
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35
A IMPORTÂNCIA DE UM CONCEITO DE
VIDA.
O conceito admitido passa a reger a
nossa conduta. Se considero a vida como
uma grande diversão. Ela não passará
dessa diversão. Se encaro a vida como uma
grande oportunidade para evoluir, adquirir
conhecimentos. A vida tomará outras
proporções. E deixará de ser limitada. O
conhecimento amplia a vida. E, dependendo
da natureza desse conhecimento, essa vida
poderá ser ainda mais ampla. Pois há os
conhecimentos utilitários, que atendem a
nossa subsistência e os conhecimentos
formativos dos caráter que transcendem ao
saber corrente, pois são de natureza
superior e se adquirem através do esforço
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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36
próprio.
Assim, se procuro ampliar o meu conceito
de vida estarei propiciando a mim mesmo
uma ampliação de minha própria vida.
Ao ver na vida uma grande oportunidade de
estudo e de experimentação, percebo que
ela me oferece uma infinidade de motivos
para observar, para aprender e levar para o
meu acervo interno muitos conhecimentos
que me servirão em minhas atividades
diárias. A vida vista dessa forma, é muito
estimulante porque passa a ser um
constante campo de aprendizado.
A vida é, também, luta. Não uma luta que
destrói, que corrompe, que aniquila,
violenta, mas uma luta orientada pelo
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37
conhecimento, edificante.
"A vida humana deve ser um constante
esforço de superação, de compreensão, de
realização, única forma de se aproximar,
passo a passo ao Pensamento Criador..."
Vivemos a vida interna, que o
conhecimento logosófico nos ajuda a
conhecer, e a vida externa. A vida interna
compreende o que vivo com os meus
pensamentos, meus sentimentos e minhas
emoções. A vida externa eu a vivo em
contato com tudo o que se vincula a mim.
Compreendo hoje a vida como a soma de
todos os valores e significados que encerra.
A vida é muito mais que as circunstâncias
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fáceis ou difíceis, alegres ou triste que
experimento.
E os problemas pequenos ou grandes que
enfrentamos ou criamos, estou aprendendo
que devo colocá-los todos dentro da vida e
não, como fazem muitos, COLOCAR A
VIDA DENTRO DOS PROBLEMAS, O
SAUDÁVEL É COLOCAR OS PROBLEMAS
DENTRO DA VIDA, porque, repito, a vida é
muito mais que os problemas.
Muitas ou algumas vezes fracasso nessa
luta que a vida me oferece e como fico
frente a esses fracassos? Como encaro os
fracassos? Como superá-los? Como evitá-
los?
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Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
39
A orientação que encontro na Logosofia,
nesse ponto, é a de tomar cada fracasso
como princípio de vitória, de triunfo, desde
que extraia da derrota o elemento que me
faltou para vencer. Dessa forma, sou
convidado sempre a analisar esses
fracassos, procurando a falha ou falhas, ou
a causa do erro cometido e, com isso, não
me sinto alquebrado e desmoralizado com a
derrota, pois a partir desse instante ela se
constitui num estímulo para vencer o
obstáculo.
Ter um objetivo na vida é uma chave para
encará-la com valor. E um objetivo que elegi
para minha vida é o do aperfeiçoamento.
Ser melhor.
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Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
40
Todos nós seres humanos somos
propensos a nos deixar levar pelas
emoções tristes, amargas, violentas ou
ingratas. E isso altera o nosso sistema
nervoso, faz ressentir a nossa saúde e, ao
lado disso, torna áspero o nosso caráter.
Como evitar tais efeitos nocivos?
Estou aprendendo a opor a uma emoção
pessimista outra otimisma, alegre,
estimulante; a uma violenta, outra serena. E
como isso me faz bem e é eficaz! E me faz
recobrar as energias perdidas.
Tudo na vida tem de ser feito com valor,
valor sereno, firme.
Em minha vida vejo que esse valor é uma
força que me ajuda a enfrentar com
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inteireza e compreensão as situações
difíceis. Se descuido e permito que o temor
invada o meu ser nesses momentos de
dificuldades, fico deprimido, amargurado e
triste. E para não temer eu preciso adquirir
o conhecimento. O valor não existiria sem
conhecimento.
E pensar que em uma época de minha
vida eu temia Deus. Por quê?
Estou aprendendo com Logosofia a ser
valente. É preciso ser valente para viver a
vida. Quantos vivem no mundo
atemorizados, sugestionados pelas notícias
diárias, alarmistas, produto de um mundo
convulsionado e cheio de perigos?
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Em que deve estar apoiada a valentia?
Pela responsabilidade individual. O que é
ser valente? É dar mostras de segurança
pessoal.
Qual a última coisa que o ser humano
deveria perder? O VALOR. Havendo valor
há vida, há esperança de que o panorama
da existência mude de um momento para
outro. Quando não o há, o desalento
aprisiona o homem.
Como, então, sentir a alegria de viver?
Trocando o temor, se houver, pelo valor.
O que devo fazer se me proponho,
seriamente, a aperfeiçoar minha vida? Não
devo deixar nela, nessa vida que é minha,
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parte alguma sem modificar.
Pergunto-me, às vezes, COMO VIVER
BEM A VIDA? Via que muitos pensavam
que a vida se vive bem quando se a
desperdiça. Hoje, entendo que se VIVE
BEM A VIDA QUANDO A AMPLIAMOS e,
ao ampliá-la, geram-se energias que
formam o valor. É como se novas porções
de vida se somassem à própria vida. Hoje,
entendo, que viver bem a vida é POUPÁ-
LA, porque dessa POUPANÇA poderei
fazer uso no futuro.
Como viver em permanente juventude? O
segredo está em ME INTERESSAR POR
NOVOS MOTIVOS. Devo ser como os rios
que renovam constantemente suas águas.
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RENOVAR SEMPRE OS MOTIVOS PARA
VIVER.
Poderíamos aqui afirmar que A VIDA SEM
CONHECIMENTO É NADA E COM
CONHECIMENTO É TUDO.
CONHECER PELO ESFORÇO PRÓPRIO
E SABER POR REFERÊNCIA DE
OUTROS. (Visitar um país e relatar para
outra pessoa).
Eu tenho que conhecer os fatos ou as
coisas pelo esforço próprio. Saber por
referências de outros, significa estar
exposto a modificar a informação obtida
cada vez que uma ou outra eventualidade
põe em evidência que não se está ajustado
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à realidade.
Quanto mais conhecimentos eu possua
mais vida terei.
Vemos assim que o conhecimento é a
vida mesma, que sem ele ela é árida e fria e
carece dos atrativos superiores que a fazem
grande e querida.
De fato, " É O SABER O QUE AMPLIA A
VIDA PERMITINDO À ALMA
EXPERIMENTAR AS MAIS ACENTUADAS
MANIFESTAÇÕES DE FELICIDADE E
BEM ESTAR"
"A vida é ampla quando a dominamos,
curta quando esta nos domina."
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Qual é a primeira oportunidade que o
homem tem?
É a de haver vindo a este mundo,
oportunidade que se estende a todo o curso
de sua vida.
Como aproveitar essa oportunidade?
Cultivando a vida e a enaltecendo em uma
constante superação integral.
"Viver; eis aí a grande palavra. Viver e ser
dono sempre da vida; eis aí outra palavra
mais. Viver para ser sempre, para sentir
sempre e amparar a quem está sob nosso
cuidado; viver uma vida ampla e intensa
iluminando a alma com os grandes caudais
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de conhecimento que generosamente nos
oferece a Sabedoria Universal. Eis aí o
grande desiderato."
Todos amamos a vida. Por quê? Será
pelo medo de perdê-la?
"...todos amamos a vida, mas não pelo
que a vida nos dá, senão porque nos foi
entregue para que façamos dela o melhor
dos usos. Amamos a vida porque nos vem
de Deus, que é quem criou todas as coisas;
porque essa vida lhe pertence; e porque
amando nossa vida amamos a Deus."
Como vencer a morte?
"Se vence a morte vencendo a inércia,
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que é ausência de vida; vencendo a
distração que é ausência de consciência,
enquanto o coração palpita ao ritmo do que
chamais vida."
Na faculdade, tinha um colega que era
muito materialista e certa vez numa
conversa em que falávamos sobre a vida
além túmulo, lembro-me que lhe dissera
que estava aprendendo a viver várias vidas
aqui mesmo na terra. Ele se assustou e,
então, eu lhe expliquei: vivo a vida do
trabalho, a vida da família, etc.
E por falar em família, nada nos auxilia
mais nesse preparo para a vida do que a
família, essa instituição que não foi criada
pelo homem.
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"A família é tão necessária para que a
moral subsista como imprescindível é esta
para que o homem não se perca nos braços
da licença."
A família é a fonte mais pura das
inspirações do ser humano.
Ela "deve constituir um santuário de
afetos que adoce e tempere os ânimos do
homem na luta, e ser sempre o refúgio mais
cálido onde seu coração compense as
amarguras e os reveses do momento,
confundindo sua dor com a alegria inocente
dos filhos e a carícia da boa esposa que ao
passar a mão por sua fronte entristecida,
afasta de sua mente as sombras sinistras
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que lhe atormentam".
Desde pequeno fui aprendendo com meus
pais a valorizar o meu lar. Cresci num lar
bem constituído onde reinam o amor, a
confiança e o respeito. A Logosofia me fez
tomar consciência disso e a dar
continuidade em meu lar, que constitui, ao
cultivo desses valores e mais ainda a
cultivar outros valores e atitudes que
preservam o ambiente desse lar.
E uma orientação logosófica que sempre
tenho em conta e que contribui em muito
para a harmonia do ambiente familiar é a
seguinte:
"O dia em que decida constituir um lar,
cuide de que esse lar seja o mais íntimo
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possível. Esse lar terá que ser sagrado para
você. Nele encontrará o carinho, a atenção
e o repouso que não achará em parte
alguma."
Nesse esforço constante de me
aperfeiçoar fui encontrando no saber
logosófico verdadeiras chaves que abriam
as portas de meu entendimento e me
permitiam ver e compreender coisas
maravilhosas.
Hoje compreendo, por exemplo, que o
amor é o primeiro passo para a constituição
da família. E que esse amor contém três
elementos básicos: A CONSTÂNCIA, A
PACIÊNCIA e a TOLERÂNCIA, virtudes que
me empenho em cultivar, auxiliado pelo
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saber logosófico, porque sei que elas
devem sustentar esse amor.
Outro conceito que nos ajuda muito nesse
preparo para a vida é o CONCEITO DE
FELICIDADE.
A Logosofia define a felicidade como
sendo "algo que a vida nos oferece através
de pequenas porções de bem".
Estou aprendendo a buscar a felicidade
em muitos pontos. Se num ponto fracasso,
noutros posso alcançar a vitória.
"Uma das causas da infelicidade humana
obedece à ignorância dos seres acerca do
comportamento que lhes corresponde
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observar em cada um dos atos de sua
vida."
Todos aqui presentes já tivemos um ou
mais momentos de felicidade, de alegria.
Entretanto, nem todos recordamos esses
momentos com gratidão.
A minha experiência indica que deve
perdurar tudo aquilo que sendo grato à vida,
há de permanecer nela, identificando-se
com o ser como algo próprio.
O que a felicidade promove em nossa
vida?
"...a felicidade adoça a vida enchendo-a
de esperança e graça..."
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"Só o conhecimento superior pode por ao
homem em contato com essas pequenas
porções de felicidade que a vida lhe
oferece; e uma vez alcançadas já não as
poderá perder, pois se haverão integrado a
sua vida."
A EXPERIÊNCIA DE VIDA DO ADULTO.
A experiência do ser adulto é
importantíssima. Mas onde está essa
experiência? O adulto a transmite ao
jovem? Como a transmite? É bom lembrar
que quando um pai dá um conselho a um
filho, ele, naturalmente, já viveu tudo o que
esse conselho encerra e que, ao expressá-
lo, quer evitar ao filho o que para ele foi
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motivo de sofrimento ou causou-lhe danos.
Gostaria de lembrar aqui o que li em um
livro em que o autor relata o seguinte :
" ...encontrava-me, sendo criança, em
uma estância e, como todas as crianças,
gostava de me afastar das casas e correr
pelos campos. Um dia, saí montado em um
petiço, com o propósito de ir até um rio
muito distante, ao qual para chegar, tinha
que atravessar montes e serras. Andando
um pouco, encontrei no caminho o capataz
da estância, acompanhado por alguns
camponeses, que ao ver-me, perguntou
amavelmente aonde ia; ao responder que
me dirigia ao rio, disse-me:
- "Para chegar ao rio, terá que passar por
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três porteiras; tenha cuidado, menino,
porque ali existe gado bravo, e quando vê
gente nova é capaz de atacar" . Eu já tinha
ouvido falar dessa boiada, mas por efeito,
talvez, dessa célebre reprodução mental do
dedo tocando o vidro da lâmpada, decidi
continuar o caminho. As porteiras que tinha
que cruzar para chegar ao rio eram dessas
antigas, cujos paus horizontais,
superpostos, se introduzem nos orifícios de
dois postes verticais colocados em ambos
os lados do caminho. Ao passar pela
primeira, lembrei-me da RECOMENDAÇÃO
do capataz, o qual me havia dito que a
deixasse aberta ou só com o pau inferior
colocado, para o caso de que a boiada
corresse atrás de mim. Quando atravessei a
segunda, esqueci-me da recomendação e
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afastei-me após ter fechado a porteira com
todos os paus; ainda bem que ouvi,
próximo, um burro zurrar, e crendo que
fosse um leão, ou algo parecido,
rapidamente voltei para tirá-los. Ao passar a
terceira porteira, já próxima do rio, também
tirei os paus. Descia o vale, quando vi, de
repente, a boiada pastando tranquila. "É a
isto que chamam de gado bravo?" - disse-
me, ao mesmo tempo em que decidia
passar no meio deles. Não havia
transcorrido um minuto, quando um touro
enorme, que me pareceu de vinte ou trinta
metros cúbicos, levantou a cabeça, olhou-
me e, em seguida, começou a correr na
minha direção e, com ele, todos os demais.
Então sim, vi o perigo e fincando as esporas
nas ilhargas do meu petiço, passei como
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um bólido pelas porteiras. Vendo que levava
vantagem, ao chegar à última detive-me
para fechá-la e deter, assim, a passagem
das bestas."
"Passado o mau momento,
instantaneamente me recordei do capataz.
Emocionei-me; enchi-me de ternura e
compreendi quanto bem me havia feito sua
PALAVRA; uma PALAVRA HUMANA, UMA
ADVERTÊNCIA... Recordo que, quando lhe
referi o ocorrido, me disse: - "Ah! Jovem,
você se salvou porque tirou os paus da
porteira. Meu filho foi morto por essa
boiada." Compreendi, nesse instante,
quanto pode encerrar uma PALAVRA e
como penetra quando é DITA PARA FAZER
O BEM; compreendi, também, que esse
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homem tinha querido salvar em mim o seu
próprio filho, e isto jamais pôde apagar-se
entre as tantas recordações que existem em
minha vida."
Por outro lado, "não existem escritas em
parte alguma - porque possivelmente não
foi dado a ninguém abarcar semelhante
empresa - as INUMERÁVEIS
EXPERIÊNCIAS pelas quais o ser humano
está exposto a passar durante sua vida. Daí
que a JUVENTUDE se ache completamente
órfã de conhecimentos e carente de quem
possa guiá-la com verdadeiro acerto pelo
mundo no qual penetra, evitando-lhe dar
tropeço após tropeço e livrando-a, com isso,
do que costuma afetar grandemente o
coração, a mente e o espírito nessas ternas
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idades. Não quero significar com isto que se
deva brindar a ela a mais absoluta
facilidade, aplainando-lhe totalmente o
caminho a seguir, pois isso seria tão
absurdo quanto o anterior; mas sim,
facilitar-lhe em parte o percurso desse
caminho, ajudando-a nos momentos difíceis
com a luz do conhecimento extraído das
experiências, com o objetivo de evitá-las.
Isto seria uma grande obra, capaz de
chegar a infundir muita confiança na
humanidade." (ICL p. 236-últ.)
O EXEMPLO DOS MAIORES.
O exemplo avaliza todo ensinamento
moral.
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É a imagem de uma realidade perfeita.
A moral se edifica com o bom exemplo,
não com palavras.
É o exemplo a maior das tradições vivas.
Exemplos que possam ser seguidos.
FRASES DE UM DIÁRIO
Eis alguns ensinamentos extraídos do
livro BASES PARA SUA CONDUTA do
humanista argentino Carlos Bernardo
González Pecotche:
"Una ao esforço a inteligência; trabalhará
menos e fará mais."
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"Ocupe parte de seu tempo em se distrair,
sem descuidar, evidentemente, das
ocupações sérias que tiver."
"Quem fala do que não sabe, se diminui
ante os demais."
"Você deverá tomar cada fracasso como
princípio de triunfo, sempre que dele extrair
o elemento que lhe faltou para vencer."
"Troque o temor, se houver, pelo valor, e
se*ntirá a alegria de viver."
"Afaste de você, para sempre, o temor,
por ser sinal negativo da existência
humana.
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"O homem necessita de muito valor para
viver e muito, também, para morrer."
"A felicidade é algo que a vida nos
outorga através de pequenas porções de
bem."
"O saber é a razão de ser da existência
do homem na terra."
"Não se conforme somente em saber que
Deus existe. Você deve senti-Lo através
das manifestações conscientes de seu
próprio espírito."
"Nunca faça mal a ninguém e, se puder,
também evite com seu conselho que outros
o façam."
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"Convém saber que a dignidade outorga
ao homem a prerrogativa de ser respeitado
não apenas em um momento de sua vida,
senão em todos."
"Coloque-se sempre de frente para a vida
porque, se não o fizer, estará dando as
costas à realidade."
"Cultive a seriedade em plena juventude;
isso lhe permitirá, mais tarde, desfrutar essa
sã alegria que se sente quando se
conseguiu vencer, a tempo, os
pensamentos que distorcem o caminho da
vida."
"Trate em todo momento de ser útil,
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porém, faça-o de acordo com suas
possibilidades reais."
"Quando as lutas que a vida lhe oferecer
forem duras, suavize-as.
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VALORES ÉTICOS NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
Sumário:
1)Introdução;
2)A Logosofia Como Ciência Auxiliar do Direito
3)O Exercício da Profissão e a Atuação das
Deficiências Psicológicas;
4)Convivência humana;
5)Valores éticos na convivência;
6)Conclusão.
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INTRODUÇÃO
O saudoso professor JOSÉ OLYMPIO DE
CASTRO FILHO em seu livro PRÁTICA
FORENSE [1], falando da atividade diária do
advogado, lembrou o emérito EDUARDO
COUTURE, numa das mais belas páginas de
deontologia jurídica, Os Mandamentos do
Advogado, digna de figurar entre os livros
clássicos sobre o assunto, como O Advogado, de
Henri Robert, Das Boas Relações entre os
Juízes e os Advogados, de Calamandrei, El
Abogado, de Ossorio, a Oração dos Moços, de
Rui Barbosa, e, mais recente, a obra de Carvalho
Neto, Advogados - Como Aprendemos, Como
Sofremos, Como Vivemos, livros que, juntamente
com o Código de Ética Profissional, aprovado
pelo Conselho Federal da Ordem dos
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Advogados, em 25 de junho de 1954,
repassados de sabedoria, deveria figurar
obrigatoriamente à cabeceira de todo lidador da
advocacia. Ouçam-se as palavras de COUTURE:
"Aquele que deseje saber em que consiste o
trabalho do advogado, há que explicar o
seguinte: de cada 100 assuntos que passam
pelo escritório de um advogado, 50 não são
judiciais. Trata-se de dar conselhos, orientação e
idéias, em matéria de negócios, assuntos de
família, prevenção de futuros litígios etc. Em
todos esses casos, a ciência cede lugar à
prudência. Dos dois extremos do dístico clássico
que define o advogado, o primeiro predomina
sobre o segundo, e o "homem bom" se sobrepõe
ao "sabedor do direito".
Dos outros 50, 30 são de rotina. Trata-se de
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gestões, tramitações, obtenção de documentos,
questões de jurisdição graciosa, defesas sem
dificuldades ou causas julgadas sem contestação
da parte contrária. O trabalho do advogado
transforma aqui o seu gabinete em escritório de
despachante. Seu lema poderia ser como o
daquelas companhias norte-americanas, que
produzem artigos de conforto: "more and better
service for more people".
Dos 20 restantes, 15 representam alguma
dificuldade e exigem um trabalho mais intenso.
Trata-se, porém, dessa classe de dificuldades
que a vida nos apresenta a cada passo e que a
concentração e o empenho de um homem
diligente estão acostumados a levar de vencida.
Nos restantes cinco reside a essência da
advocacia. São os grandes casos profissionais.
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Grandes, não certamente, pelo seu conteúdo
econômico, senão pela magnitude do esforço
físico e intelectual que o seu trato exige. Causas
aparentemente perdidas, através de cujas
fissuras filtra um raio de luz que serve de guia ao
advogado para abrir a sua brecha; situações
graves, que é preciso sustentar por meses e
meses, e que exigem um sistema nervoso a toda
prova, sagacidade, aprumo, energia, visão
longínqua, autoridade moral, fé absoluta na
vitória."
A vida profissional é rica em oportunidades de
convivência. Por dever de ofício, somos levados
a conviver com as mais variadas pessoas,
serventuários, colegas advogados, juízes,
secretários, etc.
E essa convivência para ser harmônica e
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saudável exige de nós uma conduta ética
elevada.
Esse tema é atualíssimo, basta dizer que a 2ª
Câmara do Conselho Federal da OAB, ocupa-se
do assunto e anuncia " um novo manual de ética
do advogado". Segundo o veiculado pelo OAB
NACIONAL, Órgão do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, de outubro-98,
sob o título "Vem aí o novo manual de ética",
"depois de preparar a estrutura da OAB para a
apuração do processo ético-disciplinar, o órgão
passará a discutir o novo manual com os
conselheiros, presidentes de Seccionais,
membros dos tribunais de ética e demais
integrantes da Ordem. "Essa Segunda fase terá
um caráter didático-pedagógico, define Carlos
Tork. Segundo ele, mais do que propor
alterações no processo interno de julgamento da
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conduta dos advogados, o importante é
despertar novamente o debate na classe sobre a
importância dos procedimentos éticos no
exercício da profissão."
"Precisamos da participação de todos para dar
ênfase nessa discussão", defende Tork. " Somos
uma referência para todo o País e por isso não
podemos descuidar nenhum pouquinho dessa
área", acrescenta. "Hoje a questão ética é a
maior preocupação dos advogados brasileiros",
conclui."[2]
A boa educação recebida no lar é básica e é
útil a essa convivência.
Entretanto, devemos estar sempre atentos,
pois ao atuarmos podemos eventualmente
agradar alguns e desagradar outros. Entrar em
atritos, pois nessa convivência as falhas
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caracterológicas se manifestam dificultando o
bom relacionamento.
Algumas dessas deficiências, pela natureza da
atividade forense, encontram campo propício
para atuar em nossa mente e assim são as
responsáveis por atuações, por vezes
desastrosas e desagradáveis, como veremos, no
correr desta exposição.
Para nosso alívio, nem só de deficiências é
formada a nossa psicologia, há nela valores e
pensamentos construtivos que são eficientes
colaboradores nessa maravilhosa e difícil arte de
conviver.
Mas esses valores, quando não se manifestam
espontaneamente em nossas atuações diárias,
podem ser criados e cultivados.
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O exercício da observação quando a utilizamos
para o nosso aperfeiçoamento, nos permite
burilar a própria psicologia, quando nos
dispomos a fazer um bom uso do que é fruto
dessa observação. Ao observar o que de ruim eu
vejo no outro e ao invés de criticar a conduta
alheia, para menosprezar, eu volto para dentro
de mim e me pergunto se eu agiria daquela
forma, o resultado é outro, porque nesse
instante, nessa análise da conduta do
semelhante eu me dou conta de que todos nós
seres humanos podemos a cada dia melhorar o
nosso comportamento, tornando-o mais
agradável e tolerável.
Todas as profissões têm um Código de Ética
imprescindível ao exercício da atividade
profissional, porque, em todas elas, estamos
lidando com o nossos semelhantes, estamos
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CONVIVENDO.
O trato cordial é norma iniludível. O respeito
não deve faltar nesse relacionamento, nesse
CONVIVER.
O citado professor JOSÉ OLYMPIO DE
CASTRO FILHO ensina que:
"Dentre as normas do Código de Ética, que
estão a reclamar exame e comentário adequado
que pudessem servir de esclarecimento e
repertório de deontologia para os profissionais,
inclusive com a coletânea e a divulgação de
decisões do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados, as que disciplinam as relações
pessoais com o cliente e as relações em Juízo
estão a merecer especial atenção.
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Não se catalogaram jamais, e talvez jamais se
apresentem exaustivamente enumerados os
cuidados a respeito, que vão desde a
necessidade de apreender a personalidade do
cliente e do juiz, para saber como se conduzir
diante um ou outro, seus hábitos, suas virtudes e
deficiências, até inúmeros aspectos a considerar
no capítulo cada dia mais complexo e difícil das
comunicações humanas.
Sem embargo, um ponto parece certo, e dele
bem possivelmente decorrerão, naturalmente,
consequências que irão repercutir em tudo o
mais: hão de existir, à custa de quaisquer
esforços e sacrifícios, entre o advogado e o
cliente, assim como entre o advogado e o juiz, a
compreensão e o respeito, mútuos." [3]
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A LOGOSOFIA COMO CIÊNCIA AUXILIAR DO
DIREITO
Nesta exposição vou me valer de uma das
ciências auxiliares do Direito.
Segundo o ilustre Professor da Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo - USP, Dr.
JOSÉ ANTÔNIO ANTONINI, em memorável aula
inaugural realizada na "Faculdade de Direito do
Sul de Minas", em Pouso Alegre, "se o Direito
tem como ciências auxiliares a Medicina, a
Psicologia, a Psiquiatria, a Cibernética, a
Informática, etc, agora é chegada a vez de
passar a contar com mais uma: a LOGOSOFIA".
"Essa nova geração de conhecimentos tem por
campo experimental região pouco conhecida -
acrescenta o festejado Professor ANTONINI -,
mal transitada, senão totalmente desconhecida:
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o próprio mundo interno de cada vida humana.
Esse mundo onde cada um vive e convive
consigo mesmo protegido, à discrição, da
incursão alheia. Ninguém penetra nesse mundo
sem permissão de seu titular e ainda quando
permitido, não além das partes que autoriza o
possuidor desse domínio."
"Para a exploração, estudo, investigação e
conhecimento desse mundo interno é que se
dirige essa nova linha de conhecimento,
mediante a utilização de um método e uma
técnica que lhe são próprias."
"Inobstante o vertiginoso avanço das ciências
ditas exatas e humanas, não se conseguiu até o
presente encontrar ou forjar a chave do problema
humano e oferecer uma explicação satisfatória
sobre o nosso mundo interior."
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"O investigador mede a trajetória dos astros e
desconhece a de sua própria vida; segue as
modificações do átomo e descuida as de seu
pensamento; estuda e analisa tudo, menos o que
diz respeito ao próprio conhecimento da mente,
que é a que lhe permite discernir e pensar,
enquanto se capacita para conhecer a origem e
evolução de seu próprio pensamento; lê e
comenta mil biografias e treme pensando como
terminará a sua; descreve maravilhas sobre a
organização das formigas e das abelhas, e
quando é instado à organização de seus valores
pessoais, vacila ante cem conselhos
antagônicos.
Assim, o estudioso, o universitário, ou
simplesmente o homem que cuida de sua
instrução, encontra-se frente a livros que tratam
sobre a essência da história, da filosofia das
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matemáticas ou a evolução da mitologia, mas
nada de certo pode saber a respeito da essência
de seu próprio ser, a filosofia de sua condição
humana ou a evolução de seu caráter, não
obstante constituir tudo isso a primeira e última
realidade de sua existência." (Biognose-74). [4]
A LOGOSOFIA, no dizer de seu autor, o
humanista CARLOS BERNARDO GONZÁLEZ
PECOTCHE:
"Abarca todos os conhecimentos humanos e
transcende para conhecimentos maiores."
Configurando-se em ciência e cultura ao
mesmo tempo, a Logosofia ultrapassa a essa
esfera comum e, destina-se "a nutrir o espírito
das gerações presentes e futuras com uma nova
força energética - por excelência mental -
necessária e imprescindível ao desenvolvimento
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das aptidões humanas". [5]
Logo, a fonte é inesgotável e oferece
generosamente uma gama infinita de elementos
úteis ao aperfeiçoamento dos demais ramos do
saber existente.
O conhecimento logosófico "encara todos os
pontos de estudo que possam interessar ao
homem, ajudando-o a cultivar seu espírito com
miras a uma superação."
Entendemos que a nova cultura, preconizada
pela Logosofia, contém as bases sólidas em que
se haverão de fundamentar as normas jurídicas,
pois, sendo o Direito uma ciência social, por
excelência, está sofrendo, também, as
consequências da inevitável decadência da atual
cultura vigente.
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82
O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO E A
ATUAÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS
PSICOLÓGICAS
Alguma deficiências psicológicas
comprometem o bom desempenho da atividade
profissional do advogado. Enunciarei algumas:
A IMPULSIVIDADE
É um pensamento impetuoso que provoca a
reação imediata da mente ante qualquer
incitação ou motivo que surja excitando. Em
todos os casos se manifesta como ato irreflexivo
do indivíduo.
Essa falha psicológica altera o ânimo e
principalmente a paz interior.
O impulso irrefletido leva, às vezes, a
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83
expressar o que se sente ou se pensa em
relação a pessoas, assuntos ou coisas, apesar
do propósito que se tinha de mantê-lo em
reserva. Nesse momento surge outra deficiência,
a indiscrição. Claro, as dificiências não atuam
sozinhas, atuam em bando, daí a dificuldade em
combatê-las. A antideficiência, o antídoto
aconselhável, é usar a CONTENÇÃO, conter o
impulso. Significa nada menos que o domínio de
reação, sempre arbitrária, com efeito deprimente
sobre o ânimo.
A SUSCETIBILIDADE
"O suscetível é uma pessoa predisposta a ver
no próximo uma segunda intenção, o que dá
lugar a que se melindre ou se ofenda com
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84
extrema facilidade."
Para contrapor a essa falha, nada melhor que
a EQUANIMIDADE, ou seja, "o sentido da justiça
e ao mesmo tempo, a medida exata com que se
ajuízam os valores opostos. Ela mantém o
homem protegido das atitudes extemporâneas
de suscetibilidade, que surgem impulsionadas
pelas ligeirezas de juízo."
A AFABILIDADE é o mel que, derramado sobre
o vinagre psicológico, melhora seu sabor.
A ASPEREZA
Essa falha temperamental contrai a
sensibilidade, sufocando os sentimentos.
"A aspereza torna o caráter acre e sombrio;
impele ao isolamento. O ser foge do contato com
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85
seus semelhantes e este, do seu, porque a
ninguém agrada uma modalidade áspera e
pouco amistosa. Seja no lar, junto aos seus, seja
fora dele, sua atitude, oposta a toda
demonstração jovial ou afetuosa, provoca
rechaço, pois sua presença se recebe sempre
com escassa mostra de satisfação."
"Não aguenta seu gênio", costuma-se dizer
para desculpá-lo. Perguntamos: não tem
inteligência e vontade para lutar contra essa
insociável deficiência?" [6]
O remédio nesse caso será, também, cultivar a
AFABILIDADE.
A LOGOSOFIA faz uma grande descoberta ao
dar a conhecer o conceito transcendente de
PENSAMENTO, definindo-o como os agentes
causais do comportamento humano. Eles são a
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86
causa de nossos atos e ações. Mudando-se os
pensamentos, muda-se a vida.
E as deficiências psicológicas se constituem
falhas caracterológicas e são originárias do
enquistamento de pensamentos na mente. A
ciência logosófica define a deficiência como
sendo "o pensamento dominante que, por sua
vez, que enquistado na mente, exerce forte
pressão sobre a vontade do indivíduo, induzindo-
o a satisfazer seu insaciável apetite psíquico."
Em sua aula o festejado professor JOSÉ
ANTÔNIO ANTONINI, ensina que: "é tal a
influência e gestão dos pensamentos na vida do
homem que este chega a ser apelidado pelo
nome do pensamento de que é portador. Se de
natureza construtiva e cultivada, são gênios,
sensatos, ilustres, mestres; se são vítimas de
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87
pensamentos dominantes ou obsessivos, como o
são os portadores de deficiências psicológicas,
pelo nome do pensamento-deficiência que o
caracteriza: é chamado de vaidoso, rancoroso,
egoista, teimoso, intolerante, etc., havendo os
que são tomados por outros de mais baixo nível,
passando a ser chamados de ladrão, fraudador,
falsário, larápio."
Observou o referido professor ANTONINI que:
"estudando e experimentando os conhecimentos
logosóficos advertiu que GONZÁLEZ
PECOTCHE estaria para esse benefício
humanitário no campo da vida bio-psico-
espiritual, assim como PASTEUR no campo da
biologia. Ambos haviam feito descobertas
fundamentais: uma incursionando na realidade
física do corpo humano, outra na realidade
anímica do espírito humano. Os elementos in
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88
natura, em um e outro campo existiam, mas, não
haviam sido descobertos, nem se havia, por isso
mesmo, desenvolvido técnicas para tratar com
eles.
Essa diferenciação entre a mente e o
pensamento e entre tais entidades existentes in
natura e a vontade, etc, permite uma nova
observação da realidade nos cumprimentos das
apreciações e decisões emanadas no campo do
Direito." [7]
CONVIVÊNCIA HUMANA
O estudo de meu organismo mental e
psicológico, me capacita para penetrar nas
causas de minhas próprias limitações, descobrir
a origem de meus erros e deficiências, como
também conhecer meus próprios valores e
condições, a fim de aumentá-los
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89
progressivamente à medida que vou
conseguindo os conhecimentos que me
permitam encarar a vida com acerto e conquistar
uma efetiva superação em todas as ordens da
vida humana. Comprovo, também, que as
relações comigo alcançam sua mais ampla
efetividade quando consigo manter a harmonia
entre o pensar, o sentir e o atuar: quando
adquirindo plena consciência de minha
responsabilidade, esta se traduz
espontaneamente na conduta que observo
comigo e com os demais.
A convivência não é a finalidade, mas uma das
conseqüências naturais do auto-
aperfeiçoamento.
Neste ponto cabe o relato de algumas
vivências de nosso dia-a-dia, tanto no Fórum
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90
como em outras Repartições Públicas. Ficamos
esperando no balcão para sermos atendidos e o
serventuário vem tranquilamente atendendo aos
que se encontram em nossa frente, depois de
algum tempo de espera, está na sua hora de
tomar o cafezinho, pois ninguém é de ferro, e
continuamos ali esperando a nossa vez. Por
várias ocasiões fiz interessantes observações,
uma delas é o prurido que todos têm de ser "do
contra", quanto mais pressa tem o que quer ser
atendido, mais devagar o serventuário que está
ali o atende.
De outras vezes, quando vou preparado para
enfrentar um balcão de uma Secretaria do Foro,
sou atendido prontamente e saio dali tranquilo.
Quando vou sem realizar um mínimo preparo
interno para não me deixar envolver pelos
pensamentos de pressa e de intolerância que
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91
rondam esses ambientes, sou vítima deles e me
vejo incomodado, irritado e saio com a sensação
de que não fui bem atendido e perdi muito tempo
naquela repartição. Isso não acontece conosco
em nossas atividades? Tudo, então, depende de
nosso estado de ânimo interno. A causa dessa
irritabilidade está dentro de nós mesmos e a
forma de eliminá-la não é outra, senão trabalhar
internamente para evitar que esses momentos
desagradáveis e que afetam nossa tranquilidade
tomem conta de meu ser e me veja no final do
dia esgotado, extenuado.
VALORES ÉTICOS NA CONVIVÊNCIA
Alguns dos valores éticos da convivência
apontados pela Logosofia, são o respeito, a
paciência, a tolerância, o exemplo.
Esses valores respondem sempre ao interno
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92
do ser, ou melhor, têm uma correspondência no
interno.
É preciso, portanto, que haja um cultivo interno
desses valores para que eles se exteriorizem em
forma de conduta no trato com o semelhante, em
ÉTICA.
O conhecimento dos pensamentos e
sentimentos têm grande influência no cultivo
desses valores éticos aqui assinalados.
A reeducação sugerida pelo conhecimento
transcendente contribui para uma revisão de
conceitos, visto que eles se encontram
desvirtuados. Houve, através dos tempos na
humanidade, um grande desvio de conceitos e
uma flagrante inversão de valores. É preciso,
portanto, repensar, se é que temos pensado
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93
alguma vez, sobre essas coisas.
O estudo das deficiências psicológicas me tem
permitido conviver melhor, porque ao tomar
contato com as falhas caracterológicas de meu
temperamento, passo a ser mais comedido e
equânime em meus juízos sobre os demais.
Ao verificar que "o intolerante cria em seu redor
um ambiente hostil, que o impede de levar uma
vida grata", me esforço por afastar de mim esse
pensamento e contrapor a ele a"tolerância,
considerada por nós elemento indispensável à
convivência harmônica". [8]
O interessante é que a intolerância jamais se
manifesta para com os de cima, nem contra
aqueles de quem se espera tirar partido. Mas ela
está presente de forma às vezes constante no
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94
trato com os seres mais queridos.
O que se pode dizer quando se aprende que "
o suscetível é um indivíduo predisposto a ver no
próximo uma segunda intenção, o que dá lugar a
que se melindre ou se ofenda com extrema
facilidade". E, no combate a esse defeito
passamos a utilizar a equanimidade que é o
sentido da justiça e a medida exata com que se
ajuizam os valores opostos, associado a esse
esforço o cultivo da afabilidade.
O uso da observação é um meio eficaz de
combater as deficiências, tão detestáveis
inimigos da sensibilidade humana. Observação
de deficiências em nossos semelhantes,
observação essa que se fará sem perder de vista
as próprias, sobretudo quando se trate de
irregularidades que se assemelham às que se
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95
tem empenho em neutralizar. No efeito
desagradável que nos produzem as más
atuações alheias, pode-se avaliar o que
causamos em circunstâncias análogas, surgindo
de tão singelo confronto, com maior vigor que
antes, a resolução de nos tornarmos mais gratos
e suportáveis.
Deve-se ter o cuidado também de observar a
ótima impressão que produzem as virtudes do
próximo. "Eis o estímulo natural que nos deve
inspirar a desenvolver iguais virtudes e a nos
converter em exemplos vivos de captação e
assimilação de valores espirituais e éticos,
valores que a sensibilidade e a consciência
reclamam como indispensáveis para mover e
ativar as próprias bases internas de superação" .
[9]
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96
CONCLUSÃO
Para terminar, fazemos nossas as seguintes
palavras do criador da Ciência Logosófica,
publicadas na revista LOGOSOFIA : [10]
"Uma nova era deverá começar para este
mundo alquebrado e submerso em tanta
desgraça: a era da reconstrução em todas as
ordens em que a vida se desenvolve; a era de
uma nova concepção da vida que abra aos
espíritos as portas de um futuro melhor. Desta
maneira haverá terminado a era sombria do
desprezo ao semelhante e do desprezo a todo o
justo, nobre e bom.
"A nova era terá que se caracterizar, pois, por
uma ampla compreensão dos problemas
humanos e pelo respeito mútuo, consagrado
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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97
universalmente; o respeito à vida, à família, aos
povos e a quanto constitua a razão da existência.
Só assim voltará a humanidade a se humanizar e
a alcançar, mais além, cumes no
aperfeiçoamento".
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 CASTRO FILHO, José Olympio. Prática Forense.
Rio de Janeiro:
Forense, (s/d), 483 p.
2 REVISTA JURÍDICA MINEIRA. Belo Horizonte, V.
nº 89, Dez., ano 1990, 243 p.
3 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo.
Introdução Ao Conhecimento Logosófico. São Paulo:
Editora Logosófica, 1996, 491 p.
4 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo.
Biognose. São Paulo: Editora Logosófica, 1996, 174
p.
5 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo.
Deficiências e Propensões do Ser Humano. São
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
98
Paulo: Editora Logosófica, 1989, 204 p.
6 REVISTA JURÍDICA MINEIRA. Belo Horizonte, V.
nº 67, Nov.
ano 1989. 273 p.
7 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo.
Diálogos. São Paulo:
Editora Logosófica, 1995, 211 p.
[*] Palestra proferida na 3ª Semana Jurídica sob o
patrocínio do CAHTJ da Universidade do Estado de
Minas Gerais-UEMG - Ituiutaba-MG, no dia 29 de
outubro de 1998.
[1] CASTRO FILHO. Prática Forense.,p. 31
[2] OAB Nacional, Órgão do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil Ano IX nº 66-Out-98
[3] CASTRO FILHO, Prática Forense, p. 119.[4]
ANTONINI, José Antônio. A Logosofia como cência
auxiliar do Direito. Revista Jurídica Mineira, Ano VII -
Vol. Nº 80- Dez/90, p. 44
[5] CHAGAS, Marco Aurélio Bicalho de Abreu. Uma
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Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
99
nova concepção do Direito, Revista Jurídica Mineira,
Ano VI - Vol. Nº 67 - Nov/89, p. 07
[6] PECOTCHE, Carlos Bernardo González,
Deficiências e Propensões do Ser Humano, p.105
[7] ANTONINI, José Antônio, A Logosofia como
ciência auxiliar do Direito, Revista Jurídica Mineira,
Ano VII- Vol. Nº 80 - Dez/90, p.50
[8] PECOTCHE, Carlos Bernardo González,
Deficiência e Propensões do Ser Humano, p. 139
[9] PECOTCHE, Carlos Bernardo González,
Deficiência e Propensões do Ser Humano, p. 25
[10] PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Revista
Logosofia, nº 53, p. 26
Sobre o texto:
Texto inserido na Academia Brasileira de Direito em
8 de junho de 2006.
Bibliografia:
COLETÂNEA DE PALESTRAS
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100
Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), o texto científico publicado em
periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma:
CHAGAS, Marco Aurélio Bicalho de Abreu.Valores éticos no
exercício da advocacia.
Autor:
Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas [*]
marcoaureliochagas@hotmail.com
Advogado tributarista e conferencista. Consultor Jurídico da
ACMINAS - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS
Academia Brasileira de Direito, 8/6/2006
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  • 3. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 2 Para meu saudoso pai, Hermínio, minha querida mãe, Adalgisa, amada e saudosa esposa, Maria Elizabeth, e adorados filhos, Fabrício e André, com todo o meu amor, carinho e afeto...
  • 4. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 3 Copyright© Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas Capa: 1ª edição (2014) Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, nem apropriada e estocada sem a expressa autorização de Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas Chagas, MarcoAurélio Bicalho de Abreu Chagas PALESTRAS PÚBLICAS. Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas. Belo Horizonte, MG: 103p.14x20 cm. ISBN 1. Literatura brasileira – Brasil. I. Título. II. Série.
  • 5. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 4 ÍNDICE: PALESTRAS A LOGOSOFIA E AS CAUSAS DA SOLIDÃO HUMANA / 7 Reproduzida na Revista ADVOGADOS sob o título: REFLEXÕES SOBRE A SOLIDÃO HUMANA http://revistaadvogados.blogspot.com.br/2008/02/refl exes-sobre-solido-humana.html Reproduzida no sita da USINA DE LETRAS http://usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=462 &cat=Artigos&vinda=S
  • 6. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 5 A LOGOSOFIA E A DESCOBERTA DE UM NOVO MUNDO / 18 Reproduzida nos sites O DIREITO e RECANTO DAS LETRAS http://www.odireito.com/default.asp?SecaoID=2&Sub Secao=1&SubSecaoID=27&ConteudoID=000250 http://www.recantodasletras.com.br/artigos/10078 A PREPARAÇÃO DO JOVEM PARA A VIDA / 32 Reproduzida no site GOIÁS AGITO http://www.goiasagito.com/jovens.html VALORES ÉTICOS NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA / 66 Reproduzida no site da ACADEMIA BRASILEIRA DE DIREITO http://www.abdir.com.br/artigos2/ver.asp?art_id=253
  • 7. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 6 Reproduzida no site UNIVERSO JURÍDICO e Portal BOLETIM JURÍDICO http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/426/VALORES_E TICOS_NO_EXERCICIO_DA_ADVOCACIA http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp ?id=77
  • 8. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 7 LOGOSOFIA E AS CAUSAS DA SOLIDÃO HUMANA 1 - O vazio experimentado; 2 - O desconhecimento do mundo interno; 3 - A orfandade espiritual; 4 - A presença do espírito na vida humana; 5 - Lutamos pela vida sozinhos; 6 - As entidades mentais (agentes causais do comportamento). 7 - Quem vive sem um ideal carrega a morte sobre os ombros. 8 - Conclusão.
  • 9. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 8 INTRODUÇÃO: Vivemos no mundo, hoje uma aldeia global, e nos sentimos tão sós! Em meio à multidão e estamos sós. Os meios avançados de comunicação ao mesmo tempo que nos aproximam do resto do mundo, experimentamos uma profunda solidão. Por que? Qual a causa dessa desagradável sensação? O que esta faltando? Quais as reais causas da solidão experimentada pelo ser humano? É como se estivéssemos em um quarto escuro e não enxergamos nada a um palmo do nariz? O que falta para vermos o que está ali naquela escuridão que nos transmite tanta solidão?
  • 10. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 9 Uma fresta de luz seria capaz de permitir ver o que existe naquele recinto em trevas. Quais, então, as causas da solidão experimenta pelo homem? O VAZIO EXPERIMENTADO: Quando me aproximei da Fundação Logosófica experimentava um grande vazio e também, paradoxalmente, um grande cheio. Aos poucos fui aprendendo que deveria esvaziar esse cheio, representado por tudo aquilo que era efêmero, estéril e não tinha nada a ver com minha vida e forma de ser e, por outro lado, encher esse grande vazio, que sentia que se expressava muitas vezes em perguntas sem respostas, como, por exemplo, para que vivo, por que estou neste mundo, para onde vou, quem sou eu, o que acontece depois da morte, era ou seria o fim de tudo, por que nasci neste planeta, neste continente,
  • 11. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 10 tenho uma missão a cumprir; para que fazer o bem se no final todos vamos, os bons e os que fizeram o mal, vamos para o mesmo lugar? E muitas outras que me inquietavam. O DESCONHECIMENTO DO MUNDO INTERNO: Comecei a ver com a luz do conhecimento logosófico que havia dentro de mim, um mundo, o chamado mundo interno que pertencia somente a mim. Cheio de recursos, valores, forças, energias e outras coisas que desconhecia. E também havia nele falhas, defeitos, e peças a serem ajustadas e substituídas. Embora esse mundo fosse meu, inviolável, eu não exercia o domínio sobre ele. Vi até que eu vivia mais fora dele do que dentro. Era como aquele ser que tinha uma casa e não a habitava e não sabia o que tinha dentro dela. Quem sabe esse
  • 12. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 11 desconhecimento do próprio mundo interno não seria uma das causas da solidão humana? A ORFANDADE ESPIRITUAL: Não encontrava nas propostas existentes, nas religiões, nas filosofias, nas seitas, esse amparo espiritual que tanto buscamos na vida. Essa paz que almejamos. Essa felicidade que queremos ter. Percorri vários caminhos e as dúvidas aumentavam. Por que sou assim? Deus me fez assim? Por que vivemos? Qual o objetivo da vida? Por que e para que o esforço tenaz em ser bom se no final teremos um destino comum? A vida deve se resumir em comer, dormir e trabalhar? Há uma vida espiritual como dizem? Ou isso é uma ilusão? Sentia-me um órfão espiritualmente.
  • 13. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 12 A PRESENÇA DO ESPÍRITO NA VIDA HUMANA: Sentia que algo superior existia na vida. Havia um equilíbrio universal muitas vezes, expressado na natureza, que denuncia a existência de uma Ordem Superior reinante. Meu organismo físico, por exemplo, funciona independentemente de minha vontade. Em momentos de dificuldades e de dor experimentava e experimento, uma força ou a presença de uma energia que me sustenta e me faz vencer o momento difícil. Estou aprendendo que essas manifestações comprovam a existência de algo superior que vive em nós e que se chama espírito. Não uma entidade etérea de que se fala tanto, mas um ente real que nos anima e nos distingue de um ser sem vida. É um hálito divino. A Logosofia apresenta uma nova e original concepção do ESPÍRITO HUMANO. E a
  • 14. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 13 participação desse espírito em nossa vida deve ser mais efetiva e constante para ajudar- nos a vencer nessa luta pela vida. Estou aprendendo que a luta pela vida com o auxílio de meu espírito fica mais suave, mais leve e as vitórias e acertos aumentam. Esse espírito precisa extrair das experiências que vivemos no dia-a-dia o conhecimento para enriquecer a sua evolução. E não é questão de se crer nessas coisas mas trocar esse crer pelo saber. As mudanças efetivas experimentadas pela humanidade através dos tempos aconteceram em virtude dos conhecimentos adquiridos e não em razão do número de crencas acumulado através dos tempos. LUTAMOS PELA VIDA SOZINHOS: A luta é lei da vida. Devemos viver lutando. Lutando contra o mal e contra tudo o que de uma forma ou de outra compromete o
  • 15. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 14 equilíbrio de nosso ser psíquico e espiritual. Mas nessa luta podemos contar com um grande aliado que está sempre do nosso lado. O nosso espírito. Esse convidado de pedra. Que quer ter uma atuação efetiva em nossa vida e não pode ou é tolhido, porque ignoramos a sua presença e muitas vezes o negamos. Também, como esse espírito, ou melhor, esse conceito está tão envolvido em crenças e preconceitos que isso o impede de atuar em nossa vida, ou melhor, nos impede de vê-lo, realmente. AS ENTIDADES MENTAIS (AGENTES CAUSAIS DO COMPORTAMENTO): Há entidades mentais que transitam em nossa mente. Que vivem dentro e fora da mente. Povoam o nosso recinto mental que podemos graficamente compará-lo com uma casa, a casa mental. Nessa casa vivem os
  • 16. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 15 pensamentos, entidades mentais autônomas que atuam dependendo ou não de nossa vontade e que determinam o nosso comportamento, a nossa conduta. Se esses pensamentos são bons, nossa vida será boa. Mudando esses pensamentos se muda a vida. A nossa felicidade também tem muito a ver com esses pensamentos, esses agente causais. QUEM VIVE SEM UM IDEAL CARREGA A MORTE SOBRE OS OMBROS: O ideal de vida nos permite recobrar as energias despendidas no esforço constante de ser melhor e de fazer o bem. Esse ideal é o dínamo da vontade. Ele nos levanta da queda e nos convida a seguirmos em frente com a fronte erguida. O ideal de aperfeiçoamento nos faz seguir o exemplo
  • 17. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 16 eloqüente dos rios que renovam constantemente as suas águas. CONCLUSÃO: A concepção logosófica do homem, da mente humana, da vida, do universo e de Deus contribuem para tornar a nossa vida mais iluminada e digna, pois vamos aprendendo que essa vida se constitui num formoso campo de aprendizado e superação. A vida é mais que os problemas e as dificuldades que enfrentamos. A convivência com os nossos semelhantes é fundamental para impulsionar o nosso ser à realização e por outro lado nos permite conhecer o ser que somos. Com esses conhecimentos transcendentes nunca estaremos sós, desolados, porque são
  • 18. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 17 forças alentadoras que sustentam a vida e dignificam a figura humana. Haveremos de corresponder ao bem que recebemos do Criador que nos dotou de todas as condições para transformarmos essa Terra tão maravilhosa em um vale de venturas e felicidades, se soubermos, é claro, conquistar os conhecimentos que se encontram generosamente espalhados por todas as partes, utilizando a nossa inteligência em todo o seu esplendor.
  • 19. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 18 A LOGOSOFIA E A DESCOBERTA DE UM NOVO MUNDO Afirma a Logosofia: «O investigador mede a trajetória dos astros e desconhece a de sua própria vida; segue as modificações do átomo e descuida as de seu pensamento; estuda e analisa tudo, menos o que diz respeito ao próprio conhecimento da mente, que é a que lhe permite discernir e pensar, enquanto se capacita para conhecer a origem e evolução de seu próprio pensamento; lê e comenta mil biografias e treme pensando como terminará a sua; descreve maravilhas sobre a organização das formigas e das abelhas, e quando é instado à organização de seus valores pessoais, vacila ante cem conselhos antagônicos.» ( livro Biognose - p. 73).
  • 20. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 19 Quantos dizem: eu sou assim, eu nasci assim, eu fui criado assim, Deus me fez assim. Alguém mais sensato lhe diz: Quem lhe garante que Deus o fez assim? Quantos se arrependem das palavras e atitudes pronunciadas! Quantos se assustam ao reagirem violentamente, em determinadas circunstâncias imprevisíveis. Quantos descobrem forças com as quais jamais podiam contar, ao se depararem com dificuldades e sofrimentos, insuportáveis! Eu me conheço? Quem sou eu? Indaga outro.
  • 21. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 20 Quem não se assustou ao ver surgir de dentro de si um ímpeto que chega às raias da violência, ao ser incomodado ou agredido? Quantos permitem que terceiros participem de sua intimidade, revelando fatos de sua vida que concernem somente a ele e se vêem defraudados e tendo sua vida íntima vasculhada e alvo de comentários muitos deles depreciativos! Sabemos todos que temos uma vida que é só nossa, inviolável e que depende somente de mim que outro tenha conhecimento e participe dela. Quantas coisas vivemos e não somos capazes de transmitir ou dar a conhecer aos demais?
  • 22. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 21 Quantas coisas vivemos ou ocorrem conosco e que somente nós e Deus temos conhecimento delas! Há um mundo interior, onde vivem entes mentais que entram e saem desse recinto mental e são os responsáveis por minha conduta e atitudes. SER CONHECIDO PELO NOME DOS PENSAMENTOS Conheço esses pensamentos que são donos de minha mente? Quantos seres são conhecidos pelos pensamentos que dominam a sua vida? Os pessimistas, os desonestos, os impacientes, os teimosos, os temerosos, os hipócritas, os débeis, os inconstantes, os responsáveis, os simpáticos, os sensatos, os atenciosos, os pacientes, os verdadeiros, e tantos outros, dominados pelos vícios, que
  • 23. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 22 são conhecidos como os bêbados, avarentos, jogadores. A CAUSA PRIMEIRA É A MENTE A Logosofia nos descobre um novo mundo, o mundo das causas ao revelar que a CAUSA PRIMEIRA É A MENTE e não como se acreditou, O VERBO. E sendo a mente humana um fragmento da mente universal, cada um de nós tem o poder de criar. O verbo é a conseqüência, o efeito e não a causa. Na mente, nesse novo mundo que a Logosofia nos descobre, encontramos a causa do que nos acontece e ali divisamos as soluções e podemos entender que o erro tem origem na mente e a forma de evitá-lo é corrigi-lo ali antes de se concretizar em atos e atitudes. Um arquiteto concebe o prédio em sua mente, primeiro, e o concretiza no papel e depois no concreto. Assim fica aqui desfeito o
  • 24. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 23 equívoco milenar de que a causa primeira foi o VERBO, não, antes do VERBO está a MENTE que, de fato, é a causa primeira. Tudo tem origem na mente. Na minha mente. Eis o novo mundo que a Logosofia me faz descobrir através da realização de um processo de evolução consciente. FORJAR A MINHA FELICIDADE Esse mundo mental que é só meu. Que devo conhecê-lo e utilizá-lo para forjar a minha felicidade. O ser humano, para a Logosofia, é composto por três sistemas: o mental, o sensível e o instintivo. A MENTE ELEVADA À CATEGORIA DE SISTEMA
  • 25. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 24 A mente humana é tão importante que a Logosofia a elevou à categoria de Sistema, o Sistema Mental. E dentro dessa mente, desse espaço, vivem os pensamentos, agentes causais do comportamento. Eu sou o que os pensamentos querem que eu seja. Mudando os pensamentos, portanto, mudo a minha vida, através de um esforço e um processo de superação, pois na natureza nada dá saltos, tudo é realizado mediante um processo. Alguém poderia perguntar: Como ser dono de minha vida? Deveria dominar os meus pensamentos? Sujeitá-los a minha vontade? Ou ser joguete deles? Como realizar esse domínio? Como não agir impulsivamente e dominar esses pensamentos? Que diferença há entre ser dono e dominar a mente?
  • 26. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 25 RELATOS Ilustrando, certa vez um pai chegava em casa e sua filhinha foi ao seu encontro com as mãozinhas para traz, gritando: - surpresa, surpresa. O pai abaixou e a filha, inocentemente, lhe entregou uma rosa vermelha, linda. – É para você! - Eu a apanhei para você, dizendo toda feliz. O pai, em fração de segundos, passou por sua mente o pensamento: - olha, ela arrancou aquela rosa que florescia no jardim. Isso é um absurdo. Entretanto, percebeu, também, em uma fração de segundos, que havia por traz daquele gesto um sentimento nobre da filha e, felizmente, não maculou aquele momento de afeto que vivia com sua filhinha, pois conteve,
  • 27. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 26 dominou a tempo aquele pensamento e deixou que manifestasse o sentimento da criança, em toda sua plenitude. Em outro momento, ia eu atravessando apressadamente uma rua movimentada do centro da cidade e vi lá na frente a mãe com uma menina, muito amigas. Eu como estava apressado fingi que não a tinha visto e fui para o outro lado, quando, para minha surpresa, estava no meio da rua, ouvi um grito alegre da menina me chamando pelo nome, foi aí que me dei conta do pensamento feio que me dominara e pude vencê-lo, indo ao encontro daquelas amigas. Nunca mais deixei que isso acontecesse. Toda vez em que vivo algo semelhante não deixo que esse pensamento se manifeste. Isso é algo que se vive internamente e ninguém vê, somente eu é que presencio essas coisas que se passam dentro de mim.
  • 28. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 27 Há muitas outras vivências em que surpreendemos dentro de nós pensamentos nobres ou feios que querem se manifestar, comprometendo a nossa conduta, ou sentimentos nobres e elevados que às vezes não conseguimos expressar por timidez ou porque os consideramos, equivocadamente, bobos e sem importância, como um gesto de carinho ou um agrado ou palavra de reconhecimento ao ser querido, como, por exemplo: - vou enviar uma flores para a minha mulher eu a quero tanto! Esse sentimento aparece e vem imediatamente um pensamento e diz: que bobagem, o que ela vai pensar de você. Vocês têm tanto tempo de casados, que tolice a sua, velho e está parecendo um adolescente apaixonado. E assim, se atendo a esse pensamento contrário ao meu sentir, deixo de expressar ao ser querido aquilo que poderia
  • 29. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 28 alimentar o amor que sinto por ela. Que mal isso faz ao nosso relacionamento...! Ora, alguém poderia exclamar: - isso não passa de auto-ajuda, deixar de ser impaciente e passar a ser paciente, trocar de pensamento negativo por um pensamento positivo, de uma hora para outra. Eu diria que não. O estudo logosófico faz parte de um plano maior, transcendente, de humanizar o homem, torná-lo mais humano e dar participação ao espírito em nossa vida diária. Viver aqui nesta terra uma vida elevada, nobre, espiritual, superando a mesquinhez e vivendo uma existência superior, digna de um ser filho da Criação CONDUZIR A VIDA Em mim está a condução de meu destino. Devo conduzir a minha vida e não me deixar
  • 30. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 29 perder em minhas terras como o dono do relato, que desconhecia os seus domínios. Que diferença faz para a nossa vida, conduzi-la com propriedade e saber ou deixar que as coisas aconteçam sem o nosso controle? Dá no mesmo? Por certo que não. A Logosofia ao nos fazer descobrir o nosso mundo interno, nos oferece os elementos, os instrumentos para explorá-lo e alcançarmos as infinitas riquezas que ele contém. É um mundo inexplorado. É um universo. E dentro desse mundo cada um encontra um ser que quer participar de nossa vida e viver nela e foi, por ignorância, encarcerado dentro de nós e luta para se libertar dos preconceitos e crenças e reinar nesta vida. Esse ser se chama espírito, essa partícula divida, que vive nesse mundo interno e que carrega a nossa herança
  • 31. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 30 individual e é a nossa razão de ser aqui na terra. Como vamos alcançar esse conhecimento do espírito? Através de um método psicodinâmico instituído pela ciência logosófica. O método logosófico leva o ser a se introduzir gradualmente dentro de si, a olhar para dentro, o que não fez ninguém durante tantos séculos; saber o que há dentro, os recursos com que conta, e assim cada recurso que encontra, cada valor que descobre, é um grande estímulo, uma força extraordinária, um reviver, um encher-se de alegria, de alegria, de otimismo, e de fé em si mesmo. Por que buscar fora o que temos dentro de nós mesmos?
  • 32. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 31 Convido a todos que se interessem por esse tipo de assunto a visitarem a Fundação Logosófica para conversarmos mais. As portas desta Escola, em prol da superação humana se encontram abertas para todos.
  • 33. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 32 PREPARAÇÃO DO JOVEM PARA A VIDA. Sumário: 1.Introdução. 2.A importância de um conceito de vida. 3.A experiência de vida do adulto. 4.O exemplo dos maiores. 5. Frases de um diário. INTRODUÇÃO. " O fracasso de tantos seres ao enfrentar a vida obedece em grande parte à falta de preparação para encará-la e vencer as resistências do ambiente onde cada um atue." (Da Sabedoria Logosófica).
  • 34. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 33 Para tudo na vida devemos nos preparar. Até para as coisas mais simples, como, por exemplo, fazer uma viagem. E nesse preparo devemos incluir, também, os possíveis imprevistos. A programação é, então, fator de êxito. Como se preparar para a vida? O que levar em conta nesse preparo? Quando menino, tomei contato com um livro intitulado: "É perguntando que se aprende." E o personagem desse livro andava pela cidade e para chegar ao seu destino, perguntava e as respostas o levaram aonde queria. Em nossa vida acontece algo semelhante?
  • 35. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 34 Qual é o nosso destino? Onde queremos chegar? Estou aprendendo que "não é somente perguntando como se chega a saber as coisas; também é necessário estudar o que se quer saber." O que quero saber da vida? Quais os requisitos para se preparar para a vida? Qual o conceito que tenho da vida? Como considero a vida? Para que serve a vida? A vida é acordar, trabalhar, dormir ?
  • 36. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 35 A IMPORTÂNCIA DE UM CONCEITO DE VIDA. O conceito admitido passa a reger a nossa conduta. Se considero a vida como uma grande diversão. Ela não passará dessa diversão. Se encaro a vida como uma grande oportunidade para evoluir, adquirir conhecimentos. A vida tomará outras proporções. E deixará de ser limitada. O conhecimento amplia a vida. E, dependendo da natureza desse conhecimento, essa vida poderá ser ainda mais ampla. Pois há os conhecimentos utilitários, que atendem a nossa subsistência e os conhecimentos formativos dos caráter que transcendem ao saber corrente, pois são de natureza superior e se adquirem através do esforço
  • 37. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 36 próprio. Assim, se procuro ampliar o meu conceito de vida estarei propiciando a mim mesmo uma ampliação de minha própria vida. Ao ver na vida uma grande oportunidade de estudo e de experimentação, percebo que ela me oferece uma infinidade de motivos para observar, para aprender e levar para o meu acervo interno muitos conhecimentos que me servirão em minhas atividades diárias. A vida vista dessa forma, é muito estimulante porque passa a ser um constante campo de aprendizado. A vida é, também, luta. Não uma luta que destrói, que corrompe, que aniquila, violenta, mas uma luta orientada pelo
  • 38. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 37 conhecimento, edificante. "A vida humana deve ser um constante esforço de superação, de compreensão, de realização, única forma de se aproximar, passo a passo ao Pensamento Criador..." Vivemos a vida interna, que o conhecimento logosófico nos ajuda a conhecer, e a vida externa. A vida interna compreende o que vivo com os meus pensamentos, meus sentimentos e minhas emoções. A vida externa eu a vivo em contato com tudo o que se vincula a mim. Compreendo hoje a vida como a soma de todos os valores e significados que encerra. A vida é muito mais que as circunstâncias
  • 39. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 38 fáceis ou difíceis, alegres ou triste que experimento. E os problemas pequenos ou grandes que enfrentamos ou criamos, estou aprendendo que devo colocá-los todos dentro da vida e não, como fazem muitos, COLOCAR A VIDA DENTRO DOS PROBLEMAS, O SAUDÁVEL É COLOCAR OS PROBLEMAS DENTRO DA VIDA, porque, repito, a vida é muito mais que os problemas. Muitas ou algumas vezes fracasso nessa luta que a vida me oferece e como fico frente a esses fracassos? Como encaro os fracassos? Como superá-los? Como evitá- los?
  • 40. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 39 A orientação que encontro na Logosofia, nesse ponto, é a de tomar cada fracasso como princípio de vitória, de triunfo, desde que extraia da derrota o elemento que me faltou para vencer. Dessa forma, sou convidado sempre a analisar esses fracassos, procurando a falha ou falhas, ou a causa do erro cometido e, com isso, não me sinto alquebrado e desmoralizado com a derrota, pois a partir desse instante ela se constitui num estímulo para vencer o obstáculo. Ter um objetivo na vida é uma chave para encará-la com valor. E um objetivo que elegi para minha vida é o do aperfeiçoamento. Ser melhor.
  • 41. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 40 Todos nós seres humanos somos propensos a nos deixar levar pelas emoções tristes, amargas, violentas ou ingratas. E isso altera o nosso sistema nervoso, faz ressentir a nossa saúde e, ao lado disso, torna áspero o nosso caráter. Como evitar tais efeitos nocivos? Estou aprendendo a opor a uma emoção pessimista outra otimisma, alegre, estimulante; a uma violenta, outra serena. E como isso me faz bem e é eficaz! E me faz recobrar as energias perdidas. Tudo na vida tem de ser feito com valor, valor sereno, firme. Em minha vida vejo que esse valor é uma força que me ajuda a enfrentar com
  • 42. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 41 inteireza e compreensão as situações difíceis. Se descuido e permito que o temor invada o meu ser nesses momentos de dificuldades, fico deprimido, amargurado e triste. E para não temer eu preciso adquirir o conhecimento. O valor não existiria sem conhecimento. E pensar que em uma época de minha vida eu temia Deus. Por quê? Estou aprendendo com Logosofia a ser valente. É preciso ser valente para viver a vida. Quantos vivem no mundo atemorizados, sugestionados pelas notícias diárias, alarmistas, produto de um mundo convulsionado e cheio de perigos?
  • 43. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 42 Em que deve estar apoiada a valentia? Pela responsabilidade individual. O que é ser valente? É dar mostras de segurança pessoal. Qual a última coisa que o ser humano deveria perder? O VALOR. Havendo valor há vida, há esperança de que o panorama da existência mude de um momento para outro. Quando não o há, o desalento aprisiona o homem. Como, então, sentir a alegria de viver? Trocando o temor, se houver, pelo valor. O que devo fazer se me proponho, seriamente, a aperfeiçoar minha vida? Não devo deixar nela, nessa vida que é minha,
  • 44. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 43 parte alguma sem modificar. Pergunto-me, às vezes, COMO VIVER BEM A VIDA? Via que muitos pensavam que a vida se vive bem quando se a desperdiça. Hoje, entendo que se VIVE BEM A VIDA QUANDO A AMPLIAMOS e, ao ampliá-la, geram-se energias que formam o valor. É como se novas porções de vida se somassem à própria vida. Hoje, entendo, que viver bem a vida é POUPÁ- LA, porque dessa POUPANÇA poderei fazer uso no futuro. Como viver em permanente juventude? O segredo está em ME INTERESSAR POR NOVOS MOTIVOS. Devo ser como os rios que renovam constantemente suas águas.
  • 45. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 44 RENOVAR SEMPRE OS MOTIVOS PARA VIVER. Poderíamos aqui afirmar que A VIDA SEM CONHECIMENTO É NADA E COM CONHECIMENTO É TUDO. CONHECER PELO ESFORÇO PRÓPRIO E SABER POR REFERÊNCIA DE OUTROS. (Visitar um país e relatar para outra pessoa). Eu tenho que conhecer os fatos ou as coisas pelo esforço próprio. Saber por referências de outros, significa estar exposto a modificar a informação obtida cada vez que uma ou outra eventualidade põe em evidência que não se está ajustado
  • 46. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 45 à realidade. Quanto mais conhecimentos eu possua mais vida terei. Vemos assim que o conhecimento é a vida mesma, que sem ele ela é árida e fria e carece dos atrativos superiores que a fazem grande e querida. De fato, " É O SABER O QUE AMPLIA A VIDA PERMITINDO À ALMA EXPERIMENTAR AS MAIS ACENTUADAS MANIFESTAÇÕES DE FELICIDADE E BEM ESTAR" "A vida é ampla quando a dominamos, curta quando esta nos domina."
  • 47. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 46 Qual é a primeira oportunidade que o homem tem? É a de haver vindo a este mundo, oportunidade que se estende a todo o curso de sua vida. Como aproveitar essa oportunidade? Cultivando a vida e a enaltecendo em uma constante superação integral. "Viver; eis aí a grande palavra. Viver e ser dono sempre da vida; eis aí outra palavra mais. Viver para ser sempre, para sentir sempre e amparar a quem está sob nosso cuidado; viver uma vida ampla e intensa iluminando a alma com os grandes caudais
  • 48. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 47 de conhecimento que generosamente nos oferece a Sabedoria Universal. Eis aí o grande desiderato." Todos amamos a vida. Por quê? Será pelo medo de perdê-la? "...todos amamos a vida, mas não pelo que a vida nos dá, senão porque nos foi entregue para que façamos dela o melhor dos usos. Amamos a vida porque nos vem de Deus, que é quem criou todas as coisas; porque essa vida lhe pertence; e porque amando nossa vida amamos a Deus." Como vencer a morte? "Se vence a morte vencendo a inércia,
  • 49. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 48 que é ausência de vida; vencendo a distração que é ausência de consciência, enquanto o coração palpita ao ritmo do que chamais vida." Na faculdade, tinha um colega que era muito materialista e certa vez numa conversa em que falávamos sobre a vida além túmulo, lembro-me que lhe dissera que estava aprendendo a viver várias vidas aqui mesmo na terra. Ele se assustou e, então, eu lhe expliquei: vivo a vida do trabalho, a vida da família, etc. E por falar em família, nada nos auxilia mais nesse preparo para a vida do que a família, essa instituição que não foi criada pelo homem.
  • 50. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 49 "A família é tão necessária para que a moral subsista como imprescindível é esta para que o homem não se perca nos braços da licença." A família é a fonte mais pura das inspirações do ser humano. Ela "deve constituir um santuário de afetos que adoce e tempere os ânimos do homem na luta, e ser sempre o refúgio mais cálido onde seu coração compense as amarguras e os reveses do momento, confundindo sua dor com a alegria inocente dos filhos e a carícia da boa esposa que ao passar a mão por sua fronte entristecida, afasta de sua mente as sombras sinistras
  • 51. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 50 que lhe atormentam". Desde pequeno fui aprendendo com meus pais a valorizar o meu lar. Cresci num lar bem constituído onde reinam o amor, a confiança e o respeito. A Logosofia me fez tomar consciência disso e a dar continuidade em meu lar, que constitui, ao cultivo desses valores e mais ainda a cultivar outros valores e atitudes que preservam o ambiente desse lar. E uma orientação logosófica que sempre tenho em conta e que contribui em muito para a harmonia do ambiente familiar é a seguinte: "O dia em que decida constituir um lar, cuide de que esse lar seja o mais íntimo
  • 52. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 51 possível. Esse lar terá que ser sagrado para você. Nele encontrará o carinho, a atenção e o repouso que não achará em parte alguma." Nesse esforço constante de me aperfeiçoar fui encontrando no saber logosófico verdadeiras chaves que abriam as portas de meu entendimento e me permitiam ver e compreender coisas maravilhosas. Hoje compreendo, por exemplo, que o amor é o primeiro passo para a constituição da família. E que esse amor contém três elementos básicos: A CONSTÂNCIA, A PACIÊNCIA e a TOLERÂNCIA, virtudes que me empenho em cultivar, auxiliado pelo
  • 53. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 52 saber logosófico, porque sei que elas devem sustentar esse amor. Outro conceito que nos ajuda muito nesse preparo para a vida é o CONCEITO DE FELICIDADE. A Logosofia define a felicidade como sendo "algo que a vida nos oferece através de pequenas porções de bem". Estou aprendendo a buscar a felicidade em muitos pontos. Se num ponto fracasso, noutros posso alcançar a vitória. "Uma das causas da infelicidade humana obedece à ignorância dos seres acerca do comportamento que lhes corresponde
  • 54. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 53 observar em cada um dos atos de sua vida." Todos aqui presentes já tivemos um ou mais momentos de felicidade, de alegria. Entretanto, nem todos recordamos esses momentos com gratidão. A minha experiência indica que deve perdurar tudo aquilo que sendo grato à vida, há de permanecer nela, identificando-se com o ser como algo próprio. O que a felicidade promove em nossa vida? "...a felicidade adoça a vida enchendo-a de esperança e graça..."
  • 55. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 54 "Só o conhecimento superior pode por ao homem em contato com essas pequenas porções de felicidade que a vida lhe oferece; e uma vez alcançadas já não as poderá perder, pois se haverão integrado a sua vida." A EXPERIÊNCIA DE VIDA DO ADULTO. A experiência do ser adulto é importantíssima. Mas onde está essa experiência? O adulto a transmite ao jovem? Como a transmite? É bom lembrar que quando um pai dá um conselho a um filho, ele, naturalmente, já viveu tudo o que esse conselho encerra e que, ao expressá- lo, quer evitar ao filho o que para ele foi
  • 56. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 55 motivo de sofrimento ou causou-lhe danos. Gostaria de lembrar aqui o que li em um livro em que o autor relata o seguinte : " ...encontrava-me, sendo criança, em uma estância e, como todas as crianças, gostava de me afastar das casas e correr pelos campos. Um dia, saí montado em um petiço, com o propósito de ir até um rio muito distante, ao qual para chegar, tinha que atravessar montes e serras. Andando um pouco, encontrei no caminho o capataz da estância, acompanhado por alguns camponeses, que ao ver-me, perguntou amavelmente aonde ia; ao responder que me dirigia ao rio, disse-me: - "Para chegar ao rio, terá que passar por
  • 57. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 56 três porteiras; tenha cuidado, menino, porque ali existe gado bravo, e quando vê gente nova é capaz de atacar" . Eu já tinha ouvido falar dessa boiada, mas por efeito, talvez, dessa célebre reprodução mental do dedo tocando o vidro da lâmpada, decidi continuar o caminho. As porteiras que tinha que cruzar para chegar ao rio eram dessas antigas, cujos paus horizontais, superpostos, se introduzem nos orifícios de dois postes verticais colocados em ambos os lados do caminho. Ao passar pela primeira, lembrei-me da RECOMENDAÇÃO do capataz, o qual me havia dito que a deixasse aberta ou só com o pau inferior colocado, para o caso de que a boiada corresse atrás de mim. Quando atravessei a segunda, esqueci-me da recomendação e
  • 58. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 57 afastei-me após ter fechado a porteira com todos os paus; ainda bem que ouvi, próximo, um burro zurrar, e crendo que fosse um leão, ou algo parecido, rapidamente voltei para tirá-los. Ao passar a terceira porteira, já próxima do rio, também tirei os paus. Descia o vale, quando vi, de repente, a boiada pastando tranquila. "É a isto que chamam de gado bravo?" - disse- me, ao mesmo tempo em que decidia passar no meio deles. Não havia transcorrido um minuto, quando um touro enorme, que me pareceu de vinte ou trinta metros cúbicos, levantou a cabeça, olhou- me e, em seguida, começou a correr na minha direção e, com ele, todos os demais. Então sim, vi o perigo e fincando as esporas nas ilhargas do meu petiço, passei como
  • 59. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 58 um bólido pelas porteiras. Vendo que levava vantagem, ao chegar à última detive-me para fechá-la e deter, assim, a passagem das bestas." "Passado o mau momento, instantaneamente me recordei do capataz. Emocionei-me; enchi-me de ternura e compreendi quanto bem me havia feito sua PALAVRA; uma PALAVRA HUMANA, UMA ADVERTÊNCIA... Recordo que, quando lhe referi o ocorrido, me disse: - "Ah! Jovem, você se salvou porque tirou os paus da porteira. Meu filho foi morto por essa boiada." Compreendi, nesse instante, quanto pode encerrar uma PALAVRA e como penetra quando é DITA PARA FAZER O BEM; compreendi, também, que esse
  • 60. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 59 homem tinha querido salvar em mim o seu próprio filho, e isto jamais pôde apagar-se entre as tantas recordações que existem em minha vida." Por outro lado, "não existem escritas em parte alguma - porque possivelmente não foi dado a ninguém abarcar semelhante empresa - as INUMERÁVEIS EXPERIÊNCIAS pelas quais o ser humano está exposto a passar durante sua vida. Daí que a JUVENTUDE se ache completamente órfã de conhecimentos e carente de quem possa guiá-la com verdadeiro acerto pelo mundo no qual penetra, evitando-lhe dar tropeço após tropeço e livrando-a, com isso, do que costuma afetar grandemente o coração, a mente e o espírito nessas ternas
  • 61. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 60 idades. Não quero significar com isto que se deva brindar a ela a mais absoluta facilidade, aplainando-lhe totalmente o caminho a seguir, pois isso seria tão absurdo quanto o anterior; mas sim, facilitar-lhe em parte o percurso desse caminho, ajudando-a nos momentos difíceis com a luz do conhecimento extraído das experiências, com o objetivo de evitá-las. Isto seria uma grande obra, capaz de chegar a infundir muita confiança na humanidade." (ICL p. 236-últ.) O EXEMPLO DOS MAIORES. O exemplo avaliza todo ensinamento moral.
  • 62. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 61 É a imagem de uma realidade perfeita. A moral se edifica com o bom exemplo, não com palavras. É o exemplo a maior das tradições vivas. Exemplos que possam ser seguidos. FRASES DE UM DIÁRIO Eis alguns ensinamentos extraídos do livro BASES PARA SUA CONDUTA do humanista argentino Carlos Bernardo González Pecotche: "Una ao esforço a inteligência; trabalhará menos e fará mais."
  • 63. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 62 "Ocupe parte de seu tempo em se distrair, sem descuidar, evidentemente, das ocupações sérias que tiver." "Quem fala do que não sabe, se diminui ante os demais." "Você deverá tomar cada fracasso como princípio de triunfo, sempre que dele extrair o elemento que lhe faltou para vencer." "Troque o temor, se houver, pelo valor, e se*ntirá a alegria de viver." "Afaste de você, para sempre, o temor, por ser sinal negativo da existência humana.
  • 64. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 63 "O homem necessita de muito valor para viver e muito, também, para morrer." "A felicidade é algo que a vida nos outorga através de pequenas porções de bem." "O saber é a razão de ser da existência do homem na terra." "Não se conforme somente em saber que Deus existe. Você deve senti-Lo através das manifestações conscientes de seu próprio espírito." "Nunca faça mal a ninguém e, se puder, também evite com seu conselho que outros o façam."
  • 65. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 64 "Convém saber que a dignidade outorga ao homem a prerrogativa de ser respeitado não apenas em um momento de sua vida, senão em todos." "Coloque-se sempre de frente para a vida porque, se não o fizer, estará dando as costas à realidade." "Cultive a seriedade em plena juventude; isso lhe permitirá, mais tarde, desfrutar essa sã alegria que se sente quando se conseguiu vencer, a tempo, os pensamentos que distorcem o caminho da vida." "Trate em todo momento de ser útil,
  • 66. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 65 porém, faça-o de acordo com suas possibilidades reais." "Quando as lutas que a vida lhe oferecer forem duras, suavize-as.
  • 67. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 66 VALORES ÉTICOS NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA Sumário: 1)Introdução; 2)A Logosofia Como Ciência Auxiliar do Direito 3)O Exercício da Profissão e a Atuação das Deficiências Psicológicas; 4)Convivência humana; 5)Valores éticos na convivência; 6)Conclusão.
  • 68. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 67 INTRODUÇÃO O saudoso professor JOSÉ OLYMPIO DE CASTRO FILHO em seu livro PRÁTICA FORENSE [1], falando da atividade diária do advogado, lembrou o emérito EDUARDO COUTURE, numa das mais belas páginas de deontologia jurídica, Os Mandamentos do Advogado, digna de figurar entre os livros clássicos sobre o assunto, como O Advogado, de Henri Robert, Das Boas Relações entre os Juízes e os Advogados, de Calamandrei, El Abogado, de Ossorio, a Oração dos Moços, de Rui Barbosa, e, mais recente, a obra de Carvalho Neto, Advogados - Como Aprendemos, Como Sofremos, Como Vivemos, livros que, juntamente com o Código de Ética Profissional, aprovado pelo Conselho Federal da Ordem dos
  • 69. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 68 Advogados, em 25 de junho de 1954, repassados de sabedoria, deveria figurar obrigatoriamente à cabeceira de todo lidador da advocacia. Ouçam-se as palavras de COUTURE: "Aquele que deseje saber em que consiste o trabalho do advogado, há que explicar o seguinte: de cada 100 assuntos que passam pelo escritório de um advogado, 50 não são judiciais. Trata-se de dar conselhos, orientação e idéias, em matéria de negócios, assuntos de família, prevenção de futuros litígios etc. Em todos esses casos, a ciência cede lugar à prudência. Dos dois extremos do dístico clássico que define o advogado, o primeiro predomina sobre o segundo, e o "homem bom" se sobrepõe ao "sabedor do direito". Dos outros 50, 30 são de rotina. Trata-se de
  • 70. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 69 gestões, tramitações, obtenção de documentos, questões de jurisdição graciosa, defesas sem dificuldades ou causas julgadas sem contestação da parte contrária. O trabalho do advogado transforma aqui o seu gabinete em escritório de despachante. Seu lema poderia ser como o daquelas companhias norte-americanas, que produzem artigos de conforto: "more and better service for more people". Dos 20 restantes, 15 representam alguma dificuldade e exigem um trabalho mais intenso. Trata-se, porém, dessa classe de dificuldades que a vida nos apresenta a cada passo e que a concentração e o empenho de um homem diligente estão acostumados a levar de vencida. Nos restantes cinco reside a essência da advocacia. São os grandes casos profissionais.
  • 71. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 70 Grandes, não certamente, pelo seu conteúdo econômico, senão pela magnitude do esforço físico e intelectual que o seu trato exige. Causas aparentemente perdidas, através de cujas fissuras filtra um raio de luz que serve de guia ao advogado para abrir a sua brecha; situações graves, que é preciso sustentar por meses e meses, e que exigem um sistema nervoso a toda prova, sagacidade, aprumo, energia, visão longínqua, autoridade moral, fé absoluta na vitória." A vida profissional é rica em oportunidades de convivência. Por dever de ofício, somos levados a conviver com as mais variadas pessoas, serventuários, colegas advogados, juízes, secretários, etc. E essa convivência para ser harmônica e
  • 72. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 71 saudável exige de nós uma conduta ética elevada. Esse tema é atualíssimo, basta dizer que a 2ª Câmara do Conselho Federal da OAB, ocupa-se do assunto e anuncia " um novo manual de ética do advogado". Segundo o veiculado pelo OAB NACIONAL, Órgão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, de outubro-98, sob o título "Vem aí o novo manual de ética", "depois de preparar a estrutura da OAB para a apuração do processo ético-disciplinar, o órgão passará a discutir o novo manual com os conselheiros, presidentes de Seccionais, membros dos tribunais de ética e demais integrantes da Ordem. "Essa Segunda fase terá um caráter didático-pedagógico, define Carlos Tork. Segundo ele, mais do que propor alterações no processo interno de julgamento da
  • 73. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 72 conduta dos advogados, o importante é despertar novamente o debate na classe sobre a importância dos procedimentos éticos no exercício da profissão." "Precisamos da participação de todos para dar ênfase nessa discussão", defende Tork. " Somos uma referência para todo o País e por isso não podemos descuidar nenhum pouquinho dessa área", acrescenta. "Hoje a questão ética é a maior preocupação dos advogados brasileiros", conclui."[2] A boa educação recebida no lar é básica e é útil a essa convivência. Entretanto, devemos estar sempre atentos, pois ao atuarmos podemos eventualmente agradar alguns e desagradar outros. Entrar em atritos, pois nessa convivência as falhas
  • 74. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 73 caracterológicas se manifestam dificultando o bom relacionamento. Algumas dessas deficiências, pela natureza da atividade forense, encontram campo propício para atuar em nossa mente e assim são as responsáveis por atuações, por vezes desastrosas e desagradáveis, como veremos, no correr desta exposição. Para nosso alívio, nem só de deficiências é formada a nossa psicologia, há nela valores e pensamentos construtivos que são eficientes colaboradores nessa maravilhosa e difícil arte de conviver. Mas esses valores, quando não se manifestam espontaneamente em nossas atuações diárias, podem ser criados e cultivados.
  • 75. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 74 O exercício da observação quando a utilizamos para o nosso aperfeiçoamento, nos permite burilar a própria psicologia, quando nos dispomos a fazer um bom uso do que é fruto dessa observação. Ao observar o que de ruim eu vejo no outro e ao invés de criticar a conduta alheia, para menosprezar, eu volto para dentro de mim e me pergunto se eu agiria daquela forma, o resultado é outro, porque nesse instante, nessa análise da conduta do semelhante eu me dou conta de que todos nós seres humanos podemos a cada dia melhorar o nosso comportamento, tornando-o mais agradável e tolerável. Todas as profissões têm um Código de Ética imprescindível ao exercício da atividade profissional, porque, em todas elas, estamos lidando com o nossos semelhantes, estamos
  • 76. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 75 CONVIVENDO. O trato cordial é norma iniludível. O respeito não deve faltar nesse relacionamento, nesse CONVIVER. O citado professor JOSÉ OLYMPIO DE CASTRO FILHO ensina que: "Dentre as normas do Código de Ética, que estão a reclamar exame e comentário adequado que pudessem servir de esclarecimento e repertório de deontologia para os profissionais, inclusive com a coletânea e a divulgação de decisões do Conselho Federal da Ordem dos Advogados, as que disciplinam as relações pessoais com o cliente e as relações em Juízo estão a merecer especial atenção.
  • 77. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 76 Não se catalogaram jamais, e talvez jamais se apresentem exaustivamente enumerados os cuidados a respeito, que vão desde a necessidade de apreender a personalidade do cliente e do juiz, para saber como se conduzir diante um ou outro, seus hábitos, suas virtudes e deficiências, até inúmeros aspectos a considerar no capítulo cada dia mais complexo e difícil das comunicações humanas. Sem embargo, um ponto parece certo, e dele bem possivelmente decorrerão, naturalmente, consequências que irão repercutir em tudo o mais: hão de existir, à custa de quaisquer esforços e sacrifícios, entre o advogado e o cliente, assim como entre o advogado e o juiz, a compreensão e o respeito, mútuos." [3]
  • 78. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 77 A LOGOSOFIA COMO CIÊNCIA AUXILIAR DO DIREITO Nesta exposição vou me valer de uma das ciências auxiliares do Direito. Segundo o ilustre Professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo - USP, Dr. JOSÉ ANTÔNIO ANTONINI, em memorável aula inaugural realizada na "Faculdade de Direito do Sul de Minas", em Pouso Alegre, "se o Direito tem como ciências auxiliares a Medicina, a Psicologia, a Psiquiatria, a Cibernética, a Informática, etc, agora é chegada a vez de passar a contar com mais uma: a LOGOSOFIA". "Essa nova geração de conhecimentos tem por campo experimental região pouco conhecida - acrescenta o festejado Professor ANTONINI -, mal transitada, senão totalmente desconhecida:
  • 79. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 78 o próprio mundo interno de cada vida humana. Esse mundo onde cada um vive e convive consigo mesmo protegido, à discrição, da incursão alheia. Ninguém penetra nesse mundo sem permissão de seu titular e ainda quando permitido, não além das partes que autoriza o possuidor desse domínio." "Para a exploração, estudo, investigação e conhecimento desse mundo interno é que se dirige essa nova linha de conhecimento, mediante a utilização de um método e uma técnica que lhe são próprias." "Inobstante o vertiginoso avanço das ciências ditas exatas e humanas, não se conseguiu até o presente encontrar ou forjar a chave do problema humano e oferecer uma explicação satisfatória sobre o nosso mundo interior."
  • 80. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 79 "O investigador mede a trajetória dos astros e desconhece a de sua própria vida; segue as modificações do átomo e descuida as de seu pensamento; estuda e analisa tudo, menos o que diz respeito ao próprio conhecimento da mente, que é a que lhe permite discernir e pensar, enquanto se capacita para conhecer a origem e evolução de seu próprio pensamento; lê e comenta mil biografias e treme pensando como terminará a sua; descreve maravilhas sobre a organização das formigas e das abelhas, e quando é instado à organização de seus valores pessoais, vacila ante cem conselhos antagônicos. Assim, o estudioso, o universitário, ou simplesmente o homem que cuida de sua instrução, encontra-se frente a livros que tratam sobre a essência da história, da filosofia das
  • 81. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 80 matemáticas ou a evolução da mitologia, mas nada de certo pode saber a respeito da essência de seu próprio ser, a filosofia de sua condição humana ou a evolução de seu caráter, não obstante constituir tudo isso a primeira e última realidade de sua existência." (Biognose-74). [4] A LOGOSOFIA, no dizer de seu autor, o humanista CARLOS BERNARDO GONZÁLEZ PECOTCHE: "Abarca todos os conhecimentos humanos e transcende para conhecimentos maiores." Configurando-se em ciência e cultura ao mesmo tempo, a Logosofia ultrapassa a essa esfera comum e, destina-se "a nutrir o espírito das gerações presentes e futuras com uma nova força energética - por excelência mental - necessária e imprescindível ao desenvolvimento
  • 82. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 81 das aptidões humanas". [5] Logo, a fonte é inesgotável e oferece generosamente uma gama infinita de elementos úteis ao aperfeiçoamento dos demais ramos do saber existente. O conhecimento logosófico "encara todos os pontos de estudo que possam interessar ao homem, ajudando-o a cultivar seu espírito com miras a uma superação." Entendemos que a nova cultura, preconizada pela Logosofia, contém as bases sólidas em que se haverão de fundamentar as normas jurídicas, pois, sendo o Direito uma ciência social, por excelência, está sofrendo, também, as consequências da inevitável decadência da atual cultura vigente.
  • 83. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 82 O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO E A ATUAÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS PSICOLÓGICAS Alguma deficiências psicológicas comprometem o bom desempenho da atividade profissional do advogado. Enunciarei algumas: A IMPULSIVIDADE É um pensamento impetuoso que provoca a reação imediata da mente ante qualquer incitação ou motivo que surja excitando. Em todos os casos se manifesta como ato irreflexivo do indivíduo. Essa falha psicológica altera o ânimo e principalmente a paz interior. O impulso irrefletido leva, às vezes, a
  • 84. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 83 expressar o que se sente ou se pensa em relação a pessoas, assuntos ou coisas, apesar do propósito que se tinha de mantê-lo em reserva. Nesse momento surge outra deficiência, a indiscrição. Claro, as dificiências não atuam sozinhas, atuam em bando, daí a dificuldade em combatê-las. A antideficiência, o antídoto aconselhável, é usar a CONTENÇÃO, conter o impulso. Significa nada menos que o domínio de reação, sempre arbitrária, com efeito deprimente sobre o ânimo. A SUSCETIBILIDADE "O suscetível é uma pessoa predisposta a ver no próximo uma segunda intenção, o que dá lugar a que se melindre ou se ofenda com
  • 85. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 84 extrema facilidade." Para contrapor a essa falha, nada melhor que a EQUANIMIDADE, ou seja, "o sentido da justiça e ao mesmo tempo, a medida exata com que se ajuízam os valores opostos. Ela mantém o homem protegido das atitudes extemporâneas de suscetibilidade, que surgem impulsionadas pelas ligeirezas de juízo." A AFABILIDADE é o mel que, derramado sobre o vinagre psicológico, melhora seu sabor. A ASPEREZA Essa falha temperamental contrai a sensibilidade, sufocando os sentimentos. "A aspereza torna o caráter acre e sombrio; impele ao isolamento. O ser foge do contato com
  • 86. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 85 seus semelhantes e este, do seu, porque a ninguém agrada uma modalidade áspera e pouco amistosa. Seja no lar, junto aos seus, seja fora dele, sua atitude, oposta a toda demonstração jovial ou afetuosa, provoca rechaço, pois sua presença se recebe sempre com escassa mostra de satisfação." "Não aguenta seu gênio", costuma-se dizer para desculpá-lo. Perguntamos: não tem inteligência e vontade para lutar contra essa insociável deficiência?" [6] O remédio nesse caso será, também, cultivar a AFABILIDADE. A LOGOSOFIA faz uma grande descoberta ao dar a conhecer o conceito transcendente de PENSAMENTO, definindo-o como os agentes causais do comportamento humano. Eles são a
  • 87. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 86 causa de nossos atos e ações. Mudando-se os pensamentos, muda-se a vida. E as deficiências psicológicas se constituem falhas caracterológicas e são originárias do enquistamento de pensamentos na mente. A ciência logosófica define a deficiência como sendo "o pensamento dominante que, por sua vez, que enquistado na mente, exerce forte pressão sobre a vontade do indivíduo, induzindo- o a satisfazer seu insaciável apetite psíquico." Em sua aula o festejado professor JOSÉ ANTÔNIO ANTONINI, ensina que: "é tal a influência e gestão dos pensamentos na vida do homem que este chega a ser apelidado pelo nome do pensamento de que é portador. Se de natureza construtiva e cultivada, são gênios, sensatos, ilustres, mestres; se são vítimas de
  • 88. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 87 pensamentos dominantes ou obsessivos, como o são os portadores de deficiências psicológicas, pelo nome do pensamento-deficiência que o caracteriza: é chamado de vaidoso, rancoroso, egoista, teimoso, intolerante, etc., havendo os que são tomados por outros de mais baixo nível, passando a ser chamados de ladrão, fraudador, falsário, larápio." Observou o referido professor ANTONINI que: "estudando e experimentando os conhecimentos logosóficos advertiu que GONZÁLEZ PECOTCHE estaria para esse benefício humanitário no campo da vida bio-psico- espiritual, assim como PASTEUR no campo da biologia. Ambos haviam feito descobertas fundamentais: uma incursionando na realidade física do corpo humano, outra na realidade anímica do espírito humano. Os elementos in
  • 89. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 88 natura, em um e outro campo existiam, mas, não haviam sido descobertos, nem se havia, por isso mesmo, desenvolvido técnicas para tratar com eles. Essa diferenciação entre a mente e o pensamento e entre tais entidades existentes in natura e a vontade, etc, permite uma nova observação da realidade nos cumprimentos das apreciações e decisões emanadas no campo do Direito." [7] CONVIVÊNCIA HUMANA O estudo de meu organismo mental e psicológico, me capacita para penetrar nas causas de minhas próprias limitações, descobrir a origem de meus erros e deficiências, como também conhecer meus próprios valores e condições, a fim de aumentá-los
  • 90. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 89 progressivamente à medida que vou conseguindo os conhecimentos que me permitam encarar a vida com acerto e conquistar uma efetiva superação em todas as ordens da vida humana. Comprovo, também, que as relações comigo alcançam sua mais ampla efetividade quando consigo manter a harmonia entre o pensar, o sentir e o atuar: quando adquirindo plena consciência de minha responsabilidade, esta se traduz espontaneamente na conduta que observo comigo e com os demais. A convivência não é a finalidade, mas uma das conseqüências naturais do auto- aperfeiçoamento. Neste ponto cabe o relato de algumas vivências de nosso dia-a-dia, tanto no Fórum
  • 91. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 90 como em outras Repartições Públicas. Ficamos esperando no balcão para sermos atendidos e o serventuário vem tranquilamente atendendo aos que se encontram em nossa frente, depois de algum tempo de espera, está na sua hora de tomar o cafezinho, pois ninguém é de ferro, e continuamos ali esperando a nossa vez. Por várias ocasiões fiz interessantes observações, uma delas é o prurido que todos têm de ser "do contra", quanto mais pressa tem o que quer ser atendido, mais devagar o serventuário que está ali o atende. De outras vezes, quando vou preparado para enfrentar um balcão de uma Secretaria do Foro, sou atendido prontamente e saio dali tranquilo. Quando vou sem realizar um mínimo preparo interno para não me deixar envolver pelos pensamentos de pressa e de intolerância que
  • 92. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 91 rondam esses ambientes, sou vítima deles e me vejo incomodado, irritado e saio com a sensação de que não fui bem atendido e perdi muito tempo naquela repartição. Isso não acontece conosco em nossas atividades? Tudo, então, depende de nosso estado de ânimo interno. A causa dessa irritabilidade está dentro de nós mesmos e a forma de eliminá-la não é outra, senão trabalhar internamente para evitar que esses momentos desagradáveis e que afetam nossa tranquilidade tomem conta de meu ser e me veja no final do dia esgotado, extenuado. VALORES ÉTICOS NA CONVIVÊNCIA Alguns dos valores éticos da convivência apontados pela Logosofia, são o respeito, a paciência, a tolerância, o exemplo. Esses valores respondem sempre ao interno
  • 93. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 92 do ser, ou melhor, têm uma correspondência no interno. É preciso, portanto, que haja um cultivo interno desses valores para que eles se exteriorizem em forma de conduta no trato com o semelhante, em ÉTICA. O conhecimento dos pensamentos e sentimentos têm grande influência no cultivo desses valores éticos aqui assinalados. A reeducação sugerida pelo conhecimento transcendente contribui para uma revisão de conceitos, visto que eles se encontram desvirtuados. Houve, através dos tempos na humanidade, um grande desvio de conceitos e uma flagrante inversão de valores. É preciso, portanto, repensar, se é que temos pensado
  • 94. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 93 alguma vez, sobre essas coisas. O estudo das deficiências psicológicas me tem permitido conviver melhor, porque ao tomar contato com as falhas caracterológicas de meu temperamento, passo a ser mais comedido e equânime em meus juízos sobre os demais. Ao verificar que "o intolerante cria em seu redor um ambiente hostil, que o impede de levar uma vida grata", me esforço por afastar de mim esse pensamento e contrapor a ele a"tolerância, considerada por nós elemento indispensável à convivência harmônica". [8] O interessante é que a intolerância jamais se manifesta para com os de cima, nem contra aqueles de quem se espera tirar partido. Mas ela está presente de forma às vezes constante no
  • 95. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 94 trato com os seres mais queridos. O que se pode dizer quando se aprende que " o suscetível é um indivíduo predisposto a ver no próximo uma segunda intenção, o que dá lugar a que se melindre ou se ofenda com extrema facilidade". E, no combate a esse defeito passamos a utilizar a equanimidade que é o sentido da justiça e a medida exata com que se ajuizam os valores opostos, associado a esse esforço o cultivo da afabilidade. O uso da observação é um meio eficaz de combater as deficiências, tão detestáveis inimigos da sensibilidade humana. Observação de deficiências em nossos semelhantes, observação essa que se fará sem perder de vista as próprias, sobretudo quando se trate de irregularidades que se assemelham às que se
  • 96. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 95 tem empenho em neutralizar. No efeito desagradável que nos produzem as más atuações alheias, pode-se avaliar o que causamos em circunstâncias análogas, surgindo de tão singelo confronto, com maior vigor que antes, a resolução de nos tornarmos mais gratos e suportáveis. Deve-se ter o cuidado também de observar a ótima impressão que produzem as virtudes do próximo. "Eis o estímulo natural que nos deve inspirar a desenvolver iguais virtudes e a nos converter em exemplos vivos de captação e assimilação de valores espirituais e éticos, valores que a sensibilidade e a consciência reclamam como indispensáveis para mover e ativar as próprias bases internas de superação" . [9]
  • 97. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 96 CONCLUSÃO Para terminar, fazemos nossas as seguintes palavras do criador da Ciência Logosófica, publicadas na revista LOGOSOFIA : [10] "Uma nova era deverá começar para este mundo alquebrado e submerso em tanta desgraça: a era da reconstrução em todas as ordens em que a vida se desenvolve; a era de uma nova concepção da vida que abra aos espíritos as portas de um futuro melhor. Desta maneira haverá terminado a era sombria do desprezo ao semelhante e do desprezo a todo o justo, nobre e bom. "A nova era terá que se caracterizar, pois, por uma ampla compreensão dos problemas humanos e pelo respeito mútuo, consagrado
  • 98. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 97 universalmente; o respeito à vida, à família, aos povos e a quanto constitua a razão da existência. Só assim voltará a humanidade a se humanizar e a alcançar, mais além, cumes no aperfeiçoamento". REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 CASTRO FILHO, José Olympio. Prática Forense. Rio de Janeiro: Forense, (s/d), 483 p. 2 REVISTA JURÍDICA MINEIRA. Belo Horizonte, V. nº 89, Dez., ano 1990, 243 p. 3 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Introdução Ao Conhecimento Logosófico. São Paulo: Editora Logosófica, 1996, 491 p. 4 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Biognose. São Paulo: Editora Logosófica, 1996, 174 p. 5 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Deficiências e Propensões do Ser Humano. São
  • 99. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 98 Paulo: Editora Logosófica, 1989, 204 p. 6 REVISTA JURÍDICA MINEIRA. Belo Horizonte, V. nº 67, Nov. ano 1989. 273 p. 7 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Diálogos. São Paulo: Editora Logosófica, 1995, 211 p. [*] Palestra proferida na 3ª Semana Jurídica sob o patrocínio do CAHTJ da Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG - Ituiutaba-MG, no dia 29 de outubro de 1998. [1] CASTRO FILHO. Prática Forense.,p. 31 [2] OAB Nacional, Órgão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil Ano IX nº 66-Out-98 [3] CASTRO FILHO, Prática Forense, p. 119.[4] ANTONINI, José Antônio. A Logosofia como cência auxiliar do Direito. Revista Jurídica Mineira, Ano VII - Vol. Nº 80- Dez/90, p. 44 [5] CHAGAS, Marco Aurélio Bicalho de Abreu. Uma
  • 100. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 99 nova concepção do Direito, Revista Jurídica Mineira, Ano VI - Vol. Nº 67 - Nov/89, p. 07 [6] PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Deficiências e Propensões do Ser Humano, p.105 [7] ANTONINI, José Antônio, A Logosofia como ciência auxiliar do Direito, Revista Jurídica Mineira, Ano VII- Vol. Nº 80 - Dez/90, p.50 [8] PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Deficiência e Propensões do Ser Humano, p. 139 [9] PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Deficiência e Propensões do Ser Humano, p. 25 [10] PECOTCHE, Carlos Bernardo González, Revista Logosofia, nº 53, p. 26 Sobre o texto: Texto inserido na Academia Brasileira de Direito em 8 de junho de 2006. Bibliografia:
  • 101. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 100 Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: CHAGAS, Marco Aurélio Bicalho de Abreu.Valores éticos no exercício da advocacia. Autor: Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas [*] marcoaureliochagas@hotmail.com Advogado tributarista e conferencista. Consultor Jurídico da ACMINAS - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS Academia Brasileira de Direito, 8/6/2006
  • 102. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 101
  • 103. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 102
  • 104. COLETÂNEA DE PALESTRAS PÚBLICAS Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas 103